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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de

Mato Grosso – Campus São Vicente


Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio
Professor responsável: Renato Fortes
Disciplina: Matemática
Turmas: 1 ano A, B, C e D

3° Bimestre
Sumário
1 Conceito de Função 3
1.1 Definição de grandeza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2 Grandezas dependentes e independentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.3 Notação de Função . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.4 Definição de Função . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.4.1 Elementos da Função . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.4.2 Conceito de f paq e f pxq “ b . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.5 Diagrama de Venn - Conceito de Função . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.5.1 Domínio, Contra-Domínio e Imagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.6 Plano Cartesiano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.6.1 Par Ordenado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.7 Análise Gráfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.8 Funções injetivas, sobrejetivas e bijetivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.8.1 Classificação de uma Função Injetora pelo seu Gráfico . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.9 Função Composta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.10 Função Inversa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

2 Função Afim 20
2.1 Definição da Função do 1º grau . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.2 Gráfico da função do 1º grau . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.3 Função Linear e função constante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.3.1 Gráfico da função linear e constante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.4 Coeficiente Angular da Reta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.5 Paralelismo e Perpendicularismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.6 Exercícios Introdutórios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

3 Função Quadrática 29
3.1 Lei de Formação da Função Quadrática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.2 Gráfico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.3 Raízes da função ou zero da função . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.3.1 Descriminante ∆ e a quantidade de raízes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.4 Estudo de Sinais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.5 Vértice da parábola - Máximos e mínimos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.5.1 Eixo de simetria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.6 Valor do Coeficiente c . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.7 Exercícios Introdutórios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
1 CONCEITO DE FUNÇÃO Prof º Ms. Renato Fortes 3 Bimestre

1 Função real de variável real


Nesta seção, estudaremos funções que têm grande importância, tanto em Matemática quanto em aplica-
ções: as funções reais de variável real. Como de costume, usaremos a letra R para denotar o conjunto dos
números reais.

Seja: f : A ÝÑ B uma função. Se A Ă R, dizemos que f tem varíavel real. Se


B Ă R, dizemos que f é uma função real.

1.1 Definição de grandeza


Chamamos de grandeza a tudo aquilo que pode ser contado ou medido, por comparação com um padrão,
de modo a estar associado a um número, ou seja, uma grandeza é toda característica que pode ser expressa
por uma medida.
Alguns exemplos de grandezas são:

Exemplo
a) Comprimento d) Velocidade g) Profundidade
b) Área e) Pressão h) Tempo
c) Volume f) Temperatura i) Vazão

1.2 Grandezas dependentes e independentes


No estudo de fenômenos da Natureza é comum que algumas grandezas dependam de outras. Vejamos
alguns exemplos:

B A altura de uma criança depende de sua idade. Quanto maior a idade, maior a altura, sendo que essa
altura tende a se estabilizar, ou seja, a ficar constante a partir de uma certa idade;

B A pressão atmosférica varia com a altitude, sendo que, quanto maior é a altitude, menor é a pressão
atmosférica;

B O crescimento de uma planta depende do tempo;

B A taxa de evaporação da água depende da temperatura;

B O valor a ser pago em um bomba de gasolina depende da quantidade de gasolina abastecida.

Duas grandezas são ditas diretamente proporcionais se a variação de uma delas provoca a variação da
outra na mesma razão, ou seja, se uma delas duplica, a outra também duplica; se uma delas triplica, a outra
também triplica; se uma delas é dividida por dois, a outra também é dividida por dois, etc.
Em cada um dos exemplos anteriores, há uma relação de dependência entre duas grandezas, ou seja, a va-
riação de uma das grandezas depende da variação de outra. Assim, em cada exemplo temos uma grandeza
que varia de modo independente (idade, altitude, tempo) e que, por isso, chamaremos variável inde-
pendente (V.I), e uma grandeza que varia de modo dependente (altura da criança, pressão atmosférica,
crescimento) que chamaremos variável dependente (V.D).
Essa relação tem duas propriedades básicas:

B Para cada valor da variável independente, há um valor correspondente da variável dependente.

3
1 CONCEITO DE FUNÇÃO Prof º Ms. Renato Fortes 3 Bimestre

B Cada valor da variável independente tem um único valor correspondente na variável dependente.

A linguagem matemática mais adequada para descrever a situação acima é a dos conjuntos: se A é o
conjunto de todas as variáveis independentes e B é o conjunto de todas as variáveis dependentes, então uma
relação de dependência, ou correspondência, f , entre os dois conjuntos de grandezas é representada pela
notação

f :AÑB

1.3 Notação de Função


Essa notação é uma abreviação para o fato de que, a cada elemento a do conjunto A, corresponde um
único elemento b do conjunto B. Indicamos essa correspondência entre elementos específicos escrevendo

f ploomo
a onq=loomo
b on
V.I V.D

1.4 Definição de Função


Dados dois conjuntos não vazios A e B, uma função f de A em B é uma correspon-
dência entre elementos de A e elementos de B, denotada por f : A Ñ B, que associa a
cada elemento a P A um único elemento b P B.

Conceito da função
f: A Ñ B
a ÞÑ b “ f paq

1.4.1 Elementos da Função

B A: Domínio da Função;

B B: Contra-Domínio de f ;

B f paq “ b: é imagem de a por f .

Observação: Nas notações da definição acima

B O conjunto A é chamado de domínio, (Dpf q), da função f . O conjunto B é chamado contra-domínio


, (CDpf q), de f.

B Se a P A, o elemento b “ f paq P B é chamado imagem, (Impf q), de a pela função f .

B “Dizer que f associa a cada elemento a P A um único elemento b P B” significa que nenhum elemento
de A pode ficar sem imagem, e que um elemento a P A só pode ter uma única imagem.

1.4.2 Conceito de f paq e f pxq “ b

Sejam f e g funções reais. Tal que:

f: R Ñ R g: R Ñ R
x ÞÑ y “ f pxq “ 5x x ÞÑ y “ gpxq “ x2 ´ 3x

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B Calcule: f p´1q, gp´5q.

Primeiro passo é saber o que significa cada nomenclatura:

B f p´1q ñ x “ ´1 e encontraremos o valor da variável dependente y quando x vale ´1. Para tal,
no lugar de x, na função f pxq, substituímos pelo valor ´1, fazendo esta substituição e realizando as
operações necessárias, encontraremos o valor correspondente à imagem da função no ponto x “ ´1.

Bf pxq “ 5x
f p´1q “ 5 ¨ p´1q
f p´1q “ ´5

Quando x “ ´1 ñ y “ ´5

Para gp´5q

Bgpxq “ x2 ´ 3x
gp´5q “ p´5q2 ´ 3 ¨ p´5q
f p´5q “ 25 ` 15 “ 40

Quando x “ ´5 ñ y “ 40

B Calcule: f pxq “ 25, gpxq “ ´2

Neste caso, existe uma diferença de nomenclatura entre o termo usado anteriormente. Vejamos o exemplo
a seguir

B f pxq “ 25 ñ y “ 25 e encontraremos o valor da variável independente x quando y vale 25. Calcular


o valor de x cuja imagem vale 25 equivale a resolver a equação f pxq “ 25

y “ f pxq “ 5x

f pxq “ 25
25
5x “ 25 ñ x “ “5
5

f p5q “ 25, ou seja, quando y “ 25 ñ x “ 5

Para gpxq “ ´2

y “ gpxq “ x2 ´ 3x

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gpxq “ ´2
x2 ´ 3x “ ´2
x2 ´ 3x ` 2 “ 0

Utilizando a fórmula de Bhaskara encontramos as raízes 1 e 2. Portanto os valores de x que têm imagem 2
são 1 e 2

f p1q “ f p2q “ ´2, ou seja, quando y “ ´2 ñ x “ 1 ou x “ 2

1.5 Diagrama de Venn - Conceito de Função

Figura 1: Exemplo 1 Figura 2: Exemplo 2

O Exemplo 5 é função, enquanto o Exemplo 6 não é função, pois f p0q “ não existe.

Figura 3: Exemplo 3 Figura 4: Exemplo 4

O Exemplo 3 é conhecida como função constante, f pxq “ 0, já o Exemplo 4 não é função, uma vez que
f p4q “ ´2 “ 2, ou seja, possui dois representantes no Contra-Domínio.

1.5.1 Domínio, Contra-Domínio e Imagem

Imagem: Dado y P CDpf q Dizemos que y P Impf q se existe x P Dpf q tal que f pxq “ y

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Exemplo 1 Exemplo 3

B Dpf q “ t2, 3, 4, 5u B Dpf q “ t2, 5, 10, 20u

B CDpf q “ t0, 1, 2, 3, 4u B CDpf q “ t0, 1, 2u

B Impf q “ t0, 1, 2, 3u B Impf q “ t0u

Figura 5: Exemplo 1 Figura 6: Exemplo 3

1.6 Plano Cartesiano

Figura 7: Plano Cartesiano Perpendicular

B Plano cartesiano R2 ou R ˆ R, também chamado plano coordenado, é exatamente a introdução de


coordenadas em um plano.

B Retas perpendiculares.

B Onde as retas horizontal e vertical se interceptam: Origem.

B A reta horizontal é representada pelo “eixo x” que recebe o nome de eixo das abscissas e a reta vertical
é representada pelo “eixo y” e recebe o nome de eixo ordenado.

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Figura 8: Quadrantes e seus sinais

Eixo das abscissas e Eixo das ordenadas. Dado um ponto P P R2 , P px, yq é chamado de par ordenado.

B Primeira entrada valor numérico do eixo x;

B Segunda entrada valor númerico do eixo y;

B Eixo Horizontal: Variável Independente;

B Eixo Vertical: Variável Dependente.

1.6.1 Par Ordenado

Exemplos de pares ordenados representados no Plano Cartesiano:


Ap´5, 3q; Bp6, 5q; Cp4, 5; ´3, 5q e Dp0, 0q

Figura 9: Pares Ordenados

8
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1.7 Análise Gráfica


1. (FGV) Seja uma função y “ f pxq, cujo gráfico está representado na figura. Assinale a afirmação correta.

a) f p0q “ 0

b) f px1 q “ f px3 q “ f px5 q “ 0


c) a função é crescente no intervalo x3 ď x ď x5
d) a função é decrescente no intervalo rx3 , x5 s

e) f px2 q “ f px4 q “ 0

Solução: Analisando as opções, temos:

a) Falsa. Se f p0q “ 0, o gráfico passaria na origem p0, 0q.

b) Verdadeiro. O gráfico corta o eixo X nos pontos de abscissas x1 , x3 e x5 . Isso indica que são zeros
da função. Ou seja: f px1 q “ f px2 q “ f px3 q “ 0.

c) Falsa. No intervalo rx4 , x5 s a função é decrescente.

d) Falsa. No intervalo rx3 , x4 s a função é crescente.

e) Falsa. O gráfico não corta o eixo X nessas abscissas. E f px2 q ‰ f px4 q.

2. O gráfico mostrado representa uma função f do intervalo r1, 3s em R. Quanto à imagem é correto
afirmar:

a) Impf q “ r1, 4s ;

b) Impf q “ r2, 3s;


c) Impf q “s1, 4s;
d) Impf q “s2, 3s;
e) Impf q “ r1, 3s.

Solução
O menor valor para imagem é y “ 1 e o maior é y “ 4.

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3. Considere o gráfico mostrado representando a função f : A Ñ B.

(a) Determine a imagem de f pxq no intervalo fechado r5, 9s.

(b) Analise o crescimento e o decaimento de f pxq.


f p4q ` f p9q
(c) Calcule
f p6q
Solução
Item (a) Determine a imagem de f pxq no intervalo fechado r5, 9s.
A imagem será o intervalo r2, 6s.

Item (b) Analise o crescimento e o decaimento de f pxq.


O gráfico margeia o eixo y, tendendo a infinito negativamente próximo de x “ 0, mas não possui imagem
nesse ponto. A função cresce infinitamente a partir de x “ 6. Temos:

B A função f pxq é crescente em: s0, 4s Y r6, `8r;

B A função f pxq é decrescente em: r4, 6s

f p4q ` f p9q
Item (c) Calcule
f p6q
Identificando as imagens no gráfico, temos:

f p4q ` f p9q 4`6


“ “5
f p6q 2

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4. (UFF) O gráfico da função f está representado na figura. Considere a função y “ f pxq, que tem como
3
domínio o intervalo tx P R| ´ 2 ă x ă 3u e que se anula somente em x “ ´ e x “ 1, como se vê na
2
figura. Para quais valores reais de x se tem 0 ă f pxq ď 1?

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Solução
A condição 0 ă f pxq ă 1 exclui os valores onde x anula a função e negativos. A imagem para essa
condição é Im “s0, 1s.

 ď„ „ď
3 1
Portanto 0 ă f pxq ă 1 para x P ´ , 1 ,1 s1, 2s ou
" *ď" 2 2*
3 1 ď
x P R| ´ ă x ď ´1 x P R| ď x ă 1 tx P R|1 ă x ď 2u
2 2

1.8 Funções injetivas, sobrejetivas e bijetivas


Alguns tipos de funções que por sua importância, merecem destaque.

Dizemos que uma função f : A Ñ B é injetiva, ou injetora, se elementos diferentes do domínio


estão associados a elementos diferentes do contra-domínio. Em símbolo:

a1 ‰ a2 ñ f pa1 q ‰ f pa2 q

Dizemos que uma função é sobrejetiva, ou sobrejetora, se a sua imagem é igual ao seu contra-
domínio, isto é, se cada elemento do contra-domínio é imagem de algum elemento do domínio.

Dizemos que uma função é bijetiva, ou bijetora, se ela for injetiva e sobrejetiva
Nas duas primeiras imagens da Figura 13 podemos observar que existem elementos distintos do conjunto
A (domínio) que se relacionam com elementos distintos do conjunto B (contra-domínio), caracterizando assim
uma função injetora. Pois dados dois elementos distintos do domínio, eles possuem imagens diferentes.

a1 ‰ a2 ñ f pa1 q ‰ f pa2 q

Porém, na ultima representação observamos que dois elementos do domínio se relacionam com um mesmo
elemento do contradomínio, nesse caso essa função não é injetora.

a1 ‰ a2 ñ f pa1 q “ f pa2 q

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Figura 10: Injetora

Figura 11: Sobrejetiva

A partir da imagem anterior, podemos então analisar quais as relações de domínio e de contra-domínio que
se encaixam na definição de função sobrejetora. Nas duas primeiras relações temos uma função sobrejetora,
pois todos os elementos do contradomínio se relacionam com pelo menos um elemento do domínio.

Impf q “ CDpf q

Porém, na última relação isso não acontece.

Impf q ‰ CDpf q

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Figura 12: Bijetora

Na imagem acima é possível ver três exemplos de funções não bijetora, porém, em alguns casos, elas são
injetoras ou sobrejetoras. O único caso de função bijetora é o primeiro diagrama, onde se observa que o
domínio se relaciona com apenas um elemento do contradomínio e o contradomínio é imagem do domínio.

1.8.1 Classificação de uma Função Injetora pelo seu Gráfico

Dado o gráfico de uma função f podemos identificar se ela é injetiva ou não. Se uma função é injetora
então não há elementos do conjunto imagem que sejam imagens de mais de um elemento do domínio. Então,
se traçarmos linhas paralelas ao eixo x do gráfico da função e estas interceptarem a função em mais de
um ponto em relação ao eixo y então dizemos que esta função não é injetiva. Veja abaixo os exemplos:

Figura 13: Não é injetora

O gráfico do Figura 13 não é injetora, pois se traçarmos linhas horizontais sobre o gráfico percebemos
que estas linhas interceptam a função em mais de um ponto da reta.

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Figura 14: É injetora

O gráfico da Figura 14 é injetora. Observe que em cada reta horizontal intercepta o gráfico da função
em um único ponto.

1.9 Função Composta


Sejam f e g funções. Podemos, então, escrever uma função h que possa ser uma combinação das funções.
Chamamos isso de composição de função ou simplesmente função composta.
Vamos analisar um exemplo para entender o que é uma função composta. Consideremos os conjuntos:

B A “ t´2, ´1, 0, 1, 2u

B B “ t´2, 1, 4, 7, 10u

B C “ t3, 0, 15, 48, 99u

E as funções:

B f : A Ñ B definida por f pxq “ 3x ` 4

B g : B Ñ C definida por gpyq “ y 2 ´ 1

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Figura 15: Diagrama de pg ˝ f qpxq

Como nos mostra o diagrama do Figura 15, para todo x P A temos um único y P B tal que y “ 3x ` 4, e
para todo y P B existe um único z P C tal que z “ y 2 ´ 1. Então, concluímos que existe uma função h de A
em C, definida por:

hpxq “ z ou hpxq “ 9x2 ` 24x ` 15,

pois

hpxq “ z Ñ hpxq “ y 2 ´ 1

E sendo y “ 3x ` 4, então
pg ˝ f qpxq “ grf pxqs “ hpxq “ p3x ` 4q2 ´ 1

hpxq “ 9x2 ` 24x ` 15

.
A função hpxq é chamada função composta de g com f. Podemos indicá-la por g ˝ f (lemos “g composta
com f”) ou grf pxqs (lemos “g de f de x”). Vamos ver alguns exercícios para entender melhor a ideia de função
composta.

1. Dadas as funções f pxq “ x2 ´ 1 e gpxq “ 2x, calcule f rgpxqs e grf pxqs.

Solução

f rgpxqs “ f p2xq grf pxqs “ gpx2 ´ 1q


f rgpxqs “ rgpxqs2 ´ 1 grf pxqs “ 2 ¨ f pxq
f rgpxqs “ p2xq2 ´ 1 grf pxqs “ 2px2 ´ 1q
f rgpxqs “ 4x2 ´ 1 grf pxqs “ 2x2 ´ 2

2x ` 1
2. (Fuvest 2019) Se a função f : R ´ 2 ñ R é definida por f pxq “ e a função g : R ´ 2 ñ R é
x´2
definida por gpxq “ f pf pxqq, então gpxq é igual a

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x
a) b) x2 c) 2x d) 2x ` 3 e) x .
2

Solução
2x ` 1
Tem-se que gpxq “ f pf pxqq e f pxq “ , então
x´2

ˆ ˙
2x ` 1 4x ` 2 ` 1 ¨ px ´ 2q
gpxq “ f
x´2 gpxq “ x´2
2x ` 1 2x ` 1 ´ 2 ¨ px ´ 2q
2¨ `1 x´2
gpxq “ x´2
2x ` 1 4x ` 2 ` x ´ 2
´2
x´2 gpxq “ x´2
4x ` 2 2x ` 1 ´ 2x ` 4
`1 x´2
gpxq “ x ´ 2 5x
2x ` 1
´2 5x
x´2 gpxq “ x ´ 2 “ “ x
5 5
x´2
Item e) alternativa correta.

3. (Uece 2017) Sejam f e g funções reais de variável real definidas por f pxq “ 2x e gpxq “ x2 ´ 2x ` 1.
O valor da função composta f ˝ g no elemento x “ 2 é igual a

a) 1. b) 8. c) 2 . d) 4.

Solução: Queremos calcular pf ˝ gqp2q “ f pgp2qq.

B gp2q “ 22 ´ 2 ¨ 2 ` 1 “ 1.

Segue que

f pgp2qq “ f p1q
f p1q “ 21 “ 2

6 f pgp2qq “ 2

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1 CONCEITO DE FUNÇÃO Prof º Ms. Renato Fortes 3 Bimestre

1.10 Função Inversa


Sejam A e B dois conjuntos não vazios e f uma função bijetiva de A em B. Dizemos que f é
invertível se, e somente se, existe uma função g, de B em A, tal que

f ˝ gpxq “ g ˝ f pxq “ x

Notação:
gpxq “ f ´1 pxq

Consideremos os conjuntos A “ t0, 2, 4, 6, 8u e B “ t1, 3, 5, 7, 9u e a função f : A Ñ B definida por


y “ x ` 1. A função f está representada no diagrama abaixo:

Figura 16: f : A Ñ B

A função f é bijetora. A cada elemento x de A está associado um único elemento y de B, de modo que
y “ x ` 1. Porém, como f é bijetora, a cada elemento y de B está associado um único elemento x de A, de
modo que x “ y ´ 1; portanto temos uma outra função g : B Ñ A, de modo que x “ y ´ 1 ou gpyq “ y ´ 1.
Essa função está representada no diagrama abaixo:

Figura 17: g : B Ñ A

Pelo que acabamos de ver, a função f leva x até y, enquanto a função g leva y até x. A função g : B Ñ A
recebe o nome de função inversa de f e é indicada por f ´1 .
O domínio de f é o conjunto imagem de g, e o conjunto imagem de f é o domínio de g. Quando queremos,
a partir da sentença y “ f pxq, obter a sentença de f ´1 pxq, devemos realizar os seguintes passos:

B 1º) Isolamos x na sentença y “ f pxq.

B 2º) Pelo fato de ser usual a letra x como símbolo da variável independente, trocamos x por y e y por x.

Por exemplo, para obter a função inversa de f : R Ñ R definida por y “ f pxq “ 2x ` 1, devemos:

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1 CONCEITO DE FUNÇÃO Prof º Ms. Renato Fortes 3 Bimestre

y´1
B 1º) isolar x em y=2x+1. Assim y “ 2x ` 1 ñ y ´ 1 “ 2x ñx“
2
x´1
B 2º) trocar x por y e y por x: y“
2
x´1
B Portanto a função inversa de f é: f ´1 pxq “ .
2

Observação: Para que uma função f admita a inversa f ´1 é necessário que ela seja bijetora. Se f não
for bijetora, ela não possuirá inversa.
x´1
1. Dada a função f : R ´ t´2u Ñ R ´ t1u, tal que f pxq “ calcule f ´1 p´1q.
x`2
x´1 x´1
Solução: Temos que f pxq “ ñy“
x`2 x`2
B 1º) Isolamos x

y ¨ px ` 2q “ x ´ 1
yx ` 2y “ x ´ 1
yx ´ x “ ´2y ´ 1
x ¨ py ´ 1q “ ´2y ´ 1
´2y ´ 1
x“
y´1

B 2º) trocar x por y e y por x:


´2x ´ 1
y“ , ou seja,
x´1
´2x ´ 1
f ´1 pxq “
x´1
O valor de f ´1 p´1q é

´2 ¨ p´1q ´ 1 2´1 1
f ´1 p´1q “ “ “´
´1 ´ 1 ´2 2

19
2 FUNÇÃO AFIM Prof º Ms. Renato Fortes 3 Bimestre

2 Função Polinomial do Primeiro Grau


Funções afins são importantes por dois motivos principais: primeiro, seu estudo é relativamente simples
e podemos dizer muito sobre uma função afim conhecendo apenas seus coeficientes, ou sua ação em dois
elementos distintos do seu domínio. Segundo, é possível estudar funções mais gerais usando funções afins
como uma primeira aproximação (essa é a ideia central do Cálculo Diferencial).

2.1 Definição da Função do 1º grau


Definição 1 Uma função f : R Ñ R dada por y “ f pxq “ ax ` b, onde a, b P R, é chamada de função afim.

1. Coeficiente a é conhecido como coeficiente angular.

2. Coeficiente b é conhecido como coeficiente linear.

Coeficiente angular: Está associado com a inclinação da reta com o eixo x.

Coeficiente linear: Por onde a reta intercepta o eixo y no ponto p0, bq, ou seja,

f p0q “ a ¨ 0 ` b “ b Ø f p0q “ b

Obs: O valor do coeficiente linear, b, é igual ao valor no qual a reta intercepta o eixo y.

2.2 Gráfico da função do 1º grau


O gráfico da função do 1º grau é uma reta.

B A reta será crescente se o coeficiente angular for positivo, a ą 0 .

B A reta será decrescente se o coeficiente angular for negativo, a ă 0 .

Figura 18: Reta crescente ou decrescente de acordo com o coeficenente angular

20
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2.3 Função Linear e função constante


Definição 2 Uma função f : R Ñ R dada por f pxq “ ax com a P R com b “ 0, é chamada de função linear.

Definição 3 Uma função f : R Ñ R dada por f pxq “ b com b P R com a “ 0, é chamada de função
constante.

Exemplo
f pxq “ 5x ´ 3 a “ 5, b “ ´3 função afim
2x 2
gpxq “ ´ a “ ´ ,b “ 0 função linear
3 3
hpxq “ ´3 a “ 0, b “ 3 função constante

2.3.1 Gráfico da função linear e constante

Obs: A função linear sempre intercepta a origem

Figura 19: Função Linear

Obs: A Reta é constante se o coeficiente angular for nulo, a “ 0

Figura 20: Função constante.

2.4 Coeficiente Angular da Reta


Dado dois pontos qualquer de uma reta, conseguimos determinar seu coeficiente angular.

21
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Equação Geral da reta: yb ´ ya “ mz pxb ´ xa q

2.5 Paralelismo e Perpendicularismo


Sejam f pxq “ a1 x ` b1 e gpxq “ a2 x ` b2 .

• Dizemos que f pxq é paralelo a gpxq,


f pxq k gpxq Ø a1 “ a2 , ou seja, f pxq X gpxq “ H

• Dizemos que f pxq é perpendicular a gpxq,


1
f pxq K gpxq Ø a1 ¨ a2 “ ´1 Ø a1 “ ´
a2

Figura 21: Retas paralelas Figura 22: Retas perpendiculares

2.6 Exercícios Introdutórios


1. O taxímetro do táxi de João cobra R$ 4,90 de bandeirada (valor fixo inicial da corrida) mais R$ 1,10
por quilômetro rodado.

22
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(a) Qual a função que descreve o comportamento tarifário f pxq desse equipamento em uma corrida
de x quilômetros de extensão?
(b) Qual o valor a ser pago, se o cliente percorreu um total de 17 quilômetros e 721 metros?
(c) Quantos quilômetros um cliente percorreu se o mesmo pagou R$ 35,48.

Solução

Item (a) A função é lofomo


pxqon “ loo1,
mo1on x ` loo4,
mo9on,
y a b
B onde x é o quilômetro rodado e
B y “ f pxq é o valor a ser pago;

Item (b) Como a variável x é dada em quilômetro, devemos converter metros em quilômetros, ou seja,
x “ 17, 721 km. Portanto devemos calcular f p17, 721q, ou seja, significa substituir a variável x por 17, 721km
e com isto encontrar o valor f pxq “ y

f pxq “ 1, 1x ` 4, 91
f p17, 721q “ 1, 1 ˆ 17, 721 ` 4, 9
f p17, 721q “ 24, 39

Sendo assim, o cliente irá pagar um valor de R$24,39 por uma corrida de 17 quilômetros e 721 metros

Par ordenado: p17, 721, lo


loomoon 24,
omo39
onq
x y

Item (c) Temos agora o valor da variável dependente, ou seja, o valor pago de y “ 35, 48 e precisamos
encontrar o valor da variável x . Lembrando que y “ f pxq “ 35, 48

f pxq “ 1, 1x ` 4, 9
35, 48 “ 1, 1x ` 4, 9
35, 48 ´ 4, 9 “ 1, 1x
30, 48
30, 48 “ 1, 1x ñx“ “ 27, 8
1, 1

O cliente percorreu 27 km e 800 metros.

Par ordenado: plo27,


omo8on, lo
35,
omo48
onq.
x y

23
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2. Qual a lei de formação da função do gráfico a seguir?

Solução

Como o gráfico dado é uma reta, temos que a lei de formação é dada por F pxq “ ax ` b. Pelo gráfico,
conseguimos determinar dois pares ordenados:
B Ap´5, 0q por onde a reta intercepta o eixo x

B Bp0, 10q por onde a reta intercepta o eixo y

Obs. f pxq “ 0 é chamado de zero da função ou raíz da função.

F pxq “ ax ` b ñ y “ ax ` b

B Ap´5, 0q ñ x “ ´5 e y “ 0 B Bp0, 10q ñ x “ 0 e y “ 10


loooomoooon looomooon
F p´5q“0 F p0q“10

Substituindo o Ponto A e B em y “ ax ` b temos:


# #
AÑ 0 “ ´5a ` b 0 “ ´5a ` b 0 “ ´5a ` 10
ô ô
BÑ 10 “ 0a ` b 10 “ b a“2

Portanto a lei de formação do gráfico é F pxq “ 2x ` 10

Solução - Outra maneira de resolver

24
2 FUNÇÃO AFIM Prof º Ms. Renato Fortes 3 Bimestre

Como o gráfico dado é uma reta, temos que a lei de formação é dada por F pxq “ ax ` b

Pela Teoria, sabemos que o coef. linear vale b “ 10 , pois é o valor numérico onde a reta intercepta o

eixo y

Para determinarmos a lei de formação basta definirmos o valor do coef. angular, uma vez que já temos
o valor do coef. linear.

Logo, usaremos
yb ´ ya
a“
xb ´ xa

Sendo que Aploo´5 0 onq e Bploomo


moon, loomo 0 on loo10
moonq, substituindo temos:
xa ya xb yb
yb ´ ya 10 ´ 0 10
a“ “ “ “2
xb ´ xa 0 ´ p´5q 5
6 F pxq “ 2x ` 10

3. Os pontos de um plano cartesiano de coordenadas p2, 2q e p4, ´2q pertencem ao gráfico de uma função
f : R Ñ R definida por f pxq “ ax ` b. Qual o valor de a ` b?

(a) 0 (b) 2 (c) 4 (d) 6 (e) 8

Solução

Para determinarmos o coef. angular usaremos

yb ´ ya
a“
xb ´ xa

25
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No qual os pares ordenados são ploomo 2 onq e Bploomo


2 on, loomo 4 on loo´2
moonq, substituindo temos:
xa ya xb yb

yb ´ ya ´2 ´ 2 4
a“ “ “ ´ “ ´2
xb ´ xa 4´2 2

Para determinarmos o coef. linear usaremos:

Equação Geral da reta: y ´ yb “ loomzon ¨px ´ xb q


mo
coef. linear

Para determinar a equação geral da reta pode-se usar qualquer um dos pares ordenados a seguir: p2, 2q
ou p4, ´2q.

B Usando o par ordenado p2, 2q e o mz “ a “ ´2

y ´ ya “ mz px ´ xa q
y ´ 2 “ ´2px ´ 2q
y ´ 2 “ ´2x ` 4
y “ ´2x ` 6 on
loomo
coef. linear

B Usando o par ordenado p4, ´2q e o mz “ a “ ´2

y ´ yb “ mz px ´ xb q
y ´ p´2q “ ´2px ´ 4q
y ` 2 “ ´2x ` 8
y “ ´2x ` 6 on
loomo
coef. linear

Em ambos os casos, encontramos o mesmo valor para o coef. linear. Portanto a ` b “ ´2 ` 6 “ 4.


Alternativa correta item c

4. João, ao perceber que seu carro apresentara um defeito, optou por alugar um veículo para cumprir seus
compromissos de trabalho. A locadora, então, lhe apresentou duas propostas:
B plano A, no qual é cobrado um valor fixo de R$ 50,00 e mais R$ 1,60 por quilômetro rodado.
B plano B, no qual é cobrado um valor fixo de R$ 64,00 mais R$ 1,20 por quilômetro rodado.
João observou que, para certo deslocamento que totalizava k quilômetros, era indiferente optar pelo
plano A ou pelo plano B pois o valor final a ser pago seria o mesmo.
É correto afirmar que k é um número racional entre

26
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(a) 14, 5 e 20 (b) 20 e 25, 5 (c) 25, 5 e 31 (d) 31 e 36, 5

Solução

Considerando que k seja o número de quilômetros rodados e Apkq o valor de locação no plano A e Bpkq
o valor de locação no plano B. Logo
#
Apkq “ 50 ` 1, 6k
BpKq “ 64 ` 1, 2k

Fazendo Apkq “ Bpkq temos:

Apkq “ Bpkq
50 ` 1, 6k “ 64 ` 1, 2k
1, 6k ´ 1, 2k “ 64 ´ 50
14
0, 4k “ 14 ñk“ “ 35 km
0, 4 loomoon
item (d)

5. Determine a função afim, f pxq, que passa pelo ponto p´1, 2q e é:

(a) paralela à reta gpxq “ 4x ` 5


2
(b) perpendicular à reta hpxq “ ´ x ´ 9
3
Solução

Item (a) Seja f pxq “ a1 x ` b1 , temos gpxq “ loomo


4 on x ` 5
a2

B Dizemos que f pxq é paralelo a gpxq,


f pxq k gpxq Ø a1 “ a2

Pela teoria de paralelismo, temos que o coef. angular de f pxq é igual à a1 “ 4

Equação Geral da reta: y ´ yb “ loomzonpx ´ xb q


mo
a1 “4

Substituindo as coordenadas do ponto p´1, 2q na Equação Geral da reta, temos:

y ´ 2 “ 4px ´ p´1qq
y ´ 2 “ 4x ` 4
y “ 4x ` 6

27
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Portanto a função que é paralela à gpxq e passa pelo ponto p´1, 2q é f pxq “ 4x ` 6

2
Item (b) Seja f pxq “ a1 x ` b1 , temos hpxq “ ´ x ´ 9
3on
loomo
a2

• Dizemos que f pxq é perpendicular a hpxq,


1
f pxq K hpxq Ø a1 “ ´
a2

Sendo assim, o coeficiente angular de f pxq será igual ao oposto do inverso do coeficiente angular de
2 3
a2 “ ´ , ou seja, a1 “ .
3 2

Equação Geral da reta: y ´ yb “ loomzonpx ´ xb q


mo
a1 “ 32

Substituindo as coordenadas do ponto p´1, 2q na Equação Geral da reta, temos:

3
y´2“ px ´ p´1qq
2
2y ´ 4 “ 3x ` 3
3x ` 7
2y “ 3x ` 7 ôy“
2
3x ` 7
Portanto a função que é perpendicular à hpxq e passa pelo ponto p´1, 2q é f pxq “ .
2

28
3 FUNÇÃO QUADRÁTICA Prof º Ms. Renato Fortes 3 Bimestre

3 Função Polinomial do Segundo Grau


3.1 Lei de Formação da Função Quadrática
Definição 1 Uma função f : R Ñ R cuja lei de formação é da forma
f pxq “ ax2 ` bx ` c, onde a, b, c P R com a ‰ 0, é chamada de função polinomial do 2º grau ou função
quadrática.

Identificando os coeficientes
2
f pxq “ ´3x ` 4x ´ 10 a “ ´3, b “ 4, c “ ´10 Função completa

2s2 ?
5 2x2 ?
5
gpsq “ ´ ` 7s a“´ , b “ 7, c “ Função incompleta
3 3
0
hptq “ 1, 25t2 ` 3π a “ 1, 25, b “ 0, c “ 3π Função incompleta

3.2 Gráfico
O gráfico da função quadrática é uma parábola.

B Concavidade voltada para cima se a ą 0;

B Concavidade voltada para baixo se a ă 0.

Figura 23: Parábola

3.3 Raízes da função ou zero da função


B Raízes da função ou zero da função é por onde o gráfico intercepta o eixo das abscissas, representada
pela expressão f pxq “ 0

B Determinar as raízes da função quadrática é equivalente a resolvermos uma equação do 2º grau.

f pxq“0
hkkkkkkkkkikkkkkkkkkj ? 
2 ´b ˘ ∆
ax ` bx ` c “ 0 Ñ xi “ onde ∆ “ b2 ´ 4.a.c

2.a
B Uma função quadrática tem no máximo duas raízes distintas. (De acordo com o discriminante).

29
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3.3.1 Descriminante ∆ e a quantidade de raízes

B Se ∆ ą 0 possui duas raízes reais;

B Se ∆ “ 0 possui uma raiz real, que é o próprio vértice x da parábola;

B Se ∆ ă 0 não possui raiz real, ou seja, não intercepta o eixo x.

Figura 24: ∆ ą 0 duas raízes

Figura 25: ∆ “ 0 uma raiz, o próprio vértice.

Figura 26: ∆ ă 0 nenhuma raiz.

30
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3.4 Estudo de Sinais


De acordo com o valor do coeficiente a e do seus descriminante ∆, temos o comportamento da imagem
da função quadrática. Vejamos:

Figura 27: Quando ∆ ą 0,

Figura 28: Quando ∆ “ 0,

Figura 29: Quando ∆ ă 0,

3.5 Vértice da parábola - Máximos e mínimos


b
B Se a ą 0, então a parábola terá valor de mínimo, que será obtido somente quando x “ ´ . Ade-
2a

mais, esse valor mínimo é igual a y “ ´ .
4a

b
B Se a ă 0, então a parábola terá valor de máximo, que será obtido somente quando x “ ´ . Ade-
2a

mais, esse valor máximo é igual a y “ ´ .
4a

Fórmula do vértice da parábola


ˆ ˙
b ∆
Portanto o vértice da parábola é dado por: V ´ ,´
2a 4a

31
3 FUNÇÃO QUADRÁTICA Prof º Ms. Renato Fortes 3 Bimestre

Figura 30: Vétice da parábola a ą 0 Figura 31: Vétice da parábola a ă 0

3.5.1 Eixo de simetria

A parábola é simétrica a partir do seu vértice, ou seja, elementos equidistantes do vértice, possuem a
mesma imagem.
b
B Eixo de simetria da parábola é a reta vertical da equação: x “ ´
2a
B Observe que o eixo de simetria intercepta o eixo x num ponto equidistante das raízes,
x1 ` x2
xv “ ñ xv é igual a média aritmética das raízes da parábola.
2

32
3 FUNÇÃO QUADRÁTICA Prof º Ms. Renato Fortes 3 Bimestre

Pela Figura 32 temos as seguintes relações:

B f p´1q “ f p1q “ 3 e f p´2q “ f p2q “ 12

B Elementos simétricos a partir do vértice, possuem imagens iguais.

Figura 32: Pontos equidistantes

3.6 Valor do Coeficiente c


B Seja f pxq “ ax2 ` bx ` c, a parábola intercepta o eixo y no ponto f p0q “ p0, cq

B O valor do coeficiente c é igual ao valor por onde a parábola intercepta o eixo y

Figura 33: Valor do coeficiente c

3.7 Exercícios Introdutórios


?
2x 2 6
1. Seja o número real tal que f pxq “ ´ x ` 21. Sendo assim qual o valor de x para que f pxq seja
9 6
mínimo.

33
3 FUNÇÃO QUADRÁTICA Prof º Ms. Renato Fortes 3 Bimestre

? ? ? ? ?
(a) 3 6 3 6 (c) 7 9 2 6 (e) 6 6
(b) (d)
8 3

Solução
Sabemos que f pxq é uma função do segundo grau na variável x real, portanto, o valor de x para o qual
f pxq é mínimo será dado por:
?
6 ? ?
b ´
xv “ ´ “ 6 “ ´ 6 ¨ 9 “ ´3 6
2a 2 6 4 8

9

2. Em uma partida de futebol, um dos jogadores lança a bola e sua trajetória passa a obedecer à função
hptq “ 8t ´ 2t2 , onde h é a altura da bola em relação ao solo medida em metros e t, é o intervalo
de tempo, em segundos, decorrido desde o instante em que o jogador chuta a bola. Nessas condições,
podemos dizer que a altura máxima atingida pela bola é

(a) 2 m (b) 4 m (c) 6 m (d) 8 m (e) 10 m

Solução
Para obter a altura máxima basta obter o valor do vértice yv da função hptq Logo,
ˆ ˙
b ∆
Vpxv , yv q “ ´ ,´
2a 4a

∆ “ b2 ´ 4ac
∆ “ 82 ´ 4 ¨ p´2q ¨ 0
∆ “ 64

64 ´64
Sendo assim yv “ ´ “ “8
4 ¨ p´2q ´8

3. O saldo S de uma empresa A é calculado em função do tempo t em meses, pela equação


Sptq “ 3t2 ´ 39t ` 66 Considerando essa função, o saldo da empresa é negativo entre o

(a) 2º e o 11º mês.


(b) 4º e o 16º mês.
(c) 1º e 4º e entre o 5º do 16º mês.

34
3 FUNÇÃO QUADRÁTICA Prof º Ms. Renato Fortes 3 Bimestre

(d) 2º e 5º e entre o 7º do 14º mês.

Solução
Sabemos que a concavidade da parábola de Sptq é voltada para cima, visto que, a “ 3. Calcularemos o
discriminante para sabermos quantas raízes a função possui.

∆ “ b2 ´ 4ac
∆ “ p´39q2 ´ 4 ¨ 3 ¨ 66

∆ “ 1521 ´ 792 “ 729 ñ Duas raízes reais

Calculando as raízes ? 
´b ˘ ∆
xi “

2.a
?
´p´39q ` 729 39 ` 27
x1 “ “ “ 11
2¨3 6
?
´p´39q ´ 729 39 ´ 27
x2 “ “ “ 2
2¨3 6
Pelo estudo de sinais:

``` ```
Sptq ă 0
2 ´ ´ ´ 11

Temos que o saldo da empresa será negativo entre 2º e o 11º mês.

4. A distância que um automóvel percorre a partir do momento em que um condutor pisa no freio até a
parada total do veículo é chamada de distância de frenagem. Suponha que a distância de frenagem d,
em metros, possa ser calculada pela fórmula

1
dpvq “ pv 2 ` 8vq
120
sendo v a velocidade do automóvel, em quilômetros por hora, no momento em que o condutor pisa no
freio.

(a) Qual é a distância de frenagem de um automóvel que se desloca a uma velocidade de 40 km/h?
(b) A que velocidade um automóvel deve estar para que sua distância de frenagem seja de 53,2m?

Solução

35
3 FUNÇÃO QUADRÁTICA Prof º Ms. Renato Fortes 3 Bimestre

Item (a) Se v “ 40 km/h então

1
dp40q “ p402 ` 8 ¨ 40q
120
1
dp40q “ p1600 ` 320q
120
1 1920
dp40q “ p1920q “ “ 16 m
120 120

Item (b) Se dpvq “ 53, 2, então

1
pv 2 ` 8vq “ 53, 2
120
v 2 ` 8v “ 53, 2 ¨ 120
v 2 ` 8v ´ 6384 “ 0

∆ “ b2 ´ 4ac
∆ “ p8q2 ´ 4 ¨ 1 ¨ p´6384q
∆ “ 25600

Calculando as raízes ? 
´b ˘ ∆
xi “

2.a
?
´8 ` 25600 ´8 ` 160
x1 “ “ “ 76
2 2
?
´8 ´ 25600 ´8 ´ 160
x2 “ “ “ -84
2 2
Portanto a velocidade será de 76 km/h

36

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