Sabemos que a fonoaudiologia surgiu, no passado, vinculada à educação. Para que a
aprendizagem se estabelecesse, era importante identificar e tratar as dificuldades dos alunos. Quem era responsável em cumprir esse papel, era o fonoaudiólogo. A fonoaudiologia nasceu entre os campos da medicina e da pedagogia onde deixa claro as vastas áreas que a profissão alcança e sua grande importância, seja em âmbito educacional ou clínico.
A fonoaudiologia obteve reconhecimento, no passado, onde sua atuação ocorria também na
escola diagnosticando e tratando as crianças com alterações de fala e linguagem. A prática era no entanto técnica e não levava em consideração o sujeito como um todo. Com o tempo o fonoaudiólogo passa a fazer um trabalho preventivo e desenvolve ações que impedissem o surgimento ou agravamento de tais alterações. Atuante dentro da rede escolar a fonoaudiologia, aos poucos, se afasta da área escolar e valoriza a atuação clínica como uma área voltada para saúde. Observasse que a psicologia obteve um papel inverso, pois firmou seu trabalho dentro da educação e atualmente é lei a presença destes profissionais na escola. Ficou comprovado a relação do fracasso escolar com o desajuste emocional. Quando realizada a intervenção com o aluno, seus familiares, professores e com o grupo os ganhos são enormes para aprendizagem.
Com as dificuldades presentes no processo de ensino aprendizagem, detectadas não por
ordem emocional, fortaleceu-se a ideia de que o papel do fonoaudiólogo era necessário no âmbito escolar. O conselho da fonoaudiologia, só regulamentou o trabalho na área escolar em 2010 e sem nenhum curso criado para tal especialização. Atualmente não há nenhum movimento para firmar uma lei da posição da fonoaudiologia escolar ou da obrigatoriedade, o que justifica ainda não ser obrigatório a atuação na rede escolar.
É de grande importância divulgar as razões que demonstram a importância da
fonoaudiologia na educação, tais como:
-Prestar assessoria fonoaudiológica e dar suporte à equipe escolar discutindo e elegendo
estratégias que favoreçam o trabalho com alunos que apresentam dificuldades de fala, linguagem oral e escrita, voz e audição;
-Contribuir para a inclusão efetiva dos alunos com necessidades educacionais especiais;
-Fazer triagens e encaminhar os alunos que necessitam de uma atuação clínica;
-Participar de reuniões com a equipe multiprofissional para acompanhamento sistemático e
contínuo das ações desenvolvidas com os educandos, equipes escolares, pais ou responsáveis;
-Contribuir para o diagnóstico da situação de saúde auditiva dos ambientes escolares;
-Participar de formação continuada e capacitação específica aos professores e equipes escolares
-Orientar pais ou responsáveis quanto às necessidades educacionais de seus filhos;
-Participar do processo de elaboração da avaliação dos alunos, discutindo suas necessidades
educacionais especiais, as adaptações realizadas e a serem feitas; -Desenvolver projetos com alunos e profissionais (cuidados com a voz, audição, chupeta e mamadeira);
-Auxiliar no processo de alfabetização trazendo estratégias para os professores desenvolver as
áreas pré ditoras para alfabetização (consciência fonológica, habilidades auditivas, funções executivas, memória fonológica, nomeação automática rápida);
- Auxiliar o professor a trabalhar as bases do desenvolvimento da linguagem, estimulando o
aumento do vocabulário, a fala correta, sintaxe e morfossintaxe.
- Auxiliar o professor a fazer projetos onde a leitura é estimulada.
É de grande importância a parceria Sociedade Brasileira de fonoaudiologia com o Conselho de
Fonoaudiologia para promoverem diversas oficinas de sensibilização com professores e gestores no Brasil inteiro. As escolas precisam perceber a nossa importância na rede educacional, pois podemos fazer muito para promover a aprendizagem.