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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

MARINA MONTEGUTTI COAN

ALTERAÇÃO DO PALADAR EM PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA EM


TRATAMENTO POR TERAPIA ALVO

Tubarão
2021
MARINA MONTEGUTTI COAN

ALTERAÇÃO DO PALADAR EM PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA EM


TRATAMENTO POR TERAPIA ALVO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


Curso de Odontologia, da Universidade do Sul
de Santa Catarina, como requisito parcial à
obtenção do título de Bacharel em Odontologia.

Orientador: Professora Gláucia Helena Faraco De Medeiros, Msc.

Tubarão
2021
MARINA MONTEGUTTI COAN

ALTERAÇÃO DO PALADAR EM PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA EM


TRATAMENTO POR TERAPIA ALVO

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi


julgado adequado à obtenção do título de
Bacharel em Odontologia e aprovado em sua
forma final pelo Curso de Odontologia da
Universidade do Sul de Santa Catarina.

Orientador: Professora. Gláucia Helena Faraco De Medeiros, Msc.


Dedico este trabalho a todas as pessoas que
lutam diariamente contra o câncer, em especial
as mulheres com câncer de mama e as
enfermeiras da UNIONCO, que tive o prazer de
conhecer durante a pesquisa.
AGRADECIMENTOS

Se eu dissesse que meu sonho de infância era ser dentista, seria mentira. Meu sonho
era ser bióloga marinha, depois quis fazer direito porque achava lindo trabalhar de terninho e
salto. Mas no fundo, sempre soube que amava cuidar dos outros, e quando meu irmão Augusto
nasceu, percebi que a saúde era o que queria. Tentei anos passar em medicina, e quando eu
quase consegui, desisti, e decidi fazer Odontologia. Fiz a matrícula, travei uma guerra com
grande parte da minha família, mas meus pais me deram todo o suporte, eu decidi seguir.
Hoje, quase cinco anos depois de uma das decisões mais difíceis da minha vida,
serei a primeira cirurgiã dentista da família. Entrei como um pulo no escuro, trocar de cidade,
morar sozinha, conhecer uma vida diferente; num curso que eu sempre admirei, mas que não
sabia se me apaixonaria. E nesses cinco anos, a vida me mostrou tanto, muitos foram embora,
uns continuaram a me apoiar e estar comigo, e por todos esses ciclos, só tenho a agradecer.
Agradeço principalmente Deus, que eu vejo em tudo, que escreveu certo por linhas
tortas, mesmo quando eu não entendia por quê. A Nossa Senhora de Fátima, que cuida de mim
todos os dias.
Aos meus anjos, minha vó Sestina Mariot Coan, tia Marlene Coan e meu padrinho
João Antunes, que eu sei que olham por mim onde quer que estejam.
Ao meu pai, Mario Coan, és meu herói, meu príncipe encantado e pessoa que eu
mais admiro no mundo. O sacrifício que te vejo fazer todos os dias para segurar os nossos
sonhos e objetivos, eu jamais conseguiria te agradecer. Ver de onde tu vieste e onde está, tua
honestidade, teu coração gigante, tudo que me ensinas todos os dias. Obrigada papai, serei
eternamente grata por ser tua filha.
A minha mãe, Tânia Mara Montegutti Coan, minha musa inspiradora, que me
socorre, me faz rir quando eu choro, que sabe de tudo sem nem precisar falar. Somos tão
parecidas e tão diferentes. És tão de fibra, aguenta tantas pressões, tantos sacrifícios. És meu
exemplo de mulher. Obrigada pela honra de ser tua filha, mamãe.
Pai e mãe, é tudo por vocês!
Aos meus irmãos, Isabela Coan e Augusto Coan, por aguentarem meus dias
estressada, por me darem alegria e me apoiarem. Protegerei vocês para sempre. Meus avós José
Montegutti, Maria Montegutti e Emílio Coan, por sempre me esperarem nas sextas feiras, por
mandarem frutas “tens que comer bem” e mandarem dirigir devagar; essa conquista também é
de vocês. A minha Madrinha Marilda Coan Antunes, por todo suporte e amor, te escolheria
todos os dias como minha mãe de coração.
Aos meus amigos Maria Luiza Bathke e Jonas Chiminelli, por estarem comigo nos
piores e melhores momentos dessa jornada, vocês sempre estarão na minha memória e coração.
A minha dupla Diana Esser Bloemer, por toda paciência e carinho, por ter sido meu melhor
oposto e me complementar.
Glaucia Medeiros, a que eu tinha certeza de que tinha um pouco de mim nela, a que
fez eu me apaixonar pela tão temida matéria de Diagnóstico, a que eu perturbei desde então
para fazer um projeto e o TCC. Obrigada por ter sido uma mãe, pelos conselhos, pelas
sacodidas, as horas de conversa. Obrigada pela confiança e paciência, és parte da minha história.
As minhas pacientes e equipe da UNIONCO, que sempre me ajudaram, ensinaram
e sinto muitas saudades. O câncer já levou tantas pessoas de mim, que algum dia eu possa ajudar
quem atravessa essa doença e tornar o tratamento mais fácil.
Vocês estarão para sempre no meu coração, amo vocês. Obrigada!
“Se fracassar, ao menos que fracasse ousando grandes feitos, de modo que a sua postura não
seja nunca a dessas almas frias e tímidas que não conhecem nem a vitória nem a derrota.”
(Theodore Roosevelt)
RESUMO

Introdução: o câncer de mama é o principal responsável por mortes entre as mulheres. A


terapia alvo é um novo tratamento para os tumores com receptor do fator de crescimento
epidérmico humano tipo 2. Estas drogas eliminam as células cancerígenas, mas também agem
sobre células saudáveis à distância ocasionando efeitos colaterais. Alterações na cavidade bucal
são observadas com quadros de xerostomia, hipossalivação e alterações do paladar. Objetivo:
identificar a alteração de paladar em pacientes com câncer de mama submetidos a terapia alvo.
Materiais e métodos: estudo transversal com amostra aleatória composta de 23 portadoras de
câncer de mama atendidos na unidade de oncologia de um hospital de referência no Município
de Tubarão (SC), em tratamento sistêmico antineoplásico por terapia alvo. A coleta de dados
foi realizada por questionário sociodemográfico e de autopercepção do paladar. O paladar foi
avaliado por meio de 4 substâncias, representando os sabores salgado, doce, amargo e azedo,
em 3 diferentes concentrações: fraca, média e forte. Resultados: Apenas uma participante
utilizou o Faslodex, as demais utilizaram o Trastuzumab de forma isolada ou concomitante com
o Rituximabe ou Taxol. Todas as participantes apresentaram hipogeusia sendo o sabor salgado
(87%), seguindo do doce (82,6%) e do azedo (82,6%) os de maior frequência. O sabor amargo
representado pela ureia, foi o mais percebido em todas as concentrações. Em relação a
disgeusia, 15 (56,5%) participantes distorceram os sabores. O sabor que apresentou maior
número de disgeusia foi o sabor azedo, sendo a concentração forte (0,12%) a de maior
frequência 7 (30,4%). Os 14 participantes que apresentaram disgeusia para o sabor azedo o
perceberam como sendo amargo. Conclusão: portadoras de câncer de mama submetidas a
terapia alvo possuem hipogeusia e disgeusia, sendo a hipogeusia para os sabores salgado e doce
mais acentuadas. O sabor azedo, independente da concentração, foi distorcido para o sabor
amargo.

Palavras-chave: Câncer de Mama. Paladar. Terapia Alvo. Quimioterapia.


ABSTRACT

Introduction: breast cancer is the main cause of death among women. Targeted therapy is a
new treatment for tumors with Human Epidermal Growth Factor Receptor Type 2 (EGF2).
These drugs kill cancer cells, but also act on healthy cells at a distance, causing side effects.
Alterations in the oral cavity are observed with xerostomia, hyposalivation and taste alterations.
Objective: to identify changes in taste in breast cancer patients undergoing Targeted Therapy.
Materials and methods: cross-sectional study with a random sample consisting of 23 patients
with breast cancer treated at the oncology unit of a reference hospital in the city of Tubarão
(SC), undergoing systemic antineoplastic treatment by Target Therapy. Data collect was
performed using a sociodemographic and self-perception of taste questionnaire. Taste was
evaluated through 4 substances, representing salty, sweet, bitter, and sour flavors, in 3 different
concentrations: weak, medium and strong. Results: only one patient used Faslodex, the others
used Trastuzumab alone or concomitantly with Rituximab or Taxol. Patients showed major
hypogeusia for salty flavor (87%), followed by sweet (82,6%) and sour (82.6%). The bitter taste
(5%, 20%, 40%), which was urea, was the most noticeable at all concentrations. Regarding
dysgeusia, 15 (56.5%) participants distorted flavors. The flavor with the highest number of
dysgeusia was the sour flavor, with the strong concentration (0.12%) being the most frequent 7
(30.4%). The 14 participants who had dysgeusia for the sour taste perceived it as being bitter.
Conclusion: breast cancer patients undergoing targeted therapy have hypogeusia and
dysgeusia, with hypogeusia for salty and sweet flavors being more pronounced. The sour taste,
regardless of the concentration, was distorted to the bitter taste.

Keywords: Breast Cancer. Taste. Target Therapy. Chemotherapy.


LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Caracterização da amostra (N=23) .......................................................................20
Tabela 2: Autopercepção da alteração paladar relatada pelas participantes da pesquisa
(N=23) ......................................................................................................................................21
Tabela 3: Teste paladar (N=23)..............................................................................................22
Tabela 4: Hipogeusia de acordo com os sabores observada na amostra
(N=23).......................................................................................................................................23
Tabela 5: Presença de disgeusia nos diferentes sabores e para qual sabor (N= 23)
…...............................................................................................................................….......….24
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 12
2 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 14
2.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................ 14
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................................... 14
3 ARTIGO ............................................................................................................................ 15
4 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 30
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 31
APÊNDICES ........................................................................................................................... 35
APÊNDICE A – PARECER CONSUBSTANCIADO CEP ............................................... 36
APÊNDICE B – PARECER CONSUBSTANCIADO CEP................................................ 39
APÊNDICE C – NORMAS DA REVISTA JORDI (JOURNAL OF ORAL DIAGNOSIS)
..........................................................................................................................................41
ANEXOS ................................................................................................................................. 49
ANEXO A – QUESTIONÁRIO SOCIODEMOGRÁFICO ............................................... 50
ANEXO B – QUESTIONÁRIO PALADAR ........................................................................ 52
12

1 INTRODUÇÃO

Uma das doenças que mais acomete a população, o câncer de mama é o principal
responsável por mortes entre as mulheres. Com incidência e prevalências altas na população,
quando tratados, tem aumento nas taxas de cura. Dentre os tratamentos para o câncer de mama
tem-se o tratamento local: cirurgia e radioterapia, e tratamento sistêmico: quimioterapia, terapia
alvo e hormonioterapia. (WOLFF et al., 2013; INCA,2019).
A quimioterapia (dividida em neoadjuvante – antes da cirurgia e adjuvante – pós
cirurgia) é o tratamento mais utilizado. Terapia alvo e a hormonioterapia, são utilizadas
principalmente para tratar a recidiva ou câncer de mama avançado, atuando sobre o sistema
imunológico, auxiliam no combate a doença (INCA, 2020).
A necessidade de terapia alvo se dá por meio do exame de imuno-histoquímica, onde há
a mensuração de receptores do tumor, que o classifica em quatro tipos: Luminal A e/ou Luminal
B (fatores hormonais), Fator de Crescimento Epidérmico 2 (HER2) positivo ou negativo e
Triplo negativo. Entre os subtipos moleculares de câncer de mama, os subtipos HER2-positivo
e Triplo Negativo estão associados à doença agressiva e piores prognósticos, e os tumores
Luminal B apresentam prognóstico notavelmente piores do que os tumores Luminal A, que
frequentemente apresentam desfechos melhores do que os outros subtipos (FISUSI e AKALA,
2019; GARAY et al, 2012).
O uso da terapia alvo na presença do HER2 tem como objetivo atuar nas ciclinas
celulares (CDK 4 e DDK 4/6), que regulam o ciclo celular. Ao inibirem essas proteínas,
garantem que células doentes não entrem em divisão celular, provocando um apoptose,
quebrando um ciclo de crescimento tumoral, evitando sua proliferação. Afatinibe, Lapatinibe,
Neratinibe, Pertuzumabe, trastuzumabe-entansina (TDMA-1) e Trastuzumabe são os principais
inibidores HER2 (ANVISA, 2021; HAMMOND et al, 2010).
Atuando de forma sistêmica no organismo, estas drogas eliminam as células
cancerígenas, mas também agem sobre células saudáveis à distância ocasionando efeitos
colaterais que podem causar alterações na autoestima do paciente, perda funcional, além de
alterações emocionais e sociais. Como formas de amenizar estes efeitos sua administração é
realizada por ciclos, a cada 21 dias, para que haja reparação das células normais atingidas
(MATOSO et al, 2015). Os efeitos colaterais variam conforme a via molecular bloqueada.
Embora menores do que os causados pela quimioterapia, a terapia alvo também provoca
13

quadros de náusea, alopecia, problemas cardíacos, fadiga e alterações na cavidade bucal, que
incluem úlceras, mucosites e alterações no paladar (GARAY et al, 2012).
Dentre as alterações na cavidade bucal observa-se quadros de xerostomia,
hipossalivação e alterações do paladar. Alterações no paladar podem ser identificadas como a
distorção de algum sabor, denominada disgeusia, diminuição da percepção dos sabores,
conhecida como hipogeusia, e parageusia, onde o paciente distorce estímulos específicos
(SCHIFFMAN, GATLIN, 1993; ALVARENGA et al, 2010).
Para Sun e Oakley (2002) a origem embrionária da cavidade oral durante a formação
fetal de mamíferos pode ter uma íntima relação com os efeitos colaterais na mucosa oral
causados pelas medicações. A mucosa oral é composta por duas camadas de tecido de origens
embriológicas distintas: o epitélio e a lâmina própria. A região lingual diferencia-se das demais
áreas da cavidade bucal por apresentar uma grande quantidade de botões gustativos. Nos 2/3
anteriores da língua, as papilas filiformes e fungiformes. Na porção lateral e no 1/3 posterior da
língua reveste as papilas folheadas e valadas. As papilas valadas, em torno de 8 a 12,
posicionam-se no “v” lingual e têm papel importante para a percepção do sabor.
Os botões gustativos recebem estímulos sensoriais responsáveis pela percepção do
paladar. Existem quatro sabores básicos: salgado, doce, azedo e amargo. A maioria dos botões
gustativos responde a todos esses estímulos em graus variados. Mas cada botão tem maior
sensibilidade a um ou dois sabores, que são detectados pelo cérebro devido à estimulação entre
as várias papilas gustativas (AZEVEDO et al, 2016).
As alterações do paladar podem levar ao comprometimento psicoemocional pois muitas
vezes passam a alterar hábitos de dieta e relação com a comida, causando perda de peso e
desnutrição com prejuízo ao tratamento (ALVARENGA et al, 2010). A literatura evidencia
uma prevalência de alteração do paladar em torno de 70% demonstrando a ação quimio
sensorial de tratamentos sistêmicos sobre as papilas gustativas, porém, em sua grande maioria,
não especificam qual o tratamento sistêmico é o principal responsável por estas alterações
(BOLTONG et al, 2014).
Considerando a influência que alterações no paladar causam na qualidade de vida e que
isto tem reflexos no tratamento da doença em si, em especial no que diz respeito a quadros de
desnutrição e caquexia é que se tem a hipótese de que a terapia alvo também atua sobre as
papilas gustativas influenciando na percepção do paladar destes pacientes.
14

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Identificar alteração do paladar em pacientes com câncer de mama submetidos a terapia


alvo atendidos na Unidade de Oncologia do Hospital Nossa Senhora da Conceição no
Município de Tubarão.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Estabelecer a percepção dos diferentes sabores: salgado, doce, amargo e azedo em


diferentes concentrações;
2. Verificar qual o principal tipo de alteração de paladar;
3. Determinar qual dos sabores é o mais frequentemente distorcido em função da terapia
alvo.
15

3 ARTIGO

ALTERAÇÃO DO PALADAR EM PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA EM


TRATAMENTO POR TERAPIA ALVO

Paladar em participantes com câncer de mama


Marina Montegutti Coan *; Gláucia Helena Faraco de Medeiros **

*Aluna de graduação da Universidade do Sul de Santa Catarina


** Mestre em Odontologia e professora do Curso de Odontologia da Universidade do
Sul de Santa Catarina
Resumo:
Introdução: O câncer de mama é o principal responsável por mortes entre as mulheres. Nos
quadros onde o fator de crescimento tumoral para receptor tipo 2 é encontrado após exame
histoquímico, a terapia alvo é indicada como forma de impedir a proliferação celular. Embora
atuem nas células cancerígenas, também agem sobre células saudáveis ocasionando efeitos
colaterais na cavidade bucal como quadros de xerostomia, hipossalivação e alterações do
paladar. Objetivo: identificar alteração de paladar em pacientes com câncer de mama
submetidos a terapia alvo. Materiais e métodos: estudo transversal; amostra aleatória de 23
pacientes com câncer de mama, em tratamento sistêmico antineoplásico por terapia Alvo,
atendidos em um hospital de referência em Tubarão, SC. A coleta de dados foi realizada por
questionário sociodemográfico e de autopercepção do paladar. O teste do paladar foi avaliado
por meio de 4 substâncias, representando os sabores salgado, doce, amargo e azedo; em três
concentrações: fraca, média e forte. Resultados: Apenas uma paciente utilizou o Faslodex, as
demais utilizaram o Trastuzumabe de forma isolada ou concomitante com o Rituximabe ou
Taxol. Todas as participantes apresentaram alteração de paladar tipo hipogeusia para ao menos
um sabor. A hipogeusia do salgado foi observada em 20 (87%), seguindo do doce 19 (82,6%),
do azedo 19 (82,6%) e amargo 13 (56,5%) Em relação a disgeusia, 15 (56,5%) participantes
distorceram os sabores. O sabor que apresentou maior número de disgeusia foi o sabor azedo,
sendo a concentração forte (0,12%) a de maior frequência 7 (30,4%). Os 14 participantes que
apresentaram disgeusia para o sabor azedo o perceberam como sendo amargo. Conclusão:
portadoras de câncer de mama submetidas a terapia alvo possuem hipogeusia e disgeusia, com
16

hipogeusia para os sabores salgado e doce acentuadas. O sabor azedo, independente da


concentração, foi distorcido para o sabor amargo.

Palavras-chave: Câncer de Mama. Paladar. Terapia alvo. Quimioterapia.


17

INTRODUÇÃO

Cada tumor é específico e a presença de fatores de risco conhecidos e desconhecidos, faz


com que o câncer seja considerado uma doença em constante transformação. Com uma
variedade de tipos histológicos e moleculares a avaliação do padrão molecular dos carcinomas
é de extrema importância, pois auxilia e determina qual(is) terapia(s) são possíveis com um
melhor prognóstico da doença 1,2.
O padrão molecular nos carcinomas de mama pode ser avaliado pela imuno-
histoquímica, que quantifica os receptores de estrogênio (RE) e de progesterona (RP) e Fator
de Crescimento Epidérmico 2 (HER2), classifica os tumores em subtipos moleculares, de
acordo com sua expressão gênica 3. O HER2 é um receptor transmembrana necessário à
proliferação e à sobrevida das células mamárias normais. Em torno de 20% das células do
carcinoma de mama têm esse receptor aumentado, o que confere maior agressividade e
resistência aos tratamentos quimioterápicos. Com o desenvolvimento do anticorpo monoclonal
que bloqueia a ativação do HER2 essa desvantagem foi equilibrada e as chances de sobrevida
dessas pacientes aumentaram de forma significativa 4, 5.
Quando há a presença de HER2 o tratamento de escolha juntamente com a quimioterapia
é o da terapia alvo. O principal representante da terapia alvo é o Trastuzumabe, liberado pela
FDA (Food and Droug Administration) em 1998. A medicação é composta por anticorpos
monoclonais que se ligam a proteína HER2 impedindo ou limitado seu crescimento celular,
sendo utilizado tanto em estágios avançados do câncer em associação a quimioterapia ou
isoladamente pós quimioterapia. Sua administração é intravenosa, utilizada de seis meses a um
ano, com intervalos de 21 dias entre as sessões 2,6.
Alguns estudos têm demonstrado que alterações cromossômicas adicionais levam
resistência à terapia, enquanto outros relatam aparecimento de manifestações clínicas
indesejáveis, como cefaleia, náuseas e vômitos. Devido à importância desta terapia alvo-
molecular, torna-se necessário analisar a resposta deste tratamento considerando a qualidade de
vida dos pacientes 1, 2. Segundo consulta pública feita pela Comissão Nacional de Incorporação
de Tecnologias no SUS (CONITEC)7 em 2017 com contribuições técnico-científicas e/ou
experiência/opinião e no estudo feito por Amézaga8 et al. (2018) os efeitos colaterais no uso da
terapia alvo foram diarreia, neutropenia, fadiga, rash cutâneo, astenia (fraqueza/falta de
energia), apetite diminuído, vômito, disgeusia e hipossalivação.
18

A terapia alvo juntamente com a quimioterapia foram associadas a hipersensibilidade


da mucosa oral, levando a quadros de úlceras orais, queilite e alterações do paladar 8. Lesões
orais associadas à terapia alvo também foram descritas como úlceras superficiais discretas,
ovais e com halo eritematoso, aparência semelhante à da estomatite aftosa e diferente dos
quimioterápicos convencionais8. Ao contrário da toxicidade associada à quimioterapia
convencional, os pacientes em terapia alvo, às vezes, podem apresentar queixas orais, como dor
na boca, disgeusia e disfagia mesmo na ausência de qualquer lesão clinicamente aparente, sendo
que os sintomas melhoram rapidamente durante intervalos sem tratamento e podem ocorrer do
mesmo modo com nova dosagem da medicação 9,10.
A observação do desenvolvimento de papilas gustativas do tipo fungiformes em ratos
11,12,13
mostrou que o HER tem relevância no desenvolvimento destas . Tendo em vista que a
percepção dos sabores tem início na ativação dos receptores do paladar, dentro das papilas
gustativas, localizados na língua, pode-se considerar que a supressão do HER2 afeta o paladar
de mamíferos. O sabor é uma combinação de vários sentidos, incluindo sabor, cheiro, textura e
temperatura, que afetam as escolhas alimentares, a ingestão de alimentos e o desejo de comer.
A sensação de paladar, por si só, é baseada principalmente em quatro sabores principais:
salgado, doce, azedo e amargo 14.
Alterações do paladar podem levar ao comprometimento psicoemocional pois muitas
vezes passam a alterar hábitos de dieta e a relação com a comida, causando perda de peso e
desnutrição com prejuízo ao tratamento 1. A literatura evidencia uma prevalência de alteração
do paladar em torno de 70% 15, demonstrando a ação quimio sensorial de tratamentos sistêmicos
sobre as papilas gustativas, porém, em sua grande maioria, não especificam qual o tratamento
sistêmico é o principal responsável por estas alterações.
Considerando a influência que alterações no paladar causam na qualidade de vida e que
isto tem reflexos no tratamento da doença em si, em especial no que diz respeito a quadros de
desnutrição e caquexia é que se tem a hipótese de que a terapia alvo também atua sobre as
papilas gustativas influenciando na percepção do paladar destes pacientes, este trabalho tem por
objetivo identificar a alteração do paladar em portadoras de câncer de mama submetidos a
terapia alvo.
19

MATERIAIS E MÉTODOS

Estudo transversal, realizado com 23 portadoras de câncer de mama atendidas na Unidade


de Oncologia do Hospital Nossa Senhora da Conceição no Município de Tubarão (SC) em
tratamento com terapia alvo. Foram incluídos no estudo mulheres de 18 anos ou mais e que
aceitaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Pacientes alérgicos a alguma das
substâncias, pacientes com diagnóstico de infecção na cavidade oral ou sinusite no momento
da coleta de dados ou que desistiram de participar da pesquisa, foram excluídos.
A coleta dos dados foi realizada em duas etapas. Na primeira etapa foi aplicado um
questionário para obter informações sociodemográficas como: idade, estado civil, escolaridade
e dados da doença: tempo de diagnóstico, tempo de tratamento, outras comorbidades. Um
questionário para avaliar a autopercepção do paladar por meio de uma escala Likert, (1 a 5),
onde 1 “não afetou” e 5 “afetou totalmente” também foi aplicado.
Na segunda etapa foram aplicados testes de paladar com base nos trabalhos de Gomez et
al. 16 (2004) e Boer et al. 17 (2010). Quatro soluções foram manipuladas (salgada, doce, azeda e
amarga) em três concentrações (fraca, média e forte). O salgado NaCl (cloreto de sódio) (1,8%,
9%,15%), o doce Sacarose (5%, 20%, 40%), o azedo Ácido Cítrico (0,1%, 0,6%, 0,12%) e o
amargo Ureia (5%, 20% e 40%). As soluções foram preparadas no Laboratório Didático de
Saúde da Universidade do Sul de Santa Catarina – Campus Tubarão, pela pesquisadora
responsável, utilizando água destilada, armazenados em frascos conta-gotas e mantidas por no
máximo uma semana sob refrigeração, para manutenção das propriedades.
Antes de cada análise as participantes foram orientadas a escovar os dentes e a língua,
somente com água, e bochechar 50mL de água destilada durante 30 segundos por 3 vezes para
a remoção de todas as impurezas. Por meio de um conta-gotas, três gotas de cada solução em
suas diferentes concentrações, foram administradas do lado direto da língua e deixadas até a
identificação do sabor. Em seguida, mais três gotas da mesma solução foram administradas do
lado esquerdo da língua pelo mesmo período. Para melhor identificação do sabor cada
participante foi orientada a fechar a boca. Para sabores identificados pela participante foram
determinado o score 0 (zero) e para os sabores não identificados, score 1 (um). A cada troca de
concentração da substância ou troca de substância, as participantes foram orientadas a realizar
um novo bochecho com 50 mL de água destilada. Os scores foram anotados numa planilha.
20

Todas as concentrações de todas as substâncias foram testadas para verificar-se também a


presença de distorções.
Os dados coletados foram inseridos no Software SPSS Statistics® versão 21. Foi
realizada uma análise descritiva para determinar a frequência dos eventos em números
absolutos e relativos.
O projeto foi aprovado pelo Conselho Nacional De Saúde - Ética Em Pesquisa (CONEP)/
CEP – UNISUL (número do parecer: 3.426.426) e Hospital Nossa Senhora Da Conceição
(número do parecer: 3.541.504).

RESULTADOS

Das 23 participantes, 13 (65,6%) tinham idade acima de 51 anos. A droga de escolha para
a terapia alvo, o Trastuzumabe, foi utilizado isoladamente ou concomitante com outra droga. A
tabela 1 evidencia as características sociodemográficas da amostra e informações de saúde.
Questionadas sobre alguma alteração do paladar antes ou durante o tratamento quimioterápico,
apenas 4 (17,4%) das participantes autorrelataram alteração do paladar antes da quimioterapia,
enquanto durante o tratamento este número passou a ser de 21 (91,3%), como evidenciado na
tabela 2.

Tabela 1: Caracterização da amostra (N= 23)


(continua)
Variáveis N %
Faixa etária:
Abaixo de 40 anos 4 17,4
Entre 41 anos e 50 anos 6 26,1
Acima de 51 anos 13 56,5
Estado Civil
Solteira 7 30,4
Casada 2 8,7
Divorciada 14 60,9
21

(conclusão)
Variáveis N %
Droga quimioterápica
Trastuzumabe 18 78,2
Faslodex 1 4,3
Trastuzumabe + Taxol 2 8,7
Trastuzumabe+Rituximabe 2 8,7
Ciclo
Até 4 ciclos 5 21,7
Entre 4 e 18 ciclos 18 78,2
Doenças pré-existentes
Sim 11 47,9
Não 12 52,1
Toma medicações para
esta condição?
Não 12 52,1
Uma 1 4,3
Duas 3 13
Três 5 21,7
Seis 2 8,7
Alteração do paladar
Hipogeusia 23 100
Disgeusia 15 65,2
Fonte: Autores, 2021.

Tabela 2: Autopercepção da alteração paladar relatada pelas participantes da pesquisa


(N= 23)
(continua)
N %
Percebeu alteração do paladar antes da
quimioterapia
Sim 4 17,4
Não 19 82,6
22

(conclusão)
N %

Percebeu alteração do paladar durante a


quimioterapia
Sim 21 91,3
Não 2 8,7
Quanto afetou o paladar durante a
quimioterapia
Mudou pouco 2 8,7
Tolerável 8 34,8
Exageradamente 9 39,1
Totalmente 4 17,4
Fonte: Autores, 2021.

A tabela 3 correspondem a percepção dos sabores pós testes de paladar com as


substâncias e a alteração do paladar, respectivamente. A concentração de sacarose 20% não foi
detectada por 19 (82,6) das participantes. Resultados semelhantes observado para o ácido cítrico
0,1%. O Sabor mais facilmente observado foi o amargo, independente da concentração.

Tabela 3: Percepção dos sabores pós teste de paladar (N=23)


(continua)
SIM NÃO
Sabor N % N %
Salgado
NaCl 1,8% 7 30,4 16 69,6
NaCl 9% 7 30,4 16 69,6
NaCl 15% 6 23 17 73,9
Doce
Sacarose 5% 6 26,1 17 73,9
Sacarose 20% 4 17,4 19 82,6
Sacarose 40% 6 26,1 17 73,9
Azedo
Ácido Cítrico 0,01% 4 17,4 19 82,6
Fonte: Autores, 2021.
23

(conclusão)
SIM NÃO
Sabor N % N %
Ácido Cítrico 0,06% 5 21,7 18 78,3
Ácido Cítrico 0,12% 7 30,4 16 69,6
Amargo
Ureia 5% 8 34.8 15 65,2
Ureia 20% 11 47,8 12 52,2
Ureia 40% 13 56,5 10 43,5
Fonte: Autores, 2021
Considerando a alteração do paladar, todas as participantes apresentaram hipogeusia para
pelo menos um sabor. A hipogeusia ao salgado foi observada em 20 (86,9%), das participantes.
Apenas 8 (34,7%) das participantes não apresentaram disgeusia. O sabor que apresentou maior
número de disgeusia foi o sabor azedo 14 (60,8%), sendo a concentração do ácido cítrico 0,12%
a de maior frequência 7 (30,4%). As 14 participantes que apresentaram disgeusia para o sabor
azedo o perceberam como sendo amargo. As tabelas 4 e 5 evidenciam a distribuição, das
alterações do paladar.

Tabela 4: Hipogeusia de acordo com os sabores observada na amostra (N=23)


N %
Hipogeusia Salgado
Sim 20 87
Não 3 13
Hipogeusia Doce
Sim 19 82,6
Não 4 17,4
Hipogeusia Azedo
Sim 19 82,6
Não 4 17,4
Hipogeusia Amargo
Sim 13 56,5
Não 10 43,5
Fonte: Autores, 2021.
24

Tabela 5: Presença de disgeusia nos diferentes sabores e para qual sabor (N= 23).
SIM NÃO PARA QUAL

N % N % Sabor N %
Sabor
Salgado
NaCl 9% 2 8,7 21 91.3 Azedo 1 4,3
Amargo 1 4,3
NaCl 15% 2 8,7 21 91.3 Azedo 1 4,3
Amargo 1 4,3

Doce
Sacarose 5% 2 8,7 21 91.3 Salgado 1 4,3
Amargo 1 4,3

Sacarose 40% 1 4,3 22 95.6 Salgado 1 4,3


Azedo
Ac. Cítrico 0,1% 4 17,3 19 82,6 Amargo 4 17,3
Ac. Cítrico 0,6% 5 21,7 18 78,3 Amargo 5 21,7
Ac. Cítrico 0,12% 7 30,4 16 69,6 Amargo 5 21,7
Amargo
Ureia 5% 1 4,3 22 95,7 Doce 1 4,3
Fonte: Autores, 2021.

DISCUSSÃO

Os resultados desta pesquisa confirmam que o tratamento oncológico sistêmico por


terapia-alvo altera as percepções dos sabores pelos pacientes. Todas as participantes
apresentavam hipogeusia para algum sabor. Embora uma amostra pequena, estes resultados
corroboram com os estudos que sugerem uma interdependência entre as drogas quimioterápicas
e as papilas gustativas 9,10,11. Tendo em vista que o uso da terapia alvo tem cerca de 25 anos e
ainda que os efeitos colaterais tendem a ser menores do que os quimioterápicos, há necessidade
de mais estudos para melhor compreensão e intervenções mais precoces.
25

Alterações do paladar também estão relacionada com alterações fisiológicas das papilas
11,18
decorrente da idade . A maioria das participantes deste estudo tinham idade acima de 51
anos. Neste estudo foram identificadas alterações do paladar somente durante o tratamento, e,
embora questionadas sobre autopercepção do paladar antes do início do tratamento, muitas
informaram não perceber. Sabe-se que a percepção é algo individual e subjetivo, o que pode
subestimar os resultados tendo em vista que muitas vezes o indivíduo acha aquela condição
normal e não relata 14. A realização de novos estudos com uma população maior com diferentes
idades e de forma longitudinal poderá ajudar na melhor compreensão destas alterações e a
influência da idade.
Considerando que regeneração das papilas gustativas ocorre a cada 15 dias, para que as
células de origem epidérmica consigam se regenerar; os espaços entre os ciclos
18
quimioterápicos, de 21 dias, auxiliam nesta regeneração , entretanto também se conhece o
6,19
efeito cumulativo da droga sobre os processos regenerativos . A maioria das participantes
estavam entre o quarto e o décimo oitavo ciclo e o efeito cumulativo da droga também pode ter
influenciado na percepção do paladar, tendo em vista que não foi coletado informações sobre
quantos ciclos quimioterápicos realizara antes de iniciar a terapia alvo.
Os efeitos colaterais isolados dessa medicação ainda são pouco estudados. Talvez pelo
fato de, na maioria das vezes, os pacientes submetidos a terapia antineoplásica possuem outras
comorbidades, que dificultam o estudo do Trastuzumabe isoladamente, sem influência de outras
medicações. Nessa pesquisa 5 das pacientes estudadas faziam uso de mais alguma medicação
juntamente com o Trastuzumabe, que podem potencializar os efeitos colaterais no qual
alteração do paladar se inclui. Resultados semelhantes ao observados em outros estudos da
literatura que incluíram outros medicamentos além da terapia alvo 1,17.
Embora esta pesquisa tenha sido um estudo transversal com uma amostra por
conveniência, a hipogeusia para salgado e doce foram percebidas pelas participantes no ciclo
inicial do tratamento com terapia alvo. Não se levou em consideração quais os tipos de
tratamento foram realizados anteriormente, por isto não se tem informações sobre o tempo total
de tratamento. Entretanto, sabendo-se que a terapia alvo é realizada após a quimioterapia
adjuvante ou neoadjuvante, podendo-se considerar que Trastuzumabe cause alteração do
paladar pela continuidade do processo inflamatório das papilas gustativas, que perdem a
sensibilidade e consequentemente o estímulo nervoso 14.
As normas técnicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)7, afirmam
que alterações do paladar classificadas como disgeusia são comuns entre os usuários de
Trastuzumabe, informação corroborada por este estudo no qual a maioria das participantes
26

12
apresentaram distorção em algum sabor. O estudo de McGettigan et al (2019), evidenciou
uma diminuição da sensibilidade ao sabor salgado no início do tratamento quimioterápico, que
ficou mais evidente com o decorrer do tratamento. Resultado corroborado pelos deste estudo,
considerando-se somente o uso da terapia alvo. Com relação ao sabor doce não pode ser
observado por tratar-se de um estudo transversal. Estudos longitudinais contribuirão para
melhor compreensão destas alterações.
O HER2 é responsável por modular diversos eventos celulares importantes como ativação
da proliferação celular, sobrevivência, migração quimiotática, estímulo à produção de colágeno
entre outras ações. Partindo disso e das pesquisas sobre como as papilas gustativas dos
mamíferos precisam do HER2 para se desenvolverem e que os defeitos de desenvolvimento dos
tecidos podem impedir que as papilas fungiformes e filiformes anteriores, também responsáveis
pela percepção dos sabores e texturas, respondam totalmente aos sinais neurais que
normalmente desencadeariam a diferenciação das células gustativas20. O uso de um
medicamento que inibe esta remodelação das papilas, pode comprometer a percepção dos
sabores. No entanto sugere-se mais estudos para melhor compreender a relação do HER 2 com
o desenvolvimento e manutenção das papilas.
Estudos evidenciam que a poli medicação pode levar a alterações do paladar, muitas
vezes decorrente da diminuição do fluxo salivar que compromete a produção de enzimas para
2,8
degradação dos alimentos e percepção dos sabores pelas papilas . Nessa pesquisa o fluxo
salivar não foi avaliado nem tão pouco a xerostomia. Entretanto 11 (49,7%), faziam uso de
medicamentos de uso contínuo, antes mesmo do início do tratamento oncológico, o que se sabe
leva a quadros de xerostomia, embora tenham afirmado que só perceberam alteração do paladar
após o início do tratamento.
Os resultados obtidos pela autopercepção relatada da alteração do paladar, ainda que
não tenha utilizado questionários que visem a qualidade de vida e que possuem informações
sobre o paladar, demostraram que a maioria das participantes perceberam a alteração do paladar
após o início do tratamento quimioterápico, e que isto afetou seu paladar de forma tolerável ou
exageradamente. O paladar é um estímulo quimio sensorial e as drogas quimioterápicas atuam
neste sistema, a não percepção de algum dos sabores influencia no prazer de se alimentar e isto
pode afetar diretamente a qualidade de vida e adesão ao tratamento 14. Tal condição dever ser
mais observada para melhor compreensão e intervenção.
27

CONCLUSÃO

Os resultados deste estudo permitem concluir que portadoras de câncer de mama


submetidas a terapia alvo possuem hipogeusia e disgeusia, sendo a hipogeusia para os sabores
salgado, doce e azedo mais acentuadas. O sabor azedo, independente da concentração, foi
distorcido para o sabor amargo.

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30

4 CONCLUSÃO

Os resultados deste estudo permitem concluir que:


• A hipogeusia e disgeusia estão presentes nas portadoras de câncer de mama
submetidas a terapia alvo;
• Os sabores que apresentaram maior hipogeusia foram o salgado, independente da
concentração, doce na concentração média e azedo na concentração fraca;
• A hipogeusia foi a alteração do paladar mais percebida;
• O sabor que apresentou maior número de disgeusia foi o sabor azedo, sendo
percebido como sabor amargo.
31

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receiving chemotherapy: A cross-sectional study. European Journal of Cancer Care, v. 26, n. 2,
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em: 24/03/2020.

TIEZZI, Daniel Guimarães. Epidemiologia do câncer de mama. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., Rio
de Janeiro, v. 31, n. 5, p. 213-215, May 2009. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
72032009000500001&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 16/04/2020.

THREADGILL, David et al. Targeted disruption of mouse EGF receptor: effect of genetic
background on mutant phenotype. Science, v.14;n. 269, p.230-234, Jun.1995. Disponível em:
<https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/7618084/>. Acesso em: 24/03/2020.

WOLFF, Antonio. C. et al. Recommendations for human epidermal growth factor receptor 2
testing in breast cancer: American Society of Clinical Oncology/College of American
Pathologists clinical practice guideline update. J Clin Oncol, v. 31, n. 31, p. 3997–4013, nov.
2013. Disponível em: https://ascopubs.org/doi/pdf/10.1200/JCO.2013.50.9984/>. Acesso em:
22/05/2020.
35

APÊNDICES
36

APÊNDICE A – Parecer consubstanciado CEP


37
38
39

APÊNDICE B – Parecer consubstanciado CEP


40
41

APÊNDICE C – NORMAS DA REVISTA JORDI (JOURNAL OF ORAL


DIAGNOSIS)

1.SCOPE AND POLICY

Journal of Oral Diagnosis is committed in publishing basic, applied research papers, clinical
cases and articles reporting and updating information in the field of oral diseases, according
to the quality indicators and peer reviewed material, with the objective of assuring its
acceptability at the local, regional, national and international levels.

The primary goal of Journal of Oral Diagnosis is to publish the outcomes of original
investigations as well as relevant case reports and invited reviews in the field of Oral
Medicine, Oral Maxilo Facial Pathology, Oral Surgery, Oral Radiology and related areas of
Dentistry and Medicine.

2 GENERAL GUIDELINES

2.1 The papers sent for publication must be original and the simultaneous submission to
another journal, either national or international, is not allowed.

2.2 Only papers written in the English language shall be accepted, and the authors are fully
responsible for the texts, citations and references.

2.3 Journal of Oral Diagnosis has the right to submit all manuscripts to the Editorial Board,
which is fully authorized to settle the convenience of their acceptance or return them to the
authors with suggestions for modifications in the text and/or for adaptation to the editorial
rules of the Journal. In this case, the manuscript will be re-evaluated by the Scientific Editor
and Editorial Board.

2.4 The concepts stated on the papers published are full responsibility of the authors and do
not necessarily reflect the opinion of Scientific Editor and Editorial Board.

2.5 The dates of receipt of the original paper and its acceptance will be indicated in the
occasion it is published.

2.6 Journal of Oral Diagnosis does not charge for submission nor processing of articles.

2.7 Copyright Notice: All content of the journal, except where identified, is licensed under a
Creative Commons attribution-type BY. The online journal is free and open access.

3 REVISION CRITERIA

3.1 Manuscripts will be firstly evaluated regarding presentation according to the instructions
for authors. Manuscripts not in accordance with instructions will be rejected and returned to
authors without being reviewed by referees.
42

3.2 Manuscripts in accordance with the instructions will be appreciated in their scientific
merit and methods by at least two referees from different institutions of that of the authors,
besides the Scientific Editor. When revision of the original is required, the manuscript will be
returned to the corresponding author for modification. A revised version with modifications
will be re-submitted by the authors, and that will be re-evaluated by the Scientific Editor and
Editorial Board.

3.3 The Scientific Editor will decide upon the acceptance of the manuscript, and may return it
to the authors for revision and necessary modifications in the text and/or illustrations. In this
case, the authors will be required to re-submit a revised version with the modifications or
proper explanations. The revised version will be reviewed by the Scientific Editor and
Editorial Board.

3.4 Upon approval of the scientific merit, manuscripts will be analyzed regarding the use of
proper English grammar (technical review) and statistics. If manuscripts are still considered
inadequate, they will be returned to authors for revision.

3.5 Authors and referees will be kept anonymous during the review process.

3.6 Contents of the manuscript are the authors' responsibility and do not reflect the opinion of
the Scientific Editor or Editorial Board.

4 GALLEY PROOFS

4.1 Galley proofs will be sent to the corresponding author by electronic mail in pdf format for
final approval.

4.2 Approval of galley proofs by the corresponding author should be returned with
corrections, if necessary, within 72 hours.

4.3 If not returned within 72 hours, the Scientific Editor will consider the present version the
final, and will not allow further modifications. Corrections in the galley proofs should be
restricted to minor mistakes that do not modify the content of the manuscript. Major
corrections will imply that the manuscript should enter the review process again.

4.4 Inclusion of new authors is not allowed at this phase of the publication process.

5. FORMS AND PREPARATION OF MANUSCRIPTS

Presentation of the Manuscript

5.1 Structure of the manuscript

- Cover page (must be submitted as a supplementary file through the online submission
system), which should contain only:

- Title of the manuscript in English.

- Names of the authors in direct order with their respective degrees and affiliations in English.
43

- Full address of the corresponding author, to whom all correspondence should be addressed,
including fax and phone number as well as e-mail address.

5.2 Text

5.2.1 Title of the manuscript and subtitle, if necessary, in English.

5.2.2 Abstract should comprise at most 300 words, highlighting a little introduction,
objective, material and methods, results and conclusions.

5.2.3 Key words: (words or expressions that identify the contents of the manuscript). The
authors are referred to the list of subjects of the "lndex Medicus" and DeCS (Health Sciences
Descriptors available at http://decs.bvs.br/). Authors must use "periods" to separate the key
words, which must have the first letter of the first word in capital letters.

5.2.4 Introduction: summary of the rationale and proposal of the study including only proper
references. It should clearly state the hypothesis of the study.

5.2.5 Material and Methods: the material and the methods are presented with enough detail
to allow confirmation of the findings. Include city, state and country of all manufacturers right
after the first appearance of the products, reagents or equipments. Published methods should
be referred to and briefly discussed, except if modifications were made. Indicate the statistical
methods employed, if applicable. Please refer to item 3 for ethical principals and registration
of clinical trials.

5.2.6 Results: presents the outcomes in a logical sequence in the text, tables and illustrations.
Data contained in tables and illustrations should not be repeated in the text, and only
important findings should be highlighted.

5.2.7 Discussion: this should emphasize the new and important aspects of the study and the
resulting conclusions. Any data or information mentioned in the introduction or results should
not be repeated. Findings of other important studies should be reported. The authors should
point out the implications of their findings as well as their limitations.

5.2.8 Conclusion(s) (if any)

5.2.9 Acknowledgments (when appropriate). Acknowledge those who have contributed to the
work. Specify sponsors, grants, scholarships and fellowships with respective names and
identification numbers.

- References (please refer to item 7.1)

5.2.10 - Institutional Affiliation should be prepared like the example showed below

University; Faculty or School; Department; City; State, Country.

(a) Universidade Federal de Pelotas - UFPEL, Dental School, Department of Semiology and
Clinic, Pelotas, RS, Brazil.
44

(b) Augusta University, The Dental College of Georgia, Department of Periodontics, Augusta,
GA, United States of America.

(c) Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Dental School, Department of
Conservative Dentistry, Porto Alegre, RS, Brazil.

6 TECHNICAL NORMALIZATION

The manuscript should be typed as follows: 1.5 spacing in 11 pt Arial font, with 3-cm margins
at each side, on an A4 page, adding up to at most 15 pages, including the illustrations (graphs,
photographs, tables, etc). The authors should keep a copy of the manuscript for possible
requests.

6.1 Illustrations and Tables

6.2 The illustrations (photographs, graphs, drawings, charts, etc.), regarded as figures, should
be limited to the least amount possible and should be uploaded in separate files, consecutively
numbered with Arabic numbers according to the order they appear in the text.

6.3 Photographs should be sent in original colors and digitized in JPG format with 10cm
width and at least 300 dpi. These illustrations should be provided in supplementary files and
not inserted in the Word document.

6.4 The corresponding legends for figures should be clear, concise and typed at the end of the
manuscript as a separate list preceded by the corresponding number.

6.5 The tables should be logically arranged, consecutively numbered with Arabic numbers.
The legend shall be placed on the top of the tables. Tables should be open in the right and left
laterals.

6.6 Footnotes should be indicated by asterisks and restricted to the least amount possible.

6.7 Citation of the Authors

Citation of the authors in the text may be performed in two manners:

1) Just numeric: and interfere with the bacterial system and tissue system 3,4,7-10. References
must be cited in a numeric ascending order within the paragraph.

Punctuation characters such as "periods" and "commas" must be placed after the numeric
citation of the authors. Ex: Ferreira38.

7 REFERENCES

The references must follow the Uniform requirements for manuscripts submitted to
Biomedical Journals - Vancouver available
at: http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html.
45

7.1 All references must be cited in the text. They should be in order of appearance ordered by
the last name of the author and numbered in increasing order accordingly. Abbreviations of
the titles of the international journals cited should follow the Index Medicus/MEDLINE.

7.2 Personal communications and unpublished data with no publication date must not be
included in the reference list.

7.3 Abstracts, monographs, dissertations and theses will not be accepted as references.

7.4 The names of all authors should be cited up to 6 authors; in case there are more authors,
the 6 first authors should be cited, followed by the expression ", et al.", which must be
followed by "period" and should not be written in italics. Ex: Uhl, et al.

7.5 At most 30 references may be cited, except for invited reviews by the Editor-in-Chief.

Examples of references:

Book

Melberg JR, Ripa LW, Leske GS. Fluoride in preventive dentistry: theory and clinical
applications. Chicago: Quintessence; 1983.

Book chapter

Verbeeck RMH. Minerals in human enamel and dentin. ln: Driessens FCM, Woltgens JHM,
editors. Tooth development and caries. Boca Raton : CRC Press; 1986. p.95-152.

Papers published in journals

Wenzel A, Fejerskov O. Validity of diagnosis of questionable caries lesions in occlusal


surfaces of extracted third molars. Caries Res. 1992;26:188-93.

Papers with more than 6 authors

The first 6 authors are cited, followed by the expression ", et al."

Parkin DM, Clayton D, Black RJ, Masuyer E, Friedl HP, Ivanov E, et al. Childhood -
leukemia in Europe after Chernobyl : 5 years follow-up. Br J Cancer. 1996;73:1006-12.

Papers without authors' names

Seeing nature through the lens of gender. Science. 1993;260:428-9.

Volume with supplement and/or Special Issue

Davisdson CL. Advances in glass-ionomer cements. J Appl Oral Sci. 2006;14(sp. Issue):3-9.

Entire issue

Dental Update. Guildford 1991;18(1).


46

7.6 The authors are fully responsible for the correctness of the references.

8 ETHICAL PRINCIPLES AND REGISTRATION OF CLINICAL TRIALS

8.1 Experimental procedures in humans and animals

Journal of Oral Diagnosis reassures the principles incorporated in the Helsinky Declaration
and insists that all research involving human beings, in the event of publication in this journal,
be conducted in conformity with such principles and others specified in the respective ethics
committees of authors' institution. In the case of experiments with animals, such ethical
principles must also be followed. When surgical procedures in animals were used, the authors
should present, in the Material and Methods section, evidence that the dose of a proper
substance was adequate to produce anesthesia during the entire surgical procedure. All
experiments conducted in human or animals must accompany a description, in the Material
and Methods section, that the study was approved by the respective Ethics Committee of
authors' affiliation and provide the number of the protocol approval. The Editorial Board
reserve the rights to refuse manuscripts that show no clear evidence that the methods used
were not appropriate for experiments in humans or animals.

8.2 CLINICAL TRIAL REGISTRATION - INTERNATIONAL STANDARD


RANDOMIZED CONTROLLED TRIAL NUMBER (ISRCTN)

Journal of Oral Diagnosis supports the policies of the World Health Organization (WHO)
and the International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE) for the registration of
clinical trials. The journal recognizes the importance of such initiatives for the registration
and international publication of clinical studies with an open access. Therefore, Journal of
Oral Diagnosis will publish only those clinical trials that have previously received an
identification number, the ISRCTN, validated by the criteria established by the WHO and
ICMJE. The WHO defines clinical trials as "any research study that prospectively assigns
human participants or groups of humans to one or more health-related interventions to
evaluate the effects on health outcomes. Interventions include but are not restricted to drugs,
cells and other biological products, surgical procedures, radiologic procedures, devices,
behavioral treatments, process-of-care changes, preventive care, etc".

In order to register a clinical trial, please access one the following addresses:

Register in the Clinicaltrials.gov

URL: http://prsinfo.clinicaltrials.gov/

Register in the International Standard Randomized Controlled Trial Number (ISRCTN)

URL: http://www.controlled-trials.com/

8.3 Any queries shall be solved by the scientific editor and editorial board.

9 INFORMED CONSENT STATEMENT

Journal of Oral Diagnosis adheres to the Uniform Requirements for Manuscripts Submitted
to Biomedical Journals: Writing and Editing for Biomedical Publication.1
47

9.1 Patients have a right to privacy that should not be infringed without informed consent.

9.2 Identifying information, including patients' names, initials, or hospital numbers, should
not be published in written descriptions, photographs, and pedigrees unless the information is
essential for scientific purposes and the patient (or parent or guardian) gives written informed
consent for publication.

9.3 Informed consent for this purpose requires that a patient who is identifiable be shown the
manuscript to be published.

9.4 Authors should identify Individuals who provide writing assistance and disclose the
funding source for this assistance.

9.5 Identifying details should be omitted if they are not essential.

9.6 Complete anonymity is difficult to achieve, however, and informed consent should be
obtained if there is any doubt.

9.7 If identifying characteristics are altered to protect anonymity, such as in genetic pedigrees,
authors should provide assurance that alterations do not distort scientific meaning and editors
should so note.

9.8 Failure to obtain informed consent of patient prior to submission would result in
manuscript rejection.

1. Recommendations for the Conduct, Reporting, Editing, and Publication of Scholarly Work
in Medical Journals. (Updated December 2016). at: http://www.icmje.org/icmje-
recommendations.pdf

SENDING OF MANUSCRIPTS

10 MANUSCRIPT SUBMISSION

10.1 Articles must be submitted through the following


address https://www.gnpapers.com.br/jordi

10.2 The corresponding author should retain the original file in Word format as well as
illustrations (when applicable).

10.3 The original file containing the main manuscript must be submitted without the authors'
identification and affiliations. The cover page must be submitted as a supplementary file
containing the names of the authors, affiliations and correspondence address.

10.4 Figures must be submitted as supplementary files according to the specifications of item
2.1 regarding the form and preparation of manuscripts.

10.5 - Tables must be prepared in Excel format and must be submitted as a supplementary
files or in figure format.
48

10.6 The submission Form, signed by ALL the authors, must be submitted as a supplementary
file containing the following text:

By signing the Submission Form, the authors state:

COPYRIGHT TRANSFER

In the event of publication of the above mentioned manuscript, we, the authors, transfer
to Journal of Oral Diagnosis all rights and interest of the manuscript. This document applies
to translations and any preliminary presentation of the contents of the manuscript that has
been accepted, but yet not published. If any authorship modification occurs after submission,
a document with of agreement of all authors is required to be kept by the Editor-in-Chief.
Exclusion of authors may only be accepted by his/her own request.

Responsibilities of the authors: I hereby state that:

The content is original and does not consist of plagiarism or fraud;

The work is not under consideration or will be submitted to other journal until a final decision
is issued by this journal;

I have effectively contributed to this work and am familiar with its contents;

I have read the final version and assume the responsibility for its contents. I understand that if
the work, or part of it, is considered deficient or a fraud, I take shared responsibility with the
other authors.

RELEASE OF CONFLICT OF INTEREST

All my affiliations, corporate or institutional, and all sources of financial support to this
research are properly acknowledged, except when mentioned in a separate letter. I certify that
do not have any commercial or associate interest that represents a conflict of interest in
connection with the submitted manuscript.

PRINT NAME: _____________ SIGNATURE: __________ DATE:_____

11 PLAGIARISM

11.1 Journal of Oral Diagnosis employs a plagiarism detection system. When you send your
manuscript to the journal it may be analyzed-not merely for the repetition of
names/affiliations, but rather the sentences or texts used.
49

ANEXOS
50

ANEXO A – QUESTIONÁRIO SOCIODEMOGRÁFICO

Nome: _________________________________________________
Data de Nascimento: _______________________
Estado Civil: _____________________________
Profissão: _______________________________
Grau de escolaridade:
Analfabeto ( )
Ensino fundamental ( )
Ensino médio ( ) Incompleto ( )
Nível superior ( )
Pós Graduação ( )
Quando descobriu o câncer de mama (anos)? _____________________________________
Como descobriu o câncer de mama? ____________________________________________
Percebeu alguma alteração no paladar após a descoberta do câncer e antes de iniciar o
tratamento?
( ) Sim ( ) Não
Percebeu alguma alteração no paladar após iniciar o tratamento quimioterápico? ( ) Sim ( )
Não
Fez cirurgia? ( ) Sim ( )Não
História de câncer de mama na família? ( ) Sim ( )Não
Quem? ________________________________________
Possui outra doença além do Câncer de Mama? ( ) Sim ( ) Não
Se sim, foi diagnosticado antes ou depois do Câncer de Mama? _________________
Faz uso de algum medicamento para esta outra condição? ( ) Sim ( )Não
Qual ou Quais? __________________________________
Percebeu alteração no paladar devido a esta medicação? ( ) Sim ( ) Não
Sabe identificar a partir do uso de qual medicação isto ocorreu? ( ) Sim ( ) Não
Qual a medicação? _______________________________
Fuma? ( ) Sim ( )Não ( ) Ex-fumante
Tempo (anos)? ______________________________
Se sim, quantos cigarros por dia? ________________________________
51

Se sim, percebeu alguma alteração no paladar após o início do hábito e antes de


diagnosticar a doença? ( ) Sim ( ) Não
Faz uso de bebida alcoólica? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não mais
Tempo (anos)? ______________________________
Qual a frequência (dias da semana)? ________________________________
Se sim, percebeu alguma alteração no paladar após o início do hábito e antes de
diagnosticar a doença?
( ) Sim ( ) Não

Tipo de Quimioterapia: ( ) Adjuvante ( ) Neoadjuvante ( ) Ambos


Quanto tempo (meses)? ____________________________
Está em que ciclo do tratamento? _________________________
Qual o protocolo está utilizando? _____________________________
Faz Terapia Alvo? ( ) Sim ( ) Não
Se sim, há quanto tempo (meses)? ______________________________________
52

ANEXO B – QUESTIONÁRIO PALADAR

Você tem notado mudanças no paladar durante a quimioterapia? () Sim ( ) Não


O quanto seu paladar mudou?
1 ( ) Não mudou
2 ( ) Mudou pouco
3 ( ) Tolerável
4 ( ) Exageradamente
5 ( ) Totalmente

Quanto a alteração afetou na sua dieta?


1 ( ) Não afetou
2 ( ) Afetou pouco
3 ( ) Tolerável
4 ( ) Exageradamente
5 ( ) Totalmente

Que estratégia você adotou para lidar com a alteração?


( ) Comer pequenas e mais frequentes refeições
( ) Tomar mais água
( ) Comida fria
( ) Comida quente
( ) Comida mais temperada
Outros: _____________________________
Você já tinha recebido alguma informação sobre a possível alteração do paladar?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, por quem/como? _________________________

Qual sabores identificou?


S N
NaCl 1% () 0 ( )1
NaCl 5% () 0 ( )1
NaCl 10% () 0 ( )1
Sacarose 5% () 0 ( )1
Sacarose 20% () 0 ( )1
Sacarose 40% () 0 ( )1
Ácido Cítrico 0,5% () 0 ( )1
Ácido Cítrico 1,5% () 0 ( )1
Ácido Cítrico 5% () 0 ( )1
Uréia 5% () 0 ( )1
Uréia 20% () 0 ( )1
Uréia 40% () 0 ( )1

A paciente distorceu algum sabor? ( ) Sim ( ) Não


53

Se sim, qual a substância original? ________________


Para qual sabor distorceu? _______________________

ANEXO D – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO


TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Participação do estudo
Você, ______________________________________________ está sendo convidado (a) a
participar da pesquisa intitulada “Prevalência da alteração do paladar em pacientes com
câncer de mama submetidos a quimioterapia”. O objetivo deste estudo é determinar a
prevalência da alteração do paladar em pacientes com câncer de mama submetidos a
quimioterapia atendidos na Unidade de Oncologia do Hospital Nossa Senhora da Conceição no
Município de Tubarão. Caso você aceite participar, você responderá a um questionário
sociodemográfico, contendo 23 perguntas como: escolaridade, profissão, perguntas sobre a
descoberta do câncer, tratamento que está sendo realizado, outras medicações utilizadas,
hábitos. Você também responderá a um outro questionário relacionado ao seu paladar, com 5
questões que nos informarão como percebe o seu paladar diante da quimioterapia. Realizará,
além disso, testes de paladar contendo substâncias doces (açúcar), salgadas (sal), azedas (ácido
cítrico) e amargas (ureia), em três diferentes concentrações, sendo realizados nos dias em que
tiver disponibilidade sua e do serviço, o que deve dispender cerca de 20 a 45 minutos. As
substâncias utilizadas estão comumente presentes na alimentação da população Brasileira, nas
formas de: frutas, carnes, café, vinagre.
Riscos e Benefícios
Com sua participação nesta pesquisa, você estará exposto a riscos mínimos, tendo em vista que
alguma das perguntas poderão causar algum desconforto como a que se refere a descoberta do
câncer de mama, caso isso venha a ocorrer, serão tomadas as seguintes providencias:
interromper a entrevista momentaneamente ou repetir a pergunta sob a responsabilidade da
pesquisadora responsável.
Caso seja identificado algum desconforto no momento do teste devido as substâncias aplicadas,
como sensação de queimação na garganta ou enjoo da paciente, a mesma terá atendimento
médico imediato com acompanhamento da pesquisadora responsável. Não se prevê riscos
maiores, porém caso sinta-se desconfortável, entre uma substância e outra, será realizado
bochecho com água, que minimizará o sabor da substância.
Além disso, por conta de qualquer desconforto você queira desistir da pesquisa, sinta-se à
vontade em qualquer momento.
Esta pesquisa tem como benefício a comprovação da alteração do paladar, permitindo uma
melhor compreensão da paciente sobre esta condição, a fim de que procure atendimento para
minimização dos efeitos.
Sigilo, Anonimato e Privacidade
O material e informações obtidas poderão ser publicados em aulas, congressos, eventos
científicos, palestras ou periódicos científicos, sem sua identificação. Sua participação é
voluntária e você terá a liberdade de recusar a responder quaisquer questões que lhe ocasionem
constrangimento de alguma natureza.
Autonomia
Você também poderá desistir da pesquisa a qualquer momento, sem que a recusa ou a
desistência lhe acarrete qualquer prejuízo. É assegurada a assistência durante toda a pesquisa,
e garantido o livre acesso a todas as informações e esclarecimentos adicionais sobre o estudo e
suas consequências. Você também poderá entrar em contato com os pesquisadores, em qualquer
54

etapa da pesquisa, por e-mail ou telefone, a partir dos contatos dos pesquisadores que constam
no final deste documento.
Devolutiva dos resultados
Os resultados da pesquisa serão repassados aos participantes de forma presencial ao final do
teste.
Ressarcimento e Indenização
Lembramos que sua participação é voluntária, o que significa que você não poderá ser pago, de
nenhuma maneira, por participar desta pesquisa. De igual forma, a participação na pesquisa não
implica em gastos a você. Você voluntário terá acesso ao resultado individual e coletivo, sem
que sua identidade seja divulgada. A voluntária vai até o Hospital Nossa Senhora da Conceição
para realizar semanalmente suas atividades, sendo marcados data e horário antecipadamente.
Como a voluntária estará no Hospital Nossa Senhora da Conceição, não necessitará de
transporte ou alimentação para a realização da coleta de dados. O deslocamento será feito pela
pesquisadora. Caso ocorra alguma despesa decorrente da participação no estudo, mesmo que
seja inesperado, mas que tenha comprovação, você (voluntária) será devidamente ressarcido,
conforme determina a Resolução 466/2012.
Após ser esclarecido sobre as informações da pesquisa, no caso de aceitar fazer parte do estudo,
assine o consentimento de participação em todas as páginas e no campo previsto para o seu
nome, que é impresso em duas vias, sendo que uma via ficará em posse do pesquisador
responsável e a outra via com você.
Consentimento de Participação
Eu ______________________________________________ concordo em participar,
voluntariamente da pesquisa intitulada "Prevalência da alteração do paladar em pacientes com
câncer de mama submetidos a quimioterapia" conforme informações contidas neste TCLE.
Local e data: _______________________________________________
Assinatura: ________________________________________________

Pesquisador (a) responsável orientador (a): Gláucia Helena Faraco de Medeiros


E-mail para contato: gaufaraco@gmail.com
Telefone para contato: (48) 991080424
Assinatura do (a) pesquisador (a) responsável: _______________________

Outros pesquisadores:
Nome: Marina Montegutti Coan
E-mail para contato: marinamcoan@hotmail.com
Telefone para contato: (48) 99959.9592
Assinatura do (a) aluno (a) pesquisador (a): __________________________
Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos (CEP) é composto por um grupo de pessoas
que estão trabalhando para garantir que seus direitos como participante sejam respeitados,
sempre se pautando pelas Resoluções 466/12 e 510/16 do Conselho Nacional de Saúde (CNS).
O CEP tem a obrigação de avaliar se a pesquisa foi planejada e se está sendo executada de
forma ética. Caso você achar que a pesquisa não está sendo realizada da forma como você
imaginou ou que está sendo prejudicado de alguma forma, você pode entrar em contato com o
Comitê de Ética da UNISUL pelo telefone (48) 3279-1036 entre segunda e sexta-feira das 9 às
17horas ou pelo e-mail cep.contato@unisul.br.
55

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