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Reprodução Humana
O Feto
Revisor Técnico:
Prof.ª Dr.ª Gabriela Cavagnolli
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Adrielly Camila de Oliveira Rodrigues Vital
O Feto
• Período Fetal.
OBJETIVOS
DE APRENDIZADO
• Conhecer as patologias do embrião e feto;
• Compreender a função dos anexos embrionários.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE O Feto
Período Fetal
Duração da Gravidez e seus Vários Estágios de Desenvolvimento
A partir da nona semana de gravidez até o nascimento, o bebê em desenvolvi-
mento é chamado de feto, denominando-se o período fetal. Os principais órgãos já
foram formados no período embrionário.
A gravidez pode ser dividida em três períodos iguais de três meses, chamados
trimestres. O primeiro trimestre abrange a fase embrionária e as primeiras semanas
do desenvolvimento fetal. Na fase embrionária, a região cefálica cresce e as vias ner-
vosas se formam. No início do crescimento fetal, as vias nervosas começam a regular
as funções dos principais sistemas orgânicos, como musculoesquelético e urinário.
No segundo trimestre o rosto adquire uma aparência mais familiar e os pulmões
aumentam significativamente de tamanho. No terceiro trimestre, os sistemas corpó-
reos já se desenvolveram, então neste período ocorre a maturação e o crescimen-
to adicional. Quase todos os órgãos entram em funcionamento. Os pulmões, sem
ar para respirar, seguem colabados. Durante as 6 últimas semanas de desenvolvi-
mento, os pulmões produzem quantidades crescentes de uma substância conhecida
como surfactante, que auxiliará na sua expansão após o nascimento. Nas últimas dez
semanas o feto dobra de peso e acumula tecido adiposo subcutâneo.
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Figura 1 – Fetos com 9 semanas (esquerda) e 24 semanas (direita)
Fonte: Adaptado de Getty imagens
O crescimento intrauterino pode ser prejudicado por diversos fatores, como nutrição
deficiente, uso de álcool, fumo, drogas e insuficiência placentária, que acarreta dimi-
nuição do fluxo sanguíneo e, consequentemente, de oxigênio para o feto.
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• Semana 20 a 24:
» O feto possui CCT de 35 cm e pesa 750 g;
» Tecido adiposo marrom (multilocular) começa a se acumular, que, após o nas-
cimento, será fonte de energia e calor;
» Ocorre a eritropoese no baço;
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» Os sacos aéreos dos pulmões se desenvolvem e as células produtoras de sur-
factante, os pneumócitos, começam a se formar;
» As áreas corticais auditiva e visual no encéfalo começam a responder ao som
e à luz, logo o feto começa a reconhecer sons, como a voz da mãe;
» Ocorre o aumento da coordenação e o feto desenvolve o reflexo de agarrar.
• Semana 25 a 28 (Figura 4):
» O feto se movimenta com bastante liberdade no útero;
» Já tem um padrão regular de sono e vigília, dormindo ou repousando cerca
de metade do tempo;
» Conexões entre o tálamo e o córtex cerebral são criadas, tornando o feto
consciente de sensações e movimentos;
» Pelos crescem, incluindo sobrancelhas, cílios e cabelos;
» As pálpebras se abrem lentamente e começa a sensibilidade à luz;
» O corpo do feto é recoberto por uma substância protetora gordurosa, deno-
minada vérnix;
» Ocorre a transferência de anticorpos da mãe para o feto.
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Entre a 37ª e a 42ª semana o feto está pronto para nascer. Ele se encaixa no
canal do parto. O hipotálamo do feto dá início ao trabalho de parto pela secreção
de hormônio liberador de corticotrofina, que estimula a adenohipófise a produzir
adrenocorticotrofina, que por sua vez estimula a produção de cortisol pelas adrenais.
O cortisol estimula a síntese de estrógenos, que faz com que ocorra a liberação de
ocitocina pela neurohipófise e a síntese de prostaglandinas pela decídua da placenta.
A ocitocina e as prostaglandinas provocam a contração do miométrio. As contrações
uterinas, inicialmente espaçadas, forçam um cone de âmnio para dentro do canal
cervical, o que causa uma lenta dilatação do canal. O tampão mucoso que fechava
o canal cervical se desprende do colo do útero e é liberado. Em seguida, a bolsa
amniótica se rompe e o líquido amniótico extravasa pela vagina. As contrações ute-
rinas começam a se tornar mais fortes e menos espaçadas. Os músculos abdominais
se contraem e auxiliam na expulsão do feto. A placenta se desprende da parede do
útero e é expulsa. As contrações uterinas comprimem as artérias, impedindo uma
perda excessiva de sangue.
Aborto
O aborto é a expulsão do embrião ou feto do útero antes que ele se torne viável
para viver fora do corpo materno, com menos de 500 g ou até as 20 semanas com-
pletas de gestação. O aborto pode ser classificado em espontâneo e provocado.
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da gravidez, e o volume uterino estabiliza ou diminui. É indicado o esvaziamento
uterino por curetagem ou por aspiração manual intrauterina;
• Abortamento habitual: definido pela ocorrência de 2 ou mais abortamentos
consecutivos. Neste caso, o casal deve ser encaminhado para investigação da
possível causa. Acomete de 0,5 a 1% dos casais.
Além disso, outros fatores podem estar relacionados a maior risco de aborto
em mulheres:
• Idade: a idade materna avançada contribui com maior chance de abortamento.
A frequência de abortos espontâneos em mulheres com idade entre 20 e 30
anos é de 9 a 17%, aumentando para 20% a partir dos 35 anos, para 40% a
partir dos 40 anos e para 80% a partir dos 45 anos;
• História de aborto anterior: aumenta após duas ou mais perdas;
• Tabagismo: mulheres tabagistas que consomem mais de 10 cigarros por dia
têm um aumento de 1,5 a 3 vezes de chance de abortar. O tabagismo paterno
também pode ser prejudicial, possivelmente em função de radicais livres formados
no esperma. Desta forma, casais que desejam engravidar devem ser encorajados
a abandonar o hábito;
• Consumo de álcool e drogas;
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É importante lembrar também que qualquer doença materna grave, como trau-
matismo, intoxicação e inúmeras infecções podem desencadear um abortamento.
Existem outras condições hemorrágicas que podem ser confundidas com um aborto es-
pontâneo, como a gravidez ectópica. O diagnóstico diferencial é realizado por meio da
dosagem de β-hCG e exames de imagem. Caso ocorra a gravidez ectópica, os níveis de
β-hCG se encontrarão entre 1500 a 3000 mUI/mL e no exame de ultrassom não será visua-
lizado o saco gestacional na cavidade uterina. Por meio da ultrassonografia, o saco gesta-
cional pode ser encontrado no ovário, na tuba uterina ou no abdômen (Figura 7). Ainda, 1%
das gestações ectópicas podem ocorrer na cérvice uterina.
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• Quais fatores podem estar relacionados a maior risco de aborto em mulheres?
• Quais são os tipos de abortamento?
• O que é gravidez ectópica?
• Poligênica;
Desconhecidas • Multifatorial (interações genéticas e do meio);
(65 a 75%) • Erros espontâneos do desenvolvimento;
• Interações sinergísticas de teratógenos.
Após a leitura deste capítulo, você será capaz de identificar os fatores que podem
levar ao desenvolvimento de doenças congênitas, como agentes infecciosos (rubéola,
citomegalovírus, toxoplasmose, sífilis), agentes físicos (radiações) e agentes químicos
teratogênicos (corticoides, alcaloides, álcool, heroína, antibióticos, entre outros).
Aprenderá também sobre as alterações genéticas e cromossômicas, do ponto de
vista numérico e estrutural.
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Você Sabia?
Você sabia que a fenda labiopalatina, conhecida comumente como lábio leporino, é
uma malformação congênita? As fendas faciais são o segundo grupo de malformações
congênitas mais comuns, ocorrendo em 13% de todas as anomalias, com prevalência em
torno de 1,4:1.000 nascimentos. Aproximadamente 50% dos bebês afetados apresentam
a fenda labial e palatina associadas, enquanto 20% apresentam a fenda somente no lábio
e 30% têm o defeito apenas no palato. A origem do defeito é multifatorial. Em 80% dos
casos a fenda é isolada, mas nos 20% restantes pode estar associada a síndromes gené-
ticas, como a trissomia do 13 e do 18.
Testes sorológicos também são realizados na mãe para detectar possíveis doenças
infecciosas, alterações bioquímicas e quantificação de um marcador conhecido
como alfafetoproteína (AFP), produzido pelo embrião. Em casos de defeito do
tubo neural e outras anomalias graves, incluindo onfalocele, gastrosquise, extrofia
da bexiga, síndrome da banda amniótica, teratoma sacrococcígeo e atresia intes-
tinal, os níveis de AFP aumentam no líquido amniótico e no soro materno. Em
outros casos, as concentrações de AFP diminuem, como na síndrome de Down, na
trissomia do 18, nas anomalias dos cromossomos sexuais e na triploidia. As medidas
de AFP podem ser combinadas com outros marcadores do segundo trimestre,
como o hCG, o estriol não conjugado e a inibina A, que juntos aumentam a taxa de
detecção de defeitos congênitos.
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A amniocentese é um exame no qual uma agulha retira de 20 a 30 mL de líquido
aminiótico, e a partir deste líquido é realizado a análise do cariótipo do embrião
para identificação de alterações cromossômicas grandes, como translocações, frag-
mentação, trissomias e monossomias. O líquido amniótico retirado pode ser utilizado
também para ensaios de genotipagem, a partir da técnica molecular de reação em
cadeia da polimerase (PCR).
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Você deve realizar a leitura do livro Rezende Obstetrícia, de Carlos Antônio Barbosa
Montenegro e Jorge de Rezende Filho, Parte 2 – Fisiologia da Reprodução, capítulo 4 –
Anexos do embrião e do feto, disponível em: https://bit.ly/30UmGsd
A partir desta leitura você será capaz de: identificar as membranas e cavidades
fetais, seus componentes e funções; distinguir as partes fetais e maternais da placenta;
compreender o papel da placenta durante a gravidez, identificar as características da
circulação sanguínea fetal e as propriedades da barreira hematoplacentária.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Reprodução Humana: Gravidez, Desenvolvimento Fetal e Parto
Vídeo explicativo de todo o processo de desenvolvimento embrionário.
https://youtu.be/CSdvy7Z2WbU
MEDTalks: Dr. Maurício Saito – Malformação congênita
https://youtu.be/jXlzz5TO6W8
Leitura
https://bit.ly/33XuATK
https://bit.ly/3gSwmcc
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Referências
GARCIA, S. M. L. de; FERNÁNDEZ, C. G. Embriologia. 3. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2000.
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