o sucesso do implante Uma criança deficiente auditiva que recebe o implante coclear precisa aprender a entender os sons, a escutar e depois a falar através da terapia fonoaudiólogica e o estímulo dos pais. Cada criança tem um desempenho individual e não deve ser comparada a outras crianças. Devemos estar atentos para a evolução individual de cada uma delas, é importante saber se a criança está evoluindo. E nesse momento eu gostaria de chamar a atenção para sinais de evolução que as vezes passam despercebidos aos pais: Olhar em resposta a algum som apresentado ou seja: procurar o que está fazendo barulho. Saber que o que está fazendo aquele som (ex. quando há um latido a criança identifca que é o cachorro). Responder ao nome quando chamado. Aumento da produção de sons e da freqüência dos mesmos, como se ele estivesse “falando em outra língua”. É muito importante ressaltar que o aprendizado da Libras não impede que a criança aprenda a linguagem oral. A Libras nos casos de pais surdos e crianças surdas, muitas vezes pode ser fundamental e não impede que a oralização dessas crianças aconteça paralelamente.
A deficiência auditiva como se sabe, afeta
eja acompanhada semanalmente com o fonoaudiólogo para a realização da terapia fonoaudiológica, com ênfase na (re)habilitação auditiva (COSTA; BEVILACQUA; AMANTINI, 2005).
(MEINZEN-DERR; WILEY; CHOLL, 2011 citados por ROVERE;
LIMA; SILVA, 2018). Portanto, os autores evidenciam que, a intervenção fonoaudiológica no desenvolvimento da linguagem precoce em crianças com deficiência auditiva e nas usuárias de implante coclear é indispensável, pois abrange o período de maior plasticidade neuronal deste indivíduo, tornando-se possível obter ganhos que proporcionam acesso a linguagem de forma mais efetiva e ganho auditivo similar ao de crianças não implantadas.
Apesar do IC apresentar-se como um recurso tecnológico que torna
possível o acesso a comunicação de indivíduos deficientes auditivos, o mesmo precisa estar aliado a terapia fonoaudiológica precoce afim de uma aquisição efetiva das habilidades auditivas. Deve-se também haver a participação dos pais no processo de reabilitação, devido serem os principais criadores dos ambientes os quais estará inserida em consonância com as atividades do seu cotidiano.
A intervenção fonoaudiológica mais precoce possível, torna-se
determinante para o desenvolvimento auditivo e de linguagem, corroborando para a aquisição da oralidade e para o processo de inclusão, socialização e comunicação da criança, tendo em vista que estará no ápice da plasticidade neuronal da criança o que se torna concreto a percepção de ganhos na audição e na linguagem.
Nesta pesquisa, constatou-se que, quanto mais precoce a
(re)habilitação auditiva realizada pelo fonoaudiólogo, mais efetivo será o desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem das crianças implantadas, propiciando uma construção dos aspectos de socialização, inserção e independência destes indivíduos, além de uma melhora significativa na qualidade de vida.
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