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Microconstituintes:
Ferrita (α): constituinte dos aços e ferros fundidos formado por traços de carbono no
ferro (α). Grãos equiaxiais irregulares. Baixa dureza e resistência. Má solubilidade de
carbono. Estrutura cristalina: CCC.
Austenita (ϒ): constituinte dos aços e ferros fundidos formado por uma solução sólida
de carbono no ferro (ϒ). Apresentando grãos poligonais irregulares. A máxima
solubilidade de carbono: 2,11 à 1148°C. Apresentando estrutura CFC. Apreciável valores
de dureza e resistência. Não magnética.
Perlita: Constituintes dos aços e ferros fundidos formados por lamelas justapostas ou
alternadas de (α + Fe3C). 88% α e 12% Fe3C. Dureza 30 a 40 HRC.
Cementita: Constituinte dos aços e ferros fundidos composto intermetálico com
composição fixa Fe3C. Muito dura. Estrutura ortorrômbica.
Bainita: é o constituinte que pode ser formado quando a austenita é resfriada
rapidamente até uma certa temperatura, usualmente na faixa entre 450 e 200°C, e aí
mantida. A bainita é uma dispersão de carbonetos submicroscópicos em uma
matriz ferrítica altamente deformada e que contém mais de 0,02% C. Em torno de
450°C ela se apresenta como um agregado de ferrrita em forma de pena e carboneto de
ferro muito fino até um constituinte em forma de agulhas com coloração escura em
torno de 200°C. Sua dureza varia de 40 a 60 HRC.
Martensita: Formada na faixa de temperaturas em torno de 200 e 100°C. Nas ligas
ferrosas é usualmente uma solução sólida supersaturada de carbono no ferro α e tem
uma estrutura tetragonal de corpo centrado (TCC), que é uma forma distorcida da
ferrita com esturtura cúbica de corpo (CCC). Apresenta-se em forma de agulhas com
uma coloração mais clara que a bainita. Dureza (65 a 67HRC).
Tais fenômenos, de oxidação e de descarbonetação, são evitados pelo uso de uma atmosfera
protetora, ou controlada no interior do forno, a qual, ao prevenir a formação da casca de
óxido, torna desnecessário o emprego de métodos de limpeza e, ao eliminar a
descarbonetação, garante uma superfície uniformemente dura e resistente ao desgaste.
Os tratamentos térmicos convencionais dos aços são: recozimento, normalização,
têmpera, revenido, coalescimento e os tratamentos isotérmicos.
Tratamento Térmico de Recozimento: é o tratamento térmico realizado com o fim de alcançar
um ou vários dos seguintes objetivos: remover tensões devidas aos tratamentos mecânicos a
frio ou a quente, diminuir a dureza para melhorar a usinabilidade do aço, alterar as
propriedades mecânicas como resistência, ductilidade, etc., modificar os característicos
elétricos e magnéticos, ajustar o tamanho de grão, regularizar a textura bruta de fusão,
remover gases, produzir uma microestrutura definida, eliminar enfim os efeitos de quaisquer
tratamentos térmicos ou mecânicos a que o aço tiver sido anteriormente submetido.
Ao passar pela zona crítica, o material se recristaliza sempre sob a forma de grãos
normais de austenita, qualquer que seja a textura que apresente antes de atingir a referida
zona, no aquecimento. Portanto, com esse tratamento, os aços readquirem suas propriedades
e texturas normais.
Recozimento Pleno ou Total: consiste no aquecimento do aço acima da zona crítica, durante o
tempo necessário e suficiente para se ter solução do carbono ou dos elementos de liga no
ferro gama, seguido de um resfriamento muito lento, realizado ou mediante o controle da
velocidade de resfriamento do forno, ou desligando-se o mesmo e deixando que o aço resfrie
ao mesmo tempo que ele. Nessas condições, obtém-se perlita grosseira que é a estrutura ideal
para melhorar a usinabilidade de aços baixo e médio carbono. Para aços de alto carbono, não
é vantajosa sob o ponto de vista da usinabilidade e neles prefere-se uma estrutura diferente –
a “esferoidita” obtida pelo coalecimento.
A temperatura para recozimento pleno é de mais ou menos 50°C acima da linha A3,
para aços hipoeutetóides e acima do limite inferior – linha A1 – para os hipereutetóides. Para
estes aços, não se deve ultrapassar a linha Acm porque, no resfriamento lento posterior,
formar-se ia nos contornos de grão da austenita um invólucro contínuo e frágil de carbonetos,
o qual iria conferir excessiva fragilidade aos aços. Já na normalização, onde o resfriamento é
feito ao ar, não se tem a formação desse invólucro de carbonetos, justamente porque o
resfriamento mais rápido não dá oportunidade de tal precipitação. Assim sendo, o
aquecimento para a normalização dos aços hipereutetóides pode ser levado a temperatura
acima de Acm.
Constituintes estruturais do recozimento pleno ou total:
Aços hipoeutetóides: perlita grossa e ferrita;
Aços eutetóides: perlita grosseira;
Aços hipereutetóides: perlita grossa e cementita.
Para C (0,20 – 0,30)% com diâmetro < 75 mm -> tratamento térmico de normalização após
laminadas ou forjadas.
Com diâmetro > 75 mm -> basta forja ou laminação.
Para C (0,30 – 0,40)% deve sofrer recozimento pleno ou total.
Pra C (0,40 – 0,60)% perlita grossa + esferoidita.
Para C (0,60 -1)% -> 100% esfereoidizado.
Recozimento Subcrítico: Aquecimento e manutenção prolongada de uma liga a uma
temperatura imediatamente abaixo da linha A1, resultando em uma estrutura de cementita
globulizada.
Recozimento para Homogeneização
O recozimento de homogeneização executa-se antes do trabalho mecânico do aço, após
elaboração; visa homogeneizar a composição química, diminuindo a intensidade das
segregações; a austenita homogênea é mais apta à deformação e responde melhor ao
tratamento térmico posterior; o tratamento executa-se a temperaturas entre 1050 e 1250°C; a
elevada temperatura de desenfornamento permite o início da deformação a quente
imediatamente após a conclusão do estágio de recozimento. Feita em último caso devido a seu
alto custo.
Tratamento Térmico de Normalização: Consiste no aquecimento do aço a uma temperatura
acima da zona crítica, seguido de resfriamento ao ar. Para os aços hipoeutetóides, pode-se
admitir que a temperatura de aquecimento ultrapasse a linha A3 e para os hipereutetóides a
linha Acm sem os inconvenientes, neste ultimo caso, no esfriamento ao ar que se seguem da
formação do invólucro de carbonetos. A normalização visa refinar a granulação grosseira de Comentado [p5]: Objetivos do T.T de normalização: refino e
homogeneização da estrutura, inclusive para a realização de
peças de aço fundido principalmente, frequentemente, e com o mesmo objetivo, a têmpera posterior;
Melhorar condições de usinagem;
normalização é aplicada em peças depois de laminadas ou forjadas. A normalização é utilizada Regularizar estruturas brutas de fusão;
Melhoria das propriedades mecânicas do produto final.
como tratamento preliminar à têmpera e ao revenido. Os constituintes são: ferrita e perlita
fina e cementita/perlita fina. Dependendo do tipo de aço pode-se obter bainita. Em geral, a
temperatura situa-se 35 a 40°C acima das linhas A3 ou Acm, conforme o aço em consideração.
• Aços que contenham apreciáveis quantidades de Mn, Ni e Cr, além de uma ou mais
impurezas, tais como antimônio, fósforo, estanho ou arsênio, são suscetíveis ao
fenômeno.
• Aços Cr-Ni são mais susceptíveis ao fenômeno.
• Teores de Mo (0,5 – 1,00)% retarda a susceptibilidade. Comentado [p8]: O Mo captura o fósforo e antimônio
minimizando o problema.
• O antimônio é o elemento mais prejudicial e dever ser evitado a qualquer custo. Mas
como ele não está comumente presente, a atenção deve ser voltada para o fósforo e o
estanho.
Estes aços podem voltar ao normal ao serem aquecidos em torno de 600°C ou acima e
serem resfriados rapidamente, abaixo de aproximadamente 300°C.
Transformação da austenita retida: Dependendo da composição do aço, pode se ter uma
austenita residual à temperatura ambiente.
O segundo estágio do revenido entre (200 e 300°C) transforma a austenita retida em
bainita. Mas esta reação prevalece apenas em aços de médio e alto carbono. Em alguns casos
é necessário um novo revenimento.
Outro método é o resfriamento sub-zero, após a têmpera, resfriar o material a
temperaturas abaixo de zero, para se possível, ultrapassar-se a linha Mf do diagrama TTT.
Quanto mais baixa a temperatura subzero, mais completa a transformação da austenita e
menos provável o fenômeno da instabilidade dimensional. Dependendo da posição da linha Mf
poderá haver necessidade de recorrer-se a meios de resfriamento muito drásticos. Entretanto,
estes tratamentos não são muito seguros devido ao choque térmico que pode resultar em
trincas.
Um terceiro método para transformar a austenita retida seria o sazonamento, ou seja,
a manutenção das peças tratadas em estoque por um determinado período de tempo,
submetendo-as repetidamente aos extremos de temperatura esperados nas condições de
trabalho. Tentando forçar a ocorrência das modificações dimensionais antes de se utilizar as
peças, entretanto isto é difícil de ser conseguido.
Tratamento Térmico de Esferoidização/Coalescimento: Qualquer tratamento capaz de Comentado [p9]: Quebra das lamelas de perlita. Força motriz:
diminuição da energia livre do sistema.
produzir esfereoidita é chamado de coalescimento. Esse tratamento é aplicado principalmente Comentado [p10]: Engrossamento do carboneto Fe3C. As
pequenas partículas de cementita agrupam-se em partículas
em aços hipereutetóides e pode consistir em qualquer das seguintes operações: maiores, formando glóbulos de cementita facilmente visíveis ao
microscópio.
• Aquecimento logo acima da zona crítica seguido de resfriamento lento.
• Aquecimento prolongado de aços laminados ou normalizados a uma temperatura logo
abaixo da linha inferior da zona crítica A1. (recozimento subcrítico)
• Aquecimento e resfriamento alternados entre temperaturas logo acima e logo abaixo
de A1, ou seja, fazer oscilar a temperatura de aquecimento em torno de A1.
O resultado deste tratamento térmico é dureza muito baixa, normalmente inferior a da perlita
grosseira. Visando facilitar as operações de deformação à frio e usinagem de aços de alto teor
de carbono.
2- Porque é fácil soldar aços com baixo teor de carbono, porém é difícil soldar aços com
alto carbono.
A soldabilidade e a temperabilidade do aço carbono é muito influenciada pela
quantidade de carbono, quanto menor a porcentagem de carbono melhor a
soldabilidade. Aços alto carbono tem baixa soldabilidade devido à formação da
martensita mais dura e quebradiça durante o resfriamento após a solda.
6- Comparar as propriedades mecânicas finais desta peça com as que ela apresentaria
se o último reaquecimento fosse feito a apenas 300°C.
Caso o último reaquecimento fosse feito a apenas 300°C é possível que a resistência ao
choque não tenha aumentado.
-Método progressivo: O método progressivo, também com rotação da peça ou não, presta-se
ao endurecimento completo e para endurecimento progressivo. Resfriamento por aspersão.
O método progressivo é empregado para endurecer secções grandes que não podem ser
aquecidas pelo processo estacionário. As dimensões e a forma da peça a ser endurecida, assim
como o volume de oxigênio e de gás combustível necessário para aquecer a secção, são
fatores que devem ser levados em conta na escolha deste processo.
-Método giratório: O método giratório é empregado em peças de secção circular ou
semicircular, tais como rodas, cames e pequenas engrenagens. Na sua forma mais simples,
utiliza-se um mecanismo para girar a peça num plano horizontal ou vertical, ficando sua
superfície sujeita à ação da chama.
Desde que se consiga um aquecimento uniforme, a velocidade de rotação é
relativamente pouco importante. Depois que a superfície da peça tiver sido aquecida – por
intermédio de um ou mais cabeçotes de chamas – a chama é extinta ou retirada e a peça é
resfriada por imersão, borrifo ou por uma combinação de ambos os métodos.
Em contraste com o método progressivo, em que o gás combustível usado é
geralmente acetileno – devido sua elevada temperatura de chama e rápido aquecimento – no
método giratório, resultados satisfatórios são obtidos com gás natural (metano), propano,
além de gás fabricado.
Têmpera por indução: O calor para aquecer uma peça pode ser gerado na própria peça por
indução eletromagnética. Assim se uma corrente alternada flui através de um indutor ou
bobina de trabalho, estabelece-se nesta um campo magnético altamente concentrado, o qual
induz um potencial elétrico na peça a ser aquecida e envolvida pela bobina e, como a peça
representa um circuito fechado, a voltagem induzida provoca o fluxo de corrente. A resistência
da peça ao fluxo da corrente induzida causa aquecimento por perdas I2R.
O modelo de aquecimento obtido por indução depende da forma da bobina de
indução que produz o campo magnético, do número de voltas da bobina, da frequência de
operação e da força elétrica da corrente alternada.
A velocidade de aquecimento obtida com bobinas de indução depende da intensidade
do campo magnético ao qual se expõe a peça. Nesta, a velocidade de aquecimento é função
das correntes induzidas e da resistência do seu fluxo. Quando se deseja aquecimento a
pequena profundidade, ou seja, camada endurecida de pequena expessura, adota-se
geralmente corrente de alta frequência; baixas ou intermediárias são utilizadas em aplicações
onde se deseja aquecimento a maior profundidade.
Em resumo, o controle da profundidade de aquecimento é conseguido, jogando-se
com as seguintes variáveis:
• Forma da bobina;
• Distância ou espaço entre a bobina de indução e a peça;
• Taxa de alimentação de força;
• Frequência;
• Tempo de aquecimento.
• Densidade de potência;
• Número de voltas da bobina.
Classificação das frequências utilizadas:
• “ação eficiente”: frequência que aquecerá do modo mais eficiente o material
até a temperatura de austenitização para a profundidade especificada;
• “ação razoável”: frequência que é inferior à ótima, mas suficiente para
aquecer à temperatura de austenitização, para a profundidade especificada;
• “ação inadequada”: frequência que poderá superaquecer a superfície.
Vantagens:
• Pode-se determinar com precisão a profundidade da camada temperada.
• O aquecimento é rápido.
• As bobinas podem ser confeccionadas e adaptadas à forma da peça
• Não produz o superaquecimento da peça;
• Geralmente, possibilita um maior aumento da dureza e da resistência ao
desgaste;
• A resistência à fadiga é também superior;
• Não há problema de descarbonetação.
Têmpera por laser: Consta em dirigir-se um feixe de laser sobre a superfície da peça. Ao atingir
a superfície, parte da energia do laser é absorvida pela superfície na forma de calor. Se a
densidade da força do feixe de laser for suficientemente elevada, a superfície absorve o calor
gerado e aquece-se rapidamente até atingir a temperatura de austenitização do aço, enquanto
o núcleo permanece frio. Após a passagem do feixe de laser, a área é, em seguida, resfriada
rapidamente pela condução do calor interior da peça.
O processo é muito preciso em impor aquecimento seletivo sobre áreas bem
específicas. Além disto, o processo pode ser feito em alta velocidade, produzindo pouca
distorção.
Usado na têmpera de peças com geometrias variadas.
Vantagens:
• É um processo limpo;
• Facilmente automatizado;
• Aplicação em uma área localizada do material;
• Distorções mínimas;
• Bom acabamento superfial;
• Tratamento de formas complexas;
• Não há necessidade de um meio de resfriamento;
• Microestrutura refinada;
• Microssegregação reduzida;
• Extensão da solubilidade sólida;
• Formação de fases metaestáveis.
Parâmetros:
• Diâmetro do feixe;
• Potência do feixe;
• Velocidade de deslocamento do feixe.
Os aços que podem ser endurecidos por esse processo incluem aços-carbono (1040,
1050, 1070), aços-liga (4340, 52100), aços para ferramentas e ferros fundidos (cinzento,
maleável e dúctil).
Têmpera por feixe de elétrons: Neste caso, um feixo eletrônico é dirigido à superfície da peça
a ser endurecida parcialmente. Os elétrons do feixe ao atingir a superfície penetram
rapidamente na superfície do aço. Nesse momento, os elétrons perdem rapidamente sua
energia. A maior parte da energia perdida pelos elétrons é transformada em calor, que
permite atingir-se a temperatura de austenitização até uma certa profundidade. O
resfriamento rápido necessário para transformar a austenita em martensita ocorre através de
um processo de auto-resfriamento que depende da condutibilidade térmica e que começa
assim que a transferência de energia termina.
Esse processo apresenta a vantagem de produzir empenamento muito pequeno. Além
disso, o consumo de energia é relativamente pequeno. O processo é preferido quando as
camadas endurecidas são da ordem de 0,3 a 1,0 mm, opera com alto vácuo (o feixe de elétrons
dissipa-se facilmente no ar). O processo exige, contudo, equipamento sofisticado.