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Dor Abdominal na Infância

Dor abdominal aguda


Maioria dos casos benigna e autolimitado
Principais etiologias: GEA, constipação intestinal, doenças respiratórias
Cirúrgica: apendicite aguda, invaginação intestinal

Abordagem diagnostica: SISTEMATIZAR


Faixa etária/ história/ exame físico minucioso
Avaliação de sinais vitais, fácies de dor associada a palidez, sudorese, prostração, hipotermia, náuseas e
vômitos
Sinais de peritonite
Sinais de alarme !!

Descartar causas obstrutivas


Dor visceral em surtos (cólicas) presenca de vômitos biliosos sugere obstrução alta, obstrução distal: vômitos
tardios.
Invaginação intestinal, volvo, bridas, íleo paralítico hipóteses

Avaliar possibilidades infecciosas


Qualquer sindrome viral pode estar associada a cólicas ou dor abdominal difusa as vezes epigástrico ou
periumbilical

Doenças hepatobiliares
Acolia, colúria, icterícia, dor epigástrica

Possíveis causas funcionais


Crises de dor mais intensa, mas com histórico de dor crônica
Constipação intestinal, dor abdominal funcional

Invaginação intestinal
Segunda mais comum emergencia abdominal na infância, mais comum até o final do segundo ano de vida.
Tríade clássica (dor abdominal em cólica, fezes em geleia de framboesa ou hematoquezia e uma massa
abdominal palpável).
Geralmente precede um processo infeccioso em que ocorre aumento das placas de Peyer e invaginação do
USG exame padrão ouro para diagnostico (sinal do alvo/pseudo-rim)

Adenite Mesenterica
Processo inflamatório autolimitado que afeta os linfonodos mesentericos no QID
Podem durar dias a algumas semanas
Comum na primeira infância
Secundário a processos infecciosos virais ou bacterianos
US de rotina em criança assintomática pode aparecer linfonodos em mesentério!

Dor abdominal crônica


Queixa comum
Pico dos 4 aos 12 anos de idade
Maioria funcional
Ansiedade na família

Dor abdominal crônica >3meses, padrão continuo ou intermitente dividida em:


Dor abdominal orgânica: com danos anatômicos.
Dor abdominal funcional: sem danos.

Funcional: dor periumbilical difusa raramente com irradiação


Episódios de dor podem durar minutos a horas
Intensidade suficiente para levar ao choro e interromper atividades
Sintomas neurovegetativas como palidez, sudorese, náuseas
Avaliação do crescimento ponderoestatural analisar!

Orgânica: historia familiar de doença inflamatória intestinal, dor persistem quadrante superior ou inferior
direito, disfagia, odinofagia, vômitos persistentes, sangramento gastrointestinal, diarreia noturna, artrite,
doença perianal, perda ponderal, desaceleração do crescimento linear, febre.
Causas:
Retocolite ulcerativa Aderências pós-cirúrgica
Doença de Crohn Intolerância a lactose
Parasitose intestinal
Ma absorção intestinal
Distúrbios gastrointestinais Funcionais
Dispepsia funcional: síndrome do intestino irritável, enxaqueca abdominal, dor abdominal funcional
-critérios de Roma IV - não apresenta qualquer alteração ao exame clinico e testes complementares, preencher
os critérios de Roma IV para cada problema, não sendo atribuídos a outra entidade nosologica.

* Síndrome da dor abdominal funcional - dieta, terapia farmacológica, suporte psicológico


30% das crianças pode persistir para vida adulta e pode persistir para síndrome do intestino irritável na vida
adulta.

Constipação intestinal
Atraso ou dificuldade na defecação por duas ou mais semanas
90-95% são de natureza funcional - resulta da retenção voluntaria de fezes pela criança relacionada ao medo
de evacuar causado por uma evacuação previa dolorosa

Causas funcionais:
Fatores hereditários
Hábitos de vida:
Desmame precoce
Negligência do reflexo de evacuação
Baixo consumo de fibras
Abuso infantil

Fatores precipitantes: desmame - introdução de formulas ou alimentos sólidos, desfralde - medo para evacuar
nessa fase, inicio de escola - medo ou insegurança fora de casa, pós infecções - diminuição da ingestão
hídrica, desmobilizado após gastroenterite

Etiologias orgânicas: causas metabólicas e intestinais, causas anatômicas, causas neurológicas, drogas,
anormalidades da musculatura abdominal, disturbios da musculatura e sistema nervoso entérico

Apresentação clinica
Fezes ressecadas, desde cíbalos ate muito volumosas, intervalo variável
Lactentes: fezes ressecadas, acompanhada de dor
Sangramento nas fezes , dor abdominal crônica, retenção urinaria, ITU de repetição
Anorexia
Escala de Bristol

Toque retal: não é obrigatório na suspeita de doença orgânica, ou lesão suspeita. Na suspeita de fecaloma
pode ser feito.

Diagnóstico diferencial:
Pseudoconstipacao do lactente: eliminação de fezes macias < 3x na semanas em lactentes em aleitamento
materno exclusivo (fisiológico), imaturidade neurointestinal.

Disquezia do lactente: esforço, gemido e vermelhidão na face ir 10-20 min antes da evacuação de fezes
amolecidas <6meses (fisiológico)

Constipação secundaria a APLV(alergia a proteína ao leite de vaca): < 2anos com constipação refrataria,
inicio coincide com introdução de leite de vaca, hiperemia perianal, exclusão da PLV com TPO (teste de
provocação oral) por 4-6 semanas para diagnostico

Doença celíaca: constipação crônica refratária, baixa estatura ou déficit crescimento, anemia crônica.
Pode ser também aquele que tem tudo para ser funcional mas não melhora reavalia.

Doença de Hirschprung - aganglionose intestinal congênita: retardo na eliminação do mecônio 90% das
vezes, 40% mesmo assim conseguem eliminar normalmente, distensão abdominal, déficit de crescimento
Toque retal - com ampola retal vazia - saída de fezes explosivas. SEGMENTO RETOSSIGMOIDE 80%
Mais comum em meninos
RX de enema opaco sem preparo bom exame para visualizar com biópsia para DX (dilatado tem neurônios
- estreito não terá neurônios)

Exames na suspeita de etiologia orgânica


RX de abdome simples - fecaloma, impactação de fezes, criança não permitiu exame físico
Manometria acorrentar
Rx enema opaco sem preparo prévio - megacolon
Laboratoriais

Escape fecal ou soiling: incontinência fecal por retenção, crônica por retenção, por transbordamento
Encoprese incontinência fecal não retentiva evacuações em locais inapropriados secundária a distúrbio
psiquiátrico

Objetivo: diminuir a distensão do reto e do cólon, recuperando a motilidade e a dinâmica da evacuação


Restaurar a confiança da criança
Explicar mecanismos de retenção e escapes fecal

Manejo nutricional - mais preventivo, após cronicidade da constipação necessidade de medicamentos


Medicamentoso -
Treinamento evacuatório (reflexo gastro cólico)
Diário da frequência das evacuações
Psicoterapia

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