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INSTRUMENTAÇÃO PARA O ENSINO

DA MATEMÁTICA III
AULA 03 –
MATRIZES

Caro estudante,

Seja bem-vindo à nossa terceira aula!

A partir de agora, iniciaremos nossos estudos referentes às Matrizes.


Serão apresentados conceitos, teoremas, definições e diversos exemplos
resolvidos para facilitar a compreensão das matrizes, bem como dicas
importantes para ampliar o seu conhecimento.

Bons estudos!
Ao final desta aula, você será capaz de definir as matrizes e suas propriedades,
resolver operações e identificar os passos para a construção da matriz.
1 MATRIZES

Quem nunca teve um boletim escolar, não olhou um calendário ou jogou


batalha naval? Esses são exemplos de matrizes. Matrizes são conjuntos cujos
elementos estão dispostos em m linhas (horizontais) e n colunas (verticais).
Um bom exemplo de uma matriz é o jogo batalha naval:

Nesse exemplo, o retângulo solitário se encontra na linha 1 e na coluna


C. O aplicativo Excel® da Microsoft®, também é um bom exemplo de uma matriz.

1.1 Forma de representação de matrizes

Elementos entre parênteses:

Elementos entre colchetes:


1.2 Ordem de uma matriz

Refere-se ao número de linhas e colunas da matriz. Assim, uma matriz 𝑨𝒎𝒙𝒏


têm m linhas e n colunas e ordem m x n.

1.3 Elementos de uma matriz

Cada elemento de uma matriz 𝑨𝒎𝒙𝒏 é chamado de a, por exemplo, na matriz a


seguir, a posição de cada elemento é:

É possível encontrar qualquer matriz por meio de sua lei de formação.

Por exemplo:

a. Encontre a matriz 𝑲𝟑𝒙𝟏 de maneira que 𝑲𝒊𝒋 = 2i+j.

Por meio da lei de formação dada, temos:

Logo,
1.4 Tipos de matrizes

De acordo com o número de linhas e colunas ou por meio de características


específicas, podemos classificar as matrizes em cinco tipos, como veremos agora.

1.5 Matrizes retangulares

São aquelas em que o número de linhas e o de colunas é diferente, isto é, m ≠


n. Exemplo:

1.6 Matrizes quadradas

São aquelas em que m = n, ou seja, o número de linhas e o de colunas é igual.


Assim, A, é de ordem 2×2, B, é de ordem 3×3. Por exemplo:

Apenas nas matrizes quadradas há duas diagonais: principal e secundária. Os


elementos da diagonal principal são aqueles em que i=j, ou seja, o número da linha e
da coluna do elemento são iguais. A diagonal secundária é formada pelos elementos
em que i + j = n + 1.
Na matriz A do exemplo anterior, os elementos da diagonal principal são 1 e -
1, e os da secundária são 2 e 0.
1.7 Matrizes triangulares

Matrizes quadradas em que os elementos que estão acima ou abaixo da


diagonal principal são apenas zeros.
Exemplos:

1.8 Matrizes diagonais

São matrizes quadradas em que todos os elementos que não estão na diagonal
principal são nulos.
Exemplos:

1.9 Matriz identidade

São matrizes diagonais em que os elementos da diagonal principal são sempre


iguais a 1. O símbolo da matriz identidade será sempre I em que n é a ordem
da matriz.
Exemplos:

2 OPERAÇÕES COM MATRIZES

2.1 Igualdade de matrizes

Duas matrizes A e B são iguais quando todo elemento a = b. De modo mais


simplificado, dizemos que duas matrizes serão iguais quando tiverem a mesma ordem
e quando os elementos que estão nas mesmas posições forem iguais.
As matrizes a seguir não são iguais, pois embora tenham os mesmos
elementos, suas ordens e posições são diferentes:

2.2 Adição e subtração de matrizes

Se 𝑨𝒎𝒙𝒏 e 𝑩𝒎𝒙𝒏, então existe 𝑪𝒎𝒙𝒏 = 𝑨𝒎𝒙𝒏 + 𝑩𝒎𝒙𝒏 em que 𝑪𝒊𝒋 = 𝑨𝒊𝒋 + 𝑩𝒊𝒋. De
outra maneira: se A e B apresentarem a mesma ordem, a soma ou a subtração serão
feitas com os elementos que estiverem nas mesmas posições.
Assim:
2.3 Produto de matrizes por escalar

Seja k um escalar (um número real), então 𝑲 . 𝑨𝒎𝒙𝒏 = 𝑲.𝒂𝒊𝒋, para todo i e j.
Dito de outro modo: quando um número real estiver multiplicando uma matriz, ele
multiplicará cada elemento dela. Então:

2.4 Multiplicação de matrizes

É a operação mais difícil de fazer com matrizes. Para facilitar o entendimento,


vamos dividir o raciocínio em duas partes: a primeira mostrará quando a multiplicação
é possível, e a segunda, como fazer. Quando é possível multiplicar matrizes?
Quando o número de colunas da primeira matriz for igual ao número de linhas
da segunda. O número de linhas da primeira matriz junto com o de colunas da
segunda mostra a ordem da matriz produto.
Por exemplo:

• 𝑨𝟑𝒙𝟐 . 𝑩𝟐𝒙𝟓 é possível e o produto será uma matriz de ordem 3×5;

• 𝑨𝟐𝒙𝟑 . 𝑩𝟐𝒙𝟑 não é possível;


• 𝑨𝟏𝒙𝟓 . 𝑩𝟓𝒙𝟕 é possível e a matriz produto é uma matriz de ordem 1x7;
• 𝑨𝟑𝒙𝟑 . 𝑩𝟑𝒙𝟑 é possível e a matriz produto também será uma matriz de ordem
3×3.
➢ Como multiplicar matrizes?
Sabendo que é possível multiplicar as matrizes, a operação acontecerá de
modo que uma linha da primeira matriz multiplicada por uma coluna da segunda matriz
gere um único elemento da matriz produto. Serão multiplicados os elementos de
acordo com a ordem em que aparecem: o primeiro da linha com o primeiro da coluna,
o segundo da linha com o segundo da coluna e assim por diante até o último da linha
pelo último da coluna. Somando todos os resultados, teremos o único elemento
gerado. Por exemplo, o produto de uma matriz 2×3 por uma 3×2 é possível e gera
uma matriz 2×2.
A multiplicação:

Que resultará em:

3 MATRIZ INVERSA

Se A é uma matriz quadrada, ou seja, aquela que tem o mesmo número de


linhas e de colunas, caso exista sua inversa, será denotada por 𝑨−𝟏 :
𝑨. 𝑨−𝟏 = 𝑨−𝟏. 𝑨 = 𝑰𝒏
Em que 𝑰𝒏 é a matriz identidade de ordem n.

➢ Como obter a matriz inversa?


Logo,

Resolvendo o primeiro produto, temos:

Dessa igualdade, encontramos dois sistemas de equações do primeiro grau. O


primeiro seria:

Multiplicando a segunda equação por (-2), temos:

Somando membro a membro, chegamos em -b = 1, ou seja, b = -1. Substituindo


na primeira equação, 2a +5 . (-1) = 1, em que 2a = 6 e assim a = 3.0 segundo sistema
será:

Como os coeficientes das letras são iguais, a maneira de resolver o sistema é


a mesma do anterior. Procedendo assim, chegaremos em d = 2 e c = -5.
Portanto,
Nem sempre existirá a inversa:

Apresentará o seguinte sistema:

Multiplicando a segunda linha por (-2), obteremos:

Somando-as, temos 0 = 1, o que não é verdade, logo, o sistema não tem


solução e, portanto, a matriz não tem inversa.

3.1 Sistemas lineares

Sistemas lineares são sistemas de equações nos quais todas as incógnitas são
de primeiro grau.
Anteriormente vimos como resolver um sistema 2×2: com duas equações e
duas incógnitas. Agora, veremos como resolver um sistema quadrado de qualquer
ordem.

3.2 Regra de Cramer

Serve para resolver sistemas que tenham n incógnitas e n equações. Para


utilizar a regra de Cramer, devemos organizar as incógnitas para que incógnitas iguais
ocupem uma única coluna. Após isso, chamamos de:
D = determinante formado pelos coeficientes das letras;
𝑫𝒙= determinante D trocando os coeficientes de x pelos termos independentes;
𝑫𝒚= determinante D trocando os coeficientes de y pelos termos independentes;
𝑫𝒛 = determinante D trocando os coeficientes de z pelos termos independentes.
Se necessário, seguimos a lista com mais incógnitas. Para encontrar as
incógnitas, fazemos o seguinte:

Com relação aos termos independentes, estes não têm incógnita (letra). Eles
devem aparecer depois do sinal de igual da equação.
Vejamos os seguintes exemplos:

Pela regra de Crames, temos:


Assim,
1. O último determinante não é necessário; uma vez que sabemos o valor das
outras incógnitas, basta substituí-los em uma equação qualquer e encontrar a última.
2. Essa regra pode facilitar muito os cálculos quando os resultados forem
frações.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTON, H.; RORRES, C. Álgebra linear com aplicações. 10. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2012.
FERNANDES, L. F. D. Álgebra linear. 2. ed. Curitiba: InterSaberes, 2017.
ANTON, H.; BIVENS, I.; DAVIS, S. Cálculo: volume 1. 8. ed. Porto Alegre: Bookman,
2015

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