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Centro Universitário Fibra

Alunas: Isabela Mesquita e Alana Viana

Pneumonia associada à ventilação

A pneumonia associada à ventilação é uma condição comum em unidades de terapia


intensiva e um fator importante de morbimortalidade hospitalar em pacientes críticos. A PAV
acontece após 48 horas de ventilação mecânica.
A PAV é responsável por cerca de 25% de todas as infecções em unidade de terapia intensiva
hospitalar, condição associada à alta mortalidade (até 50%). O risco é maior na primeira
semana de ventilação mecânica, sendo 3% ao dia, diminuindo progressivamente com a
duração da intubação. Outros fatores de risco incluem idade avançada, DPOC, rebaixamento
do nível de consciência, pós-operatório de cirurgia torácica ou abdominal, exposição a
antibiótico prévio, reintubação e imunossupressão.
A partir de 48 horas de internamento em ambiente nosocomial, acredita-se que 75% dos
pacientes passaram a adquirir a flora hospitalar. Dessa forma, a PAV ocorre devido à
microaspiração de secreções da orofaringe e ou do conteúdo gástrico, mesmo que protegido
pelo balonete insuflado, colonizado por bactérias patogênicas, que passa a predominar a flora
hospitalar após tempo de internamento.

Manifestações clínicas e diagnóstico da pneumonia associada à ventilação:

1. Sinais de alterações respiratórias: Os pacientes intubados geralmente estão


inconscientes e muitas vezes expressam através de sinais de PAV. O principal deles
é a piora nos parâmetros ventilatórios, geralmente necessitando de maior FiO2 ou
PEEP para garantir uma saturimetria adequada.
2. Sinais de infecção: Os pacientes apresentam febre (>38 °C), leucocitose
(>10.000/mm3) ou leucopenia (<4.000/mm3), secreção traqueal purulenta, provas
inflamatórias alteradas (PCR, VHS), além de disfunções orgânicas, como hipotensão
ou disfunção renal.
3. Exames radiológicos sugestivos de pneumonia: Os sinais radiológicos incluem
principalmente opacidades pulmonares, infiltrados alveolares, broncogramas aéreos
e para infiltrado pulmonar novo ou infiltrados progressivos. Os principais exames
utilizados são radiografia de tórax ou tomografia de tórax sem contraste (mais sensível
e específico).
Tratamento de pneumonia associada à ventilação

A PAV é uma patologia de origem infecciosa, ocasionada por uma invasão de microrganismos
no trato respiratório em pacientes ventilados mecanicamente, quando o sistema imunológico
é incapaz ou está fragilizado para detê-la. (GONÇALVES et al. 2012)
Diante desta cinemática, estudos indicam o uso de bundles ou pacotes de recomendações
para assistência ao paciente em ventilação mecânica. Estas recomendações foram
elaboradas por experts em cuidados intensivos, e propõe medidas simples que podem
influenciar de forma positiva a prevenção da PAV, dentre elas: a higienização das mãos e
bucal, o decúbito e o posicionamento no leito, a limpeza das vias aéreas e o manejo dos
circuitos ventilatórios. SILVA; NASCIMENTO; SALLES, 2012 e GOMES; SILVA, 2010)
A base para o tratamento é a antibioticoterapia, de preferência guiada por cultura e
antibiograma. No entanto, devido à demora no crescimento de microrganismos, resultados e
sensibilidade das culturas, o tratamento deve ser iniciado logo após a suspeita de PAV
baseado nos critérios clínicos e de imagem citados abaixo.
A escolha correta do antibiótico depende de cada paciente e da flora bacteriana e perfil de
resistência antimicrobiana do seu hospital. Por exemplo, em hospitais com alta taxa de
microrganismos multirresistentes pode ser necessário utilizar combinações de antibióticos de
amplo espectro e mais potentes.
Por outro lado, a rápida disseminação de organismos multidroga resistentes (MDRs) em
unidades de terapia intensiva (UTIs) é reconhecida como uma ameaça à saúde mundial e o
uso excessivo de agentes antibióticos de amplo espectro pode estar associado ao surgimento
acelerado de organismos MDRs.
O primeiro passo é identificar possíveis fatores de risco para o paciente estar infectado por
agentes MDRs. Dentre eles, uso de antibióticos nos últimos 90 dias, choque séptico, SDRA,
mais de 5 dias de hospitalizações ou lesão renal aguda.
Se o paciente não possuir nenhum desses fatores de risco, a monoterapia com
Piperacilina+tazobactam, Cefepime ou levofloxacino são boas opções para o tratamento,
cobrindo os principais agentes relacionados à PAV.

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