Você está na página 1de 58

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM
GERONTOLOGIA

PAULIANA CAETANO LIMA

CONSULTA DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA ÚLCERA


DO PÉ DIABÉTICO EM IDOSOS: INSTRUMENTO PARA UM SERVIÇO
AMBULATORIAL

JOÃO PESSOA/PB
2023
PAULIANA CAETANO LIMA

CONSULTA DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA ÚLCERA


DO PÉ DIABÉTICO EM IDOSOS: INSTRUMENTO PARA UM SERVIÇO
AMBULATORIAL

Dissertação submetida ao Programa de Pós-graduação em


Gerontologia (Modalidade Profissional) da Universidade
Federal da Paraíba para a obtenção do título de Mestre
em Gerontologia.
Área de Concentração: Gerontologia
Linha de pesquisa: Envelhecimento e Tecnologias
Inovadoras para o Cuidado à Pessoa Idosa.
Orientador: Mariana Albernaz Pinheiro de Carvalho

João Pessoa/PB
2023
PAULIANA CAETANO LIMA

CONSULTA DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA ÚLCERA


DO PÉ DIABÉTICO EM IDOSOS: INSTRUMENTO PARA UM SERVIÇO
AMBULATORIAL

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Gerontologia (Modalidade


Profissional) da Universidade Federal da Paraíba para obtenção de Título de Mestre em
Gerontologia.

Aprovada em ____ de ___________ de _______.

COMISSÃO JULGADORA

_________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Mariana Albernaz Pinheiro de Carvalho
Presidente da comissão ou Banca (Orientadora)
Programa de Mestrado Profissional em Gerontologia – UFPB

________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Carla Kalline Alves Cartaxo Freitas
Membro Externo Titular
Universidade Federal de Sergipe – UFS

________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Maria Lúcia do Carmo Cruz Robazzi
Membro Interno Titular
Programa de Mestrado Profissional em Gerontologia – UFPB
Dedico esta dissertação aos meus pais, Paulo e
Lizete, que com seu amor incondicional, incentivos
e investimentos, me impulsionaram para buscar
aprimoramento pessoal e profissional e acreditar que
como filha de Deus, sou digna e capaz de chegar aos
melhores e maiores objetivos. Gratidão por toda
dedicação e presença em minha vida. Todas as
minhas vitórias, especialmente esta, são dedicadas a
vocês. Amo muito vocês.
AGRADECIMENTOS

A Deus, minha fé, fortaleza, refúgio e porto seguro que, em sua infinita
misericórdia, sempre me protege e me conduz pelos caminhos da vida. Nada é impossível
para quem em ti acredita, gratidão por tua bondade e cuidado amoroso em todos os momentos
da minha existência.

Aos meus pais, Paulo e Lizete, por todo amor, dedicação e investimentos.
Obrigada por uma vida inteira de dedicação e presença em cada etapa e desafios da minha
vida, todas as minhas vitórias, especialmente esta, são dedicadas a vocês.

Ao meu esposo, Igor, meu amor pelo companheirismo, carinho e paciência, por
estar ao meu lado em cada instante desse percurso, pela compreensão e apoio, principalmente
na etapa final.

Aos demais familiares e amigos queridos, pelo apoio e torcida constante para o
alcance dos meus objetivos e vitórias alcanlçadas.

A minha querida orientadora, a Profª. Drª. Mariana Albernaz Pinheiro de


Carvalho , por me receber e me guiar com paciência, organização e peculiar sabedoria guiou-
me nessa trajetória da dissertação, obrigada pela disponibilidade e presteza na orientações e
correções do meu trabalho. És um referencial e exemplo a ser seguido.

À Profª. Drª. Greicy Kelly Gouveia Dias Bittencourt, como minha primeira
orientadora, pelo incentivo desde o início do trabalho, por me receber carinhosamente e pela
serenidade em que me guiou nas etapas iniciais e me orientar na organização do projeto após
o ingresso no mestrado. Sua atenção e sensibilidade contribuíram para meu crescimento
profissional e como pesquisadora.

Às Prof.as Dras. Carla Kalline Alves Cartaxo Freitas e Maria Lúcia do Carmo Cruz
Robazzi, agradeço a disponibilidade em participar da minha banca de qualificação e pelas
enriquecedoras contribuições para este trabalho, permitindo o aprimoramento do meu estudo.
Fico muito feliz por fazerem parte deste momento especial da minha trajetória profissional e
acadêmica.

Aos professores do Programa de Mestrado Profissional em Gerontologia


PMPG/UFPB, pela partilha de seus relevantes conhecimentos e experiências durante o curso,
contribuindo abundantemente para a minha formação acadêmica e científica.

Ao Grupo de Estudo e Pesquisas LASES, grupo de pesquisa em que tive a


oportunidade de mergulhar no contexto da pesquisa sobre envelhecimento e recebi valiosas
contribuições de seus membros na etapa de qualificação do meu projeto para esta dissertação.
Em especial à Professora Adelaide pela condução do grupo.

Ao Programa de Pós-Graduação em Gerontologia (PMPG), especialmente às


professoras Adelaide e Graça pela dedicação e esforço em tornar nossa experiência no
mestrado mais proveitosa possível e membros da secretaria, em especial Luiz por sempre
responder com presteza nossas dúvidas e por contribuir para que as etapas tivessem sido
concluídas.
A Wynne, Thainá e Janislei, por toda a colaboração na etapa de elaboração dos
artigos que compuseram a produção científica dessa dissertação. Pelas trocas de
conhecimento e estímulo a aprimoramento nesse mundo incrível da pesquisa científica, juntas
trocamos experiências e conquistas.

À minha Turma de Mestrado (2020), pela troca de conhecimento e experiências,


amizades adquiridas e momentos extremamente gratificantes e enriquecedores para minha
caminhada acadêmica e profissional.

Ao Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW-Ebserh), pela anuência


concedida para o desenvolvimento desta pesquisa, pelo ambiente de trabalho que me
proporciona vivenciar experiências na minha área de atuação da Enfermagem, e por um
ambiente organizacional que me incentiva ao aprimoramento profissional. Agradeço a
possibilidade de associar pesquisa e prática clínica através da participação na pesquisa clínica
onde tive a oportunidade de adentrar na vida e tratamento de inúmeras pessoas com Diabetes
Melittus.

Ao setor da Clínica Médica, onde cumpro maior parte da minha carga horária de
trabalho, especialmente à coordenação de enfermagem na pessoa da Enf. Valkenia pela
compreensão, incentivo, flexibilidade que contribuíram para minha assiduidade nas aulas do
mestrado.

A minha terapeuta, Rosângela Lira, por contribuir para a manutenção do meu


equilíbrio emocional nesse momento importante e tantos desafios na minha vida profissional e
pessoal.
Agradeço a todas as pessoas amigas que colaboraram, direta ou indiretamente,
para a concretização desta pesquisa e deste sonho que se torna realidade.
Pés descalços que falam por si

Sejam pés brancos, amarelos ou negros


São sempre pés dignos de sua caminhada!
Dos pés bem calçados aos descalços
Deviam ser pés bem tratados,
Muito bem conservados.

Pés descalços que falam por si!

Fazem realçar em plástico moldado,


Por atilhos, tiras entre dedos
Bem se livram de enredos
Caminhando o dia inteiro
Por serem pés iluminados! Livres!
Pés de mensageiro! Com sua imagem de pobreza
Vingam outros em riqueza!
Fortes e fracos, mas são afirmados!

Ainda hoje coabitam entre nós Pés descalços que


falam por si!
(Pinhal Dias)
LIMA, P. C. Consulta de enfermagem na prevenção e tratamento da úlcera do pé
diabético em idosos: Instrumento para um serviço ambulatorial. 2023. 62f. (Dissertação)
Programa de Mestrado Profissional em Gerontologia - Centro de Ciências da Saúde,
Universidade Federal de Paraíba, João Pessoa, Paraíba, 2023.

RESUMO

Introdução: O aumento da incidência do Diabetes Mellitus vem acarretando consequências à


saúde pública devido às sequelas que podem causar na vida das pessoas acometidas. Muitos
indivíduos com diabetes perdem a sensibilidade e podem desenvolver deformidades nos pés
ocasionando o pé diabético. Objetivo: Elaborar um instrumento de consulta de enfermagem
para idosos com Diabetes Melittus na perspectiva da prevenção e tratamento da Úlcera de Pé
Diabético atendidos em um serviço ambulatorial, fundamentado na teoria do autocuidado de
Orem. Método: Trata-se de uma pesquisa metodológica, por enfocar o desenvolvimento de
ferramentas e métodos de pesquisa, com o objetivo de construir instrumentos sólidos,
confiáveis e precisos que possam ser empregados por outras pessoas. As etapas do estudo
compreenderam: revisão integrativa visando a identificação dos déficits de autocuidado em
idosos com Diabetes Mellitus e a elaboração do instrumento baseado nas evidências
científicas encontradas na literatura, com os principais déficits de autocuidado identificados
em idosos com Úlcera de Pé Diabético. A construção da revisão culminou na seleção de 38
artigos. A partir desses achados, foi apresentada uma síntese, com descrição dos principais
resultados e déficits de autocuidado conforme a teoria de autocuidado de Orem. Resultados:
A partir do levantamento realizado, identificou-se na literatura um baixo grau de
conhecimento dos profissionais de saúde sobre o tema e limitações quanto ao autocuidado do
indivíduo com pé diabético e em longo prazo, na pessoa idosa. Após a identificação dos
déficits de autocuidado, foi possível realizar a construção da primeira versão do instrumento
para a consulta, prevenção e tratamento da Úlcera do Pé Diabético em idosos em um serviço
ambulatorial do Hospital Universitário Lauro Wanderley. Conclusão: Com base na
elaboração do instrumento, pôde-se reafirmar a importância de se elaborar e implementar
ferramentas que possam sistematizar e qualificar a prática assistencial do enfermeiro no
contexto do autocuidado da pessoa idosa com Diabetes Mellitus.

Descritores: Pé Diabético. Autocuidado. Idoso.


LIMA, P. C. Nursing consultation in the prevention and treatment of diabetic foot ulcer
in the elderly: An instrument for an outpatient service. 2023. 62f. (Dissertation) Programa
de Mestrado Profissional em Gerontologia - Centro de Ciências da Saúde, Universidade
Federal de Paraíba, João Pessoa, Paraíba, 2023.

ABSTRACT

Introduction: The increase in the incidence of Diabetes Mellitus has had consequences for
public health due to the consequences that it can cause in the lives of affected people. Many
individuals with diabetes lose sensation and may develop foot deformities, leading to diabetic
foot. Objective: To elaborate a nursing consultation instrument for elderly people with
Diabetes Melittus in the perspective of the prevention and treatment of Diabetic Foot Ulcers
assisted in an outpatient service, based on Orem's theory of self-care. Method: This is a
methodological research, as it focuses on the development of research tools and methods, with
the aim of building solid, motivated and accurate instruments that can be used by other
people. The study stages included: an integrative review aimed at identifying self-care deficits
in elderly people with Diabetes Mellitus and the development of an instrument based on
scientific evidence found in the literature, with the main self-care deficits identified in elderly
people with Diabetic Foot Ulcers. The construction of the review culminated in the selection
of 38 articles. From these findings, a synthesis was presented, with a description of the main
results and self-care deficits according to Orem's self-care theory. Results: From the survey
carried out, it was identified in the literature a low level of knowledge of health professionals
on the subject and limitation regarding the self-care of the individual with diabetic foot and in
the long term, in the elderly. After identifying the self-care deficits, it was possible to
construct the first version of the instrument for the consultation, prevention and treatment of
Diabetic Foot Ulcers in the elderly in an outpatient service at the University Hospital Lauro
Wanderley. Conclusion: Based on the elaboration of the instrument, it was possible to
reaffirm the importance of elaborating and implementing tools that can systematize and
qualify the nursing care practice in the context of self-care of the elderly with Diabetes
Mellitus.

Descriptors: Diabetic Foot. Self-care. Aged.


L LIMA, P. C. Consulta de enfermería en la prevención y tratamiento de la úlcera del pie
diabético en el anciano: instrumento para un servicio ambulatorio. 2023. 62f.
(Disertación) Programa de Mestrado Profissional em Gerontologia - Centro de Ciências da
Saúde, Universidade Federal de Paraíba, João Pessoa, Paraíba, 2023.

RESUMEN

Introducción: El aumento de la incidencia de la Diabetes Mellitus ha tenido consecuencias


para la salud pública debido a las consecuencias que puede ocasionar en la vida de las
personas afectadas. Muchas personas con diabetes pierden la sensibilidad y pueden desarrollar
deformidades en los pies, lo que lleva al pie diabético. Objetivo: Elaborar un instrumento de
consulta de enfermería para ancianos con Diabetes Mellitus en la perspectiva de la prevención
y tratamiento de las Úlceras del Pie Diabético atendidos en un servicio de consulta externa,
basado en la teoría del autocuidado de Orem. Método: Esta es una investigación
metodológica, ya que se enfoca en el desarrollo de herramientas y métodos de investigación,
con el objetivo de construir instrumentos sólidos, motivados y precisos que puedan ser
utilizados por otras personas. Las etapas del estudio incluyeron: una revisión integradora
dirigida a identificar los déficits de autocuidado en ancianos con Diabetes Mellitus y la
elaboración de un instrumento basado en evidencias científicas encontradas en la literatura,
con los principales déficits de autocuidado identificados en ancianos con Pie Diabético
Úlceras. La construcción de la revisión culminó con la selección de 38 artículos. A partir de
estos hallazgos, se presentó una síntesis, con una descripción de los principales resultados y
déficits de autocuidado según la teoría del autocuidado de Orem. Resultados: A partir de la
encuesta realizada, se identificó en la literatura un bajo nivel de conocimiento de los
profesionales de salud sobre el tema y limitación en cuanto al autocuidado del individuo con
pie diabético ya largo plazo, en ancianos. Después de identificar los déficits de autocuidado,
fue posible construir la primera versión del instrumento para la consulta, prevención y
tratamiento de las Úlceras del Pie Diabético en ancianos en un servicio de consulta externa del
Hospital Universitario Lauro Wanderley. Conclusión: A partir de la elaboración del
instrumento, fue posible reafirmar la importancia de elaborar e implementar herramientas que
puedan sistematizar y calificar la práctica del cuidado de enfermería en el contexto del
autocuidado del anciano con Diabetes Mellitus.

Descriptores: Pie Diabético. Autocuidado. Envejecimiento.


LISTA DE ABREVIATURASE SIGLAS

BDENF Banco de dados em Enfermagem


BVS Biblioteca Virtual em Saúde
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
COFEN Conselho Federal de Enfermagem
DAOP Doença Arterial Obstrutiva Periférica
DCNT Doenças Crônicas Não Transmissíveis
DeCS Descritores em Ciências da Saúde
DENF Departamento de Enfermagem
DM Diabettes Melittus
EBSERH Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares
FDI Federação Internacional de Diabetes
HULW Hospital Universitário Lauro Wanderley
LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
MEDLINE Medical Literature Analysis and Retrieval Sys- tem on-line
RVC Razão de Validade de Conteúdo
SAE Sistematização da Assistência de Enfermagem
SBD Sociedade Brasileira de Diabetes
SCIELO Scientific Electronic Library Online
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFPB Universidade Federal da Paraíba
UPD Úlcera de pé diabético
VIGITEL Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ........................................................................................................... 13

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 15

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 20

2.1 ÚLCERA DE PÉ DIABÉTICO (UPD) EM IDOSOS ................................................... 20

2.2 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ................................ 21

2.3 TEORIA DO AUTOCUIDADO DE OREM .................................................................. 23

2.4 EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS ........................................................................................ 25

3 MÉTODO .......................................................................................................................... 29

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 33

4.1 RESULTADOS E DISCUSSÃO CENTRADOS NA PESQUISA................................ 33

4.2 ABORDAGEM SOBRE O PRODUTO .......................................................................... 35

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 48

REFERÊNCIAS........................................................................................................................... 50
13

APRESENTAÇÃO

Esta dissertação se insere na linha de pesquisa “Envelhecimento e tecnologias


inovadoras para o cuidado à pessoa idosa” do Mestrado Profissional em Gerontologia da
Universidade Federal da Paraíba (UFPB), vinculado ao laboratório de estudos e pesquisas
sobre Saúde, Envelhecimento e Representações Sociais (LASES), do Programa de Mestrado
Profissional em Gerontologia (PMPG), da referida Universidade. Foi viabilizada com o apoio
da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES), em
parceria com o Conselho Federal da Enfermagem (COFEN) através do Projeto “Formação de
recursos humanos para a assistência de enfermagem na área de gerontologia” do Programa de
Pós-graduação em Gerontologia (PMPG).
A temática discutida neste estudo partiu de minha vivência profissional como
enfermeira; a arte do cuidar me fascinou desde muito cedo. A escolha por esta profissão
ocorreu devido à admiração de minha mãe a uma vizinha nossa que era enfermeira e exemplo
de dedicação e ao mesmo tempo de mulher de sucesso na carreira profissional.
Em 2005, me graduei em enfermagem na Escola Santa Emília de Rodat, e iniciei
minha trajetória profissional no programa de saúde da família, onde realizei atendimento a
inúmeras pessoas portadoras de Diabettes Mellitus (DM) que apresentavam todo o impacto
que essa doença pode trazer nas suas vidas. Em seguida, ingressei na rede hospitalar pública
ao integrar a Comissão de Pele, período durante o qual participei de uma pesquisa clínica com
diabéticos com UPD no Hospital Universitário Lauro Wanderley que propiciou a observação
do número significativo de pacientes que apresentam Úlceras nos Pés e na grande maioria
idosos com forte impacto na sua capacidade funcional e qualidade de vida, especialmente na
convivência com ferimentos de difícil cicatrização que redundaram, não raro, em amputações.
Nessa perspectiva, surgiu-se o interesse em buscar beneficiar a população atendida no
serviço ambulatorial de endocrinologia do HULW através da elaboração de um instrumento de
consulta de enfermagem, que sirva como ferramenta padrão no prontuário dos pacientes
diabéticos para guiar a assistência de enfermagem assim como os principais diagnósticos para
traçar um plano individualizado de cuidados, escolheu-se a Teoria de Orem para fundamentar
o instrumento.
Diante do exposto, para alcançar os objetivos propostos esse estudo, ele foi composto
por cinco partes: A primeira, a introdução, refere-se à apresentação do objeto de estudo, ao
abordar o problema a ser trabalhado bem como a justificativa que motivou a análise
empreendida. Na segunda parte, é dada a fundamentação teórica. A terceira parte envolve o
14

percurso metodológico e traz informações como: o tipo e o local do estudo, a população e a


amostra, o posicionamento ético da pesquisadora e as estratégias de ação. Na quarta parte, são
apresentados os resultados alcançados a partir da revisão integrativa e do instrumento
elaborado. Na última parte, são apresentadas as considerações finais nas quais foram expostos
os conhecimentos adquiridos e a importância do estudo para otimizar a assistência de
enfermagem ao idoso portador de DM.
15

1 INTRODUÇÃO

Desde a segunda metade do século XX, o Brasil vivencia uma transição demográfica e
epidemiológica como consequência do rápido envelhecimento da população, da urbanização e
do estilo de vida com a dieta inadequada, o sedentarismo, e o consumo de tabaco e álcool.
Tais fatores contribuem para o crescimento expressivo das Doenças Crônicas Não
Transmissíveis (DCNT), que são as principais causas de morte no mundo e têm gerado
diminuição da qualidade de vida, além de inúmeras limitações, incapacidades, fortes impactos
financeiros e familiares para a sociedade como um todo. Dentre as DCNT, o Diabettes
Melittus (DM) destaca-se como um grave problema de saúde pública devido a sua crescente
ascensão e às elevadas taxas de morbimortalidade (MIRANDA, MENDES, SILVA, 2016).
A Federação Internacional de Diabetes (FDI) estimou, em 2017, que 8,8% da
população mundial com 20 a 79 anos de idade, ou seja, 424,9 milhões de pessoas com essa
condição. Se as tendências persistirem, o número de diabéticos foi projetado para ser superior
a 628,6 milhões em 2045. Cerca de 79% situam-se em países em desenvolvimento, nos quais
deverá ser majorado os casos de diabetes nas próximas décadas. No Brasil, as estatísticas são
extremamente preocupantes, pois, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD),
atualmente, 12 milhões de indivíduos apresentam essa doença (FDI, 2017; SBD, 2019).
Esse aumento ocorreu principalmente nas faixas etárias mais altas, sendo um problema
ainda maior entre os idosos, pela morbidade e por ser um dos principais fatores de risco
cardiovascular e cerebrovascular (MENDES et al., 2011). A estimativa é que em 2025
existirão cerca de 34 milhões de idosos, o que representa 15% da população total (VIEIRA et
al., 2015).
Em inquérito telefônico realizado em 2018 pela Vigilância de Fatores de Risco e
Proteção para Doenças Crônicas (Vigitel), identificou-se que o DM aumenta de acordo com a
idade da população, uma vez que 23,1% dos brasileiros com mais de 65 anos referiram a
doença, um índice bem maior do que o observado entre as pessoas que estão na faixa etária
entre 18 e 24 anos, das quais 0,8% são pessoas com DM (BRASIL, 2019).
Estudos mostram que o DM acomete 18% dos idosos e que 50% das pessoas com DM
tipo 2 têm mais de 60 anos de idade. Além disso, o diabetes nesta população está relacionado
a um maior risco de morte prematura por conta da associação com outras comorbidades e
grandes síndromes geriátricas (MARQUES et al., 2019).
Idosos com DM têm duas vezes mais riscos de desenvolver demência. A disfunção
cognitiva dificulta aos pacientes o desempenho das tarefas de autocuidado, como o controle
16

da glicemia capilar, administração de doses de insulina e adoção de dieta apropriada. Além


disso, o envelhecimento cerebral, os problemas osteoarticulares e a presença de catarata
associada à retinopatia diabética, podem impactar de forma negativa nas atividades de
autocuidado e somatizar a ocorrência do pé diabético nessa população (ADA, 2019).
O termo “Diabetes Mellitus” (DM) refere-se a um transtorno metabólico de etiologias
heterogêneas, caracterizado por hiperglicemia e distúrbios no metabolismo de carboidratos,
proteínas e gorduras, resultantes de defeitos da secreção e/ou da ação da insulina
(BRASIL,2013). A hiperglicemia crônica resulta em complicações em longo prazo, com
disfunção em diferentes órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, coração e vasos sanguíneos
(SBD, 2019).
A neuropatia diabética é a consequência mais frequente; as úlceras e amputações estão
entre os problemas mais graves desta doença. Estimativas apontam que entre 15 e 25% dessas
pessoas podem desenvolver úlceras no pé durante a vida. A prevalência desses casos está
entre 1,3 a 12% (FORMIGA et al., 2020). As úlceras pediosas são as complicações mais
comuns e são responsáveis por 85% das amputações, tornando-se infectadas em 50% dos
casos. Porém, podem ser evitadas em 85% dos casos, se estratégias de prevenção forem
implementadas (SBD, 2019).
Os fatores mais importantes relacionados ao desenvolvimento de úlceras são a
neuropatia periférica, traumas superficiais e deformidades no pé. Muitos indivíduos com DM
perdem a sensibilidade, podem desenvolver deformidades e não percebem traumas
superficiais repetitivos ou rachaduras na pele ou danos nos pés. O pé diabético representa um
problema econômico significativo, particularmente se a amputação resulta em hospitalização
prolongada, reabilitação e uma grande necessidade de cuidados domiciliares e de serviços
sociais. Devem ser considerados também os custos indiretos, devido à perda de produtividade
dos pacientes, aos custos individuais e à perda da qualidade de vida (BRASIL, 2019).
O pé diabético é a infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos profundos
associados com anormalidades neurológicas e vários graus de doença vascular periférica no
membro inferior. Pode ser prevenido por inspeção regular dos pés, acesso aos cuidados
especializados e calçados adequados. Calçados que são impróprios, novos e de uso apenas
recente, ou a falta de calçados são os principais traumas causadores de úlceras nos pés.
Entretanto, mesmo nos dias atuais, a maioria dos pacientes diabéticos não recebe inspeção
nem cuidados regulares (BRASIL, 2019).
Nesse contexto, a enfermagem é uma profissão diretamente relacionada ao cuidado,
de modo que as intervenções educacionais realizadas pelo enfermeiro estimulam a prática de
17

autocuidado, tornando o sujeito protagonista da promoção da sua própria saúde e reabilitação


(MELO et al., 2020). Assim, o enfermeiro atua no estímulo e na orientação para prevenção
bem como no cuidado aos agravos à saúde, visando uma melhoria na qualidade de vida do
indivíduo (SANTOS; NÓBREGA; SILVA; BITTENCOURT, 2018).
A consulta de enfermagem deve ser realizada visando identificar com precisão as
pessoas com DM que apresentam risco de ulceração. Desse modo, a avaliação detalhada dos
pés é uma etapa primordial no rastreamento de risco de complicações nesta área do corpo.
Durante a consulta, o enfermeiro deve identificar, por meio de rigorosa inspeção e palpação,
as alterações dermatológicas, músculo esqueléticas, vasculares e neurológicas (LIRA et al.,
2020).
Nessa perspectiva, convém destacar que, por meio da Sistematização da Assistência de
Enfermagem (SAE), os profissionais orientam seu trabalho quanto ao método, pessoal e
instrumentos, tornando possível a operacionalização do Processo de Enfermagem (PE);
regulamentados pela Resolução nº 358/2009 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN,
2009).
A utilização de sistemas de classificação para a prática profissional que auxiliem na
descrição e na comunicação das atividades e que, assim, caracterizam a linguagem
padronizada, evidencia a contribuição da enfermagem na assistência à saúde dos indivíduos e
aumenta a visibilidade e o reconhecimento profissional, devendo assim, ser realizada em
todos os ambientes em que ocorre o cuidado de enfermagem (COFEN, 2009).
Com base nesta Resolução, entende-se que as teorias de enfermagem fundamentam o
cuidado em saúde e fazem parte da construção da profissão como ciência e arte, cujas
finalidades são de auxiliar na reflexão dos problemas identificados na prática profissional,
visando subsidiar a aplicação do PE orientando a coleta de dados, o estabelecimento de
diagnósticos de enfermagem, o planejamento das intervenções de enfermagem, fornecendo a
base para a avaliação dos resultados de enfermagem alcançados, ressaltando a importância das
teorias de enfermagem em todas as etapas da prática assistencial (MOREIRA; DIAS;
FERNANDES, 2017).
Dentre os modelos e teorias de enfermagem que abordam os cuidados em pessoas
vivendo com DM, destaca-se, na literatura, o uso da Teoria do Autocuidado de Orem. Este
modelo teórico pode ser recomendado como um instrumento para auxiliar o enfermeiro a
promover a prática do cuidado (HERNANDÉZ; PACHECO; SÁNCHEZ, 2019).
O termo “autocuidado” – segundo a Teoria de Orem, como é também conhecida –
apresenta como conceito básico afeto à prática de atividades executadas pelo próprio
18

indivíduo, em seu benefício, para a manutenção da vida, da saúde e do bem-estar. Nessa


teoria, a enfermagem tem a ação assistencial voltada para satisfazer as necessidades do
indivíduo quando ele for incapaz. Assim, o autocuidado representa um comportamento
voluntário, influenciado por fatores pessoais, ambientais e socioculturais, sendo assimilado
nas interações humanas por meio da comunicação. Bons hábitos saudáveis são indispensáveis
na manutenção da saúde. Mas a habilidade para mudar velhos hábitos e adquirir novos
conhecimentos pode ser essencial (OREM, 1995).
Nesse sentido, a motivação para a escolha da temática surgiu da prática profissional de
enfermagem na Comissão de Pele e participação em pesquisa clínica com diabéticos com
úlcera de pé diabético (UPD) no Hospital Universitário Lauro Wanderley. Durante a vivência
neste setor, foi possível integrar um estudo clínico, multicêntrico, realizado no ambulatório de
endocrinologia, onde foram captados idosos com UPD, o que propiciou a observação de um
número significativo de pacientes idosos que apresentavam este problema, juntamente com
perdas da capacidade funcional, geradoras de forte impacto na qualidade de vida, além da
convivência com ferimentos de difícil cicatrização e amputações.
A escolha do tema deu-se por meio de observações nas consultas com os pacientes
diabéticos em que se evidenciou a inexistência de instrumentos destinados ao registro nos
prontuários sobre avaliação dos pés dos diabéticos, com detalhes da situação atual, o que
dificultava o acompanhamento dos pacientes com relação à continuidade. Identificava-se, nas
consultas de enfermagem, a carência de algum recurso, que seria a necessidade da ferramenta
padrão no prontuário dos pacientes diabéticos para guiar a anamnese, o exame físico, a
estratificação de risco, assim como principais diagnósticos para traçar um plano
individualizado de cuidados, com foco no estímulo ao autocuidado baseado na Teoria de
Orem.
Deste modo, torna-se relevante a implantação de instrumentos e tecnologias
assistenciais que auxiliem os enfermeiros na adoção de medidas de prevenção e promoção do
autocuidado de idosos portadores de DM que contribuam para o autocuidado e minimizem as
complicações relacionadas ao pé diabético. Assim, o presente estudo foi norteado pelo
seguinte questionamento: Como elaborar um instrumento destinado à consulta de enfermagem
com idosos acometidos por DM a partir dos déficits de autocuidado, na perspectiva da
prevenção e tratamento da Úlcera de Pé Diabético (UPD) em um serviço ambulatorial?
Neste contexto, o objetivo geral estabelecido para este estudo foi elaborar um
instrumento de consulta de enfermagem para idosos com Diabetes Melittus na perspectiva da
prevenção e tratamento de Úlcera de Pé Diabético (UPD) atendidos em um serviço
19

ambulatorial, fundamentado na teoria do autocuidado de Orem. E como objetivos específicos,


estabeleceram-se os seguintes: Identificar os déficits de autocuidado encontrados na literatura,
sob o enfoque da Teoria do Autocuidado de Orem e Estruturar um instrumento para a consulta
de enfermagem com idosos acometidos por UPD em um serviço ambulatorial, a partir dos
déficits de autocuidado identificados.
20

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 ÚLCERA DE PÉ DIABÉTICO (UPD) EM IDOSOS

Dentre as complicações crônicas do DM, as úlceras de pés (também conhecido como


pé diabético) e a amputação de extremidades são consideradas as consequências mais graves e
de maior impacto socioeconômico. As úlceras nos pés apresentam uma incidência anual de
2%, tendo a pessoa com DM um risco de 25% para desenvolvê-las ao longo da vida
(BOULTON, 2008).
Em se tratando de pessoas com DM, o risco de desenvolver complicações crônicas
graves é muitas vezes superior ao de pessoas sem diabetes – 30 vezes para cegueira, 40 vezes
para amputações de membros inferiores, 2 a 5 vezes para Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
e 2 a 3 vezes para Acidente Vascular Encefálico (AVC), apesar de a patogenia dessas
complicações ainda não ser totalmente esclarecida. A duração do DM é um fator de risco
importante, mas outros fatores como hipertensão arterial, fumo e colesterol elevado interagem
com a hiperglicemia, determinando os cursos clínicos da micro e da macroangiopatia
(DONNELLY et al., 2000).
Estudos estimam que a complicação representada pela UPD é responsável por
percentuais entre 40% e 70% das amputações não traumáticas de membros inferiores.
Aproximadamente 20% das internações de indivíduos com DM ocorrem por lesões nos
membros inferiores e 85% das amputações de membros inferiores no DM são precedidas de
ulcerações, sendo que os principais fatores associados são a neuropatia periférica,
deformidades no pé e os traumatismos (BRASIL, 2019).
O pé diabético possui, portanto, etiologia frequentemente multifatorial e tem, entre os
seus fatores desencadeantes, a neuropatia sensório-motora e autonômica, a doença vascular
periférica e a infecção. A neuropatia é o principal fator de risco, pois leva a um déficit da
propriocepção e a deformações articulares do pé (BOULTON, 2008).
Várias condições contribuem para a ulceração nos pés da pessoa com DM, das quais a
neuropatia geralmente é o evento inicial mais importante, levando à formação de úlceras
(SINGH; ARMSTRONS; LIPSKY, 2005). Além da neuropatia, a pressão plantar excessiva e
o trauma repetitivo também são causas de úlcera nos pés. As úlceras no pé da pessoa com DM
podem ter um componente isquêmico, neuropático ou misto (WU et al., 2007).
As lesões do pé diabético frequentemente resultam de uma combinação entre dois ou
mais fatores de risco ocorrendo concomitantemente, destacando-se algumas: amputação
21

prévia, úlcera nos pés no passado, neuropatia periférica, deformidade nos pés, doença
vascular periférica, nefropatia diabética (especialmente em diálise), mau controle glicêmico e
tabagismo (BOULTON et al., 2008).
Na neuropatia diabética periférica, todas as fibras, sensitivas, motoras e autonômicas
são afetadas. A neuropatia sensitiva está associada à perda da sensibilidade dolorosa,
percepção da pressão, temperatura e da propriocepção. Devido à perda dessas modalidades, os
estímulos para percepção de ferimentos ou traumas estão diminuídos ou nem são perceptíveis,
o que pode resultar em ulceração. Geralmente, admite-se que a neuropatia motora acarrete
atrofia e enfraquecimento dos músculos intrínsecos do pé, resultando em deformidades, em
flexão dos dedos e em um padrão anormal da marcha. As deformidades resultarão em áreas de
maior pressão, como, por exemplo, sob as cabeças dos metatarsos e dos dedos (BRASIL,
2019).
A neuropatia autonômica conduz à redução ou à total ausência da secreção sudorípara,
levando ao ressecamento da pele, com rachaduras e fissuras. Além disso, há um aumento do
fluxo sanguíneo por meio dos shunts arteriovenosos, resultando em um pé quente, algumas
vezes edematoso, com distensão das veias dorsais (BRASIL, 2019).
A disfunção cognitiva e demência são mais frequentes em idosos com DM, fato que
dificulta, aos pacientes, o desempenho das tarefas de autocuidado, como o controle da
glicemia capilar, administração de doses de insulina e adoção de dieta apropriada. Além disso,
o envelhecimento cerebral, problemas osteoarticulares e a presença de catarata associada à
retinopatia diabética, podem impactar de forma negativa nas atividades de autocuidado e
somatizar a ocorrência do pé diabético nessa população (ADA, 2019).

2.2 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

A Sistematização da Assistência de Enfermagem se caracteriza pelo desenvolvimento


de uma metodologia na prática do enfermeiro para organizar e sistematizar o cuidado, com o
objetivo de efetivar o Processo de Enfermagem – instrumento metodológico que norteia o
cuidado profissional de enfermagem, baseado em teorias de enfermagem e na racionalidade
do processo de cuidar, sendo ainda a documentação efetiva da prática profissional. Segundo a
Resolução 358/2009, que dispõe sobre a SAE, quando os cuidados profissionais de
enfermagem forem prestados em instituições prestadoras de serviços ambulatoriais de saúde,
domicílios, escolas e associações comunitárias, devem ser considerados como consultas de
enfermagem (COFEN, 2009).
22

Convém destacar a Resolução COFEN Nº 159/93, que dispõe sobre a Consulta de


Enfermagem (CE), e a destaca como atividade privativa do Enfermeiro, indica que o
profissional utiliza componentes do método científico para identificar situações de
saúde/doença, prescrever e implementar medidas de Enfermagem que contribuam para a
promoção, prevenção, proteção da saúde, recuperação e reabilitação do indivíduo, família e
comunidade, tendo sua institucionalização como um processo da prática de Enfermagem na
perspectiva da concretização de um modelo assistencial adequado às condições das
necessidades de saúde da população (COFEN, 1993).
Truppel et al. (2009) consideram que a SAE é, privativamente, uma metodologia do
processo de trabalho do enfermeiro e que ela favorece o desenvolvimento de ações que
modificam o estado do processo de vida e de saúde/doença dos indivíduos, permitindo que se
alcancem resultados pelos quais o enfermeiro é responsável. É oportuno destacar a
preocupação das instituições formadoras e das entidades de classe no que tange à capacitação
dos profissionais de enfermagem para que promovam uma assistência individualizada e
sistematizada, oportunizando avanços na sua qualidade.
Assim, recomenda-se que toda pessoa com DM realize o exame dos pés anualmente,
identificando fatores de risco para úlcera e amputação (AMERICAN DIABETES
ASSOCIATION, 2013).
A consulta de acompanhamento de pessoas com DM deverá incluir uma rotina
sistemática de avaliação da sensibilidade protetora e da integridade dos pés com vistas a
prevenir danos, seguindo as etapas que envolvem a anamnese e o exame clínico utilizando
testes neurológicos, articulares e vasculares simples, de baixo custo e de boa sensibilidade
(BOULTON, 2008).
A anamnese deve envolver as seguintes investigações: 1) Fatores de risco: idade; sexo;
peso; altura; tempo de doença; sedentarismo; fumo; álcool; dificuldade visual; dislipidemia e
tipo de calçados devem ser pesquisados; 2) História pregressa de ulcerações e/ou amputações
de membro inferior; 3) História de outras complicações do diabetes: nefropatia e retinopatia.
O exame clínico deve considerar: 1) Deambulação; 2) Remoção de calçados e meias;
3) Avaliação dos pés: aspecto (cor normal ou cianótico, pálido, róseo), temperatura (frio,
quente, normal), pele (pés hidratados, ressecados com rachaduras, calos), unhas (micose ou
espessadas), dedos (em garras ou martelo, atrofia interóssea), região interdigital, região
plantar, calcanhar e dorso; 4) Palpação de pulsos: dorsal do pé (linha média entre o 1º e 2º
artelhos ± 4 cm acima), tibial posterior (atrás do maléolo medial); 5) Avaliação de pelos
(normais ou ausentes); 6) Presença de edema (nefropatia, doença cardíaca, neuroartropatia de
23

Charcot ou medicamentosa) e 7) Deformidades (dedos em garra, amputações prévias ou


neuroartropatia de Charcot) (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2010).
O segundo passo é o exame físico minucioso dos pés que didaticamente pode ser
dividido em quatro etapas: avaliação da pele; avaliação musculoesquelética; avaliação
vascular e avaliação neurológica (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2010).
As deformidades mais comuns aumentam as pressões plantares, causam ruptura da
pele e incluem a hiperextensão da articulação metarsofalangeana com flexão das
interfalangeanas (dedo em garra) ou extensão da interfalangeana distal (dedo em martelo)
(BOULTON et al., 2008).

2.3 TEORIA DO AUTOCUIDADO DE OREM

Toda a área do conhecimento para se caracterizar como ciência precisa ser regida por
teorias. Com a enfermagem não foi diferente, visto que ela só conseguiu se consolidar como
ciência e arte porque produziu uma linguagem específica que atribuiu significado aos
elementos fundamentais da profissão. Esta linguagem específica pode ser representada pelas
teorias de enfermagem, que têm o objetivo maior de definir, caracterizar e
explicar/compreender/interpretar, a partir da seleção e inter-relação conceitual, os fenômenos
que configuram domínio de interesse da profissão (ALCÂNTARA et al., 2011).
O autocuidado, um pequeno conceito introduzido por Dorothea Elizabeth Orem em
1969, trata-se de uma atividade aprendida por indivíduos, orientada para um objetivo. Um
comportamento que existe em situações concretas de vida, dirigido por pessoas sobre nós
mesmos, para os outros ou para o meio ambiente, para regular os fatores que afetam o seu
próprio desenvolvimento e funcionamento em benefício da sua vida, saúde ou bem ser. O
modelo de autocuidado é composto de três teorias inter-relacionadas: Teoria do autocuidado;
Teoria do déficit de autocuidado e Teoria dos sistemas de enfermagem. Também são três os
requisitos de autocuidado apresentados por Orem: universais; de desenvolvimento e de desvio
de saúde (OREM, 1995).
Para Orem (1995), existem fatores condicionantes básicos internos ou externos ao
indivíduo que afetam sua capacidade de cuidar do próprio cuidado. Eles também afetam o tipo
e a quantidade de autocuidado necessários, sendo chamados de fatores condicionantes
básicos. Assim, Orem (1995) identificou dez variáveis agrupadas neste conceito: idade; sexo;
estado de desenvolvimento; estado de saúde; orientação sociocultural; fatores do sistema de
saúde; fatores do sistema familiar; padrão de vida; fatores ambientais; disponibilidade e
24

adequação de recursos. Eles podem ser selecionados para os fins específicos de cada estudo
em particular, uma vez que, de acordo com seus pressupostos, devem estar relacionados com
o fenômeno de interesse a ser investigado (OREM, 1996).
A teoria geral do déficit de autocuidado é uma relação entre a demanda por
autocuidado terapêutico e autocuidado das propriedades humanas em que as habilidades
desenvolvidas para o autocuidado que constituem ação, não são adequadas para identificar e
responder a demanda existente ou prevista de autocuidado terapêutico. Nesta situação, uma
pessoa pode precisar de ajuda que pode advir de muitas fontes, incluindo de intervenções de
familiares, amigos e profissionais de enfermagem (HERNÁNDEZ; PACHECO; SANCHÉZ,
2017).
Orem (1995) estabelece também a existência de três tipos de sistema de enfermagem.
Os elementos básicos que constituem um sistema de enfermagem são: a enfermeira; o
paciente ou grupo de pessoas e os eventos que ocorreram, incluindo interações com familiares
e amigos.
Os sistemas de enfermagem têm vários atributos em comum, notadamente: os
relacionamentos de enfermagem que precisam ser claramente estabelecidos; as funções gerais
e específicas da enfermeira, do paciente e de outras pessoas importantes que devem ser
determinadas, ou seja, o escopo da responsabilidade da enfermagem precisa ser determinado;
a ação específica a ser realizada deve ser formulada para atender às necessidades específicas
de cuidados de saúde; a ação necessária para regular a capacidade de autocuidado para
atender às futuras demandas de autocuidado (OREM, 1995).
De acordo com Hernández; Pacheco e Sanchéz (2017), existem três tipos de sistema
de enfermagem: 1) Sistema totalmente compensatório: é o tipo de sistema necessário quando
o enfermeiro desempenha a função compensatória principal para o paciente. Trata-se daquele
no qual o enfermeiro encarrega-se de atender aos requisitos universais de autocuidado do
paciente até que ele possa retomar seus cuidados ou quando tenha aprendido a se adaptar a
qualquer deficiência; 2) Sistema parcialmente compensatório: este sistema de enfermagem
não requer a mesma amplitude ou intensidade de intervenção de enfermagem que o sistema
totalmente compensatório. O enfermeiro atua de forma compensatória, mas o paciente está
muito mais envolvido no próprio cuidado em termos de tomada de decisão e ação e 3)
Sistema de apoio educacional: Este sistema de enfermagem é adequado para o paciente que é
capaz de realizar as ações necessárias ao autocuidado e pode aprender a se adaptar a novas
situações, mas atualmente precisa do auxílio da enfermagem, às vezes isso pode significar
25

simplesmente alertá-lo. A atuação do enfermeiro limita-se a auxiliar na tomada de decisões e


na comunicação de conhecimentos e habilidades.

2.4 EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS ENVOLVENDO OS DÉFICITS DE


AUTOCUIDADO NA PESSOA IDOSA COM DM

Conforme apresentado em um dos objetivos específicos, construiu-se uma revisão


integrativa com o objetivo de identificar os déficits de autocuidado na pessoa idosa com DM
encontrados na literatura, sob o enfoque da Teoria do Autocuidado de Orem.
Na etapa de buscas nas bases de dados, foram identificados 245 estudos que
abordavam a temática de autocuidado com os pés de idosos com DM, os quais foram
analisados segundo as etapas metodológicas. Destes, 101 foram selecionados para leitura na
íntegra, de modo que a amostra desta revisão foi composta por 38 estudos.

Figura 1 – Fluxograma descritor dos resultados obtidos a partir da estratégia de busca, conforme a estratégia
PRISMA.

Na primeira etapa foram


identificados 424 artigos
Identificação

Registros duplicados removidos


(n = 179)

Registros selecionados Exclusão na 2ª Triagem


(n =245) (n=101)
Triagem

Relatórios avaliados para Critérios de Inclusão: Estudo


elegibilidade publicado na modalidade artigo
(n = 39) científico (original); disponível
em texto completo; ter sido
publicado entre os anos de 2012
a 2022; e apresentar seguintes
descritores no resumo: Pé
Diabético, autocuidado e idoso.
Estudos incluídos na revisão
Incluído

(n = 38)

Fonte: Dados da pesquisa (2022).

Na Figura 01, é apresentado um panorama geral dos artigos avaliados. As publicações


ocorreram no período de 2012 a 2022, sendo que prevaleceram os artigos publicados nos anos
26

de 2014 e 2020, sendo 7 (18,9%) publicados em cada ano. Quanto à nacionalidade, o país
com maior percentual de artigos sobre o tema foi o Brasil, num total de 7 (18,9%).
A análise dos estudos que compuseram a amostra da revisão possibilitou identificar
diversificadas formas de métodos de pesquisa, sendo que foram mais utilizados os métodos
descritivos e exploratório transversal (nível de evidência VI). Apenas dois artigos foram
estudos randomizados com nível II de evidência.
O nível de evidência de 29 (78,4%) dos artigos que compuseram a amostra desta
revisão integrativa foi classificado como fracos (nota seis), com exceção daqueles que
trouxeram ensaios clínicos, sendo que os estudos A2 e A14 foram classificados com nível de
evidência II e A26 e A38 com nível III (Quadro 01).

Quadro 01: Distribuição dos artigos de acordo com o título, ano e país, nível de evidência e delineamento
metodológico. João Pessoa, PB, Brasil, 2022. (Continua...)
ARTIGO ANO E NÍVEL DE DELINEAMENTO
PAÍS EVIDÊNCIA METODOLÓGICO
A1 Autocuidado de los pies en pacientes 2020 Estudo descritivo
VI
diabéticos Cuba transversal
A2 Relationships of health literacy to self-care
2018 Desenho exploratório
behaviors in people with diabetes aged 60 and VI
Korea transversal
above: empowerment as a mediator
A3 “The effects of self-efficacy enhancing
program on foot self-care behaviour of older
2018 Estudo controlado
adults with diabetes: a randomised controlled II
Malásia randomizado
trial in elderly care facility, Peninsular
Malaysia”
A4 Diabetic foot disease, self-care and clinical
monitoring in adults with type 2 Diabetes: the 2015 Estudo de coorte
IV
Alberta's Caring for Diabetes (ABCD) cohort Canadá prospectivo
study
A5 Evaluation of diabetic foot screening in Estudo multicêntrico,
2014
Primary Care VI epidemiológico
Espanha
transversal
A6 Capacidades y actividades en el 2014 Estudo quantitativo,
VI
autocuidado del paciente con pie diabético Peru descritivo transversal
A7 Association between Foot Care Knowledge
2019 Estudo exploratório
and Practices among African Americans with VI
EUA de campo
Type 2 Diabetes: An Exploratory Pilot Study
A8 The role of foot self-care behavior on
2014 Estudo longitudinal
developing foot ulcers in diabetic patients with VI
Taiwan prospectivo
peripheral neuropathy: a prospective study
A9 Impact of action cues, self-efficacy and
perceived barriers on daily foot exam practice 2012
VI Estudo transversal
in type 2 diabetes mellitus patients with Taiwan
peripheral neuropathy
A10 Relation between causes of Estudo descritivo de
2020
hospitalization and self-care in older adults VI abordagem
Chile
with diabetes mellitus quantitativa
A11 A cohort study of diabetic patients and 2015
IV Estudo de coorte
diabetic foot ulceration patients in China China
27

Quadro 01: Distribuição dos artigos de acordo com o título, ano e país, nível de evidência e delineamento
metodológico. João Pessoa, PB, Brasil, 2022. (...Continuação)
ANO E NÍVEL DE DELINEAMENTO
ARTIGO
PAÍS EVIDÊNCIA METODOLÓGICO
A12 Foot Care Education Among Patients With
2020 Estudo quantitativo
Diabetes Mellitus in China: A Cross-sectional
China VI transversal.
Study
A13 An Investigation of Diabetes Knowledge
Levels Between Newly Diagnosed Type 2 2016
VI Estudo transversal
Diabetes Patients in Galway, Ireland and New Irlanda
York, USA: A Cross-Sectional Study
A14 Efeito do grupo operativo no ensino do
2020 Ensaio clínico
autocuidado com os pés de diabéticos: ensaio II
Brasil randomizado
clínico randomizado
A15 Development, validation and
psychometric analysis of the diabetic foot self- 2015 Estudo de validação
VI
care questionnaire of the University of Malaga, Espanha transversal
Spain (DFSQ-UMA)
A16 Evaluation of diabetic foot screening in Estudo multicêntrico,
2014
Primary Care VI epidemiológico e
Espanha
transversal
A17 Actividades de prevención y factores de 2014 Estudo descritivo
VI
riesgo en diabetes mellitus y pie diabético Colômbia transversal
A18 Knowledge, attitudes and practices for the 2014
VI Estudo transversal
prevention of diabetic foot Brasil
A19 Quality of Life in Diabetic Foot Ulcer:
Associated Factors and the Impact of 2020
VI Estudo transversal
Anxiety/Depression and Adherence to Self- Grécia
Care
A20 Conhecimentos e práticas para a 2019 Estudo descritivo e
VI
prevenção do pé diabético Colômbia transversal
A21 Conocimientos sobre factores de riesgos y
2021 Estudo descritivo
medidas de autocuidado en pacientes con
Cuba VI transversal
diabetes mellitus tipo 2 con úlcera neuropática
A22 Differences in foot self-care and lifestyle
2016
between men and women with diabetes VI Estudo transversal
Brasil
mellitus
A23 Locus de controle da saúde, imagem
2017 Estudo descritivo,
corporal e autoimagem em indivíduos VI
Brasil analítico controlado
diabéticos com pés ulcerados
A24 Foot self-care behavior and its predictors 2020
VI Estudo transversal
in diabetic patients in Indonesia Indonésia
A25 A self-efficacy education programme on
foot self-care behaviour among older patients Estudo pré-
2017
with diabetes in a public long-term care III experimental e pós-
Malaysia
institution, Malaysia: a Quasi-experimental quase experimental
Pilot Study
A26 Importance of factors determining the low
2013
health-related quality of life in people
Europa VI Estudo transversal
presenting with a diabetic foot ulcer: the
(10 países)
Eurodiale study
A27 Promoção da saúde de pessoas com
2016 Estudo de método
diabetes mellitus no cuidado educativo VI
Brasil misto
preventivo do pé-diabético
A28 Quality of Foot Care Among Patients
2020
With Diabetes: A Study Using a Polish Version
United VI Estudo transversal
of the Diabetes Foot Disease and Foot Care
States
Questionnaire
28

Quadro 01: Distribuição dos artigos de acordo com o título, ano e país, nível de evidência e delineamento
metodológico. João Pessoa, PB, Brasil, 2022. (Conclusão.)
Artigo NÍVEL DE DELINEAMENTO
Ano e país
EVIDÊNCIA METODOLÓGICO
A29 Illness beliefs predict self-care behaviours 2014
Estudo de coorte
in patients with diabetic foot ulcers: a Reino VI
prospectivo
prospective study Unido
A30 The investigation of demographic
characteristics and the health-related quality of 2012
IV Estudo transversal
life in patients with diabetic foot ulcers at first China
presentation
A31 People with diabetes foot complications
2018 Estudo de coorte
do not recall their foot education: a cohort IV
Austrália prospectivo
study
A32 Self-efficacy of foot care behaviour of 2017
VI Estudo transversal
elderly patients with diabetes Malásia
A34 Avaliação do pé nos portadores de Estudo transversal de
2021
diabetes melitus VI abordagem
Brasil
quantitativa
A34 Factors associated with foot ulcer self-
2019
management behaviours among hospitalised IV Estudo transversal
Taiwan
patients with diabetes
A35 Evaluation of Knowledge Levels About
2021
Diabetes Foot Care and Self-Care Activities in VI Estudo descritivo
Turquia
Diabetic Individuals
A36 The influence of beliefs about health and Estudo exploratório
2013
illness on foot care in ugandan persons with VI com amostra
Uganda
diabetic foot ulcers consecutiva
A37 Effect of intensive nursing education on
the prevention of diabetic foot ulceration 2014 Estudo experimental
III
among patients with high-risk diabetic foot: a China não-controlado
follow-up analysis
A38 Factors associated with foot ulceration of
2017
people with diabetes mellitus living in rural VI Estudo transversal
Brasil
áreas
Fonte: Dados da pesquisa (2022).
29

3 MÉTODO

3.1 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de uma pesquisa metodológica, por enfocar o desenvolvimento, a avaliação


de ferramentas e os métodos de pesquisa com o objetivo de construir instrumentos sólidos,
confiáveis e precisos que possam ser empregados por outras pessoas. Estudos de validação
avaliam a qualidade de um dado do material em relação ao contexto e variáveis nas quais
estão inseridos. Tem seu foco no desenvolvimento e no aperfeiçoamento de instrumentos,
estratégias/ferramentas (POLIT; BECK, 2011; COLUCI, 2015).
O processo de validação se inicia no momento em que o pesquisador pensa em
construir um objeto a ser validado e continua durante todo o processo de elaboração,
aplicação, correção e interpretação dos resultados. Nesta etapa, é examinado com precisão,
determinado instrumento ou inferência realizada a partir de escores estabelecidos. “Validar
mais do que a demonstração do valor de um instrumento de medida é todo um processo de
investigação. O processo de validação não se exaure, ao contrário, pressupõe continuidade e
devem ser repetidas inúmeras vezes para o mesmo instrumento” (MEDEIROS et al., 2015).

3.2 ETAPAS DA PESQUISA

3.2.1 Déficits de autocuidado encontrados em idosos com DM

Visando atender aos objetivos propostos, a pesquisa foi desenvolvida em duas etapas,
conforme a descrição a seguir:
Primeira etapa: esta fase do estudo consistiu na realização de uma revisão integrativa
da literatura acerca dos problemas identificados em idosos com UPD, visando à identificação
dos déficits de autocuidado em idosos com DM. Tais déficits constituíram o instrumento para
consulta de enfermagem ao idoso com UPD assistido em um serviço ambulatorial.
A presente revisão permitiu a sumarização sistemática com base no conhecimento
científico sobre a temática em estudo. Neste estudo, foram respeitadas as seguintes etapas: 1)
Escolha e definição do tema (elaboração da questão norteadora); 2) Busca na literatura
(Amostragem); 3) Critérios para a categorização dos estudos (coleta de dados); 4) Avaliação
dos estudos incluídos nos resultados; 5) Discussão do resultado e 6) Apresentação da revisão
integrativa.
30

Para a revisão, buscou-se por artigos que respondessem a seguinte questão norteadora:
“Quais os fatores relacionados aos déficits de autocuidado dos idosos com Úlcera de Pé
Diabético”? Nesse sentido, foi realizada uma busca de artigos nas seguintes bases de dados
indexadas na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS): Scientific Electronic Library Online
(SCIELO); Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS);
Medical Literature Analysis and Retrieval Sys- tem on-line (MEDLINE) e banco de dados em
Enfermagem (BDENF).
Foram utilizados os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) com o operador
booleano AND: pé diabético AND autocuidado AND idoso AND enfermagem. No estudo,
foram incluídas publicações nacionais e internacionais disponíveis nos idiomas português,
inglês e espanhol, de 2011 a 2021, que abordassem informações relacionadas ao tema
pesquisado e que tivessem, em sua amostra, um número absoluto de idosos superior às demais
faixas etárias, além de serem artigos originais.
Como critérios de exclusão, foram definidos os seguintes: publicações repetidas;
títulos que não correspondessem à questão norteadora; artigos de revisão; teses; dissertações;
monografias; livros; capítulos de livros; manuais; comentários; artigos de opinião e produção
não científica. Em seguida, os artigos foram refinados por meio de verificação dos títulos e
palavras-chave, de modo que foram selecionados aqueles que mencionaram, no mínimo, dois
descritores daqueles definidos nos critérios pré-estabelecidos como critérios de busca.
Após a busca, todos os artigos identificados foram lançados no gerenciador de
referências EndNote Basic e, em seguida, no Software Rayyan, a partir do qual foram
removidos os duplicados e executadas as fases da revisão (ESTORNIOLO FILHO, 2018;
OUZZANI et al., 2016; COUBAN, 2016). Os artigos buscados foram avaliados quanto à sua
elegibilidade por dois pesquisadores de forma independente, com a participação de um
terceiro avaliador para os casos de desempates.
Na primeira etapa, foram identificados 424 artigos. Foram excluídos 179 por
duplicação, restando 245, sendo 4 na BDENF, 21 na LILACS, 102 na Medline e 118 na
PUBMED. Os estudos pré-selecionados na primeira etapa foram restaurados na íntegra e
avaliados. Todos os que não atenderam aos critérios de inclusão foram eliminados e os
motivos foram registrados.
Após realizada a leitura de títulos e resumos, 101 foram excluídos por duplicação,
resultando 144 dos quais 104 foram excluídos por não corresponderem aos critérios de
inclusão como: média de idade, delineamento metodológico inelegível e por não abordarem a
temática pesquisada. Apenas um artigo foi excluído por não ter sido localizado na íntegra.
31

Desta forma, a presente revisão foi composta por 38 artigos. Utilizou-se o diagrama de fluxo
do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analysis (PRISMA) para
relatar o processo de busca e seleção dos estudos, já apresentado anteriormente na Figura 1
(PAGE et al., 2021; MOURAD et al., 2016).
Segunda etapa: foi elaborado o instrumento com os principais déficits de autocuidado
identificados em idosos com Úlcera de Pé Diabético (UPD), contendo questões inerentes ao
levantamento de dados, propostas de intervenções e diagnósticos de enfermagem (orientações
de autocuidado e orientações de apoio à educação).

3.3 CENÁRIO DO ESTUDO

O serviço referência para o desenvolvimento deste estudo foi o Hospital Universitário


Lauro Wanderley (HULW), localizado na Universidade Federal da Paraíba, em João
Pessoa/Paraíba, Brasil, especificamente no ambulatório de endocrinologia, cirurgia vascular e
Comissão de Pele.
O HULW/UFPB é definido como um hospital de ensino, pesquisa e extensão,
adequado para aprimorar os conhecimentos associando a teórica/prática dos diversos cursos
na área de saúde, onde se é possível articular ensino e pesquisa contribuindo para a melhoria
da assistência de seus usuários. Também se optou por desenvolver um produto tecnológico
voltado para essa instituição, por possuir um quadro de profissionais estruturado e pelo fato
de ser o local de trabalho da pesquisadora, o que motivou a investigação proposta e
futuramente a validação e a aplicação da tecnologia desenvolvida.

3.4 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA

A pesquisa em tela foi submetida à Plataforma Brasil e enviada ao Comitê de Ética


em Pesquisa do HULW para autorização e consequente realização do estudo, atendendo às
orientações inerentes à Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde e a 311 do
Conselho Federal de Enfermagem.
Pensando-se numa perspectiva futura de validação do instrumento, todos os
participantes serão informados sobre os objetivos do estudo e, estando de acordo com a
participação da pesquisa, assinarão o TCLE, assegurando-lhes a garantia de sigilo e
privacidade, bem como a liberdade de recusar o consentimento sem qualquer tipo de
penalização.
32

Considerando-se que toda pesquisa envolvendo seres humanos envolve risco mínimo
previsível, os riscos envolvidos nesse estudo foram indiretos, tendo em vista que não foram
realizados procedimentos clínicos ou invasivos, uma vez que o instrumento ainda não foi
submetido à etapa de validação. Assim, não houve contato direto da pesquisadora com juízes
especialistas. Como benefícios, destaca-se que este supera os riscos uma vez que proporcionou
resultados que subsidiarão os profissionais da saúde no planejamento e na implementação de
ações comportamentais específicas, com padronização das consultas no atendimento e
qualificação da assistência a pessoas idosas com DM.

3.5 Análise dos dados

A análise dos artigos ocorreu de forma descritiva, de acordo com o instrumento de


extração de dados elaborado pela autora contendo ano de publicação, país, título do artigo,
autores, delineamento metodológico, nível de evidência e os déficits de autocuidado
evidenciados.
Tais informações permitiram classificar e enquadrar os déficits de autocuidado dentro
de seu respectivo requisito, podendo ser: universais, de desenvolvimento e de desvio de
saúde, regidos pela Teoria do Déficit de Autocuidado de Orem
33

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 RESULTADOS E discussão centrados na pesquisa

Para o alcance dos objetivos do presente estudo, foi realizada uma revisão integrativa
para identificar, a partir da literatura científica, os principais déficits de autocuidado presentes
em idosos com UPD, fundamentando-se na Teoria do Déficit de Autocuidado de Orem. A
identificação e classificação dos principais déficits de autocuidado e categorização dos
mesmos contribuiu para o levantamento das necessidades de autocuidado e serviram de base
para a construção do instrumento de consulta de enfermagem em usuários diabéticos
atendidos ambulatorialmente.

Quadro 02: Relação dos déficits de autocuidado dos requisitos de autocuidado universais, desenvolvimentais e por
desvio de saúde em idosos encontrados na literatura, João Pessoa/PB, Brasil, 2022 (Continua...).
Requisitos de Déficits de autocuidado
autocuidado
Requisitos universais

Condições Características sociodemográficas, idade, idade avançada, idosos residentes em


socioeconômicas instituições de cuidados, história familiar de diabetes mellitus, prática de higiene
corporal precária, baixa escolaridade, nível educacional, conhecimento deficiente, apoio
familiar, comportamentos anteriores de cuidados com os pés, situação financeira
precária, emprego, pessoa com menor poder aquisitivo, histórico médico.
Condições da pele Diminuição da dilatação e permeabilidade vascular, espessamento da membrana basal
capilar, úlcera, bolhas, cortes, má perfusão tissular, presença de edema, termorregulação
irregular, anidrose, fissuras cutâneas, calos e calosidades, infecção ungueal, lesão
cutânea, placas ungueais involutas e dermatite, unhas encravadas, lesão subungueal,
maceração interdigital, redução na perfusão do membro inferior, úlcera, tamanho da
úlcera, risco de membro isquemia, infecção, doença arterial periférica e polineuropatia.
Atividades, lazer Sedentarismo, exercício físico, atividades inadequadas, baixa qualidade de vida,
e repouso mobilidade reduzida, dor, desconforto, incapacidade de andar sem ajuda.
Alimentação Má alimentação, dieta, menor controle alimentar, obesidade, pacientes sem educação
diabética.
Condição Memória e aprendizados comprometidos, deficiência de atenção, níveis
neurológica significativamente menores de autoestima, autoimagem e lócus de controle de saúde em
comparação com pacientes diabéticos sem ulceração, crenças sobre os sintomas
associados à ulceração, crença de barreira, estresse devido a úlcera, angústia do diabetes,
sintomas depressivos.
Interação social Poucas trocas de informações, contar pouco com espaços de escuta, isolamento social
devido ao cheiro e à mobilidade reduzida devido a úlcera, sem colaboração familiar.
Requisitos História de neuropatia, história de Doença Arterial Periférica, comportamento de
desenvolvimentais cuidados com os pés, saúde descrita como ausência de doença e dor.
34

Quadro 02: Relação dos déficits de autocuidado dos requisitos de autocuidado universais, desenvolvimentais e por
desvio de saúde em idosos encontrados na literatura, João Pessoa/PB, Brasil, 2022 (Conclusão)
Requisitos de Déficits de autocuidado
autocuidado
Requisitos de desvio de saúde
Conhecimento Má informação, maus hábitos de autocuidado com os pés, tempo de diabetes,
sobre medidas de hipertensão arterial, hiperlipidemia, hiperglicemia, hiperglicemia sustentada, colesterol
autocuidado dos alto, lipoproteína de alta densidade alta, nível de insulina, HDL diminuído, hábitos
pés e agravos alimentares inadequados, com doenças comórbidas, nível de HbA1c >7%, concentração
elevada de proteína C reativa, fumantes atuais, duração da úlcera no pés, doenças
comórbidas, doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP), doença vascular, índice
tornozelo-braquial alterado, ausência de pulsos periféricos, amputação, nefropatia, pé
diabético, pé de risco, complicações de extremidades inferiores, disestesias, claudicação
intermitente, neuropatia, vasculopatia, retinopatia, deformidades nos pés, pouco cuidado
com os pés, cortar as próprias unhas, não testar a temperatura da água antes de colocar
os pés, aplicação de loção hidratante, uso proposital de calçados de tamanhos maiores,
não verificar o interior do próprio calçado, barreiras para encontrar o calçado
recomendado, destreza e habilidades de autocuidado inadequadas, úlceras, exames dos
pés por médicos, não examinam os pés, não perguntam sobre: disestesias, claudicação
intermitente, autocuidado diário inadequado do paciente, não verificam: pés, dentro dos
sapatos, não realizam: secagem interdigital, lubrificação dos pés, sem
automonitoramento, unhas cortadas inadequadas, não usam: meias, calçado terapêutico,
não sabiam como se faz a higiene e o que se deve observar nos pés, não execução de
cuidados como lavagem, secagem, hidratação e massagem juntos, depressão associada à
idade maior de 50 anos, sintomas depressivos associados à recorrência de úlceras,
depressão na primeira úlcera associada ao aumento da mortalidade, baixa frequência de
secagem dos espaços interdigitais, da não avaliação periódica dos pés; do hábito de
andar descalço, de higiene insatisfatória e corte inadequado de unhas foi, escaldar os
pés, calçados inadequados: chinelos ou sandálias, omitido na educação em diabetes foi a
inspeção da sola dos pés com espelho, crenças sobre os sintomas associados à
ulceração.
Conhecimento Baixo e médio nível de conhecimento sobre autocuidado, não medição do índice
sobre necessidade tornozelo-braquial, não palpação de pulsos periféricos, pacientes sem educação
de suporte diabética, não execução do exame dos pés, dificuldade no tratamento com insulina,
terapêutico e de
aumento do número de internações, aumento na pontuação da escala de autocuidado,
tratamento
descompensação do diabetes, automonitorização da glicemia, baixo controle glicêmico,
cuidados em enfermagem, visita ao podólogo no ano passado, nunca monitorizar o nível
de glicose no sangue, autogestão da úlcera foram insuficientes, não realizam os exames
laboratoriais referentes ao perfil lipídico na frequência recomendada, atividades de
prevenção dos médicos precárias e não educam sobre o autocuidado com os pés,
desconheciam o corte correto das unhas, tinham disposição para executar o autocuidado,
sua compreensão da ulceração e seu controle pessoal percebido sobre a ulceração,
úlceras do pé diabético já estavam em más condições quando os pacientes visitaram pela
primeira vez a clínica.
Situação de saúde Apresentações clínicas do diabetes, não realização do exame diário dos pés,
descompensação do diabetes, comprometimento da condição vascular, amputações
anteriores.
Fonte: Dados da pesquisa (2022).

No que se refere aos requisitos universais, foram encontrados 69 déficits, sendo 15


relacionados às condições socioeconômicas. A maioria dos idosos apresenta baixo nível de
conhecimento sobre autocuidado, idade avançada, idosos que são residentes em instituições
de cuidados. 26 estudos versaram sobre as condições da pele, e constituem um fator que
35

interfere em úlceras, os quais mostraram achados como úlcera, úlcera do Pé Diabético, bolhas,
cortes, má perfusão tissular, presença de edema, termorregulação irregular, redução na
perfusão do membro inferior, diminuição da dilatação e permeabilidade vascular,
espessamento da membrana basal capilar; 08 estudos sobre atividades: sedentarismo,
exercício físico, atividades lazer e repouso inadequados, 05 relativos à alimentação e dieta
inadequados; 10 discorreram sobre as condições neurológicas( memória e aprendizados
comprometidos, deficiência de atenção, sintomas depressivos, poucas trocas de informações,
contar pouco com espaços de escuta).
Em se tratando dos requisitos desenvolvimentais, foram encontrados 05 déficits que
apontaram histórico médico de neuropatia e de Doença Arterial Periférica (DAP).
No tocante aos requisitos sobre desvios de saúde foram evidenciados em 102 estudos,
dos quais 72 eram relacionados a déficits sobre conhecimento, medidas de autocuidado dos
pés e agravos, DM, hiperglicemia sustentada, amputação, pé de risco, deformidades nos pés,
pouco cuidado com os pés, cortar as próprias unhas, não testar a temperatura da água antes de
colocar os pés, complicações de extremidades inferiores, doença vascular, aplicação de loção
hidratante, uso proposital de calçados de tamanhos maiores, não verificar o interior do próprio
calçado, Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP), neuropatia e nefropatia.

4.2 ABORDAGEM SOBRE O PRODUTO

A elaboração do instrumento para consulta de Enfermagem para pessoas portadoras de


DM sob a ótica do estímulo ao autocuidado e da teoria de Orem, apresentado abaixo,
favoreceu a identificação dos principais déficits de autocuidado, permitindo o registro formal
e sistematizado do processo de enfermagem, contribuindo como guia para a coleta de dados e
consequente identificação e registro dos indicadores, que refletirão os possíveis diagnósticos
de enfermagem e possibilitarão a implantação da SAE (BEZERRA, 2018).
Após a identificação dos déficits de autocuidado, foi possível realizar a construção da
primeira versão do instrumento para a consulta, prevenção e tratamento da Úlcera do Pé
Diabético (UPD) em idosos em um serviço ambulatorial do Hospital Universitário Lauro
Wanderley – HULW/UFPB, conforme apresentado a seguir.
36

Quadro 03 – Instrumento de Sistematização da Assistência de Enfermagem para a consulta, prevenção e


tratamento da Úlcera do Pé Diabético (UPD) em idosos em um serviço ambulatorial do Hospital Universitário
Lauro Wanderley – HULW/UFPB.
(continua...)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL
EM GERONTOLOGIA

INSTRUMENTO DE SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PARA A


CONSULTA, PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA ÚLCERA DO PÉ DIABÉTICO (UPD) EM
IDOSOS EM UM SERVIÇO AMBULATORIAL

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome: _________________________________________________________ Idade: ______ Data de Nascimento: _____ /
_____ / _____
Número do Prontuário: ___________________________Cartão do SUS: ____________________________________
Sexo: ___________ Profissão: ____________________ Religião: ____________________ Naturalidade:
_________________________Cidade: _______________________ Estado Civil: [ ] Solteiro(a) [ ] Casado(a) [ ] Viúvo(a) [
] Separado(a) [ ] Outros: ______________
Escolaridade: ______________Número de filhos: ______ Pessoas residentes no domicílio: _____________________
[ ] Cônjuge/companheiro [ ] Filhos [ ] Sozinho(a) [ ]Outros: _______________________ Telefone de contato:
_____________________

REQUISITOS DE AUTOCUIDADO - REQUISITOS UNIVERSAIS

2. CONDIÇÕES GERAIS E SOCIOECONÔMICAS

Queixa principal: ________________________________________________________________________________________


Antecedentes: [ ] HAS [ ] DM [ ] ICC [ ] AVC [ ]Obesidade [ ] Outros: __________________________________________
Antecedentes familiares:___________________________________________________________________________________
História familiar de diabetes mellitus: [ ] Sim [ ] Não
Hábitos e Comportamentos: Tabagismo: [ ] Sim [ ] Não Alcoolismo: [ ] Sim [ ] Não
Uso de medicamentos: [ ] Sim [ ] Não Qual (is)? ______________________________________________________________
Alergias: [ ] Sim [ ] Não. Especificar: ___________________________ Cirurgia: [ ] Sim [ ] Não. Qual (is)?
_____________________
Escolaridade: [ ] analfabeto [ ] ensino fundamental [ ] ensino médio [ ] ensino superior
Renda familiar: [ ] inferior salário mínimo [ ] salário mínimo [ ] outro: ____________________________________________
Saneamento básico: [ ] saneado [ ] fossa [ ] outro: _____________________________________________________________
Tipo de água: [ ] encanada [ ] poço [ ] cacimba [ ] outro: ________________________________________________________
Condições do lixo: [ ] coletado [ ] enterrado [ ] queimado [ ] outro: ________________________________________________
Idoso residente em instituições de cuidados: [ ] Sim [ ] Não.

3. SINAIS VITAIS E DEMAIS PARÂMETROS

PA: ___ mmHG FR:____ irpm Peso: _______Kg HGT: _______mg/dl

P: ______bpm T:__________ °C Alt: _________m CA: ________cm

4. EXAME GERAL

Respiração: [ ] Eupneico [ ] Dispneico [ ] Bradpneico [ ] Taquipneico Ausculta pulmonar: [ ] MV [ ] Creptos [ ] Roncos [


] Estertores
[ ] Sibilos Tosse: [ ] Ausente [ ] Presente Secreção: [ ] Sim [ ] Não Característica da secreção: _____________________
Cianose: [ ] Labial [ ] Ungueal
[ ] Normotenso [ ] Hipertenso [ ] Hipotenso Perfusão Periférica: [ ] Preservada [ ] Diminuída
Rede Vascular periférica: [ ] Preservada [ ] Comprometida Doença cardiovascular: [ ] Sim [ ] Não Qual?___________
[ ] Normotérmica [ ] Hipotérmica [ ] Hipertérmica [ ] Tremores [ ] Calafrio [ ] Sudorese
Coloração da pele: [ ] Normocorada [ ] Hipocorada [ ] Hipercorada [ ] Icterícia [ ] Manchas [ ] Irritação cutânea [ ] Pele seca
[ ] Prurido Condições da pele: [ ] Nódulo [ ] Mácula [ ] Pápula [ ] Vesícula [ ] Tumor [ ] Bolha [ ] Equimose [ ] Petéquias
[ ] Eritema [ ] Hematoma [ ] Erisipela [ ] Celulite [ ] Icterícia [ ] Edema Localização:__________________
37

Turgor e elasticidade: [ ] Preservados [ ] Diminuídos Mucosa: [ ] Úmida [ ] Ressecada


Temperatura: [ ] hipotermia [ ] hipertermia [ ] febre [ ] normotermia Hidratação: [ ] pele ressecada [ ] sudorese

5. EXAME DOS PÉS

Inspeção dos pés:


Anidrose/pele seca, rachadura, fissuras: [ ] sim [ ] não
Calos e calosidades: [ ] sim [ ] não Placas ungueais involutas e dermatite: [ ] sim [ ] não
Unhas encravadas: [ ] sim [ ] não Lesão/micose ungueal: [ ] sim [ ] não Vasos dilatados dorsais: [ ] sim [ ] não
Maceração/micose interdigital: [ ] sim [ ] não Edema: [ ] sim [ ] não
Redução na perfusão do membro inferior/isquemia: [ ] sim [ ] não
Presença de deformidades:
[ ] Pé neuropático (cavus) [ ] Arco desabado (charcot) [ ] valgismo
[ ] Dedos em garra [ ] outro: ___________________________________________________________________________
Presença de sensibilidade protetora:
Monofilamento ausente: (em qualquer área do teste 1º, 3º, 5º metatarsos e hálux bilateral) [ ] sim [ ] não
Vibração: [ ] preservada [ ] diminuída [ ] ausente
Temperatura: [ ] preservada [ ] diminuída [ ] ausente Reflexos aquileus: [ ] preservado [ ] diminuído [ ] ausente
Sensibilidade dos pés: [ ] térmica [ ] dolorosa [ ] tátil [ ] Dor [ ] sim [ ] não (Pontuação - Escala Verbal Numérica):
_______________
Localização: ____________________
Presença de mobilidade articular (sinal de prece): [ ] sim [ ] não
Presença de sintomas neuropáticos: [ ] Queimação [ ] dormência [ ] formigamento [ ] Fadiga [ ] câimbras [ ] dor
Quando ocorrem os sintomas? [ ] dia [ ] noite [ ] noite e dia intensidade: _________________ frequência:
______________________
Diminuição da dor em algum momento? [ ] sim [ ] não
Presença de lesão de pele: [ ] sim [ ] não tipo: __________________________________local: ______________________
Características da lesão: [ ] secreção [ ] fibrina [ ] tecido de granulação [ ] outros: ________________________________
Característica do exsudato: quantidade: ______________ cor:_________ odor: ___________________________________
Lesão por Pressão: [ ] sim [ ] não local: __________________ Áreas que sofrem pressão: __________________________
Pulso periférico palpável? [ ] sim [ ] não Dificuldade de cicatrização: [ ] sim [ ] não
Estratificação de risco: classifica o paciente em quatro graus:
[ ] Grau 0 (“neuropatia ausente”)
[ ] Grau 1 (“neuropatia presente com ou sem deformidades – dedos em garra, dedos em martelo, proeminências em ante
pé, Charcot)”
[ ] Grau 2 (“doença arterial periférica com ou sem neuropatia presente”)
[ ] Grau 3 (“história de úlcera e/ou amputação”)

6. ATIVIDADE E REPOUSO

Realiza atividades da vida diária (AVD) sozinho? (1) Independente (2) Dependente (3) Necessita de ajuda
[ ] Caminhar [ ] Asseio corporal [ ] Vestir [ ] Controle vesical [ ] Controle anal [ ] Vaso sanitário [ ] Alimentação
AVD Instrumentais: (1) Independente (2) Dependente (3) Necessita de ajuda
[ ] Fazer compras [ ] Cozinhar [ ] Cuidar da casa [ ] Uso de meios de transportes [ ] Capaz de tomar sua medicação [ ] Cuidar
de suas finanças
Realiza algum tipo de atividade física? [ ] sim [ ] não qual? _____________________Frequência? __________________
Durante a prática de atividade, sente: [ ] disposição [ ] fadiga [ ] cansaço [ ] outro: _______________________________
Possui dificuldade de movimentar algum seguimento corporal? [ ] sim [ ] não qual? ______________________________
Sente dor ou desconforto com frequência? [ ] sim [ ] não Local? ______________________________ [ ] Em repouso [ ] Em
movimento
Qualidade do sono: [ ] satisfatória [ ] prejudicada [ ] insônia [ ] sonolência
Uso de medicamento inibidor ou indutor do sono? [ ] sim [ ] não qual? _________________________________________
Qualidade de vida (Autorreferida - de 1 a 10): _______________________________________________________________

7. ALIMENTAÇÃO

Estado nutricional: [ ] Normal [ ] Obeso [ ] Emagrecido [ ] Caquético


Ingesta alimentar: [ ] Normal [ ] Hiperfagia [ ] Hipofagia
Recebeu algum tipo de orientação alimentar por profissional de saúde? [ ] sim [ ] não
Segue as orientações nutricionais? [ ] sim [ ] não [ ] parcialmente
Apetite: [ ] aumentado [ ] diminuído [ ] ausente
Quais alimentos consome diariamente?
_______________________________________________________________________________
Apresenta aumento de peso? [ ] sim [ ] não Apresenta diminuição de peso? [ ] sim [ ] não
Intolerância ou alergia alimentar: [ ] sim [ ] não [ ] Qual(s) alimento(s)?
______________________________________________________
38

Queixas gástricas [ ] dor abdominal [ ] dor epigástrica [ ] dispepsia [ ] disfagia [ ] pirose Outro:
____________________________________
Dificuldade para deglutir: [ ] sim [ ] não

8. ESTADO NEUROLÓGICO

Estado de orientação: [ ] orientado [ ] desorientado _________________________________________________________


Estado emocional: [ ] calma [ ] agressividade [ ] tristeza [ ] angústia [ ] depressão [ ] estresse [ ] ansiedade [ ] apatia [ ]
vontade de chorar
[ ] solidão [ ] desejo de morte
Memória: [ ] Dia de hoje [ ] Dia da semana [ ] Idade [ ] Data de nascimento
Informações sobre fatos cotidianos: [ ] Nome do presidente do Brasil [ ] Nome da cidade que reside
Memória e aprendizados comprometidos: [ ] sim [ ] não
Deficiência de atenção: [ ] sim [ ] não
Déficit de autoestima, autoimagem: [ ] sim [ ] não
Crença de barreira em relação a cicatrização da úlcera: [ ] sim [ ] não
Impressão do enfermeiro: [ ] atitudes condizentes com a reposta [ ] atitudes não condizentes com a resposta

9. INTERAÇÃO SOCIAL

Participa de atividades em grupo na comunidade? [ ] sim [ ] não


Tipo/local/frequência: __________________________Tipo/local/frequência: __________________Gosta de participar? [ ]
sim [ ] não
Participa de grupos religiosos: [ ] sim [ ] não
Realiza atividades de recreação/lazer: [ ] sim [ ] não
Acesso à espaços de escuta [ ] sim [ ] não
O diabetes interfere ou interferiu na sua vida social? [ ] sim [ ] não Por quê? ___________________________________
Arranjo familiar: [ ] vive sozinho [ ] vive com amigos [ ] vive com familiares
Quem auxilia no seu tratamento? ________________________________________________________________________
Falta colaboração familiar: [ ] sim [ ]
Como ocupa o tempo livre: ______________________________________________________________________________

REQUISITOS DE DESENVOLVIMENTO

1. Tipo de diabetes que possui: [ ] tipo 1 [ ] tipo 2 [ ] gestacional [ ] outro: ______________________________________


2. Há quanto tempo recebeu o diagnóstico? ________________________________________________________________
3. Histórico familiar de diabetes? [ ] sim [ ] não Grau de parentesco e tipo de diabetes? ____________________________
4. Histórico de saúde - outras doenças? [ ] sim [ ] não Qual?_________________________________________________
5. História de neuropatia: [ ] sim [ ] não
6. História de Doença Arterial Periférica: [ ] sim [ ] não
7. História de Insuficiência Venosa Periférica (“problema de circulação” em MMII): [ ] sim [ ] não
8. Conhecimento sobre o tratamento do diabetes? [ ] sim [ ] não
9. Comportamento de cuidados com os pés: [ ] sim [ ] não
10. Desempenho sexual satisfatório? [ ] sim [ ] não Alteração na libido? [ ] sim [ ] não Impotência? [ ] sim [ ] não

REQUISITOS DE DESVIO DE SAÚDE

A. Conhecimentos sobre o diabetes e suas complicações


Apresenta: [ ] poliúria [ ] polifagia [ ] polidipsia [ ] perda de peso [ ] ganho de peso [ ] sobrepeso [ ] nictúria [ ] desidratação
Identifica descompensação glicêmica (hiper/hipoglicemia)? [ ] sim [ ] não O que costuma sentir?: __________________
Presença de alterações de saúde: [ ] hiperglicemia sustentada [ ] colesterol aumentado
Presença de complicações: [ ] retinopatia [ ] nefropatia [ ] neuropatia [ ] pé diabético [ ] fisgadas nos pés [ ] dormência nos
pés
[ ] insuficiência renal [ ] hipertensão
Faz/já fez hemodiálise? [ ] sim [ ] não
Comportamentos de risco e alterações nos pés: [ ] deformidades nos pés [ ] corte inadequado das unhas [ ] não testa a
temperatura da água antes de colocar os pés [ ] aplicação de loção hidratante [ ] uso inadequado de calçados [ ] não examina os
calçados antes de calça-los

B. Conhecimento de conduta terapêutica e assistencial


Tratamento atual utilizado (incluindo hipoglicemiantes orais e insulinas):
___________________________________________________
Faz uso dos medicamentos/insulina conforme prescrito? [ ] sim [ ] não
Automonitorização da glicemia? [ ] sim [ ] não Frequência: _______________________________________________
Exames mais recentes realizados (Quais e quando?): ________________________________________________________
39

Avaliação do estado de saúde

Acompanhamento na Estratégia de Saúde da Família? [ ] sim [ ] não


Barreiras para o autocuidado? [ ] sim [ ] não Qual(s)? ______________________________________________________
Barreiras de comunicação? [ ] sim [ ] não Qual(s)? _________________________________________________________
Consulta com endocrinologista? [ ] sim [ ] não Data da última consulta: ____________________________________
Atendimento com podiatra [ ] sim [ ] não Data da última consulta: ___________________________________
Consulta oftalmológica? [ ] sim [ ] não Data da última consulta: _____________________________________
Exames realizados: ___________________________________________________________________________________
Passou por internações hospitalares? [ ] sim [ ] não Quando: ________________________________________________
Evolução de
Domínios da Prescrições
Diagnósticos de Enfermagem enfermagem/outros
Nanda-I de Enfermagem
diagnósticos
[ ] Investigar a percepção do indivíduo de
sua capacidade de desempenhar um
comportamento desejado.
[ ] Identificar as barreiras à mudança do
comportamento.
[ ] Autocontrole ineficaz da [ ] Informar sobre o comportamento
saúde desejado.
[ ] Usar estratégias de ensino culturalmente
Promoção da
adequadas e de acordo com a idade (p. ex.,
Saúde
jogos, instrução auxiliada pelo computador
ou mapas de diálogo).

[ ] Ajudar na tomada de decisões de saúde.


[ ] Favorecer o apoio familiar.
[ ] Comportamento de saúde
[ ] Estimular Comportamento saudável
propenso a risco
[ ] Informar sobre o comportamento
desejado.
[ ] Examinar a pele quanto à irritação,
fissuras, lesões e calos.
[ ] Examinar os calçados do paciente para
[ ] Risco de integridade da verificar se servem adequadamente;
pele prejudicada. [ ] Buscar alterações na pele quanto à
hidratação e soluções de continuidade;
[ ] Monitorar e orientar hidratação dos pés.
[ ] Determinar as práticas atuais de cuidados
dos pés.
[ ] Recomendar inspeção dos pés em todas
as superfícies e entre os dedos, buscando
ressecamento, maceração, sensibilidade ou
Inspeção dos pés [ ] Controle ineficaz da saúde.
áreas abertas. áreas avermelhadas, edema,
calor.
[ ]Identificar os conflitos relacionados ao
autocuidado

[ ] Monitorar e avaliar indicadores de hipóxia


tissular.
[ ] Verificar o tempo de preenchimento
[ ] Risco de perfusão tissular capilar <2 seg;
periférica ineficaz [ ] Avaliar edema e pulsos periféricos;
[ ] Monitorar exames laboratoriais (Hb
Hematócrito).
[ ] Verificação do índice tornozelo – braquial
[ ] Monitorar sinais e sintomas sistêmicas e
locais de infecção.
[ ] Providenciar cuidados adequados à pele,
como hidratação diária, mas não entre os
Perda da
dedos, não utilizar talcos pois resseca a pele.
sensibilidade [ ] Risco de infecção.
[ ] Avaliar exames laboratoriais se
Dolorosa
disponíveis.
[ ] Observar a condição tegumentar.
40

[ ] Observar a condição tegumentar.


Perda da proteção [ ] Documentar a condição da pele.
vibratória ou [ ] Proteção Ineficaz. [ ] Examinar a pele sobre as proeminências
sensitiva. ósseas.
[ ] Orientar sobre hidratação da pele
[ ] Identificar fatores de risco para o trauma
físico.
Reflexos
[ ] Risco de síndrome do [ ] Inspecionar calçados antes da utilização e
tendinosos
desuso orientar a não andar descalço
ausentes ao teste.
[ ] Realizar testes com monofilamentos
[ ] Orientar sobre exercícios físicos
[ ] Estimular o membro prejudicado.
[ ] Estimular exercícios de repetição com o
membro afetado.
[ ] Risco de trauma físico
[ ] Avaliar força dos membros inferiores.
[ ] Conciliar atividades com fisioterapia, se
disponível.
Presença de [ ] Determinar local, características e
sintomas gravidade da dor, por meio da
neurológicos escala de dor;
[ ] Prevenir os fatores que pioram a dor
[ ] Dor aguda (posicionamento, exercício);
[ ] Utilizar medidas farmacológicas conforme
prescrição médica e/ou medidas não
farmacológicas
[ ] Avaliar experiências anteriores de dor,
[ ] Providenciar cuidados adequados à pele.
[ ] Monitorar sinais de infecção.
[ ] Orientar o paciente sobre técnicas seguras
[ ] Deambulação prejudicada
de deambulação.
[ ] Monitorar se há desconforto álgico ao
realizar a atividade
[ ]Avaliar presença úlcera, tamanho,
profundidade e localização da lesão, presença
de exsudato, tecidos envolvidos e área
perilesional. [ ]
[ ]Realizar cuidados com os curativos
[ ] Integridade tissular
conforme orientação do fabricante de cada
Presença de prejudicada
cobertura e aprazamento de troca
ulceração
[ ] Monitorar sinais e sintomas sistêmicas e
locais de infecção
[ ] Avaliar exames laboratoriais se
disponíveis
[ ] Acompanhamento da evolução das
lesões e sinais flogísticos
[ ] Acompanhamento da evolução das
lesões e sinais flogísticos
[ ] Infecção
[ ] Orientar o paciente acerca do regime
terapêutico
[ ] Monitorar sinais e sintomas
sistêmicos e locais de infecção.
[ ] Examinar a pele e as mucosas quanto a
vermelhidão, calor exagerado, edema e
drenagem
[ ] Observar as extremidades
quanto a cor, calor, inchaço, pulsos, textura,
Pulsos ausentes. [ ] Débito cardíaco diminuído
edema e ulcerações
[ ] Monitorar a pele e as mucosas quanto a
áreas de
descoloração
[ ] Monitorar ocorrência de infecção
[ ] Estimular o paciente a aderir à dieta
alimentar
[ ] Adesão inadequada ao [ ] Orientar a dieta de paciente com
Nutrição
regime dietético restrições alimentares
[ ] Encaminhar para avaliação nutricional
[ ] Investigar preferências alimentares do
41

paciente
[ ] Estimular o paciente a controlar situações
[ ] Ingestão de alimentos
que desencadeiam o aumento de apetite
excessiva
[ ] Estimular o paciente a aderir à dieta
alimentar
[ ] Sobrepeso
[ ] Orientar a dieta de paciente com
restrições alimentares
[ ] Obesidade
[ ] Encaminhar para avaliação nutricional
[ ] Identificar as causas da diminuição do
[ ] Ingestão de alimentos apetite
insuficiente [ ] Avaliar condições de deglutição
[ ] Avaliar as condições da cavidade oral
[ ] Baixo peso corporal [ ] Investigar preferências alimentares do
paciente
[ ] Avaliar condição psicomotora/cognitiva
[ ] Estilo de vida sedentário
do paciente
[ ] Planejar as atividades do paciente dentro
[ ] Adesão inadequada ao
Atividade/ do nível de tolerância
regime de atividade física
Repouso [ ] Estimular a deambulação dentro de
limites seguros
[ ] Intolerância à atividade
[ ] Orientar sobre equipamentos adjuvantes
física
na transferência
[ ] Promover condicionamento para as
atividades rotineiras
[ ] Mobilidade física [ ] Instruir o paciente para evitar quedas
prejudicada [ ] Orientar a prevenção de lesão por pressão
[ ] Orientar quanto à prática de atividades
[ ] Deambulação prejudicada físicas durante o dia
[ ] Encaminhar o paciente ao serviço de
fisioterapia
Atividade/
[ ] Identificar o motivo da perturbação do
Repouso
sono
[ ] Sono e repouso
[ ] Ensinar técnica de relaxamento para
prejudicados
dormir
[ ] Propiciar ambiente calmo, livre de
[ ] Sonolência
estímulos estressores e seguro
[ ] Planejar os horários da medicação e de
[ ] Privação do sono
deitar para possibilitar o máximo de repouso

[ ] Avaliar a função cognitiva


[ ] Estimular o paciente a identificar
estressores como situações, eventos e
Percepção/ interações pessoais
[ ] Cognição prejudicada
Cognição [ ] Orientar o paciente quanto ao tempo e
espaço
[ ] Usar uma abordagem calma e sem pressa
ao interagir com o paciente
[ ] Informar ao paciente toda a rotina diária
[ ] Monitorar exames laboratoriais (níveis da
glicose sanguínea)
[ ] Risco de confusão aguda [ ] Estabelecer relação de confiança
interpessoal com o paciente
[ ] Providenciar orientação sobre a realidade
Manter ambiente seguro
[ ] Informar ao paciente toda a rotina diária
[ ] Monitorar exames laboratoriais (níveis da
glicose sanguínea)
[ ] Estabelecer relação de confiança
interpessoal com o paciente
[ ] Fornecer com frequência informações
básicas (lugar, tempo e data) quando
necessário
[ ] Considerar o tipo e a fonte da dor ao
[ ] Dor crônica selecionar uma estratégia para seu alívio
[ ] Encorajar o paciente a monitorar a
42

própria dor e a interferir nela adequadamente


[ ] Utilizar técnicas de prevenção de
acidentes até que ocorra a adaptação com o
ambiente
[ ] Assegurar que o paciente receba cuidados
precisos de analgesia.
[ ] Manter ambiente seguro
[ ] Usar uma abordagem calma e sem pressa
ao interagir com o paciente
[ ] Audição prejudicada
[ ] Utilizar técnicas de prevenção de
acidentes até que ocorra a adaptação com o
Autopercepção [ ] Visão prejudicada
ambiente
[ ] Utilizar técnicas de estímulos cognitivos
[ ] Déficit de memória
para memória
[ ] Utilizar técnicas de comunicação
terapêutica
[ ] Capacidade familiar de
gerenciar o regime prejudicada [ ] Orientar familiares quanto à doença e o
tratamento
[ ] Conflito familiar [ ] Orientar o paciente/família como
Enfrentamento familiar gerenciar o regime terapêutico
prejudicado [ ] Avaliar o impacto da situação de vida do
paciente sobre papéis e relacionamentos
[ ] Processo familiar familiares.
prejudicado
[ ] Apoiar o paciente durante as fases de
[ ] Negação do estado de negação, raiva, barganha e aceitação do luto
saúde [ ] Oferecer apoio emocional ao
paciente/família.
[ ] Considerar a situação familiar, social ou
física atual do cliente, falta de sistema de
Papéis/
[ ] Falta de apoio social apoio.
Relacionamentos
[ ] Proporcionar ao indivíduo e membros da
[ ] Interação social família informação relativa à doença, ao
prejudicada tratamento e à sua evolução.
[ ] Identificar como a paciente pode
[ ] Isolamento social participar na formulação dos papéis
familiares e nas responsabilidades a serem
cumpridas.
[ ] Solidão
[ ] Determinar a disponibilidade e a
qualidade do apoio proporcionado pelos
[ ] Risco de desamparo
familiares e/ou pelas pessoas significativas.
[ ] Identificar os recursos comunitários para
[ ] Capacidade limitada para
dar apoio imediato e a longo prazo.
realizar atividades de
recreação e lazer
IMPRESSÕES DA ENFERMEIRA, INTERCORRÊNCIAS OU OBSERVAÇÕES:

Enfermeiro(a): COREN: Data: ____ / ____ / _____


Fonte: Dados da pesquisa (2022).

Com base na elaboração do instrumento, pôde-se reafirmar a importância de se


elaborar e implementar ferramentas que possam sistematizar e qualificar a prática assistencial
43

do enfermeiro. Portanto, este produto foi estruturado e pautado no referencial de Dorothea


Orem, de modo que os déficits foram agrupados conforme seus requisitos de autocuidado.
A enfermagem vem avançando como ciência e prática, desenvolvendo modelos
teóricos e teorias que visam à realização de ações planejadas e organizadas que norteiam uma
assistência qualificada, integral e individualizada, estimulando e apoiando a prática de
autocuidado com objetivo de tornar o sujeito protagonista da promoção da sua própria saúde e
reabilitação (BEZERRA, 2018).
Nessa lógica, a teoria geral de Orem vem sendo amplamente utilizada, permitindo que
o enfermeiro – juntamente com o indivíduo – programe ações de autocuidado adaptadas de
acordo com as suas necessidades. Assim, espera-se que a relação de ajuda se expresse no
diálogo aberto e promova o exercício do autocuidado servindo como referencial teórico de
sustentação para a SAE, conforme orienta a resolução COFEN 358/2009 (BEZERRA, 2018).
De acordo com Orem (1991) as ações de autocuidado visam atender a três tipos de
requisitos de autocuidado, ou seja, as condições básicas que serão necessárias para satisfazer
os objetivos que visam à manutenção da vida, saúde e bem-estar. São eles: requisitos
universais de autocuidado (que buscam manter a vida, a estrutura e o funcionamento do ser
humano); requisitos desenvolvimentais (que oferecem as condições necessárias para as
mudanças que ocorrem ao longo dos ciclos da vida, permitindo adaptações para o
desenvolvimento do indivíduo) e os requisitos de autocuidado nos desvios de saúde
(relacionados às necessidades de autocuidado que se manifestam na presença de doenças,
incapacidades e tratamentos necessários para o restabelecimento do indivíduo).
Do ponto de vista dos níveis de prevenção, os requisitos universais e os requisitos de
desenvolvimento encontram-se em nível primário. Os requisitos de desvio de saúde
encontram-se no nível secundário (quando auxiliam no controle de patologias em estágios
iniciais ou no nível terciário) e refere às ações de prevenção de defeitos ou incapacidades
(BEZERRA, 2018).
Na etapa de levantamento dos principais déficits de autocuidado, subsidiada pela
elaboração da revisão integrativa, realizou-se uma síntese com descrição dos principais
resultados e déficits de autocuidado encontrados conforme a teoria de autocuidado de Orem.
No que se refere aos requisitos universais, foram encontrados 69 déficits dos quais
15 relacionam-se às condições socioeconômicas; 26 sobre as condições da pele; 08 sobre
atividades, lazer e repouso; 05 relativos à alimentação; 10 condições neurológicas e 05
déficits sobre a condição neurológica. Os resultados apresentados apontam o grupo
44

populacional de idosos em maioria em relação às outras faixas etárias, visto que a presente
revisão tinha como objetivo identificar os déficits de autocuidado neste grupo.
Idosos com DM têm uma expectativa de vida menor e são particularmente
sobrecarregados por doenças nos pés que podem levar à amputação e outras deficiências e
sofrimento físico e psicológico. Na Malásia, foi relatado que 55,3% dos pacientes com
diabetes desenvolvem problemas com pé diabético e 38,3% deles estavam entre os idosos
(SHARONI, 2017).
O envelhecimento da população mundial e o aumento abrupto exponencial de idosos
diabéticos torna a temática da UPD um desafio para os profissionais de saúde. Desse modo, é
preciso destinar orientações e estimular a adoção de práticas de autocuidado com os pés
regularmente para prevenir e retardar potenciais complicações, como evitar o ressecamento da
pele, danos entre os dedos e calosidades nos pés que podem reduzir a circulação do sangue e
gerar a ocorrência precoce de traumas e complicações. Porém, vários fatores na população
idosa podem influenciar, incluindo limitação física, estado de saúde, bem como aspectos
cognitivos e psicossociais (SHARONI, 2018).
Os idosos mostraram-se menos confiantes em proteger e verificar seus pés diariamente
quanto a qualquer anormalidade, como vermelhidão, cortes, bolhas e pele seca. A barreira
para a realização dessas tarefas pode ser justificada por condições geriátricas, como
deficiência visual e outras doenças médicas que limitam a capacidade de inspecionar e
proteger os pés adequadamente. Essa descoberta é apoiada por pesquisas anteriores que
mostraram que a autoeficácia está significativamente associada ao comportamento de
autocuidado com os pés de idosos com diabetes (SHARONI, 2017).
O estudo de Sharoni (2017), que analisou o comportamento de autocuidado com os
pés de idosos diabéticos, cita que a adoção de cuidados com os pés pode ajudar a reduzir
problemas nesses segmentos corporais em 49% a 85%. A análise dos entrevistados por meio
de um conjunto de questionários validados mostrou que os participantes tinham conhecimento
sobre a importância de cuidados com os pés para prevenção de complicações, porém, as
subescalas profissionais e cuidados com a pele receberam apenas pontuações moderadas. O
mesmo estudo aponta que apenas um pequeno número de idosos com diabetes procura
aconselhamento médico quando desenvolve uma doença; a maioria só procura assistência
profissional para tratamento quando a doença se torna grave.
No estudo de Figueiroa (2020), na análise entre o autocuidado e o suporte social,
observou-se que pacientes que moravam sozinhos, com o companheiro e/ou com a família
apresentaram maior percentual para a categoria de autocuidado parcialmente adequado.
45

Em relação ao nível educacional, uma pesquisa mostrou que participantes com nível
superior obtiveram maiores escores para o cuidado com os pés quando comparados com
aqueles que tinham ensino médio completo (SARI, 2020). Desta forma, é possível observar
que pessoas com baixo nível de escolaridade tendem a ter um menor conhecimento dos
cuidados que se deve ter com a saúde, o que aumenta o risco de hábitos de vida não
saudáveis. Portanto, é imprescindível a prática de educação em saúde.
No estudo de Pinilla (2014), envolvendo o diagnóstico nutricional, 58,9% (130) dos
idosos participantes apresentavam desnutrição por excesso (sobrepeso e obesidade) com
predominância no sexo feminino. Segundo parâmetros da Federação Internacional de
Diabetes (IDF), sobre a Síndrome Metabólica (90 cm para homens e 80 cm para mulheres), a
obesidade abdominal média é de 77,3% para homens e 95,9% para mulheres. A obesidade
abdominal medida na crista ilíaca foi de 40% para homens e 91% para mulheres e 36,7% dos
pacientes não receberam orientação dietética do médico e 39,4% não receberam orientação do
nutricionista.
Em estudo realizado na atenção básica de um município do interior paulista com o
objetivo de avaliar os pés de indivíduos portadores de DM, constatou-se que 94% dos
entrevistados não tinham lesões nos pés. No teste de sensibilidade, 88% apresentaram
sensibilidade preservada e 77% apresentaram pulso pedioso preservado, mostrando que, nos
dois testes, um percentual de pacientes já apresentava alterações nos exames, permitindo a
orientação em tempo hábil (BERNARDO, 2021).
O estudo de POLIKANDRIOTI (2020), revelou níveis moderados de adesão à dieta e
verificação dos pés, altos níveis no exame de sangue e baixos níveis de exercício. Vários
fatores são considerados responsáveis pela não adesão, como a depressão, falta de apoio
social, baixo nível de alfabetização, alto custo da medicação, acesso limitado aos cuidados de
saúde, complexidade da terapia, atitudes do médico e má comunicação com os profissionais
de saúde.
No aspecto relacionado aos déficits de desvios de requisitos desenvolvimentais que
abordam as condições necessárias para as mudanças que ocorrem ao longo dos ciclos da vida,
destaca-se que é importante serem identificados, de modo a permitir adaptações para o
desenvolvimento do indivíduo, indicando as adaptações necessárias nas mudanças nos ciclos
de vida nos casos onde já ocorreram alterações nos pés. No tocante a este requisito, foram
encontrados 05 déficits.
Nessa perspectiva, o estudo de Liu (2020) identificou que 50,4% dos pacientes com
DM apresentavam problemas de mobilidade, 28,2% em autocuidado e 47,6% em atividades
46

regulares. Além de encontrar associação significativa entre adesão aos cuidados com os pés e
problemas de mobilidade, autocuidado e atividades regulares. Também foi encontrada
associação entre a falta de adesão: ao exercício (e má mobilidade); autocuidado; atividades
regulares; dor e ansiedade. A não adesão à dieta foi associada à má mobilidade. Neste estudo,
os pacientes que apresentaram índice de não adesão também apresentaram menor qualidade
de vida.
Outro ponto a ser destacado é que a neuropatia motora altera a carga de pressão
plantar e a neuropatia autonômica reduz a transpiração da pele do pé, o que torna a pele seca e
facilmente danificada e/ou rachada. A inspeção visual da pele em busca de sinais de
ressecamento, frequentemente é vital para evitar rachaduras na integridade da pele. Desse
modo, a verificação da pele evidencia antecipadamente problemas iminentes e essa inspeção
deve ser estimulada e orientada pelos profissionais de saúde em seus atendimentos (MENG et
al., 2014).
De acordo com os resultados da pesquisa de Polikandrioti (2020), 42,1% idosos
sofriam de alguma outra doença além do diabetes, 26,3% eram tabagistas atuais e 30,8%
etilistas. Ainda apresentavam resistência à insulina, obesidade central, dislipidemia e
hipertensão. Sabe-se que a úlcera do pé diabético também está associada a problemas
cardiovasculares. Sendo assim, idosos fumantes, devido aos efeitos vasoconstritores da
nicotina em úlceras tardias ou que não cicatrizam, aumentam o risco de amputação do pé.
Pacientes com úlcera do pé diabético também têm maior risco de desenvolver
depressão e ansiedade em comparação com aqueles que não têm complicações nos pés, além
disso, observa-se que os diabéticos são duas vezes mais propensos a apresentar ansiedade e
depressão quando comparados com a população geral. Estudo realizado com pacientes idosos
com DM e com úlceras de pé diabético, mostrou que aqueles com recorrência de úlceras
foram considerados mais propensos à depressão (POLIKANDRIOTI, 2020).
Quanto aos requisitos de autocuidado nos desvios de saúde relacionados às
necessidades de autocuidado que se manifestam na presença de doenças, incapacidades e
tratamentos necessários para o restabelecimento do indivíduo, destaca-se que foram
evidenciados 102, dos quais 72 apresentam déficits sobre conhecimento acerca de medidas de
autocuidado dos pés e agravos, 24 sobre conhecimento envolvendo a necessidade de suporte
terapêutico e de tratamento e 06 sobre situação de saúde.
Confirmando o contexto de incapacidades e limitações inerentes aoS idosos com DM,
o estudo de Balcázar (2014), realizado com 60 pacientes internados por pé diabético, destacou
que em se tratando de "cuidados com os pés", 58,3% apresentaram nível inadequado de
47

cuidado, 50,0% dos usuários apresentavam lesões, como calos, infecções fúngicas e mau odor.
Essas ocorrências foram atribuídas ao uso inadequado e ao precário estado dos calçados
utilizados.
A ulceração do pé diabético pode ter sua incidência reduzida através da orientação correta
sobre cuidados podológicos, pois a identificação precoce do tecido em risco pode permitir
cuidados preventivos adequados, minimizando a ocorrência desse agravo. Tais resultados foram
mostrados em um estudo que evidenciou diminuição substancial na incidência de ulceração do pé
diabético, de modo que 185 pacientes com diabetes de alto risco para doença do pé receberam
educação intensiva em enfermagem e, após dois anos de acompanhamento, a incidência de
ulceração do pé foi significativamente reduzida (MENG et al., 2014).
Apesar de muitos profissionais terem conhecimento sobre a importância da orientação
sobre cuidados com os pés, especialmente de pacientes diabéticos, os índices de exames dos pés e
atividades de prevenção são baixos. No estudo de Bernardo et al (2021), apenas 14% dos
entrevistados autorrelataram receber orientações relacionadas ao cuidado com os pés e apenas
26% já tiveram seus pés examinados por algum profissional. Tais achados demonstram a
fragilidade da realização da educação em saúde e de uma abordagem que incluía o cuidado com
os pés de idosos diabéticos.
Em um estudo colombiano, as atividades de prevenção do pé diabético realizadas por
médicos foram precárias, pois 59,5% dos pacientes relataram não ter recebido orientações sobre o
autocuidado com este segmento corporal. Da mesma forma, 57,1% dos pacientes relataram que o
médico ambulatorial não havia examinado os pés no momento da consulta (PINILIS et al., 2014).
As diretrizes do Grupo Internacional de Pé Diabético reforçam a relação custo-benefício
das atividades de prevenção para reduzir a prevalência de úlceras e amputações e que pacientes
diabéticos com alto risco de lesões no pé necessitam de diagnóstico oportuno e educação para
adotar comportamentos adequados de autocuidado para diabetes e autoexame do pé (BRASIL,
2019). É possível observar, no entanto, que isso ainda é um desafio.
Acreditamos que a falta de adesão às práticas de autocuidado com os pés seja o resultado
direto da falta de conhecimento, fato mais alarmante em idosos, devido as suas dificuldades de
acesso à educação em saúde por meios institucionais e tecnológicos. Apesar de ser pacífica a ideia
de que a educação em saúde pode ampliar o conhecimento, levar à adoção de comportamentos de
autocuidado e reduzir complicações nos membros inferiores, pouco se observa quanto à
instituição de uma prática estruturada e contínua nas organizações de saúde do país devido à falta
de rotina dos profissionais de saúde em executar a educação em saúde e orientação de
autocuidado.
48

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As complicações dos membros inferiores estão entre as consequências mais fatais e


incapacitantes do DM. Pode-se afirmar que um cuidado adequado com os pés do portador de
diabetes é certamente importante para prevenir o desenvolvimento de feridas/úlceras.
Inúmeras são as dificuldades enfrentadas para a prática diária de cuidados com os pés por
idosos diabéticos, como dificuldade de acesso a informação de qualidade, baixos índices de
exame dos pés realizado por profissionais de saúde qualificados, dificuldades físicas e
emocionais para o autoexame, assim como dificuldade de apoio familiar, dificuldades de
cuidados terapêuticos com o DM como dieta e atividade física; o que interfere diretamente na
sua capacidade de autocuidado.
Nesse sentido, a Teoria do Autocuidado de Orem mostrou-se compatível com o
estudo, a qual contribuiu para identificação e categorização dos déficits de autocuidado mais
comuns neste grupo populacional e a promoção de uma comunicação mais estruturada e
objetiva na construção do instrumento de consulta de enfermagem que facilitará a interação
entre profissional e paciente no momento da consulta, adequando-se de certa forma ao
planejamento da assistência de enfermagem para autocuidado dessa clientela.
A utilização desse instrumento auxiliará na operacionalização da SAE apoiando na
prática das etapas que incluem a coleta de dados, os diagnósticos e as intervenções, dentre
outros, favorecendo na utilização do pensamento crítico e conhecimento científico para a
tomada de decisões clínicas que atendam às necessidades do paciente. Nesse contexto,
ressalta-se a importância da utilização de instrumento de consulta de enfermagem/ SAE para
subsidiar a prevenção de complicações do pé diabético e fomentar a comunicação assertiva
com os pacientes com DM, sobretudo idosos.
Diante desse cenário, foi sugerido um plano de cuidados com principais diagnósticos e
intervenções de enfermagem para auxiliar no estímulo do autocuidado, na prevenção e no
tratamento dos pés de diabéticos com o intuito de evitar o surgimento e o tratamento de
úlceras do pé diabético.
Com relação aos objetivos propostos pelo estudo, foi construída uma versão do
instrumento de coleta de dados para usuários idosos com DM atendidos ambulatorialmente. É
importante esclarecer, porém, que em uma etapa posterior, o instrumento passará por
validação, conferindo sua aplicabilidade na Consulta de Enfermagem, tanto por enfermeiros
experts no assunto e assistenciais no seu dia a dia, como pelos docentes que atuam na
49

pesquisa científica. É importante registrar que, durante o desenvolvimento desta pesquisa, a


pesquisadora encontrou dificuldades na etapa de levantamento de artigos nas bases de dados
relativos às especificidades da pessoa idosa, também na etapa de aprovação de alguns
protocolos do comitê de ética para lograr a liberação da pesquisa.
Mostra-se relevante a aplicabilidade de instrumento para implantação da SAE nas
unidades ambulatoriais de atendimento aos portadores de DM, para que seja possível o
compartilhamento de uma linguagem universal, eficiente e reconhecida no âmbito
profissional, o que reafirmará a Enfermagem como Ciência, demonstrando que o cuidado de
enfermagem está embasado em um modelo conceitual que solidifica a prática assistencial.
Ao finalizar esta pesquisa, experimenta-se enorme satisfação ao elaborar um
instrumento que certamente servirá para facilitar a interação entre o profissional e seu
paciente, com vistas a reduzir os impactos negativos da doença na qualidade de vida,
amenizar o sofrimento e minimizar os custos causados pela UPD às pessoas e mitigar as
despesas do sistema de saúde. Espera-se que os resultados aqui trazidos possam inspirar
novas práticas de cuidado e pesquisas, considerando a necessidade e relevância de
disseminar a utilização do conhecimento específico da profissão no dia-a-dia do processo de
trabalho do enfermeiro, contribuindo para que novos saberes sejam construídos na
perspectiva de idosos com DM.
50

REFERÊNCIAS

ALCÂNTARA, M. R. et al. Teorias de enfermagem: A importância para a implementação da


sistematização da assistência de enfermagem. Revista Científica da Faculdade de Educação
e Meio Ambiente, v. 2, n. 2, p. 115-132, 2011. Disponível em: http://www.faema.edu.br/
revistas/index.php/Revista-FAEMA/article/view/99 Acesso em: 5 jul. 2021.

AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Microvascular complications and foot care.


Standards of Medical Care in Diabetes. Diabetes care, v. 42, p. 124-138, 2019. DOI:
https://doi.org/10.2337/dc19-S011

AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Position statements: standards of medical care in


diabetes. Diabetes Care, [s.l.], v. 33, suplemento 1, Janeiro 2010.

BALCÁZAR-OCHOA, Mayra et al. Capacidades y actividades en el autocuidado del paciente


con pie diabético. Revista de enfermagem Herediana, v. 7, n. 2, p. 63-68, 2014. Disponível
em: https://revistas.upch.edu.pe/index.php/RENH/article/view/2529. Acesso em: 18 jan.
2023.

BERNARDO, Allison Vinicius et al. Avaliação do pé nos portadores de diabetes melitus.


Nursing, São Paulo, v. 24, n. 278, p. 5922-31, 2021. Disponível em:
http://www.revistas.mpmcomunica cao.com.br/index.php/revistanursing/article/view/1684.
Acesso em: 02 jan. 2023

BOULTON, A. J. M. et al. Comprehensive foot examination and risk assessment: a report of


the Task Force of the Foot Care Interest Group of the American Diabetes Association, with
endorsement by the American Association of Clinical Endocrinologists. Diabetes Care,
Alexandria, v. 31, p.1679-1685, 2008.

BOULTON, A. J. M. The diabetic foot: Grand overview epidemiology and pathogenesis.


Diabetes/Metabolism Research and Reviews, v. 24 (suppl. 1), p. 53-56, 2008.

BRASIL Grupo de trabalho internacional sobre pé diabético. Consenso Internacional sobre


pé diabético. Brasília: Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, 2019; 100 p.

BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 466 de 12 de dezembro de 2012.


Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Estratégias para o cuidado


da pessoa com doença crônica: Diabetes mellitus. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 160
p. (Cadernos de Atenção Básica, n. 36).

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise


em Saúde e Vigilância de Doenças não Transmissíveis. Vigitel Brasil 2018: vigilância de
fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre
frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças
crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2018. Brasília, 2019.
51

BRASIL. Ministério da Saúde. Vigitel Brasil 2018: vigilância de fatores de risco e


proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Estimativas sobre frequência e
distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas
capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2018. Departamento de Análise
em Saúde e Vigilância de Doenças não Transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde, 2019.
Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/julho/25/vigitel-brasil-
2018.pdf Acesso em: 24 jul. 2020

CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução nº 159/1993. Dispõe sobre a


consulta de enfermagem. Brasília, DF: COFEN, 1993.

CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM-COFEN. Resolução n.º 358, de 15 de outubro


de 2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a
implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em
que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. Brasília,
DF: COFEN; 2009.

DONNELLY, Richard. et al. ABC of arterial and venous disease: vascular complications of
diabetes. BMJ, [S.l.], v. 320, n. 7241, p. 1062–1066, 2000. Disponível em: https://www.ncbi.
nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1117946/ Acesso em: 28 jul. 2022.

FIGUEIROA, Viviana Patricia Manão; ECHEVARRÍA-GUANILO, Maria Elena; FUCULO


JUNIOR, Paulo Roberto Boeira. Relation between causes of hospitalization and self-care in
older adults with diabetes mellitus 2. Texto & Contexto-Enfermagem, v. 29, 2020,
e20190296. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&p id=S0104-
07072020000600306&tlng=en. Acesso em: 17 jun. 2022.

FORMIGA, Natália Pinheiro Fabricio et al. Estratificação de risco para pé diabético numa
população de idosos acompanhados na atenção primária. Revista Baiana de Enfermagem, v.
34, 2020.

HERNÁNDEZ, N. H.; PACHECO, J. A. C.; SÁNCHEZ, M. A. Adaptação da teoria de


dorothea orem para pessoas com diabetes mellitus complicado por úlcera neuropática.
Revista Cubana de Enfermagem, v. 35, n. 1, 2019. Disponível em:
http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0864-03192019000100013 Acesso
em: 27 jul. 2021.

INTERNATIONAL DIABETES FEDERATION. IDF Diabetes Atlas. 8ª ed. Bruxelas,


Bélgica: International Diabetes Federation; 2017. Disponível em: https://diabetesatlas.org/
upload/resources/previous/files/8/IDF_DA_8e-EN-final.pdf Acesso em: 7 maio 2021.

LIRA, Jefferson Abraão Caetano et al. Avaliação do risco de ulceração nos pés em pessoas
com diabetes mellitus na atenção primária. Reme: Revista Mineira de Enfermagem, v. 24,
2020:e-1327. DOI: 10.5935/1415-2762.20200064

LIU, J. et al. Trends in the incidence of diabetes mellitus: results from the Global Burden of
Disease Study 2017 and implications for diabetes mellitus prevention. BMC Public Health,
v. 20, n. 1, p.1415, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1186/s12889-020-09502-x.
Acesso em: 05 dez. 2022.
52

MARQUES, M. B. et al. Educational intervention to promote self-care in older adults with


diabetes mellitus. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 53, 2019. DOI:
http://dx.doi.org/10.1590/S1980-220X2018026703517.

MEDEIROS, Rosana Kelly da Silva et al. Pasquali’s model of content validation in the
Nursing researches. Revista de Enfermagem Referência, [s.l.], v. serIV, n. 4, p.127-135, 5
mar. 2015. Disponível em: http://dx.doi.org/10.12707/riv14009. Acesso em: 19 fev. 2023.

MELO, Larissa Houly de Almeida et al. Aplicação da teoria de Orem no âmbito das feridas:
uma revisão integrativa. Estima–Brazilian Journal of Enterostomal Therapy, v. 18, 2020:
e0920. https://doi.org/10.30886/estima.v18.821_PT

MENDES, Telma de Almeida Busch et al. Diabetes mellitus: fatores associados à prevalência
em idosos, medidas e práticas de controle e uso dos serviços de saúde em São Paulo,
Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 27, p. 1233-1243, 2011.

MIRANDA, G. M. D.; MENDES, A. C. G.; SILVA, A. L. A. O envelhecimento


populacional brasileiro: desafios e consequências sociais atuais e futuras. Revista Brasileira
de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 19, n. 3, p. 507-519, 2016. DOI:
https://doi.org/10.1590/1809-98232016019.150140

MOREIRA, L. A. B.; DIAS, D. S.; FERNANDES, P. K. R. S. Aplicabilidade das teorias de


enfermagem na assistência de enfermagem. Conexão fametro 2017: arte e conhecimento,
XIII semana acadêmica, 2017. Disponível em:
https://doity.com.br/media/doity/submissoes/artigo-
53ace053f9e3592e9ec36fa51d8f2b6a2d495e04-arquivo.pdf Acesso em: 27 jul. 2021.

OREM, Dorothea Elizabeth. Concepts of practice. 5ª ed. ST Louis: Mosley, 1995.

PINILLA, Análida Elizabeth et al. Actividades de prevención y factores de riesgo en diabetes


mellitus y pie diabético. Acta médica colombiana, v. 39, n. 3, p. 250-7, 2014. Disponível em:
http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0120-24482014000300008&l
ng=en&nrm=iso&tlng=es. Acesso em: 19 maio 2022.

POLIKANDRIOTI, Maria et al. Quality of life in diabetic foot ulcer: associated factors and
the impact of anxiety/depression and adherence to self-care. The International Journal of
Lower Extremity Wounds, v. 19, n. 2, p. 165-179, 2020. Disponível em: http://journals.sag
epub.com/doi/10.1177/1534734619900415. Acesso em: 06 jul. 2022.

POLIT, Denise F.; BECK, Cheryl Tatano. Fundamentos de pesquisa em enfermagem:


Avaliação de evidências para a prática de enfermagem. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.

POTTER, Patrícia; PERRY, Anne Griffin. Fundamentos de enfermagem. 8. Ed. Rio de


Janeiro: Elsevier, 2014.

SABINO, Leidiane Minervina Moraes de. Cartilha educativa para promoção da


autoeficácia materna na prevenção da diarreia infantil: Elaboração e validação. 2016. 171
f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Enfermagem, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza,
2016.
53

SANTOS, Márcia Cristina de Figueiredo et al. Nursing diagnoses for elderly women
vulnerable to HIV/AIDS. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 71, p. 1435-44, 2018. DOI:
http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0086

SARI, Y. et al. Foot self-care behavior and its predictors in diabetic patients in Indonesia.
BMC Res Notes, v. 13, n. 1, p. 38, dez. 2020. Disponível em: https://bmcresnotes.biomed
central.com/articles/10.1186/s13104-020-4903-y. Acesso em: 18 dez 2022.

SHARONI, Siti Khuzaimah Ahmad et al. A self-efficacy education programme on foot self-
care behaviour among older patients with diabetes in a public long-term care institution,
Malaysia: a Quasi-experimental Pilot Study. BMJ open, v. 7, n. 6, p. e014393, 2017.
Disponível em: https://bmjopen.bmj.com/content/7/6/e014393. Acesso em: 15 mar. 2021.

SHARONI, Siti Khuzaimah Ahmad et al. The effects of self-efficacy enhancing program on
foot self-care behaviour of older adults with diabetes: A randomised controlled trial in elderly
care facility, Peninsular Malaysia. PloS one, v. 13, n. 3, p. e0192417, 2018. Disponível em:
https://dx.plos.org/10.1371/journal.pone.0192417. Acesso em: 28 dez. 2022.

SINGH, A.; ARMSTRONS, D. P. M.; LIPSKY, B. A. Preventing foot ulcers in patients with
diabetes. JAMA, v. 293, n. 2, p. 217-228, 2005.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES – SBD. Diretrizes da Sociedade Brasileira de


Diabetes: 2014-2015/Sociedade Brasileira de Diabetes; [organização José Egídio Paulo de
Oliveira, Sérgio Vêncio]. São Paulo: AC Farmacêutica, 2015.

TRUPPEL, T. C. et al. Sistematização da assistência de enfermagem em Unidade de Terapia


Intensiva. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 62, n. 2, p. 221-227, 2009. DOI:
https://doi.org/10.1590/S0034-71672009000200008

VIANNA, Heraldo Marelim. Medida da qualidade em educação: apresentação de um modelo.


Estudos em Avaliação Educacional, [s.l.], v. 24, n. 60, p.36-42, 30, dez., 2014. Fundação
Carlos Chagas. DOI: http://dx.doi.org/10.18222/eae246020143317.

VIEIRA, Andrea Lins Tavares et al. Avaliação do estresse em cuidadores de idosos na


Unidade de Saúde da Família “Vila Saúde”. Revista Acadêmica do Centro de Ciências
Médicas da Universidade Federal da Paraíba – Medicina & Pesquisa, [s.l.]. v. 1, n. 1,
p.61-74, jan. 2015.

WU, S. C. et al. Foot ulcers in the diabetic patient, prevention and treatment. Vascular
Health and Risk Management, [S.l.], v. 3, n. 1, p. 65-76, fev., 2007. Disponível em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1994045/ Acesso em: 2 ago. 2021.
56

ANEXO A – CERTIDÃO DO COMITÊ DE ÉTICA

UFPB - HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO LAURO
WANDERLEY DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DAPARAÍBA
Continuação do Parecer: 5.534.174

PENDÊNCIA ATENDIDA

Recomendações - Em relação aos OBJETIVOS:


- Como o estudo não desenvolverá todas as etapas do processo de validação de conteúdo,
sugiro alterar o segundo objetivo específico para: Realizar análise de conteúdo do instrumento
com juízes especialistas (ALTERADO).
Em relação ao MÉTODO:
- Para estruturação coerente do método, recomendamos utilizar a fonte primária que parece ter
norteado o processo de estruturação do plano de pesquisa (Coluci MZO et al.Construção de
instrumentos de medida na área da saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 20(3):925-936, 2015)
(ACRESCENTADO). RECOMENDAÇÃO ATENDIDA

Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:


Nesta versão foram apresentados: CARTARESOSTA2.docx, Projetocomite02.docx.
Recomendações:
Recomenda-se ao(a) pesquisador(a) responsável e demais colaboradores, a MANTER A
METODOLOGIA PROPOSTA E APROVADA PELO CEP-HULW.

Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:

Considerando que o(a) pesquisador(a) atendeu adequadamente às recomendações feitas por


este Colegiado em parecer anterior a este, e que o estudo apresenta viabilidade ética e
metodológica, estando em consonância com as diretrizes contidas na Resolução 466/2012, do
CNS/MS, somos favoráveis ao desenvolvimento da investigação.

O participante da pesquisa e/ou seu responsável legal deverá receber uma via do TCLE na
íntegra, com assinatura do pesquisador responsável e do participante e/ou responsável legal.
Se o TCLE contiver mais de uma folha, todas devem ser rubricadas e com aposição de
assinatura na última folha. O pesquisador deverá manter em sua guarda uma via do TCLE
assinado pelo participante por cinco anos.
O pesquisador deverá desenvolver a pesquisa conforme delineamento aprovado no protocolo
57

UFPB - HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO LAURO
WANDERLEY DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DA PARAÍBA

de pesquisa e só descontinuar o estudo somente após análise das razões da descontinuidade,


pelo CEP que o aprovou, aguardando seu parecer, exceto quando perceber risco ou dano não
previsto ao sujeito participante ou quando constatar a superioridade de regime oferecido a um
dos grupos da pesquisa que requeiram ação imediata.
Lembramos que é de responsabilidade do pesquisador assegurar que o local onde a pesquisa
será realizada ofereça condições plenas de funcionamento garantindo assim a segurança e o
bem-estar dos participantes da pesquisa e de quaisquer outros envolvidos.
Eventuais modificações ao protocolo devem ser apresentadas por meio de EMENDA ao
CEP/HULW de forma clara e sucinta, identificando a parte do protocolo a ser modificada e
suas justificativas.
O pesquisador deverá apresentar o Relatório FINAL ao CEP/HULW, por meio de
NOTIFICAÇÃO online via Plataforma Brasil, para APRECIAÇÃO e OBTENÇÃO da Certidão
Definitiva por este CEP. Informamos que qualquer alteração no projeto, dificuldades, assim como
os eventos adversos deverão ser comunicados a este Comitê de Ética em Pesquisa através do
Pesquisador responsável uma vez que, após aprovação da pesquisa o CEP-HULW torna-se co-
responsável.

Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados:


Tipo Documento Arquivo Postagem Autor Situação
Informações PB_INFORMAÇÕES_BÁSICA 07/07/2022
Básicas S_DO_P Aceito
do Projeto ROJETO_1850595.pdf 22:52:15
Outros CARTARESOSTA2.docx 07/07/2022 PAULIANA Aceito
22:50:58 CAETANO LIMA
Projeto Projetocomite02.docx 07/07/2022 PAULIANA
Aceito
Detalhado /
Brochura 22:49:18 CAETANO LIMA
Investigador
Outros CartaRespostaCep.pdf 20/05/2022 PAULIANA Aceito
16:42:58 CAETANO LIMA
TCLE / Termos TCLEpauliana.pdf 20/05/2022 PAULIANA
Aceito
de
Assentimento / 16:38:12 CAETANO LIMA
Justificativa de TCLEpauliana.pdf 20/05/2022 PAULIANA Aceito
Ausência 16:38:12 CAETANO LIMA
Outros AjustesplataformaBrasil.docx 03/02/2022 PAULIANA Aceito
21:12:07 CAETANO LIMA
Declaração de Termo_compromisso.pdf 03/02/2022 PAULIANA Aceito
Pesquisadores 17:35:00 CAETANO LIMA
58

UFPB - HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO LAURO
WANDERLEY DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DA PARAÍBA

Outros COMPROMISSOFINANCEIR 03/02/2022 PAULIANA


OPESQUI 17:29:00 CAETANO LIMA Aceito
SADOR.pdf
Outros CARTAANUENCIA.pdf 25/11/2021 PAULIANA Aceito
11:33:10 CAETANO LIMA
Outros CERTIDAOPROJETO.pdf 25/11/2021 PAULIANA Aceito
11:31:03 CAETANO LIMA
Folha de Rosto Folhaderostoassinadaufpb.pdf 25/11/2021 PAULIANA Aceito
11:02:58 CAETANO LIMA
Situação do Parecer:

Aprovado
Necessita Apreciação da CONEP:
Não

JOAO PESSOA, 19 de Julho de 2022

Assinado por:
MARIA ELIANE MOREIRA FREIRE
(Coordenador(a))
59

Anexo B – Submissão Artigo 1 ao periódico Aquichan

Você também pode gostar