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Ferrita (α):
- Faixa de teor de carbono: 0% a cerca de 0,022%.
- Microestrutura: Composta principalmente de átomos de ferro.
- Propriedades: Dúctil e relativamente macia. Boa condutividade elétrica.

● Estrutura Cristalina: A ferrita possui uma estrutura cristalina cúbica de corpo


centrado (CCC), em que os átomos de ferro estão dispostos em uma matriz cúbica,
com um átomo no centro da célula unitária e um átomo nos vértices.
● Propriedades Cristalinas: Essa estrutura cúbica de corpo centrado contribui para a
maleabilidade da ferrita. Os átomos de ferro estão relativamente espaçados,
permitindo que eles se movam mais facilmente. A ferrita é magnética a baixas
temperaturas, mas perde sua magnetização à medida que a temperatura aumenta.

2. Perlita:
- Faixa de teor de carbono: Cerca de 0,022% a 6,7%.
- Microestrutura: Lamelas alternadas de ferrita e cementita.
- Propriedades: Boas propriedades mecânicas, razoável resistência e tenacidade.

3. Cementita (Fe3C):

- Faixa de teor de carbono: Acima de cerca de 6,7%.


- Microestrutura: Composta principalmente de ferro e carbono. Estrutura cristalina de
carbonetos de ferro.
- Propriedades: Extremamente dura e quebradiça.

● Estrutura Cristalina: A cementita possui uma estrutura cristalina ortorrômbica, com


átomos de ferro e carbono organizados em uma estrutura intermetálica distinta.
● Propriedades Cristalinas: A estrutura ortorrômbica da cementita a torna
extremamente dura, mas também muito quebradiça. Os átomos estão dispostos de
forma ordenada e compacta, o que resulta em alta dureza, mas também pouca
flexibilidade.

4. Austenita (γ):

- Faixa de alta temperatura (acima de cerca de 727°C).


- Microestrutura: Estrutura cúbica de faces centradas.
- Propriedades: Não magnética, alta solubilidade de carbono.

● Estrutura Cristalina: A austenita possui uma estrutura cristalina cúbica de faces


centradas (CFC), em que os átomos de ferro ocupam os vértices e o centro de cada
face da célula unitária.
● Propriedades Cristalinas: A estrutura cúbica de faces centradas da austenita
permite uma alta solubilidade de carbono. Ela é não magnética a temperaturas
normais, o que a torna desejável em muitas aplicações, como utensílios de aço
inoxidável.

5. Martensita:

- Formada por têmpera (resfriamento rápido da austenita).


- Microestrutura: Estrutura supersaturada de carbono, não lamelar.
- Propriedades: Extremamente dura e quebradiça.

● Estrutura Cristalina: A martensita tem uma estrutura cristalina tetragonal ou cúbica


centrada em corpo (dependendo das condições de resfriamento). A formação da
martensita é uma transformação sem difusão, resultando em uma estrutura cristalina
supersaturada de carbono.
● Propriedades Cristalinas: A martensita é conhecida por sua dureza extrema,
devido à sua estrutura cristalina supersaturada e altamente densa. No entanto, essa
estrutura a torna também quebradiça.

As transformações de fase no diagrama ferro-carbono desempenham um papel crucial na


determinação das propriedades dos materiais à base de ferro e carbono, como os aços.
Aqui estão algumas das transformações de fase mais importantes:

1. Transformação da Austenita para Perlita:

- À medida que a austenita (fase γ) esfria, a primeira transformação significativa ocorre


quando a temperatura desce abaixo da linha A1 (linha de início de transformação perlítica).
- Nesta faixa de temperatura, a austenita se decompõe em camadas alternadas de ferrita
e cementita, formando a microestrutura conhecida como perlita.

2. Formação de Bainita:

- Bainita é uma microestrutura que se forma a temperaturas intermediárias entre a perlita


e a martensita, geralmente em um processo de resfriamento mais lento do que o necessário
para a formação da martensita.
- Bainita é semelhante à perlita, mas consiste em fibras finas e é mais resistente e tenaz
do que a perlita, tornando-se uma escolha valiosa para aplicações que requerem uma
combinação de dureza e tenacidade.

3. Martensita:

- A martensita é formada quando a austenita é resfriada rapidamente, como na têmpera


em óleo ou água.
- A martensita é supersaturada em carbono e possui uma estrutura cristalina muito densa,
o que a torna extremamente dura, mas também quebradiça. Essa dureza é o que torna a
têmpera um método de endurecimento importante.

4. Têmpera e Revenido:

- Após a formação da martensita, a peça geralmente é revenida (reaquecida a uma


temperatura inferior à zona de austenitização) para reduzir a dureza excessiva e melhorar a
tenacidade. Isso envolve uma transformação da martensita em uma mistura de ferrita e
carbonetos.

5. Transformações Eutetóides e Eutéticas:

- A transformação eutetóide ocorre quando a composição da liga atinge o ponto eutetóide


no diagrama (cerca de 0,76% de carbono), resultando na formação de perlita.
- A transformação eutética ocorre a cerca de 4,3% de carbono, levando à formação de
ledeburita (uma mistura de austenita e cementita). A ledeburita é rara na prática devido à
sua extrema quebradiça e não é desejada em aplicações de engenharia.

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