CARNEIRO, C. S.; PEREIRA, M. C. C. S.; LAGO, M. R. R.
Monitoramento Audiológico em Bebês com Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva. Distúrbios da Comunicação, [S. l.], v. 28, n. 3, 2016. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/dic/article/view/26526. Acesso em: 10 abr. 2024.
Monitoramento Audiológico em Bebês com Indicadores de Risco
para Deficiência Auditiva
(Resumo)
O texto discute a importância da triagem auditiva neonatal (TAN) para a
detecção precoce de deficiências auditivas em bebês, enfatizando a necessidade do monitoramento audiológico em lactentes com indicadores de risco para deficiência auditiva uma vez que perdas auditivas diagnosticadas inicialmente podem ser negligenciadas, levando a atrasos no desenvolvimento da linguagem. O estudo avaliou o monitoramento audiológico em lactentes com indicadores de risco para deficiências auditivas.
Dos 56 prontuários selecionados, apenas 22 lactentes participaram da
coleta de dados. A maioria era de etnia parda, filhos de mães jovens, com escolaridade até o segundo grau e com renda familiar de 1 a 3 salários mínimos. Os resultados da audiometria com reforço visual mostraram que a maioria dos lactentes apresentava desenvolvimento adequado na audição e na linguagem. Porém, houve dificuldades na marcação e comparecimento das consultas, o que pode impactar no diagnóstico precoce de deficiências auditivas.
Entre os métodos utilizados de acordo com as Diretrizes de Atenção da
Triagem Auditiva Neonatal (DATAN) (2012), temos o PEATE-A (peate automático), por ser um procedimento mais abrangente e que pode identificar alterações retrococleares, que não são identificadas através das EOA, a Audiometria com Reforço Visual (Visual reinforcement audiometry, VRA) com fones de inserção e da Imitanciometria, o VRA em campo livre, utilizando audiômetro portátil ou convencional com sistema de caixas acústicas e reforços luminosos acoplados, a Audiometria de Observação Comportamental (Behavioral observation audiometry, BOA) e a Audiometria Lúdica Condicionada (ALC), além da Pesquisa do Reflexo Cócleo-palpebral (RCP) e por medidas. (CARNEIRO, PEREIRA, LAGO et al.: 2016)
O estudo apresenta uma abordagem importante na área de
monitoramento audiológico em bebês, contribuindo para a identificação precoce de deficiências auditivas. O uso de questionários e procedimentos específicos evidencia o cuidado e a atenção dada aos lactentes com indicadores de risco para problemas auditivos. No entanto, é importante considerar que a eficiência e a confiabilidade dos testes realizados, bem como a precisão das respostas dos questionários, podem variar. Além disso, é relevante aprofundar a discussão sobre quais medidas foram tomadas em relação aos resultados inadequados encontrados, e como foi o acompanhamento dos lactentes nesses casos. (CARNEIRO, PEREIRA, LAGO et al.: 2016)
ESTUDO DE CASO
TGSP 7 meses de idade cronológica compareceu ao Centro integrado de
saúde – CIS/UNP para avaliação audiológica com sua genitora. Durante a anamnese a genitora informou que a paciente era prematuro de 30 semanas e que ao nascer precisou ficar alguns dias no hospital para o tratamento de icterícia neonatal caracterizada pela coloração amarelada da pele, olhos e mucosa, e que ao se recuperar teve alta hospitalar podendo ir para casa com sua familia. Quando questionada sobre o que levou a procurar atendimento fonoaudiológico à mesma respondeu que sente que a filha não responde quando é estimulada. A paciente teve diagnostico de “FALHOU” no Peate automático em orelha esquerda e “PASSOU” em orelha direita. Realizamos a avaliação do Comportamento Auditivo Observacional - BOA com base no teste de distração desenvolvido por Ewing e Ewing (1944). O objetivo da avaliação foi identificar as reações comportamentais a estímulos sonoros apresentados de forma controlada, incluindo materiais de fala, tom puro modulado, instrumentos acústicos como sino, guizo e agogô, brinquedos sonoros e sons do ambiente. Verificou-se que a paciente, em algumas ocasiões, não conseguiu manter a atenção auditiva, sorria ao procurar a fonte do som e virava sempre para um lado, independentemente da orelha em que o som estava sendo apresentado. Por isso, não foi possível diagnosticar com precisão uma perda auditiva leve ou unilateral, mas foi sugerido um atraso no desenvolvimento da função auditiva que será acompanhado mensalmente. É importante ressaltar que a audiometria de observação comportamental é considerada pouco confiável para determinar limiares auditivos, principalmente em recém-nascidos e crianças nos primeiros meses de vida.
Acompanhamento longitudinal do desenvolvimento físico, cognitivo, auditivo e de linguagem da criança egressa de UTI Neonatal: contribuições da enfermagem inserida em equipe interdisciplinar