Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Florianópolis
2022
Beatriz Silvério Feitoza
Florianópolis
2022
Beatriz Silvério Feitoza
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do título de
“Cirurgiã-Dentista” e aprovado em sua forma final pelo Curso de Odontologia.
__________________________________
Profª. Gláucia Santos Zimmermann, Dra.
Coordenadora do Curso
Banca examinadora:
__________________________________
Prof. Felipe Perozzo Daltoé, Dr.
Orientador
UFSC
______________________________________
Profª. Luisa Machado Barin, Dra.
Avaliadora
UFSC
_________________________________
Profª. Ana Guadalupe Gama Cuellar, Ma.
Avaliadora
UFSC
Florianópolis, 2022.
Dedico este trabalho aos meus pais Luiz
Carlos e Márcia e à minha irmã Vitória.
Obrigada por me aceitarem como sou e
por todo carinho.
AGRADECIMENTOS
DI DNA Index
EB Extrato Basal
FN Falso Negativo
FP Falso Positivo
HE Hematoloxilina e Eosina
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 15
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 60
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
3 MATERIAL E MÉTODOS
4 REVISÃO DE LITERATURA
4.1 A CÉLULA
foi reduzido à metade durante a fase de mitose. Na etapa G1, que geralmente é bem
curta em tecidos de baixo potencial de renovação celular, ocorre a síntese de RNA e
restauração do volume da célula, uma vez que a mesma fora reduzida à metade
durante a fase anterior, a mitose. Em tecidos de baixo potencial de renovação, após
concluir G1, a célula passa para uma etapa de quiescência – chamada G-zero – e
permanece em repouso multiplicativo por tempo indeterminado ou até que haja algum
estímulo para retornar ao ciclo celular. É importante salientar, que na etapa G1, ocorre
uma importante “checagem” do padrão de normalidade da multiplicação celular (ponto
R, ou ponto de restrição). Se for detectado algum problema nesta etapa, a célula
cessa o processo de proliferação. Mas, se não houver nenhum problema, dá-se início
a etapa S, na qual há síntese de DNA e duplicação dos centrossomos e centríolos
que desempenharão papel crucial na fase de mitose. Finalmente, na fase subseguiste
denominada de G2, há o acúmulo de energia celular e síntese da tubulina que formará
o fuso mitótico, necessário para a divisão celular propriamente dita, a mitose
(JOHNSON; WALTER, 2010).
É possível observar o ponto de checagem “R”, que é determinante para a continuidade da divisão
dessa célula em duas células filhas ou não onte: Adaptado de (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013).
21
É possível observar o ponto de checagem “R”, que é determinante para a continuidade da divisão
dessa célula em duas células filhas ou não. . Os dois círculos na linha inferior demonstram o final da
fase de telófase, onde há a separação dos conteúdos nucleares recém sintetizados seguido da
separação do conteúdo citoplasmático, denominado de citocinese (divisão citoplasmática)
Fonte: Adaptado de (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013)
Gráfico exemplificando a quantidade de DNA contido na célula em cada uma das fases do ciclo
celular. n, 2n e 4n, representam respectivamente a quantidade de DNA de uma célula haploide,
diploide e tetraploide
Fonte: Adaptado de: Tércio Câmara oficina de ciências (2020).
23
Aspectos da morfologia celular e nuclear de células epiteliais em diferentes fases do ciclo celular. Em
(A) é possível observar o aspecto do núcleo celular interfásico, contendo cromatina e nucléolos. Em
(B), na prófase, há a desintegração dos nucléolos e condensação dos cromossomos. (C) Metáfase,
os cromossomos estão condensados e dirigindo-se ao centro da célula. (D) Anáfase: os
cromossomos estão polarizados em cada lado da célula e observa-se início da citocinese
Fonte: Adaptado de (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013)
cavidade oral é o tecido epitelial que está presente na cavidade oral como “mucosa”,
ou seja, “um forramento úmido”, banhado por solução aquosa (KATCHBURIAN;
ARANA, 2013). Este tecido é composto basicamente por células poliédricas – que
possuem muitas faces – condicionadas a revestirem superfícies e secretarem
moléculas, imersas numa porção diminuta de matriz extracelular e conectadas por
junções intercelulares, ou seja, as células integrantes desse tecido localizam-se
extremamente próximas umas das outras. Essa conformação do epitélio arquiteta uma
espécie de barreira física, que é conveniente mediante as funções que competem a
esse tecido tais como proteção, absorção de íons e moléculas, percepção de
estímulos, dentre outros (GROEGER; MEYLE, 2019).
O tecido epitelial, independente de seus subtipos ou particularidades, encontra-
se disposto sobre o tecido conjuntivo. Ambos separam-se por uma interface delgada
de moléculas denominada lâmina basal – nomenclatura que pode variar entre
diferentes autores na literatura. Esta constitui uma barreira física responsável por
mediar a troca de macromoléculas, conferir aderência através de fibras de ancoragem
entre os dois tecidos e até mesmo influir na proliferação e diferenciação celular
(BRIZUELA; WINTERS, 2022). O tecido conjuntivo adjacente pode formar projeções
em direção ao interior epitelial, desde que respeitando o limite e a integridade da
lâmina basal, formando papilas conjuntivas, variando regionalmente entre alongadas
e curtas (KATCHBURIAN; ARANA, 2013). Corriqueiramente, é possível observar o
tecido conjuntivo sob a terminologia de “lâmina própria”, como em Junqueira e
Carneiro (2013), onde o termo refere-se ao tecido conjuntivo adjacente ao
revestimento epitelial de órgãos ocos e cavidades, como no sistema urinário, gástrico
e cavidade oral.
As células que compõem o tecido epitelial são denominadas “queratinócitos",
tanto na pele quanto na cavidade oral, mesmo em epitélios desprovidos de produção
de ceratina (KATCHBURIAN; ARANA, 2013). Essas células organizadas em linhas e
camadas sobrepostas, ordenam a classificação desse tecido, conforme o número
camadas de células, que variam desde simples (um estrato), pseudoestratificado
(encontrado nas vias respiratórias calibrosas) e estratificado (mais de um estrato) e
segundo a geometria das células justapostas, que podem atribuir formatos variados
25
como pavimentoso, cúbico, colunar, dentre outros. Já nos epitélios arquitetados por
múltiplos estratos celulares, os estratificados, as células atribuem diferentes formatos
de acordo com a porção e profundidade que localizam-se no tecido. A denominação
de um tecido de múltiplos estratos celulares é dada pelo formato das células presentes
na camada mais superficial, podendo variar abundantemente em formas, como já
discorrido, e até possuir a característica de “transição” – a conformação espacial das
células da camada superficial modifica-se sob determinadas circunstâncias, como na
bexiga humana, que altera suas formas celulares quando está “murcha”, ou “cheia”
(AZEVEDO et al., 2016).
alguns termos que serão utilizados ao longo deste trabalho para designar e mensurar
situações em seus respectivos contextos (KAWAMURA, 2002). É possível observar
alguns dos principais termos epidemiológicos e ao que cada um se refere a seguir:
4.6.1.4 Especificidade
(FP): Considerado quando o teste apontou positivo para uma doença, mas o paciente
não possui a tal doença de fato (FERREIRA; PATINO, 2018; KAWAMURA, 2002).
(FN): Quando o teste aponta negativo para determinada doença, mas o paciente, na
verdade, possui sim tal doença (KAWAMURA, 2002).
morfológica subjetiva do olho humano o qual pode divergir de opiniões por entre
profissionais que avaliam uma mesma amostra (SHI et al., 2020).
Incidência de casos de câncer reportados no Brasil entre os sexos masculino e feminino no ano de
2020
Fonte: Adaptado de Ministério da Saúde (2020)
.
Análise do valor preditivo positivo e negativo da ploidia de DNA e graduação histológica da displasia
em pacientes com e sem transformação maligna
Fonte: Adaptado de Sperandio et al. (2013).
53
É possível observar na sequência de imagens da esquerda para a direita a clínica da lesão pré-
cancerizável, a análise citométrica identificando a população de clones aneuploides e o exame
histopatológico. Nesse exemplo é possível observar a relação de associação entre o diagnóstico a
partir da quantificação de DNA e diagnóstico histopatológico, pois a presente lesão com DI<2,3
analisada como incialmente “sem displasia” e confirmada com o resultado histopatológico da biópsia.
Fonte: Adaptado de (LI et al., 2020)
Amostra de células com 2,3 < DI < 3,5, corroborando o achado histológico de displasia em grau
médio a moderado
54
5 DISCUSSÃO
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK572115/.
CARVALHO, Grimaldo. Citologia Oral. Rio de Janeiro, RJ: REVINTER Ltda, 2002.
CASPERSSON, T. O. History of the development of cytophotometry from 1935 to the
present. Analytical and Quantitative Cytology and Histology, [S. l.], 1987.
Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/3555533/.
CASTAGNOLA, Patrizio et al. Genomic DNA copy number aberrations, histological
diagnosis, oral subsite and aneuploidy in OPMDs/OSCCs. PLoS ONE, [S. l.], v. 10, n.
11, p. 1–19, 2015. DOI: 10.1371/journal.pone.0142294.
CHITTURI, Ravi Teja; NIRMAL, R. Madhavan; SUNIL, Paramel Mohan; DEVY, A.
Santha; REDDY, B. Venkat Ramana. Evaluation of ploidy status using DNA-image
cytometry of exfoliated mucosal cells in oral lichen planus. Journal of Cytology, [S.
l.], v. 31, n. 3, p. 131–135, 2014. DOI: 10.4103/0970-9371.145629.
COOPER, M. Geoffrey. The Cell, A Molecular Approach. 2. ed. Sunderland (MA):
Sinauer Associates, 2000. Disponível em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK9839/.
DANIELSEN, Håvard E.; PRADHAN, Manohar; NOVELLI, Marco. Revisiting tumour
aneuploidy-the place of ploidy assessment in the molecular era. Nature Reviews
Clinical Oncology, [S. l.], v. 13, n. 5, p. 291–304, 2016. DOI:
10.1038/nrclinonc.2015.208. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1038/nrclinonc.2015.208.
DAVOLI, Teresa; DE LANGE, Titia. The causes and consequences of polyploidy in
normal development and cancer. [S. l.], 2011. DOI: 10.1146/annurev-cellbio-092910-
154234. Disponível em: 10.1146/annurev-cellbio-092910-154234.
DEEKS, J. j. Using evaluations of diagnostic tests: understanding their limitations and
making the most of available evidence. Annals of Oncology: official journal of the
European Society for Medical Oncology, [S. l.], 1999. DOI:
10.1023/a:1008359805260. Disponível em:
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0923753419572623?via%3Dihub.
DOLENS, Eder da Silva; NAKAI, Fabrícia Venâncio; PARIZI, José Luiz Santos; NAI,
Gisele Alborghetti. Citopatologia: Uma técnica útil para diagnosticar lesões bucais?:
Uma revisão sistemática da literatura. [S. l.], 2012. DOI:
https://doi.org/10.1002/dc.22875.
DUESBERG, Peter; FABARIUS, Alice; HEHLMANN, Ruediger. Aneuploidy, the
Primary Cause of the Multilateral Genomic Instability of Neoplastic and Preneoplastic
Cells. IUBMB Life, [S. l.], v. 56, n. 2, p. 65–81, 2004. DOI:
10.1080/15216540410001667902.
FERREIRA, Juliana Carvalho; PATINO, Cecilia Maria. Entendendo os testes
diagnósticos. Parte 3. Jornal Brasileiro de Pneumologia, [S. l.], v. 44, n. 1, p. 4,
2018. DOI: 10.1590/s1806-37562018000000017.
FLESKENS, Stijn; SLOOTWEG, Piet. Grading systems in head and neck dysplasia:
62
their prognostic value, weaknesses and utility. Head & neck oncology, [S. l.], v. 1, p.
11, 2009. DOI: 10.1186/1758-3284-1-11.
GARNIS, Cathie; CHARI, Raj; BUYS, Timon PH; ZHANG, Lewei; RAYMOND, T. NG.;
ROSIN, Miriam P.; LAM, Wan L. Genomic imbalances in precancerous tissues signal
oral cancer risk. Molecular Cancer, [S. l.], 2009. DOI: https://doi.org/10.1186/1476-
4598-8-50. Disponível em: https://molecular-
cancer.biomedcentral.com/articles/10.1186/1476-4598-8-50#citeas.
GHIZONI, Janaina S.; SPERANDIO, Marcelo; LOCK, Claire; ODELL, Edward W.
Image cytometry DNA ploidy analysis: Correlation between two semi-automated
methods. Oral Diseases, [S. l.], v. 24, n. 7, p. 1204–1208, 2018. DOI:
10.1111/odi.12888.
GIARETTI, Walter; MONTEGHIRFO, Stefano; PENTENERO, Monica; GANDOLFO,
Sergio; MALACARNE, Davide; CASTAGNOLA, Patrizio. Chromosomal instability,
DNA index, dysplasia, and subsite in oral premalignancy as intermediate endpoints of
risk of cancer. Cancer Epidemiology Biomarkers and Prevention, [S. l.], v. 22, n. 6,
p. 1133–1141, 2013. DOI: 10.1158/1055-9965.EPI-13-0147.
GIROUX, Veronique; RUSTGI, Anil K. Metaplasia: Tissue injury adaptation and a
precursor to the dysplasia-cancer sequence. Nature Reviews Cancer, [S. l.], v. 17, n.
10, p. 594–604, 2017. DOI: 10.1038/nrc.2017.68.
GROEGER, Sabine; MEYLE, Joerg. Oral mucosal epithelial cells. Frontiers in
Immunology, [S. l.], v. 10, n. FEB, p. 1–22, 2019. DOI: 10.3389/fimmu.2019.00208.
HANAHAN, Douglas; A WEINBERG, Robert. Hallmarks of cancer: the next generation.
[S. l.], n. The Swiss Institute for Experimental Cancer Research (ISREC), School of
Life Sciences, EPFL, Lausanne CH-1015, Switzerland. dh@epfl.ch, 2011. DOI:
10.1016/j.cell.2011.02.013.
HVEEM, T. S. et al. Prognostic impact of genomic instability in colorectal cancer.
British journal of cancer, [S. l.], v. 110, n. 8, p. 2159–2164, 2014. DOI:
10.1038/bjc.2014.133.
JANISSON-DARGAUD, Delphine; DURLACH, Anne; LORENZATO, Marianne;
GRANGE, Florent; BERNARD, Philippe; BIREMBAUT, Philippe. Aneuploidy, but not
Ki-67 or EGFR expression, is associated with recurrences in basal cell carcinoma.
British journal of cancer, [S. l.], 2008. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1600-
0560.2007.00935.x. Disponível em: https://www.nature.com/articles/6605905.
JOHNSON, Alberts Bray Hopkin; WALTER, Lewis Raff Roberts. Fundamentos da
biologia celular. 3. ed. PORTO ALEGRE.
JUNQUEIRA, Luiz Carlos; CARNEIRO, José. Histologia Básica. In: GUANABARA
KOOGAN LTDA (org.). 13. ed. Rio de Janeiro, RJ. p. 61.
KATCHBURIAN; ARANA. Histologia e embriologia oral - Katchburian; Arana - 3
ed. (2013) - Pt. [s.l: s.n.].
KAWAMURA, Takao. Interpretação de um teste sob a visão epidemiológica: eficiência
63