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MATEMÁTICA PREPARATÓRIA
2020
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Matemática Preparatória
Conteúdo
1. Guião para o estudo do Tópico: Funções .............................................................................. 3
2. Conceito de função ............................................................................................................... 3
2.1 Modos de representar uma função .......................................................................... 5
2.2 EXERCÍCIOS PARA RESOLVER E DISCUTIR EVENTUAIS DÚVIDAS NO FÓRUM ........... 9
3. Função real de variável real: ............................................................................................... 11
3.1 Domínio e contradomínio ........................................................................................... 11
3.2 EXERCÍCIOS PARA RESOLVER E DISCUTIR EVENTUAIS DÚVIDAS NO FÓRUM ................... 14
3.3 Zeros e sinal................................................................................................................. 15
3.4 EXERCÍCIOS PARA RESOLVER E DISCUTIR EVENTUAIS DÚVIDAS NO FÓRUM ............. 18
4. Algumas propriedades de funções reais de variável real.................................................... 19
4.1 Igualdade de funções .................................................................................................. 19
4.2 Restrições de uma função ........................................................................................... 20
4.3 EXERCÍCIOS PARA RESOLVER E DISCUTIR EVENTUAIS DÚVIDAS NO FÓRUM ................... 21
4.4 Funções Injetivas, Sobrejetivas e Bijetivas ....................................................................... 22
4.5 EXERCÍCIOS PARA RESOLVER E DISCUTIR EVENTUAIS DÚVIDAS NO FÓRUM ............. 25
4.6 Mais propriedades e operações com funções ............................................................ 25
5. Módulos .............................................................................................................................. 25
6. Algumas funções importantes ............................................................................................ 26
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Matemática Preparatória
1. Guião para o estudo do Tópico: Funções
O Tópico que agora se inicia é muito importante para o trabalho a realizar nas Unidades
Curriculares de Matemática, de qualquer licenciatura. O presente texto, além de constituir o
início do estudo das Funções, dado qua apresenta/explica as noções mais elementares e, por
isso, fundamentais para o prosseguimento com sucesso do estudo deste tema, é, também, o
guião que precisa para o estudar, pois vai fornecendo as ligações para outros textos bem como
vários exercícios que deve resolver e esclarecer eventuais dúvidas no fórum.
Bom trabalho!
2. Conceito de função
As funções são usadas nas mais diversas atividades do dia a dia, nomeadamente para resolver
problemas. Vejamos um exemplo.
EXEMPLO 1.
A Rita saiu de casa para ir almoçar com uns amigos a um restaurante e, algum tempo depois,
regressou a casa.
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Matemática Preparatória
Verifique se as respostas que deu às perguntas do exemplo 1 vão ao encontro das que agora
apresentamos:
Neste exemplo podemos ver que a cada instante, do passeio da Rita, corresponde apenas uma
distância, ou seja, a correspondência entre o tempo e a distância é unívoca. Assim, o gráfico da
figura 01 representa uma função.
Assim,
Domínio da função f (Df): conjunto dos objetos, habitualmente representados por x;
Contradomínio da função f: (D´f ou CDf): conjunto das imagens, habitualmente
representados por y;
Uma função f de domínio A e conjunto de chegada B ( 𝐶𝐶𝑓 = 𝐵 ) representa-se,
habitualmente, da seguinte forma:
f: A B
x y= f(x) , sendo f(x) a sua expressão analítica.
EXEMPLO 2.
𝐷ℎ = {3, 4, 5} ; 𝐷´ℎ = {25} = 𝐶𝐶ℎ e 𝐷𝑗 = {1, 2, 3} ; 𝐷´𝑗 = {10, 20, 30} e o conjunto de
chegada da função j é {10, 20, 30, 40}.
A aplicação f não é uma função pois ao elemento 13, do conjunto de partida, correspondem
duas imagens. A aplicação g não é uma função dado que existe um elemento do conjunto de
partida, 4, que não tem imagem.
Podemos representar uma função por diagramas, tabelas, gráficos e expressões analíticas,
entre outras maneiras.
𝑓: 𝐴 → 𝐵
O contradomínio é o conjunto 𝐷´𝑓 = {3,6,9}
Esta função transforma cada objeto no seu triplo. Designando por 𝑥 uma variável que
representa qualquer objeto, a variável independente, tem-se: 𝑓(𝑥) = 3𝑥
Diz-se que 3𝑥 é uma expressão analítica que define a função 𝑓. Também podemos escrever
𝑦 = 3𝑥, ou seja, esta função multiplica por 3 cada objeto 𝑥 transformando-o assim na sua
imagem 𝑦. Dizemos que 𝑦 é a variável dependente.
1. o domínio;
2. o conjunto de chegada;
3. uma regra que nos permita saber, para cada objeto, qual é a sua imagem.
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Matemática Preparatória
No exemplo 2 as funções h e j estão representadas através de um diagrama e no exemplo 1
a função que representa o passeio da Rita está representada por um gráfico cartesiano. Nos
próximos exemplos apresentaremos funções através de uma tabela e de uma expressão
analítica ou algébrica, respetivamente.
EXEMPLO 3.
Considere a família de retângulos cuja área é 12 unidades e cujos lados medem x e y unidades
de comprimento, sendo x e y números inteiros.
3.1. Construa uma tabela que relacione todos os pares de medidas x e y dos lados dos retângulos
desta família.
3.2. Justifique que a correspondência f entre o conjunto A, dos valores de x, e o conjunto B, dos
valores de y, é uma função de A em B.
RESOLUÇÃO
3.1. Como x e y são números inteiros e são tais que 𝑥 × 𝑦 = 12, podem tomar os valores que se
apresentam na tabela:
x 1 2 3 4 6 12
y 12 6 4 3 2 1
3.2. A correspondência entre os conjuntos A e B é uma função pois a cada elemento do conjunto
A= {1,2,3,4,6,12} corresponde um e um só elemento do conjunto B={1,2,3,4,6,12}.
Esta função faz corresponder a cada medida de um dos lados de um retângulo com 12 unidades
de área a medida do outro lado. Neste exemplo, podemos ver que a expressão analítica
relaciona duas variáveis: x que designamos por variável independente e que toma todos os
valores do domínio e y que designamos por variável dependente.
EXEMPLO 4.
RESOLUÇÃO
4.2. 𝑔(𝑥) = 3 − 𝑥 2 − 4𝑥 = 3 − 𝑥 2 − 4𝑥 − 3 = 0 𝑥 2 + 4𝑥 + 3 = 0
−4 ∓ √16 − 4 × 1 × 3
<=> 𝑥 = <=> 𝑥 = −3 𝑉 𝑥 = −1
2×1
Como −3 não pertence ao domínio da função mas −1 pertence, concluímos que existe um
objeto, −1, cuja imagem é 3.
2
4.3. 𝑔(−√2) = −(−√2) + 4√2 = −2 + 4√2
4.5. 𝑥 −1 0 1 2
−√2 √2
𝑔(𝑥) −2 + 4√2 3 0 -5 −2 − 4√2 -12
4.6.
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Matemática Preparatória
O gráfico de uma função 𝑓: 𝐴 → 𝐵 é o conjunto dos pares ordenados (𝑥, 𝑦) 𝑐𝑜𝑚 𝑥 ∈ 𝐴 𝑒 𝑦 =
𝑓(𝑥).
Nos exemplos que se seguem apresentaremos algumas convenções que se usam nas
representações geométricas dos gráficos de funções.
O gráfico da função f, representado na figura 03, é uma semirreta pois num dos extremos não
há qualquer ponto assinalado, e quando assim é, pressupomos que a linha do gráfico continua
indefinidamente com o mesmo tipo de traçado. No outro extremo está um círculo que
chamamos de “bola fechada”, assinalando que o ponto A pertence ao gráfico e aí termina o
gráfico da função. Assim, todos os pontos do gráfico de f têm abcissas inferiores ou iguais a 1 e
ordenadas inferiores ou iguais a 2. Neste caso temos, 𝐷𝑓 = ]−∞, 1] e 𝐷 ´𝑓 = ]−∞, 2].
O gráfico da função g, representado na figura 04, é constituído por dois segmentos de reta. Um
deles tem extremos de coordenadas (-4, -3) e (1, 2), sendo que o extremo de coordenadas (-4; -
3) não pertence ao gráfico pois tem aquilo que designamos por “bola aberta” ao passo que no
outro extremo temos “bola fechada”, o que nos indica que aquele ponto pertence ao gráfico da
função. Os extremos do segmento de reta horizontal, ambos de bola aberta, não pertencem ao
gráfico de g. Neste caso temos, 𝐷𝑔 = ]−4,1] ∪ ]1,4[ =] − 4,4[ e 𝐷´𝑔 = ]−3,2] ∪ {3}.
É de notar que o gráfico de uma função é muitas vezes uma linha mas nem todas as linhas são
gráficos de funções, como se pode ver nos gráficos que se seguem.
Figura 05 Figura 06
Basta, em cada gráfico, traçar uma reta vertical (paralela ao eixo Oy) e observar que essa reta
interseta o gráfico da figura 05, por exemplo, em dois pontos o que nos mostra que existiriam
objetos que teriam duas imagens, não pode, por isso, ser o gráfico de uma função.
Agora é a sua vez: explique porque razão os gráficos f e g representados na figura 06 não são
gráficos de funções.
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Matemática Preparatória
2.2 EXERCÍCIOS PARA RESOLVER E DISCUTIR EVENTUAIS DÚVIDAS NO
FÓRUM
x 1 2 3 4 5 6 7
f(x) 6 7 8 9 10 11 12
Indique:
2.1 A imagem de 5;
2.2 O objeto cuja imagem é 7;
2.3 O domínio e o contradomínio de f;
2.4 Uma expressão analítica de f.
3. A Rita faz anos e a Sara, que é sua amiga, está a tentar convencer outras amigas comuns
a participarem na compra de uma prenda que custa 40€.
A Sara já conseguiu convencer uma amiga e espera conseguir convencer mais 3. A
prenda já está comprada.
3.1 Construa uma tabela que relacione o número de amigas, x, que participará na
compra, incluindo a Sara, e o preço, em euros, a pagar por cada uma, y.
3.2 Justifique que a correspondência da alínea anterior é uma função e indique o
seu domínio e contradomínio.
3.3 Escreva uma expressão analítica f(x), tal que y=f(x).
4. Considere a função h,
h: {−2, −1, 0, 1, 2} 𝐼𝑅
𝑥 ℎ(𝑥) = 𝑥 2 − 2𝑥 + 1
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Matemática Preparatória
5. No referencial cartesiano da figura está representado parte do gráfico de uma função f,
constituído por um segmento de reta e também por parte de uma parábola definida por
𝑦 = 𝑥 2.
5.1 Indique as coordenadas do ponto do gráfico cuja abcissa é -1;
5.2 Indique as abcissas dos pontos do gráfico de f de ordenada 0;
5.3 Calcule o valor de f(2);
5.4 Indique o domínio e o contradomínio de f.
Figura 05.
6. Em cada uma das figuras seguintes está representada uma linha em referencial xOy.
Indique qual delas é função e justifique a sua escolha.
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3. Função real de variável real:
Agora que a definição de função está clara é altura de conhecer o conceito de função real de
variável real.
As funções reais são aquelas cujas imagens são números reais, sendo de variável real significa
que os seus objetos também são números reais. Podemos então dizer que,
Chama-se função real de variável real a uma função cujo domínio e conjunto de chegada estão
contidos em IR ou são o próprio IR.
Numa função real de variável real, quando o conjunto de chegada não é explicitamente
referido, considera-se que é o conjunto dos números reais, IR;
Quando uma função real de variável real é definida por meio de uma expressão analítica,
e nada é indicado em contrário, considera-se que o domínio é o conjunto de todos os
valores que podemos atribuir à variável independente, de tal forma que a expressão
obtida tenha significado, ou seja, designe um número real.
Podemos dizer que o domínio de uma função real de variável real é o conjunto dos números
reais que é possível atribuir à variável independente para os quais as operações na expressão
analítica que a define têm significado, ou seja, resultam num número real.
No caso de termos uma função definida por um gráfico, e caso não nos digam qual é o seu
domínio, podemos ler o seu domínio no próprio gráfico pois é o subconjunto de IR que é a
“sombra do gráfico no eixo das abcissas (eixo Ox). Vejamos o seguinte exemplo.
Figura 06
O contradomínio de uma função real de variável real é o conjunto de todos os números reais
que são imagens de algum elemento do domínio (objeto). Simbolicamente podemos escrever
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Matemática Preparatória
O contradomínio da função f representada na figura 06 é 𝐷´𝑓 = ]−1, −0.2[ ∪ [2, +∞[.
Se a função real de variável real estiver definida pela sua expressão analítica, que cuidados
devemos ter para determinar o seu domínio?
Que cuidados devemos ter no cálculo do domínio de funções reais de variável real cujas
expressões analíticas envolvem radicais? Vejamos alguns exemplos.
Na função 𝑓(𝑥) = 3 + √𝑥 , como a variável está dentro de um radical de índice par
(dois), temos que garantir que esta assuma apenas valores positivos ou zero, logo, 𝐷𝑓 =
{𝑥 ∈ 𝐼𝑅: x ≥ 0} = [0, +∞[ .
Na função 𝑔(𝑥) = √5 + 𝑥 , como o índice é par (2), vem que 𝐷𝑔 = {𝑥 ∈ 𝐼𝑅: 5 + x ≥
0} = [−5, +∞[ .
3
O domínio da função 𝑙(𝑥) = √𝑥 é 𝐼𝑅.
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Matemática Preparatória
Caso a função seja definida por um radicando que assume sempre valores positivos,
como é o caso da função 𝑗(𝑥) = √5 + 𝑥 2 , pois para qualquer que seja o número real
5 + 𝑥 2 > 0, vem que 𝐷𝑗 = IR.
Há ainda a considerar o caso de termos radicais em denominador. Por exemplo,
2
𝑛(𝑥) =
√𝑥 − 2
Neste caso, sabemos que 𝑥 ≥ 0, mas também que √𝑥 − 2 ≠ 0 por estar no
denominador. Vem que o domínio desta função é constituído por todos os números
reais que satisfaçam simultaneamente as duas condições: 𝑥 ≥ 0 e √𝑥 − 2 ≠ 0 , ou
seja 𝐷𝑛 = [0, +∞[\{4} , pois √4 = 2 𝑒 √4 − 2 = 0.
Aqui chegado, deve parar a leitura/estudo deste texto para ler e estudar o texto do Professor
João Araújo -TEXTO 1.
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Matemática Preparatória
3.2 EXERCÍCIOS PARA RESOLVER E DISCUTIR EVENTUAIS DÚVIDAS NO FÓRUM
8. Para cada uma das funções reais de variável real, representadas graficamente abaixo,
indique o seu domínio e contradomínio.
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3.3 Zeros e sinal
Podemos dizer que um zero de uma função real de variável real é um objeto cuja imagem é nula
(ou zero). Há funções que não têm zeros, como por exemplo, 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 + 1 , e há outras que
têm vários zeros, como por exemplo, 𝑔(𝑥) = 𝑥 4 − 5𝑥 2 + 4. Tal pode ser observado nos seus
gráficos cartesianos, respetivos.
Figura 10
Podemos generalizar dizendo que: os zeros de uma função são as abcissas dos pontos de
interseção do seu gráfico com o eixo Ox. Analiticamente, os zeros de uma função são os objetos
que são solução da equação 𝑓(𝑥) = 0 , ou 𝑔(𝑥) = 0, no caso das funções que consideramos no
exemplo anterior.
Outro aspeto importante a estudar numa função é o seu sinal. Estudar o sinal de uma função
real de variável real consiste em determinar o conjunto dos objetos (valores de x) para os quais
as imagens são números positivos ou números negativos, isto é, as imagens que estão acima ou
abaixo do eixo das abcissas, respetivamente.
O gráfico que a seguir se apresenta é o de uma função que dá a temperatura do ar, ao longo de
um certo dia de inverno, numa cidade portuguesa.
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Matemática Preparatória
Figura 11
O tempo (t), representado no eixo das abcissas, está expresso em horas. O instante zero
corresponde às zero horas do referido dia e a temperatura (T) está expressa em graus Celsius.
Analisando o gráfico com atenção percebemos que às 7 horas a temperatura era de zero graus
e que antes disso, ou seja, entre as zero e as sete da manhã a temperatura era negativa, sendo
positiva entre as 7 horas e a meia noite, do referido dia. Estas observações têm a ver com o que
designamos por sinal da função: a função que nos dá a temperatura em função da hora do dia
é negativa no intervalo [0, 7[, pois qualquer objeto neste intervalo tem imagem negativa, e é
positiva de ]7, 24], pois qualquer objeto neste intervalo tem imagem positiva.
Podemos reunir esta informação num quadro ou tabela como o que abaixo se apresenta, ao
qual damos o nome de tabela de zeros e sinais da função:
t 0 7 24
T - - 0 + +
Nesta tabela, a primeira linha tem a informação relativa à variável independente, os valores que
esta pode assumir, ou seja, o domínio da função e os zeros. Na segunda linha colocamos o sinal
das respetivas imagens bem como os zeros, caso existam.
Dada uma função real de variável real e dado um conjunto A contido no domínio da função, diz-
se que:
Por se tratar de uma função cuja expressão analítica envolve apenas adições, subtrações,
multiplicações e potências de expoente inteiro o seu domínio é IR.
Para determinarmos os zeros temos que resolver a equação ℎ(𝑥) = 0 , ou seja, determinar as
abcissas cujas imagens são zero. Assim, ℎ(𝑥) = 0 <=> 𝑥 2 − 𝑥 − 2 = 0 <=> 𝑥 = −1 𝑜𝑢 𝑥 =
2 . Concluímos que esta função tem dois zeros.
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Matemática Preparatória
Para determinarmos os intervalos do domínio onde a função tem imagens negativas e positivas,
dado que já conhecemos os zeros, basta observar o seu gráfico:
Figura 12
X −∞ -1 2 +∞
h(x) + 0 - 0 +
Conclusão: a função h tem dois zeros que são -1 e 2 é positiva em ]−∞, −1[ ∪ ]2, +∞[ e
negativa em ]−1,2[.
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Matemática Preparatória
3.4 EXERCÍCIOS PARA RESOLVER E DISCUTIR EVENTUAIS DÚVIDAS NO
FÓRUM
11. Considere a função real de variável real 𝑗(𝑥) = −2𝑥 2 − 6𝑥 + 10. Indique:
a) Os zeros, caso existam;
b) O(s) intervalo(s) onde a função é positiva e onde é negativa;
c) Construa uma tabela de zeros e sinal.
12. Considere a função real de variável real 𝑛(𝑥) = (−3𝑥 + 7)𝑥 2 . Indique:
a) Os zeros, caso existam;
b) O(s) intervalo(s) onde a função é positiva e onde é negativa;
c) Construa uma tabela de zeros e sinal.
x −5 -1 2 4 6
f(x) - - 0 + 0 - 0 - -
a) f(x)=0;
b) f(x)<0;
c) f(x)≥0.
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Matemática Preparatória
4. Algumas propriedades de funções reais de variável real
Duas funções 𝑓 e 𝑔 são iguais (𝑓 = 𝑔) quando, e apenas quando, têm o mesmo domínio e o
mesmo conjunto de chegada e cada elemento do domínio tem a mesma imagem por 𝑓 e por 𝑔.
Consideremos agora,
𝑥 → ℎ(𝑥) = −𝑥 + 2
As funções ℎ e 𝑗 não são iguais pois têm domínios diferentes, apesar de serem definidas
por expressões analíticas iguais.
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Matemática Preparatória
4.2 Restrições de uma função
No exemplo anterior, as funções h e j não são iguais pois têm domínios diferentes, no entanto,
se considerássemos apenas os elementos comuns dos dois domínios para cada uma das funções,
teríamos funções iguais. Isto corresponde a fazer uma restrição do domínio da função j, ou seja,
considerando o conjunto 𝐶 = {1, 2, 3, 6} e intersetando-o com o domínio da função j, obtemos
o domínio da função h. Podemos dizer que a função h é uma restrição da função j, isto é
ℎ: {1, 2, 3, 6} → 𝐼𝑅
𝑥 → ℎ(𝑥) = −𝑥 + 2
É a restrição da função j (do exemplo anterior) ao conjunto 𝐶 = {1, 2, 3, 6}, pois o seu domínio
é conjunto 𝐷𝑗 ∩ 𝐶 = {1, 2, 3, 6} e neste domínio ℎ(𝑥) = 𝑗(𝑥). Habitualmente usa-se a notação
𝑗|𝐶 para designar a nova função que é a restrição de 𝑗 ao conjunto 𝐶 .
Assim, o domínio da função 𝑓|𝐶 é 𝐶 ∩ 𝐴 . Tendo em conta esta definição pode acontecer que
𝐶 ∩ 𝐴 = { } , ou seja, a interseção pode ser o conjunto vazio, no entanto, consideramos apenas
restrições de funções a conjuntos cuja interseção com o domínio dessas funções é não vazio.
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Matemática Preparatória
4.3 EXERCÍCIOS PARA RESOLVER E DISCUTIR EVENTUAIS DÚVIDAS NO FÓRUM
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Matemática Preparatória
4.4 Funções Injetivas, Sobrejetivas e Bijetivas
Uma função diz-se injetiva num conjunto se cada um dos objetos desse conjunto tiver imagem
diferente dos restantes, isto é se a cada imagem corresponder apenas um objeto nesse
conjunto.
Podemos afirmar que uma função é não injetiva num conjunto se pelo menos dois objetos
diferentes desse conjunto têm a mesma imagem por meio dessa função.
Vejamos um exemplo.
A função f, de domínio IR, definida analiticamente por 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 é não injetiva. Basta
considerar os objetos -2 e 2, por exemplo, e verificamos que 𝑓(−2) = 𝑓(2) = 4, ou seja -2 e 2
são dois objetos diferentes no entanto têm a mesma imagem, o que, aliás, se verifica com
qualquer par de números reais simétricos.
É de notar que:
Sempre que se referir que uma função é injetiva, sem indicar o conjunto onde o é,
considera-se que é injetiva no seu domínio;
O gráfico de uma função injetiva não pode conter pares ordenados diferentes com a
mesma ordenada. Quando representado num referencial cartesiano do plano, cada reta
horizontal só pode intersetar o gráfico da função no máximo num ponto.
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Matemática Preparatória
Seja h, a função de domínio IR definida por ℎ(𝑥) = 4𝑥 − 1 , provemos que é injetiva.
Por observação do gráfico desta função, representado na figura abaixo, podemos constatar que
qualquer reta horizontal interseta o gráfico apenas uma vez, ou seja num único ponto.
Figura 16
Concluímos que 𝑗(𝑥1 ) = 𝑗(𝑥2 ) => ( 𝑥1 = 𝑥2 𝑜𝑢 𝑥1 = −𝑥2 ) , ou seja, existem pelo menos
dois objeto diferentes (simétricos) −𝑥2 𝑒 𝑥2 que têm a mesma imagem por j, logo a função é
não injetiva. Note que, para provar que a função j não é injetiva, basta apresentar dois
elementos diferentes do seu domínio que tenham a mesma imagem por j. Por exemplo, bastaria
responder que j não é injetiva pois 2 ≠ −2, mas j(2)=j(-2)=1.
Figura 17
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Matemática Preparatória
Dados conjuntos A e B, uma função 𝑓: 𝐴 → 𝐵 é sobrejetiva se para todo o 𝑦 pertencente a B,
existir um elemento 𝑥 pertencente a A tal que 𝑦 = 𝑓(𝑥).
Nas funções abaixo, podemos ver que a função f é sobrejetiva, pois o contradomínio coincide
com o conjunto de chegada e a função g é não sobrejetiva pois, esta coincidência não se verifica,
𝐷´𝑔 = {1; 3; 4} ≠ 𝐶𝐶𝑔 {1; 2; 3; 4}.
Caso tenhamos funções definidas através da sua expressão analítica como provar se são ou não
sobrejetivas? Vejamos um exemplo.
Pela expressão analítica da função f podemos dizer que o seu contradomínio é 𝐼𝑅 + pois, ∀ 𝑥 ∈
𝐼𝑅, 𝑥 2 ≥ 0, logo o contradomínio não coincide com o conjunto de chegada o que mostra que a
função é não sobrejetiva. Mas, para mostrar que a função é não sobrejetiva, também podemos
usar um contraexemplo. Vejamos: -1 é um elemento do conjunto de chegada (−1 ∈ 𝐼𝑅) e não
existe um elemento do domínio da função cuja imagem seja -1. Está provado o pretendido.
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4.5 EXERCÍCIOS PARA RESOLVER E DISCUTIR EVENTUAIS DÚVIDAS NO FÓRUM
Chegados a este ponto é altura de estudar o Texto-2, do professor Fernando da Costa, entre as
páginas 14, com início no ponto 2.3 Operações elementares com funções, e a página 44 onde
termina o ponto 2.6. Funções pares e ímpares. É nestas páginas que encontrará mais algumas
noções sobre funções que deverá compreender/recordar/saber. Depois vem a resolução de
exercícios. Estão disponíveis no ficheiro “Exercícios: Funções-1”. Novamente, sugerimos que
resolva e discuta eventuais dúvidas no Fórum.
Bom trabalho!
5. Módulos
Segue-se o trabalho com módulos. Neste ponto deve estudar o Texto-4 –Tudo o que sempre quis
saber sobre módulos e resolver todos os exercícios propostos.
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Matemática Preparatória
6. Algumas funções importantes
O trabalho prossegue agora com o estudo do Texto-2 da página 44 até à página 80 e também
do texto 5_Trigonometria.
Bom trabalho!
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