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PROTOCOLO – REFLUXO GASTROESOFÁGICO E ESOFAGITE

*Refluxo do conteúdo gástrico para o esófago. (GERD)

Causas:
Dieta inflamatória, baixa produção de ácido clorídrico, deficiências nutricionais, H. pylori, estresse,
bariátrica, hipersensibilidade alimentar, obesidade, tabaco, deitar após comer, medicação
Sintomas:
Refluxo de secreção gástrica, pigarro (muco em excesso na garganta, podendo ser provocado por
uma inflamação na garganta ou por uma alergia,, a sensação de algo preso na garganta),
episódios de azia (pirose), eructação, tosse seca, queimação na porção superior medial do tórax,
rouquidão, inapetência. Em crianças podem estar presentes vômitos, disfagia, recusa alimentar ou
queixas de dor abdominal. Pode haver relato de ardência na língua
→ Pacientes com refluxo ativo, requerem monitoramento mais de perto e quando os sintomas vão
melhorando, abrem as portas para que eles voltem

Esofagite -
Doença erosiva prologada (inflamação do esôfago), erosões esofagianas, ulcerações,
estreitamentos e alguns casos de disfagia. Pode ser causada pela inflamação viral, redução da
pressão no LES (esfíncter esofágico inferior), uso de tabaco, aumento da pressão intra-
abdominal (gravidez, obesidade), retardo do esvaziamento gástrico, vômitos reincidentes,
gravidez, entre outros. É uma consequência do refluxo mal tratado

Esôfago de Barret (BE)


A principal e mais significativa preocupação dos indivíduos com refluxo de longa duração. O
esôfago de Barrett é definido como a substituição do epitélio estratificado e escamoso do esôfago
pelo epitélio colunar com células intestinalizadas ou mistas, em qualquer extensão do órgão
São complicações da DRGE: esôfago de Barrett, estenose (uma complicação de resolução
cirúrgica), úlcera e sangramento esofágico
O esôfago de Barrett é uma condição secundária à maior exposição da mucosa do esôfago ao
conteúdo gástrico, seja este de natureza ácida, alcalina ou mista
A regurgitação frequente ou o refluxo de ácido no esôfago proximal excessivo podem predizer a melhora de
20% nos sintomas da asma, com o uso de omeprazol diário
Objetivos nutricionais :
*Evitar o RGE
*Recuperar o estado nutricional
*Controlar os sintomas, cicatrizar as lesões

Dietoterapia:
VET : depende do paciente
PTN : hiperproteico (rever no consenso)
HCO : normoglicidico
LIP : normolipidico ou hipolipidico( <20%) Consistência da dieta: Fase aguda – líquida ou
semilíquida com evolução até a dieta geral (com melhora da disfagia).

Orientações nutricionais :
-Não é o que comer ou tomar, mas o que está comendo e bebendo que está te gerando refluxo
-Se a causa do refluxo for hipersensibilidade alimentar, tem que fazer investigação entre os
alimentos potencialmente alergênicos (trigo, ovos, amendoim, leite e derivados, leite e derivados,
peixes e frutos do mar, soja, oleaginosas) que podem estar causando sensibilidade (geralmente é o
que mais consome)
-Aleo vera pode ajudar (ver wpp e aulas)
-Não deitar 2 horas após as refeições
-Em estágio avançado o líquido causa vômitos intensos, enjôos excessivos, então ajuste a
consistência para pastosa e seca. O que mais funciona para o refluxo é a consistência seca, então
pedir que o paciente coloque aveia, farinha…
➔ não utilizar de sucos ou chás
-Evitar alimentos que estimulam a secreção gástrica, como alimentos quentes, infusos
concentrados (chás e café), condimentos picantes, bebidas alcoólicas fermentadas como cerveja e
vinho
-Observar a tolerância a alimentos ácidos
-Para pacientes acamados inclinar a cabeceira
-Fracionar a dieta ao longo do dia evitando grandes refeições
-Evitar vestimentas apertadas
-Não comer muito próximo ao horário de treinar
- Moderar a ingestão dos seguintes alimentos, na dependência da correlação com sintomas: café
(descafeinado pode continuar), chocolate (sem lactose pode), pimenta, bebidas gasosas, menta,
hortelã, produtos a base de tomate
-Queijos magros e leite deve ser desnatado
-A dieta deve ser seguida de 4 a 6 semanas em 100% de forma correta para gerar algum resultado
-Se a DRGE estiver em um nível avançado essas orientações acima podem se tornar mais restrita
e para melhorar é associando à dieta e estilo de vida com uso do medicamento (prazol geralmente)
-Se paciente não responder ao tratamento inicial deve-se ser mais rígido e restrito
-Alimentos somente cozidos, como frutas, nada cru
➔ O cru raspa na parede do esôfago e piora o quadro
-A exposição das células do esófago ao pH ácido ativa o fator de transcrição NF-KB, aumentando
a secreção de TNF alfa, Il-6 e IL-8 (ou seja, inflamação)
➔ a curcumina impede a expressão de citocinas inflamatórias no tecido esofágico diante de exposição por
ácidos → o mecanismo de proteção da curcumina no esófago é atribuído por sua natureza antioxidante
➔ curcumina diminui NF-KB, aumenta IKB (ligante do NF-KB dentro da célula) → menos NF-KB indo
no núcleo estimula a produção de citocinas pró inflamatórias
➔ diminui a resposta de Th1, aumentando IL-10 e TNF alfa→ redução da inflamação, da apoptose e da
injúria do tecido
➔ diminui ainda E.O. alterando as vias de MAPk p38 e JNK
➔ inibe a atividade e expressão da Cox2, reduzindo o processo inflamatório
➔ Aumenta BDNF que tem relação com sobrevivência, diferenciação e manutenção dos
neurônios e é através dele, junto ao exercício crônico, que ajuda no controle de apetite (a
curto prazo seria leptina e grelina)
➔ curcumina aumenta a capacidade antioxidante enzimática da superóxido dismutase e da
glutationa
➔ Uso de 500mg por 7 dias
-Água alcalina deve ser consumida em pouca quantidade ou longe das refeições (3 minutos antes
ou 2 horas após) para não prejudicar a digestão, principalmente se paciente já não mastiga bem e
tem problemas digestivos
-Temperaturas extremas da comida são ruins para refluxo pois agridem a parede do estômago
-Chás que podem ajudar: alecrim e erva doce, erva cidreira, camomila principalmente antes das
refeições
➔ chá de gengibre e alecrim ajudam na produção de muco
➔ espinheira santa age como anti ácido natural e deve ser tomada em jejum, ficando 1 hora
sem comer após tomar
-Consumo de líquidos durantes as refeições não é indicado para refluxo ou outros problemas
digestivos como gastrite
-Produtos lácteos devem ser consumidos sem lactose
-A retirada do glúten não é necessária
-Os alimentos integrais tendem a piorar o quadro de esofagite pois exige mais da nossa mucosa
para a digestão (retirando os refinados da dieta, a tendência é piorar a azia e o efluxo de líquido
para a garganta
-Pela intervenção ser restrita por um período pode haver perda de peso nesse meio tempo de 4-6
semanas sendo em alguns casos é interessante a pausa na atividade física
➔ em alguns casos a dieta só mostra efeito de 8-12 semanas
-Consumo de frutas secas é individual
-Proteínas de difícil digestão podem interferir no quadro
-Depois desse período entra o bom senso de retirar e por, e ver como paciente se sente
-Gengibre: efeito anti-emético, previne ulcerações gástricas, protege contra infecção por h. pylori,
evita danos oxidativos, aprimora os sistemas de defesa antioxidantes, possui efeito anti-
inflamatório, modula enzimas desintoxicantes, diminui a dor epigástrica, dispepsia e disritmias
gástricas
-Cafeína, em cápsula ou não, pode gerar azia/queimação e refluxo
-Para esofagite: se o nível for muito avançado é ideal a exclusão dos alimentos: leite de vaca, soja,
trigo, amendoim, frutos do mar, e frutos secos

Tratamento médico:
Cirurgia fundoplicatura – procedimento no qual o fundo do estômago envolve a porção final do
esôfago para limitar o refluxo
-->indicação cirúrgica: Pacientes que não respondem satisfatoriamente ao tratamento clínico,
inclusive aqueles com manifestações atípicas cujo refluxo foi devidamente comprovado.
Pacientes dos quais é exigido tratamento de manutenção com IBP, especialmente aqueles com
menos de 40 anos de idade. Casos em que não é possível a continuidade do tratamento de
manutenção, por exemplo, a impossibilidade de arcar financeiramente com os custos do
tratamento clínico a longo prazo
Medicamentos mais utilizados: Antiácidos ou alcalinos (Hidróxido de alumínio, Hidróxido de
magnésio) Bloqueadores dos receptores H2 da histamina (Cimetidina, Ranitidina, Famotidina,
Nizatidina), Inibidores da bomba protônica (Omeprazol, Lansoprazol, Pantoprazol, Rabeprazol,
Esomeprazol), Procinéticos (Cisaprida, Domperidona, Metoclopramida)

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