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FACULDADE DE TEOLOGIA, FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS GAMALIEL – FATEFIG

CENTRO EDUCACIONAL E CULTURAL DA AMAZÔNIA – CECAM


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
TURMA ENF 12

Avaliação
Nutricional

Professor: Shidney Salatiel Batista de Lima


Nutricionista CRN - 9036
OBJETIVO

Identificar os distúrbios nutricionais, possibilitando


uma intervenção adequada de forma a auxiliar na
recuperação e/ou manutenção do estado de saúde do
indivíduo.

(Cuppari, 2012)
Avaliação Nutricional

Avaliação Prescrição da
antropométrica Determinação terapia
Triagem do VET
e alimentar nutricional
Avaliação Nutricional

MUST NRS-2002 MAN

MST STRONG KIDS

A triagem nutricional em pacientes hospitalizados deve ser


realizada em até 72 horas da admissão, para identificar o risco
nutricional (DITEN, 2011).

NRS 2002 é o método mais indicado no paciente


hospitalizado na população brasileira (DITEN, 2011).
Avaliação Nutricional

SEMIOLOGIA
NUTRICIONAL
Avaliação Nutricional

Nível de consciência Função respiratória Função motora Função neurológica

Eupneico em ar Orientado em
Consciente ambiente Deambulando tempo e espaço

Dispneico (aos
Acamado + Algo/pouco
pequenos/médio
Rebaixado deambulando desorientado
s/grandes
com auxilio
esforços)

Respirando com
auxilio: cateter
Sonolento de 02, Acamado restrito Desorientado
macronebulizaçã
o

Ventilação
Sedado mecânica
Avaliação Nutricional

DEPLEÇÃO DA MUSCULATURA DA
FACE
MUSCULATURATEMPORAL BOLA GORDUROSA DEBICHART
Avaliação Nutricional

REGIÃO SUPRA E INFRACLAVICULAR


E FÚRCULA ESTERNAL
✓ Perda crônica de massa muscular

Supraclavicular

Infraclavicular

Fúrcula esternal

DUARTE, 2007.
ATROFIA DA MUSCULATURA
PARAVERTEBRAL
•Redução da sustentação corporal:

cifose
•Menor força respiratória – menor
capacidade de expansão
ventilatória
•Maior frequência em adotar
decúbito dorsal

DUARTE, 2007.
Avaliação Nutricional

ABDOME
✓ Plano
✓ Distendido
✓ Ascítico
✓ Escavado

DUARTE, 2007.
EDEMA
✓ Importante no diagnóstico de desnutrição proteico-energética
✓ Relacionado com a presença de hipoalbunemia
✓ Edema maleolar ou sacral
✓ Sinal de cacifo ou de godet
Avaliação Nutricional

DESIDRATAÇÃO
➢ Como investigar desidratação:
✓ Avaliar produção de saliva
✓ Brilho nos olhos
✓ Umidade das mucosas (Gengival, conjuntival, cavidade oral)
✓ Turgor e elasticidade da pele
• Pinçar com o polegar e indicador
• Desidratação: pele murcha,
que ao soltar, se desfaz lentamente

DUARTE, 2007.
Avaliação Nutricional

EVIDÊNCIAS DE ANEMIA
➢ Detecção de palidez:
✓ Mucosas
✓ Conjuntival
✓ Labial

DUARTE, 2007.
Avaliação Nutricional

EVIDÊNCIAS DE ICTERÍCIA
✓ Impregnação de mucosas e pele por pigmentos biliares
✓ Principalmente esclerótica e sublingual
✓ Coloração amarelada

DUARTE, 2007.
Avaliação Nutricional

OUTRAS CONDIÇÕES IMPORTANTES


• Deglutição
• Disfagia: Dificuldade na progressão dos alimentos, tendo como sinais a
tosse, engasgos e pigarros

• Odinofagia: dor ao deglutir. Normalmente associada a disfagia, ou em


consequência de inflamações da mucosa oro-esofágica.

• Paladar
• Disgeusia: Ausência no sentido do paladar; percepção de sabor metálico,
sensibilidade ou insensibilidade ao doce, intolerância ao amargo

• Função do trato gastrointestinal


• Diarreia / constipação
• Náuseas / vômitos
AVALIAÇÃO
ANTROPOMÉTRICA
Peso para idade (IMC) para idade
• Adequada para o • Identificar o excesso de peso entre
acompanhamento do ganho de crianças e adolescentes
peso Estatura para idade
• Reflete a situação global da • Expressa o crescimento linear da
criança, mas não diferencia o criança
comprometimento nutricional
atual (ou agudo) dos pregressos Peso para estatura
(ou crônicos) • Utilizado tanto para identificar o
emagrecimento quanto o excesso de
peso da criança.
AFERIÇÃO DE PESO - CRIANÇAS
• Balança pediátrica ou balança “pesa-bebê” – capacidade
máxima de 16Kg.

• Balança tipo plataforma ou balança clínica - crianças maiores


de 2 anos.
ESTATURA - CRIANÇAS

• Infantômetro - < 2 anos • Estadiômetro - > 2 anos


•Com a criança deitada com as • Em pé, ereta, braços relaxados
pernas relaxadas •Cabeça mantida no plano de
•Apoia-se a cabeça (1), e a Frankfurt
peça móvel (2) é deslocada até •Nuca, os ombros, as nádegas e
tocar os pés da criança os calcanhares deverão
•Pés alinhados, permitindo a permanecer encostados no
leitura do valor do centro do estadiômetro
comprimento (3)
PERÍMETRO CEFÁLICO (PC)
• Indicador das anormalidades não nutricionais e
subnutrição grave que podem afetar o perímetro
cefálico.

TÉCNICA DEAFERIÇÃO

• Segure firme a cabeça da criança


• Posicione a fita métrica na porção
posterior mais proeminente do crânio
(occipício) e na parte frontal da cabeça
(glabela)
DIAGNÓSTICO ANTROPOMÉTRICO
DIAGNÓSTICO ANTROPOMÉTRICO
Avaliação Nutricional

PESO ATUAL

• Balança calibrada de plataforma


ou eletrônica

• Em pé, no centro da base da


balança

• Descalço e com roupas leves.


Avaliação Nutricional

MUDANÇA DE PESO
• Descreve a perda de peso involuntária e a sua gravidade
segundo o tempo.

% Perda de peso = (peso habitual – peso atual) x 100


peso habitual
ALTURA
Avaliação Nutricional

ALTURA ESTIMADA APARTIR DA


ALTURA DO JOELHO
TÉCNICA DEAFERIÇÃO

• Colocar o paciente em posição supina ou


sentado o mais próximo possível da
extremidade

• Dobrar o joelho esquerdo em ângulo de


90°

• Medir o comprimento entre a planta do pé


e a superfície anterior da perna, na altura
do joelho, utilizando uma régua para
medir crianças;
Avaliação Nutricional

ALTURA ESTIMADAA EXTENSÃO


DOS BRAÇOS
TÉCNICA DEAFERIÇÃO

• Colocar os braços do paciente estendidos e


em ângulo reto (90°) com o corpo

• Medir, utilizando uma fita métrica flexível, à


distância entre o dedo médio de uma mão
até o dedo médio da outra

• Essa distância corresponde à estatura do


paciente

• Como método alternativo, é possível medir


a extensão de um único braço e multiplicar
por 2
Avaliação Nutricional

ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC)


IMC = Peso atual (kg)
Altura² (m)
IMC (kg/m2) Classificação

<16 Desnutrição grau III

16,0 a 16,9 Desnutrição grau II

17,0 a 18,4 Desnutrição grau I

18,5 a 24,9 Eutrofia

25,0 a 29,9 Sobrepeso

30 a 34,9 Obesidade grau I

35 a 39,9 Obesidade grau II

> 40,0 Obesidade grau III


Fonte: Organização Mundial de Saúde (OMS), 1995 e 1997.
Avaliação Nutricional

IMC IDOSO
IMC (kg/m2) Classificação
< 22 Magreza
22 a 27 Eutrofia
> 27 Excesso de peso
Fonte: LIPSCHITZ, 1194.

IMC (kg/m2) Classificação


< 23 Desnutrição
> 23 a < 28 Eutrofia
> 28 a < 30 Sobrepeso
> 30 Obesidade
Fonte: OPAS, 2002.
Avaliação Nutricional

CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO (CB)


• Avalia a reserva tecido muscular
TÉCNICA DEAFERIÇÃO

• Braço flexionado em direção ao


tórax (90º)

• Marcar ponto médio entre o


acrômio e o olécrano

• Braço estendido, palma da mão


voltada para a coxa

• Medir no ponto marcado

• Escolher o braço não dominante


Avaliação Nutricional

CIRCUNFERÊNCIA DA
PANTURRILHA (CP)
Medida mais sensível para apontar mudanças de massa
muscular em idosos.

Pontos de corte:
Eutrofia: > 31
Desnutrição: < 31
EXCLUSIVA PARA
IDOSOS
CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA
(CC)
TÉCNICA DEAFERIÇÃO
• Em pé e pernas levemente afastadas

• A fita deve circundar o indivíduo, no ponto


médio entre a crista ilíaca superior e a
última costela (pode corresponder a região
mais estreita entre o tórax e o quadril).

• A leitura deve ser feita no momento do


movimento expiratório normal.
CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA
(CC)
• Risco de complicações metabólicas

Risco Normal Moderado Alto


<94 cm 94-102 cm >102 cm
Homem

Mulher < 80 cm 80-88 cm >88 cm


Fonte: OMS, 1998; Cardoso & Isosaki, 2005.
CIRCUNFERÊNCIA DO QUADRIL
(CQ)
TÉCNICA DEAFERIÇÃO

• A fita deverá circundar o quadril na


região de maior perímetro entre a
cintura e a coxa, (trocanter maior)
com o indivíduo usando roupas
finas.
RELAÇÃO CINTURA/QUADRIL
• Avalia o risco de doenças cardiovasculares.
RCQ= CC (cm)
CQ (cm)
Avaliação Nutricional

DOBRA CUTÂNEA TRICIPTAL(DCT)


TÉCNICA DEAFERIÇÃO

• Braço direito flexionado em direção ao tórax (90º).


• Marcar ponto médio entre o acrômio e o olécrano
• Braço relaxado
• Segurar firmemente a dobra, entre o polegar e o
indicador da mão esquerda, a 1cm acima do local a
ser medido
• Destacar a dobra de modo que o tecido Muscular
não tenha sido pinçado
• Adipômetro perpendicular à dobra
• Fazer leitura até 2 segundos
• Manter dobra pressionada com os dedos durante a
aferição
• Média de 3 medidas
Avaliação Nutricional

DOBRA CUTÂNEA BICIPTAL(DCB)


TÉCNICA DEAFERIÇÃO

• A aferição desta dobra deve ser feita no mesmo


nível da PCT, na parte anterior do braço.
• Braço relaxado
• Segurar firmemente a dobra, entre o polegar e o
indicador da mão esquerda, a 1cm acima do local a
ser medido
• Destacar a dobra de modo que o tecido Muscular
não tenha sido pinçado
• Adipômetro perpendicular à dobra
• Fazer leitura até 2 segundos
• Manter dobra pressionada com os dedos durante a
aferição
• Média de 3 medidas
DOBRA CUTÂNEA SUBESCAPULAR
(DCSE)
TÉCNICA DEAFERIÇÃO

• Apalpar a escápula até a localização do


ângulo inferior;
• A dobra deve ser destacada na
diagonal.
• Braços relaxados ao longo do corpo
• Pinçar a dobra com os dedos polegar e
indicador e, manter até o término da
aferição
• Fazer leitura até 2 segundos
• Média de 3 medidas
DOBRA CUTÂNEA SUPRAILIACA
(DCSI)
TÉCNICA DEAFERIÇÃO

• Medida logo acima da crista ilíaca, na


linha axilar média
• A dobra deve ser destacada na
diagonal.
• Braços relaxados ao longo do corpo
• Pinçar a dobra com os dedos polegar e
indicador e, manter até o término da
aferição
• Fazer leitura até 2 segundos
• Média de 3 medidas

✓ Pacientes acamados, a medida poderá


ser realizada na posição supina.
NECESSIDADES
NUTRICIONAIS
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
✓ Gasto Energético Total
• GET= GEB x gastos energéticos das atividades diárias
Diag. Nut. IRC.sub.
Hem. Prot. Cor. eASG
renais.
CRIANÇAS E ADOSLECENTES
• Recomendação por Kcal/Kg por faixa etária
Avaliação Nutricional

ADULTOS E IDOSOS
✓ Equação de Harris & Benedict
• GET = GEB x FA x FI x FT

✓ Fórmula de bolso
• Kcal/kg
Situações Calorias/kg Proteínas/kg/dia - outros
Idoso em risco nutricional, desnutrido ou 25 a 30 kcal/kg 1,2 a 1,5g ptn/kg
após cirurgia ortopédica
Câncer sem caquexia 25 a 30 kcal/kg 1,0 a 1,5g ptn/kg

Caquexia associada ao câncer, DPOC, 30 a 45 kcal/kg 1,5 a 2,0 g ptn/kg


ICC, IRC, falência hepática, AIDS ou (EPA – 2 g/kg)
artrite reumatoide
Queimados Equação de Toronto 1,5 a 2,0g ptn/kg (suplementar glutamina)

UTI – em risco ou desnutridos 25 a 30 kcal/kg 1,2 a 2,0g ptn/kg

HIV – em riscos ou desnutridos 35 a 40 kcal/kg (pctes 1,2 g ptn/kg – fase estável


assintomáticos) 1,5g ptn/kg (fase aguda)
40 kcal/kg (pacientes Com diarreia – 30g de glutamina/dia
sintomáticos e CD4 < 200)
Doença hepática – em risco ou desnutridos 35 a 40 kcal/kg 1,2 a 1,5g ptn/kg

Doença pulmonar, incluindo DPOC 40 a 45 kcal/kg 1,5g ptn/kg

Úlcera por pressão ou outras afecções 30 a 35 kcal/kg 1,2 a 1,5g ptn/kg


teciduais
Diabetes tipo 1 e 2 – em risco ou 25 a 35 kcal/kg Ptn: 15 a 20% do VET
desnutridos

Fonte: TOLEDO; CASTRO, 2015.


NECESSIDADES HÍDRICAS NO
PACIENTE HOSPITALIZADO

18 – 55 ANOS 35 ml/Kg

56 – 75 ANOS 30 ml/Kg

>75 ANOS 25 ml/Kg


REFERÊNCIAS
DUARTE, A.C.G. Avaliação Nutricional – Aspectos Clínicos e Laboratoriais. Editora
Atheneu. São Paulo, 2007.

ROSA, G.; PEREIRA, A. F.; BENTO, C.T.; ROSADO, E.L.; SILVA LOPES, M.S.M.;
PERES, W.A.F. Avaliação Nutricional do Paciente Hospitalizado – Uma abordagem
Teórico-Prática. Editora Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2008.

MIRANDA, D. E. G. A. Manual de avaliação nutricional do adulto e do idoso.


Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2012.

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