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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Reitor Marcos Flávio de Oliveira Schiefler Filho


Vice-Reitora Tangriani Simioni Assmann

Diretora de Comunicação Maurini de Souza


Diretora-Adjunta de Com. Ana Paula Ferreira

EDITORA DA UTFPR

Coordenadora-Geral Eunice Liu


Coordenadora-Adjunta Giani Carla Ito

CONSELHO EDITORIAL
Titulares André Sandmann
Aruanã Antonio dos Passos
Danyel Scheidegger Soboll
Janaina Piana
Letícia Gomes Teofilo da Silva
Marcos Hidemi de Lima
Maria Helene Giovanetti Canteri
Mariane Kempka
Sara Tatiana Moreira
Sidemar Presotto Nunes
Silvana Stremel
Suplentes Adriano Lopes Romero
Anaís Andrea Neis de Oliveira
Anna Luiza Metidieri Cruz Malthez
Anna Silvia Penteado Setti da Rocha
Antonio Gonçalves de Oliveira
Carina Merkle Lingnau
Elizabeth Mie Hashimoto
Jézili Dias
Marcelo Fernando de Lima
Marcelo Gonçalves Trentin
Pedro Valério Dutra de Moraes

As opiniões e os conteúdos expressos neste material


são de responsabilidade do(s) autor(es) e não refletem,
necessariamente, a opinião do corpo editorial.
O livro do
PATRIMÔNIO
HISTÓRICO
de Curitiba de
rianças )
(para c s
ro a cem ano
ze
© 2023 Editora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons — Atribuição
CC BY—NC—ND Não Comercial—SemDerivações 4.0 Internacional.
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Portela, Giceli
O livro do patrimônio histórico de Curitiba [recurso eletrônico] : para crianças
de zero a cem anos / Giceli Portela. -- Curitiba, PR : EDUTFPR, 2023.
1 arquivo texto (141 p.) : il. PDF ; 145,965 MB.

Modo de acesso: World Wide Web


Título retirado da tela de abertura (visualizado em 09 maio 2023).
Disponível em formato PDF
Disponível também na versão impressa
e-ISBN: 978-85-7014-248-1

1. Patrimônio cultural - Proteção - Curitiba (PR). 2. Arquitetura - Estudo e


ensino - Curitiba (PR). 3. Arquitetura - Curitiba (PR) - Conservação e restauração. 4.
Arquitetura - Curitiba (PR) - Historiografia. 5. Arquitetura - Curitiba (PR) - Projetos
e plantas. 6. Arquitetura - Conservação e restauração. 7. Arquitetura e história. 8.
Arquitetura - Crianças - Curitiba (PR). 9. Arquivo (Projeto, Curitiba - PR). I. Título.

CDD: Ed. 23 -- 363.0981621


Departamento de Bibliotecas da Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Bibliotecário: Adriano Lopes CRB-9/1429

Design Brian Pimentel


Guilherme Fernando Pinto
Gustavo Cesso Silva
Raul Grossi
Thiago Aust

Capa Raul Grossi

Revisão e Normalização Hadson Oliveira

EDUTFPR
Editora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Av. Sete de Setembro, 3165
80230-901 Curitiba PR
utfpr.edu.br/editora
editora.utfpr.edu.br
Giceli Portela

O livro do
PATRIMÔNIO
HISTÓRICO
de Curitiba de
rianças )
(para c s
ro a cem ano
ze

Curitiba, 2023
TOC-TOC! 08
16 RESIDÊNCIAS

Casa Estrela 18
20 Antiga Casa José Muzzillo

Casa Augusto Stresser 22


24 Antiga Casa da
Família Leal

Casa de Frederico
Kirchgassner 26
28 Casa Heitor de França

Antiga Casa de Bernardo


Kirchgassner 30
32 EDIFÍCIOS

Edifício Miguel Calluf 34


36 Edifício Santa Rosa

Antigo Conjunto
Pedro Falce 38
40 PALACETES

Palacete Leão Junior 42


44 Palacete Tigre Royal

Palácio Avenida 46
48 Belvedere

ÍCONES 50
52 Antiga Fábrica de
Fitas Venske

Teatro Paiol 54
56 Bondinho da Rua XV
Capela da Glória 58
60 Passeio Público

Casa Vermelha 62
64 Antiga Farmácia Stellfeld

Casa Edith 66
68 Reservatório do Alto
São Francisco

Antigo Edifício
Latife Hamdar 70
72 INSTITUIÇÕES PÚBLICAS

Palácio Rio Branco 74


76 Colégio Estadual do Paraná

Sede do IPHAN 78
80 Casa da Memória

Antiga Casa Ignácio


de Paula França 82
84 Casa Romário Martins

Paço Municipal 86
88 ATÉ BREVE!

MAPA! 92
94 GLOSSÁRIO

COLABORADORES 98
102 REFERÊNCIAS

VAMOS COLORIR! 103


TOC-TOC!

Havia um grupo de meninos curiosos que saíam para caminhar

pelas ruas de Curitiba. No passeio, viam construções antigas e se

perguntavam:

— O que será isso? A casa de alguém? A casa de várias pessoas?

Uma em cima da outra, arranhando o céu?

— Será que moram pessoas ali dentro?

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— Como será que isso foi construído? É de pedra? Tijolos?
Madeira? Açúcar?

Mais pareciam um bolo confeitado de glacê branco, cheio de

curvinhas e desenhos. Outras eram muito altas com janelinhas perto do

telhado, essas eram os prédios. Teria morado ali algum gigante? E aquelas

pequenas janelinhas embaixo? Moravam ali criaturas pequeninas?

9
E foi assim que eles tiveram uma ideia:

“Toc-Toc! Toc-Toc!”

— Bom dia, senhor! Somos curiosos pesquisadores de casas

antigas! O senhor deixaria a gente conhecer sua casa melhor?

— Hummm, mas para que? O que estes meninos querem saber

tanto sobre esta velha casa?

A resposta da pergunta está numa ideia dos meninos curiosos:

10
— Estas casas são tão, mas tão bonitas que queremos que todo

mundo as conheça! Queremos contar suas histórias, pois não queremos

que desapareçam nunca das nossas memórias. Pensamos... E se fizéssemos

um desenho de cada uma delas, com muito capricho, de todos os seus

detalhes, de todos os confeitinhos, tabuinhas, portas, janelas. Tudo

registrado para que mais pessoas saibam que este é o Patrimônio Histórico

da nossa cidade!

— Então entrem! Eu vou contar para vocês a história desta casa!

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A partir de então estes meninos não pararam mais. Visitam casas,

fábricas, igrejas, palacetes e tudo que estiver ao alcance de seus olhinhos

curiosos, que podem ser registrados para seus desenhos! Os traços, os

rabiscos e as cores se espalharam cada dia mais, conquistando novos

curiosos pesquisadores que se juntavam ao grupo.

— Às vezes, vejo algum menino destes mesmo de férias, com

12
seu caderninho e lápis anotando detalhes de outras casas de outros

lugares do Brasil e do mundo! Pois quando desenhamos, guardamos

para sempre na nossa memória os detalhes que mais gostamos – disse

um dos moradores das casas históricas.

Nestas páginas, vamos apresentar uma parte das descobertas

e dos lindos desenhos feitos por nossos curiosos e pesquisadores do

Patrimônio Histórico! Vamos, por meio dos desenhos, ensinar sobre a

arquitetura de Curitiba. Você sairá desta aventura muito mais sabidinho

e poderá explicar para seus amiguinhos e familiares sobre este assunto.


Já imagino você passeando com sua família pelo centro histórico,

apontando para um “lambrequim” ou para um gradil em ferro forjado e

dizendo: isso é uma gateira!

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miau!

Ah! Você pode conversar com sua professora e dar ideias de

atividades sobre o Patrimônio. No final do livro, todas as obras possuem

um conteúdo completo para sua professora ler e se inteirar sobre a

pesquisa.
Convidamos você para conhecer mais sobre arquitetura histórica

da nossa cidade, participando do livro como um artista: colorindo,

anotando informações importantes e guardando-o como um livro de

memórias para mostrar para seus amiguinhos.

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Quando aprendemos e compartilhamos o conhecimento sobre

estas construções, elas ficam muito felizes e se sentem valorizadas.

Ao se tornarem importantes para as crianças, tornam--se

importantes para a preservação do Patrimônio Histórico e importantes

para o futuro! E você? Gostaria de se tornar um curioso pesquisador um

dia? Você pode! É só embarcar com a gente nesta incrível jornada pelos

edifícios históricos!

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Residências
LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Casa Estrela
Esta é uma casa feita inteirinha com tábuas de pinheiro.
Antigamente havia muitas florestas de pinheiro por aqui; estas casas

também são conhecidas como Casas de Araucária. Seu nome científico é:

Araucaria Angustifolia. Mas as casas de araucária ficaram para a história,


pois hoje é uma espécie protegida, símbolo da nossa cidade.

A Casa da Estrela é uma casa especial, pois foi construída pelo seu

próprio morador: um homem muito sabido que, além de tudo, conhecia


um idioma especial: o esperanto! Seu Miguel construiu essa casa em

formato de estrela, que é o símbolo do esperanto. A casa da estrela tem

estrelas por todos os lados!

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RESIDÊNCIAS

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LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Antiga Casa
José Muzzillo
José Muzzillo construiu muitas obras na cidade durante o início

do século XX. Esta belezinha de casa serviu de lar para sua família até

meados dos anos 50, e claro, foi mudando de usos ao longo do tempo.

De período eclético
eclético, mas com vocabulário art nouveau,
nouveau ela

nos presenteia com uma coleção caprichosa de ornamentos. Parecem

mesmo confeitos de açúcar!

Preste atenção nesta janela na esquina e nos suportes das

lamparinas! Não são fofinhas?

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RESIDÊNCIAS

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LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Casa
Augusto Stresser
Augusto Stresser era uma pessoa muito muito criativa: ele era

compositor musical, pintor, poeta, desenhista, escultor, jornalista e atuava

na construção civil. Tanto é que essa casa, na qual ele morou com sua

família, é projeto dele, por isso leva seu nome!

A casa, construída em 1914, faz bela figura na rua Paula Gomes

com sua charmosa escadaria em curva e um portão de rendinha.

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RESIDÊNCIAS

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LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Antiga Casa
da Família Leal
Francisco Leal morava com sua família em Piraquara. Não

parece, mas naquela época era muito, muito longe de Curitiba. Não

havia transporte coletivo e por isso papai Francisco comprou uma casa

em Curitiba para que seus filhos pudessem estudar na cidade. Isso foi

na década de 1920, então podemos dizer que a casinha já tem lá seus

100 anos... ou mais.

Até o ano de 2017, o espaço era ocupado pelo Colégio Martinus,

instituição de ensino de origem alemã, fundada em 1866 pelo pastor

Johann Friedrich Gaertner. Essa escola tem um papel importante na

história da educação na nossa cidade!

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RESIDÊNCIAS

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LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Casa de Frederico
Kirchgassner
Frederico, desde menino, queria muito ser arquiteto. Mas como?

Se estávamos ainda no início do século XX e a escola de Arquitetura de

Curitiba só abriu em 1960? Foi então que ele teve uma ideia: filho de

imigrantes alemães, Frederico procurou uma escola lá na Alemanha e

fez o curso de arquitetura por correspondência! O resultado disso foi que

o menino se tornou um dos arquitetos mais importantes para a nossa

cidade. Por volta de 1930, ele construiu para si e sua amada, a Hilda,

uma casa muito i-nu-si-ta-da! Muito diferente daquelas que vocês já

viram por aqui, sem nenhum confeitinho, quer dizer enfeitinho, quer

dizer: ornamento!

Quer saber mais? A casa de Frederico é a primeira casa modernista

do Paraná e do Brasil!

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RESIDÊNCIAS

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LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Casa
Heitor de França
Ela é bela, cor-de-rosa e fica bem no Centro de Curitiba. Alguém

sabe qual casa é?

Acertou quem disse que é a Casa Heitor de França! Essa casa

charmosa de cor chamativa, datada de 1893, foi construída por João

Lourenço Taborda com inspiração nos chalés suíço-italianos do século

XIX! Ela foi a casa de uma importante figura da história da nossa cidade,

o poeta paranaense Heitor Stockler de França, e possui vários elementos

arquitetônicos que fizeram (e ainda fazem!) dela um destaque na avenida

Marechal Floriano entre todas as outras construções que a permeiam.

Além da sua cor — que é a original —, possui também os famosos

lambrequins e três colunas jônicas em sua fachada!

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RESIDÊNCIAS

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LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Antiga Casa
de Bernardo Kirchgassner
Além de projetar e construir sua própria casa, Frederico Kirchgassner

também desenhou a de seu irmão, o Bernardo. Construída em 1936, a

casa segue os mesmos princípios da arquitetura modernista de sua irmã

mais velha, aquela amarelinha de que já falamos aqui. Pensando nos

mínimos detalhes, Frederico fez com que a casa recebesse a luz do sol

em três de suas quatro faces. Outra coisa interessante é que a vegetação

usada é a mesma que Frederico usou em sua casa: mandacarus


mandacarus! E ainda

hoje é possível encontrá-los por lá.

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RESIDÊNCIAS

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Edifícios
LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Edifício
Miguel Calluf
Num cantinho do centro da cidade, tendo a Praça Tiradentes

como quintal, com 23 andares, ele foi construído para ser um hotel. Alto,

imponente e muito elegante, parece até aqueles prédios de filme de Nova

Iorque, mas sabe o que é mais bacana de tudo? No último andar havia

uma lavanderia, então as pessoas que trabalhavam lavando e passando

as roupas do hotel ganharam de presente a vista mais linda da cidade!

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EDIFÍCIOS

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LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Edifício
Santa Rosa
Este prédio é muito especial! É diferente e original com sua

luminária de 8 andares! Sim, um grande tubo envidraçado passa por

todos os andares. Ele está situado na Praça Tiradentes, o marco zero da

cidade, foi construído lá na década de 1940. E nessa época começaram

a nascer os prédios aqui da cidade, ele é uma espécie de arranha-céu

vovô. Um dos precursores do movimento aqui em Curitiba. A família do

seu construtor ainda mora lá e tem muito orgulho desta obra.

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EDIFÍCIOS

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LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Antigo Conjunto
Pedro Falce
Aqui vai uma história do outro mundo: você já pensou em ter

pertinho de casa um depósito de caixões?

Como sabemos toda cidade precisa de uma funerária, vamos

aqui contar que elas não precisam ser tristes: esta por exemplo era linda,

tinha ornamentos luxuosos, cariátides e muitas pinturas coloridas em

seu interior. Pedro Falce veio da Itália e na década de 1940 construiu esse

predinho para sua esposa Philomena e seus cinco filhos. No mesmo

prédio, Pedro mantinha a funerária e a casa da sua família e, em mais dois

prédios da mesma rua, ficavam os depósitos com os caixões, cocheiras

dos cavalos e as carruagens para cortejos fúnebres. Funcionou ali a

primeira funerária de luxo da nossa cidade!

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EDIFÍCIOS

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Palacetes
LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Palacete
Leão Junior
Neste palacete, muitos desenhos podem ser encontrados! Flores,

guirlandas,, desenho de erva-mate e até cabeça de Leão. Considerada


guirlandas

uma das obras mais belas de Cândido de Abreu, e construída no início

do século XX, o palacete é importante exemplar do ciclo da erva-mate

no Paraná.

Aqui tem: ladrilhos hidráulicos,


hidráulicos vitrais
vitrais, papéis de parede, portas

entalhadas em madeira, compoteiras sobre a platibanda e até uma torre!

Sua beleza é de tirar o fôlego até de um leão, não acha?!

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PALACETES

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LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Palacete
Tigre Royal
Lá por volta do ano de 1916, uma família de libaneses, a Fatuch,

encomenda o projeto de um palacete muito bonito. Batizado com um

nome muito imponente, o Tigre Royal faz a diferença na praça Generoso

Marques! A família vivia no andar de cima e das janelas generosas

observavam seu jardim: a Praça! No térreo, o espaço mais generoso

desse palácio que mais parece um tigre bem grandão, já couberam lojas,

cinema, loterias e muito mais.

Este generoso tigrão já passa de 100 anos, mas, sempre útil para

as pessoas, vive como um jovem felino, talvez este seja o segredo da

juventude dos prédios antigos: o uso!

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PALACETES

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LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Palácio Avenida
Este prédio lindo fica na menor avenida da cidade, pois, com

apenas 45 metros, só tem um quarteirão. Lá já teve moradias, lojas, casa

de chá, floricultura, cinema... já teve até teatro!

Nestas cento e vinte janelas, muitas coisas já aconteceram!

Imagine, antigamente, as pessoas cumprimentando os vizinhos ou

chamando as crianças, que estavam lá em baixo, fazendo parte do

movimento da rua, para almoçar.

Como é muito bonito este prédio! Ele se mantém como um

dos principais pontos turísticos de Curitiba, e as crianças continuam

aparecendo nas janelinhas cantando músicas na época do Natal!

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PALACETES

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LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Belvedere
Esta obra muito simpática é também atribuída ao Engenheiro

Cândido de Abreu, uma figura muito importante para nossa cidade; ele

foi prefeito e deixou seu importante legado em obras!

O Belvedere é uma delas: parece uma caixa de presente, embalado

com fitas brancas que representam o estilo art nouveau sobre a colina do

bairro do São Francisco, na Praça João Cândido. De lá, pode-se observar

a cidade toda! É possível ver uma bela vista, quer dizer, um belvedere
belvedere,

como foi batizada!

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PALACETES

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Ícones
LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Antiga Fábrica
de Fitas Venske
A Fábrica de fitas Venske foi fundada em 1907. No início, lá

trabalhavam muitas moças. Produziam muitos tipos de fitas coloridas

e usavam fitas nos seus cabelos!

O tempo passou e a fábrica do alto da XV foi ficando desocupada,

até que alguém muito sabidinho teve a ideia de não destruí-la, mas

reutilizá-la! Pois estamos falando de uma legítima fábrica e de bela

aparência: tem cobertura que parece uma serra e janelas lá em cima: os

sheds.. Ela ainda ganhou, com o tempo, um casaco luxuoso de folhas


sheds

por todas as suas paredes! Hoje em dia, ela não fabrica mais fitas, mas

fabrica conhecimento, pois é sede de várias escolas de idiomas e vários

outros escritórios.

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ÍCONES

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LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Teatro Paiol
Esse fofuxo teve três vidas (até agora!). Nasceu como um depósito

de munições. Desativado, por volta de 1920, mudou de vida, passou a

ser um abrigo de documentos e, por fim, sua melhor vida: um teatro!

Por fora, uma roupa meio encardidinha para lembrar sua origem e por

dentro: luzes, música, dança, fantoches, marionetes e muitas emoções.

O Teatro Paiol é prova viva de que o patrimônio pode ser reutilizado.

Reciclar é uma palavra importante no mundo. É a ação inteligente de

pensar que as coisas podem ter uma nova vida, até mesmo os prédios!

Podem ser reciclados, ganhar nova vida e seguir vivendo por muito,

muito tempo entre nós!

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ÍCONES

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LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Bondinho
da Rua XV
Quando a rua das Flores (que já se chamou rua da Impetratriz)

foi transformada em calçadão, a região se tornou um espaço ainda

mais agitado e alegre. Com muitas lojas, cafeterias e restaurantes, a rua

XV é um dos lugares mais movimentados da cidade, onde milhares de

pessoas se cruzam todos os dias em suas rotinas. O Bondinho, localizado

na Rua das Flores desde 1973, veio passear por aqui e ficou para sempre.

Ele veio da cidade de Santos e após passar por restauro, estacionado

no calçadão, começou a receber as crianças da cidade. Com atividades

recreativas, o lugar ficou conhecido pelos adultos como uma espécie

de “estacionamento para as crianças” enquanto os pais faziam compras

na região.

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ÍCONES

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LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Capela
da Glória
Esta igrejinha, que fica no bairro do Alto da Glória, foi construída

ainda no século XIX. Ela é pitoca, mas não por isso menos importante:

tem uma torre, uma pequena rosácea


rosácea, um vitral redondinho na fachada

bem lá no alto. Mais acima, uma escultura de 4 anjos gorduchos, feitos

de chumbo, cuidam da sua capelinha. No seu interior, um teto com

pinturas delicadas, em tons de azul, enfeitam e alegram o ambiente. Seus

ornamentos clarinhos sobre as paredes parecem um confeito de bolo!

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ÍCONES

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LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Passeio Público
Inaugurado em 1886, o Passeio Público é considerado o primeiro

parque público de Curitiba. Ele era como um zoológico, já teve até um urso!

As crianças se maravilhavam ao ir lá visitar os animais que, aos poucos,

mudaram-se para o zoológico, com mais espaço para viver. Mas ainda

bem que as aves, as tartarugas e os macacos-aranha continuam por lá!

Hoje ele continua sendo um lugar importante para o lazer da

cidade. Uma das curiosidades mais legais do Passeio Público é que o

desenho de seu portal foi inspirado no cemitério de Cães em Paris.

Legal, né?!

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ÍCONES

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LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Casa
Vermelha
O que é um ponto vermelho no centro histórico? Esta casa, muito

antiga, fica no coração de Curitiba. Antigamente neste sobrado — em

cima moradia, embaixo loja — se vendiam muitas coisas úteis para toda

a cidade e arredores: de ferramentas até sementes! Lá pelo final do século

XIX, as pessoas faziam compras e seus cavalinhos se refrescavam no

bebedouro de água fresquinha bem ali na frente!

Foi construída com muito esmero, tem colunas de ferro e paredes

internas de madeira. Ela se destaca na vizinhança pela sua cor e por isso

foi batizada de “casa vermelha”; assim ficou muito fácil de localizá-la!

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ÍCONES

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LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Antiga
Farmácia Stellfeld
Esta farmácia é um dos edifícios mais antigos da cidade (do ano

de 1866). Uma das características mais importantes desta obra é que ela

tem um relógio de Sol.


Sol Antes dos relógios digitais, celulares e tablets,

as pessoas da Praça Tiradentes conferiam as horas no relógio de sol da

Farmácia Stellfeld.

Você sabe como funciona um relógio de Sol? Ele é feito por

uma haste colocada na parede, e esta espécie de ponteiro marca a hora

quando sua sombra bate na superfície indicando a hora. Que tal fazer

você mesmo o seu relógio de sol, igual ao da Farmácia Stellfeld? Peça

ajuda de um responsável ou de um professor para fazer experimento.

Vai ser muito legal ter o seu próprio relógio de Sol sem depender de

aparelhos modernos.

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ÍCONES

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LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Casa Edith
Se você precisar comprar ceroulas, está no lugar certo! Aqui se

encontra uma das mais antigas lojas da cidade, a Casa Edith. Construída

em 1879 (data que é exibida com graça num detalhe da fachada), a casa

sempre azul localizada na Praça Generoso Marques passou a ser a sede da

loja a partir de 1917, quando Kalil Karam transferiu seu empreendimento

para lá. Desde então, a loja de artigos masculinos ainda funciona e

mantém vivo o nome de Edith, a filha do senhor Kalil.

Se você não sabe o que é uma “ceroula”, pergunte agora mesmo

para a vovó ou para o vovô.

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ÍCONES

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LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Reservatório do
Alto São Francisco
Esse é o primeiro reservatório de águas de Curitiba. Foi construído

em 1906 no lugar mais alto da cidade, quando as águas da Serra do

mar começaram a chegar. Nos seus primeiros anos de existência, o

reservatório distribuía gratuitamente água para mais de 45 mil pessoas,

com a ajuda de 28 torneiras espalhadas por Curitiba. Hoje em dia continua

funcionando e abastece todo o centro da cidade, além de mais 16 bairros

ao entorno. A casa de manobras, este predinho mais alto no centro, possui

traços da arquitetura eclética da época, como a simetria e elementos

clássicos, além de arcos e ornamentos em art nouveau.


clássicos nouveau É um palácio

bem desenhado para nosso principal recurso natural: a senhora Água!

Ela merece todo nosso cuidado, né?

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ÍCONES

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LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Antigo Edifício
Latife Hamdar
Um edifício muito bonito construído em 1915 marca a esquina da

Praça Generoso Marques com a rua Riachuelo, em seus três pavimentos.

Ele tem uma cúpula e, em cima dela, um galo! Tem janelas com sacadinhas,

valorizando a esquina em “chanfro”, pois ele vira a esquina e continua.

Observe que lindos os seus detalhes, como as portas de madeira

e as varandinhas balcões da esquina com a rua Riachuelo parecem ter

saído dos contos de fadas!

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ÍCONES

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Instituições
Públicas
LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Palácio
Rio Branco
Se este prédio fosse gente, teria mil histórias para contar! Pois ele

fica pertinho da antiga estação de trem e marcava a importante entrada

na nossa cidade. Alguns viajantes chegavam em Curitiba, saiam com

suas malas e caminhavam pela rua Barão do Rio Branco, em busca de

hospedagem em algum dos vários hotéis da cidade, outros seguiam

para o centro.

O palacete então diria ao visitante: “Olá! Seja bem-vindo(a) a

Curitiba! Siga em frente e você verá como nossa cidade é bela. Mas

antes de seguir viagem, pare aqui e admire meus ornamentos; tenho

colunas,, capitéis
colunas capitéis,, frisos e escadaria, inspirados nos edifícios clássicos da

Europa. E se estiver cansado da viagem, sente-se aqui nestes degraus”.

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INSTITUIÇÕES PÚBLICAS

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LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Colégio
Estadual do Paraná
O CEP (como é carinhosamente chamado pelos estudantes) é

uma das escolas antigas do Paraná! Esta sede foi construída entre os anos

1943 e 1950, e na inauguração teve até a presença do então presidente

da República, Eurico Gaspar Dutra!

A obra segue a linguagem art déco e podemos ver isso em sua

fachada, que possui, em seus elementos decorativos, linhas todas retinhas


fachada

e um equilíbrio entre cheios e vazios.


vazios

Considerado patrimônio estadual desde 1994, o Colégio Estadual

do Paraná continua sendo, até hoje, a maior e mais importante escola

pública do estado.

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INSTITUIÇÕES PÚBLICAS

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LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Sede do IPHAN
Você sabia que algumas casas especiais podem mudar de endereço?

Assim como nós, que às vezes nos mudamos e gostamos de passear por

aí. Parece estranho, não? Mas foi exatamente o que aconteceu com a

Sede do IPHAN. A casa construída pelo Major Domingos Nascimento

Sobrinho, em 1918, passou por grandes desafios nos anos 80, quando

estava correndo risco de ser demolida e perdida para sempre. Foi aí que

tiveram uma ideia brilhante: e se a gente a trasladasse


trasladasse, ou seja, mudasse

de um endereço para o outro, assim protegendo do desaparecimento?

A casinha foi desmontada da sua localidade original, no bairro

do Portão, para o Juvevê. Atualmente, abriga o Instituto do Patrimônio

Histórico e Artístico Nacional.

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INSTITUIÇÕES PÚBLICAS

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LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Casa
da Memória
A gente precisa de um lugar para guardar as memórias da cidade!

Não podemos correr o risco de esquecer de nadica de nada! Por isso foi

inventada a Casa da Memória: um sobradinho, que já foi residência da

família de Roque Pierkarz, já era pequeno para tantas memórias, então

um novo prédio foi construído ao seu ladinho para ajudar: este vermelho

grandão da esquerda. Ele faz parte de uma turma de edificações pós-

modernas!! Sua forma diferenciada foi inspirada nas construções do


modernas

Largo da Ordem, como as cores chamativas e a flecha presente no topo.

Há também alguns elementos paranistas na fachada, como os pinhões

que se repetem um ao lado do outro.

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INSTITUIÇÕES PÚBLICAS

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LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Antiga Casa Ignácio


de Paula França
Esse predinho é vizinho da Igreja do Rosário. Eles estão pertinho

um do outro lá na praça Garibaldi!

Tem janelas em arco, gateiras


gateiras, varandas em gradil de ferro forjado

e um belo frontão que esconde o seu telhado. Também tem alguns

ornamentos muito elegantes como as compoteiras e o pináculo no

centro da platibanda.

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INSTITUIÇÕES PÚBLICAS

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LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Casa
Romário Martins
Construída no século XVIII, a Casa Romário Martins é o último

exemplar da arquitetura colonial na nossa cidade.

Ela pertenceu, inicialmente, à Irmandade do Santíssimo Sacramento,

mas ao longo dos anos foi tendo diversos outros usos: já foi açougue,

armazém, peixaria, moradia e, atualmente, é um espaço cultural, onde a

história de Curitiba é contada por meio de diversas exposições e mostras

culturais! O espaço é aberto ao público e todos são bem-vindos para

conhecer a Casa por dentro! Não se esqueça de dar uma olhadinha na

espessura das paredes da casa… elas são feitas de pedra!

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INSTITUIÇÕES PÚBLICAS

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LIVRO DO PATRIMÔNIO DE CURITIBA

Paço
Municipal
Outra obra importante atribuida ao então prefeito Cândido de Abreu

foi construída em 1916. O Paço Municipal foi a sede da Prefeitura Municipal

de Curitiba até o final da década de 1960. Possui uma linguagem que vai

de art nouveau ao neoclássico


neoclássico, com muitos elementos decorativos em

sua fachada e também nos seu interior. Veja estes atlantes


atlantes, levantando

as varandas do prédio! Parecem homens muito fortes como aqueles da

mitologia grega! Por dentro, tem portas lindas que foram esculpidas com

muito capricho; detalhes que nos fazem reverenciar os marceneiros da

nossa cidade!

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INSTITUIÇÕES PÚBLICAS

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ATÉ BREVE!

Agora que você conhece um pouco mais sobre o Patrimônio

Histórico da nossa cidade, ajude outras pessoas a conhecê-lo também!

Jamais se esqueça que as construções são arquivos sólidos que

contam uma história, mesmo que não saibam articular em palavras. E

é por isso que elas precisam de sua ajuda! Conte tudo que aprendeu aos

seus familiares e aos seus amiguinhos, assim passarão cem, duzentos,

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trezentos ou até mil anos... mas o Patrimonio Histórico ainda viverá!

Os edifícios velhinhos que você acabou de conhecer estão

sorrindo só em saber que são importantes para as crianças da cidade,

mesmo que você seja uma criança grande.

Ontem mesmo, ouvimos umas risadinhas vindas do Solar do

Barão e uma musiquinha feliz ecoava pelas ruas do São Francisco.

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A preservação do patrimônio histórico só se dá com amor, e nós

só amamos aquilo que conhecemos, mais ainda se a ele pertencemos.

A receita é simples: CO-NHE-CI-MEN-TO!

O método é universal: se um dia você estiver passando por um

lugar curioso, pare logo! Olhe para cima, para baixo, observe os desenhos

e, se puder, tire uma foto, com sua máquina ou com seus olhinhos. Se tiver

um bloquinho e um lápis... tcharããm! Desenhe, por favor! De agora em

diante, você é membro de uma comunidade de amigos do Patrimônio.

Esta contribuição singela é apenas um aperitivo para que você

busque mais; em seus passeios e viagens curtas ou longas, comece a

colecionar memórias para que um dia você conte para outras crianças.

Nós, do Projeto Arquivo, adoraríamos receber seus desenhos,

suas fotos, passeios e sorrisinhos!

Escreva pra gente pelo contato@arquivoarquitetura.com

90
91
MAPA!
Quer saber onde está cada obra? 01
01. Antiga Casa Bernardo 16. Edifício Miguel Calluf
Kirchgassner Rua Cândido de Leão, 17
Rua Visconde de Nácar, 93
17. Antiga Farmácia Stellfeld
02. Reservatório do Alto São Praça Tiradentes, 520
Francisco
Rua dos Presbíteros, 59 18. Paço Municipal
Praça Generoso Marques, 189
03. Casa Frederico Kirchgassner
Rua Treze de Maio, 1224 19. Palacete Tigre Royal
Praça Generoso Marques, 118
04. Antiga Casa da Família Leal
Rua Pres. Carlos Cavalcanti, 999 20. Casa Edith
Praça Generoso Marques, 37
05. Palácio Belvedere
Praça João Cândido, s/n 21. Casa Augusto Stresser
Rua Paula Gomes, 145
06. Antiga Casa José Muzzillo
Rua Ébano Pereira, 359 22. Passeio Público
Rua Pres. Carlos Cavalcanti, s/n
07. Antiga Casa Ignácio de Paula
França 23. Colégio Estadual do Paraná
Rua Claudino dos Santos, 142 Rua João Gualberto, 250

08. Casa Romário Martins 24. Capela da Glória


Largo Cel. Enéas, 40 Rua João Gualberto, 565

09. Casa da Memória 25. Palacete Leão Júnior


Rua São Francisco, 319 Rua João Gualberto, 530

10. Casa Vermelha 26. Sede IPHAN


Largo Cel. Enéas, 136 Rua José Alencar, 1808

11. Antigo Conjunto Pedro Falce 27. Antiga Fábrica de


Rua Saldanha Marinho, 76 Fitas Venske
Rua Fernando Amaro, 60
12. Edifício Santa Rosa
Praça Tiradentes, 250 28. Casa Heitor de França
Avenida Mal. Floriano Peixoto, 458
13. Antigo Edifício Latife
Hamdar 29. Palácio Rio Branco
Praça Tiradentes, 320 Rua Barão do Rio Branco, 720

14. Palácio Avenida 30. Teatro Paiol


Avenida Luiz Xavier, 11 Rua Cel. Zacarias, 51

15. Bondinho da Rua XV 31. Casa Estrela


Rua XV de Novembro, s/n Rua Imaculada Conceição, 1155

92
24

Alto da 25
Glória
São
Francisco
23

26
02
04 21
03
22
Centro
Histórico
05
07
08
09
10

11 19
06
12
18 20
13
17
16 27

15

14

28

29, 30 e 31
GLOSSÁRIO
Que palavrinhas complicadas!

ARQUITETURA COLONIAL: Foi aquela que os portugueses construíram


aqui com trabalho dos índios e escravos, desde o descobrimento do Brasil
até os anos 1800. Também podemos chamar carinhosamente de arquitetura
“pedra e cal”.

ARQUITETURA MODERNISTA: O nome já diz tudo: chegou trazendo


modernidade, faz uso do concreto, tem poucos ornamentos.

ARRANHA-CÉU: Prédio alto, que se pudesse arranhava o céu... de tão alto!

ART-DÉCO: É um estilo de decoração mais “geométrico”, com mais linhas e


menos florzinhas! Muito muito popular na década de 1930.

ART-NOVEAU: Estilo muito apreciado de 1890 até 1920. É conhecido pelos


seus finos ornamentos curvados em aço.

ATLANTE: Coluna com forma de estátua masculina, assim como as cariátides


tem formas femininas.

BALAÚSTRE: Uma mini coluna, feita em cimento que serve como elemento
de vedação nas varandas e nas coberturas. Quase sempre são dispostas lado
a lado.

BEBEDOURO: O nome já diz tudo: um lugar para beber água. No caso de


Curitiba, é aquela pequena fonte em pedras, onde os cavalinhos paravam
para se abastecer.

BELVEDERE: Construção isolada com uma bela vista, similar a um mirante.

CAPITÉIS: É parte que fica no topo das colunas, o seu chapéu. Às vezes
têm enfeites.

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CARIÁTIDE: Coluna que enfeita os monumentos históricos, com formas
femininas.

CARPINTEIRO: É o profissional que trabalha com a madeira. Sabem fabricar


casas ou peças de madeira para as construções.

CHEIOS E VAZIOS: São termos utilizados na arquitetura para designar formas


cheias, como as paredes, e formas vazadas, como as janelas e portas.

COLUNAS: É o elemento vertical da estrutura de qualquer prédio ou casa.


Muitas vezes tem forma de cilindro e é composto por uma base, um fuste e
um capitel.

COLUNAS JÔNICAS: Tipo de coluna clássica que tem como principal elemento
suas duas volutas, ou voltinhas, lá no capitel.

COMPOTEIRA: Vaso de vidro ricamente adornado e com tampa usado para


guardar doces, compotas e outros alimentos, mas na arquitetura eclética foi
utilizada em cimento para enfeitar os palacetes.

CÚPULA: Teto com o formato da metade de uma esfera.

ECLÉTICO: Não é um estilo, mas uma mistura de muitas inspirações de


arquiteturas antigas do velho mundo que podem aparecer na arquitetura do
final do século XIX e início do século XX.

ELEMENTOS CLÁSSICOS: Elementos que remetem à antiga arquitetura dos


gregos e romanos, como, por exemplo, as colunas!

ELEMENTOS PARANISTAS: Elementos que remetem ao estado do Paraná.


Pinheiros e pinhões são sempre os principais temas.

ESPERANTO: O esperanto é um idioma criado em 1887, por Zamenhof.


A ideia era simplificar as palavras para que todas as pessoas do mundo
se entendessem.

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FACHADA: São as faces do edifício. Às vezes uma principal tem mais ornamentos,
mas também existem as outras (nem sempre menos importantes).

FRISOS: Elemento da arquitetura clássica, como um bordado “frisado”, que


enfeitam muitas fachadas.

FUNDAÇÃO CULTURAL DE CURITIBA: Órgão público responsável pela


cultura em Curitiba, atuando de forma conjunta com artistas, produtores e
movimentos culturais, onde há também espaço para pesquisas em patrimônio
histórico.

GATEIRA: Pequena abertura com grade localizada na altura do porão, serve


como espaço para arejar os porões das casas. Ali os gatos se divertem!

GUIRLANDA: Ornamento que alegra as fachadas ecléticas, coroa de folhas


ou flores entrelaçadas.

LADRILHOS HIDRÁULICOS: Revestimento fabricado à base de cimento


colorido, utilizado principalmente em pisos. Possui esse nome por ser imerso
em água no processo de fabricação.

LAMBREQUIM: Elemento de madeira que ajuda a conduzir a chuva: uma


pingadeira! Além de ornamental, também protege as vigas que sustentam o
telhado. De formas variadas, é muito presente nas antigas casas de madeira
de Curitiba.

MANDACARU: Espécie de cacto nativa do Brasil.

MARCO ZERO: Ponto de origem de um local. Por exemplo, o marco zero de


uma cidade é o ponto geográfico em que ela começou a se expandir.

NEOCLÁSSICO: Estilo arquitetônico que trouxe de volta das formas da antiga


arquitetura greco-romana. Foi popular entre os séculos XVIII e XIX, mas esteve
presente em Curitiba até meados do século XX.

ORNAMENTO: Parte da obra que, embora não seja um elemento essencial,


participa da sua decoração. Às vezes chamamos de “enfeites”.

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PILASTRAS: São as irmãs das colunas, mas, às vezes, podem ser quadradas
e sem ornamentos.

PINÁCULO: O ponto mais alto de um local, sempre tem uma ponta para o céu.

PORTAS ENTALHADAS: Portas em madeira com diversos desenhos realizados


por meio de cortes, feitas por mãos habilidosas dos artífices marceneiros.

PÓS-MODERNA(O): Movimento de arquitetura que vem depois do moderno,


ou seja, aparece muito nos edifícios com mistura de estilos, principalmente
naqueles entre as décadas de 1980 e 1990.

RELÓGIO DE SOL: É um relógio, cujo ponteiro é uma haste que faz sombra
sobre o desenho das horas na parede. A sombra move durante o dia, marcando
assim as horas.

ROSÁCEA: Grande vitral com formato circular encontrado em igrejas,


principalmente naquelas que remetem ao período gótico.

SIMETRIA: Harmonia dos desenhos que são iguais, se divididos ao meio.

SHED: Detalhe do telhado que parece uma serra; sua parte vertical deixa a
luz do dia passar e assim ilumina o ambiente para o trabalho. Muito comum
em fábricas e galpões.

TRASLADASSE: Do verbo trasladar, significa mudar algo de um lugar


para outro.

VITRAIS: Painel decorativo, feito de vidros coloridos e transparentes, em


geral formando desenhos ou figuras.

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COLABORADORES
Quem nos ajudou com cada obra?

PROJETO ARQUIVO.
Os desenhos e pesquisas aqui reunidos fazem parte do acervo de
trabalhos de alunos do curso de arquitetura e urbanismo da UTFPR desde o
ano de 2011. Uma colaboração coletiva materializada no grupo de pesquisas:
o Projeto Arquivo.
A todos e todas estudantes, arquitetas e arquitetos que passaram por
aqui, nossos agradecimentos!

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Antigo Conjunto Pedro Falce
Alana Contini, Isabela W. Ramos, Priscila S. Nawate, Rafaela Agapito Fernandes,
Gihad Abdalla El Khouri, Pedro Loureiro Klein, Cira Líria Borges Caixeta e
Projeto Arquivo.

Antiga Casa da família Leal


Nathalia Martins, Thaylini Luz, Alexandre Chien, Pedro Scapini e Projeto
Arquivo.

Palácio Belvedere
Anderson Gabriel, Carolina Gama, Dyorgenes dos Santos, Ingrid Hirsch,
Mariana Ribeiro e Projeto Arquivo.

Bondinho da Rua XV
Bondinho da XV: Projeto Arquivo (Julia Azevedo). Levantamento base: FCC

Capela da Glória
Projeto Arquivo.

Casa Augusto Stresser


Bruna Scalon, Kaline Schildt, Maria Augusta Cordeiro, Mariana Ab e Projeto
Arquivo.

Antiga Casa de Bernardo Kirchgassner


Projeto Arquivo. Levantamento base: Caroline Gural Arquitetura.

Casa Edith
Casa Edith: Beatriz Alves, Camila Santos, Nathalia Boletta e Projeto Arquivo.

Casa Estrela
Ana Bettio, Mariana Rocha, Miriam Gimenez, Bruna Brasileiro, Karoline
Barbosa, Stephanie Noleto e Projeto Arquivo.

Casa de Frederico Kirchgassner


Projeto Arquivo.

Casa Heitor de França


Projeto Arquivo. Levantamento base: SESI.

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Antiga Casa José Muzzillo
Projeto Arquivo. Levantamento base: Arquitetura Ecológica LTDA.

Casa da Memória
Projeto Arquivo. Levantamento base: IPPUC.

Casa Romário Martins


Anderson Gabriel, Carolina Gama, Geovana Leme e Projeto Arquivo.

Casa Vermelha
Projeto Arquivo.

Colégio Estadual do Paraná


Aline Carvalho, Gabriela Costa, Kimberly Kilim, Letícia Paula, Thiago Aust.
Levantamento base: PJJ Malucelli.

Edifício Miguel Caluff


Ivilyn Weigert, Gustavo Machado, Jackeline Fukuda, Julia Vergopolan, Isabela
Miranda, Bruno Sobota e Daniel Ussler e Projeto Arquivo. Levantamento base:
Arte Maggiore.

Edifício Santa Rosa


Bianca Rodrigues, Emanuel Aquino, Francielle Tavares, Guilherme Baldini,
Larissa Mendes.

Antiga Fábrica de Fitas Venske


Camila Martins, Gabriel Serra, Mariana Mello, Marina Morais, Nastassja
Trevisan, Vitória Mamede e Projeto Arquivo.

Antiga Farmácia Stellfeld


Ana Villain, Carolina Kaiser, Mario Cesar Messias, Patricia Pagno, Renata
Nunes e Projeto Arquivo.

Antigo Edifício Latife Hamdar


Daniella Siewerdt, Natalia Richie, Susanna Brolhani, Guilherme Soares e
Projeto Arquivo.

Paço Municipal
Projeto Arquivo. Levantamento base: Cyro Corrêa Lyra.

100
Palácio Avenida
Projeto Arquivo. Levantamento base: Conceito Arquitetura.

Palácio Rio Branco


Alice Vilas Boas, Brunna Souza, Bruno Costa e Silva, Carolina Midori, Fabiana
Wiezbicki, Gabriel Lopes, Jonara Lopes, Luciana Castro, Luísa Sampaio, Murilo
Rodrigues, Raphael de Vicente e Projeto Arquivo.

Palacete Leão Jr.


Clara Ariane, Flávia Tavares, Giulia Mazeto, Larissa Dias e Mariana Dias e
Projeto Arquivo.

Passeio Público
Guilherme de Luca e Projeto Arquivo.

Reservatório do Alto São Francisco


Beatriz Andrade Pereira Jorge. Levantamento base: Traço Cultural.

Antiga Casa Ignácio de Paula França


Agatha Stunitz, Geovanni Estradioto, Gislaine Costa, Pedro Tokikawa, Tatiane
Rodrigues e Projeto Arquivo.

Solar do Rosário
Projeto Arquivo.

Teatro Paiol
Projeto Arquivo.

Palacete Tigre Royal


Alessandro Lunelli, Mariana Kszan, Raquel Guidolin, Ana Paula Nepomuceno,
Débora Vedovato, Eduardo Sanches Salsamendi, Fernanda Tiemi Mori, Maria
Lua Ferreira de Oliveira e Projeto Arquivo.

101
REFERÊNCIAS
De onde tiramos tanta informação?

Todas as informações contidas nesse livrinho foram tiradas de


instituições públicas, que guardam a maior parte dos documentos da nossa
cidade e de suas casinhas! Entre elas estão:

Casa da Memória
IPPUC
Arquivo Público Municipal
Biblioteca Pública do Paraná

Além delas, muitos documentos particulares também ajudaram no


levantamento das informações e dos desenhos de cada obra!

102
VAMOS COLORIR!
Agora é com vocês: pintem as obras segundo as cores presentes nesse
livrinho ou escolha uma cor que lhes caia bem. Fique atento aos detalhes
ornamentais, sinta-se à vontade para agregar novos desenhos nos espaços
livres.

103
Residências
Edifícios
Palacetes
Ícones
Instituições
Públicas
Título O livro do Patrimônio Histórico de Curitiba:
para crianças de zero a cem anos
Formato 18 x 24 cm
Tipografia Museo Slab
Licença CC BY-NC-ND

Este livro, produzido pela EDUTFPR, é financiado


com recurso público e visa à ampla e democrática
disseminação do conhecimento. Esta edição promove
o ODS 4 Educação de qualidade, que tem o intuito
de assegurar a educação inclusiva, equitativa e
de qualidade para todos, envolvendo docentes e
discentes em sua produção e promovendo diversas
oportunidades de aprendizagem ao longo da vida.
Além disso, é favorável à preservação de árvores
e diminuição da pegada de carbono global.

Curitiba
25°26'20.4"S 49°16'08.4"W
Feito no Brasil
Made in Brazil
2023
O Arquivo pesquisa e produz inventários do Patrimônio Histórico da
cidade de Curitiba e arredores com objetivo de tornar acessível todas as
informações sobre o Patrimônio. Os alunos que se dedicam às visitas e
desenhos de campo pensaram em uma atividade com o material já disponível: a
produção de um livro. Com vocabulário simples e divertido, mas sempre atento
aos termos técnicos, as trinta e uma obras eleitas para esta edição apresentam os
edifícios históricos da cidade, as obras têm desenhos produzidos tecnicamente.
O texto escrito pela professora Giceli Portela, conduz o leitor à observação da
cidade que leva facilmente ao afeto pelas construções antigas, e no final os
desenhos são oferecidos para colorir. Uma contribuição para a educação, pois
acreditamos no poder que as crianças têm quando se trata de uma causa tão
importante como essa, a de cuidar do nosso Patrimônio.

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