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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE–CCBS


CURSO DE FONOAUDIOLOGIA

ALICE DOS SANTOS BORGES


ANDRESSA SANTOS BARBOSA
YASMIM MORAES SILVA

ANÁLISE DA CONSCIÊNCIA METAFONOLÓGICA EM CRIANÇAS COM


TRANSTORNO FONOLÓGICO

BELÉM
2023
ALICE DOS SANTOS BORGES
ANDRESSA SANTOS BARBOSA
YASMIM MORAES SILVA

ANÁLISE DA CONSCIÊNCIA METAFONOLÓGICA EM CRIANÇAS COM


TRANSTORNO FONOLÓGICO

Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de


Fonoaudiologia, do Centro de Ciências Biológicas e
da Saúde da UNAMA, como requisito parcial para
obtenção do grau de Fonoaudiólogo, orientado pela
Profa. MSc. Cristiane Pereira Abdul Massih.

BELÉM
2023

ALICE DOS SANTOS BORGES


ANDRESSA SANTOS BARBOSA
YASMIM MORAES SILVA

ANÁLISE DA CONSCIÊNCIA METAFONOLÓGICA EM CRIANÇAS COM


TRANSTORNO FONOLÓGICO

Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de


Fonoaudiologia, do Centro de Ciências Biológicas e
da Saúde da UNAMA, como requisito parcial para
obtenção do grau de Fonoaudiólogo.

Banca Examinadora:

Prof. (MSc.) Cristiane Guerreiro Pereira Abdul Massih- Presidente


UNAMA

Fga. (Esp.) Thaila Baptista Leitão


FSCMPA

Fga. (Esp.) Diane Guimarães Dias


CLÍNICA-MEDFONO

Data: 20/12/2023

BELÉM
2023
RESUMO
Este estudo tem como objetivo principal analisar as competências metafonológicas e sua
relação com o grau de severidade do transtorno fonológico. A pesquisa foi realizada com 20
crianças diagnosticadas com transtorno fonológico que estão submetidas à fonoterapia na
clínica de fonoaudiologia da UNAMA, com idade entre 5 e 10 anos. A metodologia deu-se do
tipo descritiva e com abordagem quantitativa, que ocorreu após a aprovação deste projeto no
Comitê de Ética em Pesquisa da UNAMA. As pesquisadoras convidaram crianças com
transtornos fonológicos, de forma presencial, após conversa com os responsáveis,
individualmente, e aqueles que aceitaram assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido e o Termo de Assentimento. Foi, então, aplicado o PROHFON- protocolo de
avaliação das habilidades metafonológicas, que visa avaliar e identificar as habilidades
metafonológicas que estão alteradas em crianças com diagnóstico de transtorno fonológico, e
também aplicou-se o índice de gravidade de Porcentagem de Consoantes Corretas (PCC-R)
após a análise das provas de fonologia do protocolo (ABFW) de cada criança com diagnóstico
de Transtorno Fonológico, esse instrumento tem como objetivo principal verificar as medidas
quantitativas de classificação da gravidade do Transtorno Fonológico. Após a coleta, os dados
receberam tratamento estatístico e passaram pela tabulação em Excel. Foram, então,
analisados de forma descritiva e confrontados quantitativamente com as informações obtidas
na avaliação da consciência metafonológica e o índice de gravidade do Transtorno
Fonológico. Os resultados foram encaminhados para apreciação de comissões científicas de
eventos científicos, assim como de publicações científicas para divulgação. Este projeto foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNAMA.

Palavras-chave: transtorno fonológico; habilidades metafonológicas; linguagem; avaliação.

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5

1.1 TEMA DO ESTUDO ................................................................................................. 5

1.2 JUSTIFICATIVA E PROBLEMA DA PESQUISA ................................................. 6

1.3 HIPÓTESE ................................................................................................................. 8

1.4 OBJETIVOS...............................................................................................................

1.4.1 Objetivo Geral ........................................................................................................ 8

1.4.2 Objetivos Específicos .......................................................................................... 8

1.5 RESULTADOS ESPERADOS .................................................................................. 8


2 REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................................................... 10

3 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................ 14

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO.......................................................................................... 17

5 CONCLUSÃO............................................................................................................. 23

REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 24

ANEXO A – TCLE PARA PESQUISA COM MENORES DE IDADE..................... 29

ANEXO B – TERMO DE ASSENTIMENTO .............................................................. 32

ANEXO C- AVALIAÇÃO DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA ............................. 35

ANEXO D- PORCENTAGEM DE CONSOANTE CORRETA (PCC-R) ................. 36

ANEXO E- ANUÊNCIA PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA.............................. 37

ANEXO F- PARECER DE APROVAÇÃO COMITÊ DE ÉTICA ............................. 38


5

1 INTRODUÇÃO

1.1 TEMA DO ESTUDO

A Linguagem como especialidade da fonoaudiologia é definida como a ciência que


estuda e trabalha os aspectos que envolvem a comunicação oral e escrita. (Resolução CFF
n°320, de 17 de fevereiro de 2006).
A linguagem oral é uma função inata ao ser humano, apresentando base
neurobiológica determinada pela genética e constantemente influenciada pelas experiências
sociobientais do indivíduo. Dessa forma o processamento cerebral da linguagem é complexo
e exige a integridade de diferentes áreas corticais (áreas primárias, secundárias e terciárias) e
estímulos extrínsecos para o desenvolvimento e o funcionamento adequado da compreensão e
expressão da linguagem (Hage; Pinheiro, 2017; Mousinho et al, 2008).
O desenvolvimento da linguagem acarreta na aquisição completa do sistema linguístico
e perpassa por alguns marcos que vão desde a vida intrauterina até a aquisição plena da
linguagem que caracteriza o desenvolvimento típico da linguagem oral (Hage; Pinheiro, 2017;
Mousinho et al, 2008).
Alguns estudos sobre aquisição da linguagem vêm sendo realizados nas duas últimas
décadas, incluindo o estudo da aquisição fonológica. (Marinho; Araújo; Thomopoulos, 2012;
Silva; Ferrante; Borsel, 2012). A aquisição fonológica é um processo que ocorre de maneira
progressiva, não linear e não acontece igualmente para todos os indivíduos. Apesar de
existirem discussões sobre a idade em que o domínio fonológico deve acontecer, acredita-se
que por volta dos 5 anos de idade a criança deve apresentar esse domínio. (Lamprecht, 2004).
No período de aquisição fonológica é natural que os processos fonológicos sejam
utilizados, pois são simplificações sistemáticas dos sons da fala que contribuem para que as
crianças se expressem o mais próximo possível do que é considerado normal para a língua
padrão, porém com o passar do tempo devem desaparecer, sendo esperado que cada processo
seja eliminado em determinada faixa etária. Dessa forma os processos fonológicos que
persistem além da idade prevista para sua eliminação, são considerados inadequados,
caracterizando uma alteração designada transtorno fonológico (TF). (Wertzner, 2000;
Lamprecht, 2004).
Logo, o transtorno fonológico pode ser definido como uma dificuldade na utilização dos
sons da fala, podendo apresentar erros na organização, produção, uso ou representação de
fonemas como omissões ou substituições, apresentando, então, ininteligibilidade de fala e
6

pode ser classificado em quatro graus de gravidade calculado por meio do Percentual de
Consoantes Corretas Revisado - PCC-R (DSM IV, 2002; DSM V, 2014; Shriberg;
Kwiatkowsyi, 1982).
Existem vários fatores relacionados ao desenvolvimento fonológico, dentre eles a
consciência fonológica que é a capacidade de perceber que as palavras são constituídas por
diversos sons e que elas podem ser segmentadas em unidades menores(fonemas), além disso,
é também a habilidade de manipular esses sons: segmentar, adicionar, substituir sílabas e
fonemas, identificar e realizar rima e aliteração. (Capovilla, A; Capovilla, F, 2000; Zorzi,
2017; Moojen e Santos, 2001; Antunes; Freire; Crenitt, 2015).
Sendo assim, entende-se que o TF pode alterar a representação mental dos sons da fala e
sua produção, afetando a consciência de manipulação desses sons, podendo prejudicar as
habilidades metafonológicas, que por conseguinte podem acarretar que crianças com TF
apresentem riscos para o desenvolvimento da leitura e da escrita (Wagner;
Torgesen ;Rashotte, 1999; Marchetti; Mezzomo; CIielo 2010).
Partindo da ideia de que a consciência fonológica está diretamente relacionada ao
desenvolvimento fonológico, o presente estudo teve como objetivo analisar as competências
metafonológicas e sua relação com o grau de severidade do transtorno fonológico em crianças
que apresentam esse transtorno.

1.2 JUSTIFICATIVA E PROBLEMA DA PESQUISA

De acordo com as autoras Montenegro et al (2017), o processamento da linguagem no


cérebro humano é único, pois os mecanismos de compreensão e expressão dependem de uma
série de estruturas mentais sediadas nas áreas primárias, secundárias e terciárias, essas áreas
são responsáveis pelo processamento da linguagem, como a, análise auditiva fonêmica,
articulação dos sons e programação fonológica.
Nesse contexto, as alterações que atingem essas áreas, podem acarretar em problemas
para as habilidades comunicativas linguísticas, como no caso do estudo presente, o processo
de aquisição do sistema fonológico.
Em concordância com as autoras Montenegro, Ana Cristina et al (2017, p.35) ao entrar
no 1 ° ano do ensino fundamental, espera-se que crianças brasileiras entre 6 (seis) e 7 (sete)
anos tenham seu sistema fonológico organizado. Conforme a percepção dos autores Castro e
Wertzner (2012) as alterações ocorrem em período de desenvolvimento e permanecem após a
7

idade esperada de correção, comprometendo a inteligibilidade de fala, configurando, então, o


transtorno fonológico (TF) alteração na representação dos sons da fala no léxico mental.
O Manual Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais DSM-V (2014) inclui o
transtorno fonológico como transtorno de fala 315.39 (antigo F80.0) definido como produção
inadequada à idade e ao estágio de desenvolvimento da criança, na ausência de prejuízo
físico, estrutural, neurológico ou auditivo.
Crianças com transtorno fonológico apresentam dificuldade em lidar com as regras da
língua, que por sua vez, pode estar relacionado ao planejamento cognitivo- linguístico dos
sons da fala, ocasionando uma instabilidade no sistema fonológico em relação ao padrão alvo
da fala do adulto e que por outro lado pode comprometer as habilidades de consciência
metafonológica (Wertzner, 2006).
Com isso, um dos fatores que pode ser prejudicado pela aquisição fonológica alterada
é a consciência fonológica, que é a capacidade de manipular e refletir sobre os sons da fala
(Donicht, Gabriela e Nazari, Gracielle, 2010).
Nesse viés, observa-se que o transtorno fonológico é uma das alterações de fala e da
linguagem que está intimamente relacionado aos déficits das habilidades de consciência
metafonológica, interferindo posteriormente, na fala, no desempenho escolar e na
comunicação social do indivíduo.
Assim, torna-se relevante direcionar pesquisas para o entendimento das relações
existentes entre a consciência metafonológica e o sistema fonológico alterado em crianças que
apresentam o transtorno fonológico, buscando analisar as características das habilidades
metafonológicas e relacioná-las ao grau de comprometimento de TF, pois a partir dessa
análise será possível estimular as habilidades metafonológicas de maneira mais precisa e
pontual em indivíduos com diferentes graus de TF, visando o melhor desempenho na
percepção dos sons e possibilitando a eliminação dos erros de fala ( processos fonológicos).
A temática deste estudo foi proposta pelas pesquisadoras, por terem observado, dentro
do ambiente clínico de estágio obrigatório na Clínica Escola de Fonoaudiologia da
Universidade da Amazônia (UNAMA), crianças de 5 a 10 anos de idade com diagnóstico de
transtorno fonológico, apresentando dificuldade na manipulação dos sons da fala e que não
foram submetidas à avaliação da consciência fonológica
Desta forma, surgiu o questionamento: quais as dificuldades que crianças com
transtorno fonológico com diferentes graus de comprometimento têm em relação à percepção
e o uso dos sons da fala, com a presença de processos fonológicos tardios, e que demonstram
8

inabilidade com a manipulação dos sons da língua e defasagem em habilidades de consciência


metafonológica.

1.3 HIPÓTESE
Será identificado que quanto pior as habilidades metafonológicas, pior será o grau
de comprometimento do transtorno fonológico.

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

Analisar as competências metafonológicas e sua relação com o grau de severidade do


transtorno fonológico.

1.4.2 Objetivos Específicos

a) Identificar quais habilidades da consciência metafonológica que estejam ausentes,


atrasadas e compatíveis.
b) Relacionar o desempenho em consciência metafonológica com o grau de severidade
do transtorno fonológico.

1.5 RESULTADOS ESPERADOS

Espera-se que esta pesquisa contribua para o entendimento geral de como seria o perfil
das habilidades metafonológicas em crianças que apresentam alteração no desenvolvimento
fonológico. Com base nos resultados obtidos, pretende-se identificar as habilidades
metafonológicas alteradas (síntese fonêmica e silábica, segmentação fonêmica e silábica, rima
e aliteração) em crianças com transtorno fonológico e correlacionar com o grau de gravidade
do transtorno.
A Análise dos resultados poderá oferecer uma compreensão mais precisa sobre a
influência do transtorno fonológico nas habilidades metafonológicas e verificar se o grau de
comprometimento do transtorno interfere no desempenho das habilidades metafonológicas.
Além disso, espera- se que esta pesquisa forneça uma base para estudos futuros sobre
o tema e ajude a maximizar a conscientização dos profissionais fonoaudiólogos sobre a
9

importância da avaliação das habilidades metafonológicas para a intervenção terapêutica de


crianças com transtorno fonológico.
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2 REVISÃO DA LITERATURA

1.6 DESENVOLVIMENTO TÍPICO DO SISTEMA FONOLÓGICO

A linguagem é uma forma de expressão que permite relações entre pessoas com o
objetivo de comunicação e que depende de uma diversidade de variáveis, como,
integridade anatomofisiológica, maturação do sistema nervoso central, aspectos
emocionais e sociais, entre outros (Montenegro, et al, 2017).
Na perspectiva dos autores Tavares e Agessi (2018) o ser humano nasce com uma
habilidade inata para se comunicar, através de uma língua materna, à essa capacidade
inerente ao indivíduo, dá-se o nome de linguagem. Nesse sentido, é preciso entender que
a linguagem é o meio mais evolutivo no processo de construção da comunicação e,
portanto, é necessário que essa linguagem seja inteligível e compreendida por todas as
pessoas em sociedade. (Tavares, Agessi, 2018; Zorzi, 1993).
Ribas et al. (2013, p.374) referem que “O conhecimento do sistema fonológico,
durante o desenvolvimento linguístico, ocorre de forma gradual, pela informação auditiva
que vai recebendo. Nesse sentido, a criança vai desenvolvendo e amadurecendo o seu
sistema fonológico na medida que recebe diariamente inputs auditivos linguísticos de
pessoas do seu convívio social.
Para Santos (2018) a aquisição fonológica da criança em primeiro lugar, constitui-
se pela capacidade de perceber acusticamente as unidades discretas de uma língua e em
seguida descobrir quais são as partes que compõem a estrutura do sistema fonológico para
o processo de produção.
De acordo com a concepção das autoras Montenegro, Ana Cristina et al (2017,
p.38) a criança inicia a organização do sistema fonológica nos primeiros meses de vida,
com o balbucio, depois pelas primeiras palavras e combinações de palavras até chegar a
estágios mais complexos, logo, o desenvolvimento típico do sistema fonológico é um
processo complexo diferente em cada criança e durante esse caminho é comum ocorrer
dificuldades na produção da fala, como as substituições e/ou omissões de fonemas e na
medida que a idade avança, as habilidades auditivas e fonoarticulatórias se desenvolvem e
a criança vai superando as dificuldades.

1.7 DESCRIÇÃO DO TRANSTORNO FONOLÓGICO


11

O transtorno fonológico é uma dificuldade considerada persistente que não é


proveniente de condições congênitas, neurológicas ou adquiridas, pode ser definido como
uma alteração que pode ser caracterizada pelos prejuízos na produção, na organização, no uso
e/ou na representação mental dos fonemas, sendo evidenciado na produção da fala
ocasionando algum nível de ininteligibilidade da comunicação verbal de mensagens. Crianças
com esse transtorno, usualmente, apresentam dificuldades no emprego das regras linguísticas,
o que pode estar interligado à programação fonológica (Wertzner, 2002; DSM 5, 2014; Green
et al, 2002).
Para diagnosticar o transtorno fonológico é muito comum realizar a análise dos
processos fonológicos (simplificação dos da fala), tendo em vista que durante o processo
natural do desenvolvimento da linguagem é comum que as crianças produzam processos
fonológicos para conseguirem se expressar o mais próximo possível do considerado correto
para língua padrão, realizando trocas e/ou omissões de fonemas, existindo uma idade
adequada para que essas trocas e/ou omissões desapareçam.
Porém não é normal que esses processos fonológicos persistam além da idade prevista
para eliminação de cada um deles. Portanto, quando uma criança apresenta processos
fonológicos e já superou a idade em que os processos são esperados, ela pode ser
diagnosticada com transtorno fonológico (Wertzner, 2000; Galea, 2003).
A classificação da gravidade do Transtorno Fonológico tornou-se uma questão de
extrema importância na literatura, para que seja alertado sobre o diagnóstico diferencial entre
as alterações fonológicas. Nesse sentido, de acordo com os autores Hodson e Paden (1981), o
grau de severidade do transtorno fonológico se diferencia segundo o número e a qualidade dos
processos fonológicos utilizados e o nível de ininteligibilidade da fala.
Partindo desse princípio, foram surgindo estudos que buscassem a determinação da
classificação de gravidade desse transtorno. Com isso, Shriberg e Kwiatkowski (1982),
iniciaram uma pesquisa que objetiva a necessidade de existirem procedimentos que
quantifiquem a gravidade e o impacto dos transtornos da comunicação no processo de
intervenção diagnóstica dirigido especificamente para as dificuldades de cada sujeito.
Assim, os mesmos autores usaram o Índice de Porcentagem de Consoantes Corretas
Revisado (PCC-R) coletados a partir da amostra de fala nas provas de nomeação e imitação
do Teste de Linguagem Infantil - ABFW. Então ele pode ser definido em quatro graus: leve
(100% e 85%); levemente moderado (85% e 65%); moderadamente severo (65% e 50%) e
severo (abaixo de 50%).
12

1.8 DESCRIÇÃO DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA


A consciência fonológica refere-se à capacidade de habilidades que incluem o
reconhecimento do tamanho da palavra quanto à semelhança sonora entre as palavras,
incluindo a divisão de sons e sílabas (Dias; Mezzomo, 2016). Para Alvez (2012 p.31) “além
da capacidade de perceber os sons da fala é fundamental a capacidade de manipular as
unidades sonoras, pois tais manipulações implicam diferentes níveis da consciência
fonológica”.
Entende-se que consciência fonológica é a capacidade de compreender que os sons
estão correlacionados com as letras e eles são os mesmos sons da fala em pequenas unidades
que são chamadas de fonemas e a consciência de que a língua é formada por unidades desses
sons.
Segundo Lamprecht et.al, (2009), o nível de consciência fonológica é um dos
melhores preditores da facilidade de aquisição da leitura, tendo um papel causal e representa
uma condição necessária, mas não suficiente nesse processo. Logo, a consciência fonológica
está ligada à facilitação e ao êxito da aquisição da leitura e escrita, com a habilidade de pensar
na escrita apoiando-se na fala.
Assim, compreende-se que a fala pode ser manipulada em diferentes partes mentais,
reconhecendo as características fonéticas da linguagem, o que levará o sujeito a refletir sobre
as diferentes partes da fala e, ao manipulá-las, preparar-se para transpor, combinar, substituir
ou fornecer diferentes unidades, alcançar a consciência fonética da língua. (Moojen et al.
2002).
Moojen (2003) refere que a consciência fonológica não é só a habilidade de identificar
e comparar os diversos sons da mesma palavra, mas também a de operar em diferentes níveis
de unidade linguística: fonemas, sílabas, rimas e aliteração. Essas unidades podem ser testadas
por meio de diferentes tarefas e habilidades, que, segundo esse autor, são:
a) segmentação silábica: que se dá pela capacidade de separar as sílabas da palavra
falada. síntese silábica: é a habilidade de juntar auditivamente as sílabas para formar a
palavra que foi emitida;
b) rima: habilidade de identificar os sons finais da palavra e combinar com outra palavra
que possui o mesmo som final;
c) segmentação e síntese fonêmica: se dá pela capacidade de reconhecer, manipular os
sons para formar ou separar a palavra que foi dita. Além de modificar os valores
fonéticos-fonológicos dos fonemas de acordo com o código alfabético;
d) aliteração: identificar e repetir os fonemas iniciais na palavra.
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Então, Alves (2012 p.32) define consciência fonológica como a capacidade do falante
de entender e reconhecer palavras que rimam, finalizam ou iniciam com o mesmo som, e sua
capacidade de ser composto de pequenos sons individuais para formar novas palavras.
14

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1. TIPO DA PESQUISA

A pesquisa realizada, fez-se do tipo descritiva, com abordagem quantitativa e cumprida


por meio de uma pesquisa de campo. Este projeto foi enviado ao Comitê de Ética em Pesquisa
da UNAMA para apreciação e, após aprovação em 26 de setembro de 2023 n° 6.326.014,
deu-se início a coleta de dados, em local reservado que garanta o conforto e a privacidade.
De acordo com o autor Gil (2008), a pesquisa do tipo descritiva é caracterizada por
descrever as características de determinada população, além de correlacionar entre as
variáveis e definir sua natureza e uma das suas principais características aparece na utilização
de técnicas padronizadas de coleta de dados. Para a autora Esperón (2017), a abordagem
quantitativa é definida na objetividade dos dados coletados, ou seja, a pesquisa tem a
capacidade de identificar e investigar as variáveis do estudo, por meio da análise estatística.

3.2 LOCAL E PERÍODO

O estudo ocorreu na Clínica de Fonoaudiologia da UNAMA (CLIFA), localizada no


endereço da Av. Alcindo Cacela, 287 – Umarizal, Belém – PA. O espaço é destinado para
atendimentos clínicos fonoaudiológicos, com maiores demandas em alterações da linguagem
infantil, atendidos por estagiários do último ano do curso de Fonoaudiologia, sob supervisão
de preceptor do estágio obrigatório em fonoterapia.

3.3 PARTICIPANTES

A pesquisa foi realizada com 20 crianças diagnosticadas com transtorno fonológico


que estão submetidas à fonoterapia na clínica de fonoaudiologia da UNAMA, com idade entre
5 e 10 anos.

3.3.1 Critérios de Inclusão

Foram incluídas crianças, de qualquer gênero, que apresentem diagnóstico de


transtorno da linguagem oral. Entre 5 (cinco) e 10 (dez) anos submetidas à fonoterapia na
clínica de fonoaudiologia da UNAMA.
15

3.3.2 Critérios de Exclusão

Foram excluídas crianças acima ou abaixo da idade estabelecida, que apresentem


outras alterações como compreensão da linguagem, deficiência auditiva, TPAC transtorno do
processamento auditivo, deficiência intelectual e alterações neurológicas.

3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

A coleta de dados ocorreu após a aprovação deste projeto no Comitê de Ética em


Pesquisa da UNAMA. Em uma primeira etapa, as pesquisadoras convidaram individualmente,
para participar do estudo, crianças com transtornos fonológicos, de forma presencial, após
conversa com os responsáveis para orientação sobre os procedimentos previstos neste projeto
e solicitação de autorização da participação da criança. Aqueles que aceitaram participar
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (Apêndice C). Em seguida,
as crianças foram também orientadas a participar e assinaram o Termo de Assentimento
(Apêndice D). Então, foram submetidas às avaliações de consciência fonológica e (Anexo E)
análise do PCC-R (Porcentagem de Consoantes Corretas) (Anexo F). Os responsáveis foram
informados que receberão um laudo com o resultado da avaliação realizada em seus filhos.

3.4.1 Instrumento

A coleta de dados ocorreu por meio de uma avaliação clínica, seguindo o protocolo de
avaliação das habilidades metafonológicas PROHFON (Germano. G; Capellini. S, 2016). Este
protocolo é indicado para avaliar escolares do 2° ao 5° do ensino fundamental I, sendo
possível classificar cada habilidade em "sob atenção", que revela as habilidades a serem
trabalhadas, e "esperado", quando os resultados estão de acordo com o ano escolar.
O PROHFON é composto por quatro cadernos: Manual de Instrução para Aplicação e
Análise dos Resultados; Caderno de Aplicação Individual de dupla face (uma voltada para o
Examinador com as instruções de aplicação e outra voltada para os escolares); Caderno de
Aplicação (versão coletiva) e Caderno de Resposta (versão coletiva).
Este protocolo pode ser utilizado por fonoaudiólogos, fonoaudiólogos educacionais,
pedagogos e psicopedagogos que atuam na avaliação e na intervenção de escolares com
queixas de problemas de aprendizagem nos contextos clínico e educacional.
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O objetivo do protocolo de avaliação será avaliar e identificar as habilidades


metafonológicas que estão alteradas em crianças com diagnóstico de transtorno fonológico
que estão em processo de terapia.
Também foi aplicado o índice de gravidade de Porcentagem de Consoantes Corretas
(PCC-R) após a análise das provas de fonologia do protocolo (ABFW) de cada criança com
diagnóstico de transtorno fonológico. Esse instrumento tem como objetivo principal verificar
as medidas quantitativas de classificação da gravidade do transtorno fonológico, calculado
com base na transcrição das amostras de fala coletadas por meio da aplicação dos protocolos
de nomeação e imitação do Teste de Linguagem Infantil- ABFW. A partir do cálculo, a
gravidade do transtorno fonológico pode ser definida como: leve (100% e 85%); levemente
moderada (85% e 65%); moderadamente severo (65% e 50%) e severo (abaixo de 50%).

3.6 ANÁLISE DE DADOS

Após coletados, os dados receberam tratamento estatístico e passaram pela tabulação


em Excel. Foram, então, analisados de forma descritiva e confrontados quantitativamente com
as informações obtidas na avaliação da consciência metafonológica e o índice de gravidade do
transtorno fonológico.
17

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Analisando a distribuição das crianças de acordo com a gravidade (PCC-R) do


transtorno fonológico para leve, leve-moderado, moderado-grave e grave (Tabela 1),
observou-se que as crianças que apresentam o transtorno fonológico com PCC-R de grau leve
alcançaram maior prevalência de respostas positivas nas habilidades de consciência
metafonológica, mantendo-se dentro dos valores esperado de acordo com a escolaridade de
cada criança avaliada.
Outrossim, as crianças que apresentam o transtorno fonológico com PCC-R de grau
moderado-grave, obtiveram maior ocorrência de respostas negativas nas habilidades de
consciência metafonológica, estando em sob atenção para as habilidades a serem trabalhadas.
A amostra de crianças com transtorno fonológico em comparação com o grau de severidade,
esteve concentrada, principalmente, entre o grau leve e o grau moderado-grave do transtorno.

Por grau – Tabela T1


Leve Leve-Moderado Moderado-Grave Grave
Esperado S.A* Esperad S.A* Esperado S.A* Esperado S.A*
o
CgS 2 3 1 1 0 4 1 1
CgF 4 1 2 0 0 4 1 1
SAS 4 1 2 0 1 3 2 0
SAF 4 1 2 0 0 4 0 2
IS 3 2 1 1 0 4 0 2
IF 3 2 1 1 0 4 1 1
R 4 1 2 0 0 4 0 2
A 3 2 1 1 0 4 0 2
DS 2 3 2 0 0 4 0 2
DF 1 4 1 1 0 4 0 2
CbS 3 2 2 0 0 4 1 1
CbF 1 4 2 0 0 4 0 2
Tota 34 26 19 5 1 47 6 18
l
Fonte: autoras (2023)

Legenda: contagem de sílaba (CgS) e de fonema (CgF), síntese e análise de sílaba (SAS) e de fonema (SAF),
identificação de sílaba (IS) e de fonema (IF), rima (R), aliteração (A), deleção de sílabas (DS) e de fonema (DF),
combinação de sílaba (CbS) e de fonema (CbF).

S.A*: Sob Atenção


De acordo com as autoras Capellini e Cíasco (2000), a consciência metafonológica,
define-se pela habilidade em identificar e operar os elementos fonológicos de uma
determinada língua, que são (sílabas e fonemas) que podem se dividir nas tarefas de adição,
subtração, transposição e rimas silábicas e fonêmicas de uma palavra alvo ou em face de
18

estímulos orais. As crianças que apresentam a aquisição fonológica alterada, podem sofrer
influência na capacidade de manipular e refletir sobre os segmentos sonoros da fala (Cardoso;
Martins, 1991).
No que diz respeito, aos resultados obtidos na (tabela 1), surge a reflexão se o grau de
severidade do transtorno fonológico influência no desempenho das habilidades
metafonológicas de crianças que apresentam o sistema fonológico alterado. Em primeira
análise, as crianças que demonstraram melhor execução de acordo com cada habilidade
avaliada de (contagem de sílaba-CgS e de fonema-CgF, síntese e análise de sílaba-SAS e de
fonema-SAF, identificação de sílaba- IS e de fonema-IF, rima-R, aliteração-A, deleção de
sílaba-DS e de fonema-DF, combinação de sílaba-CbS e de fonema-CbF), foram as crianças
de grau leve do transtorno.
No estudo de Ceron et al. (2009), as pesquisadoras analisaram o desempenho de
indivíduos com desvio fonológico (DF) nas diferentes habilidades de consciência fonológica,
verificando a interferência do gênero, idade e gravidade do desvio/transtorno. Foram
submetidas a avaliação 32 crianças (12 do sexo feminino e 20 do sexo masculino) que
apresentam diferentes gravidades de DF e idades entre 4:1 a 7:8 anos, que passaram por
avaliação fonológica e da consciência metafonológica. As autoras, observaram que as crianças
maiores tiveram melhor desempenho nas tarefas de CF, o que, conforme as autoras, justifica-
se pelo fato da maior exposição à linguagem escrita dessas crianças.
Em outra pesquisa das autoras Souza e Ávila (2011), tinham como objetivo principal
caracterizar o transtorno fonológico quanto a gravidade, consciência fonológica e praxia
articulatória em um grupo de pré-escolares. Verificaram a correlação entre as variáveis a
partir de uma amostra de pré-escolares entre 4:0 (quatro) e 6:0 (seis) anos e 11 meses, do
sexo feminino e do sexo masculino, separados em grupo de pesquisa (GP) e grupo de
comparação (GC) respectivamente à presença ou ausência de alterações de fala. Foram
submetidas às avaliações de Teste de Linguagem Infantil ABFW: Fonologia; Consciência
Fonológica: Instrumento de Avaliação Sequencial – CONFIAS; e o Protocolo de Avaliação
das Praxias Articulatórias e Buco-faciais.
As correlações investigadas na (Tabela 4) do estudo das autoras indicaram que quanto
maior o PCC, maior a média de acertos em Consciência Fonológica Total (CFT). A
correlação positiva entre PCC e CFT mostrou, portanto, que quanto maior o PCC, melhor o
desempenho em Consciência Fonológica Total CFT, ou seja, menores foram as dificuldades
de focalizar a atenção sobre os segmentos sonoros da fala e identificá-los ou manipulá-los.
Considerando o fato de que as crianças com TF têm respostas incorretas às tarefas
19

metalinguísticas, era esperado que quanto mais graves os transtornos fonológicos, pior fosse o
desempenho das crianças nas atividades de consciência fonológica. Destarte aos resultados
encontrados nesses estudos, corroborou para os achados da pesquisa em questão, sobre a
reflexão da correlação da gravidade do transtorno fonológico em relação ao desempenho da
consciência fonológica não estarem interligadas.
Entretanto, é importante destacar que as crianças de grau moderado-grave que
manifestaram pior desempenho nas habilidades de consciência metafonológica deste estudo,
estando, portanto, em sob atenção, ou seja, essas habilidades a serem trabalhadas, foram os
sujeitos que atualmente estão com idade de 5:0 (cinco) anos em fase escolar no jardim II. As
pesquisas sobre o processo da consciência fonológica centralizam no que diz respeito à
aquisição dos domínios fonológicos, informando que esses domínios surgem antes da
aprendizagem de leitura e escrita, e partir disso, se desenvolvem continuamente em níveis
crescentes de complexidade na medida em que processo de alfabetização evolui e a
metodologia proposta pela a instituição alfabetizadora. (Capellini e Salgado, 2004; Pestun,
Magda, 2005).
Destarte a afirmação dos autores, pode-se verificar que podem existir outros fatores
associados ao desempenho inferior dos sujeitos avaliados nesta pesquisa, nas habilidades de
consciência fonológica, como a falta de estimulação dessas habilidades, idade e fase escolar,
desvinculando-se da hipótese levantada sobre a interferência dos diferentes graus de
severidade do transtorno fonológico, influenciando negativamente na manipulação dos sons
da fala.
Na tabela 2 estão representados os números em porcentagem da correlação entre as
habilidades metafonológicas e o ano escolar. Foi observado que as crianças em séries
escolares mais iniciais como Jardim II e 2° ano apresentaram a predominância de respostas
negativas em relação às habilidades metafonológicas. Já as crianças que estão inseridas em
anos escolares posteriores como 3° e 4° ano apresentaram a predominância de respostas
positivas em relação às habilidades metafonológicas. Podendo-se considerar que de uma
maneira geral, as crianças de séries mais elevadas apresentaram um desempenho nas provas
de habilidades metafonológicas melhor do que as crianças de séries iniciais.
20

Por ano escolar – Tabela T2


Jardim II 2º Ano 3º Ano 4º Ano
Esperado S.A* Esperado S.A* Esperado S.A* Esperado S.A*
CgS 0 3 3 5 1 0 0 1
CgF 0 3 5 3 1 0 1 0
SAS 0 3 7 1 1 0 1 0
SAF 0 3 4 4 1 0 1 0
IS 0 3 2 6 1 0 1 0
IF 0 3 3 5 1 0 1 0
R 0 3 4 4 1 0 1 0
A 0 3 4 4 0 1 0 1
DS 0 3 2 6 1 0 1 0
DF 0 3 1 7 1 0 0 1
CbS 0 3 4 4 1 0 1 0
CbF 0 3 2 6 1 0 0 1
Total 0 100% 42.7% 57.3% 91.67% 8.33% 66.67% 33.33%
Fontes: autoras (2023)

Legenda: contagem de sílaba (CgS) e de fonema (CgF), síntese e análise de sílaba (SAS) e de fonema (SAF),
identificação de sílaba (IS) e de fonema (IF), rima (R), aliteração (A), deleção de sílabas (DS) e de fonema (DF),
combinação de sílaba (CbS) e de fonema (CbF).

S.A*: Sob Atenção

Os resultados obtidos da comparação entre o desempenho das habilidades


metafonológicas em crianças com transtorno fonológico e o nível de escolaridade dessas
crianças, demonstram que 100% das crianças que estavam inseridas no jardim II apresentaram
respostas negativas em todas as habilidades, na observação dos resultados referentes ao 2° ano
verifica-se que 57,3% das crianças apresentaram respostas negativas e 42,7% respostas
positivas, o que revela melhora no desempenho das habilidades metafonológicas, porém,
ainda assim, manteve-se a predominância de dificuldade de manipulação dessas habilidades,
em relação ao 3° ano percebe-se que 91,67% apresentou respostas positivas e apenas 8,33%
apresentou respostas negativas e no 4° ano 66,67% respostas positivas e 33,33% respostas
negativas.
(As séries de 3° e 4° ano podem ter sido influenciadas pelo número da amostra que se
apresentou muito pequeno), apesar disso, pôde-se perceber que o grau de escolaridade pode
interferir no desempenho das habilidades metafonológicas mesmo em crianças que já
apresentavam transtorno fonológico. Dessa forma constata-se que o desempenho nas tarefas
de CF tornou-se superior de acordo com a evolução do grau de escolaridade, o que indica uma
relação de correspondência entre o aprendizado da linguagem escrita e as habilidades
metafonológicas (Gindri; Keske-Soares; Mota, 2007; Capelline; Capano, 2009)
21

Também foi observado que as habilidades de consciência silábica e consciência


fonêmica estão com desempenhos praticamente equiparados, não corroborando com estudos
anteriores que apontam que as habilidades de consciência silábica são melhores performadas
em relação às habilidades de consciência fonêmica (Moojen, 2003; Tirapegui; Gajardo; Ortiz,
2005), isso pode-se dever ao protocolo utilizado que já apresenta pontuação mais baixa para
as tarefas de consciência fonêmica e mais altas para as tarefas de consciência silábica, ou seja,
apesar das repostas às tarefas de consciência fonêmica serem inferiores, mostram-se dentro do
esperado ou ao número amostral do estudo.
Na tabela 3 está representada a correlação em porcentagem da idade com as
habilidades metafonologicas. Notou-se que as crianças de 5 anos de idade se encontram em
sob atenção. Nas idades de 6 e 7 anos observamos uma predominância de resposta negativas,
entretanto observamos que a porcentagem de respostas corretas é maior que a idade anterior.
Já nas idades de 8 e 9 anos representaram a predominância de respostas corretas conforme o
que é esperado na idade correspondente. Podendo considerar de modo geral que as crianças
com idade cronológica mais avançadas apresentam melhor desempenho nas provas de
habilidades metafonologicas do que as crianças com idade inferior.

Por Idade – tabela T3


5 anos 6 anos 7 anos 8 anos 9 anos
Esperado S.A* Esperado S.A* Esperado S.A* Esperado S.A* Esperado S.A*
CgS 0 3 0 1 2 2 1 3 1 0
CgF 0 3 0 1 3 1 3 1 1 0
SAS 0 3 1 0 3 1 4 0 1 0
SAF 0 3 0 1 2 2 3 1 1 0
IS 0 3 0 1 1 3 2 2 1 0
IF 0 3 0 1 2 2 2 2 1 0
R 0 3 0 1 2 2 3 1 1 0
A 0 3 0 1 2 2 2 2 0 1
DS 0 3 0 1 0 4 3 1 1 0
DF 0 3 0 1 0 4 1 3 1 0
CbS 0 3 0 1 1 3 4 0 1 0
CbF 0 3 0 1 0 4 2 2 1 0
Tota 0 100% 8.33% 91.67% 37.5% 62.5% 62.5% 37.5% 91.67% 8.33%
l
Fonte: autoras (2023)
Legenda: contagem de sílaba (CgS) e de fonema (CgF), síntese e análise de sílaba (SAS) e de fonema (SAF),
identificação de sílaba (IS) e de fonema (IF), rima (R), aliteração (A), deleção de sílabas (DS) e de fonema (DF),
combinação de sílaba (CbS) e de fonema (CbF).

S.A*: Sob Atenção

Os resultados obtidos na comparação da idade com a habilidade metafonologica nos


mostra que 100% das crianças com 5 anos de idade apresentaram respostas incorretas e se
encontram em sob atenção, entretanto com o avança da idade observamos que a margem de
22

acertos vem em uma crescente com a idade, mesmo que ainda apresentem erros, como no
caso das crianças que se encontram com 6 anos no qual obteve resultados esperados de 8,33%
e em sob atenção 91.67%, já nas crianças de 7 e 8 anos essa margem de erros diminuiu, logo
as crianças de 7 anos tiveram uma margem de erros de 62,5%, comparando com as crianças
de 8 anos esse valor já é correspondente a margem de acertos logo 62,5% estão de acordo
com o que é esperado para a sua idade. As características lexicais tem muita influência nas
habilidades metafonologica, ou seja, quanto mais a criança cresce e se desenvolve melhor será
as representações mentais das palavras, sendo assim, as palavras se tornaram cada vez mais
estruturadas, facilitando a percepção e representação dos sons da fala que são necessárias para
adequar os processos da fala e posteriormente a manipulação dos mesmos. (Befi-Lopes;
Azevedo Leão; Soares, 2022; kouri TA, 2020).

5 CONCLUSÃO
23

Perante aos achados deste estudo pode-se concluir que as crianças que apresentam o
transtorno fonológico, demonstram dificuldades significativas nas habilidades de consciência
metafonológica, quando comparado com o ano escolar e a idade, ou seja, os sujeitos que estão
em períodos escolares e idades mais avançadas, apresentaram melhor desempenho nas
habilidades de consciência metafonológica, enquanto as crianças que ainda estão em processo
de alfabetização (pré-escolares) verificou-se em pior desempenho. Indicando, portanto, que a
associação de alteração no planejamento linguístico dos sons da fala, influencia na percepção
e manipulação desses sons diante das habilidades de consciência metafonológica, que são
habilidades preditoras para o desenvolvimento da leitura e escrita.
Ademais, foi analisado a correlação dos diferentes graus do transtorno fonológico
frente o desempenho nas habilidades de consciência metafonológica. De acordo com a
comparação entre os autores e os achados dos grupos avaliados, pode-se inferir que a o grau
de severidade do transtorno, não influenciou diretamente no desempenho das habilidades
metafonológicas, justificando que outros fatores associados como: a falta de estimulação
dessas habilidades, maturação cognitiva, o ano escolar e a idade, podem estar interferindo
nesse desempenho.
Por mais que haja muitos estudos sobre a relação da consciência fonológica e o
transtorno fonológico, ainda há muito que se pesquisar na área, em relação ao grau de
severidade do transtorno fonológica e sua influência nas habilidades metafonológicas, que são
de extrema importância para o desenvolvimento da leitura e escrita durante a alfabetização
infantil nos anos iniciais.
24

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APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido dos responsáveis pelas


crianças avaliadas
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

“ANÁLISE DA CONSCIÊNCIA METAFONLÓGICAS EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO


FONOLÓGICO”

O seu filho ou o menor o qual você é responsável, está sendo convidado(a) a participar do
projeto de pesquisa acima citado de autoria de (Cristiane Pereira Abdul Massih, Alice dos Santos
Borges, Andressa Santos Barbosa e Yasmim Moraes Silva). O documento abaixo contém todas as
informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazendo. A colaboração do seu filho ou do
(menor) neste estudo será de muita importância para nós, mas caso o mesmo desista de participar a
qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo ao seu filho ou a você como responsável.
Fique ciente que o seu filho não receberá remuneração e nenhum tipo de recompensa no decorrer da
pesquisa, sendo sua participação voluntária.

I) O objetivo da pesquisa: O transtorno fonológico é uma das alterações de fala e da linguagem que
está intimamente relacionada as alterações nas habilidades de consciência fonológica, interferindo na
fala e no desempenho escolar, portanto, o objetivo da pesquisa refere-se em analisar as
competências metafonológicas e sua relação com o grau de severidade do transtorno
fonológico.
II) A participação do menor na pesquisa será relacionada a submissão de avaliação da consciência
fonológica no contexto clínico fonoaudiológico e a análise do grau de severidade do Transtorno
Fonológico (PCC-R). O estudo será realizado na clínica escola de fonoaudiologia da UNAMA (CLIFA),
localizada na Av. Alcindo Cacela, 287- Umarizal Belém- PA, durante o período nos meses de
setembro a outubro, será aplicado um protocolo de avaliação das habilidades metafonológicas
chamado ( PROHFON ); cujo o objetivo principal será a identificação das habilidades metafonológicas
que estão alteradas em crianças com diagnóstico de transtorno fonológico, que estão em processo de
terapia, com isso, participarão da pesquisa 40 ( quarenta) crianças de ambos os sexos, que
apresentam o transtorno fonológico entre 5 (cinco) a 10 (dez) anos de idade e que estão submetidas
em processo de terapia na ( CLIFA).

IV) Critérios de inclusão e exclusão:


a) Inclusão: Serão incluídas crianças, de qualquer gênero, que apresentem diagnóstico de transtorno
da linguagem oral. Entre 5 (cinco) e 10 (dez) anos submetidas à fonoterapia na clínica de
fonoaudiologia da UNAMA.
b) Exclusão: Serão excluídas crianças acima ou abaixo da idade estabelecida, que apresentem outras
alterações como compreensão da linguagem, deficiência auditiva, TPAC transtorno do
processamento auditivo, deficiência intelectual e alterações neurológicas.

O responsável pelo menor fica ciente:

I) Que o menor possui plena liberdade de se recusar a participar do estudo e que esta decisão não
acarretará penalização por parte dos pesquisadores;
II) Que a participação de seu filho neste projeto não tem objetivo de submeter o menor a um
tratamento;
III) Que o menor terá acesso às perguntas somente depois que tenha dado o seu consentimento;
IV) Dos benefícios da pesquisa: a identificação das habilidades ausentes e atrasadas permitirá a
organização do programa individual de estimulação da Consciência metafonológica, para direcionar a
terapia fonoaudiológica e minimizar as manifestações da linguagem oral. O resultado desta pesquisa
também será importante para a orientação de medidas de estimulação familiar a serem realizadas
pelos estagiários do curso de fonoaudiologia aos pais e responsáveis pelas crianças em atendimento.
Da mesma forma, conhecer a relação entre as habilidades de Consciência Metafonológica e o
transtorno fonológico trará maior subsídio para a terapia do transtorno.
30

V) Dos riscos da pesquisa: a participação da pesquisa poderá causar riscos; como a exposição de
dados pessoais e a perda confidencialidade das informações concedidas; no entanto, todos os
cuidados possíveis serão tomados para limitar o acesso aos dados, evitando informações que
identifique os participantes e a codificação dos registros.
VI) Que deverá esclarecer suas dúvidas e ter o tempo que for necessário para a tomada de decisão
em concordar ou não com a participação do menor na pesquisa;
VII) Que poderá retirar o seu consentimento e interromper a colaboração do menor nesta pesquisa no
momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação, sem penalização nenhuma e
sem prejuízo a saúde ou bem estar físico do seu filho.

São direitos do participante da pesquisa, menor de idade:

I) Ter acesso ao teor do conteúdo do instrumento de coleta de dados (tópicos que serão abordados)
antes de responder as perguntas, esclarecer suas dúvidas e, ter o tempo que for necessário para a
tomada de decisão em participar ou não da pesquisa;

II) Receber antes de responder às perguntas do questionário/formulário ou entrevista, o Termo de


Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) para a sua anuência;

III) Responder ou não à todas as perguntas (mesmo que seja considerada obrigatória) contidas no
instrumento de coleta de dados da pesquisa, sem necessidade de explicação ou justificativa para tal;

IV) Receber assistência integral e imediata, de forma gratuita, pelo tempo que for necessário, nos
termos do item II.3 da Resolução CNS 466/12, no que se refere às complicações e danos decorrentes
da pesquisa;

V) Requerer indenização por algum dano decorrente da participação na pesquisa, através das vias
judiciais e/ou extrajudiciais, conforme a legislação brasileira (Código Civil, Lei 10.406/2002, Artigos
927 a 954; entre outras; e Resolução CNS nº 510 de 2016, Artigo 19);

VI) Receber ressarcimento de gastos – compensação material, exclusivamente de despesas do


participante menor de idade e seus acompanhantes, quando necessário, tais como transportes e
alimentação, como preconiza a Resolução CNS 466/12, no Item 2.21

VII) Ter assegurada a confidencialidade: os dados pessoais dos participantes da pesquisa serão
mantidos em sigilo pelos pesquisadores, assegurando ao participante ou voluntário a privacidade. Os
resultados poderão ser divulgados em publicações científicas mantendo sigilo dos dados pessoais;

VIII) Ter acesso gratuito pós-estudo ao produto investigacional;

IX) Se desejar poderá pessoalmente, ou por telefone, entrar em contato com o pesquisador
responsável para tomar conhecimento dos resultados parciais e finais desta pesquisa; Cristiane
Pereira Abdul Massih, Av. Alcindo Cacela, 287 – Umarizal, Belém – PA 91981432020,
cristianemassih@gmail.com.

X) Se desejar, a qualquer momento e sem nenhum prejuízo, solicitar a retirada do consentimento de


utilização dos dados coletados do seu filho menor de idade;

XI) Se desejar poderá também entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto
Campinense de Ensino Superior LTDA – ICES UNAMA por meio dos telefones/endereços: Av.
Alcindo Cacela, 287- Umarizal-Bloco "D", 5º Andar, CEP:66.060-902, Fone: (91) 4009-3005 (91)
99116-3574, E-mail: cep.unama@unama.br; site: http://www6.unama.br/cep. Horário de Atendimento:
08:00h às 12:00h e 14:30h às 18:30h (2º à 5º feira) 6º feira até às 17:00h. O CEP é a autoridade local
e a porta de entrada para um projeto de pesquisa envolvendo seres humanos. Os CEP foram criados
para defender os direitos e interesses dos participantes das pesquisas, em sua integridade e
dignidade, e para contribuir com o desenvolvimento das pesquisas dentro dos padrões éticos;

XXVI) Receber o envio de uma via do TCLE, rubricada (em todas as páginas) e assinada pelo(s)
pesquisador(res);
31

Tendo recebido todos os esclarecimentos acima citados e cientes dos direitos do meu filho menor de
idade, declaro, como responsável legal que concordo e autorizo a sua participação na referida
pesquisa acima, bem como autorizo a divulgação e a publicação dos resultados em periódicos,
revistas, apresentação em congressos, workshop e quaisquer eventos de caráter científico. Dessa
forma, rubrico todas as páginas e assino este termo, juntamente com o pesquisador, em duas vias, de
igual teor, ficando uma via sob meu poder e outra em poder do pesquisador(a).

( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa.

( ) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa.

Belém, _______ de ______________ de ______.

Assinatura do Responsável pelo Participante da Pesquisa:

______________________________________
Assinatura
Cristiane Guerreiro Pereira Abdul Massih Pesquisador responsável
Contato (cristianemassih@gmail.com, (91)981432020)

______________________________________
Assinatura
Alice dos Santos Borges Assistente de pesquisa
Contatos: ( borgessalice@yahoo.com, (91)992245920)

______________________________________
Assinatura
Andressa Santos Barbosa Assistente de pesquisa
Contatos: Andressa.asb.@outlook.com, (91)991383272)

__________________________________
Assinatura
Yasmim Moraes Silva Assistente de pesquisa
Contatos: yasmimmoraes740@gmail.com, (91)989361056)
32

APÊNDICE B – Termo de Assentimento

Você está sendo convidado para participar da pesquisa “Análise da consciência


metafonológica em crianças com transtorno fonológico”. Seus pais permitiram sua
participação. Queremos saber as habilidades metafonológicas que fazem parte da
consciência fonológica que estão alteradas.
As crianças que irão participar desta pesquisa têm de 5 (cinco) a 10 (dez) anos de
idade.
Você não precisa participar da pesquisa se não quiser, é um direito seu e não terá
nenhum problema se desistir.
Você não é obrigado a responder a todas as perguntas (mesmo que seja
considerada obrigatória) contidas no instrumento de coleta de dados da pesquisa, nem
precisa explicar o motivo para tal.
A pesquisa será feita no/a clínica escola de fonoaudiologia da UNAMA (CLIFA),
localizada no endereço Av. Alcindo Cacela, 287 Umarizal Belém- PA onde as crianças serão
submetidas ao processo de avaliação fonoaudiológica da consciência fonológica e análise
do grau de severidade (PCC-R). Para isso, será usado/a o protocolo de avaliação das
habilidades metafonológicas (PROHFON), indicado para escolares do 2° ano ao 5° ano do
ensino fundamental I e que pode ser utilizado por fonoaudiólogos e fonoaudiólogos
educacionais, pedagogos e psicopedagogos e também será aplicado o índice de gravidade
de porcentagem de consoantes corretas após a análise das provas de fonologia do
protocolo (ABFW) de cada criança com diagnóstico de Transtorno Fonológico. O uso dos
(as) protocolos é considerado(a) seguro (a), mas é possível ocorrer riscos mínimos, no que
se refere, a exposição de dados pessoais e a perda da confidencialidade das informações
concedida, o participante também pode não responder às solicitações das tarefas dadas
pelo o estagiário por se sentir cansado no momento da avaliação. Caso aconteça algo
errado, você pode nos procurar pelos telefones (91992245920), (91)91383272),
(91)989361056) dos/as pesquisados/as Alice dos Santos Borges, Andressa Santos Barbosa
e Yasmim Moraes Silva,
Mas há coisas boas que podem acontecer como: a identificação das habilidades
ausentes e atrasadas permitirá a organização do programa individual de estimulação da
consciência metafonológica, para direcionar a terapia fonoaudiológica e minimizar as
manifestações da linguagem oral. O resultado desta pesquisa também será importante para
a orientação de medidas de estimulação familiar a serem realizadas pelos estagiários do
curso de fonoaudiologia aos pais e responsáveis pelas crianças em atendimento. Da mesma
forma, conhecer a relação entre as habilidades de Consciência Metafonológica e o
transtorno fonológico trará maior subsídio para a terapia do transtorno.
Sua participação não será remunerada; porém, se você morar longe da CLIFA, nós
daremos o auxílio a seus pais, quando necessário e/ou solicitado, para despesas com
transporte.
Ninguém saberá que você está participando da pesquisa; não falaremos a outras
pessoas, nem daremos a estranhos as informações que você nos der. Os resultados da
pesquisa vão ser publicados, mas sem identificar as crianças que participaram.
Quando terminarmos a pesquisa, os dados serão coletados e analisados
criteriosamente para a conclusão do estudo, após esse processo, entraremos em contato
com os pais responsáveis para que tenham acesso gratuito ao conteúdo estudado.
Se você tiver alguma dúvida, você pode me perguntar. Eu escrevi os telefones na
parte de cima deste texto.
33

======================================================================
====

CONSENTIMENTO PÓS INFORMADO

Aceito, de livre e espontânea vontade, participar como voluntário(a) desta pesquisa “perfil
das habilidades metafonológicas em crianças com transtorno fonológico da clínica de
fonoaudiologia da universidade da Amazônia.
Entendi as coisas ruins e as coisas boas que podem acontecer.
Entendi que posso dizer “sim” e participar, mas que, a qualquer momento, posso
dizer “não” e desistir e que ninguém vai ficar furioso.
Os pesquisadores tiraram minhas dúvidas e conversaram com os meus
responsáveis.
Recebi uma cópia deste termo de assentimento, li e concordo em participar da
pesquisa.

Faça aqui seu desenho,


concordando em participar
da pesquisa

Assinatura do menor:___________________________________

Belém, ____de _____________de __________.

Testemunha 1:___________________________________
34

Testemunha 2: ___________________________________

______________________________________
Assinatura
Cristiane Guerreiro Pereira Abdul Massih Pesquisador responsável
Contato (cristianemassih@gmail.com, (91)981432020)

______________________________________
Assinatura
Alice dos Santos Borges Assistente de pesquisa
Contatos:(borgessalice@yahoo.com, (91)992245920)

______________________________________
Assinatura
Andressa Santos Barbosa Assistente de pesquisa
Contatos:(Andressa.asb@outlook.com, (91)991383272)

______________________________________
Assinatura
Yasmim Moraes Silva Assistente de pesquisa
Contatos:(yasmimmoraes740@gmail.com, (91)989361056)

ANEXO C – AVALIAÇÃO DE CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA-PROFON


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ANEXO D – PORCENTAGEM DE CONSOANTE CORRETA-(PCC-R)


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37

ANEXO E- ANUÊNCIA PARA A REALIZAÇÃO DA PESQUISA


38

ANEXO F- PARECER DE APROVAÇÃO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA


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