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Contratos

O direito contratual é um ramo do direito que estabelece as


regras e princípios que regem a celebração, interpretação,
execução e encerramento dos contratos. Ele abrange todas as
etapas e aspectos relacionados à formação e validade dos
contratos, bem como os direitos e obrigações das partes
envolvidas.

Um contrato ou um instrumento particular, em tese é tão


simples e fácil de fazer, que se encontram modelos aos
montes na internet.

Porém, o que se tem que ter em mente, quando um negócio


necessita de ser formalizado documentalmente, que cada
negócio é uno, é personalíssimo, porque, ainda, que tenha
objetos similares, mas as partes são diversas e as
obrigações que decorrem do negócio são específicas a cada
negócio.

Em sede de curiosidade, a população mundial estimada é de


mais de 7 bilhões de pessoas e, estudos científicos na área
de documentoscopia, apontam que nem os gêmeos univitelinos,
que são os considerados idênticos, tem impressões digitais
idênticas, ou seja, suas impressões digitais são
diferentes, assim, partindo, desse simples fato, não há
como elaborar um contrato padrão para diversas pessoas.

Nesse sentido, Norberto Bobbio, em sua obra, O Positivismo


Jurídico, Capítulo 3, O Código Napoleônico E As Origens do
Positivismo, declara que, as leis positivas jamais poderão
substituir inteiramente o uso da razão natural nos assuntos
da vida.

E isto seja porque muitas particularidades escapam


necessariamente ao legislador, seja porque, enquanto as
leis não mudam, a vida social que devem regular está em
contínuo desenvolvimento.

Assim, como não existem duas pessoas iguais, também não


existem dois contratos iguais, porque “muitas
particularidades escapam de seu elaborador”. Se pode até
vender dois carros iguais, mas se for para pessoas
diversas, cada qual, tem suas especificidades.

E, quando se pega um modelo de contrato e o assina sem


adequar às particularidades e especificidade dos seus
signatários, quando ocorre uma infração contratual, pode se
perder muito dinheiro, além de perder o objeto do contrato.

Então, para se mitigar os riscos contratuais, cláusulas


específicas devem agregar ao bojo do contrato, adequando às
particularidades de seus signatários.

Existem muitas cláusulas contratuais que precisam ser


inseridas no contrato com cautela e com a devida orientação
aos signatários.

Por exemplo:

> a cláusula de arrependimento - no contrato imobiliário,


se ficar expresso que as obrigações no instrumento
assumidas são irrevogáveis e irretratáveis, se houver
inadimplência pelo devedor, o negócio não pode ser
desfeito, ou seja, não há possibilidade de recuperação do
imóvel, apenas a execução do contrato para receber o saldo
devedor, acrescido de juros e multas;

> Cláusula de reversão - importante cláusula, que pode


figurar principalmente nos instrumentos de doação, porque
se o donatário (quem recebe a doação) falecer antes do
doador, o objeto doado, retorna ao doador, sem a
necessidade se abrir inventário, que gera grandes ônus para
uma família;

> Cláusula de “encerramento” do contrato – diz respeito


sobre a forma como o contrato pode ser desfeito antes do
efetivo cumprimento da obrigação assumida, como por
exemplo, rescisão (quando há inadimplência de uma das
partes) ou distrato (quando não há inadimplência, mas as
partes decidem desfazer o negócio); dentre outras.

Por essas razões e muitas outras, é que é, sempre


importante, antes de se aventurar no mundo dos negócios,
consultar um profissional jurídico da advocacia, pois só
ele poderá lhe esclarecer sobre as cláusulas para reduzir
os maiores riscos do negócio.

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