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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE FONOAUDIOLOGIA

MANUELLA YASMIM SILVA DE ARAÚJO

A produtividade dos processos fonológicos se associa ao nível

socioeconômico e à escolaridade materna?

NATAL

2021
MANUELLA YASMIM SILVA DE ARAÚJO

A produtividade dos processos fonológicos se associa ao nível

socioeconômico e à escolaridade materna?

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Curso de Graduação em

Fonoaudiologia da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte, como requisito para

obtenção do grau de bacharel em

Fonoaudiologia.

Orientador(a): Prof(a). Dr(a) Ana Manhani

Cáceres-Assenço

NATAL

2021
MANUELLA YASMIM SILVA DE ARAÚJO

A PRODUTIVIDADE DOS PROCESSOS FONOLÓGICOS SE ASSOCIA AO NÍVEL

SOCIOECONÔMICO E À ESCOLARIDADE MATERNA?

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em

Fonoaudiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito

final para obtenção do grau de bacharel em Fonoaudiologia.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________

Prof(a). Dr(a) Ana Manhani Cáceres-Assenço


Orientadora

________________________________________

Prof (a). Dr (a).Vanessa Giacchini


Membro da banca

________________________________________

Prof (a). Me. Paula Paula Renata Pedott


Membro da banca

Natal, 23 de Abril de 2021


AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por essa conquista, pois sem ele nada seria possível.

Aos meus pais, Milka e Zuinglio, ao meu irmão e aos meus avós, fontes de

incentivo e apoio, por torcerem e acreditarem no meu sucesso.

À minha orientadora Profa. Dra. Ana Manhani Cáceres Assenço, pela

dedicação, incentivo, suporte, carinho e preocupação; pelos momentos em que trouxe

leveza à essa jornada, principalmente, na reta final conturbada. Sou imensamente

grata por tudo, por ser essa pessoa querida e muito especial para mim.

À Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), por todo o ambiente

inspirador, recursos oferecidos e pela oportunidade de concluir este curso.

Ao CNPq pela concessão da bolsa do Programa institucional de iniciação

científica - PIBIC e à CAPES pela possibilidade de acesso aos periódicos.

Ao Laboratório de Desenvolvimento da Linguagem (LADELIN), por todo

acolhimento e oportunidade de desenvolvimento de pesquisa e de habilidades para

prática profissional.

Aos meus professores, pela dedicação, comprometimento, qualidade e

excelência no ensino ao compartilharem, não somente os conhecimentos da

Fonoaudiologia, mas também o amor por essa profissão. À vocês, minhas eternas

admiração e gratidão.

Ao Núcleo de Educação da Infância (NEI) UFRN e ao Centro de Educação e

Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi (CEPS), às suas equipes, aos responsáveis e às

crianças pela disponibilidade, receptividade, confiança e contribuição na pesquisa.

Aos amigos e amigas de curso e de basquete, pelos momentos especiais e

únicos vividos durante esse período de graduação, pelo companheirismo e por terem

se tornado vínculos preciosos que levo pra vida.


Aos membros da banca, pelas disponibilidade e contribuições feitas a esse

trabalho.

E a todos que, direta ou indiretamente, fizeram parte da minha formação e

dessa jornada, o meu muito obrigada.


(Eclesiastes 3:1)
ARAÚJO, Manuella Yasmim Silva de. A produtividade dos processos fonológicos

se associa ao nível socioeconômico e à escolaridade materna? 2021. 43 p.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fonoaudiologia) - Curso de

Fonoaudiologia, Departamento de Fonoaudiologia, Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, Natal, 2021.

RESUMO

Objetivos: descrever os tipos de processos fonológicos produzidos por pré-escolares

potiguares, com enfoque na produção dos arquifonemas /R/ e /S/, além de verificar se

há influência do nível socioeconômico e da escolaridade dos pais. Métodos: trata-se

de um estudo transversal cuja amostra foi composta por 44 pré-escolares de ambos

os sexos com faixa etária entre 4 anos e 5 anos e 11 meses. A coleta ocorreu por

meio do protocolo de nomeação da fonologia do ABFW. Para análise dos dados foram

utilizados os parâmetros de tipos de processos fonológicos, nível socioeconômico e

escolaridade materna. Resultados: A ocorrência de processos fonológicos foi maior

entre os participantes da classe baixa e com mães de escolaridade básica. A única

variável que não apresentou diferença significativa entre os grupos socioeconômicos

foi a simplificação de consoante final. Conclusão: Os parâmetros analisados

indicaram que crianças de nível socioeconômico mais baixo e com mães de

escolaridade básica tendem a apresentar mais ocorrências em todos os tipos de

processos fonológicos e que, independentemente do nível socioeconômico, as

crianças apresentaram número elevado de simplificação de consoante final.

Palavras-chave: Pré escolares; Fala; Fonoaudiologia; Linguagem Infantil;

Escolaridade materna; Nível socioeconômico.


ABSTRACT

Is the productivity of phonological processes associated with socioeconomic

level and maternal education?

Purpose: to describe the types of phonological processes produced by preschoolers

in Greater Natal, with a focus on the production of the archiphonemes / R / and / S /,

in addition to verifying whether there is an influence on the socioeconomic level and

education of parents. Methods: this is a cross-sectional study which sample consisted

of 44 preschoolers of both sexes aged between 4 years and 5 years and 11 months.

The collection occurred through the ABFW phonology naming protocol and, for data

analysis, the types of phonological processes, socioeconomic level and maternal

education were used. Results: The occurrence of phonological processes was higher

among the lower class participants, who also have mothers with more basic education.

These also showed later maintenance of the processes. The only variable that did not

show a significant difference between socioeconomic groups was the simplification of

the final consonant. Conclusion: The analyzed parameters indicated that children with

lower socioeconomic level and mothers with more basic schooling tend to have more

occurrences in all types of phonological processes and that, regardless of the

socioeconomic level, the children had a high number of simplification of the final

consonant.

Key words: Preschools; Speech; Speech, language, hearing sciences; Child language;

Maternal education level; Socioeconomical class.


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Comparação da ocorrência de processos fonológicos nos grupos

de acordo com o nível socioeconômico........................................... 22

Tabela 2 - Associação do nível socioeconômico (NSE) com os processos

fonológicos produtivos...................................................................... 23

Tabela 3 - Associação da escolaridade materna com os processos

23

Tabela 4 - . 24

Tabela 5 - 24
LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CEP Comitê de Ética em Pesquisa

CEPS Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi

CNPQ Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

HUOL Hospital Universitário Onofre Lopes

LADELIN Laboratório de Linguagem

NEI Núcleo de Educação da Infância

NSE Nível Socioeconômico

PB Português Brasileiro

PF Processos Fonológicos

PIBIC Programa Institucional de Iniciação Científica

PCC-R Porcentagem de Consoantes Corretas Revisado

SCF Simplificação de Consoante Final

UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 14

2 METODOLOGIA 17

2.1 ASPECTOS ÉTICOS 17

2.2 PARTICIPANTES 17

2.3 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS 18

2.4 ANÁLISE DE DADOS 19

3 RESULTADOS 21

3.1 TIPOS DE PROCESSOS FONOLÓGICOS 21

3.2 PRODUÇÃO DOS ARQUIFONEMAS /R/ E /S/ 22

4 DISCUSSÃO 24

4.1 OCORRÊNCIA GERAL DOS PROCESSOS FONOLÓGICOS 24

4.2 PRODUTIVIDADE DOS PROCESSOS FONOLÓGICOS 25

4.3 ARQUIFONEMAS 25

5 CONCLUSÃO 28

6 REFERÊNCIAS 29

7 ANEXOS 34
Este Trabalho de Conclusão de Curso está apresentado em formato de artigo

original e foi formatado de acordo com as normas do periódico ACR disponíveis em

http://www.audiolcommres.org.br/pdf/normas_1_1.pdf. Além disso, foram mantidas as

informações que identificam o trabalho e as tabelas junto aos resultados para facilitar

a leitura dos avaliadores.


PÁGINA DE IDENTIFICAÇÃO

A produtividade dos processos fonológicos se associa ao nível socioeconômico

e à escolaridade materna?

Is the productivity of phonological processes associated with socioeconomic

level and maternal education?

Título resumido: Processos fonológicos e NSE

Manuella Yasmim Silva de Araújo , Ana Manhani Cáceres-Assenço


1 1

(1) Departamento de Fonoaudiologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade

Federal do Rio Grande do Norte UFRN Natal (RN), Brasil.

Trabalho realizado no Laboratório de Desenvolvimento da Linguagem (LADELIN) do

Departamento de Fonoaudiologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade

Federal do Rio Grande do Norte UFRN Natal (RN), Brasil.

Contatos da responsável:

Ana Manhani Cáceres-Assenço

Av. General Gustavo de Farias, S/N, Petrópolis, Natal (RN), Brasil, CEP: 59012-570

e-mail: ana.manhani@ufrn.edu.br

Declaração de inexistência de conflitos de interesse de cada autor: nada a

declarar.

Contribuição de cada autor: MYSA foi responsável pela coleta, análise e tabulação

dos dados e pela elaboração do artigo. AMCA idealizou e orientou o estudo e foi

responsável pela análise estatística e revisão final do artigo.


INTRODUÇÃO

Os primeiros anos de vida da criança são considerados os mais importantes

para o desenvolvimento das habilidades de linguagem, pois é nesse período que

ocorrem maturação do sistema nervoso, maior crescimento cerebral e formação de

novas conexões neuronais(1).

Apesar das extensas discussões sobre a linguagem ser inata ou aprendida,

sabe-se que os fatores de risco biológicos exercem importante influência sobre o

desenvolvimento da linguagem. Além disso, o envolvimento de fatores ambientais,

dados familiares, gestacionais e pós natal, experiências sociais, estímulos adequados,

capacidade cognitiva e de interação social do indivíduo são essenciais para um bom

desenvolvimento de linguagem(2,3).

A linguagem do bebê já começa a ser desenvolvida em vida intrauterina. Após

o nascimento, espera-se que ocorra uma sequência do desenvolvimento linguístico:

arrulhos, balbucio, articulação de sílabas, produção das primeiras palavras e

construção das primeiras frases(4). E, para que esse desenvolvimento aconteça de

forma esperada, as estruturas anatomofisiológicas devem estar com seu

desenvolvimento em consonância com o desenvolvimento auditivo, cognitivo e de

linguagem.

A fonologia é a área da linguagem que estabelece os princípios que regulam a

estrutura sonora de uma língua(5). Sua aquisição acontece gradualmente durante os

cinco primeiros anos de vida, podendo se estender até os sete (6,7).

De acordo com estudos, a aquisição do Português Brasileiro (PB) inicia-se,

geralmente, com fonemas nasais e plosivos (até os 3 anos), seguidos dos fricativos

(entre os 2 anos e 8 meses até os 4 anos) e, por fim, a aquisição das líquidas (a partir

dos 2 anos e 8 meses até os 6 anos)(6,7).


Essa sequência na aquisição pode ter modificações devido tanto à

heterogeneidade de fala entre as regiões do país quanto por variações individuais da

criança.

Durante a aquisição, a criança pode apresentar estratégias de reparos na fala.

Esses reparos ou processos fonológicos (PF) são alterações na representação e

organização mental dos sons da fala(4) e acontecem de forma esperada apenas

quando marcam o curso de um desenvolvimento típico.

Os processos afetam a inteligibilidade de fala e espera-se que, após

determinado período, desapareçam e, a partir daí, observa-se um aumento

significativo da inteligibilidade de fala(8,9).

Mas será que o nível socioeconômico (NSE) dessa família e/ou o nível de

escolaridade desses pais vão interferir de alguma forma no desenvolvimento

linguístico dessa criança?

Relacionado o nível socioeconômico, estudos mostram que famílias em

situação socioeconômica mais elevada oferecem maior quantidade de input linguístico

às suas crianças, mas não necessariamente melhores estímulos, em termos

qualitativos, concluindo que a qualidade da interação não está associada com o

NSE(10).

Em contrapartida, no aspecto da fonologia, um estudo realizado no Rio de

Janeiro mostrou que crianças em nível socioeconômico mais baixo apresentaram um

Percentual de Consoantes Corretas Revisado (PCC-R) menor e quantidade de

processos fonológicos maior quando comparadas às crianças que estavam em um

ambiente financeiramente mais alto(6).

Já em relação à escolaridade dos pais, em outro estudo foi mostrado que

crianças com pais de escolaridade baixa apresentavam número de consoantes


produzidas menor do que das crianças que tinham pais com nível superior

completo(11).

Com base nesses pontos, é fundamental que a avaliação do desempenho

linguístico ocorra em pré-escolares, porque possibilita a detecção e intervenção

precoce, de forma a atenuar ou mesmo eliminar dificuldades, minimizando prejuízos

futuros(12). Ou seja, realizar estudos que expliquem o porquê que determinados

processos são produtivos na fala dessas crianças, oferece subsídios científicos para

menos erros diagnósticos.

Por isso a importância de valores de referências que ajudem ao terapeuta a

diferenciar casos em que os processos fonológicos sejam produtivos por problemas

na organização mental desses fonemas ou por razão da regionalidade, na qual a

criança tem determinado padrão fonológico devido ao contexto/padrão em que está

inserida.

Dessa forma, é importante saber a incidência e conhecer os processos

fonológicos operantes na fala das crianças, já que estes podem auxiliar no diagnóstico

precoce ou descarte de possíveis alterações fonológicas. Portanto, os objetivos deste

estudo foram descrever os tipos de processos fonológicos produzidos por pré-

escolares de Natal-RN e grande Natal, com enfoque na produção dos arquifonemas

/R/ e /S/, além de verificar se há influência do nível socioeconômico e da escolaridade

dos pais.
MÉTODOS

Aspectos éticos

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Hospital

Universitário Onofre Lopes (HUOL) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(UFRN) sob números de CAAE 07867019.2.0000.5292 de parecer 3.232.667. Os pais

assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido após serem informados

sobre a forma de coleta dos dados da pesquisa e as crianças que concordaram em

participar da pesquisa assinaram o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido.

Participantes

A seleção dos participantes foi por amostra de conveniência, totalizando 44 pré-

escolares de ambos os sexos com faixa etária entre 4 anos e 5 anos e 11 meses.

A coleta de dados ocorreu em duas instituições de ensino infantil públicas, uma

na cidade de Natal e vinculada à Universidade (NEI), e a outra no município de

Macaíba e inserida em uma comunidade quilombola. Os critérios de inclusão

compreenderam estar na faixa etária do estudo, ser falante do Português Brasileiro

como língua nativa, e estar matriculado e frequentando regularmente uma instituição

de ensino infantil. Os critérios de exclusão foram: queixa de transtorno no

desenvolvimento da linguagem, alterações de fala, privações sensoriais,

acompanhamento terapêutico fonoaudiológico prévio ou em andamento, e diagnóstico

de quadros que possam influenciar a aquisição e desenvolvimento da linguagem e da

fala.

O grupo da escola modelo vinculada à instituição de ensino superior foi

composto por 23 participantes sendo 47,8% de meninos; a escolaridade materna

variou entre ensino fundamental 1 completo (4,3%) e mestrado completo (34,8%),


predominando o acesso ao ensino superior (78,3%); e com nível socioeconômico

classificado entre B1 (17,4%) e C1 (21,7%).

O grupo vinculado à comunidade quilombola foi composto por 21 participantes

sendo 57,1% de meninos; a escolaridade materna variou entre ensino fundamental 1

incompleto (28,6%) e ensino superior (4,8% cada), predominando o acesso ao ensino

básico (95,2%); e com nível socioeconômico classificado entre C2 (19,0%) e D-E

(81,0%). Considerando que cada grupo apresentava um perfil de nível

socioeconômico bastante característico, os participantes foram comparados por seu

NSE.

Procedimento e instrumentos

Aqueles pais que aceitaram a participação de seu filho no estudo responderam

um questionário com informações básicas sobre o desenvolvimento da criança, um

questionário sobre o nível socioeconômico baseado no Critério Brasil(13).

As avaliações ocorreram individualmente em um único encontro de

aproximadamente uma hora. A bateria de avaliação foi composta por tarefas de

vocabulário expressivo, fonologia, fluência, discurso e memória de curto prazo, mas

para os objetivos deste estudo serão apresentados apenas os dados referentes à

fonologia.

Para esta avaliação foi utilizada a prova de nomeação do teste de Fonologia (14)

do ABFW. Este é composto por 34 figuras foneticamente balanceadas para o

Português Brasileiro e permite analisar a presença e a produtividade de processos

fonológicos na fala. A aplicação e análise dos processos seguiu a proposta do teste.

A coleta de dados foi gravada em vídeo e áudio para posterior transcrição e

análise. A transcrição das provas foi realizada por dois pesquisadores independentes
e em caso de divergência foi consultado um terceiro pesquisador para análise, a fim

de garantir a fidedignidade dos dados coletados.

Para responder aos objetivos deste estudo, a análise dos processos

fonológicos envolveu o agrupamento em iniciais, que podem ocorrer até os 30 meses,

e engloba a redução de sílaba, harmonia consonantal, plosivação de fricativa e

frontalização de velar; intermediários até os 42 meses, posteriorização de velares e

simplificação de líquidas e, até os 54 meses, a posteriorização e/ou frontalização de

palatais; finais, podendo ir até os 60 meses, abrangem simplificações tanto de

encontros consonantais quanto de consoante final; e os processos não esperados,

que correspondem às sonorizações e ensurdecimentos de plosivas e fricativas.

Além disso, com relação aos arquifonemas a produção foi classificada em:

omissão, para os casos em que a criança não produziu o arquifonema; substituição,

para quando a criança faz a simplificação ou substituição por outro fonema; e

produção para quando há a produção correta dos arquifonemas esperados.

Análise de dados

A análise estatística foi realizada no software Statistical Package for the Social

Sciences (SPSS) versão 21 e o nível de significância adotado foi de 5%. Para verificar

a distribuição dos dados foi realizado o teste de Kolgomorov-Smirnov e verificou-se

que a distribuição dos dados não respeitava a normalidade, portanto as análises

inferenciais foram realizadas com testes não paramétricos. Portanto, as análises

descritivas das variáveis numéricas que caracterizam os sujeitos foram dispostas por

meio da mediana e do intervalo interquartil. Para as variáveis categóricas foram

utilizadas a frequência de distribuição e a percentagem equivalente.


O teste de Mann-Whitney comparou a ocorrência dos processos fonológicos

de acordo com o NSE, já o teste exato de Fisher foi utilizado para verificar a

associação entre o NSE e a escolaridade materna com os processos fonológicos

produtivos e a coda.
RESULTADOS

Tipos de processos fonológicos

A observação da ocorrência de processos fonológicos nos participantes indicou

haver mais ocorrência de processos finais, sendo o mais frequente a simplificação da

consoante final. Os pré-escolares com NSE classificados entre C2 e D-E tiveram mais

processos independente da classificação (Tabela 1).

Tabela 1. Comparação da ocorrência de processos fonológicos nos grupos de acordo com o nível socioeconômico.

Processo fonológico Grupo Mediana Intervalo interquartil p

B1 a C1 0,0 0,0 0,0


Inicial 0,003*
C2 a D-E 1,0 0,0 1,0

B1 a C1 0,0 0,0 0,0


Intermediário <0,001*
C2 a D-E 2,0 1,0 4,5

B1 a C1 3,0 2,0 4,0


Final <0,001*
C2 a D-E 6,0 5,0 9,0

B1 a C1 0,0 0,0 0,0


Não esperado 0,001*
C2 a D-E 1,0 0,0 1,0

* diferença estatística p<0,05 teste não paramétrico de Mann-Whitney

Quando a produtividade dos processos fonológicos foi considerada, a

manutenção além da idade esperada demonstrou estar associada a menor

classificação do NSE e da escolaridade materna (Tabelas 2 e 3).

Para os processos fonológicos produtivos ainda esperados para a idade, não

houve associação com as variáveis estudadas (Tabelas 2 e 3). Não houve

produtividade dos processos fonológicos não esperados nessa amostra, portanto essa

análise não foi empreendida.


Tabela 2. Associação do nível socioeconômico (NSE) com os processos fonológicos produtivos.

NSE
Variável Resposta Total p
B1 a C1 C2 a D-E

não 11 (73,3%) 4 (26,7%) 15


Manutenção de processos fonológicos produtivos 0,044*
sim 12 (41,4%) 17 (58,6%) 29

não 13 (54,2%) 11 (45,8%) 24


Processos fonológicos produtivos ainda esperados 0,511
sim 10 (50,0%) 10 (50,0%) 20

* diferença estatística (p=0,05) teste exato de Fisher

Tabela 3. Associação da escolaridade materna com os processos fonológicos produtivos.

Escolaridade materna
Variável Resposta Total p
básica superior

não 5 (33,3%) 10 (66,7%) 15


Manutenção de processos fonológicos produtivos 0,032*
sim 19 (67,9%) 9 (32,1%) 28

não 14 (60,9%) 9 (39,1%) 23


Processos fonológicos produtivos ainda esperados 0,342
sim 10 (50,0%) 10 (50,0%) 20

* diferença estatística (p=0,05) teste exato de Fisher

Produção dos arquifonemas /R/ e /S/

No caso do /R/ em final de sílaba não final a omissão ocorreu em 61,4% das

possibilidades e a produção em 31,8%. Já em posição de final de sílaba final, a

omissão corresponde a 93,2% e a produção a 6,8%. Enquanto no caso do /S/ em final

de sílaba não final a omissão ocorreu em 18,2% das vezes e a produção em 81,8%.

Já em final de sílaba final, a omissão corresponde a 4,5% e a produção a 77,3%.

Para verificar se esse padrão estaria associado ao NSE e à escolaridade

materna, a comparação considerou se a coda ocorreu ou esteve ausente, exceto para

a coda com /R/ em posição de final sílaba final que ocorreu parcialmente (apenas em

uma das possibilidades) ou esteve ausente. Apenas a ausência do /R/ em posição

final de sílaba não final esteve associada a menor classificação do NSE e da

escolaridade materna (Tabelas 4 e 5).


Tabela 4. Associação do nível socioeconômico (NSE) com a coda.

NSE
Variável Resposta Total p
B1 a C1 C2 a D-E

ausente 11 (63,3%) 19 (36,7%) 30


Coda R sílaba não final 0,003*
presente 12 (85,7%) 2 (14,3%) 14

ausente 20 (50,0%) 20 (50,0%) 40


Coda R sílaba final 0,339
parcial 3 (75,0%) 1 (25,0%) 4

ausente 2 (25,0%) 6 (75,0%) 8


Coda S sílaba não final 0,094
presente 21 (58,3%) 15 (41,7%) 36

ausente 3 (30,0%) 7 (70,0%) 10


Coda S sílaba final 0,107
parcial 20 (58,8%) 14 (41,2%) 34

* diferença estatística (p=0,05) teste exato de Fisher

Tabela 5. Associação da escolaridade materna com a coda.

Escolaridade materna
Variável Resposta Total p
básica superior

ausente 21 (72,4%) 8 (27,6%) 29


Coda R sílaba não final 0,002*
presente 3 (21,4%) 11 (78,6%) 14

ausente 21 (53,8%) 18 (46,2%) 39


Coda R sílaba final 0,398
parcial 3 (75,0%) 1 (25,0%) 4

ausente 6 (85,7%) 1 (14,3%) 7


Coda S sílaba não final 0,090
presente 18 (50,0%) 18 (50,0%) 36

ausente 6 (66,7%) 3 (33,3%) 9


Coda S sílaba final 0,363
parcial 18 (52,9%) 16 (47,1%) 34

* diferença estatística (p=0,05) teste exato de Fisher


DISCUSSÃO

Fonoaudiólogos cada vez mais avaliam e tratam pacientes de diversas partes

do país. E, no âmbito da fonologia, há uma escassez de estudos que mostrem o

desenvolvimento fonológico e padrões fonológicos dos falantes do PB. Dentre esses

poucos, são encontrados mais estudos voltados para as populações do Sul e Sudeste,

principalmente, nos estados do Rio Grande do Sul e São Paulo, e poucos para a

região Nordeste.

Por isso, como contribuição para o aumento da quantidade de parâmetros da

fonologia do PB, a intenção deste estudo foi descrever os tipos de processos

fonológicos produzidos por pré-escolares potiguares, focando na produção dos

arquifonemas /R/ e /S/ em sílaba não final e final, além de verificar se há influência do

nível socioeconômico e da escolaridade dos pais na produtividade desses processos.

Ocorrência geral dos processos fonológicos

Diante da classificação dos processos fonológicos adotada para esse estudo,

os resultados mostram que os participantes de NSE mais baixo tiveram maior

ocorrência de processos fonológicos iniciais do que os de NSE alto, havendo repetição

desse padrão para os demais tipos de processos.

Dentre essas ocorrências, os processos fonológicos finais foram os que

apresentaram maior quantidade na produtividade, especialmente, a simplificação de

consoante final (SCF).

Pesquisas realizadas com populações de Belo Horizonte e Recife também

mostraram alta ocorrência de processos fonológicos finais em crianças da mesma

faixa etária do presente estudo15,16.


Produtividade dos processos fonológicos

Observando os processos fonológicos que ainda estão adequados para os

períodos do desenvolvimento, não há diferença entre os grupos. Mas, ao comparar a

produtividade dos processos que se mantém além da idade esperada com o nível

socioeconômico, observa-se que as crianças que não mantêm processos fonológicos

além da idade esperada tendem a estar em um NSE melhor.

Em contrapartida, as que mantêm esses processos além do período esperado

tendem a estar em uma classe socioeconômica mais baixa. Essa manutenção tardia

apresenta-se como uma característica de risco para um possível transtorno

fonológico8.

Em um estudo que avaliava associação da condição socioeconômica e

escolaridade parental realizado em crianças gaúchas de 4 a 6 anos e 11 meses não

mostrou relação estatisticamente significante entre as alterações de fala e linguagem

na população estudada com os determinantes sociais17.

De forma inversa aconteceu quando foi feita a relação da produtividade dos

processos fonológicos com a escolaridade materna dos participantes deste estudo,

ocorrendo que quem mantém mais os processos fonológicos e, por consequência,

maiores riscos para alterações de fala e linguagem, são as crianças cujas mães têm

escolaridade mais baixa17.

Arquifonemas

Fazendo a relação entre o NSE e a produção do arquifonema, houve diferença

estatística. Ou seja, quando o arquifonema está presente em sílaba não final, sua

produção aparece com mais frequência em crianças de classe socioeconômica mais


alta. Em contrapartida, as crianças pertencentes à uma classe socioeconômica mais

baixa, apresentam maior quantidade de omissões.

Já em final de sílaba final, para os dois arquifonemas, não foi observada

diferença estatística entre as classes socioeconômicas, contudo há grande

quantidade de ocorrências independente do NSE.

Acontece que, quando o arquifonema /R/ está presente em final de sílaba final,

observa-se grande produtividade de omissões das duas classes socioeconômicas,

nos mostrando que, além de não ser um marcador socioeconômico e desse ser um

grupo de fonemas de difícil aquisição (líquidas), também pode ocorrer que essas

omissões se apresentem como uma característica linguística dos falantes da região,

já que não foi vista diferença estatística na comparação entre os grupos

socioeconômicos. Esse achado vai de encontro a um estudo realizado no Rio de

Janeiro, o qual mostrou que há uma maior probabilidade de as crianças pertencentes

a uma classe socioeconômica mais baixa apresentarem maior quantidade de PF

finais, dentre eles a SCF6.

Por outro lado, quando temos o arquifonema /S/, tanto em final de sílaba não

final quanto em final de sílaba final, as omissões ocorrem com bem menos frequência,

principalmente, na posição de consoante final da sílaba final. Como consequência, a

omissão desse grupo de fonemas irá gerar impacto gramatical na marcação dos

plurais.

A omissão ou substituição do arquifonema /R/ ou /S/ em sílaba não final estaria

ligado à uma dificuldade de produção, relacionado à uma questão fonológica e não

cultural.

Observa-se que, o processo de simplificação de consoante final está sendo

produtivo, não porque os dois arquifonemas são omitidos na mesma frequência, mas
porque o arquifonema /R/, que faz parte do grupo das líquidas, fonemas de complexa

aquisição, é omitido com mais frequência do que o arquifonema /S/.

Foi esperada uma similaridade entre os resultados sobre escolaridade materna

e NSE, já que são dois aspectos que, geralmente, andam atrelados. E essa

similaridade também foi mostrada neste estudo, no qual foi observado que ocorreram

os mesmos resultados, devido as crianças de NSE baixo serem as mesmas com mães

de educação básica.

Como limitações deste estudo podemos citar a falta de estudos com essa

temática na região e as particularidades e heterogeneidade da língua, ao definir se há

um comprometimento ou variação regional. Como contribuições deste estudo temos

a apresentação de dados fonológicos de referência para a população potiguar, que

poderão implicar em diagnósticos mais precisos para essa população na vivência

clínica. Além disso, sugere-se continuidade da pesquisa com estudo longitudinal,

pensando no monitoramento da aquisição fonológica ao longo da primeira infância.


CONCLUSÃO

A caracterização dos parâmetros analisados indicou que crianças de NSE mais

baixo e com mães de escolaridade mais básica tendem a apresentar mais ocorrências

em todos os tipos de PF e, além disso, também apresentaram manutenção mais tardia

dos PF, tornando-as mais suscetíveis à possível transtorno fonológico.

Outro achado interessante foi que, independente do NSE, as crianças

potiguares apresentaram número elevado de SCF, principalmente com arquifonema

/R/, o que nos leva a concluir que omissão ou substituição do arquifonema /R/ em final

de sílaba final, não estaria ligado à uma dificuldade de produção ou um marcador

socioeconômico, e sim, relacionado à uma questão linguística dos falantes da região.


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ANEXOS

ANEXO I TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO


ANEXO II PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP
ANEXO III NORMAS DA REVISTA

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