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Têmpera e

Revenimento

Tratamentos Térmicos II
Prof Aline Faria
• A têmpera e o revenido (ou revenimento) do
aço são operações de tratamento térmico
aplicadas principalmente nas ligas ferrosas e
têm por objetivo produzir uma estrutura que
permite ao material submetido a essas
operações adquirir propriedades de dureza e
resistencia mecânica compatíveis com as
condições de sua utilização.
Têmpera
• Esse é o tratamento térmico mais importante,
porque é por intermédio dele, acompanhada
pelo revenido, que se obtém as estruturas e as
propriedades que permitem o emprego do
aço em peças de maior responsibilidade e em
aplicações mais críticas, como as que se
encontram na indústria mecânica, na indústria
de transporte e em outros segmentos
industriais.
• A operação de têmpera visa a obtenção de
martensita

Microestrutura da Martensita mostrando estrutura de agulhas


A martensita se forma quando
o resfriamento for rápido o
suficiente de forma a evitar a
difusão do carbono ficando o
mesmo retido em solução
Como conseqüência disso,
ocorre a transformação
polimórfica mostrada ao lado
Como a martensita não
envolve difusão, a sua
formação ocorre
instantaneamente
(independente do tempo)
• Sendo uma fase fora de equilíbrio, a martensita
não aparece no diagrama de fases ferro carbeto
de ferro.
• É uma solução sólida supersatura de carbono
(não se forma por difusão), todo o carbono
permanece intersticial, podendo transformar se
em outras estruturas por difusão quando
aquecida
• É dura e frágil, por isso é sempre necessário um
tratamento de revenimento após a formação de
martensita
• Duas microestruturas são encontradas: em ripas
e lenticular (placas)
Fotomicrografia de uma liga de memória de forma
(69%Cu 26%Zn 5%Al), mostrando as agulhas de
martensita numa matriz de austenita
MARTENSITA EM FORMA DE RIPAS
• Para ligas que contêm menos
do que cerca de 0,6% de C, os
grãos de martensita se
formam como ripas

• São placas longas e finas, tais


como as lâminas de uma folha

• Os detalhes microestruturais
são muito finos e técnicas de
micrografia eletrônica devem
ser aplicadas para a análise
dessa microestrutura
MARTENSITA EM FORMA
LENTICULAR (PLACAS)
• A martensita lenticular (ou em
placas) é encontrada em ligas
ferro-carbono com
concentrações maiores que
1,0% de C.
• Na fotomicrografia pode-se
observar os grãos de martensita
em forma de agulhas (regiões
escuras) e austenita que não se
transformou durante o
resfriamento (regiões claras)
denominada austenita retida
(pois esta presente a temp.
ambiente)
Temperatura de Transformação
Martensítica
Diferença Microestrutural
Martensita Ripas x Placas
CURVA TTT PARA AÇO EUTETÓIDE
• O início da transformação
martensítica está representado por
uma linha horizontal designada por
Ms. Duas outras linhas horizontais
e tracejadas representadas por
M(50%) e M(90%) indicam os
percentuais da transformação de
austenita em martensita

• As temperaturas nas quais estão


localizadas variam de acordo com
o material, mas são relativamente
baixas, pois a difusão de carbono
deve ser inexistente adifusional
Têmpera
• A operação consiste em
um resfriamento rápido,
a partir da temperatura
de austenitização em
meio de grande
capacidade de
resfriamento, como
água, salmoura, óleo e,
eventualmente ar.
Têmpera
• A velocidade de
resfriamento deve ser tal
que a curva de resfriamneto
pelo menos tangencie o
cotovelo da curva de inicio
de transformação da
austenita e atinja as linhas
horizontais
correspondentes à
formação de martensita.
Têmpera
• Essa velocimento de
resfriamento dependerá
da posição das curvas
em C, ou seja, do tipo
de aço e da forma e
dimensões das peças.
Têmpera
• De acordo com as dimenções das peças, pode-se obter
estruturas mistas, pois é possível que o núcleo das
peças não resfrie com velocidade suficiente de modo a
evitar a formação de alguma perlita
• Os cristais de martensita possuem a forma de placas ou
ripas, as quais são alongadas ao long do eixo se
apresentam mais espessam no centro do que nas
extremidades.
• A martensita transfere sua elevada dureza e grande
fragilidade ao aço temperado, cuja resistencia à tração
também aumenta consideravelmente.
• A dureza da martensita aumenta com o
aumento do teor de carbono
• Ao mesmo tempo que as propriedades mecânicas sofrem
grande alteração pela têmpera. Nas peças temperadas,
tensões de grande importância, tanto de natureza térmica
devido ao resfriamento drástico, quer de natureza estrutural,
devido à brusca mudança de fases.
• Essas tensões devem ser, imediatamente após a têmpera,
aliviadas ou eliminadas, para devolver ao aço o equilibrio
necessário. Ao mesmo tempo deve-se corrigir os excessos
cometidos pela têmpera sobre as propriedades mecânicas,
sobretudo em relação à ductilidade, que praticamente se
anula.

• Além do alívio de tensões, essas correções podem ser feitas


com um posterior revenido
• A peça poderá apresentar empenamento ou trincas devido ao
resfriamento não uniforme. A parte externa esfria mais
rapidamente, transformando-se em martensita antes da parte
interna. Durante o curto tempo em que as partes externa e
interna estão com diferentes microestruturas, aparecem
tensões mecânicas consideráveis. A região que contém a
martensita é frágil e pode trincar.
• A variação volumétrica resultante da
transformação martensítica depende,
predominantemente, do teor de C contido no
aço.
Mecanismo de Resfriamento
• forma da peça, que afeta o suprimento de calor
do núcleo à superfície
• condições externas, incluindo a própria superfície
da peça
• potencial de extração do calor do meio de
resfriamento, em condições normais, ou seja sem
agitação e temperatura e pressões normais
• modificação do potencial de extração de calor do
meio de resfriamento, quando as condições
deixam de ser normais, ou seja a temperatura, a
pressão e a agitação do meio se modificam
• Ensaio Jominy
• Têmpera direto na água
• A agitação do líquido modifica as características de
transferência de calor do meio de resfriamento,
ocasionando uma quebra mecânica da camada de
vapor formada inicialmente e produzindo bolhas de
vapor menores e mais facilmente descartáveis.
• A agitação do meio também rompe ou desloca os
géis sólidos, melhorando as condições de
resfriamento
• A temperatura do meio de resfriamento afeta sua
capacidade de extração de calor: quanto mais alta a
temperatura do meio, menor a velocidade de
transferência do calor.

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