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FE – UEM/DECi - Eng.

ª Civil Construções Metálicas e de Madeira

ÍNDICE

4.1. DISPOSIÇÕES REGULAMENTARES BÁSICAS (R.E.A.E) .................................... 1

4.1.1. DIÂMETRO DOS REBITES - ARTIGO 18........................................................................ 1


4.1.2. ESPESSURA TOTAL MÁXIMA A LIGAR - ARTIGO 19 ..................................................... 1
4.1.3. DISPOSIÇÃO DOS REBITES - ARTIGO 20 ...................................................................... 1
4.1.4. DIMENSÕES (EM MM) E MASSAS DOS REBITES USUAIS .................................................. 2
4.1.5. DISTÂNCIAS DE CRAVAÇÃO, EM MM (FIG. 1)................................................................ 3

4.2. SEGURANÇA DAS LIGAÇÕES REBITADAS........................................................... 3

4.2.1. GENERALIDADES - ARTIGO 56 .................................................................................. 3


4.2.2. VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DAS LIGAÇÕES REBITADAS - ARTIGO 57 ...................... 3
4.2.3. EXEMPLOS ............................................................................................................. 5
Exemplo 1 ........................................................................................................................... 5
Exemplo 2 ........................................................................................................................... 7

4.3. EXERCÍCIOS PROPOSTOS ........................................................................................ 8

Exercício 1 .......................................................................................................................... 8
Exercício 2 .......................................................................................................................... 8

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4.1. DISPOSIÇÕES REGULAMENTARES BÁSICAS (R.E.A.E)


4.1.1. Diâmetro dos rebites - Artigo 18

Os diâmetros dos rebites devem satisfazer os seguintes condicionamentos:

a) Os rebites devem ter diâmetro nominal 1 mm a 2 mm inferior ao dos furos em que são
introduzidos e, depois de cravados devem preencher completamente os furos;
b) O diâmetro nominal dos rebites não deve, em geral, ser inferior à espessura do elemento de
maior espessura a ligar.

d  d1  1ou 2mm
 
d1  t max 
em que:
d – diâmetro do furo;
d1 – diâmetro nominal do rebite;
t – espessura do elemento a ligar.

4.1.2. Espessura total máxima a ligar - Artigo 19

A espessura total dos elementos a ligar não deve, em geral, exceder cinco vezes o diâmetro dos
furos e, em caso algum, exceder seis vezes e meia esse diâmetro. No caso de diâmetros inferiores
a 14 mm, a espessura total a ligar deverá ser limitada a quatro vezes o diâmetro.

5.d 
d  14mm  i 1 t i   ; d  14mm  i 1 t i  4.d
n n

6,5.d 

4.1.3. Disposição dos rebites - Artigo 20

Na disposição dos rebites devem ser respeitados os seguintes condicionamentos:

Figura 1 – Posicionamento dos furos dos rebites no processo de ligação

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a) 2d  a  3d
b) 1,5d  b  2,5d
c) 3d  c  7d (ambientes muito agressivos)
3d  c  10d (ambientes pouco ou moderadamente agressivos)

em que:

d - diâmetro dos furos


a - distância do eixo do rebite ao bordo mais próximo, na direcção do esforço que
solicita a ligação
b - distância do eixo do rebite ao bordo mais próximo, na direcção normal à do
esforço que solicita a ligação
c - menor distância entre os eixos dos rebites

4.1.4. Dimensões (em mm) e massas dos rebites usuais

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4.1.5. Distâncias de cravação, em mm (fig. 1)

4.2. SEGURANÇA DAS LIGAÇÕES REBITADAS


4.2.1. Generalidades - Artigo 56

A verificação da segurança das ligações deve ser feita em relação aos estados limites últimos de
resistência, devendo os valores de cálculo dos esforços ou tensões resistentes ser iguais ou
superiores aos valores de cálculo dos esforços ou tensões actuantes.

4.2.2. Verificação da segurança das ligações rebitadas - Artigo 57

Para a verificação da segurança das ligações rebitadas, os valores de cálculo das tensões
actuantes devem ser determinados considerando para diâmetro dos rebites o seu diâmetro depois
de cravados (igual ao diâmetro dos furos) e atendendo ao disposto nas alíneas seguintes:

a) A tensão de corte nos rebites será obtida dividindo o valor de cálculo do esforço de corte
correspondente a cada rebite pela sua secção, no caso de corte simples, e por duas vezes essa
secção, no caso de corte duplo;

TSd TSd
 Sd  - Corte simples;  Sd  - Corte duplo
A 2. A
onde:
TSd - valor de cálculo do esforço de corte
A - área dos rebites calculada tendo em conta o diâmetro dos furos

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b) A tensão de tracção dos rebites será determinada dividindo o valor de cálculo do esforço de
tracção correspondente a cada rebite pela sua secção;

N Sd
 Sd
t

A
onde: NSd - valor de cálculo do esforço de tracção

c) A tensão de esmagamento lateral (pressão lateral dos rebites) será obtida dividindo o valor de
cálculo do esforço de corte correspondente a cada rebite pelo produto do diâmetro do rebite
pela espessura da chapa.

TSd
 Sd
esm

d .e
onde:
TSd - valor de cálculo do esforço de corte
d – diâmetro do rebite (após cravação)
e – menor espessura (chapa, perfis)

d) Deve verificar-se se existe nos elementos ligados (perfis) ou nos elementos de ligação
(chapas) alguma secção insuficiente para a transmissão dos esforços. Em particular, para
furos próximos dos bordos de chapas deve verificar-se a condição:

0,8.FSd
 f yd
a.e
onde:
FSd - valor da força de corte transmitida pela chapa ao rebite
a- distância do rebite ao bordo indicada no Art. 20
e- espessura da chapa
fyd - valor de cálculo da tensão de cedência do aço da chapa

Valores de cálculo das tensões resistentes em ligações rebitadas (MPa)


Corte Tracção Esmagamento
Tipo de aço
0,8.fyd 0,3.fyd 2,25.fyd
Fe 360 188 70,5 528,75
Fe 430 220 82,5 618,75
Fe 510 284 106,5 798,75

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4.2.3. EXEMPLOS

Exemplo 1

A figura representa uma ligação rebitada que transmite um esforço de 680 KN aplicado
perpendicularmente aos eixos dos rebites.

Dimensionar a ligação e verificar a estabilidade da mesma. Os materiais são de aço tipo Fe 360.

Resolução:

Dados: TSd = 680 KN,  Rd


Corte
 188Mpa ,  Rd
esm
 528,75Mpa

1º Passo: Características geométricas necessárias


  d2
Área do furo: A f 
4
Área total: At  n  A f em que “n” representa o número de rebites

2º Passo: Determinação do diâmetro dos rebites


TSd T
Resistência ao corte → Corte duplo:  Sd   Sd   Rd
2. A 2.n. A f

Resistência ao esmagamento:
TSd T
 Sd
esm
  Sd   Rd
d .e n.d .e
 TSd  TSd
 Rd   .d 2  Rd   2. Rd .e  2. Rd .e
  TSd  .d 2  Rd  d 

2.n. 2. .
 Rd .d .e 4   .d   . Rd
4 
   
 Rd 
TSd 
n  TSd
 n.d .e   Rd .d .e

2.528,75.10
d = 17,9 mm  18 mm  Rebites (d1 = 16 mm)→ art.18º ;
 .188

 d2
d = 18 mm→ A f   2 ,54cm 2 → em que: “e” – menor espessura
4
entre as chapas (8+8=16 mm) e a chapa (10 mm).

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3º Passo: Determinação do número de rebites

Resistência ao corte (Corte duplo):


TSd T TSd 680.10 3
 Sd   Sd  n   = 7,12  8
2. A 2.n. A f 2. A f . Rd
Corte
2.2,54.10 4.188

Resistência ao esmagamento:
TSd T TSd 680.10 3
 Sd
esm
  Sd  n   = 7,14  8
d .e n.d .e d .e. Rd
esm
1,8.10 2.10.10 3.528,75
Solução: n = 8 rebites; d1 = 16 mm

4º Passo: Disposição dos rebites (Artigo 20)

a = 40 mm, b = 40 mm, c = 75 mm → é necessário fazer o desenho(à


escala) pormenorizado da ligação.

Dimensões da chapa interior

Largura = 2b + c = 2.40 + 75 = 155 mm


Comprimento = 4.a + 8c + a’ = 4.40 + 8.75 + 5 = 765 mm
a’ – é a folga central entre as chapas exteriores do lado esquerdo e do
lado direito. No total, a ligação terá 16 rebites, sendo 8 de cada lado.

5º Passo: Verificação da resistência da chapa


0,8.FSd 0,8.FSd 0,8.680.10 3
 f yd    170 MPa  fyd = 235 MPa
a.e n.a.e 8.4.10 2.10.10 3
→ Verifica

6º Passo: Verificação da resistência ao corte


TSd TSd 680.10 3
 Sd    4
=167,3 Mpa   Rd
Corte
 188Mpa
2. A 2.n. A f 2.8.2,54.10

→ Verifica

7º Passo: Verificação da resistência ao esmagamento


TSd TSd 680.10 3
 esm
Sd    2 3
=472,2MPa   Rd
esm
 528,75Mpa
d .e n.d .e 8.1,8.10 .10.10
→ Verifica

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Exemplo 2

Dimensionar a ligação rebitada de duas cantoneiras L35x35x6 pertencentes a asna da estrutura


de cobertura de um alpendre, sujeitas a um esforço de tracção de 105 KN. Considere a utilização
de uma chapa de ligação de 5 mm de espessura. Os materiais são de aço tipo Fe 360.

Resolução:

Dados: TSd = 105 KN,  Rd


Corte
 188Mpa ,  Rd
esm
 528,75Mpa

De acordo com a Tabela 53, pág. 86 (Tabelas Técnicas “Antigas”), a


dimensão máxima do furo para estas cantoneiras é d = 11 mm. Como tal,
adoptaremos rebites com diâmetro nominal d1 = 10 mm (Artigos 18 e
19, R.E.A.E).

  d2
Área do furo: A f  = 0,95 cm2
4
Área total: At  n  A f onde: n – número de rebites

1º Passo: Resistência ao corte (Corte duplo)

TSd T TSd 105.10 3


 Sd   Sd  n   = 2,93  3
2. A 2.n. A f 2. A f . Rd
Corte
2.0,95.10 4.188

2º Passo: Resistência ao esmagamento

TSd TSd TSd 105.10 3


 esm
   n  = 3,61  4
d .e. Rd 1,1.10 2.5.10 3.528,75
Sd esm
d .e n.d .e

Solução: n = 4 rebites; d1 = 10 mm

3º Passo: Disposição dos rebites (Artigo 20)

a = 25 mm, b = 17mm, c = 40 mm → é necessário fazer o desenho


pormenorizado da ligação (respeitar escalas)

4º Passo: Verificação da resistência da chapa

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0,8.FSd 0,8.FSd 0,8.105.10 3


 f yd    168 MPa  fyd = 235 MPa
a.e n.a.e 4.2,5.10 2.5.10 3
→ verifica!

6º Passo: Verificação da resistência ao corte

TSd T 105.10 3
 Sd   Sd  4
=138,2 Mpa   Rd
Corte
 188Mpa
2. A 2.n. A f 2.4.0,95.10

→ Verifica

7º Passo: Verificação da resistência ao esmagamento

TSd T 105.10 3
 Sd
esm
  Sd  = 477,3 Mpa   Rd
esm
 528,75Mpa
d .e n.d .e 4.1,1.10 2.5.10 3
→ Verifica

4.3. EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Exercício 1

Determinar o número e a distribuição dos rebites de diâmetro d1=19mm necessários à ligação de


duas barras chatas, de secção 220 mm x10 mm, sujeita a um esforço característico de tracção
Nk=260kN, sendo o aço das chapas e dos rebites do tipo Fe360.

Exercício 2

Dimensionar os rebites para o nó de apoio da treliça de cobertura de um edifício industrial,


conforme a figura abaixo, considerando uma reacção de apoio R=60kN.

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