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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

MESTRADO EM DISTÚRBIOS DA COMUNICAÇÃO

A PRODUÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NACIONAL EM


MOTRICIDADE ORAL - 1970 A 2000

Maria Regina Macedo Alves

CURITIBA
2002
MARIA REGINA MACEDO ALVES

A PRODUÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NACIONAL EM


MOTRICIDADE ORAL - 1970 A 2000

Dissertação apresentada como requisito


parcial à obtenção do grau de Mestre em
Distúrbios da Comunicação, da Universidade
Tuiuti do Paraná.
Orientadora: Profª. Drª. Ana Paula Berberian
da Silva

CURITIBA
2002
MARIA REGINA MACEDO ALVES

A PRODUÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NACIONAL EM


MOTRICIDADE ORAL - 1970 A 2000

Dissertação apresentada à Faculdade de Fonoaudiologia, da Universidade Tuiuti do


Paraná, como parte dos requisitos para obtenção parcial do título de Mestre em
Distúrbios da Comunicação.

Aprovada em 26 julho de 2002.

Banca Examinadora:

_____________________________________
Profª. Drª. Léslie Piccolotto Ferreira
Mestrado em Fonoaudiologia – PUC/SP

_____________________________________
Profª. Drª. Maria Inês Rebelo Gonçalves
Mestrado em Distúrbios da Comunicação – UTP

_____________________________________
Profª. Drª. Ana Paula Berberian da Silva
Mestrado em Distúrbios da Comunicação – UTP
Orientadora
Dedico este trabalho

À memória de meu pai, que nos deixou como herança o bem maior que possuo: a
união de nossa família.
AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter permitido que eu vivesse a experiência enriquecedora que foi o
mestrado.

Ao Victor Hugo, o amor da minha vida, com quem aprendi a ser filha, irmã, esposa,
amiga, mãe, profissional e mulher, enfim, a ser um ser humano melhor do que eu era
antes de ele fazer parte da minha vida.

Às minhas filhas, Mariana e Marina, que, cada uma com sua maneira própria de ser,
me completam e dão razão ao meu viver.

À Prof.ª Dr.ª Ana Paula Berberian da Silva, meu agradecimento especial pelo carinho,
cuidado e profundo respeito que me dedicou durante todo o caminho que percorremos,
e principalmente por me incentivar a fazer o melhor sempre.

À Luciana Aparecida de Oliveira, secretária do Programa de Mestrado em Distúrbios


da Comunicação da Universidade Tuiuti do Paraná, pela sua amizade, discrição,
disponibilidade e capacidade de resolver sempre todos os nossos problemas.

À fonoaudióloga e amiga Cássia Menin Cabrini Junqueira, com quem pude dividir
sempre todas as angústias, alegrias, pequenos fracassos e as grandes vitórias desta
caminhada e da caminhada da vida.

À Dinha, meu braço direito, muito mais do que minha empregada, que me ajudou a
criar as meninas e contribuiu para que o fardo doméstico se tornasse leve.
5

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 8
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................................................. 12
3 PANORAMA DA PRODUÇÃO NACIONAL FONOAUDIOLÓGICA NA ÁREA DA
MOTRICIDADE ORAL............................................................................................................................ 15
4 A TEMÁTICA ABORDADA NA PRODUÇÃO NACIONAL NA ÁREA DA MOTRICIDADE
ORAL .......................................................................................................................................................... 25
5 REFERÊNCIAS INTERNACIONAIS E NACIONAIS NORTEADORAS DA PRODUÇÃO
NACIONAL EM MOTRICIDADE ORAL.............................................................................................. 43
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................................................... 70
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 72
ANEXOS .............................................................................................................................................................. 80
APÊNDICES........................................................................................................................................................ 90
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RESUMO

Neste estudo analisamos a literatura nacional produzida por fonoaudiólogos acerca da


Motricidade Oral, publicada a partir de meados da década de 1970 até o ano 2000,
considerando os seguintes aspectos: período de produção, autores com maior número
de publicações, a temática abordada, análise da distribuição das referências nacionais e
internacionais mais citadas pelos fonoaudiólogos brasileiros na produção em questão
que tem embasado este campo da Fonoaudiologia. O interesse por essa temática surge
da compreensão da abrangência e do papel que o campo da Motricidade Oral
representa, uma vez que as questões relativas a ela estão colocadas no centro das
preocupações da área fonoaudiológica, na medida em que problemas relativos à
articulação e à Motricidade Oral figuram em primeiro lugar nos temas das publicações
realizadas por fonoaudiólogos brasileiros, no período de 1969 a 1993. Para tanto,
adotamos como fontes de pesquisa as produções elaboradas em forma de livros,
capítulos de livros e artigos em periódicos. As análises das fontes nos possibilitaram
entender a influência das áreas da Medicina e da Odontologia na constituição da
Motricidade Oral, bem como apontaram as seguintes considerações: a década de 1990
marca o período de concentração das produções na área; os temas priorizados nessas
produções dizem respeito à avaliação, anatomia, fisiologia e tratamento; as
fonoaudiólogas Marchesan e Bianchini são as autoras mais citadas na produção e as
que mais produziram na área; os fonoaudiólogos Hanson e Barrett são os autores
internacionais mais citados na produção nacional. As fontes levantadas foram
suficientes para apontar a necessidade de a área repensar os temas que não são
priorizados na produção, apontando a necessidade de repensar a prática
interdisciplinar. Entendemos que tal prática é fundamental para a consolidação de uma
conduta profissional que considera as diferentes dimensões que envolvem a
intervenção fonoaudiológica voltada às alterações da Motricidade Oral.

Palavras Chaves: Fonoaudiologia. Motricidade Oral. Produção Científica.


7

ABSTRACT

In the present study we analyzed the literature on orofacial myofunctional disorders


authored by Brazilian speech pathologists from 1970 to 2000, which serve as basis for
speech pathology practice. The variables analyzed included: date of publications,
number of publications by author, topic of the publications, the most cited references,
and their country of origin. The interest in this issue followed the observation of the
breadth and the role of orofacial myofunctional disorders treatment in the realm of
Speech Pathology, since disorders of articulation and orofacial myofunctional
disorders rank first in publications authored by Brazilian speech pathologists in the
period between 1969 and 1993. To achieve this objective we examined books, book
chapters and journal articles. The analysis of these sources helped us to understand the
influence that Medicine and Dentistry have in the understanding of orofacial
myofunctional disorders. It also pointed out to the following observations: that most
publications were from the 1990`s; that they cover evaluation, anatomy, physiology
and treatment; that Marchesan and Bianchini are the authors with most publications,
and whose work was most frequently cited; and that Hanson and Barrett are the
foreign authors more frequently cited. These observations suggest there is a need for
speech pathologists to examine areas that have been overlooked, as well as to evaluate
multidisciplinary interventions. It is our understanding that such approach is essential
for a professional practice that takes in consideration the different aspects of orofacial
myofunctional disorders.

Key–Words: Speech Pathology. Orofacial Myofunctional Disorders. Scientific


Production.
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1 INTRODUÇÃO

“A história do meu desconforto é a


história da minha reflexão”.
Millan (1990).

A intervenção fonoaudiológica voltada aos problemas relativos à Motricidade Oral


vem sendo discutida nas duas últimas décadas, não apenas de forma específica como
também vinculada a alterações e problemas de diferentes ordens.

Podemos apreender discussões acerca dessa temática em trabalhos que abordam


questões relativas à fissura palatina, ao distúrbio articulatório, à paralisia cerebral,
afasia, disfagia, disfonias, disartrias, dislalias, dentre outras. Essa situação explicita
como os conhecimentos teórico-práticos relativos à Motricidade Oral embasam
diferentes práticas em Fonoaudiologia, bem como essa área tem recebido a
contribuição de outras áreas, tais como a Medicina, a Odontologia e a Fisioterapia.

Fica evidente que as questões relativas à Motricidade Oral estão colocadas no centro
das preocupações da área fonoaudiológica, uma vez que, dentre os vários distúrbios da
comunicação que a mesma aborda teoricamente, problemas relativos à articulação e à
Motricidade Oral figuram em primeiro lugar nos temas das publicações realizadas por
fonoaudiólogos brasileiros, no período de 1969 a 1993 (FERREIRA; RUSSO, 1994).

Neste estudo, pretendemos analisar a literatura nacional produzida por fonoaudiólogos


acerca da Motricidade Oral, publicadas a partir de meados da década de 1970 até o ano
2000, considerando os seguintes aspectos: a autoria, o período de publicação, bem
como a temática presente na obra. Para tanto, adotamos como fontes de pesquisa as
produções elaboradas em forma de livros, capítulos de livros e artigos em periódicos.

O interesse por essa temática surgiu da compreensão da abrangência e do papel que ela
representa para a Fonoaudiologia, e se constituiu a partir de nossa trajetória
profissional no campo da Motricidade Oral.
9

No período compreendido desde a nossa graduação em 1985 até a opção pelo


desenvolvimento desta pesquisa no Programa de Mestrado da Universidade Tuiuti do
Paraná em 2000, pudemos perceber a complexidade que envolve o trabalho
miofuncional voltado às alterações da Motricidade Oral, tendo em vista essa prática
estar relacionada com diferentes problemas pertinentes à Fonoaudiologia.

Pudemos notar ainda que, apesar de alterações relativas à Motricidade Oral se


manifestarem de diferentes formas, merecendo enfoques específicos, muitas vezes elas
eram avaliadas e tratadas com os mesmos procedimentos clínicos fonoaudiológicos.

Em 1987 e 1988, realizamos estágio no Hospital dos Defeitos da Face, em São Paulo.
O programa era destinado ao atendimento de indivíduos portadores de fissuras
labiopalatinas, anomalias craniofaciais e síndromes associadas. Naquele período, nos
deparamos com a escassez da bibliografia nacional na área, tendo em vista nossas
referências teóricas serem, em sua grande maioria, estrangeiras.

Mediante a necessidade de aprofundamento teórico na área, fomos buscar, no Brasil


como no exterior, cursos e estágios que pudessem subsidiar tal atuação.

Durante essa trajetória, tivemos a oportunidade de conhecer e vivenciar diversos


outros programas no Brasil, na Argentina, nos Estados Unidos e em alguns países da
Europa, programas esses voltados para o tratamento de indivíduos com alterações da
Motricidade Oral. Pudemos conhecer também os mais diferentes grupos de
profissionais que atuam nesse campo.

Tal trajetória conduziu-nos ao questionamento que norteou a realização deste estudo,


ou seja:
• Como a produção do conhecimento na área da Motricidade Oral vem
sendo concebida, e qual a sua influência junto à atuação clínica na área?

Cabe ressaltar que, analisando a literatura nacional publicada, encontramos uma


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variedade de termos utilizados para denominar a Motricidade Oral e,


conseqüentemente, os problemas relativos à mesma. A fim de explicitar a abrangência
da terminologia encontrada, optamos por descrever os termos que aparecem com
maior freqüência na literatura fonoaudiológica: sistema sensório motor oral, sistema
motor oral, motricidade oral, desordens do sistema estomatognático, desordens
miofuncionais orais, desordens miofuncionais orofaciais, desequilíbrio da musculatura
orofacial, motricidade orofacial, alterações orofaciais, alterações miofuncionais da
face, miologia oral, miologia orofacial, desordens da função motora oral, transtornos
miofuncionais orais e deglutição atípica.

Conforme Narazaki (2000), ressaltamos que tal terminologia, adotada na literatura


fonoaudiológica brasileira foi se modificando ao longo das décadas de 1970, 1980 e
1990. Nesse sentido, a autora constata que na década de 1970 era utilizado,
predominantemente, o termo “deglutição atípica”; na década de 1980, “sistema-
sensório-motor-oral”; e na década de 1990, até os dias atuais, “motricidade oral”.

Em 2000, foi criado o Comitê Científico de Motricidade Oral, pela Sociedade


Brasileira de Fonoaudiologia, tendo como objetivo principal “agrupar os profissionais
atuantes nesse campo profissional, promovendo discussões e estudos que poderão
nortear as pesquisas e coesão na prática profissional”. Tal Comitê recomendou, em
2001, a padronização do termo “Motricidade Oral” entre os profissionais da área
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE FONOAUDIOLOGIA, 2001, p. 1). A área de
especialização em Motricidade Oral foi reconhecida, por meio da Resolução nº 269/01,
do Conselho Federal de Fonoaudiologia. (CONSELHO FEDERAL DE
FONOAUDIOLOGIA, 2001).

Atendendo a tal recomendação e à definição da especialização em Motricidade Oral,


utilizaremos no decorrer do nosso trabalho o termo “Motricidade Oral”. Consideramos
importante ressaltar que essa especialidade, segundo a resolução do Comitê, é definida
como: “o campo da Fonoaudiologia voltado para o estudo/pesquisa, prevenção,
avaliação, diagnóstico, desenvolvimento, habilitação, aperfeiçoamento e reabilitação
dos aspectos estruturais e funcionais das regiões orofaciais e cervicais”.
11

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE FONOAUDIOLOGIA, 2001, p. 2).

O presente trabalho está estruturado da seguinte maneira: na primeira parte,


apresentamos um panorama da produção por década e os autores nacionais com maior
número de publicações no período de 1970 a 2000. Na segunda parte, realizamos
análise dos temas que aparecem com maior e menor freqüência em tal produção. Na
terceira parte, identificamos os autores nacionais e internacionais mais citados na
produção nacional e analisamos as influências dos autores fonoaudiólogos nacionais e
internacionais na produção nacional na área da Motricidade Oral.
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2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Delimitamos nosso estudo a partir da análise da produção editada nacionalmente por


fonoaudiólogos brasileiros na área da Motricidade Oral, elaborada a partir de meados
da década de 1970 até o ano 2000. O período delimitado justifica-se pelo fato de que a
primeira publicação em Motricidade Oral ocorreu em 1976.

Neste estudo, optamos por realizar a análise da produção adotando como fontes de
pesquisa livros, capítulos de livros e periódicos. A análise das fontes foi realizada a
partir dos seguintes critérios: distribuição da produção por décadas, temas abordados
com maior recorrência, incidência de autores nacionais e estrangeiros citados e
principais tendências teóricas veiculadas.

Dentre as fontes pesquisadas, encontram-se os seguintes periódicos: Revista


Distúrbios da Comunicação, publicada pela Editora da Universidade Católica de São
Paulo – EDUC/SP, a partir de 1986; Lugar em Fonoaudiologia, publicada pela
Clínica Universitária Henry Dunant, pertencente à Universidade Estácio de Sá, no
período de 1989 a 1993, no Rio de Janeiro; Pró-Fono-Revista de Atualização
Científica, publicada pelo Departamento Editorial da Pró-Fono - Produtos
Especializados para Fonoaudiologia Ltda., desde 1989, em Carapicuíba, São Paulo;
Fono Atual, publicada pela Editora Pancast, desde 1997 em São Paulo; Revista da
Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, publicada pela Sociedade Brasileira de
Fonoaudiologia, a partir de 1997, em São Paulo; Revista Fonoaudiologia Brasil,
publicada pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia, desde 1998; Revista CEFAC,
editada pelo Centro de Especialização Clínica-CEFAC, desde 1999, em São Paulo, e o
Jornal Brasileiro de Fonoaudiologia, publicado pela Editora Maio, desde 1999, em
Curitiba – Paraná.

Além dos títulos acima mencionados, foram incluídos outros dois periódicos, por
apresentarem publicações com periodicidade anual, sendo portanto, classificados como
tais, a saber: Tópicos em Fonoaudiologia, organizado pelo CEFAC e publicado pela
editora Lovise, com início em de 1994 e encerrado em 1998, em São Paulo, e o
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Anuário CEFAC de Fonoaudiologia, com o primeiro volume datado de 1999/2000,


publicado pela editora Revinter, Rio de Janeiro, o qual substituiu o periódico Tópicos
em Fonoaudiologia.

O presente trabalho está estruturado da seguinte maneira:

Na primeira parte, realizamos uma análise acerca das primeiras publicações nacionais
na área da Motricidade Oral e da distribuição dos diferentes tipos da produção editada
no período delimitado em nosso estudo. Realizamos, ainda, o levantamento da
produção dos fonoaudiólogos brasileiros em Motricidade Oral, por tipo de produção.
Para tal análise, optamos por selecionar os autores que apresentaram no mínimo duas
produções,exceção feita a Padovan que consta na Tabela 3 – Produção dos Autores
Fonoaudiólogos Brasileiros em Motricidade Oral por Tipo de Produção, 1970-2000”,
com uma única produção, por ser autora de uma obra que marcou o início da literatura
específica na área e que se tornou referência nacional, fato evidenciado pelo número
de vezes em que a autora aparece citada na produção pesquisada.

Cabe ressaltar que no Anexo I encontra-se a Tabela completa dos autores


fonoaudiólogos brasileiros por tipo de produção em Motricidade Oral, incluindo
aqueles que tiveram apenas uma produção. As obras realizadas em co-autoria foram
separadas e tais produções foram registradas individualmente, motivo pelo qual o
número total das produções analisadas, ou seja, 107 (Tabela 3), aparece elevado para
160, conforme consta no referido Anexo.

Na segunda parte, realizamos o levantamento e análise dos temas que aparecem com
maior e menor freqüência nos diferentes tipos de produção em Motricidade Oral de
autoria dos fonoaudiólogos brasileiros. Os temas foram agrupados nas seguintes
categorias:
- Entrevista/Avaliação/Anamnese/Diagnóstico;
- Anatomia/Fisiologia;
- Tratamento/Exercícios,
- Etiologia,
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- Histórico,
- Prevenção,
- Atuação interdisciplinar.

Cabe ressaltar que agrupamos em categorias únicas diferentes termos encontrados na


produção, por abordarem o mesmo assunto.

Na terceira parte, realizamos o levantamento dos autores internacionais e nacionais


mais citados na literatura nacional em Motricidade Oral por tipo de produção. Para
selecionar os autores internacionais e nacionais mais citados pelos fonoaudiólogos
brasileiros por tipo de produção na área de Motricidade Oral, consideramos no mínimo
a ocorrência de 3 citações. Ressaltamos que as Tabelas 5 e 6 completas, com os
autores internacionais e nacionais, incluindo aqueles que não atingiram o patamar
estabelecido neste estudo, encontram-se nos Anexos II e III respectivamente.
Identificamos ainda a influência desses autores nos conhecimentos que compõem a
produção em Motricidade Oral.
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3 PANORAMA DA PRODUÇÃO NACIONAL FONOAUDIOLÓGICA NA


ÁREA DA MOTRICIDADE ORAL

Com o intuito de entender como a produção literária nacional em Motricidade Oral


surgiu e desenvolveu-se ao longo do período delimitado em nosso estudo,
consideramos importante reconstituir alguns aspectos relativos à constituição da
Fonoaudiologia no Brasil.

Partindo do pressuposto de que a formulação dos procedimentos fonoaudiológicos


voltados à área da Motricidade Oral está articulada às condições históricas da
institucionalização acadêmica da profissão, realizaremos uma breve retrospectiva
desse processo, cientes de que a história da criação dos primeiros cursos de
Fonoaudiologia no Brasil foi amplamente discutida por alguns autores, como
Cappelletti (1985), Figueredo Neto (1988), Ferreira e Russo (1994), Berberian (1995)
e Meira (1996).

De acordo com os autores citados, os primeiros cursos de graduação em


Fonoaudiologia surgiram na cidade de São Paulo no início dos anos 1960, sendo o
primeiro, em 1961, vinculado à Clínica de Otorrinolaringologia do Departamento de
Oftalmologia e Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da USP, e o segundo,
em 1962, ligado à Clínica Psicológica do Instituto de Psicologia da PUC-SP.

Figueredo Neto (1988, p. 147) descreve fragmentos do depoimento do Dr. Morgante,


evidenciando sua posição quanto ao modelo adotado na criação do curso de
Fonoaudiologia da USP: “o curso foi organizado de forma semelhante ao da Argentina
que, por sua vez, se identificava com o nome e a estruturação dos cursos franceses, de
onde viera o Prof. Quirós, e os cursos da PUC, ao que me parece, foram colocados no
modelo americano do speech pathologist”.

Da mesma forma, Meira (1996, p. 89), ao referir-se à criação do curso de


Fonoaudiologia da PUC-SP, confirma que “o caminho da Fonoaudiologia no Brasil
seguiu principalmente o modelo americano”.
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Durante a primeira década após a criação dos primeiros cursos de Fonoaudiologia no


Brasil, a literatura básica utilizada era da Medicina e da Psicologia, em torno das
disciplinas de anatomia, neurologia, fisiologia, psicologia evolutiva e psicologia da
linguagem, conforme relato de Figueredo Neto (1988, p.154).

Os livros adotados como bibliografia nos primeiros anos de desenvolvimento dos


referidos cursos eram escritos em espanhol, inglês e francês. Entretanto, a partir da
década de 1980, após a realização do I Congresso Internacional dos Profissionais em
Fonoaudiologia, no Rio de Janeiro, em 1983, os trabalhos científicos nacionais foram
gradativamente surgindo e se ampliando, tornado-se possível o acesso a uma
bibliografia em português (MEIRA, 1996, p. 92).

Da mesma forma, a área de Motricidade Oral recebeu grande influência da literatura


em língua inglesa, conforme poderemos analisar na terceira parte, quando realizaremos
o levantamento dos autores internacionais mais citados na literatura nacional em
Motricidade Oral.

Marcando o início da produção literária dos fonoaudiólogos brasileiros, tivemos, de


autoria da fonoaudióloga Marly Bezerra Canongia, a produção independente do livro
intitulado Vocabulário ilustrado para terapeutas, em 1969.

Como fonte para levantar e analisar a produção literária na área da Fonoaudiologia no


Brasil desde 1969, data que marca a primeira publicação acima referida, até 1993,
temos o estudo realizado por Ferreira e Russo (1993). A primeira edição, datada de
1993, foi doada aos assinantes da Pró-Fono, entretanto tivemos acesso a esse estudo a
partir da sua segunda edição em 1994, abordando publicações no período de 1969 até
primeiro semestre de 1994. Ressaltamos que tal estudo ofereceu importantes subsídios
para nossas reflexões.

Chamando atenção para a importância da realização de estudos que objetivem a


análise da produção literária da Fonoaudiologia, as autoras afirmam que “no momento
em que a interdisciplinaridade é o tema de várias discussões, gostaríamos de saber que
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tipo de perfil a Fonoaudiologia apresenta através dos livros publicados por seus
profissionais”, concluindo com a seguinte indagação: “será que nós, fonoaudiólogos,
estamos a par de toda a produção de nossos colegas?” (FERREIRA; RUSSO, 1994,
p.1).

Como resultado do levantamento realizado por Ferreira e Russo (1994, p. 4) acerca da


distribuição de tais produções por década, podemos observar que na década de 1990
houve aumento considerável no número de livros escritos e publicados por
fonoaudiólogos brasileiros.

TABELA 1 – Distribuição do número e p o r c e n t a g e m d e l i v r o s e s c r i t o s p o r fonoaudiólogos, segundo a década de


publicação. Nesta tabela considerou-se somente as primeiras edições.
DÉCADA NÚMERO %
60 1 0,70
70 23 15,98
80 46 31,94
90 74 51,38
Total 144 100,00
FONTE: FERREIRA, L. P.; RUSSO, I. C. P. A produção literária do fonoaudiólogo brasileiro. 2. ed. São Paulo: Pró-
Fono, 1994.

Acompanhando a tendência acima descrita, referente ao período que inicia o


implemento da produção em Fonoaudiologia, podemos notar que as primeiras
publicações acerca da prática clínica fonoaudiológica na área da Motricidade Oral
surgiram em meados da década de 1970 e no início da década de 1980.

O primeiro trabalho específico que trata de temas relacionados à área da Motricidade


Oral foi uma separata publicada sob o título Deglutição atípica, em 1976, pela
fonoaudióloga Beatriz Alves de Edmir Padovan, cujo conteúdo consiste de um resumo
da conferência proferida no I Seminário Internacional de Ortodontia, II Congresso
Brasileiro de Ortodontia e III Congresso Paulista de Ortodontia, realizado na cidade de
São Paulo, em janeiro de 1975, sob o título Reeducação mioterápica nas pressões
atípicas da língua: diagnóstico e tratamento.

A partir de nosso estudo, pudemos constatar que a produção total levantada no campo
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da Motricidade Oral apresenta a seguinte distribuição por tipo de publicação e por


década:

TABELA 2 – DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO LITERÁRIA REFERENTE À MOTRICIDADE ORAL DOS


FONOAUDIÓLOGOS BRASILEIROS POR DÉCADA
DÉCADA
TIPO DE PRODUÇÃO
1970 1980 1990 Total
Número %
Livros 1 2 9 12 10,71
Capítulos de livros - - 24 24 21,43
Periódicos - 3 72 75 66,97
Separata 1 - - 1 0,89
Total 2 5 105 112 100

Reforçando a relação estabelecida entre os achados de Ferreira e Russo (1994) quanto


ao aumento da produtividade em Fonoaudiologia na década de 1990, pudemos
observar que esse período foi o mais profícuo em publicações na área da Motricidade
Oral.

Mediante os dados apresentados, direcionamos nossa análise para os motivos que


levaram a distribuição da produção a seguir a trajetória exposta acima, concentrando
sua maior incidência na década de 1990.

Teixeira (1993, p. 29-31), em estudo acerca da trajetória da pesquisa acadêmica em


Distúrbios da Comunicação, aponta como possíveis causas que contribuíram para o
aumento da produção literária nacional:
• o aumento do número de cursos de graduação em Fonoaudiologia;
• o aumento da demanda por docentes para atuarem em novas instituições
de ensino superior;
• a exigência dessas instituições quanto à qualificação de seu corpo
docente com títulos de mestrado e doutorado;
• exigência da CAPES, adotando como requisito para avaliação dos
cursos de pós-graduação a qualidade, quantidade e regularidade da
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produção de conhecimento por meio da elaboração de artigos, livros,


relatórios de pesquisa e comunicações em anais de congressos;
• o fato de que, “a partir de 1992, a CAPES atrelou a renovação da cota de
bolsas dos Programas de Pós-Graduação existentes no Brasil à defesa das
dissertações na vigência da bolsa” (TEIXEIRA, 1993, p. 31).

A autora reforça ainda que, ao condicionar a renovação da cota de bolsas dos


programas à defesa das dissertações durante a vigência das referidas bolsas, a CAPES
“intensificou ainda mais a pressão exercida pela quantidade de pesquisas e teses
produzidas nos diferentes programas brasileiros”.

Da mesma forma, Ferreira e Russo (1994, p. 5), ao realizarem um estudo sobre a


produção literária do fonoaudiólogo brasileiro, atribuíram o aumento da produção,
nesse período, aos seguintes fatores:
• aumento crescente dos cursos de graduação em Fonoaudiologia;
• aumento do número de profissionais formados por esses cursos;
• maior demanda de docentes para ministrarem os cursos de graduação e
criação de cursos de especialização;
• criação dos Programas de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação
em nível de mestrado e doutorado;
• aumento do número de fonoaudiólogos docentes com títulos de mestre e
doutor, os quais, pelo cargo que ocupam, vêem-se obrigados a aumentar
sua produção científica.

Com o intuito de possibilitar aos fonoaudiólogos a formação em pesquisa e docência,


tivemos na década de 1970 a criação do primeiro Programa de Pós-Graduação em
Fonoaudiologia, voltado à área de Audiologia. Em 1979, foi criado o mestrado em
Distúrbios da Comunicação na PUC-SP, e nesse mesmo ano iniciou-se também, na
Escola Paulista de Medicina, o Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da
Comunicação Humana – Campo Fonoaudiológico, com o propósito de formar mestres
e doutores.
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A criação e a consolidação dos cursos de Pós Graduação impulsionaram a elaboração


de dissertações de mestrado e teses de doutorado, em consonância com o movimento
da Fonoaudiologia na busca de sua afirmação como área de conhecimento.

É importante ressaltar que as autoras Teixeira (1993) e Ferreira e Russo (1994),


referem-se à criação dos Programas de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação
em nível de mestrado e doutorado como fator de aumento da produção literária do
fonoaudiólogo brasileiro.

Apesar de Ferreira e Russo (1998, p. 64) chamarem a atenção para o fato de que o
acervo composto por dissertações de mestrado e teses de doutorado fica,
“infelizmente, na maioria das vezes”, restrito “à biblioteca das instituições onde esses
trabalhos foram defendidos, inviabilizando o acesso à maioria dos profissionais da
área”, entendemos que tais produções geram condições de produção de artigos, livros e
comunicações em anais de encontros científicos. Consideramos que tais publicações
contribuem, de forma significativa, para a sistematização de uma prática de troca e de
veiculação do conhecimento produzido pela área.

Se pudemos constatar que as razões acima expostas também interferiram na trajetória


da produção específica voltada à área da Motricidade Oral, temos, como uma das
determinantes que impulsionaram, especificamente, o aumento de tal produção, a
criação na cidade de São Paulo, em 1983, do Centro de Especialização em
Fonoaudiologia Clínica-CEFAC. Tal Centro caracteriza-se como uma instituição
autônoma, que tem por finalidade promover a formação profissional continuada, a
pesquisa e a produção do conhecimento científico, visando o aperfeiçoamento da
atividade clínica (O QUE ..., 1999, p. 5).

Um dos primeiros cursos oferecidos pelo CEFAC foi o de especialização em


Motricidade Oral, idealizado e coordenado pela fonoaudióloga Irene Queiroz
Marchesan. O CEFAC, durante 19 anos de existência, tem ministrado cursos na área
da Motricidade Oral em vários Estados do Brasil, atuando em 14 deles: Rio Grande do
Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Espírito
21

Santo, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pernambuco, Ceará, Pará e Amazonas,


representando um centro de referência na formação de cerca de 1.800 alunos, desde a
sua criação até o ano 2000 (MARCHESAN, 2002).

No nosso entender, o fato de os cursos de especialização oferecidos pelo CEFAC


exigirem como requisito parcial para a sua conclusão a produção de monografias é um
dos fatores que contribuíram para o aumento da produção literária na área da
Motricidade Oral. Trabalhos resultantes dessas monografias passaram a ser publicados
em revistas e periódicos especializados em Fonoaudiologia, contribuindo para a
divulgação nacional da área.

Além de ser responsável pela formação de profissionais e promover a produção de


conhecimento nos seus cursos de especialização na área da Motricidade Oral, o
CEFAC, a partir da organização de 3 periódicos1, criou espaços para a veiculação de
tais produções.

Dessa forma, podemos entender a contribuição do CEFAC, no cenário nacional,


quanto à realização de cursos de especialização e ao número de publicações na área da
Motricidade Oral.

Analisando a concentração e a distribuição da produção da literatura que trata da


Motricidade Oral, publicada por autores fonoaudiólogos brasileiros na forma de livros,
capítulos de livros e em periódicos, elaboramos a Tabela apresentada a seguir.

1
Descrição e periodicidade das publicações está inserida no Procedimento Metodológico.
22

TABELA 3 - PRODUÇÃO DOS AUTORES FONOAUDIÓLOGOS BRASILEIROS POR TIPO DE PRODUÇÃO,


1970 - 2000
QUANTIDADE POR PRODUÇÃO
Autor/tipo Livros Capítulos de livros Periódicos Separatas TOTAL
Bianchini 1 7 3 11
Marchesan 2 5 3 10
Felício 2 4 6
Junqueira 1 1 4 6
Krakauer 4 4
Silva 4 4
Tomé 4 4
Altmann 2 1 3
Anelli 2 1 3
Canongia 2 1 3
Ferraz 2 1 3
Genaro 3 3
Oliveira 3 3
Andrade 2 2
Ávila 2 2
Berretin 2 2
Bilton 2 2
Dragone 2 2
Lacerda 1 1 2
Meuer 2 2
Neiva 2 2
Oda 2 2
Panhoca 1 1 2
Ramos 2 2
Rodrigues 2 2
Sousa, M. A 1 1 2
Suzuki 2 2
Tessitore 2 2
Vaz 1 1 2
Wertzner 1 1 2
Padovan2 1 1
Total 10
23 (23,47%) 64 (65,31%) 1 (1,02%) 98
(10,20%)
Observação: A listagem completa das produções encontra-se no Anexo I

Tabela acima evidencia o fato de que as produções que vêm norteando os


fonoaudiólogos brasileiros atuantes na área da Motricidade Oral estão limitadas à
autoria de poucos profissionais, que se encontram envolvidos em cursos de
especialização.

2
É importante ressaltar que incluímos Padovan em nossa Tabela porque apesar de a autora ter publicado apenas uma obra, a
mesma aparece como uma das mais citadas evidenciando a sua repercussão e representatividade. Tal situação ficou
evidenciada na Parte 3, quando apresentamos na Tabela 6, os autores nacionais mais citados na literatura pesquisada.
23

Conforme podemos constatar, Marchesan e Bianchini, duas das autoras com maior
número de produções, mantêm vínculo com o curso de especialização em Motricidade
Oral do CEFAC. Da mesma forma, Felício, que figura entre as três autoras com maior
produção, coordena e leciona no curso de Fonoaudiologia da Universidade de Ribeirão
Preto - São Paulo, além de ser docente do mestrado em Odontopediatria da Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo.

As autoras Junqueira e Krakauer, a quarta e a quinta, respectivamente, com maior


número de produções, também fazem parte do corpo docente do curso de
especialização em Motricidade Oral do CEFAC.

Com o intuito de explicitar o panorama da produção literária nacional na área da


Motricidade Oral, nosso estudo conduziu-nos às seguintes constatações :
• A década de 1990, acompanhando a tendência da produção da
Fonoaudiologia nos seus diferentes campos, confirmou ser o período de
maior produção literária, também, na área de Motricidade Oral;
• A influência dos cursos de pós-graduação no aumento da produção
literária nacional fica evidenciada também na área da Motricidade Oral,
com a criação do curso de especialização oferecido pelo CEFAC, uma
vez que o mesmo promove a formação continuada de profissionais e a
produção do conhecimento;
• As quatro autoras nacionais que aparecem com o maior número de
produções coordenam e/ou ministram aulas em cursos na área de
Motricidade Oral no Estado de São Paulo.

As considerações realizadas até aqui apontam para o fato de que a produção do


conhecimento e o ensino são duas dimensões que caminham juntas, evidenciando que
o conhecimento, enquanto domínio prático-teórico, é elaborado e transmitido por
profissionais que atuam na área e fazem da sua prática a matéria - prima da construção
do saber .
25

4 A TEMÁTICA ABORDADA NA PRODUÇÃO NACIONAL NA ÁREA DA


MOTRICIDADE ORAL

Pretendemos, nesta parte, analisar a temática da produção pesquisada, buscando


apreender quais são os temas com maior e menor recorrência e de que forma eles são
abordados na produção nacional na área de Motricidade Oral.

Entendemos que a elevada ocorrência de alguns temas, bem como a escassez de


outros, indicam o caminho percorrido pelos fonoaudiólogos na construção do
conhecimento na referida área.

Antes de iniciarmos a análise específica em torno dos temas que surgiram com maior e
menor recorrência, consideramos importante discutir a forma como conhecimentos de
áreas afins participam da constituição da Fonoaudiologia e, mais especificamente,
como interferem nas produções voltadas à área da Motricidade Oral. A decisão de
realizarmos esta análise introdutória deve-se à percepção de que existe nas produções
pesquisadas uma tendência predominante de relação entre a Fonoaudiologia e outros
campos do conhecimento, donde decorrem as seguintes questões:
1. Como os temas vêm sendo discutidos e priorizados na produção do conhecimento
fonoaudiológico na área da Motricidade Oral?
2. De que forma conhecimentos de áreas afins têm contribuído e participado da
constituição do saber fonoaudiológico em Motricidade Oral?

As questões acima nos remetem a trabalhos formulados por Figueredo Neto (1988),
Cordeiro (1992), Teixeira (1993), Berberian (1995), Medeiros (1995), Meira (1996),
Lacerda, Panhoca e Chun (1998), tendo em vista o fato de esses trabalhos conterem
elementos que nos possibilitam compreender como a área da Motricidade Oral tem-se
relacionado com diferentes campos do saber. Tais autoras discutem como a Medicina,
a Psicologia e a Educação influíram e continuam exercendo influência na constituição
dos diferentes campos da Fonoaudiologia.
26

Teixeira (1993, p. 6), ao problematizar os desafios próprios da produção do


conhecimento em Fonoaudiologia, chama a atenção para o fato de que, desde o início
da década de 1980, grupos de fonoaudiólogos têm debatido a constituição de
conhecimento na área e suas implicações para a atuação clínica fonoaudiológica.

Essa discussão está permeada por questões que abrangem desde a identidade da
Fonoaudiologia como área técnica paramédica ou como clínica da linguagem, até a
legitimidade em compor seus conhecimentos a partir de contribuições de outras áreas –
tradicionalmente a Medicina, a Lingüística e a Psicologia.

Ressaltando o perfil médico que constitui a identidade da Fonoaudiologia, Lacerda,


Panhoca e Chun (1998, p. 10-14) afirmam que tal profissão estabeleceu-se como uma
atividade reabilitadora, identificando-se como uma área paramédica, condicionada à
figura do médico.

Teixeira (1993) chama atenção para o fato de que, apesar do reconhecimento de que a
Fonoaudiologia agrega conhecimentos de ciências sistematizadas, existe um
movimento formado por fonoaudiólogos em direção à constituição e legitimação de
pressupostos teóricos específicos.

Da mesma forma, Berberian (1995, p. 18) questiona a visão predominante na área em


relação ao fato de a Fonoaudiologia ter sofrido e ainda sofrer influências das áreas
acima citadas. Se, para a autora, é consensual entre os fonoaudiólogos tal influência,
ela entretanto, chama atenção para o equívoco em “transformar esta constatação em
responsável pelo fato de, até o momento, ela não se configurar como uma área de
conhecimentos próprios, vindo a reboque de áreas mais antigas”.

Para a autora, a influência da Medicina e da Educação não tira a “pretensa autonomia”


da Fonoaudiologia; ao contrário, abriu caminho para o processo de constituição de um
ramo especializado no tratamento dos chamados Distúrbios da Comunicação
(BERBERIAN, 1995, p. 20).
27

De acordo com Berberian (1995) e Teixeira (1993), o fato de a Fonoaudiologia se


caracterizar a partir de conhecimentos e práticas formuladas por áreas afins não
implica, necessariamente, uma falta de especificidade teórico-prática. Tampouco esse
fato deve ser utilizado para justificar as dificuldades da área em delimitar seu campo
de conhecimento e intervenção.

Dessa forma, Berberian (1995, p. 20) afirma que


a Fonoaudiologia não realiza ou realizou empréstimos, mas que foi
e continuará sendo constituída também por outras áreas de
intervenção social, tendo em vista que não é possível nenhuma
prática original ou pura, dada a natureza interdisciplinar dos
trabalhos voltados a atender o homem (grifo da autora).

Cunha (1986), Paladino (1991), Cordeiro (1992), Teixeira (1993), Berberian (1995),
Medeiros (1995), Carrasco (1999) e Felice (2000), não consideram positivo ou
negativo em si esse fato, mas nos propõem analisar os problemas decorrentes do tipo
de relação denominado “empréstimos” ou “colagens”, que vem tradicionalmente
caracterizando a vinculação entre a Fonoaudiologia e áreas afins.

Da mesma forma, Cunha (1986) e Paladino (1991) e relatam que a Fonoaudiologia


realiza um “ritual de empréstimos” ou “clínica de empréstimos”, resultando num
“bloco de colagens”, ao utilizar pressupostos teóricos e de conhecimentos de outras
áreas sem a devida releitura para a construção de um fazer próprio em Fonoaudiologia.

Teixeira (1993, p. 16) nos alerta para um dos possíveis desdobramentos decorrentes
desse tipo de relação ao considerar que um método clínico próprio “só poderá ser
elaborado pelos fonoaudiólogos com todos os empréstimos que possam contribuir,
mas que não caracterizem a subordinação dessa área a outras”.

Além disso, Teixeira (1993, p. 4) nos leva refletir que a estreita vinculação que a
Fonoaudiologia estabelece com as áreas médica e odontológica, especialmente no
campo que envolve a produção voltada à Motricidade Oral, não se deve “ao acaso”. A
28

autora expõe com clareza que a maior ou menor concentração dos temas reflete a
identidade dos grupos envolvidos com as produções fonoaudiológicas.

Concordando com tal posição, consideramos importante relatar, com base em


entrevistas concedidas a Narazaki (2000), aspectos que caracterizam a trajetória das
autoras responsáveis pelo maior número de produções em Motricidade Oral, as
fonoaudiólogas Irene Queiroz Marchesan e Esther Mandelbaum Gonçalves Bianchini,
que são também as mais citadas na literatura da área, juntamente com a fonoaudióloga
Elisa Bento de Carvalho Altmann3.

Segundo Narazaki (2000), a fonoaudióloga Irene Marchesan formou em 1977 e,


naquela época, não havia formação específica em Motricidade Oral. Mas devido à
grande demanda de pacientes encaminhados por ortodontistas, viu-se obrigada a
buscar conhecimentos por meio de cursos e de literatura na área da Motricidade Oral.

Da mesma forma, Bianchini relata que se formou em 1981 e iniciou sua formação
complementar junto à Odontologia, realizando cursos na área até 1987 e iniciando seu
trabalho em Motricidade Oral devido à grande demanda de pacientes com problemas
de Motricidade Oral encaminhados pelos dentistas.

Altmann (1994) conta que concluiu a graduação em 1980 e fez estágios em vários
hospitais na França, atuando exclusivamente com pacientes com alterações
craniofaciais, e posteriormente, outro em New York, no Center for Craniofacial
Disorders, em fissuras labiopalatinas, estágios esses realizados com profissionais da
área médica.

Narazaki (2000) informa ainda que a formação complementar dessas autoras se deu a
partir de conhecimentos advindos da Medicina e da Odontologia.

3
Na parte Intitulada “Panorama da produção nacional fonoaudiológica e na área da Motricidade Oral” realizamos análise das
principais referências que aparecem na literatura, identificando as fonoaudiólogas brasileiras mais citadas.
29

Evidenciando tal tendência, Marchesan (1998, p. 10) esclarece que o livro de sua
autoria Uma visão compreensiva das práticas fonoaudiológicas: a influência da
alimentação no crescimento e desenvolvimento craniofacial e nas alterações
miofuncionais foi o “resultado de reflexões sobre a prática fonoaudiológica. Busquei
compreender essa prática relacionada à Motricidade Oral, e também à Odontologia”.

Feita uma breve reflexão acerca da aproximação da área fonoaudiológica voltada ao


campo da Motricidade Oral, com as áreas médica e odontológica, passamos a analisar
os temas que aparecem na literatura pesquisada com maior e menor recorrência.
Podemos perceber que três temas surgem com acentuada recorrência:
1. Entrevista/anamnese/avaliação/diagnóstico;
2. Anatomia/fisiologia;
3. Tratamento/exercícios.

TABELA 4 – TEMAS MAIS ABORDADOS POR TIPO DE PRODUÇÃO DOS FONOAUDIÓLOGOS BRASILEIROS,
1970 - 20004
TEMA Livros Capítulos de livros Periódicos Separatas Total
Entrevista/Anamnese/
Avaliação/ 12 12 50 1 75
/Diagnóstico
Anatomia/Fisiologia 7 24 14 1 46
Tratamento/Exercícios 13 15 17 1 46
Etiologia 3 2 1 6
Histórico 1 1 2
Prevenção 2 1 4 7
Atuação
3 3 6
interdisciplinar
Total 40
54 (28,72%) 89 (47,34%) 5 (2,66%) 188
(21,28%)

4
Agrupamos numa mesma categoria diferentes temas por entender que os mesmos tratam de procedimentos equivalentes.
30

4.1 ENTREVISTA/ ANAMNESE/AVALIAÇÃO/DIAGNÓSTICO

Identificamos que a temática entrevista/anamnese, quando do levantamento da história


do paciente, foi contemplada nos trabalhos de Ferraz (1983, 1997), Marchesan (1993,
1997, 1998), Junqueira (1998), González e Lopes (2000) a partir de abordagens
semelhantes e distintas.

Os trabalhos de Ferraz (1983, 1997) enfatizam que a anamnese tem como objetivo
investigar os fatores etiológicos, aspectos relativos ao histórico pré-natal, natal e pós-
natal, o desenvolvimento motor, neurolingüístico, hábitos orais, saúde, amamentação,
alimentação, aspectos da personalidade e perfil psicológico. Em González e Lopes
(2000, p. 54-55), a entrevista inicial prioriza informações sobre aleitamento,
alimentação, saúde, dentição, hábitos e sono. Podemos verificar que esses aspectos
referem-se aos primeiros anos de vida do paciente e são relacionados a crianças.
Segundo as autoras, realizou-se “a entrevista inicial com os pais e sempre na presença
do paciente”.

Uma mudança de enfoque, referente aos objetivos e às condutas que envolvem a


anamnese, começa a surgir nos trabalhos de Marchesan (1993, 1997, 1998), uma vez
que nestes a autora refuta o uso de roteiros prontos ou perguntas semidirigidas,
alegando que ao recorrer a esste tipo de instrumento muitas vezes os dados obtidos não
são significativos para o esclarecimento da queixa atual. A autora prefere usar esse
momento para “criar vínculos entre o terapeuta e a família, criar hipóteses
diagnósticas, levantar novas questões e possíveis encaminhamentos” (MARCHESAN,
1997, p. 765).

A autora, ainda, apresenta uma sugestão para elaboração de um roteiro de anamnese,


no qual devem ser explorados aspectos respiratórios anteriores e atuais, alimentação
atual, sono, postura corporal, relacionamento familiar, desempenho escolar e
desenvolvimento global, priorizando os aspectos que possam estar contribuindo para a
queixa atual, em vez de resgatar fatos remotos acontecidos nos primeiros anos de vida
31

do paciente.

As anamneses descritas por Junqueira (1998), Ríspoli e Bacha (1997/1998) seguem o


modelo acima sugerido por Marchesan (1993, 1997, 1998), incluindo, entretanto,
aspectos relacionados aos hábitos bucais.

Revelando adaptações e modificações quanto aos aspectos priorizados pelas autoras


supracitadas, as propostas de anamnese em Felício (1994, 1999), Bianchini (1995,
2000), Anelli (1997), Souza, Campiotto e Freitas (1997) estão direcionadas para a
atuação com pessoas que apresentam sintomatologia de desordens da articulação
temporomandibular e/ou indicação de cirurgia ortognática. Os autores sugerem um
roteiro que contemple os seguintes aspectos: postura corporal, saúde, sono, hábitos
parafuncionais, história pregressa da manifestação da doença, queixa e evolução do
problema, descrição do problema, alimentação, tratamentos anteriores e aspectos
comportamentais e emocionais. Cabe ressaltar que Felício (1999) passa a direcionar a
avaliação, acima apresentada, também a usuários de prótese total.

Nas produções de Ferraz (1983), Marchesan (1993, 1998), Beuttenmüller e


Beuttenmüller (1995), Ferraz (1997), Junqueira (1998), González e Lopes (2000), a
temática avaliação/diagnóstico dá ênfase aos aspectos morfológicos e postura;
tonicidade e mobilidade dos órgãos fonoarticulatórios e avaliação das funções
estomatognáticas: respiração, mastigação, deglutição e fala.

Nas produções de Padovan (1976), Marchesan (1993, 1997, 1998), Beuttenmüller e


Beuttenmüller (1995), Junqueira (1998), as autoras, além da avaliação das estruturas e
funções acima mencionadas, realizam um detalhamento do que deve ser observado nas
mesmas, objetivando fornecer condições para o diagnóstico, prognóstico, plano
terapêutico e encaminhamentos.

É interessante notar que, se a análise até aqui realizada refere-se, predominantemente,


à maneira como o tema é abordado nas publicações em forma de livros, já nos
32

capítulos de livros e artigos publicados em periódicos a temática


entrevista/anamnese/avaliação/diagnóstico encontra-se, em geral, abordada no item
Material e Método ou Metodologia, a partir da apresentação e relatos de casos clínicos.

Os artigos que tratam de relatos de casos clínicos mencionam que os indivíduos,


objetos dos estudos em questão, foram submetidos à anamnese e avaliação com o
objetivo de levantar o histórico do paciente e avaliar os aspectos morfológicos
(anatômicos e posturais) e a funcionalidade do sistema estomatognático (funções de
respiração, mastigação, deglutição e fala), conforme podemos notar em Dragone
(1986), Salomão (1994), Junqueira (1994), Moura (1994), Marchesan (1994),
Tessitore e Manicardi (1996), Kyrillos, Bortolai e Nascimento (1997) Dragone, Coleta
e Bianchini (1997/1998), Figueiredo, Bianchini e Crivello Júnior (1997/1998),
Panhoca, Silvério, Borin, Feres, Fusch e Ramos (1997/1998), Cardoso, Giellow e
Mattos (1997/1998), Rodrigues, Berretin, Jorge e Genaro (1998), Naufel, Felício e
Thomazinho (1998), Tomé, Guedes, Silva e Cechella (1998), Pereira, Silva e Cechella
(1998), Cunha, Felício e Bataglion (1999), Rossi e Ávila (1999), Bernardes (1999),
Nagem (1999), Oda, Arnaez e Anelli (1999/2000), Santos, Ávila, Cechella e Morais
(2000), Lima, Meuer e Capp (2000), Casanova (2000) e Picinato e Genaro (2000).

Cabe ressaltar que poucos autores apresentam protocolos de avaliação e/ou anamnese,
e os que o fazem não informam a fonte, conforme podemos encontrar em Junqueira
(1992), Neiva e Wertzner (1996), Franco (1998), Souza e Wertzner (1998), Ferreira
(1999), Thomé, Meneguetti, Oliveira e Anelli (1999/2000) e Felício (2000).

Após descrever aspectos que vêm sendo abordados no tema entrevista/


anamnese/avaliação/diagnóstico, em Motricidade Oral, consideramos importante
apresentar a finalidade atribuída a tais procedimentos.

O tema a entrevista/anamnese/avaliação/diagnóstico vem sendo discutido, na produção


em Motricidade Oral, como o primeiro procedimento clínico. Para Marchesan (1998,
p. 32) e Bianchini (2000, p. 195), o objetivo da anamnese é conhecer a história da
33

doença, com o intuito de compreender as possíveis causas da queixa trazida pelo


paciente. De acordo com essa idéia, Marchesan (1998, p. 41) considera que “esse
momento é da maior importância. É nele que vamos construir uma relação favorável,
ou não, com o paciente e seus pais e também conhecer alguns aspectos do problema
em razão do qual fomos procurados”.

Na opinião de Junqueira (1998), na entrevista inicial o profissional pode “certificar-


se” de aspectos referentes ao interesse do paciente em relação ao tratamento e aos
motivos que o levaram a procurar ajuda do fonoaudiólogo, enquanto, para Felício
(1999), durante a anamnese o paciente tem a oportunidade de relatar o que sente e a
trajetória percorrida em busca da solução do seu problema.

Pudemos notar que os dados coletados e analisados a partir dos procedimentos de


anamnese e entrevista têm por finalidade fornecer subsídios que possibilitem
diagnóstico e proposta terapêutica.

No que se refere à avaliação, deparamo-nos com um consenso quanto à exploração dos


aspectos morfológicos (anatômicos e posturais) e da funcionalidade do sistema
estomatognático (funções de respiração, mastigação, deglutição e fala).

O enfoque da anamnese e avaliação constitui uma abordagem diferenciada quando tais


procedimentos são destinados a pacientes adultos com queixa específica de desordens
temporomandibulares, bem como a usuários de prótese total ou com indicação de
cirurgia ortognática, uma vez que explora fatos e situações atuais envolvidos com a
queixa.
34

4.2 ANATOMIA E FISIOLOGIA

Os conhecimentos relativos a esse tema que fundamentam a prática voltada aos


problemas da Motricidade Oral, têm sua maior concentração na classificação
anatômica e na fisiologia dos músculos que compreendem o complexo crânio-cérvico-
facial, com base em conhecimentos sistematizados pelas áreas médica e odontológica.

Esse tema surge na literatura pesquisada nas décadas de 1970 e 1980, nos trabalhos de
Padovan (1976) e Ferraz (1983), que descrevem as estruturas anatômicas da língua,
dos lábios, do palato duro e do mole, da mandíbula, da musculatura facial, dos dentes,
das arcadas dentárias, da faringe, do esôfago, da epiglote e dos músculos supra-
hióides. Os trabalhos mencionados acima discutem também o papel que essas
estruturas desempenham na deglutição, e a fisiologia da deglutição normal e atípica.

Podemos, ainda, observar que Canongia (1989) dedicou 4 capítulos em seu livro para
descrever a anatomia e fisiologia dos órgãos responsáveis pelas funções da respiração,
sucção, mastigação e deglutição.

Notamos que as produções formuladas nas décadas de 1970 e 1980 enfatizavam a


fisiologia da deglutição normal e atípica. A partir da década de 1990, a deglutição
atípica deixou de ser o centro das atenções das produções, e os aspectos relativos à
anatomia e à fisiologia voltaram-se para os órgãos envolvidos na respiração,
mastigação, deglutição, fala e hábitos orais, conforme podemos encontrar em
Canongia, Cohen e Régnier (1990), Altmann (1994), Beuttenmüller e Beuttenmüller
(1995) e Ferraz (1997).

Foi a partir dos trabalhos de Bianchini (1998) e Marchesan (1993) e González e Lopes
(2000) que os aspectos anatômicos e fisiológicos passaram a incorporar as noções de
crescimento e desenvolvimento craniofacial e a correlação de forma e função, na
classificação e funcionamento do sistema estomatognático.
35

Nas publicações de Bianchini (1998 e 2000), a autora aborda o tema


anatomia/fisiologia, relacionando ossos, músculos e ligamentos que compõem a
articulação temporomandibular.

Cabe aqui uma reflexão sobre a forma como o tema anatomia/ fisiologia vem sendo
abordado na produção em Motricidade Oral. De acordo com a análise realizada na
introdução deste trabalho, entendemos que a Medicina e a Odontologia desempenham
papel importante na constituição da área da Motricidade Oral. Essas áreas, que têm nos
aspectos relativos à anatomia e fisiologia um dos seus fundamentos, são responsáveis
pela produção, sistematização e difusão de conhecimentos acerca de tal tema,
legitimando, dessa forma, a apropriação dos mesmos por parte da Fonoaudiologia.

Entendemos que a área da Motricidade Oral não perde sua autonomia ao adotar
conhecimentos sistematizados por outras áreas, mas, ao utilizá-los desprovidos de uma
visão própria, corre o risco de estabelecer uma relação de subordinação com as áreas
médica e odontológica, bem como renegar a segundo plano dimensões para além da
orgânica, que também influenciam na configuração dos aspectos que compõem a
Motricidade Oral.

A anatomia e a fisiologia constituem apenas parte dos conhecimentos que envolvem


tal área. Entendemos que os temas que norteiam o fazer em Motricidade Oral deveriam
dar ênfase, dentre outras, às condições emocionais, culturais, sócioeconômicos e
escolares, que concorrem para as alterações da Motricidade Oral.

4.3 TRATAMENTO/EXERCÍCIOS

Nas décadas de 1970 e 1980, o tema tratamento/exercícios aparece na produção a


partir da descrição de listas de exercícios visando adequação da musculatura dos
órgãos fonoarticulatórios, dos padrões de deglutição, respiração, sucção, bem como da
eliminação de hábitos orais e articulatórios considerados inadequados, conforme
consta em Padovan (1976) e Ferraz (1979, 1983).
36

Padovan (1976) divide tal adequação em três etapas: conscientização, treinamento e


automatização, enquanto Ferraz (1979, 1983) considera conscientização, aplicação dos
exercícios e reforço.

Na década de 1990, a conscientização por parte do paciente quanto ao seu problema,


bem como o treino muscular e a reeducação das funções estomatognáticas, continuam
sendo valorizados no tratamento; entretanto, uma proposta dinâmica voltada para os
aspectos relativos ao crescimento e desenvolvimento craniofacial do indivíduo passou
a incorporar essa nova visão.

Marchesan (1993) propõe uma mudança na abordagem de tratamento voltado às


desordens da Motricidade Oral, ressaltando a importância de compreender os limites
anatômicos que alguns pacientes apresentam, com fator determinante para a aquisição,
ou não, de padrões musculares e funcionais esperados. Para tanto, Marchesan (1993, p.
63-69) considera fundamental que

trabalhar com motricidade oral em Fonoaudiologia requer um


profundo conhecimento de anatomia, fisiologia e das áreas
correlatas à nossa profissão [...] unir os conhecimentos específicos,
saber avaliá-los e usá-los no momento adequado, mais a busca e
compreensão da situação problema que o indivíduo está vivendo,
será um passo dado na direção do “final feliz” no processo
terapêutico. (aspas da autora).

Outro aspecto que foi incorporado nas produções relacionadas ao tratamento em


Motricidade Oral refere-se ao papel de “educador” atribuído ao fonoaudiólogo por
Felício (1994), Bianchini (2000) e Marchesan (1993).

Podemos acompanhar na produção uma mudança na abordagem do tema


tratamento/exercícios desde a década de 1970 até os dias de hoje. Enquanto na década
de 1970 as produções tendiam a abordar o tema tratamento sugerindo uma seqüência
prédeterminada de exercícios, nas décadas que se seguiram verificamos a valorização
da figura do educador, e a literatura passa a enfatizar a necessidade de considerar as
limitações anatômicas e funcionais do indivíduo por interferirem no prognóstico do
37

tratamento.

Uma vez analisados os temas que surgem com acentuada recorrência, passamos a
analisar aqueles que foram pouco explorados na produção pesquisada, uma vez que
também são reveladores de como vem sendo constituído o saber que fundamenta o
campo da Motricidade Oral.

4.4 INTERDISCIPLINARIDADE

O tema interdisciplinaridade aparece na produção quando esta enfoca alterações e


problemas ligados à Motricidade Oral envolvendo cuidados de outras áreas.

Ao analisar os trabalhos que tratam da atuação interdisciplinar, pudemos perceber que


a maioria aborda temas relacionados à Odontologia, mais especificamente à
Ortodontia e à Ortopedia Funcional dos Maxilares.

No artigo de Mitri e Marchesan (1987, p. 75-79), as autoras têm por objetivo “mostrar
como o trabalho e o conhecimento conjunto das áreas, Ortodontia e Fonoaudiologia,
podem ajudar os profissionais a levarem o indivíduo a estabelecer a adequação de suas
funções neurovegetativas, diminuindo as recidivas, obtendo-se assim melhor resultado,
tanto no âmbito fonoaudiológico como no ortodôntico”. Concluem afirmando que “o
sucesso de um tratamento não necessariamente dependerá do trabalho em conjunto,
mas sim do conhecimento e senso crítico de cada profissional em saber quando e como
necessitaria da intervenção de áreas correlatas para melhores resultados finais”.

Periotto e Camargo (1997/1998, p. 440) descrevem condutas terapêuticas adotadas por


fonoaudiólogos e ortopedistas funcionais dos maxilares (dentistas) que atuam em uma
clínica-escola com formação em ambas as áreas. As autoras observam que “neste
trabalho integrado, vimos quantos conceitos podem ser trazidos da ortopedia funcional
para o nosso trabalho e o raciocínio fonoaudiológico do dia-a-dia”, e concluem
salientando que “fica claro que necessitamos de vivências e ajudas mútuas entre
38

profissionais da saúde, em benefício do paciente, como ser humano mais equilibrado


funcionalmente”.

Medeiros (1999, p. 10-12.) apresenta o resultado de uma pesquisa realizada com 30


ortodontistas com o objetivo de verificar se existe relação interdisciplinar entre a
Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares e a Fonoaudiologia, verificando que
96% dos profissionais encaminham seus pacientes para avaliação fonoaudiológica.
Embora faça essa constatação, a autora conclui

existe divulgação do trabalho fonoaudiológico aos ortodontistas e


ortopedistas, mas não eficiente, pois ainda há falta de
conhecimento de quais casos necessitam intervenção fonoterápica,
qual o melhor momento para que a mesma ocorra e qual é a
extensão do campo de atuação fonoaudiológico.

Podemos entender que,, embora os trabalhos acima mencionem a interdisciplinaridade


como pertinente à atuação na área da Motricidade Oral, ela não é posta em discussão,
uma vez que tal tema aparece na produção restrita à necessidade de encaminhamento
e/ou de atendimento paralelo de profissionais afins. A interdisciplinaridade não é
discutida a partir de questões que consideramos importantes, ou seja: Como a área da
Motricidade Oral concebe a interdisciplinaridade? Qual a contribuição da abordagem
interdisciplinar? Como vem se desenvolvendo a relação interdisciplinar na área da
Motricidade Oral? E finalmente: Quais são os entraves que se colocam para que uma
ação interdisciplinar ocorra efetivamente?

4.5 ETIOLOGIA

Outro tema que aparece negligenciado na produção levantada é a etiologia. Apesar da


importância que o tema representa para o levantamento dos fatores que contribuem
para a ocorrência das alterações em Motricidade Oral, poucos trabalhos dedicam-se a
discorrer sobre o ele.
Padovan (1976) trata da etiologia das deformações dentofaciais, apontando como
possíveis causas os hábitos deletérios da respiração bucal, sucção de dedo, chupeta,
onicofagia e bruxismo.
39

Da mesma forma, Ferraz (1983, 1997) considera como causas da maloclusão, além dos
hábitos deletérios citados acima, a hereditariedade, fatores desconhecidos na fase
embrionária, traumas, doenças, a utilização de objetos extracorpóreos, tais como
mamadeira , ainda o hábito de morder objetos.

Para Altmann (1994), a etiologia da deglutição atípica deve-se a fatores relacionados


ao uso de mamadeira com bico inadequado, hábitos orais deletérios, aspectos
orgânicos, alimentação inadequada, características genéticas estruturais e tendências
neuróticas ou psicológicas.

Marchesan (1998) discorre a respeito da influência da alimentação inadequada no


crescimento e desenvolvimento craniofacial e nas alterações miofuncionais.

O artigo de Zara e Felício (1999/2000) relata como causas da macroglossia fatores


congênitos ou desordens sistêmicas.

Em González e Lopes (2000), as autoras fazem referência à etiologia da deglutição


atípica relacionada aos maus hábitos orais, malformações faciais, características
genéticas estruturais, hipertrofia das amígdalas e fatores emocionais ou psicoafetivos.
As autoras relatam que a etiologia da respiração bucal tem como origem fatores
orgânicos diversos, destacando ainda que as causas da mordida aberta estão
relacionadas aos maus hábitos orais, à respiração bucal e à interposição lingual.

Podemos, portanto, concluir que a produção em Motricidade Oral aborda o tema


etiologia sob dois aspectos. O primeiro refere-se aos maus hábitos orais como
causadores das deformações dentofaciais; o segundo discute as causas da deglutição
atípica e dos hábitos orais inadequados. Entretanto, podemos notar um consenso e uma
unanimidade nas posições das autoras acima citadas ao afirmarem que os hábitos orais
inadequados são responsáveis pela causa e manutenção de alterações dentofaciais.
40

4.6 PREVENÇÃO

Embora cada vez mais a prevenção esteja conquistando espaço nas discussões relativas
à saúde coletiva, o mesmo parece não estar acontecendo no campo da Motricidade
Oral, principalmente no que se refere à produção literária sobre o tema.

O tema prevenção surge na literatura em Motricidade Oral com o trabalho de


Canongia (1989, p. 52), apresentando uma classificação dos hábitos viciosos em três
grupos - postura, alimentação e modo de viver e enfatizando a importância de preveni-
los. A autora considera ainda que “ante um hábito vicioso, é preciso que o
fonoaudiólogo leve em consideração os fatores de crescimento, de desenvolvimento e
de maturação, além das condições psicossociais do paciente”.

Em 1990, Canongia, Cohen e Régnier publicaram o trabalho Prevenindo os


distúrbios oromiofuncionais, no qual identificam os seguintes aspectos: alimentação,
primeiras manifestações do bebê, atividades motoras, funções pré-lingüísticas,
musculatura orofacial e interferência do meio ambiente, como fatores a serem
observados na prevenção de diversas patologias fonoaudiológicas.

Conforme podemos perceber a prevenção dos distúrbios da Motricidade Oral, descrita


por Régnier (1991, p. 31), está relacionada à informação que as mães devem receber
sobre alimentação natural e artificial, padrões alimentares, mastigação correta, higiene
bucal, hábitos corretos, respiração predominantemente bucal e posturas inadequadas,
como forma de prevenir as alterações no crescimento e desenvolvimento motororal.

A importância da conscientização dos hábitos bucais nocivos, como medida


preventiva, foi relatada por Medeiros (1992), sugerindo intervenção nos casos de uso
prolongado de chupeta e mamadeira.

Proença (1994) detalha as funções e os aspectos sensório-motores dos órgãos


articuladores da fala, descrevendo o desenvolvimento normal, bem como propostas
41

preventivas e facilitadoras quando na presença de desvios. A autora enfatiza a


importância de, especialmente pediatras e mães, conhecerem os aspectos normais que
envolvem o aleitamento materno, o uso de chupetas e mamadeiras, a mastigação e a
deglutição, como condições que podem intervir preventivamente nos desvios da fala.

O aleitamento materno foi descrito por Junqueira (1997), Nóbile (1997, 1998),
Andrade e Garcia (1998), Cattoni, Neiva, Zackiewicz e Andrade (1998) como fator
importante de prevenção, nutrição e promoção do pleno crescimento e do
desenvolvimento da saúde física e psicológica da criança. As autoras descrevem ainda
a importância do conhecimento dos hábitos orais inadequados e a forma de tratá-los
para prevenir as alterações das habilidades miofuncionais orais e das funções
neurovegetativas.

Segundo as colocações acima, podemos entender que existe um consenso entre as


autoras quanto ao incentivo ao aleitamento materno, à alimentação adequada na
primeira infância e à eliminação de hábitos orais nocivos, como forma de prevenir as
alterações no crescimento facial, a maloclusão, e problemas no desenvolvimento das
funções estomatognáticas.

Embora as autoras abordem aspectos que dizem respeito à prevenção de problemas


relativos à Motricidade Oral, o número de publicações encontra-se abaixo do esperado,
dada a importância que o tema representa para a área da saúde.
42

4.7 HISTÓRICO

Dentre os poucos trabalhos que abordam aspectos históricos vinculados à Motricidade


Oral, citamos Padovan (1976), que faz um breve relato dos autores internacionais que
escreveram sobre o tema no início do século XX.

Bianchini (2000, p. 21-49) realiza inicialmente um resgate, desde o início do século


XX até a década de 1960, descrevendo os primeiros trabalhos internacionais
publicados sobre o tema, relatando em seguida, o início da prática fonoaudiológica no
Brasil, e citando os trabalhos de Figueredo Neto (1988) e Berberian (1995). Conclui
afirmando ser Padovan (1976) a precursora da área da Motricidade Oral no Brasil.

Consideramos que, apesar dos 24 anos desde a primeira publicação na área da


Motricidade Oral, ela não toma como objeto de reflexão as determinantes históricas
que têm participado da sua constituição.

Ao negligenciar a reconstituição e o conhecimento do caminho percorrido pela


Motricidade Oral, estamos desprovidos de ferramentas que nos permitam compreender
sua origem, sua identidade atual, suas possibilidades e perspectivas futuras.
Consideramos ser de responsabilidade do profissional que atua e produz conhecimento
no campo da Motricidade Oral refletir acerca da forma como a área específica é
caracterizada e, ao mesmo tempo, participa da delimitação do perfil e da identidade da
Fonoaudiologia.
43

5 REFERÊNCIAS INTERNACIONAIS E NACIONAIS NORTEADORAS DA


PRODUÇÃO NACIONAL EM MOTRICIDADE ORAL

Neste item, pretendemos analisar os autores nacionais e internacionais citados na


produção pesquisada em nosso estudo, possibilitando-nos identificar quais deles
surgem com acentuada recorrência e têm exercido maior influência na produção do
conhecimento na área da Motricidade Oral.

Para tanto, realizaremos um breve resgate histórico acerca das influências


internacionais na constituição da produção literária nacional, tendo em vista o fato de a
área Motricidade Oral ter-se constituído a partir do movimento de profissionais
oriundos da América do Norte, bem como analisaremos as primeiras produções acerca
do tema.

Com o intuito de entender como surgiram as primeiras produções internacionais


relativas às alterações da Motricidade Oral, realizaremos também um breve resgate
histórico das influências que áreas afins tiveram nesse processo.

As primeiras publicações que tratam de temas voltados para o campo da Motricidade


Oral surgiram no começo do século XX, nos Estados Unidos, formuladas por Angle,
19075; Rogers, 1918a6, 1918b7; Lischer, 19128; Truesdell, Truesdell, 19379; Rix,

5
ANGLE, E. H. Malocclusion of the teeth. Philadelphia: S. S. White, 1907.
6
ROGERS, A. P. Exercises for the development of the muscles of the face, with a view to increasing their
functional activity. Dent. Cosmos, 1918.
7
ROGERS, A. P. Swallowing patterns of a normal population sample compared to those patients from an
orthodontic practice. Int. J. Orthod., 1918b.
8
LISCHER, B. E. Principles and methods of Orthodontics. Philadelphia: Lea and Febiger, 1912.
9
TRUESDELL, B.; TRUESDELL, F. B. Deglutition: with special reference to normal function and the
diagnosis, analysis and correction of anormalities. Angle Orthod., Appleton, 1937.
44

194610; Ballard, 1948a11, 1948b12, 195113; Strang, 194914 (apud HANSON; BARRETT,
1995) todos dentistas, preocupados com as constantes recidivas de maloclusões após a
conclusão do tratamento ortodôntico. Esses autores iniciaram uma série de estudos a
respeito da influência que as forças musculares e os maus hábitos orais causavam na
dentição.

Como pudemos analisar nos Procedimentos Metodológicos e nas primeiras


publicações acima citadas, a história da Motricidade Oral, tanto no Brasil como no
exterior, esteve desde os primórdios da sua constituição ligada à Medicina e à
Odontologia e, portanto, a aproximação com tais áreas constituiu-se elemento
fundamental nas produções literárias norteadoras desse campo da Fonoaudiologia.

As publicações sobre as alterações da Motricidade Oral continuaram sendo publicadas


por dentistas e ortodontistas americanos e europeus nos anos que se seguiram às
primeiras publicações. Entretanto, foi na década de 1960 que fonoaudiólogos
americanos começaram a receber treinamento para correção da deglutição atípica e
fortalecimento dos músculos orofaciais, por intermédio do ortodontista Walter J.
Straub, que organizava pequenos cursos em seu consultório para dentistas,
enfermeiros, fonoaudiólogos, dentre outros profissionais, ensinando os princípios da
terapia miofuncional. Nessa mesma época, Straub15 (1960) publicou a Parte I da
trilogia do Mau Funcionamento da Língua, trabalho que alcançou grande
repercussão nos meios odontológico e fonoaudiológico norte-americanos, segundo
Hanson e Barrett (1995, p. 21).

10
RIX, R. E. Deglutition and the teeth. Dent. Rec. [S.l.], p 66 – 103, 1946.
11
BALLARD, C. F. The upper respiratory musculature and Orthodontics. Dent. Rec., 1948.
12
BALLARD, C. F. Some bases for aetiology and diagnosis in Orthodontics. Br Soc. Study Orthod. Soc.,
Trans., 1948b.
13
BALLARD, C. F. The facial musculature and anomalies of the dentoalveolar structures. Eur. Orthod. Soc.
Trans., 1951.
14
STRANG, R. H. W. The fallacy of denture expansion as a treatment procedure. Angle Orthod., Appleton,
1949.
15
STRAUB, W. J. Malfunction of the tongue. part I. The abnormal swallowing habit: its cause, effects, and
results in relation to orthodontic treatament and speech therapy. Am. J. Orthod., 404 - 424, 1960.
45

A década de 1960 foi considerada um marco do pensamento americano, que


impulsionando estudiosos na formulação de conceitos e na produção científica sobre
temas relacionados com a Motricidade Oral, conforme afirmam Hanson e Barrett
(1995, p. 21).

Dentre as inúmeras obras que ganharam destaque no cenário da Motricidade Oral


brasileira, além das obras de Walter J. Straub (195116, 196117, 196218) apud (HANSON;
BARRETT, 1988), podemos encontrar outras duas publicações internacionais que
tratam das alterações da Motricidade Oral, de autoria dos fonoaudiólogos Marvin L.
Hanson e Richard R. Barrett, datadas de 1978 e 198819.

Nosso estudo revelou, portanto, que, além de produções internacionais de autoria de


fonoaudiólogos, vários estudos da área odontológica também deram uma contribuição
significativa na produção nacional em Motricidade Oral, conforme Tabela abaixo.

TABELA 5 - AUTORES INTERNACIONAIS MAIS CITADOS PELOS FONOAUDIÓLOGOS BRASILEIROS POR TIPO
DE PRODUÇÃO

QUANTIDADE POR PRODUÇÃO


Artigos em
Autor/Tipo Livros Capítulos de livros Separatas Total
periódicos
Hanson 9 3 22 1 35
Barrett 5 3 10 1 19
Moyers 8 4 6 18
Straub 5 4 7 1 17
Segovia 5 1 8 14
Graber 4 2 4 1 11
Linder-Aronson 1 1 8 10
Schwartz 1 4 5 10
Proffit 5 1 3 9
Garliner 3 1 3 1 8
Planas 6 1 1 8
Okeson 2 1 4 7
Barlow 6 6
Bradley 1 5 6

16
STRAUB, W. J. The etiology of the perverted swalloing habit. Am. j. Orthod., 37, 603, 1951.
17
STRAUB, W. J. Malfunction of the tongue. part II. The abnormal swallowing habit: its cause, effects, and
results in relation to orthodontic treatament and speech therapy. Am. J. Orthod., 596 - 617, 1961.
18
STRAUB, W. J. Malfunction of the tongue. part III. The abnormal swallowing habit: its cause, effects, and
results in relation to orthodontic treatament and speech therapy. Am. J. Orthod., 486 - 513, 1962
19
O livro de autoria da Hanson e Barrett (1988) foi traduzido para a língua portuguesa em 1995.
46

Continuação da Tabela 5
QUANTIDADE POR PRODUÇÃO
Artigos em
Autor/Tipo Livros Capítulos de livros Separatas Total
periódicos
Muller 1 1 4 6
Ricketts 5 1 6
Subtelny 1 5 6
Tallgren 3 3 6
Angle 2 3 5
Breinholt 1 4 5
Carlsson 2 1 2 5
Cohen 1 4 5
Enlow 5 5
Fletcher 1 1 3 5
Harrington 1 4 5
Logemann 1 4 5
Moss 3 2 5
Pierce 1 4 5
Rogers 3 1 1 5
Andrianopoulos 1 3 4
Astendig 1 3 4
Costen 1 2 1 4
Ehrlich 1 2 1 4
Gisel 1 3 4
Harris 4 4
Larsson 1 3 4
Leech 2 1 1 4
Ramfjord 2 2 4
Rix 1 1 1 1 4
Solberg 2 2 4
Andersen 1 2 3
Ash 2 1 3
Bell 2 1 3
Cauhépé 1 1 1 3
Dawson 2 1 3
Gelb 2 1 3
Jankelson 2 1 3
Lund 2 1 3
Mason 1 2 3
McNeil 2 1 3
Neifert 1 2 3
Netssel 3 3
Posselt 1 2 3
Psaumé 3 3
Rath 3 3
Schimith 3 3
Sheppard 3 3
Totais 114 48 181 9 352
47

Dois dos autores mais citados pelos fonoaudiólogos brasileiros, Hanson e Barrett, são
fonoaudiólogos, e suas obras abordam os seguintes temas: deglutição atípica e
distúrbios correlatos; fala; bases dentárias; conceitos e procedimentos ortodônticos;
aspectos de anatomia relevantes para o miologista orofacial; fisiologia aplicada;
etiologias; diagnóstico e prognóstico; métodos e filosofia de tratamento (nos quais se
baseia o terapeuta); tratamento recomendado; sucção e outros hábitos orais e assuntos
profissionais.

O terceiro autor mais citado, Moyers, é ortodontista, cujas obras foram publicadas na
área odontológica, e nas quais são abordados os seguintes temas: introdução ao estudo
e à prática da Ortodontia; conceitos básicos de crescimento e desenvolvimento;
crescimento facial pré-natal; crescimento do esqueleto craniofacial; maturação da
musculatura bucofacial; desenvolvimento dos dentes e da oclusão; etiologia da
maloclusão; exame ortodôntico, classificação e terminologia da maloclusão, análise da
musculatura bucofacial; análise dos dentes e da oclusão; análise do esqueleto
craniofacial; biomecânica dos movimentos dentários; planejamento do tratamento
ortodôntico; tratamento e problemas clínicos; papel da Ortodontia na Odontologia, e
técnicas, materiais e instrumentos.

O quarto autor, Straub, também ortodontista, discute em suas obras os seguintes temas:
etiologia do hábito de deglutição pervertida; má-função da língua; hábitos anormais de
deglutição – causa, efeitos e resultados em relação ao tratamento ortodôntico e
fonoaudiológico.

A quinta autora mais citada, a fonoaudióloga Segovia, aborda os seguintes temas em


suas publicações: Fonoaudiologia e Odontoestomatologia; dislalias; função de
adaptação; anatomia funcional da estruturas maxilofaciais; deglutição atípica;
maturação das praxias estomatológicas; etiologia das praxias infantis; fonação,
deglutição e maloclusão; respiração bucal; sucção digital; exame clínico; diagnóstico
foniátrico; estatística da deglutição atípica; tratamento e Fonoodontoestomatologia nos
pacientes incapacitados .
48

Podemos constatar que três dos autores internacionais mais citados na produção
pesquisada, embora sua formação acadêmica seja em Fonoaudiologia, apresentam em
suas obras, além de assuntos pertinentes à Motricidade Oral, conceitos e princípios
próprios da Odontologia e Ortodontia.

Dois dos autores mais citados são dentistas, sendo suas obras basicamente centrados
em assuntos pertinentes à Odontologia.

Dessa maneira, podemos observar que a aproximação da Odontologia com a


Motricidade Oral estabeleceu-se inicialmente pelo fato de o trabalho nesse campo ter
sido iniciado por dentistas preocupados com o resultado final do tratamento
ortodôntico, e posteriormente por meio da literatura odontológica que se tornou
referência na produção nacional em Motricidade Oral.

Outro aspecto que chama a atenção é o fato de a década de 1960 ser considerada o
marco que impulsionou o campo da Motricidade Oral na América do Norte e de
paralelamente no Brasil esse período ser considerado para a Fonoaudiologia como o
“período em que se institucionalizou a criação dos primeiros cursos universitários
voltados para a formação de seus profissionais” (BERBERIAN, 1995, p. 9).

Acreditando que a retrospectiva da criação dos primeiros cursos de Fonoaudiologia no


Brasil e o início da produção literária na área da Motricidade Oral já foram discutidos
na primeira e segunda partes, passamos a seguir para a análise da produção dos autores
nacionais mais citados na literatura nacional em Motricidade Oral.

TABELA 6 - AUTORES NACIONAIS MAIS CITADOS PELOS FONOAUDIÓLOGOS BRASILEIROS POR TIPO DE
PRODUÇÃO
QUANTIDADE POR PRODUÇÃO
Capítulos de
Autor/Tipo Livros Periódicos Separatas Total
livros
Marchesan 2 2 45 49
Altmann 4 36 40
Bianchini 1 6 23 30
Felício 5 2 19 26
Padovan 2 3 11 16
49

Continuação da Tabela 6
QUANTIDADE POR PRODUÇÃO
Capítulos de
Autor/Tipo Livros Periódicos Separatas Total
livros
Junqueira 4 10 14
Douglas 1 1 11 13
Lino 2 11 13
Gomes 1 11 12
Krakauer 12 12
Molina 4 1 5 10
Silva 3 7 10
Wertzner 4 6 10
Canongia 3 6 9
Ferreira 2 1 6 9
Köhler, N. 9 9
Proença 3 1 5 9
Tomé 2 7 9
Andrade 1 7 8
Aragão 1 7 8
Petrelli 2 6 8
Araújo 1 6 7
Behlau 1 6 7
Camargo 1 6 7
Feres 1 6 7
Ferraz 1 1 5 7
Galvão 1 6 7
Lopes 5 2 7
Moresca 1 6 7
Rodrigues 2 1 4 7
Beuttenmüller, G. 6 6
Limongi 2 4 6
Santos Junior 4 2 6
Vitti 6 6
Carvalho 4 1 5
Correia 1 4 5
Costa 5 5
Guedes 2 1 2 5
Hungria 5 5
Marchiori 5 5
Mocellin 5 5
Vaidergorn 5 5
Vieira 1 4 5
Almeida 4 4
Campiotto 4 4
D' Agostino 4 4
Medeiros 1 3 4
Oliveira 2 2 4
Rocha 1 3 4
50

Continuação da Tabela 6
QUANTIDADE POR PRODUÇÃO
Capítulos de
Autor/Tipo Livros Periódicos Separatas Total
livros
Sá Filho 1 3 4
Saboya 1 1 2 4
Silvério 1 3 4
Anelli 1 2 3
Baptista 3 3
Barros 3 3
Braga 1 2 3
Farret 1 2 3
Hersan 3 3
Jabur 3 3
Laan 3 3
Machado 1 2 3
Moura 1 2 3
Paiva 1 2 3
Panhoca 1 2 3
Pereira 1 2 3
Psillakis 1 2 3
Rezende 2 1 3
Simões 1 2 3
Souza 3 3
Tessitore 3 3
Tomasi 3 3
Vaz 2 1 3
Xavier 3 3
Yavas 1 2 3
Total 95 27 (4,84%) 436 (78,14%) 558
(17,02%)

Conforme podemos notar, Marchesan figura entre as autoras mais citadas, com 49
citações referentes a 10 produções (média de 4,9 citações por produção), Altmann com
40 citações e 3 produções (média de 13,33), Bianchini com 30 citações e 11 produções
(média de 2,73), Felício com 26 citações e 6 produções (média de 4,33).

Além dessas autoras, que aparecem entre as que mais publicaram e foram citadas,
destacamos a representatividade no panorama das produções na área da Motricidade
Oral de Padovan, que foi citada 16 vezes (média de 6,29) nas publicações levantadas
em nosso estudo com apenas uma produção.
51

Podemos verificar em nosso estudo que, desde o início da década de 1970, período em
que as publicações nacionais acerca das alterações da Motricidade Oral começaram a
aparecer no Brasil, vários autores internacionais e nacionais destacam-se na literatura,
bem como a contribuição dos conhecimentos por eles formulados, os quais embasam a
produção nacional.

Dentre as contribuições formuladas pelos autores mais citados, destacamos aquelas


que surgem com maior recorrência e em torno das quais têm-se constituído os
conhecimentos teóricos que embasam a temática abordada do campo da Motricidade
Oral.

5.1 TERMINOLOGIA E DEFINIÇÃO ACERCA DA DEGLUTIÇÃO ATÍPICA

Apesar de a terminologia acerca das alterações da Motricidade Oral ter-se modificado


ao longo dos anos, conforme foi descrito na Parte 1, podemos encontrar na produção
uma forte influência do termo deglutição atípica, para designar as alterações da
deglutição, em publicações mais recentes.

Dessa forma, encontramos na produção de Neiva, Wertzner (1996) e Souza e Wertzner


(1998) diferentes termos utilizados na literatura voltada para as alterações da
Motricidade Oral, para denominar a deglutição atípica, tais como: deglutição com
projeção de língua, deglutição visceral, deglutição infantil, deglutição revertida,
deglutição desviada, síndrome da projeção lingual, projeção de língua e desordens
miofuncionais orofaciais, termos esses empregados e veiculados nas obras de Barrett
(1961), Hanson, Barnard, Case (1969), Hanson (1988) e Altmann (1990).

Em Ferraz (1997), citando Moyers (1987), a deglutição visceral ou infantil caracteriza-


se pela separação dos maxilares com a língua colocada entre as gengivas, estabilização
da mandíbula principalmente pela contração dos músculos do sétimo nervo craniano e
interposição lingual.
52

Em Köhler, N.; Köhler, G. e Köhler, J. (1995, p. 115), a deglutição atípica caracteriza-


se “por qualquer desvio do padrão normal adulto de deglutição, podendo ser definida
como o pressionamento da língua contra a superfície lingual dos dentes incisivos e
caninos ou a protrusão desta entre os dentes da arcada superior e inferior durante o
repouso e o ato de deglutir”, segundo Altmann (1990).

Pereira, Silva e Cechella (1998), citando Altmann (1990), descrevem a deglutição


atípica como o movimento de língua que, em vez de tocar a papila palatina, projeta-se
entre as arcadas dentárias tocando no vestíbulo labial ou exercendo um
pressionamento anterior sobre a superfície interna dos dentes.

Em Souza e Wertzner (1998), a definição da deglutição atípica foi descrita por Hanson
(1976) como sendo o contato da parte anterior ou lateral da língua com mais da metade
dos incisivos superiores ou inferiores ou a projeção de língua entre eles, no repouso e
na deglutição de líquidos, saliva ou sólido.

Da mesma forma, Cunha, Felício e Bataglion (1999), citando Padovan (1976), que
relaciona à deglutição atípica as seguintes características: língua posicionada entre os
arcos dentários ou rebordos alveolares, lábios contraídos ou abertos devido à
incompetência dos músculos orbiculares, presença de escoamento de líquido e
formação de bolhas de ar, participação dos músculos faciais, mentalis e algumas vezes
dos músculos cervicais com movimentos associados de pescoço.

Casanova (2000, p. 47), citando Altmann (1990), define a deglutição atípica “como
qualquer desvio do padrão normal adulto de deglutição. É caracterizada pelo
posicionamento da língua contra a superfície lingual dos dentes incisivos e caninos ou
a protrusão lingual entre as arcadas dentárias durante o repouso e a deglutição”.

Podemos, portanto, apreender que existe um consenso entre os autores nacionais e


internacionais quanto à definição da deglutição atípica, o mesmo não acontecendo
quanto à terminologia a ela designada.
53

5.2 AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM MOTRICIDADE ORAL

Na avaliação fonoaudiológica das alterações da Motricidade Oral, a avaliação da


comunicação oral foi citada por Areias, Vieira e Viera (1996), com base nos trabalhos
de Straub (1960) e Barrett e Hanson (1978), os quais propõem que a avaliação dos
sons da fala em pacientes com alteração da Motricidade Oral seja realizada por meio
de amostra da fala espontânea e nomeação de objetos e figuras que contenham os
fonemas a serem pesquisados.

Ríspoli e Bacha (1997/1998) propõem que na avaliação dos casos com queixa de
deglutição atípica ou adaptada seja observada a sugestão de Marchesan e Junqueira
(1997) quanto aos aspectos relacionados a idade, período da dentição, oclusão, postura
corporal, tônus, hábitos orais, outras funções orais ou possíveis comportamentos
imitativos.

Pereira, Silva e Cechella (1998) relatam que a avaliação da deglutição atípica proposta
por Straub (1960) deve ser realizada por meio da observação direta da saliva e líquidos
e da palpação da musculatura perioral e masseter. Deve-se observar se a língua
permanece, ou não, contida entre os arcos dentais com sua ponta na papila palatina, se
há contração da musculatura perioral e do músculo masseter. O autor considera a
deglutição atípica a não-ocorrência de pelo menos dois dos padrões acima citados a
partir dos 4 anos de idade.

Ao avaliar a fase oral da deglutição de indivíduos com queixa de disfunção


craniomandibular, Berretin, Genaro e Trindade Junior (2000) utilizaram alimentos
sólidos (pão francês e maçã) e líquido (água), de acordo com os procedimentos
propostos por Hanson e Barrett (1995).

Durante a avaliação fonoaudiológica, Bianchini (2000, p. 264), citando Bianchini


(1998) e Marchesan (1998), relata que
54

alguns cuidados devem ser tomados para que não sejam


caracterizadas como atípicas as funções que estejam adaptadas à
forma, e que, conseqüentemente, inviabilizem sua modificação real
e automatização.

Concluindo, podemos verificar que os autores acima mencionados abordam em sua


maioria a avaliação da deglutição atípica, ressaltando diferentes aspectos que estão
relacionados ao tipo de alimento utilizado na avaliação, à idade, período da dentição,
oclusão, postura corporal, tônus, hábitos orais, outras funções orais ou possíveis
comportamentos imitativos. A avaliação da comunicação oral, bem como a
observância quanto às adaptações funcionais, são também abordadas na produção.

5.3 TRATAMENTO FONOAUDIOLÓGICO DAS ALTERAÇÕES RELATIVAS À


MOTRICIDADE ORAL

Os métodos funcionais, mecânicos ou mistos para o tratamento das alterações da


Motricidade Oral são citados por Padovan (1976), Ferraz (1983, 1997), Areias, Vieira,
e Vieira (1996), Figueiredo, Bianchini e Crivello Junior (1997/1998), Jardini (1999),
Felício (1999) e Thomé, Meneguetti, Oliveira, Anelli (1999, 2000), e foram descritos
por Hanson (1967), Barrett (1961), Straub (1962), Hanson & Barrett (1995), Padovan
(1976), Segóvia (1977), Marchesan (1993), Altmann (1994).

Segundo Areias Vieira, M. M. e Vieira, R. M. (1996, p. 51), “os métodos funcionais


ou mioterápicos são aqueles que trabalham os grupos musculares envolvidos nas
funções neurovegetativas para sua adequação funcional”. Os mecânicos são aqueles
que recorrem ao auxílio de aparelhos para correção postural e funcional dos órgãos em
questão, enquanto os mistos associam exercícios mioterápicos e aparelhos para a
correção dos desvios das funções estomatognáticas.

Entretanto, Areias, Vieira, M. e Vieira, R. (1996) relatam que vários autores seguem a
sugestão de Straub (1962), quanto ao fato de os pais e crianças compreenderem os
objetivos do tratamento a respeito da adequação das funções de sucção, mastigação,
55

deglutição e fala, bem como da manutenção da conscientização, motivação,


responsabilidade e disciplina por parte das crianças.

A interdisciplinaridade foi abordada por Dragone, Coleta e Bianchini (1997, 1998, p.


308), citando Segóvia (1979), que afirma: “Trabalhar em equipe é enfrentar um
problema comum a várias especialidades com enfoques de diferentes ângulos e com
um só objetivo: beneficiar o paciente”. Para. Marchesan (1994), “o tipo de conduta de
um profissional deve ser compreendido pelo outro para que a condução do caso seja
melhor resolvida”; ao passo que, para Felício (1994), nem sempre existe uma
compreensão da atuação entre os profissionais, por causa da educação especializada
que cada um recebe.
Conforme relatos de Medeiros (1999), quanto à equipe interdisciplinar, Bianchini
(1998) defende a posição de que o trabalho conjunto deve promover a discussão entre
os profissionais envolvidos, bem como possibilitar a elaboração de um planejamento
comum. E, para Marchesan (1994, 1995), o trabalho conjunto entre fonoaudiólogo e
ortodontista vai promover melhores resultados ante os limites anatômicos impostos
pela oclusão, com o objetivo de se alcançar uma boa relação entre a forma e a função.

Nesse sentido, Bianchini (2000, p. 29), ao citar Mitri e Marchesan (1987), acredita que
“o importante seria cada profissional saber quando e como a intervenção de áreas
correlatas contribuiria para melhores resultados finais”.

Köhler, N.; Köhler, G. e Köhler, J. (1995, p. 121) citam Marchesan (1993), ao


discorrer sobre o insucesso no tratamento miofuncional, referindo que “as falhas nas
terapias estão muitas vezes ligadas ao desconhecimento do desenvolvimento motor,
neurológico, intelectual, psicológico, anatômico e fisiológico do indivíduo”.

Quanto à média de tempo de terapia fonoaudiológica para as alterações da Motricidade


Oral, Ríspoli e Bacha (1997, 1998) relatam que, segundo Marchesan (1994), é de três a
quatros meses para pacientes adultos e de seis a oito meses para crianças, ressaltando
que todos os pacientes devem ser acompanhados pelo terapeuta até o final do
56

tratamento ortodôntico, com objetivo de controlar as recidivas.

No que se refere ao tratamento dos hábitos orais deletérios, podemos encontrar na


produção, objeto de nosso estudo, vários autores preocupados com esse tema.

Parizzi e Villar (1999), ao escreverem sobre a eliminação dos hábitos deletérios,


relatam que, segundo Moyers (1991), mesmo com todo o cuidado clínico, alguns casos
podem apresentar recidiva.

Felício (1999), ao referir o uso da grade palatina como recurso terapêutico para evitar
a projeção da língua e fechar a mordida aberta, cita a posição de Hanson e Barrett
(1995), ao referirem que muitas vezes a grade pode ocupar o espaço intraoral, fazendo
com que a língua assuma uma posição projetada, e que ao descer sobre o dorso da
língua empurra os dentes para a frente, mantendo-os mais afastados do que o normal.

Casanova (2000), citando Marchesan (1994), relata que a eliminação dos hábitos de
sucção em crianças que apresentam mordida aberta e dentição decídua pode fechar a
mordida, desde que não exista mordida cruzada ou em topo.

Dragone, Coleta, Bianchini (1997/1998), Junqueira (1998) e Gomes (1999) chamam a


atenção para a plasticidade do sistema estomatognático e a adaptação da língua ante as
variações da maloclusão, como situações que impedem a reabilitação fonoaudiológica
antes da correção da maloclusão, posições essas defendidas por Marchesan, Krakauer
(1994), Marchesan, Sanseverino (1995), Marchesan, Junqueira (1997) e Bianchini
(1995, 1998).

Nos trabalhos de Tomé, Farret, Jurach (1996, p. 101) e Parizzi e Villar (1999), os
autores alertam que, antes de tentar o controle ou eliminação de qualquer hábito
deletério, Moyers (1979) sugere que “é importante ter em mente o papel da
musculatura bucal no desenvolvimento da maloclusão e os mecanismos dos hábitos na
etiologia desta”.
57

Da mesma forma, Tomé, Farret e Jurach (1996) chamam a atenção para a posição de
Moyers (1979) quanto à possibilidade de autocorreção de algumas maloclusões com a
eliminação precoce dos hábitos de sucção, desde que o padrão esquelético seja normal.

Entendendo que o trabalho mioterápico para as alterações da Motricidade Oral tem por
objetivo o restabelecimento das funções desempenhadas pelo sistema estomatognático
e que a articulação temporomandibular faz parte desse sistema, acreditamos ser
pertinente destacar as contribuições dos autores mais citados na literatura nacional
acerca dessa área, que tem conquistado, nos últimos anos, destaque na Fonoaudiologia.

O tratamento fonoaudiológico voltado para as desordens temporomandibulares ou para


pacientes com indicação de cirurgia ortognática foi abordado em diversas produções
analisadas neste estudo. Bianchini (2000) relata que esse tema foi amplamente
proposto por Felício (1994).

Ribeiro (1999), ao escrever sobre a atuação fonoaudiológica nos indivíduos com


indicação de cirurgia ortognática, segue as orientações sugeridas por Altmann (1987a),
Altmann et al. (1987) e Bianchini (1998), as quais enfocam a importância do trabalho
que compõe a anamnese, avaliação, orientação e tratamento fonoaudiológico, devendo
estender-se pelas fases pré e pós-operatória, durante o período de fixação ou bloqueio
intermaxilomandibular e após a retirada do bloqueio.

No trabalho de Ríspoli e Bacha (1997/1998), que trata da intervenção fonoaudiológica


breve, as autoras seguem a orientação de Marchesan (1994) ao sugerir que a terapia
fonoaudiológica para as desordens temporomandibulares deve ser realizada após as
mesmas terem sido tratadas pelo dentista especializado e, em alguns casos, em
conjunto.

Para indivíduos que serão submetidos a cirurgias ortognáticas, Junqueira (1992) e


Ribeiro (1999), de acordo com Altmann (1987a), Altmann et al. (1987) e Bianchini
(1998), concordam que o profissional deve procurar saber qual o tipo de alimentação
58

que esses indivíduos usam, tendo em vista em geral esses pacientes apresentarem
dificuldades em relação à mastigação e deglutição, preferindo alimentos mais moles e
úmidos.

Da mesma forma, Oda, Arnaez e Anelli (1999, 2000), citando Felício (1993), relatam
que a modificação da consistência do alimento, para uma dieta mais macia, evita a
sobrecarga das estruturas orofaciais em paciente com queixa de alteração
temporomandibular.

Concluindo, podemos verificar que o tratamento fonoaudiológico voltado para as


alterações da Motricidade Oral conta com o auxílio dos métodos funcionais,
mecânicos ou mistos. A participação dos pais e das crianças durante o tratamento é
ressaltada na medida em que ambos devem compreender os objetivos do tratamento
proposto, bem como a importância da conscientização, motivação, responsabilidade e
disciplina por parte das crianças.

No que se refere à interdisciplinaridade, podemos observar que o tema vem sendo


discutido com diferentes abordagens, entretanto existe um consenso a respeito dos
benefícios que o trabalho conjunto proporciona no resultado final do tratamento, bem
como para o paciente.

Quanto à eliminação dos hábitos de sucção, os autores chamam atenção para a


importância do papel da musculatura, do padrão facial e da etiologia dos hábitos antes
da eliminação dos mesmos.

O tratamento fonoaudiológico indicado para indivíduos com desordens


temporomandibulares e/ou indicação de cirurgia ortognática deve ser realizado em
conjunto com o tratamento odontológico.
59

5.4 ETIOLOGIA DOS HÁBITOS ORAIS VICIOSOS E A INLFUÊNCIA NAS


ALTERAÇÕES DA MOTRICIDADE ORAL

De acordo com Medeiros (1992), os hábitos orais deletérios ou viciosos vêm sendo
estudados por vários autores há muitos anos, destacando-se entre eles Moyers (1979),
Hanson e Barrett (1995). Tais autores afirmam que, desde a lactância até a fase adulta,
a boca é uma zona de prazer e uma fonte para aliviar a ansiedade. A estimulação dessa
região pelo dedo, língua, chupeta ou mamadeira pode transformar-se em hábito oral
vicioso.

A etiologia das desordens da Motricidade Oral, para Ferraz (1997), Souza e Wertzner
(1998), segundo Straub (1951, 1960), Padovan (1976), Altmann (1990) e Felício
(1994), está associada às seguintes ocorrências: alterações de vias aéreas superiores
(hipertrofia de amígdalas e adenóides, alergias, desvio de septo, respiração bucal, etc.),
hábitos alimentares inadequados na infância (amamentação, aleitamento com
mamadeira com o furo grande e bico longo, alimentação pastosa por tempo
prolongado, etc.), hábitos inadequados de sucção ou qualquer outro hábito oral e
fatores simbióticos (pressão atípica da língua associada à respiração bucal), freio
lingual anormal, perdas precoces dos dentes, diastemas anteriores, avitaminoses,
características genéticas de face e de cavidade oral, desequilíbrios do controle nervoso,
macroglossia, anquiloglossia, tendências neuróticas, problemas psicológicos.

Referindo aos hábitos alimentares inadequados, Marchesan (1998), Pereira, Silva,


Cechella (1998), Soncini e Dornelles (2000) concordam com as conclusões de Moyers
(1984) e Segóvia (1988) ao referirem que os hábitos de sucção de dedo podem ter
como fator desencadeante a lactação infantil inadequada.

Soncini e Dornelles (2000) citam os autores Hanson e Barrett (1995), referindo que as
causas dos hábitos orais nocivos podem ser de natureza fisiológica, emocional ou
aprendida, e que surgem na maioria das vezes no período da amamentação ou na
primeira infância.
60

Segundo relatos em Neiva, Wertzner (1996), Ferraz (1997), Marchesan (1998), Souza
e Wertzner (1998), os autores Straub (1951, 1960), Hanson, Barnard e Case (1969)
defendem a posição de que a amamentação artificial, o uso de bicos inapropriados,
bem como o tamanho do furo do bico da mamadeira, podem levar ao mau
posicionamento da língua e à deglutição atípica, às alterações anatômicas na região
orofacial, às alterações de postura de lábios, podendo, ainda, causar mordida aberta
anterior e/ou posterior.

Pereira, Silva e Cechella (1998), ao se referirem à origem da deglutição atípica, citam


Altmann (1990), que relata a possibilidade de a origem ser orgânica e/ou funcional ou
por hábito oral vicioso.
Os hábitos orais, segundo Medeiros (1992), Ríspoli, Bacha (1997, 1998), Lima,
Meurer e Capp (2000), foram classificados por Hanson e Barrett (1995) como hábitos
intra-orais e hábitos extra-orais. Os hábitos intra-orais estão relacionados a: sucção do
polegar, sucção digital, sucção labial, sucção das bochechas, roer as unhas, morder os
lábios, morder ou sugar a língua, lamber os lábios, bruxismo e respiração bucal. Os
extra-orais referem-se aos hábitos de: apoiar o queixo sobre as mãos, apoiar o rosto
sobre as mãos e dormir sobre um único lado da face.

Soncini, Dornelles (2000) e Bianchini (1998) relatam que os hábitos orais deletérios
podem comprometer a estabilidade neuromuscular do sistema estomatognático, e os
hábitos deletérios de morder podem apresentar uma diminuição em sua coordenação,
levando a uma sintomatologia dolorosa devido ao hiperfuncionamento, fatores esses
que contribuem para as alterações musculares e de ATM.

Marchesan (1998) e Souza e Wertzner (1998) reforçam as colocações de Straub (1951,


1960), Hanson e Barrett (1988), mostrando que a presença de hábitos orais
inadequados associados a ceceio, deglutição atípica e mordida aberta anterior pode
gerar mordida aberta.

Junqueira, ao citar Padovan (1976), relata que a postura inadequada dos órgãos
61

fonoarticulatórios pode levar o indivíduo a uma maloclusão.

Por outro lado, Marchesan (1998), Andrade e Garcia (1998), ao fazerem referência aos
trabalhos de Segóvia (1977) e Altmann (1990), relatam que o déficit sensório motor
oral, para boa parte das crianças, pode ser considerado um dos agentes responsáveis
por uma série de patologias ortodônticas e fonoaudiológicas. Entretanto, Segóvia
(1988) coloca em dúvida o uso de mamadeiras comuns como causa de maloclusão.

Nesse sentido, podemos entender que os autores nacionais e internacionais mais


citados na produção concordam com a posição de que os hábitos de sucção, uso
prolongado de mamadeira com bicos inapropriados e inadequada lactação materno-
infantil podem levar a alterações na musculatura responsável pelas funções
estomatognáticas, bem como causar maloclusões.

5.5 PREVENÇÃO DOS HÁBITOS ORAIS DELETÉRIOS

A prevenção dos hábitos orais deletérios, apesar de pouco privilegiada na produção


nacional, conforme pudemos levantar no item procedimentos metodológicos, surge nas
fontes de nosso estudo, citada por alguns autores.

Marchesan (1998), citando Padovan (1976), relata que a respiração e a alimentação


corretas levam a criança a falar bem. Nesse sentido, fazendo referência à consistência
dos alimentos oferecidos ao bebê, Marchesan (1998) relata que a manutenção
prolongada da dieta pastosa para as crianças pode levar à imaturidade do sistema
sensório motor oral, e que a introdução de outros alimentos que não o leite na dieta do
bebê têm mudado muito nos últimos anos, de acordo com Altmann (1990, 1993).

Quanto à época mais indicada para o aumento gradativo da consistência dos alimentos,
Nagem (1999), citando Altmann, Vaz, Paula e Khoury (1992), refere que deve ser por
volta do quinto mês de vida, quando começa a haver a dissociação dos movimentos de
língua e mandíbula.
62

Bernardes (1999) relata que o atendimento precoce e a orientação aos pais como
prevenção da respiração bucal são sugestões feitas por Altmann (1993).

Os autores Cattoni, Neiva, Zackiewicz e Andrade (1998) sugerem ainda ser o pediatra
o profissional que pode ajudar na orientação e incentivo ao aleitamento materno e na
introdução adequada dos alimentos, colaborando dessa maneira para a prevenção das
alterações miofuncionais, conforme orientações de Altmann (1990).

Podemos concluir que as autoras nacionais incentivam o aleitamento materno, a


mudança de consistência alimentar precocemente, assim como enfatizam a
importância da participação dos pais e do pediatra na prevenção dos hábitos orais
deletérios.
5.6 POSTURA ADEQUADA DOS ÓRGÃOS FONOARTICULATÓRIOS

A postura adequada dos órgãos fonoarticulatórios foi descrita em vários trabalhos da


literatura nacional voltada para as alterações da Motricidade Oral, conforme podemos
acompanhar a seguir.

Areias, Vieira (1996) relatam que a posição da língua em repouso, de acordo com
Hanson e Barrett (1974), pode encontrar-se entre os dentes; na papila palatina; tocando
nas superfícies linguais dos incisivos superiores ou tocando nas superfícies linguais
dos incisivos inferiores.

A postura normal dos órgãos fonoarticulatórios foi descrita por Felício (1994),
conforme citação de Padovan (1976), sugerindo que a língua esteja contida na
cavidade oral, sugada contra o palato, com a ponta na região das papilas palatinas e as
bordas tocando os molares.

Junqueira (1997), ao citar Padovan (1976), descreve que a postura adequada dos
órgãos fonoarticulatórios deve ser: lábios com contato suave, o lábio inferior cobrindo
os incisivos superiores em mais ou menos dois milímetros, a ponta da língua na papila
63

palatina, o dorso da língua aproximando-se do palato duro e do palato mole, mantendo


assim o equilíbrio dos componentes internos e externos da boca.

Para os autores Meurer, Veiga e Capp (1998, p. 29), citando Altmann (1992), “a
permanência da língua no espaço intrabucal depende da manutenção da passagem
aérea oronasofaríngea e do nível de maturação oromiofuncional atingido até os 4
anos”.

Nesse sentido, Ríspoli, Bacha (1997/1998), ao citarem Marchesan (1994), relatam que
o equilíbrio adequado do tronco e da cabeça é fator importante para que a língua se
mantenha bem-posicionada, promovendo o crescimento ósseo facial adequado.

Neiva e Wertzner (1996) relatam que as crianças que sempre deglutiram de forma
inadequada e não mantêm a língua contra o palato desenvolvem uma atresia no palato
que as impede de manter a língua posicionada adequadamente, segundo Straub (1961).

Para os autores Pontes, Senni, Rodrigues e Vieira (1999), o trabalho de Hanson e


Cohen (1973) refere que existe significativa correlação entre as pressões leves e
contínuas da língua em repouso e o impacto na oclusão.

Da mesma forma, Casanova (2000, p. 46) relata que, segundo Marchesan (1994),
“língua mal posicionada dentro da boca pode causar modelagem incorreta dos arcos
dentários”.

A dúvida quanto à correta postura da língua foi levantada no trabalho de Cardoso,


Giellow, Mattos (1997, 1998, p. 240), que, ao escreverem sobre o desenvolvimento
esperado do posicionamento habitual da língua, relatam as posições de Moyers (1984),
Segovia (1988), Padovan (1976) e Marchesan (1993), a seguir:
• De acordo com Moyers (1984) e Segovia (1988), “após o nascimento, a
língua manterá o mesmo posicionamento intra-uterino, preenchendo o
espaço entre a mandíbula, ainda retraída, e o maxilar (superior)”;
64

• Padovan (1976), embora concorde com “a posteriorização da língua após


o crescimento”, afirma que no desenvolvimento normal a língua terá seu
terço anterior em contato com a pré-maxila;
• Ao passo que Marchesan (1993) “não afirma qual o posicionamento
habitual de língua, deixando evidente a dúvida sobre a existência de um
padrão para esta função”.

Para a maioria dos autores nacionais e internacionais que descrevem a postura


adequada dos órgãos fonoarticulatórios, a ênfase é dada para a postura da língua. Esses
autores apontam que a postura adequada da língua deve ser dentro da cavidade oral,
com a ponta tocando as papilas palatinas. Tais autores referem ainda que posições
inadequadas da língua podem causar alterações nos arcos dentários e nos dentes.

A controvérsia, entretanto, surge a partir das posições das autoras nacionais Padovan
(1976) e Marchesan (1993), ao questionarem os estudos realizados pelos autores
internacionais Moyers (1984) e Segovia (1980) quanto à postura normal de língua após
o nascimento.

5.7 RELAÇÃO ENTRE AS FUNÇÕES ESTOMATOGNÁTICAS E AS


ALTERAÇÕES RELATIVAS À MOTRICIDADE ORAL

Dentre as funções desempenhadas pelo sistema estomatognático, a respiração, a


mastigação e a fala, surgem na produção como funções com maior tendência a
alterações.

5.7.1 Respiração

A influência da respiração bucal nas alterações da Motricidade Oral e nas alterações


esqueléticas dentárias foi abordada por vários autores que estudaram o tema, segundo
relatos de Ferreira (1999) e Casanova (2000), destacando-se entre eles Marchesan
(1993).
65

Meurer, Veiga e Capp (1998), ao escreverem sobre a influência dos hábitos


parafuncionais no crescimento da face e nas alterações estomatognáticas, concordam
com as colocações de Segóvia (1988), Hanson e Barrett (1995), ao afirmarem que a
respiração bucal em decorrência de obstruções das vias aéreas superiores e desvios
posturais inclui-se na categoria dos hábitos deletérios.

Ferreira (1999) relata ainda que Marchesan (1994) e Bianchini (1993) observaram que
os indivíduos que apresentam o padrão facial dolicofacial ou face longa quase sempre
são respiradores bucais.

Para Köhler, Köhler e Köhler (1995), citando Hanson e Barrett (1988), concordam que
as alergias tendem a promover a respiração bucal e posições inadequadas de repouso
lingual na cavidade oral.

Ríspoli e Bacha (1997, 1998, p. 550), ao escreverem sobre a influência da respiração


bucal na reabilitação miofuncional, destacam a posição de Marchesan (1994), ao
explicar que, “quando se usa mais a boca para respirar, o ar inspirado não é limpo,
aquecido e umidificado, podendo causar desde simples irritação da mucosa até
alterações de crescimento”.
Complementando as colocações acima, Gomes (1999), citando Felício (1994), afirma
existir relação direta entre a respiração clavicular e a hipertonia dos músculos
mastigatórios, mialgias e alterações das funções das articulações tempomandibulares.
Enquanto Marchesan (1993) afirma que, se o indivíduo desvia o pescoço para o lado
direito, haverá um encurtamento da musculatura para esse lado, enquanto do lado
oposto haverá um estiramento, e que a língua poderá ocupar o espaço mais de um lado
do que do outro na boca, dificultando o fechamento de mordidas posteriores.

Para Neiva e Wertzner (1996), problemas respiratórios são freqüentemente


encontrados em indivíduos com interposição de língua, de acordo com Hanson,
Barnard e Case (1969).
66

No que se refere à reabilitação da respiração, Junqueira (1998) cita Marchesan e


Junqueira (1997), sugerindo que os problemas respiratórios devem ser diagnosticados
e tratados antes do trabalho da reabilitação da deglutição.

Nessa perspectiva, Tomé, Farret e Jurach (1996), citando Marchesan (1994),


corroboram a autora, enfatizando a importância de trabalhar o fortalecimento da
musculatura oral e, para tanto, contar com a colaboração da família, para casos de
indivíduos que apresentam respiração oral.

Os autores nacionais e internacionais são unânimes em afirmar que a permanência do


hábito inadequado da respiração bucal pode acarretar problemas ao indivíduo quanto
ao crescimento, à musculatura orofacial, e alterações nas articulações
temporomandibulares.

5.7.2 Mastigação

Outra função desempenhada pelo sistema estomatognático é a mastigação, e tem


recebido atenção especial por parte dos fonoaudiólogos que atuam na área da
Motricidade Oral.

Em artigo publicado por Meurer, Veiga e Capp (1998), os hábitos mastigatórios


inadequados foram citados como responsáveis pelas alterações da Motricidade Oral ou
como causadores das alterações e modificações anátomo-funcionais dos elementos que
compõem o sistema mastigatório, de acordo com Bianchini (1995).

No trabalho de Meurer, Veiga e Capp (1998), que trata dos hábitos mastigatórios, os
autores relatam que as modificações estruturais (posições dentárias, palato duro, língua
e a presença de tecidos linfóides) podem contribuir para alterações no padrão
mastigatório adequado, referido por Hanson, Barrett (1995) e Marchesan (1993).
Relatam, ainda, que a mastigação de alimentos sólidos e secos auxilia no desgaste
natural dos dentes, evitando as maloclusões, conforme citação de Marchesan (1993) e
67

Felício (1994).

Conforme podemos encontrar em Panhoca, Silverio, Borin, Feres, Fusch e Ramos


(1997, 1998), segundo Felício e Mazzetto (1994), a desordem craniomandibular é
sinônimo de desordem temporomandibular ou desordem músculo-esquelética, termo
que envolve alterações na musculatura mastigatória, na articulação
temporomandibular, e dor orofacial.

Quanto ao aspecto mastigatório, Bianchini (1998) afirma que os indivíduos com face
curta apresentam mais vigor mastigatório, ao contrário daqueles com face longa, que
apresentam menor força de mordida Bianchini (1993).

Pereira, Silva e Cechella (1998) referem que a mastigação unilateral fortalece mais um
lado da musculatura do que o outro, segundo Marchesan (1993).

Para Franco (1998), as alterações do sistema estomatognático podem mudar o padrão


mastigatório bilateral alternado para o padrão unilateral, segundo Marchesan (1993).

No que diz respeito à influência da consistência do alimento na mastigação,


Marchesan (1998), citando Barrett (1953), relata que a alimentação civilizada é macia
e pastosa, levando a uma função mastigatória ineficiente, provocando um desequilíbrio
oclusal, alto índice de maloclusões e apinhamentos dentais.

Por outro lado, Soncini e Dornelles (2000), citando Moyers (1991), afirmam que o
crescimento craniofacial também pode estar comprometido em indivíduos que
apresentam problemas de mastigação.

O trabalho de mastigação foi abordado por Franco (1998), o qual destaca a posição de
Marchesan (1994), ao referir que a prática clínica em Motricidade Oral atualmente
tem-se preocupado com as funções da respiração e mastigação, funções essas que
estimulam o crescimento facial adequado e, de acordo com Bianchini (1993), um
68

padrão bilateral alternado contribui para uma oclusão adequada.

Entretanto, Bianchini (2000) relata que a modificação do padrão mastigatório


adequado, bilateral alternado, só poderá ser conseguida quando as alterações oclusais,
musculares e articulares estiverem resolvidas (BIANCHINI, 1998c).

Destacando a opinião dos autores acima citados, quanto ao papel desempenhado pela
mastigação, há unanimidade quanto ao padrão correto ser bilateral alternado.
Concordam ainda que a consistência alimentar adequada pode evitar as maloclusões e
relatam ainda que modificações estruturais podem ser responsáveis por alterações no
padrão mastigatório correto, bem como alterações no padrão mastigatório, decorrentes
de alimentação inadequada, podem provocar problemas dentários.

5.7.3 Fala

A produção da fala está relacionada às funções do sistema estomatognático, portanto


está sujeita a desvios quando na presença, ou não, de alterações orgânicas e/ou
funcionais dos elementos que compõem esse sistema.

Tal situação esta evidenciada nos trabalhos de Felício (1994), Marchesan (1998),
Tomé, Guedes, Silva, Cechella (1998), Pereira, Silva e Cechella (1998),
fundamentados nos trabalhos de Straub (1960), Hanson, Cohen (1973), Barrett,
Hanson (1974, 1995), Moyers (1987), Segóvia (1988) e Altmann (1993), sugerindo
que o mau uso dos músculos durante a deglutição atípica levaria a deformações
dentofaciais e desvio na fonação principalmente dos fonemas /t/, /d/, /n/, /l/, /s/ e /z/.

Com isso, concorda Marchesan (1998), citando Barrett e Hanson (1978), ao relatarem
que os mesmos músculos usados durante a fala, envolvendo funções normais ou
anormais, influenciam na posição dos dentes ou outra estrutura oral. Já para Segóvia
(1988), a pronúncia incorreta do fonema /s/ pode estar relacionada a uma lesão
orgânica, anomalia das arcadas dentárias ou mau posicionamento dos dentes.
69

Em estudo realizado por Rossi e Ávila (1999), a respeito da produção de fonemas em


adolescentes portadores de maloclusão, as autoras citam Marchesan (1993), ao referir
que muitas alterações de fala são decorrentes da forma ou função alteradas das
estruturas estomatognáticas.

Para Felício e Da Silva (2000) e Bianchini (2000), indivíduos com desordens


temporomandibulares apresentam desvios no ponto articulatório dos fonemas
linguodentais e linguoalveolares, bem como desvios laterais da mandíbula e distúrbios
vocais, de acordo com Felício et al. (1991), Felício (1994) e Bianchini (1998).

Autores nacionais e internacionais concordam que deformidades dentofaciais são


responsáveis por alterações de fala, principalmente na emissão dos fonemas /t/, /d/, /n/,
/l/, /s/ e /z/.

Concluindo, podemos afirmar que os conhecimentos que embasam a produção


nacional em Motricidade Oral estão fundamentados nos conceitos oriundos da
Medicina e da Odontologia, bem como nos conhecimentos difundidos pelos autores
nacionais e internacionais que sustentam a prática fonoaudiológica nesse campo.
70

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A intenção deste estudo foi analisar a literatura nacional voltada às alterações da


Motricidade Oral, produzida por fonoaudiólogos brasileiros, com o intuito de
identificar o período de publicação das produções, a temática abordada bem como as
referências nacionais e internacionais citadas na produção nacional e que se tornaram
norteadoras da produção do conhecimento que embasa a área.

Foi possível, neste resgate histórico e bibliográfico, destacar as seguintes


considerações:
• A década de 1990 consolidou-se como o período de maior concentração
da produção nacional na área da Motricidade Oral;
• O Estado de São Paulo destaca-se como a região brasileira onde a
maioria das publicações tem origem;
• O CEFAC configura-se como centro de referência nacional na formação
profissional continuada, por meio do curso de especialização em
Motricidade Oral, sendo responsável por 3 dos 9 periódicos analisados
nesse estudo;
• As autoras Marchesan e Bianchini, que surgem com maior número de
produções, figuram entre as cinco mais citadas na produção nacional,
enquanto Altmann e Padovan também apresentam números expressivos
de citações, apesar de poucas produções;
• Os temas entrevista/anamnese/avaliação/diagnóstico, anatomia/fisiologia
e tratamento/exercícios foram priorizados na produção nacional;
• O campo da Motricidade Oral recebeu forte influência da Odontologia,
influência essa representada, dentre outros, pelos dentistas Straub e
Moyers, que surgem na literatura entre os cinco autores mais citados
pelos fonoaudiólogos nacionais.

Da mesma forma que este estudo tornou possível chegar às conclusões acima
mencionadas, as análises realizadas suscitaram questionamentos que consideramos
71

merecedores de reflexões por parte dos profissionais que atuam no campo da


Motricidade Oral no Brasil.

Entendendo que o campo da Motricidade Oral é constituído por diferentes áreas de


conhecimento e de intervenção, questionamos o fato de a produção desconsiderar os
temas relacionados à etiologia, à prevenção e à atuação interdisciplinar, fato esse que
contradiz a própria origem da Motricidade Oral a partir da Odontologia e da Medicina.

Questionamos, ainda, que a literatura, ao negligenciar os aspectos históricos, a


reconstituição e o conhecimento do caminho percorrido pela Motricidade Oral, abre
uma lacuna na produção, privando a área de ferramentas que permitam compreender a
origem, a identidade atual, as possibilidades e perspectivas futuras pretendidas pelos
profissionais que atuam nesse campo, até mesmo em razão do amadurecimento que a
área requer.

Consideramos, dessa forma, ser de responsabilidade do profissional que atua e produz


conhecimento no campo da Motricidade Oral refletir acerca da forma como a área
específica é caracterizada e, ao mesmo tempo, participar da delimitação do perfil e da
identidade da Fonoaudiologia.

Finalizando, é importante ressaltar que este estudo não tem a pretensão de esgotar o
assunto; portanto, muitas questões estão ainda a responder, possibilitando novas
pesquisas, reflexões e recortes além dos até aqui apresentados.
72

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SOUZA, M. A. de; WERTZNER, H. F. Uma análise do sistema miofuncional oral de crianças


normais de 3 a 8 anos. In: LIMONGI, S. C. O. Fonoaudiologia e pesquisa: atualidades em
Fonoaudiologia. São Paulo: Lovise: 1998. v. 4. p. 41 - 57.

STRAUB, W.J. Malfunction of the tongue. part I. Tha abnormal swalloing habit: its cause,
effects, and results in relation to orthodontic treatment and speech therapy. Am. J. Orthod.,
404 – 424, 1960

TEIXEIRA, D. O. A trajetória da pesquisa acadêmica em distúrbios da comunicação:


tendências temáticas 1978 – 1992. 1993. 77 f. Dissertação (Mestrado em Distúrbios da
Comunicação) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1993.
79

TESSITORE, A.; MANICARDI, N. A. Motricidade oral e voz. Tópicos em Fonoaudiologia,


São Paulo, v. 3, p. 621 – 628, 1996.

THOMÉ, R.; MENEGUETTI, K. I.; OLIVEIRA, M. F. R.; ANELLI, W. Efetividade de


diferentes abordagens nas alterações do sistema estomatognático. Anuário CEFAC de
Fonoaudiologia, São Paulo, p. 237 – 250, 2000.

TOMÉ, M. C.; FARRET, M. M. B.; JURACH, E. M. Hábitos orais e maloclusão. Tópicos em


Fonoaudiologia, São Paulo, v. 3, p. 97-109, 1996.

TOMÉ, M. C.; GUEDES, Z. C. F.; SILVA, A. M. T.; CECHELLA, C. Estudo da ocorrência


de alterações da deglutição e da oclusão dentária em crianças com queixa de falar errado.
Pró-Fono Revista de Atualização Científica, São Paulo, v. 10, n.1, p. 61 – 65, mar. 1998.

ZARA, A. C. O. L.; FELÍCIO, C. M. Macroglossia: definições, causas e tratamentos. In:


MARCHESAN, I.; ZORZI, J. Anuário CEFAC de Fonoaudiologia. São Paulo, p. 191 –198,
2000.
80

ANEXOS
81

ANEXO I - FONTES DOCUMENTAIS DA PESQUISA

SEPARATAS

PADOVAN, B. A. E. Deglutição atípica. Separata de: Revista de Ortodontia, São Paulo, v


9, n.1/2, jan/ago.1976.

LIVROS

BEUTTENMÜLLER, G.; BEUTTENMÜLLER, V. Reequilíbrio da musculatura orofacial.


2. ed. Rio de Janeiro: Enelivros, 1995.

BIANCHINI, E. M. G. A cefalometria nas alterações miofuncionais orais: diagnóstico e


tratamento fonoaudiológico. 4. ed. São Paulo: Pró-Fono, 1998.

CANONGIA, M. B. Reabilitando a deglutição. Rio de Janeiro: [s.n.], 1989.

CANONGIA, M. B.; COHEN, F. F.; RÉGNIER, G. M. C. Prevenindo os distúrbios


oromiofuncionais. Rio de Janeiro: Rio Medi, 1990.

FELÍCIO, C. M. Fonoaudiologia aplicada a casos odontológicos: motricidade oral e


audiologia. São Paulo, Pancast, 1999.

FELÍCIO, C. M. Fonoaudiologia nas desordens temporomandibulares: uma ação


educativa-terapêutica. São Paulo: Pancast, 1994.

FERRAZ, M. C. A. Manual prático de deglutição atípica e problemas correlatos: terapia


miofuncional nos tratamentos orofaciais. Rio de Janeiro: Antares, 1983.

FERRAZ, M. C. A. Terapia miofuncional nos tratamentos orofaciais: deglutição atípica.


Rio de Janeiro: CLIP, 1979.

GONZÁLEZ, N. Z. T.; LOPES, L. D. Fonoaudiologia e Ortopedia Maxilar na reabilitação


oral. São Paulo: Ed. Santos, 2000.

JUNQUEIRA, P. Amamentação, hábitos orais e mastigação: orientações, cuidados e dicas.


Rio de Janeiro: Ed. Revinter, 1999.

MARCHESAN, I. Q. Motricidade oral: visão clínica do trabalho fonoaudiológico integrado


com outras especialidades. São Paulo: Pancast, 1993.

MARCHESAN, I. Q. Uma visão compreensiva das práticas fonoaudiológicas: a influência


da alimentação no crescimento e desenvolvimento craniofacial e nas alterações
miofuncionais. São Paulo: Pancast, 1998.
82

CAPÍTULOS DE LIVROS

ALTMANN, E. B. Deglutição atípica. In: KUDO, A. M.; MARCONDES, E. et al.


Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional em Pediatria. 2. ed. São Paulo:
Sarvier, 1994. p. 125 - 133. (Monografias Médicas, v. 32).

ALTMANN, E. B.; VAZ, A. C. N. Avaliação e tratamento fonoaudiológico nas cirurgias


ortognáticas. In: ___. Fissuras lábio-palatinas. São Paulo: Pró-Fono, 1992. p. 409 - 434.

ANELLI, W. Atuação fonoaudiológica na desordem temporomandibular. In: LOPES FILHO,


O. Tratado de Fonoaudiologia. São Paulo: Roca, 1997. p. 821 – 828.

BIANCHINI, E. M. G. Ajuda fonoaudiológica. In:____.Articulação Temporomandibular:


implicações, limitações e possibilidades fonoaudiológicas. São Paulo: Pró-Fono, 2000. p. 323
– 360.

BIANCHINI, E. M. G. Articulação temporomandibular e Fonoaudiologia. In: ___.


Articulação Temporomandibular: implicações, limitações e possibilidades
fonoaudiológicas. São Paulo: Pró-Fono, 2000. p. 7 - 18.

BIANCHINI, E. M. G. Avaliação fonoaudiológica da motricidade oral: anamnese, exame


clínico, o quê e por que avaliar? In: _____. Articulação Temporomandibular: implicações,
limitações e possibilidades fonoaudiológicas. São Paulo: Pró-Fono, 2000. p 191 - 253.

BIANCHINI, E. M. G. Características funcionais dos pacientes com disfunções e alterações


da ATM. In: ____. Articulação Temporomandibular: implicações, limitações e
possibilidades fonoaudiológicas. São Paulo: Pró-Fono, 2000. p. 255-277.

BIANCHINI, E. M. G. Fonoaudiologia, odontologia e disfunções da ATM. In: ____.


Articulação Temporomandibular: implicações, limitações e possibilidades
fonoaudiológicas. São Paulo: Pró-Fono, 2000. p. 19 – 49.

BIANCHINI, E. M. G. Mastigação e ATM. In: MARCHESAN. Fundamentos em


Fonoaudiologia Aspectos Clínicos da Motricidade Oral. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1998. p. 38 – 49.

BIANCHINI, E. M. G. Nossos casos especiais. In:_____. Articulação Temporomandibular:


implicações, limitações e possibilidades fonoaudiológicas. São Paulo: Pró-Fono, 2000. p. 363
– 401.

FERRAZ, M. C. A. Alterações Oromiofuncionais. In: ARAÚJO, R.; PRACOWNIK, A.;


SOARES, L. S. D. Fonoaudiologia Atual. São Paulo: Revinter, 1997. p. 63 – 75.

JUNQUEIRA, P. Anamnese e exame. In: MARCHESAN. Fundamentos em


Fonoaudiologia Aspectos Clínicos da Motricidade Oral. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1998, p. 13 – 21.

MARCHESAN, I. Q. Avaliação e terapia dos problemas da respiração. In: ____.


Fundamentos em Fonoaudiologia Aspectos Clínicos da Motricidade Oral. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1998. p. 23 – 36.
83

MARCHESAN, I. Q. Avaliando e tratando o sistema estomatognático. In: LOPES FILHO, O.


Tratado de Fonoaudiologia. São Paulo: Ed. Roca, 1997. p. 763 – 780.

MARCHESAN, I. Q. Deglutição: diagnóstico e possibidades terapêuticas. In: ____.


Fundamentos em Fonoaudiologia Aspectos Clínicos da Motricidade Oral. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1998. p. 51 – 58.

MARCHESAN, I. Q. Deglutição: normalidade. In: FURKIM, A. M.; SANTINI, C. S.


Disfagias Orofaríngeas. São Paulo: Pró-Fono, 1999. p. 2-18.

MARCHESAN, I. Q.; SANSEVERINO, C. A. M. Mastigação e deglutição. In: BEHLAU, M.


Fonoaudiologia Hoje. São Paulo: Lovise, 1995. p. 299 – 300.

PROENÇA, M. G. Sistema sensório-motor oral. In: KUDO, A. M.; MARCONDES, E. et al.


Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional em Pediatria. 2. ed. São Paulo:
Sarvier, 1994. p. 115 - 124. (Monografias Médicas, 32).

ROSA, I. G. D. Respiração. In: ARAÚJO, R.; PRACOWNIK, A.; SOARES, L. S. D.


Fonoaudiologia Atual. São Paulo: Revinter, 1997. p. 131 – 1135.

SOARES, L.S. D.; ARAÚJO, R. B. Distúrbios da comunicação oral. In: ____. Práticas em
Fonoaudiologia. São Paulo: Enelivros, 1994. p. 1 – 21.

SOUZA, L. C. M.; CAMPIOTTO, A. R.; FREITAS, R. R. Cirurgia ortognática e


Fonoaudiologia. In: LOPES FILHO, Otacílio. Tratado de Fonoaudiologia. São Paulo: Ed.
Roca, 1997. p. 781 – 804.

SOUZA, M. A. de; WERTZNER, H. F. Uma análise do sistema miofuncional oral de crianças


normais de 3 a 8 anos. In: LIMONGI, S. C. O. Fonoaudiologia e Pesquisa: atualidades em
Fonoaudiologia. São Paulo: Lovise, 1998. v. 4. p. 41 - 57.

TANIGUTE, C. C. Desenvolvimento das funções estomatognáticas. In: MARCHESAN,


Fundamentos em Fonoaudiologia Aspectos Clínicos da Motricidade Oral. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1998. p. 1 – 6.

ARTIGOS EM PERIÓDICOS

ALTMANN, E. B. C.; VAZ, A. C. N.; RAMOS, A. L. N. F.; PAULA, M. B. S. F.;


KHOURY, R. B. F.; MARQUES, R. M. F. Paralisia facial congênita: resultados com
fonoterapia oromiofuncional. Fono Atual, São Paulo, n. 8, p. 14 – 18, abr./jun. 1999.

ANDRADE C. R. F.; GARCIA, S. F. A influência do tipo de aleitamento no padrão de sucção


dos bebês. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, São Paulo, v. 10, n. 1, p. 40 – 60,
mar. 1998.

AREIAS, R. L. F. C.; VIEIRA, M. M.; VIEIRA, R. M. Placa corretiva postural orofacial: uma
proposta de terapia funcional dos órgãos fonoarticulatórios. Pró-Fono Revista de
Atualização Científica, São Paulo, v. 8, n.1, p. 51 – 56, mar. 1996.
84

ARÉVALO, R. T.; GUILHERME, A.; RANIERI, D. M.; CHAMI, F. A. I. Avaliação da


deglutição por meio de nasofibroscopia. Tópicos em Fonoaudiologia, São Paulo, v. 8, p. 265
– 274, 1996.

BARBOSA, T. C.; SCHNONBERGER, M. B. Importância do aleitamento materno no


desenvolvimento da motricidade oral. Tópicos em Fonoaudiologia, São Paulo, v. 3, p. 435 –
446, 1996.

BERNARDES, F. F. Respiração bucal: o que os pais sabem a respeito? Revista CEFAC, São
Paulo, v.1, n. 2, p. 18 – 25, 1999.

BERRETIN, G.; GENARO, K. F.; TRINDADE JÚNIOR, A. S. Características clínicas do


sistema mastigatório de indivíduos com disfunção craniomandibular. Jornal Brasileiro de
Fonoaudiologia, Curitiba, n. 5, p. 33 – 43, out./dez. 2000.

BIANCHINI, E. M. G. Desproporções maxilomandibulares: atuação fonoaudiológica com


pacientes submetidos à cirurgia ortognática. Tópicos em Fonoaudiologia, São Paulo, v. 2, p.
129 – 145, 1995.

BILTON, T.; LEDERMAN, H. M. Anatomia, fisiologia e normatização da videofluoroscopia


da deglutição. Tópicos em Fonoaudiologia, São Paulo, v. 4, p. 261-265, 1997/1998.

BILTON, T.; LEDERMAN, H. M. Descrição da padronização normal da videofluoroscopia


da deglutição. Distúrbios da Comunicação, São Paulo, v. 10, n. 1, p. 111-116, dez. 1998.

CANONGIA, M. B. Hábitos viciosos e a importância da sua prevenção. Lugar em


Fonoaudiologia, Rio de Janeiro, n. 1, p. 52 – 59, out. 1989.

CARDOSO, K. R.; GIELLOW, I.; MATTOS, M. C. F. Posicionamento habitual de língua nos


padrões faciais anteroposteriores. Tópicos em Fonoaudiologia, São Paulo, v. 4, p. 233-259,
1997/ 1998.

CASANOVA, D. A família e os hábitos orais viciosos na infância. Jornal Brasileiro de


Fonoaudiologia, Curitiba, n. 5, p. 44 – 53, out./dez. 2000.

CATTONI, D. M.; NEIVA, F. C. B.; ZACKIEWICZ, D. V.; ANDRADE C. R. F.


Fonoaudiologia e aleitamento materno: algumas contribuições. Pró-Fono Revista de
Atualização Científica, São Paulo, v. 10, n. 1, p. 45 – 50, mar. 1998.

CUNHA, C. C.; FELÍCIO, C. M.; BATAGLION, C. Condições miofuncionais orais em


usuários de próteses totais. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, São Paulo, v. 11, n.
1, p. 21 – 26, mar. 1999.

DRAGONE, M. L. O. S. Deglutição atípica: uma prática clínica. Revista Distúrbios da


Comunicação, São Paulo, v.1, n. 3, p. 119 – 127, jul./set. 1986.

DRAGONE, M. L. O. S.; COLETA, R. D.; BIANCHINI, E. M. G. Encaminhamentos


fonoaudiológicos e ortodônticos. Tópicos em Fonoaudiologia, São Paulo, v. 4, p. 307 – 327,
1997/ 1998.
85

FELÍCIO, C.M.; SILVA, J. A.Percepção de pronunciabilidade de frases por pacientes com


desordem temporomandibular. Jornal Brasileiro de Fonoaudiologia, Curitiba, n. 4, p. 59 –
65, jul./set. 2000.

FERREIRA, M. L. A incidência de respiradores bucais em indivíduos com oclusão classe II.


Jornal Brasileiro de Fonoaudiologia, Curitiba, ano 1, n.1, p. 83 – 96, 1999.

FERREIRA, T. M. S. F. Macroglossia: importância do diagnóstico diferencial para a conduta


fonoaudiológica. Anuário CEFAC de Fonoaudiologia, São Paulo, p. 167-174, 2000.

FIGUEIREDO, E. S.; BIANCHINI, E. M. G.; CRIVELLO JÚNIOR, O. Hábitos


parafuncionais em pacientes portadores de disfunção dolorosa da articulação
temporomandibular (ATM). Tópicos em Fonoaudiologia, São Paulo, v. 4, p. 213 – 232,
1997/1998.

FRANCO, M. L. Z. Mastigação bilateral: mito ou realidade. Revista da Sociedade Brasileira


de Fonoaudiologia, São Paulo, n.3, p. 35 – 42, jun./1998.

GOMES, R. C. G. Relações entre postura corporal e sistema estomatognático. Jornal


Brasileiro de Fonoaudiologia, Curitiba, ano 1, n. 1, p. 36 – 41, 1999.

JABUR, L. B. Inter-relação entre forma e função na cavidade oral. Tópicos em


Fonoaudiologia, São Paulo, v.2, p. 223 – 225, 1994.

JARDINI, R. S. R. Uso do exercitador labial: estudo preliminar para alongar e tonificar os


músculos orbiculares orais. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, São Paulo, v. 11,
n. 1, p. 8 – 12, mar. 1999.

JUNQUEIRA, P. A postura em repouso dos órgãos fonoarticulatórios frente aos limites


anatômicos do paciente na terapia miofuncional. Pró-Fono Revista de Atualização
Científica, São Paulo, v. 9, n.1, p. 59 – 61, set. 1997.

JUNQUEIRA, P. S. A atuação fonoaudiológica nos casos de mordida aberta anterior na


dentição decídua. Tópicos em Fonoaudiologia, São Paulo, v.2, p. 227 – 230, 1994.

JUNQUEIRA, P. S. A investigação da mastigação em indivíduos portadores de Classe III de


Angle. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, São Paulo, v. 4, n. 2, p. 29 – 31, 1998.

JUNQUEIRA, P.; COSTA, M. Fase oral da deglutição: protocolo para avaliação


videofluoroscópica. Anuário CEFAC de Fonoaudiologia, São Paulo: p. 231-235, 2000.

KÖHLER, N. R. W.; KÖHLER, G. I.; KÖHLER, J. F. W. Anomalias morfofuncionais da


face: uma introdução à visão etiológica e terapêutica multidisciplinar. Tópicos em
Fonoaudiologia, São Paulo, v. 2, p. 93 – 127, 1995.

KRAKAUER, L. H. Alteração de funções orais nos diversos tipos faciais. Tópicos em


Fonoaudiologia, São Paulo, v. 2, p. 147 – 154, 1995.

KRAKAUER, L. H. Proposta de avaliação de postura para criança portadora de respiração


bucal. Fono atual, São Paulo, n. 4, p. 26 – 31, jan./mar. 1998.
86

KRAKAUER, L. H.; GUILHERME, 0, A. Relação entre respiração bucal e alterações


posturais em crianças: uma análise descritiva. Revista da Sociedade Brasileira de
Fonoaudiologia, São Paulo, ano 2, p. 18 – 25, nov. 1998.

KYRILLOS, L. C. R.; BORTOLAI, A. L.; NASCIMENTO, A. P. Características dos padrões


de deglutição e voz em crianças escolares. Fono Atual, São Paulo, n. 2, p. 27 – 26, jul./set.
1997.

LACERDA, E. T. Sistema sensório-motor oral: a técnica no centro da questão. Revista


Distúrbios da Comunicação, São Paulo, v.10, n. 1, p. 117 – 125, dez. 1998.

LIMA, L. K.; MEURER, E.; CAPP, E. Ocorrência de hábitos orais em um grupo de


adolescentes. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, São Paulo, v. 12, n.2, p. 109 –
112, set. 2000.

MARCHESAN, I. Q. O trabalho fonoaudiológico nas alterações do sistema estomatognático.


Tópicos em Fonoaudiologia, São Paulo, v. 2, p. 83 – 96, 1994.

MARCHESAN, I. Q.; KRAKAUER, L. H. A importância do trabalho respiratório na terapia


miofuncional. Tópicos em Fonoaudiologia, São Paulo, v. 2, p. 155 – 160, 1995.

MARCHIORI, S. C.; VITTI, M.; OLIVEIRA, J. A. Estratégias motoras desenvolvidas em


oclusão normal e maloclusões durante a fala. Anuário CEFAC de Fonoaudiologia, São
Paulo, p.199 – 229, 2000.

MEDEIROS, C. F. M. A importância da conscientização em relação às ações preventivas.


Pró-Fono Revista de Atualização Científica, São Paulo, v. 4, n. 2, p. 36 – 42, 1992.

MEDEIROS, S. P. A interdisciplinaridade entre ortodontia e ortopedia funcional dos


maxilares e a Fonoaudiologia: existe esta relação nos dias de hoje? Fono Atual, São Paulo, n.
8, p. 8 - 13, abr./jun. 1999.

MEURER, E.; VEIGA, L.; CAPP, E. Hábitos mastigatórios e de deglutição em crianças de 3


a 5 anos. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, São Paulo, n.3, p. 29 – 34,
jun. 1998.

MITRI, G.; MARCHESAN, I. Q. Interrelação entre a ortodontia e a Fonoaudiologia:


experiência clínica. Revista Distúrbios da Comunicação, São Paulo, v.2, n. 1/2, p. 75 – 79,
jan./jun. 1987.

MOURA, A. L. L. O ceceio anterior em crianças de 3 a 7 anos. Tópicos em Fonoaudiologia,


São Paulo, v.2, p. 231 – 238, 1994.

NAGEM, T. M. Chupeta e mamadeira: quem quer, a criança ou seus pais? Revista CEFAC,
São Paulo, v.1, n. 2, p. 48 – 55, 1999.

NAUFEL, D. S.; FELÍCIO, C. M.; THOMAZINHO, A. Terapia miofuncional na correção de


mordida aberta posterior bilateral: caso clínico. Fono Atual, São Paulo, n. 5, p. 26 – 31,
abr./jun. 1998.
87

NEIVA, F. C. B.; WERTZNER, H. F. Descrição das alterações miofuncionais orais em


crianças de 8:1 a 9:0 anos. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, São Paulo, v. 8, n.2,
p. 36 – 44, set. 1996.

NÓBILE, A. L. F. A Fonoaudiologia e a amamentação.Tópicos em Fonoaudiologia, São


Paulo, v. 4, p. 191-194, 1997/1998.

ODA, A. L.; ARNAEZ, S. R. H.; ANELLI, W. A termoterapia como recurso no trtatamento


fonoaudiológico das desordens temporomandibulares. Anuário CEFAC de Fonoaudiologia,
São Paulo, p. 279 – 289, 2000.

OLIVEIRA, M. O.; VIEIRA, M. M. Influência da respiração bucal sobre a profundidade do


palato. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, São Paulo, v. 11, n.1, p. 13 – 20, mar.
1999.

PALAMIM, M. R. L. Funções da saliva para a cavidade oral: aspectos relacionados à


mastigação, à deglutição e à fala. Fono Atual, São Paulo, n. 8, p. 19 – 26, abr./jun. 1999.

PANHOCA, I.; SILVÉRIO, K. C. A.; BORIN, M. B. F.; FERES, S. B.; FUSCH, V. M.;
RAMOS, E. C. Análise das funções neurovegetativas em sujeitos portadores de desordem
craniomandibular. Tópicos em Fonoaudiologia, São Paulo, v. 4, p. 339 – 354, 1997/ 1998.

PARIZZI, A. M.; VILLAR, F. T. Esporão lingual: conhecer ou ignorar? Revista CEFAC,


São Paulo, v.1, n. 2, p. 81 – 85, 1999.

PENTEADO, R. Z.; ALMEIDA, V. F.; LEITE, E. F. D. Saúde bucal em pré-escolares: estudo


fonoaudiológico e odontológico. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, São Paulo, v.
7, n. 2, p. 21 – 29, set. 1995.

PEREIRA, L. F.; SILVA, A. M. T.; CECHELLA. C. Ocorrência de hábitos orais viciosos e


distúrbios fonoarticulatórios em indivíduos portadores de deglutição atípica. Pró-Fono
Revista de Atualização Científica, São Paulo, v. 10, n.1, p. 56 – 60, mar. 1998.

PERIOTTO, M. C.; CAMARGO, M. E. P. S. Integração: Fonoaudiologia & ortopedia


funcional dos maxilares. Tópicos em Fonoaudiologia, São Paulo, v. 4. p. 437 – 440, 1997/
1998.

PICINATO, M. N. C.; GENARO, K. F. Avaliação fonoaudiológica das funções orais de


indivíduos com anquilose mandibular. Jornal Brasileiro de Fonoaudiologia, Curitiba, n. 5,
p. 67 – 78, out./dez. 2000.

PONTES, A. C. L. R.; SENNI, C. A. R.; RODRIGUES, K. A.; VIEIRA, M. M. Reflexão


sobre a doença periodontal e sua relação com a atuação fonoaudiológica na presença de
hábitos bucais deletérios. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, São Paulo, v. 11, n.
2, p. 80 – 84, set. 1999.

RAMIREZ, D.; SALVAT, R. P. Uma proposta de modificação nas placas de contenção com
auxílio fonoaudiológico. Jornal Brasileiro de Fonoaudiologia, Curitiba, ano 1, n. 4, p. 85 –
87, jul./set. 2000.
88

RÉGNIER, G. M. C. Prevenção dos distúrbios oromiofuncionais. Lugar em Fonoaudiologia,


Rio de Janeiro, n. 5, p. 31 – 35, jul. 1991.

RIBEIRO, M. C. Atuação fonoaudiológica no pré e pós operatório em cirurgia ortognática.


Jornal Brasileiro de Fonoaudiologia, Curitiba, ano 1, n.1, p. 62 – 68, 1999.

RÍSPOLI, C. M.; BACHA, S. M. C. Terapia miofuncional: intervenção fonoaudiológica


breve. Tópicos em Fonoaudiologia, São Paulo, v. 4. p. 545 – 584, 1997/ 1998.

RODRIGUES, A. C. Y.; BERRETIN, G.; JORGE, J. C.; GENARO, K. F. Caracterização das


alterações miofuncionais orais e auditivas em indivíduos com disfunção craniomandibular.
Pró-Fono Revista de Atualização Científica, São Paulo, v. 10, n.1, p. 51 – 55, set. 1998.

ROSSI, K. M. A.; ÁVILA, C. R. B. de. Estudo comparativo da produção de fonemas na


oclusão normal e maloclusão dental em adolescentes. Pró-Fono Revista de Atualização
Científica, São Paulo, v. 11, n. 2, p. 77 – 79, set. 1999.

SALOMÃO, G. L. Uma proposta de atuação fonoaudiológica junto aos pacientes portadores


da disfunção da articulação têmporo-mandibular (ATM) considerando-se a relação
respiração/variações específicas do tônus muscular. Revista Distúrbios da Comunicação,
São Paulo, v.6, n. 2, p. 185 – 199, jun. 1994.

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alterações de fala, do sistema sensorimotor oral e de hábitos orais em crianças pré-escolares e
escolares da 1a série do 1o grau. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, São Paulo, v.
12, n. 2, p. 93 – 101, set. 2000.

SONCINI, F.; DORNELLES, S. Ocorrência de hábitos orais nocivos em crianças com 4 anos
de idade, de creches públicas no município de Porto Alegre (RS, Brasil). Pró-Fono Revista
de Atualização Científica, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 103 – 108, set. 2000.

SOUZA, C. B. Dislalia e alterações funcionais orofaciais. Revista CEFAC, São Paulo, v.1, n.
2, p. 92 – 95, 1999.

SOUZA, D. R.; SALVAT, R. P. Uma proposta de modificação nas placas de contenção com
auxílio fonoaudiológico. Jornal Brasileiro de Fonoaudiologia, Curitiba, n. 4, p. 84 – 87,
jul./set. 2000.

SUZUKI, H. S. Modificações nos hábitos da rotina alimentar do indivíduo idoso normal.


Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, São Paulo, n. 3, p. 29 – 34, jun. 1998.

SUZUKI, H.; DUPRAT, A.; LEDERMAN, H. M.; BILTON, T.; TEGA, L. P. V.


Comparando avaliação fonoaudiológica, nasolaringoscopia e videofluoroscopia em idosos
sem queixa de deglutição. Revista Distúrbios da Comunicação, São Paulo, v.10, n. 1, p. 91
– 109, dez. 1998.

TESSITORE, A. Abordagem mioterápica com estimulação de pontos motores da face.


Tópicos em Fonoaudiologia, São Paulo, v. 2, p. 75 – 82, 1995.

TESSITORE, A.; MANICARDI, N. A. Motricidade oral e voz. Tópicos em Fonoaudiologia,


São Paulo, v. 3, p. 621 – 628, 1996.
89

THOMÉ, R.; MENEGUETTI, K. I.; OLIVEIRA, M. F. R.; ANELLI, W. Efetividade de


diferentes abordagens nas alterações do sistema estomatognático. Anuário CEFAC de
Fonoaudiologia, São Paulo, p. 237 – 250, 2000.

TOMÉ, M. C.; FARRET, M. M. B.; JURACH, E. M. Hábitos orais e maloclusão. Tópicos em


Fonoaudiologia, São Paulo, v. 3, p. 97-109, 1996.

TOMÉ, M. C.; GUEDES, Z. C. F.; SILVA, A. M. T.; CECHELLA, C. Estudo da ocorrência


de alterações da deglutição e da oclusão dentária em crianças com queixa de falar errado.
Pró-Fono Revista de Atualização Científica, São Paulo, v. 10, n.1, p. 61 – 65, mar. 1998.

TOMÉ, M. C.; MARCHIORI, S. C. Análise eletromiográfica dos músculos orbiculares


superior e inferior da boca em crianças respiradoras nasais e bucais durante a emissão de
sílabas. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, São Paulo, v. 11, n. 1, p. 1 – 7, mar.
1999.

TOMÉ, M. C.; MARCHIORI, S. C.; PIMENTEL, R. Mastigação – implicações na dieta


alimentar do respirador bucal. Jornal Brasileiro de Fonoaudiologia, Curitiba, ano 1, n. 3, p.
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ZARA, A. C. O. L.; FELÍCIO, C. M. Macroglossia: definições, causas e tratamentos.


Anuário CEFAC de Fonoaudiologia, São Paulo, p.191 – 198, 2000.
90

APÊNDICES
91

APÊNDICE I
PRODUÇÃO DOS AUTORES FONOAUDIÓLOGOS BRASILEIROS POR
TIPO DE PRODUÇÃO

TABELA 7 - PRODUÇÃO DOS AUTORES FONOAUDIÓLOGOS BRASILEIROS POR TIPO DE PRODUÇÃO


QUANTIDADE POR PRODUÇÃO
Autor/Tipo Livros Capítulos de Livros Periódicos Separatas Total
Bianchini 1 7 3 11
Marchesan 2 5 3 10
Felício 2 4 6
Junqueira 1 1 4 6
Krakauer 4 4
Silva 4 4
Tomé 4 4
Altmann 2 1 3
Anelli 2 1 3
Canongia 2 1 3
Ferraz 2 1 3
Genaro 3 3
Oliveira 3 3
Andrade 2 2
Ávila 2 2
Berretin 2 2
Bilton 2 2
Dragone 2 2
Lacerda 1 1 2
Meuer 2 2
Neiva 2 2
Oda 2 2
Panhoca 1 1 2
Ramos 2 2
Rodrigues 2 2
Sousa, M. A 1 1 2
Suzuki 2 2
Tessitore 2 2
Vaz 1 1 2
Wertzner 1 1 2
Almeida 1 1
Araújo 1 1
Arévalo 1 1
Arnaez 1 1
Arreias 1 1
Bacha 1 1
Barbosa 1 1
Bernardes 1 1
Beuttenmüller, G. 1 1
Beuttenmüller, V. 1 1
Bilton 1 1
Borin 1 1
92

Continuação da Tabela 7
QUANTIDADE POR PRODUÇÃO
Autor/Tipo Livros Capítulos de Livros Periódicos Separatas Total
Borlolai 1 1
Camargo 1 1
Campioto 1 1
Cardoso 1 1
Casanova 1 1
Cattoni 1 1
Coleta 1 1
Cunha 1 1
Dornelles 1 1
Faria de Paula 1 1
Feres 1 1
Figueiredo 1 1
Franco 1 1
Fusch 1 1
Garcia 1 1
Giellow 1 1
Gomes 1 1
Gonzáles 1 1
Guedes 1 1
Jabur 1 1
Jardini 1 1
Khoury 1 1
Köhler, N.R.W. 1 1
Kyrillos 1 1
Lacerda 1 1
Lima 1 1
Lutaif 1 1
Manicardi 1 1
Marques 1 1
Medeiros, C. F. 1 1
Medeiros, P. 1 1
Meneguetti 1 1
Morais 1 1
Moura 1 1
Nagem 1 1
Nascimento 1 1
Naufel 1 1
Nóbile 1 1
Oliveira 1 1
Padovan 1 1
Panhoca 1 1
Parizzi 1 1
Parlamim 1 1
Penteado 1 1
Pereira 1 1
Periotto 1 1
Picinato 1 1
Pontes 1 1
Proença 1 1
93

Continuação da Tabela 7
QUANTIDADE POR PRODUÇÃO
Autor/Tipo Livros Capítulos de Livros Periódicos Separatas Total
Ramirez 1 1
Ranieri 1 1
Régnier 1 1
Ribeiro 1 1
Rispoli 1 1
Rossi 1 1
Salomão 1 1
Santos 1 1
Savat 1 1
Silvério 1 1
Soares 1 1
Sonsini 1 1
Suzuki 1 1
Tanigute 1 1
Tega 1 1
Thomé 1 1
Veiga 1 1
Villar 1 1
Zackiewicz 1 1
Zara 1 1
Total 13 23 141 1 178
94

APÊNDICE II
AUTORES INTERNACIONAIS MAIS CITADOS PELOS
FONOAUDIÓLOGOS BRASILEIROS POR TIPO DE PRODUÇÃO

TABELA 8 - AUTORES INTERNACIONAIS MAIS CITADOS PELOS FONOAUDIÓLOGOS BRASILEIROS POR TIPO
DE PRODUÇÃO

QUANTIDADE POR PRODUÇÃO


Artigos em
Autor/Tipo Livros Capítulos de livros Separatas Total
periódicos
Hanson 9 3 22 1 35
Barrett 5 3 10 1 19
Moyers 8 4 6 18
Straub 5 4 7 1 17
Segovia 5 1 8 14
Graber 4 2 4 1 11
Linder-Aronson 1 1 8 10
Schwartz 1 4 5 10
Proffit 5 1 3 9
Garliner 3 1 3 1 8
Planas 6 1 1 8
Okeson 2 1 4 7
Barlow 6 6
Bradley 1 5 6
Muller 1 1 4 6
Ricketts 5 1 6
Subtelny 1 5 6
Tallgren 3 3 6
Angle 2 3 5
Breinholt 1 4 5
Carlsson 2 1 2 5
Cohen 1 4 5
Enlow 5 5
Fletcher 1 1 3 5
Harrington 1 4 5
Logemann 1 4 5
Moss 3 2 5
Pierce 1 4 5
Rogers 3 1 1 5
Andrianopoulos 1 3 4
Astendig 1 3 4
Costen 1 2 1 4
Ehrlich 1 2 1 4
Gisel 1 3 4
Harris 4 4
Larsson 1 3 4
95

Continuação da Tabela 8
QUANTIDADE POR PRODUÇÃO
Artigos em
Autor/Tipo Livros Capítulos de livros Separatas Total
periódicos
Leech 2 1 1 4
Ramfjord 2 2 4
Rix 1 1 1 1 4
Solberg 2 2 4
Andersen 1 2 3
Ash 2 1 3
Bell 2 1 3
Cauhépé 1 1 1 3
Dawson 2 1 3
Gelb 2 1 3
Jankelson 2 1 3
Lund 2 1 3
Mason 1 2 3
McNeil 2 1 3
Neifert 1 2 3
Netssel 3 3
Posselt 1 2 3
Psaumé 3 3
Rath 3 3
Schimith 3 3
Sheppard 3 3
Backlund 2 2
Blair 2 2
Bressolin 2 2
Chierici 2 2
Dodds 2 2
Dolan 2 2
Dolwick 2 2
Dubrull 2 2
Eishima 2 2
Feinberg 2 2
Fronkin 2 2
Gatehouse 2 2
Genon 2 2
Goffman 2 2
Goodfriend 2 2
Honorato 2 2
Jacobson 2 2
Kelman 2 2
Leanderson 2 2
Lewis 2 2
Lindblom 2 2
Massler 2 2
Neiburg 2 2
96

Continuação da Tabela 8
QUANTIDADE POR PRODUÇÃO
Artigos em
Autor/Tipo Livros Capítulos de livros Separatas Total
periódicos
Nielsen 2 2
Pizarro 2 2
Rakosi 2 2
Shore 2 2
Smith 2 2
Spreng 2 2
Swinehart 2 2
Tathan 2 2
Turano 2 2
Vogel 2 2
Totais 124 56 229 9 418
97

APÊNDICE III
AUTORES NACIONAIS MAIS CITADOS PELOS FONOAUDIÓLOGOS
BRASILEIROS POR TIPO DE PRODUÇÃO

TABELA 9 - AUTORES NACIONAIS MAIS CITADOS PELOS FONOAUDIÓLOGOS BRASILEIROS POR TIPO DE
PRODUÇÃO
QUANTIDADE POR PRODUÇÃO
Capítulos Artigos em
Autor/Tipo Livros Separatas Total
de livros periódicos
Marchesan 2 2 45 49
Altmann 4 36 40
Bianchini 1 6 23 30
Felício 5 2 19 26
Padovan 2 3 11 16
Junqueira 4 10 14
Douglas 1 1 11 13
Lino 2 11 13
Gomes 1 11 12
Krakauer 12 12
Molina 4 1 5 10
Silva 3 7 10
Wertzner 4 6 10
Canongia 3 6 9
Ferreira 2 1 6 9
Köhler, N.R.W. 9 9
Proença 3 1 5 9
Tomé 2 7 9
Andrade 1 7 8
Aragão 1 7 8
Petrelli 2 6 8
Araújo 1 6 7
Behlau 1 6 7
Camargo 1 6 7
Feres 1 6 7
Ferraz 1 1 5 7
Galvão 1 6 7
Lopes 5 2 7
Moresca 1 6 7
Rodrigues 2 1 4 7
Beuttenmüller, G. 6 6
Limongi 2 4 6
Santos Júnior 4 2 6
Vitti 6 6
Carvalho 4 1 5
Correia 1 4 5
Costa 5 5
Guedes 2 1 2 5
98

Continuação da Tabela 9
QUANTIDADE POR PRODUÇÃO
Capítulos Artigos em
Autor/Tipo Livros Separatas Total
de livros periódicos
Hungria 5 5
Marchiori 5 5
Mocellin 5 5
Vaidergorn 5 5
Vieira 1 4 5
Almeida 4 4
Campiotto 4 4
D' Agostino 4 4
Medeiros 1 3 4
Oliveira 2 2 4
Rocha 1 3 4
Sá Filho 1 3 4
Saboya 1 1 2 4
Silvério 1 3 4
Anelli 1 2 3
Baptista 3 3
Barros 3 3
Braga 1 2 3
Farret 1 2 3
Hersan 3 3
Jabur 3 3
Laan 3 3
Machado 1 2 3
Moura 1 2 3
Paiva 1 2 3
Panhoca 1 2 3
Pereira 1 2 3
Psillakis 1 2 3
Rezende 2 1 3
Simões 1 2 3
Souza 3 3
Tessitore 3 3
Tomasi 3 3
Vaz 2 1 3
Xavier 3 3
Yavas 1 2 3
Câmara 2 2
Cardim 2 2
Cerqueira Luz 2 2
Coelho 2 2
Guilherme 2 2
Gullo 2 2
Issler 2 2
Mongini 2 2
99

Continuação da Tabela 9
QUANTIDADE POR PRODUÇÃO
Capítulos Artigos em
Autor/Tipo Livros Separatas Total
de livros periódicos
Neiva 2 2
Paula 2 2
Peters 2 2
Salomão 2 2
Spinelli 2 2
Toledo 2 2
Totais 107 27 452 586

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