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Universidade Federal do Pará

Campus Universitário de Tucuruı́


Faculdade de Engenharia Sanitária e Ambiental

Apostila de CÁLCULO II

Prof. César Juan

Baseada no livro:
⋆ G.B. Thomas, Cálculo, Vol. 2, 12ed., Editora Pearson (2012).

Tucuruı́ - Pará
2021

i
Sumário

Introdução 1

1 Funções de várias variáveis 1

1.1 Função de duas variáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

1.1.1 Representação geométrica do domı́nio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1.2 Gráfico de uma função de duas variáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

1.2.1 Curvas de nı́vel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

1.3 Variação parcial e variação total de uma função . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

1.3.1 Taxas de variação parcial da função . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

1.4 Função de mais de duas variáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2 Derivadas parciais e aplicações 7

2.1 Derivada parcial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

2.2 Diferencial total . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

2.3 Derivadas parciais de segunda ordem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

2.4 Regra da cadeia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

2.4.1 Caso 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

2.4.2 Caso 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

2.5 Derivação das funções implı́citas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

2.6 Derivada direcional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

2.6.1 Propriedades da derivada direcional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

3 Integrais duplas 13

3.1 A integral dupla . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

3.1.1 Cálculo de integrais duplas sobre regiões retangulares . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

3.1.2 Propriedades de integrais duplas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

3.1.3 Integrais duplas sobre regiões não retangulares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

3.1.4 Determinação de área usando a integral dupla . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

3.2 Aplicações das integrais duplas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

3.2.1 Massa de uma lâmina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

ii
3.2.2 Centro de massa de uma lâmina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3.3 Integral dupla em coordenadas polares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.3.1 Coordenadas polares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.3.2 Relação entre coordenadas polares e coordenadas cartesianas . . . . . . . . . . . . . . 20
3.4 Substituição de variáveis em integrais duplas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

4 Integrais de linha 22
4.1 Curvas no plano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.1.1 Comprimento de curva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.2 Campo vetorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.3 Integral de linha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

iii
Capı́tulo 1

Funções de várias variáveis

No estudo de muitos fenómenos na- 1.1 Função de duas variáveis


turais, encontramos que uma grandeza fı́sica (A)
depende de outras duas ou mais grandezas fı́sicas Definição 1.1. Sejam x e y duas variáveis reais,
(B, C, ...), assim podemos dizer que a grandeza A em que x pode adotar valores independentemente
é função das grandezas B, C, e etc., é dizer do valor que adotar y, e vice-versa. Logo, dizemos
que eles são variáveis independentes. Se para cada
A = f (B, C, ...) valor fixo das variáveis x e y (par de números),
corresponde um único valor real da variável z, diz-
que se denomina função de varias variáveis ou de se que z é uma função real de duas variáveis
múltiplas variáveis. A será a variável dependente, independentes x e y, assim escrevemos
e as restantes B, C, ... serão as variáveis inde-
pendentes. É importante esclarecer que todas as z = f (x, y),
variáveis somente podem adotar valores reais. A
continuação citamos alguns exemplos: e z será uma variável dependente.
A função de duas variáveis, do mesmo
• A área S de um rectângulo é relacionado com
modo que a função duma só variável, pode não
seus lados x e y através da formula
ser definida para todos os valores arbitrários das
S = xy, variáveis independentes x e y.
Definição 1.2. Chama-se domı́nio da função
a cada par (x, y) corresponde um único valor
real de S, assim podemos, dizer que S é uma z = f (x, y)
função de duas variáveis das variáveis x e y.
Na seguinte tabela apresentamos alguns valo- ao conjunto dos pares {(x, y)} para os quais a
res da função, função f é definida (a função tenha um valor real).
Simbolicamente, o domı́nio será o conjunto D, tal
x 1 1 1 3 3 3 que
y 1 2 3 1 2 3 D = {(x, y)/f (x, y) ∈ R}
S 1 2 3 3 6 9 Exemplo 1.1. O domı́nio da função f (x, y) =
p
y − x2 é dado pelo conjunto dos pares
• A corrente elétrica i que circula em um fio oh- {(x, y) / y ≥ x2 }.
mico é dada como
Demonstração. A partir da definição da raiz qua-
i = V /R drada temos y − x2 ≥ 0, reordenando obtemos
y ≥ x2 .
em que V é a diferença de potencial a que se
1
encontra submetido o fio e R é a resistência do Exemplo 1.2. O domı́nio da função f (x, y) = xy é
fio. dado pelo conjunto dos pares {(x, y) / xy ̸= 0}.
• A energia E de uma partı́cula livre relativis- Demonstração. É bem sabido que a divisão 10 é
tica é dada como indeterminada, assim o denominador xy deve ser
p diferente de zero, é dizer xy ̸= 0 ou x ̸= 0 ∩ y ̸=
E = mc2 / 1 − v 2 /c2 0.

em que m e v são, respectivamente, a massa e Exercı́cio 1.1. Determine o domı́nio


√ das seguintes

a velocidade da partı́cula, e c é a velocidade de funções: (a) z = y − x; (b) z = p x − 5; (c) z =
propagação da luz. E é uma função de duas 1/(x + y); (d) z = 2x − y; e z = 1 − x2 − y 2 .
variáveis (m e v), dado que c é uma constante. Liste alguns elementos desse domı́nio.

1
1.1.1 Representação geométrica do domı́nio 2

y
1.1.1 Representação geométrica do
domı́nio
O domı́nio de uma função de duas
variáveis está conformado por pares ordenados de
números (a ordem em que aparecem os números é
importante), em que o primeiro número que apa-
recer represeta um valor da variável x, e o se-
gundo número que aparecer representa um valor
O x
da variável y.
O domı́nio duma função de duas y

variáveis pode ser representado geometricamente,


graficando cada elemento do domı́nio (par orde-
nado) no plano cartesiano xy, lembrando que a
cada elemento do domı́nio vai corresponder so-
mente um único ponto naquele plano cartesiano.
Ao gráficar todos os elementos do domı́nio, vamos
encontrar uma região no plano xy (um conjunto
contı́nuo de pontos), e essa região representa geo-
O x
metricamente o domı́nio da função.
O domı́nio de uma função pode ocu-
par o plano xy completamente, ou simplesmente
Figura 1.2: Superior: Representação gráfica de
uma parte desse plano, delimitado por uma ou
um domı́nio aberto. Inferior: Representação
várias curvas, por exemplo a Figura 1.1 mostra um
gráfica de um domı́nio fechado
domı́nio delimitado por uma única curva.
y

gura 1.3-Superior, em que o domı́nio é represen-


M(x,y)
tado pela região pontilhada, na parte superior da
y parábola y = x2 . E a Figura 1.3-Inferior
p mostra o
gráfico do domı́nio da função z = 1 − x2 − y 2 .
x
O x

Algebricamente o domı́nio é geral-


mente representado por uma desigualdade, por
exemplo, a desigualdade 1 − x2 −py 2 ≥ 0, re-
presenta o domı́nio da função z = 1 − x2 − y 2 .
Nesse caso, para encontrar a equação da fronteira
do domı́nio basta substituir nessa desigualdade o
simbolo de desigualdade por uma igualdade. Em
Figura 1.1: O domı́nio de uma função de duas nosso exemplo então, a equação da fronteira do
variáveis pode ser representada geometricamente domı́nio será 1 − x2 − y 2 = 0, reorganizando te-
por uma região no plano xy delimitada por uma mos x2 + y 2 = 1, o que indica que a fronteira é
uma ou várias curvas. uma circunferência de raio 1, tal como se mostra
na Figura 1.3-Inferior.
A curva que delimita o domı́nio
chama-se fronteira do domı́nio (veja a Figura 1.1).
Os pontos do domı́nio que não pertencem à fron- Exemplo 1.3. Grafique o domı́nio da função
teira são chamados pontos interiores do domı́nio.
Quando o domı́nio é conformado so- z = 2x − y
mente pelos pontos interiores chama-se domı́nio
. A expressão analı́tica 2x−y é definida para todos
aberto. Nesse caso a fronteira do domı́nio se gra-
os valores arbitrários de x e y, assim o domı́nio
fica usando linhas tracejadas, tal como se mostra
desta função coincide com o plano xy inteiro.
na Figura 1.2-Superior.
Quando o domı́nio é também con-
formado pela sua fronteira chama-se domı́nio fe- Exercı́cio 1.2. Determinar e graficar o domı́nio da
chado, e nesse caso a fronteira do domı́nio se gra- função
fica usando linhas cheias, tal como se mostra na z = ln (x + y).
Figura 1.2-Inferior.
Por exemplo,
p o domı́nio da função do Exercı́cio 1.3. Graficar os domı́nios do Exercı́cio
Exemplo 1.1 (z = y − x2 ) é apresentado na Fi- 1.1.
1.2 Gráfico de uma função de duas variáveis 3

P
y

z
O
y

x y
2
y=x
G
x

1 x

Figura 1.4: Em cada ponto (x, y) do domı́nio G ele-


y
vamos uma perpendicular ao plano xy sobre o qual
traçamos um segmento de “comprimento” f (x, y).
1

único ponto.
1 x Exemplo 1.4. O gráfico da função z = x2 + y 2 é
um parabolóide de revolução, tal como se mostra
x2+y2=1
na Figura 1.5.

Figura 1.3: Superior: A região pontilhada na


parte superior pda parábola representa o domı́nio
da função z = y − x2 . Inferior: A região ponti-
lhada delimitada
p pelo cı́rculo representa o domı́nio
da função z = 1 − x2 − y 2 . z=x 2+y 2

1.2 Gráfico de uma função de O


y
duas variáveis
x
Seja a função de duas variáveis

z = f (x, y) (1.1) Figura 1.5: Parabolóide de revolução, que repre-


senta o gráfico da função z = x2 + y 2 .
com domı́nio G. Agora vamos apresentar o espaço
cartesiano xyz definido pelos eixos x (eixo das abs-
cissas), y (eixo das ordenadas) e z (eixo das cotas), Exemplo 1.5. O gráfico da função z
p =
tal como se mostra na Figura 1.4. 25 − x2 − y 2 é o hemisfério superior de raio 5,
Para graficar a função vamos fazer tal como se mostra na Figura 1.6.
o seguinte, em cada ponto (x, y) do domı́nio G Exercı́cio 1.4. Usando um programa computacio-
elevemos um segmento perpendicular ao plano nal graficar as seguintes funções de duas variáveis:
xy de “comprimento” f (x, y), assim obtemos um p
(a) z = y − x; (b)√ z = 25 − x2 − y 2 ; (c) z =
ponto P do espaço cartesiano, cujas coordena- x2 − y 2 ; e (d) z = x2 − 1.
das são (x, y, f (x, y)), logo o lugar geométrico de
todos os pontos cujas coordenadas verificam a
equação (1.1), chama-se o gráfico da função de duas 1.2.1 Curvas de nı́vel
variáveis 1 e é uma superfı́cie.
É uma forma de graficar funções de
O gráfico duma função de duas
duas variáveis. O conjunto de pontos no plano xy
variáveis é uma superfı́cie cuja projecção no plano
onde uma função f (x, y) tem um valor constante
xy é o domı́nio desta função, e cada perpendicular
(f (x, y) = c, em que c é uma constante) é cha-
ao plano xy corta esta superfı́cie no máximo num
mado de curva de nı́vel desta função. Por exemplo
1 Sabe-se, do curso de geometria analı́tica, que a equação a Figura
p 1.7 mostra as curvas de nı́vel da função

(1.1) define uma superfı́cie no espaço z = 25 − x2 − y 2 para z = 3, z = 4, e z = 21.
1.3 Variação parcial e variação total de uma função 4

z z
100
5
z=100−x2−y2

−5 5 y
O
5 10 10
x
x y
Curvas de Nível
10
p
Figura 1.6: Gráfico da função z = 25 − x2 − y 2 .
51
5
Curvas de Nível

4
0

y
4

2
-5 75

0
y

0
-10
21 -10 -5 0 5 10
-2
x

-4 3

-4 -2 0 2 4
Figura 1.8: Superior: Gráfico da função f (x, y) =
x 100 − x2 − y 2 . Inferior: Curvas de nı́vel da função
f (x, y) = 100 − x2 − y 2 , para os valores de z = 0,
z = 51, e z = 75.
Figura
p 1.7: Curvas de nı́vel da função z =
25 −√x2 − y 2 , para os valores de z = 3, z = 4, √ √
e z = 21. (a) f (x, y) = 16 − x2 − y 2 , (2 2, 2)

(b) f (x, y) = x2 − 1, (1, 0)
A equação de uma curva de nı́vel em
que a função tenha valor z = c, pode sempre ser
escrita como 1.3 Variação parcial e va-
f (x, y) = c riação total de uma função
Exercı́cio 1.5. Trace as curvas de nı́vel da função Na Figura 1.9, a curva P S é determi-
f (x, y) = 100 − x2 − y 2 para f (x, y) = 0, f (x, y) = nada pela intersecção da superfı́cie z = f (x, y) e o
51, e f (x, y) = 75 (compare seus resultados com os plano y = y0 (plano que intercepta perpendicular-
gráficos da Figura 1.8). mente o eixo y em y0 ). Sendo y constante em todo o
Exercı́cio 1.6. Seja a função z = y − x, determine ponto do plano y = y0 , z variará ao longo da curva
as curvas de nı́vel para (a) z = 0, (b) z = 1, (c) P S somente em função de x. Demos à variável in-
z = −1, e (d) z = 2. dependente x uma variação de ∆x, logo a variação
Exercı́cio 1.7. Encontre algumas curvas de nı́vel correspondente de z é chamado variação parcial
das seguintes funções de z em relação a x, denotada por ∆x z e definida
pela relação:
(a) z = x2 + y 2
√ ∆x z = f (x0 + ∆x, y0 ) − f (x0 , y0 ). (1.2)
(b) z = x2 − 1
(c) z = y − x2 em que (x0 , y0 ) são as coordenadas do ponto sobre
p o domı́nio em que se calcula a variação.
(d) z = 9 − x2 − y 2 Da mesma maneira, se x é mantido
(e) z = x2 − y 2 constante e se dá uma variação de ∆y a y , a
variação correspondente de z chama-se variação
Exercı́cio 1.8. Encontre uma equação para a curva parcial de z em relação a y e nota-se ∆y z:
de nı́vel da função f (x, y) que passa pelo ponto
dado ∆y z = f (x0 , y0 + ∆y) − f (x0 , y0 ), (1.3)
1.3.1 Taxas de variação parcial da função 5

z Q
1.3.1 Taxas de variação parcial da
T
Q’ S
função
T’
P
Seja a função de duas variáveis, z =
S’
f (x, y), denominamos taxa de variação parcial da
função em relação a x no ponto (x0 , y0 ), ao quoci-
ente
M ∆zx f (x0 + ∆x, y0 ) − f (x0 , y0 )
=
∆x ∆x
Mo
dy
y em que ∆x é uma variação da variável x. E da
dx
mesma forma, ao quociente
x

O ∆zy f (x0 , y0 + ∆y) − f (x0 , y0 )


=
∆y ∆y
denomina-se taxa de variação parcial da função em
Figura 1.9: Os segmentos S ′ S e T ′ T representam relação a y, em que ∆y é uma variação da variável
o crescimento parcial de z em relação a x, e o cres- y.
cimento parcial em relação a y, respectivamente.
O segmento Q′ Q representa o crescimento total de Exercı́cio 1.10. Determine as taxas de variação
uma função de duas variáveis. parcial no ponto (1,2) e considerando ∆x = ∆y =
0.5, das seguintes funções: (a) z = x − y; e (b)
z = y − x2 . Faça todo novamente, considerando
agora ∆x = ∆y = 1.0.
assim, a função tem uma variação de ∆y z ao longo É possı́vel notar que as taxas de va-
da curva definida pela intersecção da superfı́cie riação parcial de uma função, em um ponto dado
z = f (x, y) e o plano x = x0 (plano que intercepta do domı́nio, depende “fortemente” do valor da va-
perpendicularmente o eixo x em x0 ). riação das variáveis independentes (∆x e ∆y), é
Se agora se der, simultâneamente, dizer, em um único ponto dado do domı́nio, uma
uma variação de ∆x à variável x e uma variação de função pode ter diferentes valores para as taxas
∆y à variável y, então a variação correspondente de de variação parcial, dependendo do valor que ado-
z denomina-se variação total, e denota-se como tar ∆x e ∆y. O que não é aceitavel, dado que as
∆z, e escreve-se taxas de variação parcial de uma função deve ter
cada um, somente um único valor, em um ponto
∆z = f (x0 + ∆x, y0 + ∆y) − f (x0 , y0 ), (1.4) dado do domı́nio. Para evitar esse problema, é re-
comendável redefinir as taxas de variação parcial
a variação ∆z é representado pelo segmento QQ′ usando o conceito de limite. Agora, aos limites
da Figura 1.9. Em geral o crescimento total não é ∆zx
igual à soma dos crescimento parciais: lim
∆x→0 ∆x
∆z ̸= ∆x z + ∆y z. ∆zy
lim
∆y→0 ∆y

Exemplo 1.6. Seja z = xy, denominam-se, respectivamente, taxa de variação


parcial em relação a x e taxa de variação parcial
∆x z = (x0 + ∆x)y0 − x0 y0 = y0 ∆x, em relação a y. Definidas desta forma, as taxas
de variação parcial dependem somente do ponto do
∆y z = x0 (y0 + ∆y) − x0 y0 = x0 ∆y,
domı́nio onde se calculam as taxas, e devem adotar
um único valor em cada ponto do domı́nio. Futu-
∆z = (x0 + ∆x)(y0 + ∆y) − x0 y0 ramente, a essas “novas” taxas de variação parcial
= x0 ∆y + y0 ∆x + ∆x∆y. vamos chamar de derivadas parciais.
Exercı́cio 1.11. Determine as taxas de variação
Para x0 = 1, y0 = 2, ∆x = 0.2, ∆y = 0.3, tem-se parcial no ponto (1,2) das seguintes funções: (a)
∆x z = 0.4, ∆y z = 0.3, ∆z = 0.76. z = x − y; e (b) z = y − x2 .

Exercı́cio 1.9. Determine os crescimentos parciais e


o crescimento total, no ponto (1,2) e considerando 1.4 Função de mais de duas
∆x = ∆y = 0.1, das seguintes funções: (a) z = variáveis
x − y; e (b) y − x2 .
1.4 Função de mais de duas variáveis 6

O
y

x
z

O
y

Figura 1.10: Superior: Representação geométrica


de um domı́nio aberto para uma função de três
variáveis. Inferior: Representação geométrica de
um domı́nio fechado.

Definição 1.3. Se a cada sistema ordenado (x0 ,


y0 , z0 , ..., u0 , t0 ) de valores fixos das variáveis x,
y, z, ..., u, e t, corresponde um único valor real
da variável w, diz-se que w é uma função das
variáveis independentes x, y, z, ..., u, t, e nota-
se
w = f (x, y, z, ..., u, t).

Por exemplo, uma função de três


variáveis é denotada como w = f (x, y, z). O
domı́nio duma função de três variáveis é um con-
junto de triplas ordenadas {(x, y, z)}, conformado
pelos valores das variáveis independentes, tal que
a função f tenha um único valor real, para esses
valores das variáveis independentes. Nesse caso o
domı́nio define um conjunto de pontos no espaço
tridimensional xyz, por exemplo, tal como se mos-
tra na Figura 1.10.
Capı́tulo 2

Derivadas parciais e aplicações

Quando fixamos todas as variáveis in- Assim, podemos escrever


dependentes de uma função, exceto uma, e deriva-
mos em relação a essa variável, obtemos a derivada ∂z ∆y z
= lim
“parcial” em relação a essa variável. ∂y ∆y→0 ∆y
f (x, y + ∆y) − f (x, y)
= lim
2.1 Derivada parcial ∆y→0 ∆y

Definição 2.1. Chama-se derivada parcial em Note que ∆x z é calculado mantendo y


relação a x da função z = f (x, y) ao seguinte constante e da mesma forma ∆y z é calculado man-
limite tendo x constante, então, também podemos definir
∆x z as derivada parciais da seguinte maneira:
lim .
∆x→0 ∆x
• Chama-se derivada parcial da função f em
em que ∆x z é a variação parcial da função em relação a x, à derivada “ordinaria” de f em
relação a x, e ∆x é a variação da variável x. É relação a x calculada supondo y constante;
dizer, a derivada parcial em relação a x é a taxa de
variação parcial em relação a x. • Do mesmo modo, chama-se derivada parcial
da função f em relação a y, à derivada “or-
A derivada parcial de uma função em
dinaria” em relação a y calculada supondo x
relação a x designa-se usando uma das seguintes
constante.
notações:
∂z ∂f As regras de cálculo das derivadas
zx′ ; fx′ ; ; ; zx ; fx parciais são as mesmas que as empregadas para
∂x ∂x
calcular a derivada das funções de uma variável; é
Logo, podemos escrever preciso, somente, prestar atenção em relação a que
variável se efectua a derivação, e a outra variável
∂z ∆x z deve ser considerada como constante.
= lim
∂x ∆x→0 ∆x
Exercı́cio 2.1. Determinar as derivadas parciais
f (x + ∆x, y) − f (x, y) p (b) z = x −y ;
2 2
das seguintes
√ funções: (a) z = y−x;
= lim
∆x→0 ∆x (c) z = x2 − 1; (d) z = 25 − x2 − y 2 ; (e)
z = ln(x + y); e (f) z = cos(x − y).
Definição 2.2. Do mesmo modo, denominamos
derivada parcial da função z = f (x, y) em Exercı́cio 2.2. Achar as derivadas parciais das se-
relação a y, à taxa de variação parcial da função guintes funções: (a) z = x2 sen y; e (b) z = xy
f em relação a x, é dizer ao limite Exercı́cio 2.3. Para as seguintes funções encontre
zx e zy
∆y z
lim .
∆y→0 ∆y (a) z = 2x2 − 3y − 4
em que ∆y z é a variação parcial de f em relação a (b) z = x2 − xy + y 2
y, e ∆y é a variação da variável y.
(c) z = (x2 − 1)(y + 2)
A derivada parcial de uma função em
relação a y designa-se por uma das notações se- (d) z = 5xy − 7x2 − y 2 + 3x − 6y + 2
guintes:
(e) z = 1/(x + y)
∂z ∂f
zy′ ; fy′ ; ; ; zy ; fy (f ) z = exy ln y
∂y ∂y

7
2.2 Diferencial total 8

Da mesma forma, podemos definir as ∆y x∆y ∆x∆y


derivadas parciais de uma função de três, quatro,
ou mais variáveis. Por exemplo, seja w = f (x, y, z)
uma função das três variáveis x, y, e z, então wx
será a derivada “ordinaria” de f em relação x, man-
tendo constante as demais variáveis, e do mesmo y

y∆x
modo podemos calcular wy e wz .
Exercı́cio 2.4. Determine as derivadas parciais da
função w = xy + z 2
Exercı́cio 2.5. Seja u = x2 + y 2 + xtz 3 , determine
suas derivadas parciais. x
∆x
Exercı́cio 2.6. Para as seguintes funções determine
fx , fy e fz .

(a) f (x, y, z) = 1 + xy 2 − 2z 2 Figura 2.1: Representação gráfica da variação total


p e o diferencial total da função área z = xy de um
(b) f (x, y, z) = x − y 2 + z 2 retângulo.

(c) f (x, y, z) = ln (x + 2y + 3z)


Exercı́cio 2.8. Achar o diferencial total da função
(d) f (x, y, z) = exp (xy − z 2 ) 2 2
u = ex +y sen2 z.

2.2 Diferencial total


2.3 Derivadas parciais de se-
Chamam-se diferenciais das variáveis
independentes x e y e designa-se, respectivamente,
gunda ordem
por dx e dy às variações infinitesimais (variações
Seja z uma função das variáveis x e y.
extremadamente pequenas) das variáveis x e y. Se
Formalmente, as derivadas parciais zx e zy também
uma função z = f (x, y) tem derivadas parciais con-
serão funções de x e y, assim podemos derivar par-
tinuas no ponto (x, y), se diz que ela é diferenciável
cialmente a cada um deles, é dizer, podemos deter-
nesse ponto e o seu diferencial total dz é dado como
minar
∂zx
∂f ∂f ,
dz = dx + dy. ∂x
∂x ∂y
∂zx
Em geral, a variação total finita ∆z ,
∂y
e a diferencial total dz adotam valores diferentes,
∂zy
porem para ∆x = dx e ∆y = dy, é dizer para ,
variações infinitesimais de x e y, cumpri-se ∂x
∂zy
,
∆z ≈ dz ∂y

Exercı́cio 2.7. Seja a função área z = xy de um que denominamos derivadas parciais de segunda
retângulo.(a) Calcular o diferencial total da função ordem. Assim uma função de duas variáveis tem
no ponto (2,3) e considerando dx = dy = 10−3 , quatro derivadas parciais de segunda ordem. Es-
(b) calcule a variação total da função no mesmo sas derivadas parciais podem ser denotadas de uma
ponto e considerando ∆x = ∆y = 0.2, e agora (c) forma mais compacta, respectivamente como
calcule a variação total no mesmo ponto e conside-
∂2z
rando ∆x = dx e ∆y = dy. A Figura 2.1 mostra ou zxx
uma representação geometrica da variação total e ∂x2
do diferencial total. ∂2z
ou zxy
Seja w = f (x, y, z, ..., t), uma função ∂x∂y
dum número qualquer de variáveis, em que to- ∂2z
das as derivadas parciais são continuas no ponto ou zyx
∂y∂x
(x, y, z, ..., t). A expressão
∂2z
∂f ∂f ∂f ∂f ou zyy
dw = dx + dy + dz + ... + dt ∂y 2
∂x ∂y ∂z ∂t
Exercı́cio 2.9. Calcular as derivadas parciais de se-
constitui a diferencial total. gunda ordem da função z = 1/(x + y).
2.4 Regra da cadeia 9


Exercı́cio 2.10. Calcular as derivadas parciais de (c) z = ln(x2 + y 2 ), x = cos t, y = 4 t;
segunda ordem das seguintes funções: (a) z =
2
x2 y + y 3 ; (b) z = y 2 − x2 − sen (xy); (c) z = ex+y ; (d) z = sen (xy), x = t, y = ln t.

e (d) z = x2 y.
Exercı́cio 2.14. Determinar dw/dt se w = x/z +
Teorema 2.1. Se a função z = f (x, y) e as suas y/z, x = cos2 t, y = sen2 t, z = 1/t.
derivadas parciais zx , zy , zxy , e zyx são continuas
na vizinhança de um ponto do domı́nio, então,
nesse ponto cumpri-se 2.4.2 Caso 2
∂2z ∂2z Seja a função composta
= . (2.1)
∂x∂y ∂y∂x
z = f (x, y(x))
Exercı́cio 2.11. Calcular as derivadas parciais de
segunda ordem da função z = xy . em que y é uma função de x. Nessa situação, ao
variar x também varia y, e logo z sofre uma va-
riação total, é dizer, no final das contas z depende
2.4 Regra da cadeia somente de uma única variável, x, é dizer z = z(x).
O diferencial total de z será

2.4.1 Caso 1 dz = fx dx + fy dy

Seja a função composta mas, dado que dy = y ′ (x)dx, simplificamos

z = f (x(t), y(t)) dz = [fx + fy y ′ (x)]dx

em que as variáveis x e y são funções de uma nova logo comparando com dz = z ′ (x)dx, obtemos
variável t. Nesta situação temos, uma variável de-
pendente, z, duas variáveis intermediarias, x e y, z ′ (x) = fx + fy y ′ (x)
e uma variável independente t. Logo podemos es-
crever diretamente, z = z(t), que é uma função que é a regra da cadeia para este segundo caso.
de uma única variável. Outra forma de apresentar
Exercı́cio 2.15. Determine dz/dt se: (a) z = x +
uma função composta é, escrevendo √
cos(xy), y = x2 + 1; (b) z = x2 + y, y = sen(x).
z = f (x, y), x = x(t), y = y(t)

Note que quando a varı́avel t sofre uma variação, 2.5 Derivação das funções
tanto x e y também variam simultaneamente, e
logo z sofre uma variação total. O diferencial total implı́citas
de z, será
dz = fx dx + fy dt Seja a função de duas variáveis, z =
F (x, y). A curva de nı́vel F (x, y) = 0, define uma
mas, dado que dx = x′ (t)dt e dy = y ′ (t)dt, então ou várias curvas sobre o plano xy, mas por outro
temos lado, uma curva no plano xy pode representar o
dz = [fx x′ (t) + fy y ′ (t)] dt gráfico de uma função da forma y = y(x). Logo
de onde, comparando com dz = z ′ (t)dt, obtemos a podemos dizer que a equação F (x, y) = 0, define
seguinte regra uma ou várias funções da forma y = y(x).
Por exemplo, seja a função F (x, y) =
z ′ (t) = fx x′ (t)+fy y ′ (t) ou
dz
=
∂f dx ∂f dy
+ x2 − y 2 , logo a equação x2 − y 2 = 0, se simplifica
dt ∂x dt ∂y dt a y = ±x, é dizer, define duas funções: y = x e
y = −x, cujos gráficos são as curvas de nı́vel de
que é a regra da cadeia para este primeiro caso. F (x, y) quando F (x, y) = 0.
Exercı́cio 2.12. Determinar dz/dt se z = x2 + y, Seja y = y(x) a função definida im-
x = cos t, y = t2 . plicitamente pela equação F (x, y) = 0, é evidente
Exercı́cio 2.13. Use a regra da cadeia para encon- que z = F (x, y(x)) = 0, ou z = z(x) = 0. É di-
trar a derivada de z em relação a t, das seguintes zer, z é uma função de x identicamente zero, logo
funções: z ′ (x) = 0, mas por outro lado aplicando a regra da
cadeia a z = F (x, y(x)) temos Fx + Fy y ′ (x), que
(a) z = xy, x = cos t, y = sen t; deve ser identicamente zero, assim temos

(b) z = x2 + y 2 , x = cos t + sen t, y = cos t − sen t; Fx + Fy y ′ (x) = 0


2.6 Derivada direcional 10

isolando y ′ (x), temos R


y
Fx
y ′ (x) = − P0 + sû
Fy
s
que é a regra de derivação para funções dadas im- sû
plicitamente, sempre que Fy ̸= 0.
Exercı́cio 2.16. Determinar y ′ (x) para as funções P0
definidas implicitamente: (a) y − x2 = 0; (b) y 2 −
sen (xy) = 0.
O x
Exercı́cio 2.17. As seguintes funções definem im-
plicitamente y em função de x, determine y ′ (x).
(a) x2 + y 2 = 1, (b) y 2 − x2 = sen (xy), (c)
ey − ex + xy = 0. Figura 2.3: P0 +sû representa um ponto deslocando
s unidades na direção de û, a partir de P0 .

2.6 Derivada direcional


podemos reescrever a derivada direcional como
Seja z = f (x, y), uma função definida
em uma região R sobre o plano xy, e seja P0 = f (x0 + ∆x, y0 + ∆y) − f (x0 , y0 )
(x0 , y0 ), um ponto que pertence a R. Seja û = Dû f (P0 ) = lim ,
s→0 s
ux î + uy ĵ um versor (vetor unitário) no plano xy.
Logo, P0 + û será um novo ponto deslocado uma em que
unidade na direção û, a partir de P0 , tal como se
mostra na Figura 2.2, da mesma forma P0 +sû será ∆x = sux e ∆y = suy
um novo ponto deslocado s unidades na direção de
û, a partir de P0 , tal como mostra a Figura 2.3. represetam as variações das variáveis x e y, respec-
tivamente.
y R
Exemplo 2.1. Encontre a derivada de f (x, y) =
x2 + xy em Po = (1, 2) na direção do versor
û = √12 î + √12 ĵ.
P0 + û
1
û Resolução:

P0 f (1 + s · √1 , 2
2
+s· √1 )
2
− f (1, 2)
Dû f (P0 ) = lim
s→0 s
O (1 + √s )2 + (1 + √s )(2 + √s ) − (12 + 1 · 2)
x 2 2 2
= lim
s→0 s

Figura 2.2: P0 + û representa um ponto deslocando simplificando


uma unidade na direção de û, a partir de P0 . 5s
√ + s2  
5
Dû f (P0 ) = lim 2
= lim √ +s
Agora podemos definir a taxa de va- s→0 s s→0 2
 
riação total da função f no ponto P0 e na direção 5 5
= √ +0 = √ .
û, como o limite 2 2
f (P0 + sû) − f (P0 )
lim . A derivada de f (x, y) = x2 +√ xy em P0 = (1, 2) na
s→0 s
direção de û = ( √12 , √12 ) é 5/ 2.
A esse limite denominamos derivada direcional da
Em geral, não é conveniente calcular
função f no ponto P0 e na direção û, e denotamos
uma derivada diretamente a partir da sua definição
como   como um limite, e a derivada direcional não é a
df
Dû f (P0 ) ou exceção. A seguir vamos desenvolver uma fórmula
ds û,Po
mais eficiente. Mas para isso, vamos adicionar o
Dado que P0 = (x0 , y0 ) e û = (ux , uy ) termo −f (x0 , y0 + ∆y) + f (x0 , y0 + ∆y) no nume-
(em que u2x + u2y = 1, dado que û é um vetor rador da definição da derivada direcional, verifique
unitário), então P0 +sû = (x0 +sux , y0 +suy ), logo que esse termo é identicamente zero, assim não vai
2.6.1 Propriedades da derivada direcional 11

alterar o resultado, assim obtemos, logo, o versor û correspondente a ⃗u será


 
f (x0 + ∆x, y0 + ∆y) − f (x0 , y0 + ∆y) ⃗u 3 4
Dû f (P0 ) = lim û = = ,− .
s→0 s |⃗u| 5 5
f (x0 , y0 + ∆y) − f (x0 , y0 )
+ lim O gradiente de f é
s→0 s
substituindo s = ∆x/ux no primeiro limite, s = ∇f = (ey − y sen (xy), xey − x sen (xy))
∆y/uy no segundo limite, e sabendo que ∆x → 0
e ∆y → 0 quando s → 0, obtemos e seu valor no ponto (2, 0) é

∇f (2, 0) = (1, 2)
Dû f (P0 ) =
Logo a derivada direcional de f no ponto (2, 0) e
f (x0 + ∆x, y0 + ∆y) − f (x0 , y0 + ∆y) na direção de ⃗v será
ux lim
∆x→0 ∆x
∆y→0
Dû f (2, 0) = ∇f (2, 0) · û
f (x0 , y0 + ∆y) − f (x0 , y0 )  
+uy lim 3 4 3 8
∆y→0 ∆y = (1, 2) · ,− = − = −1.
5 5 5 5
em que ux e uy saem dos limites dado que são cons-
tantes, finalmente aplicando os limites e usando a 2.6.1 Propriedades da derivada dire-
definição das derivadas parciais, obtemos cional
   
∂f ∂f Utilizando a definição do produto es-
Dû f (P0 ) = ux + uy
∂x Po ∂y Po calar, obtemos

Definição 2.3. O vetor gradiente ou gradiente Dû f = ∇f · û = ||∇f || ||û|| cos θ = ||∇f || cos θ,
de f (x, y) é a função vetorial
  pois ||û|| = 1, e θ é o ângulo entre os vetores û
∂f ∂f e ∇f , tal como se mostra na Figura 2.4(a). Esta
∇f = , (2.2)
∂x ∂y fórmula revela as seguintes propriedades:

Teorema 2.2. Se f (x, y) for diferenciável em • A função f cresce mais rapidamente quando
Po = (x0 , y0 ), então a derivada direcional é cos θ = 1, é dizer quando θ = 0 ou quando û
é paralelo a ∇f . Isto é, quando escolhemos
Dû (Po ) = (∇f )Po · û, (2.3) û na direção da gradiente. A derivada nessa
direção será
que é o produto escalar do gradiente de f em Po e
û. Dû f = ||∇f || cos 0 = ||∇f ||
O vetor unitário û associado a qual-
quer vetor ⃗u se determina usando a seguinte • De maneira similar, f decresce mais rapida-
fórmula mente quando cos θ = −1, é dizer quando
⃗u θ = π ou quando û aponta na direção de −∇f ,
û =
||⃗u|| e a derivada nessa direção será
em que ||⃗u|| é o módulo do vetor ⃗u. Dû f = ||∇f || cos π = −||∇f ||
Exercı́cio 2.18. Determine a derivada √da função

f (x, y) = x2 + xy na direção û = (1/ 2, 1/ 2), • A função f tem variação zero quando cos θ =
e no ponto (1,2). 0, é dizer quando θ = π/2 ou quando û é or-
Exercı́cio 2.19. Seja a função z = x2 + xy, deter- togonal ao gradiente, assim
mine a derivada na direção: (a) ⃗u = (1, 2), e no
ponto (1,2); (b) ⃗u = (−1, 2), e no ponto (1,2); (c) Dû f = ||∇f || cos π/2 = ||∇f || · 0 = 0
⃗u = (−1, 1), e no ponto (-1,1); (d) ⃗u = (1, −1), e
no ponto (-1,1). Grafique em folha milimitrada o Exercı́cio 2.20. Seja a função f (x, y) = x2 − xy +
ponto e a direção, em cada caso. y 2 . No ponto (1, −1), determine as direções û e os
Exemplo 2.2. Encontre a derivada de f (x, y) = valores da derivada para os quais a função
xey + cos (xy) no ponto (2, 0) e na direção de
⃗u = (3, −4). (a) cresce mais rapido,
Resolução: O módulo de ⃗u será (b) decresce mais rapido,
p
||⃗u|| = 32 + (−4)2 = 5 (c) mantem um valor constante.
2.6.1 Propriedades da derivada direcional 12

(b) A função decresce mais rapidamente na


∇f ∇f
û û
direção de −∇f em (1, 1), e seu versor é
θ
1 1
(a) (b) −û = − √ î − √ ĵ.
2 2
∇f ∇f
û û (c) As direções de variação zero em (1, 1) são as
direções ortogonais a ∇f :
(c) (d)
1 1 1 1
û = − √ î + √ ĵ, e û = √ î − √ ĵ.
2 2 2 2
Figura 2.4: (a) θ é o ângulo entre os vetores û e
∇f ; (b) θ = 0; (c) θ = π; (d) θ = π/2. Exercı́cio 2.21. Determine a gradiente da função
no ponto indicado:
z
(a) f (x, y) = ln(x2 + y 2 ) no ponto (1,1);

(b) g(x, y) = xy 2 no ponto (2,-1);



(c) f (x, y) = 2x + 3y no ponto (-1,2);
x−y
2
z=x /2 + y /2
2 (d) g(x, y) = xy+2 no ponto (1,-1);
x−y
(e) h(x, y) = x+y no ponto (-1/2,3/2).
Decrescimo
mais rapido de f
1 Exercı́cio 2.22. Determine a gradiente da função
1 y no ponto indicado:
x (a) w = (x2 + y 2 + z 2 )−1/2 + ln(xyz) no ponto
Variacao zero Grad. f = i + j (-1,2,-2);
de f (Aumento mais rapido de f)

(b) w = 3ex cos (yz) no ponto (0,0,0);


Figura 2.5: A direção na qual f (x, y) = x2 /2+y 2 /2 (c) g = cos (xy) + eyz + ln (zx) no ponto (1,0,1/2);
aumenta mais rapidamente em (1, 1) é a direção de
∇f (1, 1) = î + ĵ. (d) g = ln (xy) + ln (yz) + ln (xz) no ponto (1,1,1);

(e) h = ex+y cos z + (y + 1)arcsen (x) no ponto


Exemplo 2.3. Encontre as direções nas quais (0,0,π/6);
2 2
f (x, y) = x2 + y2 (f ) h = 2z 3 − 3(x2 + y 2 )z + arctan (xz) no ponto
(1,1,1);
(a) Cresce mais rapidamente no ponto (1, 1);
(g) w = xy + y z + z x no ponto (1,2,1).
(b) Decresce mais rapidamente em (1, 1);

(c) Quais são as direções de variação zero de f em


(1, 1)?

Resolução:

(a) A função aumenta mais rapidamente na


direção de ∇f em (1, 1) (veja a Figura 2.5).
O gradiente é

∇f = xî + y ĵ

e seu valor no ponto (1,1) será

∇f (1, 1) = î + ĵ

Logo, seeu versor é

î + ĵ î + ĵ 1 1
û = =√ = √ î + √ ĵ.
||î + ĵ|| 12 + 1 2 2 2
Capı́tulo 3

Integrais duplas

3.1 A integral dupla forma (i, j), tal que i e j indicam as posições ao
longo dos eixos x e y, respectivamente. Logo o par
Vamos supor que queremos calcular de números reais (xi , yj ) serão as coordenadas do
o volume de um sólido delimitado, superiormente centro do retângulo (i, j).
pelo gráfico da função z = f (x, y), lateralmente
pelos planos x = a, x = b, y = c e y = d, e Em particular, vamos dividir R con-
inferiormente pelo plano xy ou z = 0, tal como se siderando quatro faixas paralelas ao eixo x e três
mostra na Figura 3.1 faixas paralelas ao eixo y, que formam um total
de doze retângulos. Assim neste caso 1 ≤ i ≤ 3
e 1 ≤ j ≤ 4, tal como se mostra na Figura 3.1.
Agora, sobre cada retângulo vamos construir um
paralelepı́pedo, de modo que a altura do parale-
lepı́pedo sobre um determinado retângulo seja igual
ao valor da função no centro desse retângulo. Por
exemplo, a altura do paralelepı́pedo sobre o retan-
gulo (2,3) será f (x2 , y3 ), tal como se mostra na
Figura 3.1. O volume do paralelepı́pedo sobre o
retângulo (i, j) será f (xi , yj )∆x∆y.

Agora podemos resolver nosso pro-


blema, aproximando o volume V do sólido pela
soma dos volumes dos paralelepı́pedos construidos
sobre a região R, é dizer, fazedo

V ≈ f (x1 , y1 )∆x∆y + · · · + f (x1 , y4 )∆x∆y


f (x2 , y1 )∆x∆y + · · · + f (x2 , y4 )∆x∆y
f (x3 , y1 )∆x∆y + · · · + f (x3 , y4 )∆x∆y
Figura 3.1: Sólido delimitado pela superfı́cie z =
f (x, y) e pelos planos x = a, x = b, y = c, y = d e X
3 X
4

z = 0. ≈ f (xi , yj )∆x∆y
i=1 j=1

Na geometria não existe uma fórmula Em geral, se tivesse considerado m e n faixas pa-
geral para calcular o volume deste tipo de sólidos. ralelas aos eixos x e y, respectivamente, então
Assim é necessário o uso do cálculo para resolver terı́amos
este problema.
A base do sólido é uma região sobre X
n X
m
V ≈ f (xi , yj )∆x∆y
o plano xy que podemos simbolizar por R, logo
i=1 j=1
R é definida pelas desigualdades: a ≤ x ≤ b e
c ≤ y ≤ d. Para resolver o problema de calcular
o volume do sólido, primeiramene vamos dividir a Para valores pequenos de n e m, esta aproximação
região R em pequenos retângulos, traçando retas tem uma grande erro, mas esse erro vai se atenu-
paralelas aos eixos x e y, tal como se mostra na ando a medida que aumentamos os valores de n e
Figura 3.1, de modo que cada retângulo tenha la- m, é dizer podemos melhorar o resultado para V
dos ∆x e ∆y, o lado ∆x paralelo ao eixo x e ∆y aumentando o número de retângulos sobre R. O
paralelo ao eixo y. Cada retângulo será etique- caso extremo é fazer n → ∞ e m → ∞, nessa si-
tada por uma par de números naturais i e j, da tuação ∆x → 0 e ∆y → 0, dado que ∆x = (b−a)/n

13
3.1.1 Cálculo de integrais duplas sobre regiões retangulares 14

Z π/2 Z 1
e ∆y = (d − c)/m. Logo, o limite
(d) x3 cos y dxdy.
−π/2 0
X
n X
m

n→∞
lim f (xi , yj )∆x∆y
m→∞ i=1 j=1 Exemplo 3.1. Calcule a integral dupla
ZZ
será o volume exato do sólido. A esse limite, se (3y − 2x2 )dA,
existir, denominamos integral dupla da função f R
sobre a região R e denotamos como
se R for dada pelas desigualdades −1 ≤ x ≤ 2 e
ZZ ZZ
1 ≤ y ≤ 3.
f (x, y)dxdy ou f (x, y)dA
R R
Resolução: Neste caso a = −1, b = 2, c = 1, e
em que dA = dxdy. d = 3, logo, usando a primeira maneira, temos
ZZ Z 3 Z 2 
3.1.1 Cálculo de integrais duplas so- (3y − 2x )dA =
2
(3y − 2x )dx dy
2
R 1 −1
bre regiões retangulares
Agora mostraremos como integrar Agora vamos resolver a integral interna por sepa-
uma funçãof (x, y) sobre uma região retangular, rado
em que cada integral dupla pode ser calculada em Z 2 Z 2 Z 2
estágios, usando-se os métodos de integração de (3y − 2x ) =
2
3ydx − 2x2 dx
−1 −1 −1
uma variável. Z Z
2 2
Seja a integral dupla da função f (x, y) = 3y dx − 2 x2 dx
sobre a região R dada pelas desigualdades: a ≤ x ≤ −1 −1
b e c ≤ y ≤ d, x3 22
ZZ = 3yx ]−1 − 2
]
3 −1
f (x, y)dA 2
R = 3y[2 − (−1)] − [23 − (−1)3 ]
3
nesta situação podemos resolver a integral dupla = 9y − 6,
de duas maneiras. A primeira maneria consiste em
fazer logo, substituindo na expressão da integral dupla,
Z d "Z b # obtemos
ZZ
ZZ Z 3
f (x, y)dA = f (x, y)dx dy
R c a (3y − 2x2 )dA = [9y − 6] dy,
R 1
Z 3 Z 3
em que separamos em duas integrais simples, a
= 9ydy − 6dy
integral interna se integral em relação a x man- 1 1
tendo y constante, e logo ao resultado integramos y2 3 3
em relação a y. = 9 ] − 6y ]1
2 1
A segunda maneira consiste em fazer 9 2
= [3 − 12 ] − 6[3 − 1]
ZZ Z "Z b
#
d 2
f (x, y)dA = f (x, y)dy dx = 24.
R a c
Exemplo 3.2. Ache o volume do sólido limitado
em que novamente separamos em duas integrais pela superfı́cie f (x, y) = 4 − 19 x2 − 16
1 2
y , pelos pla-
simples, a integral interna se integral em relação nos x = 3, y = 2 e pelos três planos coordenados,
a y mantendo x constante, e logo ao resultado in- tal como mostra a Figura 3.2.
tegramos em relação a x.
Exercı́cio 3.1. Calcular as seguintes integrais du- Resolução: O volume V do sólido será dado pela
plas: integral dupla
Z 2Z 1 ZZ
(a) (5 − x − y) dydx; V = f (x, y)dA
R
0 0
Z 3Z 2 em que R é dada pelas desigualdades 0 ≤ x ≤ 3 e
(b) (3y − 2x2 ) dxdy; 0 ≤ y ≤ 2, agora vamos resolver a integral dupla
1 −1
ZZ da segunda maneira, é dizer, fazendo
(c) (6y 2 − 2x) dA, em que R: 0 ≤ x ≤ 1 e Z 3 Z 2   
1 2 1 2
0≤y≤2
R V = 4 − x − y dy dx
0 0 9 16
3.1.2 Propriedades de integrais duplas 15

4
z (P2) Soma e Diferença:
z = f(x,y) ZZ ZZ
[f (x, y) ± g(x, y)] dA = f (x, y)dA ±
R
Z ZR
g(x, y)dA
R

(P3) Aditividade:
O ZZ ZZ ZZ
2 y
f (x, y)dA = f (x, y)dA+ f (x, y)dA
R
R R1 R2

se R for a união de dois regiões não sobrepos-


3
x
(3,2) tos R1 e R2 , tal como mostra a Figura 3.3.

y
Figura 3.2: Sólido debaixo da superfı́cie z = 4 − R = R1 ∪ R2
x2 /9 − y 2 /16.
R1

Agora, resolvendo a integral interna R2


Z 2   Z 2
1 1 1
4 − x2 − y 2 dy = 4 − x2 dy − x
0 9 16 9 0 O
Z 2
1
y 2 dy
16 0
  Figura 3.3: União de dois regiões não sobrepostos.
1
= 4 − x2 [2 − 0] −
9
1
[23 − 03 ] 3.1.3 Integrais duplas sobre regiões
16 · 3 
2 1
não retangulares
= 8 − x2 −
9 6 Regiões de tipo I
2 47 Suponha que R seja uma região no
= − x2 + , plano xy, limitada pelas retas x = a e x = b, em
9 6
que a < b, e pelas curvas y = g1 (x) e y = g2 (x),
logo, substituindo na expressão para o volume, ob- em que g1 (x) ≤ g2 (x) para a ≤ x ≤ b, tal como
temos mostra a Figura 3.4. Nesse caso, R pode ser dada
Z 3  pelas desigualdades
2 2 47
V = − x + dx
0 9 6 a≤x≤b e g1 (x) ≤ y ≤ g2 (x)
Z 3 Z
2 47 3
= − 2
x dx + dx Regiões dadas por este tipo de desigualdades deno-
9 0 6 0 minamos regiões de tipo I.
2 47 Nesta situação, a integral dupla de
= − [33 − 03 ] + [3 − 0]
9·3 6 f (x, y) em R, deve ser resolvida necessariamente
47 43 da seguinte maneira dada como
V = −2 + = .
2 2
ZZ Z "Z b
#
g2 (x)
Que é valor do volume do sólido. f (x, y)dA = f (x, y)dy dx
R a g1 (x)

Para regiões não retangulares é importante obser-


var na ordem de integração, neste caso primeiro
3.1.2 Propriedades de integrais du-
integramos em relação a y e ao resultado integra-
plas mos em relação a x, para regiões de tipo I sempre
tem que ser nessa ordem.
(P1) Múltiplo constante k: RR
Exemplo 3.3. Determinar R sen (x)dA, onde R é
ZZ ZZ
a região limitada pelas retas y = 2x, y = 21 x e
kf (x, y)dA = k f (x, y)dA x = π.
R R
3.1.3 Integrais duplas sobre regiões não retangulares 16

y = g 2 (x)
y
Logo,
ZZ
3
f (x, y)dA = [−x cos x + sen x]π0 ,
R 2
= −π · cos π + sen π −
R
[−0 · cos 0 + sen 0],
y = g 1(x)
= π.

Exercı́cio 3.2. Integre f sobre a região dada:


(a) f (x, y) = x2 +y 2 sobre a região triangular com
vértices (0,0), (1,0) e (0,1);
(b) f (x, y) = x/y sobre a região no primeiro qua-
O a x b x drante limitada pelas retas y = x, y = 2x,
x = 1 e x = 2;

Figura 3.4: (c) f (x, y) = xy sobre a região limitada pelas retas


y = x, y = 2x e x + y = 3.
Exercı́cio 3.3. Determinar a integral dupla da
y função z = xy sobre a região R delimitada pelas
y = 2x
curvas, x = 0, y = x2 , e y = x + 2.
RR
Exemplo 3.4. Determinar R cos(x+y)dA, em que
R é a região limitada pelas retas y = x, x = π, e o
eixo x.
R y
1
y= 2x y=x

x
O
x=π
R
x
Figura 3.5: O
x=π

Resolução: O gráfico do domı́nio de integração Figura 3.6:


é apresentada na Figura 3.5, assim, em nosso caso
temos a = 0, b = π, g1 (x) = x/2, e g2 (x) = 2x, Resolução: O gráfico do domı́nio de integração é
logo a integral dupla pode se resolver da seguinte apresentada na Figura 3.6, assim, neste caso temos
maneira a = 0, b = π, g1 (x) = 0, e g2 (x) = x, logo temos
ZZ Z π "Z 2x # ZZ Z π Z x 
f (x, y)dA = sen (x)dy dx f (x, y)dA = cos(x + y)dy dx
R
R 0 x/2 Z0 π 0
Z π
= {[sen (x + y)]x0 }dx
= sen (x)[2x − x/2]dx
Z π
0
0
Z π
3 = [sen (2x) − sen (x)]dx
= x sen (x)dx,
2 0 Z0 π Z π
= sen (2x)dx − sen (x)dx
0 0
Agora vamos resolver primeiro a integral indefinida
usando o método de integração por partes, e obte- Agora usando as seguintes fórmulas para as inte-
mos grais indefinidas
Z Z
1
x sen (x)dx = −x cos x + sen x + C, sen (2x)dx = − cos(2x) + C,
2
3.1.4 Determinação de área usando a integral dupla 17

Z
sen (x)dx = − cos(x) + C, para resolver esse problema é usar a integral dupla,
em que a área A da região R será
obtemos, ZZ
ZZ  π A= dA
1 R
f (x, y)dA = − cos(2x) + cos(x) ,
R 2 0 Exercı́cio 3.7. Encontre a área da região R quando:
1
= − cos(2π) + cos π −
2 (a) R é limitada por y = x e y = x2 no primeiro
1 quadrante;
[− cos(2 · 0) + cos 0],
2
= −2. (b) R é limitada pela parábola y = x2 e pela reta
y = x + 2.
Dado que cos(2π) = 1.
RR
Exercı́cio 3.4. Calcular R (y − 2x2 )dA onde R é a
região delimitada pelas retas x+y = 1, −x+y = 1, 3.2 Aplicações das integrais
x + y = −1 e −x + y = −1 (ou em forma mais duplas
compacta |x| + |y| = 1). Graficar a região.
Regiões de tipo II 3.2.1 Massa de uma lâmina
Seja R uma região no plano xy, deli-
mitada pelas retas y = c e y = d, em que a < b, Seja dada uma lâmina tendo a forma
e pelas curvas x = h1 (y) e x = h2 (y), em que de uma região fechada R, no plano Oxy (veja a
h1 (y) ≤ h2 (y) para c ≤ y ≤ d. Nesse caso, R pode Figura 3.7), e seja p(x, y) a medida da densidade de
ser dada pelas desigualdades massa por unidade de área da lámina em qualquer
ponto (x, y) ∈ R. Para encontrar a massa total M
c≤y≤d e h1 (y) ≤ x ≤ h2 (y) da lâmina, usamos a fórmula
ZZ
Regiões dadas por este tipo de desigualdades
M= p(x, y)dA, (3.1)
denomina-se regiões de tipo II. Nesta situação, a R
integral da função f (x, y) sobre a região R deve ser
resolvida necessariamente da seguinte maneira dada mediante uma integral dupla.
ZZ Z "Z d h2 (y)
#
f (x, y)dA = f (x, y)dx dy 3.2.2 Centro de massa de uma
R c h1 (y) lâmina
Neste caso primeiro integramos em relação a x e ao Muitas estruturas e sistemas
resultado integramos em relação a y, para regiões mecânicos se comportam como se sua massa
de tipo II sempre tem que ser nessa ordem. estivesse concentrada em um único ponto, cha-
RR
Exercı́cio 3.5. Determinar R xydA, em que R é mado de centro de massa. É importante saber
delimitada pelas retas y = 2x, y = 0 e x + y = 3. como localizar esse ponto e fazer isso é basicamente
Exercı́cio 3.6. Seja as seguintes integrais duplas: um trabalho matemático.
R 1 R 4−2x y
(a) 0 2 dydx;
R 2 R 4−y2
(b) 0 0
ydxdy;

R 1 R 1−y2
R

(c) 0 √ 2 3ydxdy; (xcm , ycm)


− 1−y ycm

R e R ln(x) y p(x,y)

(d) 1 0
xydydx.
Em todos os casos esboce a região de integração,
e escreva uma integral dupla equivalente com a or-
dem de integração invertida. Finalmente resolva as
integrais. O x x cm x

3.1.4 Determinação de área usando Figura 3.7:


a integral dupla
Suponha que queramos determinar a área de uma Denotemos por (xcm , ycm ) as coorde-
região R sobre o plano xy. Uma nova alternativa nadas de centro de massa da lâmina, estas coorde-
3.2.2 Centro de massa de uma lâmina 18

nadas serão encontradas usando as fórmulas voltando para a expressão da massa, temos
My Z a 
xcm = , ycm = Mx
(3.2) 4 3 1 3
M M M = k 2ax − x − a x + a dx
2 2
ZZ 3 3
RR 0 Z a Z a
My = xp(x, y)dA, Mx = yp(x, y)dA, 4
R
R = k 2a x2 dx − x3 dx−
0 3 0
Z a Z 
novamente usando integrais duplas. 2 1 3 a
a xdx + a dx
0 3 0
Exemplo 3.5. Uma lâmina com a forma de uma 
triângulo retângulo isósceles tem uma densidade de a3 4 a4 a2
= k 2a · − · − a2 · +
massa por unidade de área que varia com o qua- 3 3 4 2

drado da distância ao vértice do ângulo reto. Se 1 3
a massa for medida em kilogramos, a distância em a ·a
3
metros, ache a massa e o centro de massa da lámina
a4
(veja a Figura 3.8). M = k .
6

R
p(x,y) = k d 2

y (x,y)

d
• Centro de massa: Utilizando a fórmula (3.2)
temos,
O x a x ZZ
k
xcm = x(x2 + y 2 )dA
M R
Z a Z a−x 
Figura 3.8: k 2 2
= x(x + y )dy dx
M 0
ZZ 0
Resolução: Seja d p
a distância ao vértice do k
ângulo reto, então d = x2 + y 2 , logo a densidade ycm = y(x2 + y 2 )dA
M R
p fica Z a Z a−x 
k
p(x, y) = k(x2 + y 2 ). = y(x2 + y 2 )dy dx,
M 0 0
A equação da hipotenusa do triângulo retângulo
é dada pela fórmula y = a − x, e a equação dos
catetos é x = 0, e y = 0, portanto o domı́nio de
integra é dada como x ∈ [0, a], e y ∈ [0, a − x].

• Massa: Utilizando a fórmula (3.1) temos,


ZZ
M = k(x2 + y 2 )dA
R
Z a Z a−x 
2 2
= k (x + y )dy dx resolvendo as integrais
0 0
Z a−x Z a−x
2 2
resolvendo x(x + y )dy = x (x2 + y 2 )dy
Z a−x Z a−x Z a−x
0
 0
4
(x2 + y 2 )dy = x2 dy + y 2 dy = x 2ax2 − x3 −
3
a a a

(a − x)3 2 1 3
= x2 (a − x) + a x+ a
3 3
(a − x) · (4x2 + a2 − 2ax) 4
= = 2ax3 − x4 −
3 3
4 3 1 1 3
= 2ax − x − a2 x + a3 ,
2 2 2
a x + a x
3 3 3
3.3 Integral dupla em coordenadas polares 19

cisamos definir sobre o plano um ponto que deno-


Z a−x Z a−x minaremos de polo e uma semi-reta que denomina-
y(x2 + y 2 )dy = x2 ydy + mores eixo polar, a origem da semi-reta deve coin-
0 0 cidir com o polo, tal como mostra a Figura 3.9.
Z a−x
Logo, cada ponto P sobre um plano, pode ser lo-
y 3 dy calizado associando a ele um par de coordenadas
0
(a − x)2 polares (r, θ), em que r é a distância do polo ao
= x2 + ponto P , e θ é o ângulo orientado a partir do eixo
2
polar até o segmento formado pelo polo e o ponto
(a − x)4
P , tal como mostra a Figura 3.9
4
(a − x)2  2
= 2x +
4 
(a − x) 2

= 2a2 x2 − a3 x −
3 a4
2ax3 + x4 + .
4 4

Substituindo esses ultimos resultados na ex-


pressão para xcm e ycm , obtemos
Z a
k 4
xcm = 2ax3 − x4 − a2 x2 +
M 0 3

1 3
a x dx
3
 
k a4 4 a5 2a
3
1 3 a2
= 2a − −a + a
M 4 3 5 3 3 2
5
k a
=
M 15
2a
xcm = = 0.4a,
5
e

Z a
k  2 2
ycm = 2a x − a3 x − 2ax3 +
M 0 Figura 3.9: Um ponto e um semi-eixo definem as
 coordenadas polares de uma ponto sobre o plano.
3 4 a4
x + dx
4 4

k a3 a2 a4 3 a5
= 2a2 − a3 − 2a + + Agora falaremos de equações e
M 3 2 4 4 5 gráficos em coordenadas polares. A equação

a4 r = r0 , em que r0 é uma constante, representa
a
4 uma circunferência de raio r0 e centrada no polo.
k a5 A equação θ = θ0 , em que θ0 é uma constante,
= representa uma semi-reta que começa no polo e
M 15
2a que forma um ângulo θ0 com o eixo polar. As
ycm = = 0.4a, curvas dadas pelas equações da forma r = r0 ou
5
pelas equações da forma θ = θ0 denominam-se
4 curvas de nı́vel de coordenadas polares.
onde foi utilizado o resultado M = k a6 .
Exercı́cio 3.8. Graficar em uma folha polar as se-
guintes equações polares: (a) r = 3; (b) r = 1/2;
3.3 Integral dupla em coorde- (c) r = 1; θ = π/6; (d) θ = 2π/3; e (e) θ = π.

nadas polares Exercı́cio 3.9. Graficar em uma folha polar as


regiões representadas pelas seguintes desigualda-
3.3.1 Coordenadas polares des em coordenadas polares: (a) r ≤ 2 (sem res-
trição em θ); (b) 2 ≤ r ≤ 3 e π/6 ≤ θ ≤ π/2; (c)
Para definir coordenadas polares, pre- 1 ≤ r ≤ 2 e 0 ≤ θ ≤ π/2; (d) 2π/3 ≤ θ ≤ 5π/6
3.3.2 Relação entre coordenadas polares e coordenadas cartesianas 20

(sem restrição em r). das polares. Determine as coordenadas cartesianas


desses pontos.
3.3.2 Relação entre coordenadas po- Exercı́cio 3.12. Determine a equação polar da cir-
lares e coordenadas cartesia- cunferência x2 + (y − 3)2 = 9
nas Exercı́cio 3.13. Substitua as equações polares a se-
guir por equações cartesianas equivalentes e identi-
Vamos definir as coordenadas cartesianas de modo
fique os gráficos correspondentes: (a) r cos θ = −4
que sua origem coincida com o polo das coordena-
(b); r2 = 4r cos θ; (c) r = 4/(2 cos θ − sen θ).
das polares, tal como se mostra na Figura 3.10, de
onde, usando propriedades de trigonométria, pode-
mos encontrar as seguintes relações
3.4 Substituição de variáveis
x = r cos θ e y = rsen θ em integrais duplas
que expressa as coordenadas cartesinas em função Suponhamos que as variáveis cartesi-
das coordenadas polares. A relações inversa será anas x e y, se relacionam com umas novas variáveis
p y u e v, não necessariamente cartesianas, pelas se-
r = x2 + y 2 e θ = arctan guintes relações
x
que expressa as coordenadas polares em função das x = g(u, v) e y = h(u, v)
coordenadas cartesianas.
Uma região R no plano xy reescrita nas novas
variáveis, reescrevendo as desigualdades em função
das novas variáveis, gerará uma nova região G no
plano uv.
Uma integral dupla dada nas variáveis
cartesianas x e y, pode ser escrita nas novas
variáveis u e v, usando a seguinte relação
ZZ ZZ
f (x, y)dxdy = f (g(u, v), h(u, v))|J(u, v)|dudv
R G

em que J(u, v) é o jacobiano da transformação de


coordenadas, e é definido pelo seguinte determi-
nante,
∂x ∂x

∂u ∂v ∂x ∂y ∂y ∂x

J(u, v) = = −

∂y ∂y ∂u ∂v ∂u ∂v
∂u ∂v

Agora para o caso particular em que


as novas variáveis sejam as coordenadas polares
(r, θ), pode-se obter

J(r, θ) = r

Dado r ≥ 0 então |J(r, θ)| = |r| = r, logo pode-


mos escrever a integral original nas em função das
coordenadas polares da seguinte maneira
Figura 3.10: A relação entre coordenadas polares ZZ ZZ
e coordenadas cartesianas.
f (x, y)dxdy = f (r cos θ, rsen θ)rdrdθ
R G

Exercı́cio 3.10. Seja o ponto com coordenadas car- Exercı́cio 3.14. Seja a integral dupla
tesianas (1,2), determine as coordenadas polares ZZ

desse ponto. x2 + y 2 dxdy
R
Exercı́cio 3.11. (a) Seja os pontos (3,4); (1,-1); e
(0,2) em coordenadas cartesianas. Determine as em
√ que R é a região delimitada pelas curvas y =
coordenadas polares desses pontos. (b) Seja os 4 − x2 , y = 0, e x = 0. Reescrever essa integral
pontos (2,π/3); (1,2π/3); e (3,3π/2) em coordena- em coordenadas polares e logo resolver.
3.4 Substituição de variáveis em integrais duplas 21

Exercı́cio 3.15. Resolver a seguinte integral


Z 0Z 0
2

p dydx
−1 − 1−x 2 1 + x2 + y 2

usando coordenadas polares.


Exercı́cio 3.16. Resolver a integral
ZZ
2 2
ex +y dxdy
R

em
√ que R é a região delimitada pelas curvas y =
4 − x2 e y = 0
Exercı́cio 3.17. Resolver as integrais
(a) √
Z 1 Z 1−x2
(x2 + y 2 )dydx
0 0

(b) ZZ p
x2 + y 2 dxdy
R
em que R é a região dada pelas desigualdades
1 ≤ r ≤ 3 e π/2 ≤ θ ≤ 5π/6.
(c) ZZ
dA
R
em que R é um cı́rculo de raio 2.

(d) ZZ
(x2 + y 2 )dA
R
em que R é um cı́rculo de raio 2 centrado na
origem de coordenadas.
(e) ZZ
1
p dA
R x2 + y 2
em que R é a região dada pelas desigualdades
0 ≤ r ≤ 1 e π ≤ θ ≤ 2π.

(f ) √
Z 1 Z 1−x2 p
x2 + y 2 dydx
−1 0
Capı́tulo 4

Integrais de linha

4.1 Curvas no plano curva C. Usando as equações paramétricas, temos


dx = x′ (t)dt e dy = y ′ (t)dt, logo, podemos reescre-
Sabemos de Cálculo I que o gráfico ver a integral da seguinte forma
de uma função da forma y = f (x) representa uma Z
curva no plano xy, em que qualquer reta vertical
b p
s= [x′ (t)]2 + [y ′ (t)]2 dt
deve interceptar esta curva somente em um único a
ponto, mas existem muitas outras curvas sobre o
plano xy que interceptam a reta vertical em mais que é a fórmula para calcular o comprimento de
pontos, então essas curvas não só gráficos de uma qualquer curva.
função, é dizer não têm uma equação da forma y = Exercı́cio 4.3. Determinar o comprimento das cur-
f (x). vas: (a) x = t e y = t2 para 0 ≤ t ≤ 2; (b)
A qualquer curva sobre o plano x = 2 cos t e y = 2sen t para 0 ≤ t ≤ 2π.
xy pode-se associar equações da forma x = Exercı́cio 4.4. Encontre o comprimento das curvas:
f (t) e y = g(t)
√ 0 ≤ t ≤ π; (b)
(a) x = cos t e y = t + sen t para
que denominamos equações paramétricas da curva, x = t3 e y = 3t2 /2 para 0 ≤ t ≤ 3.
e t é a nova variável denominada parámetro e ge-
ralmente é definida como a ≤ t ≤ b, em que a e
b são dois números fixos. O valor t = a corres- 4.2 Campo vetorial
ponde ao inı́cio da curva e o valor t = b correspode
ao término da curva. Por exemplo, as equações Um campo vetorial é uma função ve-
paramétricas x = t e y = t2 com 0 ≤ t ≤ 2 cor- torial, é dizer uma função de valor vetorial, por
responde a uma parábola que começa na origem de exemplo, um campo vetorial no plano xy pode ser
coordenadas e termina no ponto (2,4). definido como uma função vetorial da forma
Exercı́cio 4.1. Verifique que as equações pa- ⃗z = (fx (x, y), fy (x, y))
ramétricas x = cos t e y = sen t para 0 ≤ t < 2π
representam uma circunferência de raio 1. em que fx e fy são as componentes do campo ve-
Exercı́cio 4.2. Graficar a curva correspondente as torial e cada uma é uma função de valor real (esca-
equações paramétricas x = sen (t) e y = sen (2t) lar). Como exemplo, podemos apresentar o campo
para 0 ≤ t < 2π. vetorial
⃗z = (x2 + y 2 , x2 − y 2 )

4.1.1 Comprimento de curva Exercı́cio 4.5. Graficar em uma folha milimitrada


os seguintes campos vetoriais: (a) F⃗ = (x+y, x−y);
Seja C uma curva dada pelas (b) G⃗ = (x2 − y, x − y 2 ).
equações paramátricas x = x(t) e y = y(t) com
a ≤ t ≤ b, logo para calcular o comprimento s desta
curva precisamos integrar o diferencial de compri- 4.3 Integral de linha
mento de curva ds, em que
Seja C uma curva sobre o plano xy,
p
ds = dx2 + dy 2 dada pelas equações paramátricas x = x(t) e y =
y(t) para a ≤ t ≤ b, em que a e b são números reais
Logo o comprimento da curva será fixos. E seja F⃗ um campo vetorial sobre o plano
Z Z p xy, logo a circulação lı́quida do campo vetorial F⃗
s= ds = dx2 + dy 2 sobre a curva C será determinada pela integral
C C Z
em que a integração deve ser realizada ao longo da Ft ds
C

22
4.3 Integral de linha 23

em que Ft é a componente, tangencial à curva C,


do campo vetorial, e ds é o elemento do arco. É
dizer, a circulação liquida de F⃗ sobre C é a “soma”
infinita das componentes, tangenciais à curva, do
campo vetorial.
É possı́vel mostrar que o vetor
(x′ (t), y ′ (t)) é um vetor tangente à curva em cada
ponto da curva, em que, por exemplo (x′ (c), y ′ (c)
é um vetor tangente à curva no ponto (x(c, y(c))),
em que c é um número real entre a e b. Logo o
vetor unitário tangente à curva em qualquer ponto
sobre a curva, pode ser determinando como

(x′ (t), y ′ (t))


p
[x′ (t)]2 + [y ′ (t)]2

Logo a componente Ft do campo, tangencial à


curva, será o produto escalar do campo e o vetor
unitário tangencial à curva, é dizer

(x′ (t), y ′ (t))


Ft = F⃗ · p
[x′ (t)]2 + [y ′ (t)]2

Agora substituindo na integral que determina


ap circulação lı́quida, e considerando que ds =
[x′ (t)]2 + [y ′ (t)]2 dt, obtemos
Z Z Z
F⃗ · (x′ (t), y ′ (t))dt = F⃗ · (dx, dy) = F⃗ · d⃗r
C C C

Em que consideramos (dx, dy) = d⃗r. A essa ultima


integral, ou as outras denominamos integral de li-
nha do campo vetorial F⃗ sobre a curva C. Para
resolver integrais de linha é preferı́vel usar na pri-
meira forma, é dizer
Z Z b
F⃗ · (x′ (t), y ′ (t))dt = [Fx x′ (t) + Fy y ′ (t)]dt
C a

em que Fx e Fy são as componentes x e y, res-


pectivamente. Antes de substituir essas compo-
nentes na integral, devemos primero avaliar elas
sobre a curva´ é dizer determinar Fx (x(t), y(t)) e
Fy (x(t), y(t)).
Exercı́cio 4.6. Seja F⃗ = (−y, x). Determinar a
circulação lı́quida de F⃗ sobre a curva: (a) x = cos t
e y = sen t para 0 ≤ t < 2π; (b) x = t e y = t para
0 ≤ t ≤ 2.
R
Exercı́cio 4.7. Determinar C F⃗ · d⃗r, em que F⃗ =
(x, y) e C é a curva x = t e y = t2 para 0 ≤ t ≤ 2.

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