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Revisão Técnica:
Prof. Dr. Leonardo Martins Silva
Revisão Textual:
Prof.ª Dra. Selma Aparecida Cesarin
Introdução à Genética Humana
OBJETIVO
DE APRENDIZADO
• Informar acerca dos Conceitos Básicos usados em Genética, das bases fundamentais do
gene, dos cromossomos e da hereditariedade, bem como a genética do câncer.
UNIDADE Introdução à Genética Humana
Por muitos anos, no entanto, a relação entre genes e proteínas foi um mistério.
Leia o Capítulo 3 – O Genoma Humano: Estrutura Genética e Função, do livro THOMPSON, J.;
THOMPSON, M. Genética médica. 7.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
Entender como esse Código direciona a criação da vida humana é o objetivo de estu-
do e de conhecimento da Genética Humana e Molecular.
Fenótipo
Genes Proteínas
Genética Molecular
(Biologia Molecular)
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Os estudos de Gregor Mendel (1822-1884) e outros importantes estudiosos da Gené-
tica Clássica revelaram que os padrões numéricos regulares de herança indicavam que
a passagem de características de uma geração para a seguinte poderia ser explicada
com a suposição de que partículas ou genes hipotéticos estavam contidos em pares nos
organismos adultos, mas transmitidos individualmente à descendência.
Mendel as utilizou devido às diversas vantagens práticas que esse tipo de plan-
ta apresentava.
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Quando analisamos os genes de um indivíduo, podemos perceber que em um de-
terminado cromossomo proveniente da mãe pode haver um gene C para determinada
característica, e no homólogo proveniente do pai, pode ser encontrado um gene c.
Perceba que, apesar de C e c serem o mesmo gene, eles são variantes e podem de-
terminar algumas alterações para a mesma característica. A essa condição, chamamos
de alelos (C e c) de um mesmo gene.
Importante!
Nas células diploides, os cromossomos estão presentes em pares (pares de homólogos).
Dessa forma, cada característica é resultante da combinação de pelo menos dois genes,
localizados em cada um dos cromossomos homólogos.
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Pela análise combinatória da geração F2, vemos que a proporção de coelhos duplo
dominantes e duplo recessivos é 25% cada, enquanto os coelhos que carregam um do-
minante e outro recessivo representa 50% da população.
Observe que, embora o genótipo seja herdado dos pais, o fenótipo não é. Essa é uma
diferença importante entre fenótipo e genótipo.
Importante!
Convencionou-se chamar “homozigoto” aos alelos iguais em um mesmo genótipo, se-
jam eles dominantes ou recessivos (Por exemplo: CC ou cc), ao passo que alelos diferen-
tes em um mesmo genótipo são chamados de “heterozigoto” (Por exemplo: Cc).
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Importante!
As características provocadas por alterações em genes ou no genoma, que são relaciona-
das a um único gene, são denominadas mendelianas, porque ocorrem em proporções
definidas, quando se considera uma dada geração parental e os descendentes F1 e F2,
assim como Mendel observou em seus estudos com as ervilhas.
Em seres humanos, altura, cor dos olhos e cor do cabelo apresentam muitas varia-
ções, porque são controladas por muitos genes. Esse tipo de herança é chamado poligê-
nico, pois cada par de alelos contribui com uma certa quantidade para o fenótipo total.
A cor dos olhos de um indivíduo tem relação direta com a quantidade de melanina
depositada na íris. Existem muitos genes relacionados à produção, transporte e ma-
nutenção de melanina. Assim, a cor dos olhos em humanos não está sob o controle
de apenas um gene.
Além da informação genética (genótipo), um fenótipo pode ser influenciado por fato-
res externos e/ou ambientais (Por exemplo: estilo de vida). A isso chamamos de modifi-
cações epigenéticas, assunto que será abordado nas próximas Unidades.
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Teste seu conhecimento:
• Analise a Tabela das Áreas de Atuação em Genética. Para cada uma delas, faça ao
menos uma indicação da contribuição do Biomédico para a área. Lembre-se de que,
embora cada uma das Áreas de Atuação tenha certa particularidade, invariavelmente
se tratam de Áreas Multidisciplinares;
• Analise a Tabela das Áreas de Atuação em Genética. Para cada uma delas, indique
os principais conhecimentos necessários para atuação, relacionando-os às Disciplinas
que você estudou até este momento. Por exemplo: os conhecimentos de Biologia Mo-
lecular (DNA, RNA, transcrição e tradução) são importantes para as Áreas de Genética
Molecular, Genética Forense etc. Os conhecimentos obtidos em Biotecnologia são
importantes para as Áreas de Farmacogenética, Genética Molecular, Genética Bioquí-
mica etc.
Ciclo Celular
Mitose e meiose – Divisão celular
Durante todas as fases da vida de um indivíduo, os processos de crescimento e desen-
volvimento celular estão presentes.
A mitose tem grande importância na manutenção dos mais diferentes tecidos, vez
que faz a substituição das células mortas, células danificadas ou células com curtos pe-
ríodos de vida. No caso da mitose, a divisão celular de uma célula-mãe resulta em duas
células-filhas geneticamente idênticas.
Na meiose, a divisão de uma célula-mãe origina quatro células sexuais, cada uma com
metade do número de cromossomos da célula-mãe.
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Mitose Meiose
replicação
divisão celular
divisão celular
Aproveite para se lembrar do processo de duplicação do DNA por meio do vídeo disponível
no link a seguir (ative a legenda, caso seja necessário):
Disponível em: https://youtu.be/TNKWgcFPHqw
E aproveite, também, para rever os principais conceitos sobre esse tema em:
Disponível em: https://bit.ly/3Ci4Wb0
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Mitose
Durante o ciclo celular, as etapas são organizadas de forma cíclica e sincronizada. Po-
demos dividir as fases de divisão das células eucarióticas em duas principais: a interfase
e a fase mitótica (M), propriamente dita.
A interfase pode ser dividida em três etapas: G1, S e G2. Na fase G1, a célula au-
menta o seu metabolismo, aumenta de tamanho e sintetiza todos os elementos molecu-
lares necessários às etapas seguintes.
Na fase S, a célula sintetiza uma cópia completa do seu material genético (DNA) no
interior do núcleo, pelo processo explicado anteriormente (replicação), faz a duplicação
do centrossomo, uma estrutura organizadora dos microtúbulos e que auxiliam na sepa-
ração do DNA ao longo da fase mitótica.
A terceira e última fase da interfase é a G2. Nessa fase, a célula cresce um pouco
mais, sintetiza proteínas, aumenta a quantidade de organelas e retoma a organização de
todo o conteúdo celular, preparando-se para a fase mitótica.
Você Sabia?
O termo interfase faz referência ao fato de essa etapa ser justamente a fase de prepa-
ração para a divisão ocorrer entre uma fase mitótica e a seguinte.
Assim como na interfase, podemos dividir a fase mitótica em dois processos: a mi-
tose propriamente dita e a citocinese.
Se prestarmos ainda mais atenção à fase mitótica, veremos que ela também acontece
em etapas: prófase, metáfase, anáfase e telófase.
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UNIDADE Introdução à Genética Humana
Durante a fase mitótica (M) é necessário que todo o material genético (DNA) esteja
condensado em forma de cromossomos visíveis, podendo, assim, ser separados pelo fuso
mitótico. O fuso mitótico é uma estrutura especializada, formada pelos microtúbulos.
Já a etapa final, chamada de citocinese, é considerada a fase de clivagem e separa-
ção do citoplasma, na qual a célula de fato forma duas novas células.
O que acontece com às duas "células-filhas" produzidas após um ciclo mitótico completo?
Isso depende do seu tipo celular, de sua localização e de sua função. Alguns tipos de
células dividem-se rapidamente e, nesses casos, as células-filhas podem entrar imediata-
mente em um novo ciclo de divisão celular.
Por exemplo, imagine as células de um jovem embrião, que possui células que se divi-
dem rapidamente, bem como as células em um tumor. Outros tipos de células dividem-se
lentamente ou não se dividem. Essas células podem deixar a fase G1 e entrar em um esta-
do chamado Fase G0, quando a célula não está ativamente se preparando para se dividir.
G0 é um estado permanente para algumas células, enquanto outras, recebendo os
sinais corretos, podem reiniciar a divisão celular.
Importante!
Erroneamente, a fase G0 é chamada de fase de repouso. O fato de a célula não estar se
preparando para dividir, não significa que ela esteja em repouso. Nessa fase, a célula
está em intensa atividade, produzindo proteínas e diversas moléculas características
para desempenhar a sua função específica. Por exemplo, pode estar conduzindo sinais
como um neurônio, armazenando carboidratos como uma célula hepática, produzindo
e secretando colágeno como um fibroblasto ou atuando no Sistema Imunológico de De-
fesa como um leucócito.
Você Sabia?
Em geral, as células gastam cerca de 90% do seu tempo de vida na fase de interfase.
Depois disso, iniciam o processo de replicação do material genético e iniciam a divisão,
quer seja mitótica ou meiótica.
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Meiose
Agora vejamos o ciclo meiótico. Similar ao que ocorre na mitose, a meiose possui
as etapas: prófase, metáfase, anáfase e telófas. No entanto, ela o faz duas vezes segui-
das, tendo, assim, as fases de meiose I e meiose II, cada uma passando pelas etapas de
prófase, metáfase, anáfase e telófase.
Importante!
A meiose possibilita a recombinação genética, uma forma de introduzir novas combi-
nação de genes em uma determinada população, garantindo a diversidade genética.
Ao final do ciclo meiótico, tem-se a produção de quatro células com conteúdo genético
diferentes entre si.
Cada espermatócito passa pela primeira divisão meiótica, dando origem a dois
espermatócitos secundários, que passam pela segunda divisão meiótica, originando
duas espermátides, que se diferenciam em espermatozoides.
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Figura 5
Fonte: Adaptada de BROWDER; ERICKSON; JEFFERY, 1991, p. 25
No ser humano, a espermatogênese demora entre 64 e 74 dias, dos quais cerca de 16 dias
no período de mitoses das espermatogônias, 24 dias na primeira meiose (meiose I), cerca
de 8h na segunda meiose (meiose II) quase 24 dias na espermiogênese (ou fase final).
Você Sabia?
A fase da vida na qual uma pessoa alcança sua total capacidade reprodutora e desen-
volve todas as características próprias daquele determinado sexo quando adulto é cha-
mada de puberdade. No sexo masculino ocorre, em geral, entre 10 e 14 anos. Contudo, é
comum que esse início ocorra dos 9 até os 16 anos. É nessa fase, ainda, que os testículos
aumentam a produção de testosterona, amadurecendo os órgãos reprodutivos, promo-
vendo crescimento da musculatura e dos ossos, além de estar relacionado ao surgimen-
to de pelos faciais e da região pubiana, e também ao engrossamento da voz.
Inicialmente, durante a fase fetal feminina, células chamadas de ovogônias (ou oogô-
nias) se dividem por mitose. Na sequência, encerram as divisões e iniciam sua diferen-
ciação para ovócitos primários (ou oócitos primários).
Uma mulher nasce com aproximadamente 400 mil ovócitos primários. Essas células
estão envoltas em muitas camadas de células foliculares, o que resulta nos chamados
folículos ovarianos.
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Na fase de desenvolvimento desse folículo, o ovócito primário termina a primeira
divisão meiótica, o que resulta na produção de células de diferentes tamanhos: o ovó-
cito secundário (ou oócito secundário), que é uma célula grande e rica em vitelo, e o
corpúsculo polar, célula pequena e que se degenera.
A segunda meiose (meiose II) acontece a partir do ovócito secundário. Contudo,
essa célula fica estacionada na metáfase II desse ciclo meiótico. A ovulação acontece
quando ocorre um contínuo desenvolvimento do folículo, levando a um aumento da
pressão de líquidos no interior dessa célula, causando seu rompimento.
Assim, notamos que o ovócito secundário é, na verdade, a célula comumente chamada
de óvulo e que encerrará a divisão meiótica em caso de fecundação.
Para maior compreensão sobre as divisões celulares, estude a seção “Divisão Celular” do
Capítulo 2 do livro THOMPSON, J.; THOMPSON, M. Genética médica. 7.ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2008. Atenção especial à seção “Gametogênese Humana e Fertilização”.
Preste atenção, também, à seção em destaque, sobre “Consequências Genéticas da Meiose”.
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UNIDADE Introdução à Genética Humana
Mitose x meiose
Veja a Tabela comparativa entre os dois processos de divisão a seguir:
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Reveja o esquema da mitose e da meiose, agora com mais detalhes:
Figura 7
Fonte: Adaptada de BROWDER; ERICKSON; JEFFERY, 1991, p. 25
Na Figura 7, repare que, ao final da mitose, tem-se duas células-filhas, ao passo que,
na meiose, como temos duas fases, ao final da primeira (meiose I), temos duas células-
-filhas, e ao final da meiose II, temos quatro.
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Tabela 2
Organismo Genoma (Pares de bases) Número estimado de genes
Homem (Homo sapiens) 3.2 bilhões 25.000
Camundongo (M. musculus) 2.6 bilhões 25.000
Hera (A. thaliana) 100 milhões 25.000
Verme (C. elegans) 97 milhões 19.000
Mosca das frutas (D. melanogaster) 137 milhões 13.000
Levedura (S. cerevisiae) 12.1 milhões 6.000
Bactéria (E. coli) 4.6 milhões 3.200
Vírus das imunodeficiência Humana (HIV) 9700 9
Aproveite para se aprofundar melhor nos conceitos e nas definições sobre o genoma huma-
no no Capítulo 2 “O Genoma Humano e a Base Cromossômica da Hereditariedade” do livro
THOMPSON, J.; THOMPSON, M. Genética médica. 7.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2008. Atenção especial à “Estrutura do DNA: Uma Breve Revisão”.
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Figura 8 – Os genes estão localizados nos cromossomos que,
por sua vez, estão contidos no núcleo das células
Fonte: Adaptada de irp.nih.gov
É importante que alguns pontos sejam fixados. Esses pontos serão mais bem traba-
lhados ao longo das Unidades:
• Os genes estão contidos nos cromossomos;
• Os cromossomos estão localizados no núcleo celular;
• Um cromossomo pode conter de centenas a milhares de genes;
• Cada célula humana contém 23 pares de cromossomos e, portanto, totaliza 46
cromossomos em seu estado normal;
• Em termos de Genética Humana e Médica, a palavra “traço” é referente a alguma
característica geneticamente determinada comumente associada a mais de um gene
(condições poligênicas);
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UNIDADE Introdução à Genética Humana
• Certos traços são gerados por genes anormais, os quais podem ter sido herdados
ou são o produto de uma nova mutação.
Você Sabia?
É comum encontrar na Literatura uma variação quanto ao número total de genes
humanos. Muitos materiais apresentaram algo entre 25.000 a 30.000 genes. Como
isso pode acontecer? Quase 20 anos após a publicação inicial, ou a apresentação, do
genoma humano, a Ciência ainda não encontrou todos os nossos genes. Assim, a per-
gunta “Quantos genes temos?” permanece sem resposta numérica definida e talvez
continue como uma questão complexa tanto quanto se imaginava quando o Projeto
Genoma Humano (PGH) começou.
Você Sabia?
O Projeto Genoma Humano (PGH) durou de 1990 a 2003 e envolveu vários Centros de Pes-
quisa ao redor do mundo. Dentre os principais objetivos, estava determinar a sequência do
DNA humano e "a localização dos 100.000 genes humanos estimados".
Sim!
Os cientistas da época estimavam haver cerca de 100 mil genes e acreditavam que, vez
que tivéssemos a sequência em mãos, poderíamos rapidamente determinar onde estavam
todos os genes. Como sabemos, a história subsequente provou o contrário: embora a se-
quência e o número de genes codificadores de proteínas tenham sido descobertos gradu-
almente, o número de genes envolvidos em outras funções biológicas cresce a cada dia.
Reveja alguns conceitos importantes sobre o DNA e o gene nos links a seguir:
• O que é o GENE? Como funciona e quais as suas funções.
Disponível em: https://youtu.be/E6DPIgLqdCo
• DNA e o gene: regiões gênicas. Disponível em: https://youtu.be/vAkPrcFUnBg
Antes de iniciarmos as considerações sobre Genética, vamos fazer uma revisão sobre a
estrutura do DNA? Leia o texto, disponível em: https://bit.ly/3A14EDh
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Os genes possuem tamanhos variados, que podem estar relacionados ao tamanho
das proteínas que eles codificam (lembre-se de que existe o processamento alternativo
de genes).
Os processos de transcrição e a tradução foram vistos em detalhes nas Disciplinas
anteriores e não serão explicados nesta.
Com exceção de algumas células, como, por exemplo, espermatozoides, óvulos e
glóbulos vermelhos, o núcleo de cada célula humana contém 23 pares de cromossomos
(total de 46 cromossomos).
Desses, vinte e dois pares são os cromossomos não sexuais ou, também ditos, autos-
sômicos.
Quando pareados em análises de cariótipo, são idênticos em forma, tamanho, posição
e número de genes.
Os cromossomos sexuais (X e Y) são o par cromossômico de número 23. Mulheres
possuem um par de cromossomos sexuais XX e homens um cromossomo X e um Y,
portanto XY.
Os cariótipos serão estudados em detalhes na próxima Unidade.
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UNIDADE Introdução à Genética Humana
Mutações
Uma mudança na sequência de bases de um ácido nucleico é chamada de mutação.
Pense de novo.
Um fato curioso é que todo mundo possui mutações em seu material genético. De
fato, a maioria das pessoas tem dezenas ou mesmo centenas de mutações em seu DNA.
Sem as mutações, podemos dizer que a evolução não teria acontecido. Podemos dizer
que certas mutações podem conferir melhorias a uma dada espécie.
Causas de Mutação
As mutações ocorrem quando são cometidos erros durante a replicação do DNA e
têm muitas causas possíveis. Algumas mutações parecem ocorrer espontaneamente,
sem nenhuma influência externa, e outras são causadas por fatores ambientais.
Qualquer influência ambiental que possa causar uma mutação é conhecida como
mutagênica ou possui capacidade mutagênica.
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Figura 10 – Exemplos de mutagênicos
Fonte: Acervo do Conteudista
Tipos de mutações
Há variedade de mutações, sendo possível dividi-las em duas categorias principais:
mutações germinativas e mutações somáticas:
• Mutações na linha germinativa ocorrem nos gametas (espermatozoides ou óvu-
los). Essas mutações são especialmente significativas porque, além de poderem ser
transmitidas aos descendentes, todas as células da prole as possuirão;
• Mutações somáticas podem ocorrer em todas as células do corpo, com exceção
dos gametas. Essas mutações podem ter pouco efeito no organismo, porque estão
confinadas a apenas uma célula e suas células-filhas. Mutações somáticas não são
transmitidas aos descendentes.
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UNIDADE Introdução à Genética Humana
Você Sabia?
Consequências da contaminação por radiação na história – Em geral, a radiação
é capaz de alterar o DNA. O desastre de Chernobyl foi um acidente nuclear que ocorreu
em 26 de abril de 1986, na Ucrânia. É considerado o pior acidente de Usina Nuclear da
História. Uma publicação russa concluiu que 985.000 cânceres em excesso ocorreram
entre 1986 e 2004 como resultado da contaminação radioativa. O relatório de 2011 do
Comitê Europeu de Risco de Radiação calculou um total de 1,4 milhão de cânceres como
resultado dessa contaminação.
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Alterações cromossômicas
Alterações cromossômicas são mutações que alteram a estrutura cromossômica.
As possíveis maneiras pelas quais essas mutações podem ocorrer estão ilustradas na
Figura a seguir:
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UNIDADE Introdução à Genética Humana
Mutações pontuais
Uma mutação pontual é uma alteração em um único nucleotídeo na sequência da
molécula de DNA.
Esse tipo de mutação, geralmente, é menos grave do que uma alteração cromossômica.
Podem ocorrer por substituição, inserção ou deleção de bases.
Os efeitos das mutações por substituição dependem de como eles alteram o Código
Genético, em que região do genoma ocorrem e quais genes são afetados.
Agora, suponha que uma inserção ocorra nesta sequência. Digamos que um nucleo-
tídeo “A” seja inserido após o códon de início AUG:
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Essa inserção fez com que a fase de leitura da sequência codificadora fosse alte-
rada e, consequentemente, os aminoácidos recrutados na tradução, já que os códons
foram modificados.
Agora, veja a ilustração a seguir, que trata de uma mutação frameshift no gene da
beta-globina:
Figura 13
Fonte: Acervo do Conteudista
Como esse exemplo mostra, uma mutação de frameshift pode mudar drasticamente
a maneira como os códons no RNA mensageiro são lidos. Isso pode ter um efeito drás-
tico no produto proteico.
Veja alguns exemplos do resultado das mutações sobre as proteínas no esquema a seguir:
Figura 14
Fonte: Acervo do Conteudista
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UNIDADE Introdução à Genética Humana
Figura 15
Fonte: Acervo do Conteudista
Mutações espontâneas
Existem cinco tipos comuns de mutações espontâneas, que estão descritos no Qua-
dro a seguir:
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Na imagem a seguir, vemos as possibilidades de trocas de bases na transição e
na transversão:
Figura 16
Fonte: Acervo do Conteudista
Exemplos desse tipo são as silenciosas de pontos. Elas são neutras porque não alte-
ram os aminoácidos nas proteínas que codificam e, além disso, muitas outras mutações
não têm efeito no organismo, porque são reparadas antes da síntese proteica. Outras
mutações estão localizadas em regiões que não fazem parte de nenhum gene.
Mutações benéficas
Algumas mutações têm efeito positivo no organismo em que ocorrem, são chamadas
de mutações benéficas e são responsáveis pelo surgimento de novas versões de proteí-
nas que ajudam os organismos a se adaptarem às mudanças em seu ambiente.
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Mutações benéficas são essenciais para que a evolução ocorra. Elas aumentam as
chances de sobrevivência ou reprodução de um organismo e, portanto, tendem a se
tornar mais comuns ao longo do tempo.
Existem vários exemplos bem conhecidos de mutações benéficas. Aqui, estão ape-
nas dois:
• Em muitas bactérias, as mutações conferem resistência a esses organismos, permi-
tindo que sobrevivam na presença de antibióticos. Essas mutações são cruciais para
o estabelecimento de certas cepas de bactérias. Vale ressaltar que essas mutações
são benéficas para a bactéria e não para os seres humanos infectados por elas!
• Uma mutação única foi encontrada em um dado gene em pessoas de uma pequena
cidade na Itália. Verificou-se que a mutação os protegia de desenvolver aterosclero-
se, que é o acúmulo perigoso de materiais gordurosos nos vasos sanguíneos. Nesse
caso, foi possível identificar o indivíduo em que a mutação apareceu pela primeira
vez. O gene em questão é o APOA1 e é responsável pela produção da Apolipopro-
teína A-I, uma proteína com função específica no metabolismo de lipídios.
Mutações prejudiciais
Imagine fazer uma alteração aleatória em uma máquina complicada, como um mo-
tor de um automóvel. A chance de a mudança aleatória melhorar o funcionamento do
carro é muito pequena. É muito mais provável que a mudança resulte em um carro que
não corra bem ou talvez nem corra. Da mesma forma, qualquer alteração aleatória que
ocorra em uma sequência gênica pode resultar em uma proteína que não funcione nor-
malmente, ou até inviabilizar seu funcionamento. Mutações prejudiciais podem causar
diversas doenças genéticas.
Você pode saber mais sobre a doença fibrose cística nos dois vídeos disponíveis nos links
a seguir:
• Fibrose Cística | Série Saúde Brasil. Disponível em: https://youtu.be/DrmKBlUYRR4
• Genética: Entenda a Fibrose Cística. Disponível em: https://youtu.be/xgAKTGy1x5I
Geralmente, isso se deve a mutações em genes que regulam o ciclo celular, permi-
tindo que as células se dividam indefinidamente. As mutações que envolvem o câncer
podem ser causadas por agentes externos e também podem ser herdadas.
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Aproximadamente 5% dos casos têm forte componente hereditário, isto é, ao nascer,
o indivíduo já tem uma alteração que confere risco aumentado de desenvolver o câncer.
Um exemplo são as mulheres que nascem com mutações no gene BRCA1, como o
famoso caso da atriz Angelina Jolie. Mutações nesse gene conferem o risco de até 70%
de desenvolver câncer de mama.
Felizmente, a maior parte dos cânceres não é hereditária, sendo fatores ambientais
como alimentação, obesidade, tabagismo e outros os mais relacionados ao desenvolvi-
mento deles.
Você pode se aprofundar mais sobre o câncer e o ciclo celular nos link:
• Câncer e o ciclo celular. Disponível em: https://bit.ly/3C9RHJa
• Veja também um vídeo sobre câncer. Disponível em: https://youtu.be/THbke1lRiEY
Desordens genéticas
Como comentado, muitos distúrbios genéticos são causados por mutações em um ou
mais genes.
Na tabela a seguir listamos vários distúrbios genéticos causados por mutações em
apenas um único gene, seja em genes localizados em cromossomos autossômicos, como
também em cromossomos sexuais, como nos casos ligados ao cromossomo X.
Raquitismo Falta de uma substância neces- Ossos macios que facilmente se deformam, le-
sária para os ossos absorverem vando a pernas inclinadas e outras deformidades
hipofosfatêmico minerais esqueléticas
Atividade reduzida de uma pro-
Sangramento interno e externo que ocorre facil-
Hemofilia A teína necessária para a coagula-
mente e é difícil de controlar
ção do sangue
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UNIDADE Introdução à Genética Humana
Por outro lado, um alelo recessivo mutante não é expresso em pessoas que herdam
apenas uma cópia dele (Cc).
Assista, no link a seguir, a uma animação sobre como as cadeias globínicas mutadas da
hemoglobina se comportam na anemia falciforme:
Disponível em: https://youtu.be/FBXcJN1ETa4
Aproveite, também, e se aprofunde mais no tema dessa doença no link a seguir:
Disponível em: https://youtu.be/btoEjcTughA
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Genética e câncer
As mutações genéticas relacionadas ao câncer podem acontecer em certos tipos de
genes chamados de proto-oncogenes. Esses genes, em geral, estão inativos em células
normais. Contudo, uma vez ativados, transformam-se em oncogenes, mudando a con-
dição de célula normal para uma célula cancerosa.
Outro grupo importante são os chamados “genes supressores do tumor”, que são
genes que normalmente retardam (ou controlam) a divisão celular, promovem o reparo
de certos danos ao DNA ou, ainda, podem sinalizar quando as células devem morrer.
Por esse motivo, você pode imaginar que uma mutação em um gene supressor de
tumor pode levar ao descontrole do crescimento e da divisão celular, o que, invariavel-
mente, produz uma célula cancerosa e o desenvolvimento do câncer (oncogênese).
A questão mais relevante envolvendo os oncogenes e os genes supressores do tumor
é que os oncogenes derivam da ativação de proto-oncogenes (genes normais), en-
quanto os genes supressores do tumor, quando inativados, levam ao câncer.
Alterações herdadas do gene supressor do tumor podem ser encontradas em algu-
mas síndromes de cânceres hereditários, em determinadas famílias.
Contudo, uma vez mais, a maioria das mutações e/ou alterações em genes supresso-
res do tumor é adquirida por fatores externos (ou ambientais) e, portanto, não herdadas.
Um exemplo é a mutação no gene TP53 (que codifica a proteína p53), que foi encon-
trada em mais de 50% dos casos de câncer esporádico em humanos.
Um câncer é chamado “esporádico” quando não configura Síndrome de Câncer
hereditário e deriva de mutações em células somáticas que se dividem e seguem o
desenvolvimento da doença.
Aproveite para se aprofundar no assunto das bases genéticas do câncer, estudando o Capí-
tulo 16 “Genômica e Genética do Câncer” do livro THOMPSON, J.; THOMPSON, M. Genética
médica. 7.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
A sugestão é estudar todo o Capítulo. Atenha-se, sobretudo, aos textos explicativos das Fi-
guras 16-1, 16-2 e 16-3, as quais são muito ilustrativas ao citar exemplos de oncogenes e
genes supressores de tumor.
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UNIDADE Introdução à Genética Humana
Os genes supressores de tumor podem ser classificados em dois grandes grupos: genes
controladores e genes de manutenção. Os genes BRCA1 e BRCA2 podem estar envolvidos
em distúrbios genéticos associados ao câncer familiar de mama e ovário (hereditário), como
também no câncer esporádico de mama ou ovário. Esses genes são considerados genes
supressores de tumor do tipo “de manutenção”, pois, uma vez mutados, o reparo do cro-
mossomo, em resposta à quebra do duplo filamento do DNA, está comprometido. Explore
em detalhes a Tabela 16-3 do Capítulo 16 do livro THOMPSON, J.; THOMPSON, M. Genética
médica. 7.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. Nela, você encontrará exemplos de
genes controladores e de manutenção, bem como os distúrbios genéticos associados a cada
um deles.
Pense a respeito da seguinte questão e proponha, de modo simplificado, uma Teoria: por
que poucos distúrbios de cânceres hereditários são causados por oncogenes ativados, en-
quanto tantas outros ocorrem por mutação de genes supressores de tumor, sobretudo em
gametas (ou células de linhagem germinativa)?
Em geral, o processo de oncogênese pode levar vários anos, vez que acontece len-
tamente. Assim, a proliferação anormal a partir de uma única célula pode levar certo
tempo até que seja um tumor visível ou palpável.
Como vimos, a maioria dos cânceres se desenvolve a partir de fatores não he-
reditários. Assim, podemos considerar o efeito cumulativo da exposição à certos
agentes carcinogênicos.
Uma célula iniciada, isto é, geneticamente alterada, pode ser exposta a outros agen-
tes cancerígenos, denominados oncopromotores, que são responsáveis pela transfor-
mação dessas células em células malignas.
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Esse estágio é o denominado promoção. Álcool, tabaco e o uso de certos hormônios
são considerados agentes oncopromotores.
Você pode obter mais informações básicas e objetivas que facilitarão o entendimento da
dimensão do câncer, das medidas para o controle da doença e das estratégias de Saúde
Pública relacionadas à doença no Brasil. Disponível em: https://bit.ly/37eaAwe
A seguir, temos um glossário de termos usados em Genética. Consulte sempre que precisar.
Você poderá usá-lo ao longo das quatro Unidades desta Disciplina. Para consulta mais abran-
gente, utilize o glossário ao final do livro THOMPSON, J.; THOMPSON, M. Genética médica.
7.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
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UNIDADE Introdução à Genética Humana
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• Corpúsculo de Barr (cromatina sexual): massa densamente corada que representa
um cromossomo X inativado;
• Cromátides: os dois filamentos paralelos de cromatina, conectados pelo centrô-
mero, que constituem um cromossomo após a Síntese do DNA. Cromátide é uma
das duas cópias de um cromossomo duplicado, formada na fase da divisão celular
em que ocorre a replicação do DNA. As duas cromátides, chamadas de cromátides-
-irmãs, são unidas no centrômero;
• Cromatina: complexo de DNA e proteínas em cromossomos eucarióticos, original-
mente designado assim pela facilidade com que se cora após exposto a determina-
dos corantes;
• Cromossomo: estrutura composta por uma molécula de DNA muito longa e prote-
ínas associadas, contendo informação genética de um organismo. É especialmente
evidente durante a meiose ou a mitose, quando cada cromossomo é condensado,
formando uma estrutura semelhante a um carretel, compacta e visível sob Micros-
cópio óptico;
• Cromossomos autossômicos: nos seres humanos, os cromossomos de 1 a 22,
excluídos os cromossomos gonossômicos ou sexuais X e Y;
• Cromossomos homólogos: cromossomos iguais entre si, sendo um herdado da
mãe e o outro do pai;
• Cromossomo recombinante: cromossomo que resulta na troca de segmentos re-
cíprocos por crossing entre um par homólogo de cromossomos parentais, durante
a meiose;
• Cromossomos filhos: cromossomos produzidos pela disjunção das cromátides na
anáfase da mitose ou na anáfase da meiose II;
• Cromossomos gonossômicos: cromossomos sexuais X e Y;
• Cromossomos homólogos: cromossomos que ocorrem em pares e são, em geral,
semelhantes em tamanho e forma, vindo um do genitor masculino e o outro da
genitora. Os cromossomos contêm a mesma disposição de genes;
• Cromossomos sexuais: cromossomos cuja presença/ausência é correlacionada ao
sexo do portador. Cromossomo que tem papel na determinação do sexo;
• Cromossomos X e Y: o cromossomo X é associado à determinação sexual. Nos
seres humanos, a mulher tem dois cromossomos X. O homem tem apenas um cro-
mossomo X, o cromossomo Y sendo o parceiro do cromossomo X;
• Crossing over: processo no qual os cromossomos trocam material genético por
quebra e posterior reunião de suas moléculas de DNA;
• Deleção: ausência de um segmento cromossômico em um cromossomo;
• Dicêntrico: cromossomo estruturalmente anormal por ter dois centrômeros;
• Diploide: organismo ou célula com dois conjuntos de cromossomos (2n) ou dois
genomas. Os tecidos somáticos dos seres humanos são de constituição cromos-
sômica diploide, ao contrário dos gametas (óvulos e espermatozoides) que são
haploides (monopolizes);
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• Explode: organismo ou célula que tem número cromossômico que é múltiplo exato
do número monopolize (n) ou haploide. Termos usados para identificar níveis dife-
rentes em uma série explode são diploides, triploide, tetraploide etc.;
• Éxon: qualquer trecho não íntron da sequência codificante de um gene. Ao conjun-
to de cerca de 170 mil éxons do genoma humano se dá o nome de exoma;
• Fenótipo: manifestações externas, detectáveis, que são determinadas por um genó-
tipo específico, que não é visível a olho nu;
• Gameta: célula haploide, especializada, do tipo reprodutivo, que se funde com um
gameta do sexo oposto para formar um zigoto diploide. Nos seres humanos, são
denominados ovócito e espermatozoide;
• Gêmeos dizigóticos: gêmeos oriundos de dois zigotos. Gêmeos fraternos, não idênticos;
• Gêmeos monozigóticos: gêmeos idênticos, oriundos da divisão de um só zigoto;
• Gene: a unidade fundamental física e funcional da hereditariedade, que leva infor-
mação de uma geração para a seguinte. Um segmento de DNA composto de uma
região transcrita e uma sequência regulatória que possibilita a transcrição;
• Genes homólogos: genes evolutivamente correlacionados, descendentes de um
gene em um ancestral comum;
• Genoma: informação genética total que pertence a uma célula ou a um organismo.
Em particular, a informação codificada e mantida no DNA;
• Genômica: estudo da estrutura e da função de genomas inteiros;
• Genótipo: constituição genética de uma célula individual ou de um organismo.
Combinação particular de alelos observada em um indivíduo específico;
• Grupo sanguíneo: fenótipo produzido por antígenos geneticamente determinados
em uma hemácia. Os antígenos formados por um conjunto de genes alélicos cons-
tituem um Sistema de Grupo Sanguíneo;
• Haploide: organismo ou célula que tem apenas um conjunto completo (n) de cro-
mossomos ou um genoma;
• Haplótipo: classe genética descrita por uma sequência de DNA ou de genes que
estão juntos no mesmo cromossomo físico;
• Herança complexa: padrão de herança que não é mendeliana. Uma característica
com herança complexa, em geral, resulta de alelos em mais de um lócus interagin-
do com fatores ambientais;
• Herança mitocondrial: herança de uma característica codificada no genoma mi-
tocondrial. Como o genoma mitocondrial é de herança estritamente materna, a
herança mitocondrial ocorre apenas pela linhagem feminina;
• Heterocromatina: região cromossômica condensada densamente e considerada
geneticamente inerte;
• Heteroplasmia: presença de mais de um tipo de DNA mitocondrial nas mitocôn-
drias de uma única pessoa;
• Heteroploide: qualquer número de cromossomos que não seja o normal;
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• Mitose: divisão do núcleo de uma célula eucariótica, envolvendo a condensação do
DNA em cromossomos visíveis ao microscópio óptico e a separação dos cromosso-
mos duplicados para formar dois novos conjuntos idênticos de cromossomos;
• Monossomia: ausência de um dos cromossomos de um par de homólogos;
• Mutação: mudança no DNA em um determinado lócus em um organismo. O ter-
mo é usado de modo amplo para incluir mutações de ponto envolvendo um único
gene, bem como uma alteração cromossômica;
• Mutação cromossômica: qualquer tipo de mudança na estrutura ou no número
de cromossomos;
• Mutação de ponto: pequena lesão, geralmente, a inserção ou deleção de um único
par de bases;
• Mutação sem sentido: substituição de um par de nucleotídeos dentro de uma região
codificante de proteína que muda um códon para um aminoácido por um códon
de término;
• Nucleotídeo: molécula composta de uma base nitrogenada, um açúcar e um grupo
fosfato. O bloco estrutural dos ácidos nucleicos;
• Par de bases: dois nucleotídeos em uma molécula de RNA ou DNA que estão em-
parelhados por ligações de hidrogênio. Por exemplo, G com C e A com T;
• Pluripotente: descreve uma célula embrionária que é capaz de originar tipos di-
ferentes de tecidos diferenciados ou estruturas, dependendo de sua localização e
influências ambientais;
• Poligênica: herança envolvendo muitos genes;
• Polimorfismo: ocorrência, em uma população (ou entre populações), de várias for-
mas fenotípicas associadas a alelos de um gene ou a homólogos de um cromossomo;
• Portador: indivíduo que possui alelo mutante, mas não o expressa em seu fenótipo,
devido à presença de um alelo dominante. Assim, um indivíduo com genótipo Aa é
um portador de a, se houver dominância completa de A sobre a;
• Primer: oligonucleotídeo de RNA ou DNA que pode servir como um molde para
a síntese de DNA pela DNA primase quando helicoidizado a uma molécula maior
de DNA;
• Prófase: primeiro estágio da divisão nuclear durante o qual os cromossomos se
condensam e se tornam visíveis ao microscópio óptico;
• Projeto Genoma Humano: esforço internacional para mapear e sequenciar todo
o Genoma Humano;
• Prole: todos os irmãos de uma família;
• Promotor: sequência de nucleotídeos no DNA à qual a RNA-polimerase se liga
para iniciar a transcrição;
• Quimera: organismo inteiro formado a partir de um agregado de duas ou mais
populações de células geneticamente diferentes (dois ou mais genótipos), originadas
de zigotos diferentes;
• Reação em Cadeia da Polimerase (PCR): método in vitro para amplificar um
segmento específico de DNA que usa dois primers que se hibridizam com pontas
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• Translocação: relocação de um segmento cromossômico para uma posição dife-
rente da original;
• Transmissão de homem para homem: padrão de herança de uma característica
do pai para todos os seus filhos homens e nenhuma de suas filhas (também chama-
da de herança holôndrica);
• Triploidia: presença de 3 conjuntos de cromossomos no organismo ao invés de
apenas dois conjuntos (diploidia), como é o normal;
• Trissomia: presença de cópias ou representantes de um mesmo cromossomo, em
vez do par usual, como acontece na Trissomia do 21 (Síndrome de Down) pela
presença de três cromossomos 21.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Do genótipo ao fenótipo
https://youtu.be/URPE1RplCoc
Como as ervilhas de Mendel nos auxiliaram a entender a genética – Hortensia Jiménez Díaz
https://youtu.be/Mehz7tCxjSE
De onde vêm os genes? – Carl Zimmer
https://youtu.be/z9HIYjRRaDE
Os meus genes: saber ou não saber quem sou
https://youtu.be/fN25FFFQaBk
DNA replication – 3D
https://youtu.be/TNKWgcFPHqw
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Referências
ARNALDO ZAHA. Biologia Molecular Básica. 5.ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 2014.
BRUCE, A.; JOHNSON, A.; PETER, W. Biologia Molecular da Célula. 5. São Paulo:
Artmed, 2010.
JORDE. L. B. et al. Genética Médica. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999.
OTTO, P. G.; OTTO, P. A.; PESSOA, O. F. Genética Humana e clínica. 2ed. São
Paulo: Roca, 2004.
WATSON, J.; BAKER, T.; BELL, S. Biologia Molecular do Gene. 5a Ed. São Paulo:
Artmed. 2006.
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