Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Tubarão
2020
BRUNA LEMOS RAIMUNDO
Tubarão
2020
BRUNA LEMOS RAIMUNDO
Context: Currently, DNA ploidy analysis has been studied by presenting results for the
diagnosis and prognosis of cancer associated with the methods used. Through flow
cytometry and image cytometry techniques it is possible to analyze the damage that
occurs in the genetic material of the tumor cell and its severity. Objective: This study
aims to describe the method of analyzing DNA ploidy as a diagnosis and prognosis of
cancer. Methodology: It is a qualitative literary review study, based on bibliographic
analysis. Conclusion: It is possible to conclude that the analysis of DNA ploidy is a
safe and effective method for the diagnosis and prognosis of cancer, especially in the
mouth.
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13
2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 17
3 OBJETIVOS ......................................................................................................... 18
3.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 18
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................. 18
4 METODOLOGIA ................................................................................................... 19
5 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 20
5.1 CÂNCER ............................................................................................................ 20
5.2 CÂNCER DE BOCA ........................................................................................... 21
5.3 CARCINOGÊNESE ............................................................................................ 24
5.4 CICLO CELULAR ............................................................................................... 27
5.5 PROLIFERAÇÃO CELULAR .............................................................................. 28
5.6 MUTAÇÕES GÊNICAS ...................................................................................... 29
5.7 PLOIDIA DE DNA .............................................................................................. 31
5.8 ANÁLISE DA PLOIDIA DE DNA ......................................................................... 33
5.8.1 Citometria de fluxo ........................................................................................ 34
5.8.2 Citometria de imagem ................................................................................... 36
5.8.3 Histrogramas ................................................................................................. 37
5.9 ANÁLISE DA PLOIDIA DE DNA COMO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO
CÂNCER DE BOCA ................................................................................................. 39
6 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 42
7 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 46
13
1 INTRODUÇÃO
dosagem dos genes e tem sido implicada como a alteração genética mais prevalente.
Estudos associaram aneuploidia com diferentes propriedades biológicas das células
tumorais, como perda de dependência hormonal e potencial metastático (RYOTT,
2010).
A análise de ploidia de DNA, no entanto, é cada vez mais útil no diagnóstico,
prognóstico de neoplasias malignas e na predição de transformação maligna em
condições pré-cancerosas. A predição pela histopatologia de rotina continua sendo o
método padrão, mas é criticada como pouco reprodutível e mal preditiva. Como
alternativa, a análise de ploidia de DNA, realizada por cariometria, citometria de fluxo
de alta resolução e citometria de imagem, pode identificar lesões em risco (GHIZONI
et al., 2018).
17
2 JUSTIFICATIVA
3 OBJETIVOS
Este estudo terá como objetivo geral analisar o método da análise da ploidia de
DNA como diagnóstico e prognóstico do câncer através de uma revisão de literatura.
4 METODOLOGIA
5 REVISÃO DE LITERATURA
5.1 CÂNCER
5.3 CARCINOGÊNESE
internos, que podem pausar o ciclo celular quando necessário. As localizações desses
sinais são em pontos estratégicos e específicos, entre as fases do ciclo celular, e são
chamados de “checkpoints”, ou seja, pontos de checagem. Se ocorrer falhas no
mecanismo dos “checkpoints”, as células, geneticamente alteradas, irão sofrer divisão
celular (CORTES, 2009).
Os “checkpoints” protegem cuidadosamente a transição entre as fases do ciclo
celular para garantir que o estágio anterior tenha sido completado sem nenhum erro
(CRUZ, 2010). Três pontos principais de checagem podem ser destacados: o primeiro,
opera entre as fases G1 e S, e é conhecido como ponto de restrição ou ponto R. O
segundo, atua entre as fases G2 e M, antes da mitose, e o terceiro, atua entre as fases
M e G1, no final da mitose. Entre esses três pontos, o ponto R é classificado por
muitos, como o de maior importância, pois neste ponto, o progresso do ciclo celular é
coordenado, juntamente, com o crescimento da célula, disponibilidade de nutrientes e
sinais de outras células (CORTES, 2009).
Portanto, o conhecimento e a compreensão do ciclo celular, principalmente nas
células malignas, permitem o desenho e o desenvolvimento de técnicas precoces de
diagnóstico, reconhecimento de fatores de risco, mecanismos de prevenção, melhor
caracterização e também a avaliação do prognóstico do câncer (FRAGOSO;
BALTASAR; ESPARZA, 2004).
A detecção precoce do câncer pode ser alcançada por métodos não invasivos,
que preservam a função dos órgãos vitais e a aparência física, resultando em melhor
34
5.8.3 Histrogramas
(MORAES, 2005). O câncer aneuploide tem uma possível atividade proliferativa mais
alta e potencial metastático ou invasivo, e parece um marcador de mau prognóstico
(KIM; KIM, 2013). As evidências também indicam que as células cancerígenas
tetraploides possuem maior tumorigenicidade, em comparação com células
cancerígenas diploides, e são frequentemente resistentes às terapias (DANIELSEN;
PRADHAN; NOVELLI, 2015).
A instabilidade cromossômica e a aneuploidia do DNA são fundamentais para
a malignidade. O epitélio oral pré-neoplásico é, geralmente, aneuploide e a
aneuploidia do DNA indica risco de transformação maligna (SPERANDIO et al., 2013).
Reconhecer se a alteração do conteúdo de DNA está presente ou não é importante
para a abordagem clínica nos pacientes com câncer (KIM; KIM, 2013). Portanto, mais
informações prognósticas e uma identificação precoce de pacientes com alto risco de
doença ou recorrência após tratamento prévio são extremamente importantes para
obter melhor controle local da doença e minimizar o risco de metástase ou recorrência
local do tumor (HASS et al., 2008).
Em um dos primeiros trabalhos que se empregou a citometria digital para a
verificação do grau de ploidia de lesões da cavidade oral, Doyle e Manhold, em 1975,
quantificaram o conteúdo de DNA de 10 carcinomas, 16 leucoplasias e 7 hiperplasias.
As hiperplasias apresentaram padrão diploide, assim como 30% dos carcinomas e
25% das leucoplasias. Já as demais lesões exibiram um padrão aneuploide (HOSNI,
2008).
Em outro estudo, 150 pacientes com diagnóstico inicial de leucoplasia tiveram
suas lesões analisadas por ploidia baseada em imagem e foram acompanhadas
durante 9 anos. Das 27 lesões aneuploides, 21 sofreram transformação maligna. Das
20 lesões tetraploides, 12 alteraram para o fenótipo maligno, enquanto das 103 lesões
diploides apenas 3 tornaram-se malignas (SPERANDIO et al., 2002).
Apesar de suas limitações, parece aceito que a análise do conteúdo de DNA
dos carcinomas orais forneça informações prognósticas e seja considerado um dos
preditores mais úteis do prognóstico em tumores de cabeça e pescoço (SEOANE et
al., 1999). Embora, numa análise multivariada a ploidia de DNA não seja um indicador
autônomo do prognóstico da lesão, ela propicia informações complementares para
conduta clínica dos pacientes que possuem risco de recidiva considerado baixo ou
intermédios (MORAES, 2005).
42
6 DISCUSSÃO
Seoane et al. (1999) relataram que a análise da ploidia do DNA tem algumas
limitações, como preditor prognóstico de câncer bucal e pré-câncer. E que essas
limitações são geradas pelo surgimento relativamente tardio de linhas celulares
aneuploides na história natural do câncer de boca, pelas técnicas de processamento
das amostras, pela heterogeneidade do tumor e também porque os tumores pequenos
tendem a exibir um padrão diploide. Assim, a ploidia do DNA refletia o estágio clínico
do tumor, em vez de ser um fator prognóstico independente, conforme sugerido por
alguns autores.
Fang e Zhang (2011) descreveram que a relação entre aneuploidia e formação
de tumores tem sido discutida na literatura, dado que em indivíduos normais existem
células aneuploides. É muito provável que as células aneuploides estejam presentes
em todos os tipos de tecidos e, devido à sua presença em baixas porcentagens, elas
não apresentam nenhum risco patológico significativo, incluindo a transformação
oncogênica no hospedeiro.
Para Sperandio et al. (2002), as evidências cumulativas destacam as
anormalidades no número dos cromossomos, ou seja, a aneuploidia como causa e
não como consequência de transformações malignas. De fato, a segregação
cromossômica irregular ocorre, com exclusividade, em linhas de células tumorais
aneuploides, fazendo com que as aberrações do conteúdo de DNA (ploidia) realizem
um papel importante na carcinogênese.
Buhmeida (2006) descreveu que as anormalidades na ploidia do DNA estão
presentes em muitas neoplasias, e a determinação da ploidia e da atividade
proliferativa tem mostrado informações prognósticas em inúmeros tumores sólidos.
Segundo Zaini et al. (2018), a aneuploidia do DNA, um estado de conteúdo
anormal total do DNA nuclear, é uma característica conhecida do câncer, impulsiona
a carcinogênese e tem capacidade comprovada de prever o desenvolvimento de
câncer em vários locais do corpo.
Hussein et al. (2019) descreveram que a análise combinatória do conteúdo de
DNA envolvendo ploidia geral e fração da fase S tem potencial para suporte no
diagnóstico precoce durante o desenvolvimento de carcinoma epidermoide oral.
De acordo com Hass et al. (2008), a análise da proliferação celular e ploidia do
DNA com a citometria de fluxo tem sido utilizada na tentativa de identificar novos
43
7 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRAGA, Karla Márcia da Silva et al. Citometria de fluxo: histórico, princípios básicos
e aplicações em pesquisa. Enciclopédia Biosfera: Centro Científico Conhecer,
Goiânia, v. 13, n. 23, p. 304-319, jun. 2016. DOI: http://dx.doi.org/10.18677/
enciclopedia_biosfera_2016_027. Disponível em: http://www.conhecer.org.br/
enciclop/2016a/agrarias/citometria.pdf. Acesso em: 06 jun. 2020.
D'URSO, Vittorio et al. Cytometry and DNA ploidy: clinical uses and molecular
perspective in gastric and lung cancer. Journal of cellular physiology, [s.l.], v. 228,
n. 5, p. 532-539, 2009. DOI: http://dx.doi.org/10.1002/jcp.21991. Acesso restrito via
base de dados WILEY.
FANG, Xiao; ZHANG, Pumin. Aneuploidy and Tumorigenesis. Semin Cell Dev Biol.,
[s.i], v. 6, n. 22, p. 595-601, ago. 2011. DOI: https://doi.org/10.1016/j.semcdb.
2011.03.002. Acesso restrito via base de dados ELSEVIER.
GALBIATTI, Ana Lívia Silva et al. Head and neck cancer: causes, prevention and
treatment. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, [s.l.], v. 79, n. 2, p. 239-247,
mar. 2013. DOI: http://dx.doi.org/10.5935/1808-8694.20130041. Acesso restrito via
base de dados ELSEVIER.
HOSNI, Elaini Sickert. Líquen plano oral e o grau de ploidia de DNA determinado
por citometria digital. 2008. 134 f. Tese (Doutorado em Odontologia) – Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008.
HUANG, Qin et al. Comparison of DNA histograms by standard flow cytometry and
image cytometry on sections in Barrett's adenocarcinoma. BMC clinical pathology
[s.l], v. 8, n. 5, maio 2008. DOI: https://doi.org/10.1186/1472-6890-8-5. Disponível
em: https://bmcclinpathol.biomedcentral.com/track/pdf/10.1186/1472-6890-8-5.
Acesso em: 06 jun. 2020.
HUSSEIN, Ahmed M. et al. Analysis of DNA ploidy and s-phase fraction in relation to
development of oral squamous cell carcinoma: an experimental study. Egyptian
Dental Journal, Egito, v. 65, n. 3, p. 513-521, jul. 2019.
INDU, P. S.; SHEEBA, V. S.; PRASAD, P. DNA Ploidy Analysis and its Role in the
Detection of Malignancy. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON COMPUTING,
COMMUNICATION AND NETWORKING TECHNOLOGIES, 3., 2012, Coimbatore,
Artigo […]. Coimbatore: IEEEXplore, 2012, p.1-6.
JEMAL, Ahmedin et al. O atlas do câncer. Atlanta: American Cancer Society, 2014.
KIM, Dae-weung; KIM, Chang Guhn. Effects of DNA Ploidy and S-Phase Fraction on
Fluorine-18 FDG Uptake of Primary Breast Cancer Lesions. Clinical Breast Cancer,
[s.l.], v. 13, n. 3, p.196-201, jun. 2013. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.clbc.
2012.09.010. Acesso restrito via base de dados ELSEVIER.
OLIVEIRA, Deilson Elgui de. Infecção pelo vírus de Epstein-Barr (EBV) e vírus do
papiloma humano (HPV), expressão da proteína p53 e proliferação celular em
carcinomas de nasofaringe e laringe. 2002. Tese (Doutorado em Patologia) -
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu, 2002.
PINTO, Antonio E.; FONSECA, Isabel; SOARES, Jorge. Citometria de fluxo do ADN
em tumores sólidos. Acta Médica Portuguesa. Lisboa, v. 15, p. 133-142, jan. 2002.
RHODUS, Nelson L.; KERR, A. Ross; PATEL, Ketan. Oral cancer: Leukoplakia,
Premalignancy, and Squamous Cell Carcinoma. Dental Clinics of North America,
[si], v. 58, n. 2, p.315-340, 2014.
ROSS, Jeffrey S.; LINETTE, Gerald P.; STEC, James; ROSS, Merrill S.; ANWAR,
Shahgul; BOGUNIEWICZ, Ann. DNA Ploidy and Cell Cycle Analysis in Breast
Cancer. Pathology Patterns Reviews, [s.l.], v. 120, n. 1, p. 72-84, dez. 2003. DOI:
http://dx.doi.org/10.1309/qd096ugf70t5h46g. Acesso restrito via base de dados
OXFORD ACADEMIC.
SCULLY, Crispian. Oral cancer aetiopathogenesis; past, present and future aspects.
Medicina Oral Patología Oral y Cirugia Bucal, [s.l.], v. 16, n. 3, p. 306-311, maio
2011. DOI: http://dx.doi.org/10.4317/medoral.16.e306. Disponível em: http://www.
medicinaoral.com/pubmed/medoralv16_i3_p306.pdf. Acesso em: 06 jun. 2020.
52
SEOANE, J et al. Flow cytometric DNA ploidy analysis of oral cancer Comparison
with histologic grading. Oral Oncology, [s.l.], v. 35, n. 3, p.266-272, maio 1999. DOI:
http://dx.doi.org/10.1016/s1368-8375(98)00114-6. Acesso restrito via base de dados
ELSEVIER.
SOUZA, João Gabriel Silva; SÁ, Maria Aparecida Barbosa de; POPOFF, Daniela
Araújo Veloso. Comportamentos e conhecimentos de cirurgiões-dentistas da
atenção primária à saúde quanto ao câncer bucal. Cadernos Saúde Coletiva, Rio
de Janeiro, v. 24, n. 2, p.170-177, jun. 2016. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1414-
462x201600020250. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/cadsc/v24n2/1414-
462X-cadsc-1414-462X201600020250.pdf. Acesso em: 10 jun. 2020.
SPERANDIO, Marcelo et al. Predictive Value of Dysplasia Grading and DNA Ploidy
in Malignant Transformation of Oral Potentially Malignant Disorders. Cancer
Prevention Research, [s.i], v. 6, n. 8, p. 822-830, ago. 2013. DOI: https://doi.org/
10.1158/1940-6207.CAPR-13-0001. Disponível em: https://cancerprevention
research.aacrjournals.org/content/6/8/822.full-text.pdf. Acesso em: 06 jun. 2020.
TANAKA, Kozo et al. Tetraploidy in cancer and its possible link to aging. Cancer
science, [S.I], v. 109, n. 9, p. 2632–2640, jul. 2018. DOI: https://doi.org/10.1111/
cas.13717. Acesso restrito via base de dados WILEY.
53
THOMAS, Gigi et al. Prognostic Implications of DNA Repair, Ploidy and Telomerase
in the Malignant Transformation Risk Assessment of Leukoplakia. Asian Pacific
Journal of Cancer Prevention, [s.l.], v. 21, n. 2, p. 309-316, fev. 2020. DOI:
http://dx.doi.org/10.31557/apjcp.2020.21.2.309. Disponível em: http://journal.waocp.
org/article_88928_f20b67103b1feb02e744f8ae5419342c.pdf. Acesso em: 10 jun.
2020.
THOMSON, Peter. Oral Carcinogenesis. Oral Precancer, [s.l.], p. 31-47, mar. 2013.
DOI: http://dx.doi.org/10.1002/9781118702840.ch3. Acesso restrito via base de
dados WILEY.