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P r o f . Dr.

W i l l i a m M a r t i n s V i c e n t e

Propriedade Mecânica dos Materiais


(Aula 5- Tratamento Térmico de Metais)

PED – Jenyffer da Silva Gomes Santos


PAD - Diogo Lourenço Oliveira da Silva
Recozimento

Formação de Martensitanos aços

Endurecimento por Precipitação

Endurecimento Superficial
Envolve vários procedimentos de
aquecimento e resfriamento, que
são realizados para alterar a
microestrutura do material, o que,
por sua vez, afeta as propriedades
mecânicas.

Tratamento Térmico

A maioria das suas aplicações é em metais

Tratamentos similares são usados em:

Vidros Temperados Vitrocerâmicas


Envolve vários procedimentos de
aquecimento e resfriamento, que
são realizados para alterar a
microestrutura do material, o que,
por sua vez, afeta as propriedades
mecânicas.

Tratamento Térmico

A maioria das suas aplicações é em metais

Tratamentos similares são usados em:

Cerâmicas Metalurgia do pó
Os tratamentos térmicos
podem ser realizados em uma
peça metálica nas diversas
etapas do seu processo de
produção.

Tratamento Térmico

Propósitos:

Reduzir a dureza do metal, tal que ele possa ser facilmente conformado enquanto
permanece aquecido.

Aliviar os efeitos do encruamento que ocorre durante a conformação.

Alcançar a resistência mecânica e a dureza necessárias ao produto final.


O recozimento consiste no
aquecimento do metal em
temperatura adequada,
manutenção nessa temperatura
por certo tempo (encharque) e
Recozimento
resfriamento lento.

Objetivos:

Reduzir a dureza e a fragilidade

Obter propriedades de interesse

Reduzir a dureza para melhorar a usinabilidade e a conformabilidade

Recristalizar os metais trabalhados a frio

Aliviar as tensões residuais geradas em processos anteriores


Recozimento do Aço

Recozimento pleno – aquecimento da liga até o


campo austenítico, seguido de resfriamento
lento para produzir perlita grosseira.

Usualmente associado
. a aços baixos e médio-
carbono
Recozimento do Aço

Normalização – envolve aquecimento e


encharque similares aos do recozimento pleno,
mas as taxas de resfriamento são mais rápidas

Resulta em perlita fina e maiores resistências e dureza,


porém menor ductibilidade.
.
Recozimento do Aço

Exemplos: Microestrutura x Propriedade Mecânica

Recozimento

Normalização
.
O que permite aos metais
trabalhados a frio
recristalizarem parcial ou
Recozimento do Aço completamente.

Recozimento para Reduzir o Encruamento

.
As peças trabalhadas a frio são geralmente recozidas para
reduzir o efeito do encruamento e aumentar a ductilidade.

Quando o recozimento é realizado para permitir que a peça sofra


mais trabalho a frio ele é chamado recozimento intermediário .

Quando não serão mais aplicadas deformações subsequentes, é


chamado apenas recozimento
Recozimento do Aço

Recozimento para Alívio de Tensão

.
O recozimento é algumas vezes realizado visando
apenas aliviar as tensões residuais do componente.

Esta operação chama-se recozimento de alívio de tensão.

Ela favorece a redução da distorção e de variações


dimensionais que poderiam ocorrer nas peças com tensões
residuais.
O diagrama ferro-carbono
indica as fases de ferro e de
carbeto de ferro presentes sob
condições de equilíbrio

Formação da Martensita nos Aços

Considera que o resfriamento a partir de altas temperaturas é lento o


suficiente para permitir a decomposição da austenita em uma mistura de
ferrita e cementita (Fe3C).
O diagrama ferro-carbono
indica as fases de ferro e de
carbeto de ferro presentes sob
condições de equilíbrio

Formação da Martensita nos Aços

Entretanto, sob condições de resfriamento rápido, tal que essas reações de


equilíbrio são inibidas, a austenita se transforma em uma fase fora do
equilíbrio chamada martensita, que é dura e frágil.
Formação da Martensita nos Aços

Estricção
Formação da Martensita nos Aços

Curva de Transformação Tempo-Temperatura

Curva TTT mostra a transformação da austenita em outras


fases, em função do tempo e da temperatura, para um aço
de composição aproximada de 0,8% C
Formação da Martensita nos Aços

Curva de Transformação Tempo-Temperatura

A possível trajetória de resfriamento mostrada produz a


martensita.
Principais Fases do Aço

Ferrita

Ferrita ou ferro alfa (α-Fe) é o ferro puro, com uma


estrutura cristalina cúbica de corpo centrado.

É esta estrutura cristalina que dá aço e ferro fundido suas


propriedades magnéticas (ex. de um material
ferromagnético). Baixa dureza e dúctil.
Principais Fases do Aço

Cementita

A Ferrita não tem espaço suficiente para manter o átomo de


carbono, então, todo o carbono expulso da rede de austenita
se precipita na forma de Carboneto de Ferro (Cementita) –
Fe³C.

Possui elevada dureza


Principais Fases do Aço

Perlita

É uma combinação de plaquetas de Ferrita e Cementita.

Ela se forma, predominantemente, nas regiões da célula com


defeitos cristalinos, como por exemplo contornos de grãos.
Principais Fases do Aço

Martensita

É uma fase diferenciada, sendo uma solução sólida de ferro e


carbono cuja composição é a mesma da austenita que lhe deu
origem.

A estrutura cúbica de faces centradas da austenita é transformada


em tetragonal de corpo centrado (TCC) da martensita.

A dureza extrema da martensita resulta da deformação da rede


cristalina gerada pelos átomos de carbono que ficam
aprisionados na estrutura TCC, criando assim, barreiras à
movimentação das discordâncias
Principais Fases do Aço

Dureza dos Aços-carbonos


Dureza dos aços-
carbono em função do
teor de carbono da
martensita (temperada)
e da perlita (recozida)
Tratamento Térmico para Produzir Martensita

Aquecimento do aço em
temperatura suficientemente alta
para transformá-lo, parcial ou por
Austentização completo, em austenita

Consiste em duas
etapas

Têmpera
Rápido resfriamento da austenita
. de modo a evitar a passagem pelo
nariz da curva TTT
Meios de Têmpera e Taxas de Resfriamento

Vários meios de têmpera são usados na prática


industrial de tratamento térmico, entre elas:

Ar (taxa de resfriamento mais devagar)


Meios de Têmpera e Taxas de Resfriamento

Vários meios de têmpera são usados na prática


industrial de tratamento térmico, entre elas:

Água, sem agitação.


Meios de Têmpera e Taxas de Resfriamento

Vários meios de têmpera são usados na prática


industrial de tratamento térmico, entre elas:

Ar (taxa de resfriamento mais devagar)


Meios de Têmpera e Taxas de Resfriamento

Vários meios de têmpera são usados na prática


industrial de tratamento térmico, entre elas:
Quanto mais eficiente for o meio de
Óleo, sem agitação têmpera na extração de calor, maior é
a probabilidade de causar tensões
interna, distorção e tricas na peça

Óleo para Têmpera (por ex. o ALKALISOL TMP 40) é


projetado para resfriamento rápido ou controlado de aço ou
outros metais como parte de um processo de endurecimento,
têmpera ou outro tratamento térmico.
Meios de Têmpera e Taxas de Resfriamento

TÊMPERA TOTAL
https://www.youtube.com/watch?v=YoHtp8YF0dg
Lei de deHooke
Anéis para Rolamentos
Martensita Revenida

O tratamento térmico revenido é aplicado ao aço endurecido


para reduzir a fragilidade, aumentar a ductilidade bem como
aliviar as tensões na estrutura da martensita.

Envolve aquecimento e encharque em temperatura inferior à de


austenização por cerca de uma hora, seguido de resfriamento
lento.

Resulta na precipitação de partículas muito finas de carbetos da


solução sólida de ferro e carbono da martensita e, assim,
gradualmente transforma a estrutura cristalina de TCC para CCC
Martensita Revenida

Martensita

Nova microestrutura é denominada martensita revenida


Temperabilidade

.
Capacidade relativa de um aço endurecer pela
transformação martensítica

Determina a profundidade abaixo da superfície


temperada na qual o aço está endurecido.

Aços com boa temperabilidade podem ser


endurecidos a maior profundidade e não requerem
altas taxas de resfriamento

Temperabilidade não se refere à máxima dureza


que pode ser atingida por um aço.
Temperabilidade

A temperabilidade de um aço é aumentada pela


presença de elementos de liga.

Os elementos de liga que mais influenciam são o


cromo, manganês e molibdênio.

O mecanismo pelo qual esses elementos de liga


atuam é aumentando o tempo necessário ao início
da transformação da austenita em perlita.

A curva TTT é deslocada para a direita, permitindo


taxas de resfriamento mais lentas durante a
têmpera.
Temperabilidade

Ensaio Jominy da Extremidade Temperada

(a) Montagem do teste mostrando a


extremidade temperada da amostra

(b) curva típica da dureza em função


da distância à extremidade temperada
https://www.youtube.com/watch?v=oeEBVxYLarU&t=58s
Lei de Hooke
Tratamento Térmico
Envolve a formação de
partículas finas que atuam
como barreiras ao movimento
das discordâncias e, por isso
elevam a resistência e
endurecem os metais
Endurecimento por Precipitação

É o principal tratamento térmico para aumentar a resistência de ligas de


alumínio, cobre, magnésio, níquel e de outros metais não ferrosos

Também pode ser empregado para aumentar a resistência de determinados


aços.
Endurecimento por Precipitação

Condições Necessárias para o Endurecimento por Precipitação

A condição necessária que determina se a liga pode ter sua


resistência aumentada por endurecimento por precipitação é a
presença de uma linha de solubilidade no diagrama de fases.
A liga cuja composição pode ser
endurecida por precipitação é aquela
que apresenta duas fases à
temperatura ambiente, mas que pode (a) Diagrama de fases de uma liga
consistindo nos metais A e B, que pode ser
ser aquecida em temperatura na qual endurecida por precipitação
a segunda fase se dissolve

(b) tratamento térmico: (1)


solubilização, (2) têmpera, e (3)
precipitação
Endurecimento por Precipitação

Etapas do Endurecimento por Precipitação

1. Tratamento de solubilização – a liga é aquecida até uma


temperatura Ts acima da linha solvus, portanto dentro do
campo monofásico alfa, e então mantida nessa temperatura
por tempo suficiente para dissolver a fase beta.

(b) tratamento térmico: (1) solubilização, (2)


têmpera, e (3) precipitação
Endurecimento por Precipitação

Etapas do Endurecimento por Precipitação

2. Têmpera – até a temperatura ambiente para gerar uma


solução sólida supersaturada.

(b) tratamento térmico: (1) solubilização, (2)


têmpera, e (3) precipitação
Endurecimento por Precipitação

Etapas do Endurecimento por Precipitação

3. Tratamento de precipitação – a liga é aquecida em


temperaturas Tp, abaixo de Ts, para causar a precipitação de
finas partículas da fase beta

(b) tratamento térmico: (1) solubilização, (2)


têmpera, e (3) precipitação
Tratamentos termoquímicos
aplicados aos aços, nos quais a
composição da superfície da
peça é alterada pela adição de
vários elementos

Endurecimento Superficial

Os tratamentos mais comuns são a cementação, a nitretação e a


carbonitretação.

Comumente aplicados a peças de aços baixo-carbono, para se obter uma


camada externa dura e resistente ao desgaste, enquanto é mantido um
núcleo tenaz
Endurecimento Superficial

Cementação

O aquecimento da peça de aço baixo-carbono na presença de


um meio rico em carbono, de modo que o C se difunde para a
superfície.

A camada superficial é convertida em aço alto-carbono, e


pode resultar numa dureza maior que o núcleo de baixo-
carbono.

Cementação seguida por têmpera produz endurecimento


superficial com dureza e aproximadamente 60 HRC.

A região interna da peça consiste em aço baixo-carbono, e


não é afetada pela têmpera, permanecendo relativamente
tenaz e dúctil, e resistente aos impactos e à fadiga
Endurecimento Superficial

Nitretação

Tratamento no qual o nitrogênio é difundido para a superfície


de aços-liga especiais para produzir uma camada fina e dura
sem necessidade de têmpera.

Executado a cerca de 500C (950F).

Para ser mais efetivo, o aço deve ter certos elementos de liga,
tais como alumínio ou cromo, para formar nitretos que se
precipitam como partículas muito finas na camada superficial
e endurecida do aço

Durezas de até 70 HRC.


Tratamento Térmico https://www.youtube.com/watch?v=0ZcW7fz_128
Lei(Resumo)
de Hooke

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