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Rui Silva
Conteúdo
1 Princípios Matemáticos 2
1.1. Propriedades dos Vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2. Somas Discretas e Contínuas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.3. Expansão de Taylor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.4. Análise Dimensional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.5. Coordenadas Polares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2 Mecânica 8
2.1. Introdução aos Trabalhos de Sir Isaac Newton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.2. As três Leis de Newton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.3. Movimento de Corpos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.4. Velocidade e Aceleração em coordenadas polares . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.5. Movimento de um Projétil próximo da Terra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.6. Lei de Galileu para a adição de velocidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.7. Interações Fundamentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.8. Momento Linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.9. Força de Atrito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.10. Trabalho realizado por uma força F⃗ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.11. Energia mecânica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.12. Movimentos Harmónicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.13. Centro de Massa para um Sistema de Partículas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.14. Momento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.15. Rolamento sem escorregamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
2.16. Gravitação Universal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
2.17. Lei das Áreas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
2.18. Lei dos Períodos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
1
Capítulo 1
Princípios Matemáticos
Inicialmente, para entender os capítulos seguintes, tanto de um ponto de vista físico como mate-
mático, devo deixar umas considerações minhas assim como, para o leitor, conhecimento novo.
2
Capítulo 1. Princípios Matemáticos
Aqui usei a letra "S"para denotar uma soma. É também de reparar que quando não temos um
limite superior, assume-se que estamos a somar todos os números até ao "infinito".
3
Capítulo 1. Princípios Matemáticos
A soma contínua é realizada usando o conceito de integração. O resultado dessa integração repre-
senta a soma contínua de uma função em um intervalo.
Muitas vezes é dito que a integração que nada mais é que o "contrário"da derivação o que em
certa parte é verdade. Quando derivamos, geralmente tratamos de um momento infinitesimal ∆t
no movimento de um corpo, por exemplo. Quando integramos, estamos a somar estes tempos
todos de uma forma contínua.
Foi graças a Sir Isaac Newton e Gottfried Leibniz que obtemos o cálculo infinitesimal. Os mes-
mos deram uso ao cálculo da forma que pretendiam.
y
f (x) = x
b
a b x
Na figura em cima representei a área da figura que estou a calcular com auxílio à integral. Ao
longo do livro vamos dar uso a integrais para o cálculo de funções irregulares e as áreas por baixo
da sua curva.
É de reparar que a área sobre uma curva é representada então por:
b
Área = f (x) dx
a
Aqui nada mais usamos o facto que estamos a somar infinitos retângulos infinitesimais entre os
pontos a e b de lado ∆x (representado na integral como dx) e altura f (x).
Nota: Através das cadeiras de Cálculo I ou Análise Real I iremos aprender as ditas regras da inte-
gração para integrais mais complicadas. Ao longo do livro vou explicando as diferentes regras de
integração conforme for preciso a sua utilização.
4
Capítulo 1. Princípios Matemáticos
Em que f (n) denota a derivada de ordem n da função f (x) e n! representa o fatorial de ordem n
(apelo à visualização visual através de ferramentas visuais como Geogebra ou vídeos didáticos).
Geralmente, aproximamos a função à volta de um ponto 0 < a ≪ 1 visto que esta é a melhor
aproximação de uma função f (x).
sin x ≈ x
5
Capítulo 1. Princípios Matemáticos
1.4.1. Exemplos
Velocidade:
s [s] L
v= ⇔ [v] = = = LT−1 =⇒ S.I. : ms−1
t [t] T
Aceleração:
v [v] LT−1
a= ⇔ [a] = = = LT−2 =⇒ S.I. : ms−2
t [t] T
[A] = Lα Mβ Tγ , α, β, γ ∈ R
α=β=γ=0
A = B ⇔ [A] = [B]
Se tivermos:
α1 = β1 ∧ α2 = β2 ∧ α3 = β3
6
Capítulo 1. Princípios Matemáticos
θ̂ r̂
⃗r
θ
0 x
Tal como sabemos de Trigonometria podemos descrever ⃗r, r̂ e θ̂ em função de θ. Vamos ter, em
coordenadas cartesianas (x e y):
7
Capítulo 2
Mecânica
Neste capítulo vamos dar uso aos conceitos matemáticos já estudados para a aprendizagem da
Mecânica Newtoniana. Vamos estudar o movimento de um corpo em queda livre, o movimento
de dois corpos que interagem entre si, o movimento infinitesimal de um corpo, até ao movimento
de corpos celestes...
1
Newton, I. (1687). Philosophiae Naturalis Principia Mathematica. Obra seminal de Isaac Newton que estabe-
lece as leis fundamentais do movimento e da gravitação universal. Publicada pela primeira vez em 1687, é uma das
obras científicas mais influentes da história.
8
Capítulo 2. Mecânica
F⃗ = m⃗a
O facto de representar a força como um vetor é de extrema importância. Há que ter em conta
que a força, tal como um vetor, tem direção, sentido e módulo. Por convenção e simplicidade de
cálculos, calcula-se e soma-se forças como vetores.
Nota: A 1ª Lei de Newton nada mais é que uma derivação desta lei. Dada a relação apresen-
tada, é de esperar, que para dois corpos que sofrem uma força de igual módulo, o que tiver maior
massa, irá ter uma menor aceleração, a sua velocidade irá variar menos (espera-se que o leitor
saiba a relação entre a aceleração e velocidade de um corpo).
9
Capítulo 2. Mecânica
10
Capítulo 2. Mecânica
vx (t)
ax = 0
vx = vx0 = vx (t = 0)
x(t) = x + v t
0 x
ax = ax 0
v = v + a t
x x0 x
1 ax (t) vx (t)
x(t) = x0 + vx0 t + ax t2
2
O gráfico de x(t) deverá ser uma parábola, e
ax 0 vx0
a usa concavidade irá depender da aceleração
(segunda derivada de x(t)). Quando ax (t) > 0
temos uma concavidade voltada para cima e t
quando ax (t) < 0 temos uma concavidade t
voltada para baixo. O caso em que ax (t) = 0 já
foi apresentado em cima.
11
Capítulo 2. Mecânica
Projétil lançado do solo para cima (Tempo que demora a atingir a altura máxima thmax ):
Quando atinge a altura máxima, o projétil terá uma velocidade vf = 0, assim, vamos ter:
( vf = 0
vf = vy0 − gthmax vy − gthmax = 0
1 2 ⇔ 0
hmax = vy0 thmax − 2 gthmax vy vy2
vy0 = gthmax ⇔ thmax = 0 =⇒ hmax = 0
g 2g
12
Capítulo 2. Mecânica
⃗r
⃗r êr = (r = |⃗r|)
r
êr = r̂ = cos θx̂ + sin θŷ
θ
x êθ = θ̂ = − sin θx̂ + cos θŷ
0
d⃗r dr dr̂
⃗v = = r̂ + r
dt dt dt
dr̂ dθ
= ṙr̂ + r
dθ dt
= ṙr̂ + rθ̇θ̂ = ṙr̂ + rω θ̂
Há que notar que a notação ṙ define a primeira derivada em ordem ao tempo de r e que a deri-
vada em ordem a θ do versor r̂ é o versor θ̂ e a derivada do versor θ̂ é o simétrico do versor r̂, ou
seja:
dr̂ dθ̂
= θ̂ = −r̂
dθ dθ
Há que notar também, que a partir de agora a primeira derivada em ordem ao tempo de θ será
definida pela letra grega omega ω e irá representar a velocidade angular do corpo.
d⃗v dṙr̂ rω θ̂
⃗a = = +
dt dt dt
= r̈r̂ + ṙr̂ + ṙ + θ̇θ̂ + rθ̈θ̂ + rθ̇θ̂
= r̈ − rθ̇2 r̂ + 2ṙθ̇ + rθ̈ θ̂ = r̈ − rω 2 r̂ + (2ṙω + rω̇) θ̂
13
Capítulo 2. Mecânica
⃗a = −rω 2 r̂ + |{z}
rαθ̂ α = ω̇ → Aceleração Angular
| {z }
⃗an ⃗at
Aqui, ⃗an representa a aceleração normal que apresenta uma direção radial e que irá afetar a dire-
ção da velocidade da partícula. Por outro lado, a aceleração tangencial ⃗at irá ter a mesma direção
que a velocidade (tangente à trajetória) e irá afetar o seu módulo.
⃗a = ⃗at + ⃗an ⃗a
⃗an
Pelo teorema de Pitágoras, vamos ter:
q ⃗at
|⃗an | = |⃗a|2 − |⃗at |2
2
14
Capítulo 2. Mecânica
y
hmax
⃗v
α ⃗vy
h
⃗vx
0 xmax x
∆x
Vamos então calcular, respetivamente o tempo que a partícula demora a percorrer todo o caminho,
até à posição y = 0 e o deslocamento total xmax . Para isso, devemos então dar uso às equações
de movimento para a direção vertical e depois dar uso do tempo que obtivemos para calcular o
deslocamento, em que usamos as equações da componente horizontal.
Tempo de voo até hmax (vyf = 0):
vy0
vyf = vy0 − gt1 ⇔ 0 = vy0 − gt1 ⇔ t1 =
g
Tempo de voo de hmax até y = 0:
s s
1 2hmax 2hmax vy0
0 = hmax − gt22 ⇔ t2 = =⇒ ttotal = +
2 g g g
Deslocamento xmax :
"s # "s #
2hmax vy0 2hmax v0 sin α
xmax = x0 + vx0 ttotal = vx0 + = v0 cos α +
g g g g
15
Capítulo 2. Mecânica
y y′
3
⃗r3,1
⃗r3,2
1 O ⃗r2,1 x 2 O′ x′
Um vetor do tipo ⃗ri,j é denotado por posição do corpo i em relação ao corpo j. Pela soma de
vetores vamos ter então:
⃗r3,1 = ⃗r3,2 + ⃗r2,1 ⇔ ⃗v3,1 = ⃗v3,2 + ⃗v2,1
Deduzimos então a Lei de Galileu para a adição de velocidades.
Exemplo Prático: 2 automóveis em movimento no mesmo referencial (estrada)
Imagine-se dois automóveis 1 e 2 a moverem-se em sentidos opostos em relação a uma estrada
às velocidades de 120 km h−1 e 80 km h−1 . Com que velocidade o carro 2 perceciona o carro 1?.
Vamos ter:
v1,E = 120 kmh−1 v2,E = −80 kmh−1
Nota: Não demos uso a vetores dado que o movimento era todo em uma dimensão.
16
Capítulo 2. Mecânica
y y′
3
⃗r
⃗r′
1 O ⃗rO′ ,Ox 2 O′ x′
z = z′
t = t′
De notar que estamos a supor que os dois corpos percecionam os eventos ao mesmo tempo, o
que já sabemos que não é o caso graças aos trabalhos de Einstein 2 , mas no caso em que temos
velocidades muito baixas a Lei de Galileu funciona. De notar também que a única variação entre
os eventos foi o deslocamento efetuado.
2
"Zur Elektrodynamik bewegter Körper"(Sobre a Eletrodinâmica dos Corpos em Movimento), publicado em
1905, Einstein introduziu a sua revolucionária teoria da relatividade. Esta teoria redefiniu a nossa compreensão do
espaço, do tempo e da gravidade, propondo que estão entrelaçados numa continuidade quadridimensional chamada
de espaço-tempo. Uma das conclusões desta teoria é a equivalência entre massa e energia, famosamente expressa
pela equação E = mc2 . Este artigo estabeleceu as bases da física moderna e continua a moldar a nossa perceção do
universo.
17
Capítulo 2. Mecânica
18
Capítulo 2. Mecânica
Assim, quando a arma é disparada a bala realiza um movimento para a frente e a arma, por con-
servação de momento, realiza um movimento para trás realizando um coice em quem a dispara.
2.8.1. Impulso
O Impulso é dado pela variação do momento linear. Se quisessemos somar todos os momentos ao
longo de um movimento podíamos dar uso às integrais. Temos então:
p
⃗f tf
d⃗p
I⃗ = ∆⃗p = d⃗p = F⃗ dt =⇒ F⃗ =
p
⃗i ti dt
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Capítulo 2. Mecânica
⃗
N
F⃗ac = µc N y
F⃗aemax
F⃗a F⃗
F⃗ac
P⃗ x
Devemos então notar que, para qualquer movimento em que o atrito esteja incluído, temos que:
µc < µe
F⃗a ⃗
N
y
θ
P⃗
x
θ
20
Capítulo 2. Mecânica
Vamos então analisar as condições para cada uma das direções x e y. É de notar que dado que
não existe movimento, a aceleração deve ser nula. Vamos então ter:
(
x̂ : mg sin θ − Fa = 0 ⇔ Fa = mg sin θ
ŷ : −mg cos θ + N = 0 ⇔ N = mg cos θ
Ângulo Limite:
( (
x̂ : mg sin θ − Fa = 0 mg sin θmax − µe N = 0
⇔
ŷ : −mg cos θ + N = 0 N = mg cos θmax
=⇒ mg sin θmax = µe mg cos θmax
⇔ tan θmax = µe ⇔ θmax = arctan (µe )
Quando o ângulo ultrapassa o limite, vamos passar a ter atrito cinético, vamos ter então:
mg sin θ − µc N = max
⇔mg sin θ − µc mg cos θ = max ⇔ ax = g (sin θ − µc cos θ)
F⃗S = −α⃗v
F⃗S = −αv⃗2
21
Capítulo 2. Mecânica
Vamos agora analisar o caso do movimento de um projétil sujeito apenas à Força de Stokes e ao
seu Peso.
y
⃗g
0 x
22
Capítulo 2. Mecânica
23
Capítulo 2. Mecânica
dθ
Vamos calcular o caminho entre 0 e 2π. Sabemos que o arco infinitesimal (e pedaço de caminho)
é dado por:
d⃗r = rdθθ̂
Assim, supondo que a força F⃗ é tangencial a ⃗r, vamos ter:
2π 2π 2π 2π
WF⃗ = F⃗ · d⃗r = F dr cos θ = F r cos θ dθ = F r sin θ = F r [0 − 0] = 0
0 0 0 0
Sabendo que: b
cos θ dθ = [sin b − sin a]
a
Assim, para qualquer caminho fechado o trabalho de uma força é sempre 0. Isto pode ser provado
de uma maneira mais geral com a relação entre o trabalho de uma força e a energia potencial, que
depende dos pontos iniciais e finais. Dado que são iguais, a energia potencial U é 0 assim como o
trabalho.
Nota: A integral de caminho fechado é denotada da forma:
I= F (x) dx
24
Capítulo 2. Mecânica
dEc d⃗r
= F⃗r ·
dt dt
dEc d⃗r ⃗ d⃗r
⇔ = F⃗C · + FN.C. ·
dt dt dt
dEc dU dWF⃗N.C.
⇔ =− + ⇔ d (Ec + U ) = dWF⃗N.C.
dt dt dt
Vamos definir uma nova unidade por energia mecânica que corresponde à energia total do sistema
(sistema em que a energia interna é desprezável). Assim, vamos ter:
Ec + U = Em =⇒ dEm = dWF⃗N.C.
⇔ dEm = dWF⃗N.C.
⇔∆Em = WF⃗N.C.
Concluímos então que a energia mecânica dum sistema se mantém constante se não houverem
forças não conservativas a serem atuadas.
l
θ T⃗
0 P⃗
25
Capítulo 2. Mecânica
WF⃗N.C. = 0 =⇒ ∆Em = 0
y
F⃗a ⃗
N
d x
θ
P⃗
h
θ
26
Capítulo 2. Mecânica
θ
x
v2 ω 2 R2
⃗a = − r̂ = − r̂ = −ω 2 Rr̂ v = ωR
R R
Podemos então dizer que:
d2 x
ax = −ω 2 x ⇔ = −ω 2 x
dt2
Esta equação diferencial tem uma solução do tipo:
x = R cos (ωt + θ0 )
Em que (ωt + θ0 ) é a fase do movimento. Como iremos ver a seguir, esta é a equação de um
oscilador harmónico, sendo R a amplitude do movimento.
27
Capítulo 2. Mecânica
0
x
x F⃗
ℓ0
m
dx(t)
x(t) = A cos (ωt + θ0 ) v(t) = = −Aω sin (ωt + θ0 )
dt
Sendo A a amplitude do movimento. Assim, quando a fase se iguala a (kπ, k ∈ Z) temos a
maior enlongação possível, com x(t) = A.
x T vx
A Aω
π 3π π 3π
2 π 2 2π t 2 π 2 2π t
−A −Aω
ax
Aω 2
π 3π
2 π 2 2π t
−Aω 2
28
Capítulo 2. Mecânica
1
⇔ Ue = − kx2 + C =⇒ C = Constante de integração
2
y
Em
Ec
Ue
-A A x
29
Capítulo 2. Mecânica
d2 U
>0
dx2 x0
d2 U
<0
dx2 x0
Porém, devido à Terceira Lei de Newton iremos ter que as forças interiores se anulam devido à
ação reação, ou seja:
F⃗interiores = ⃗0 =⇒ F⃗r = F⃗exteriores
30
Capítulo 2. Mecânica
d⃗p1 + · · · + d⃗pn d
F⃗exteriores = F⃗1 + · · · + F⃗n = = p⃗total
dt dt
Ou seja, temos que:
v1 v2
1 2
Vamos dar uso ao conceito de momento linear e a relação do mesmo com a força resultante de
um sistema. Sabemos que:
1
mA = 2mB ⃗vA = − ⃗vB
2
Assim, o momento linear do sistema é:
1
p⃗total = mA⃗vA + mB ⃗vB = −2mb ⃗vB + mb⃗vB = ⃗0
2
Assim, temos que:
d⃗ptotal
= 0 =⇒ F⃗r = ⃗0
dt
Como nenhuma força está a ser atuada no sistema, a prancha não se move em nenhuma direção
(o Peso e Força Normal de cada corpo anula-se).
31
Capítulo 2. Mecânica
⃗rCM Σ
⃗ri
0 x
Sendo:
1 2
M vCM → Ec de translação
2
i=n
X 1
mi⃗vi ′ → Ec relativa ao centro de massa
i=1
2
32
Capítulo 2. Mecânica
m2
F⃗2,1
F⃗1,2
m1
d⃗v1 F⃗1,2
=
dt m1
d⃗v2 ⃗
F2,1
=
dt m2
Sendo ⃗v1 − ⃗v2 a velocidade relativa temos:
F⃗1,2 F⃗2,1
d (⃗v1 − ⃗v2 ) ⃗ 1 1
= − = F1,2 +
dt m1 m2 m1 m2
Vamos definir uma nova unidade µ dada por:
1 m1 m2
µ= 1 1 =
m1
+ m2
m1 + m2
2.13.5. Colisões
Numa colisão, temos um sistema de n partículas (geralmente 2) em que o momento linear do
sistema é conservada. Temos portanto:
−−−−−→
F⃗exteriores = ⃗0 ⃗vCM = constante
33
Capítulo 2. Mecânica
2.14. Momento
2.14.1. Momento de uma força relativamente a um ponto
O momento de uma força, que a partir de agora iremos chamar de Torque τ , é uma grandeza
que mede a tendência de uma força rotacional alterar a rotação de um objeto em torno de um
eixo. Na figura abaixo temos um movimento de rotação em torno de um ponto P . O vetor ⃗r é
⃗v F⃗
Assim, para ⃗r ∥ F⃗ temos que o momento é 0, dado que o produto vetorial segue a propriedade:
34
Capítulo 2. Mecânica
⃗r
⃗v
⃗ = ⃗r × p⃗ = m⃗r × ⃗v
L
⃗
dL d (m⃗r × ⃗v ) d⃗r d⃗v
= = m × ⃗v + m⃗r × = m⃗r × ⃗a = ⃗r × F⃗ = τF⃗
dt dt dt dt
Aqui temos que:
d⃗r
× ⃗v = ⃗v × ⃗v = ⃗0
dt
Nota: O produto vetorial "×"segue as propriedades da derivada de uma multiplicação.
⃗ i=n i=n
⃗ i = dL i
X X
M ⃗ =
M ⃗i
M ⃗ =
L ⃗i
L
dt i=1 i=1
Devido à Terceira Lei de Newton já vista noutros capítulos, temos que uma força faz sempre parte
de um par ação-reação. Assim, para duas partículas i e j de um sistema, o momento total é nulo.
i=n
X i=n
X
⃗ int =
M ⃗ int =
M ⃗⃗ +M
M ⃗⃗
i Fi,j Fj,i = 0
i=1 i̸=j
Vamos considerar daqui para a frente que para qualquer sistema de n partículas o momento inte-
rior é sempre nulo.
35
Capítulo 2. Mecânica
⃗rCM Σ
⃗ri
0 x
36
Capítulo 2. Mecânica
2.14.6. Binário
Vamos analisar a figura seguinte:
P F⃗1 = −F⃗2 F⃗
−⃗rP F⃗2
⃗r1 O ⃗r2
F⃗1
37
Capítulo 2. Mecânica
2. Cilindro Oco:
O momento de inércia de um cilindro oco (cilindro fino) em relação ao seu eixo central é:
I = mr2
38
Capítulo 2. Mecânica
⃗r1
⃗r2
39
Capítulo 2. Mecânica
y
ω
⃗
0 x
⃗vCM
⃗r
⃗vP = ⃗0
⃗ × ⃗r
⃗vP = ⃗vCM + ω
⃗0 = ⃗vCM + (−ω ẑ) × (−rŷ)
⃗vCM = ωrx̂
40
Capítulo 2. Mecânica
1 1
Ec = M vCM + Iω 2
2 2
1 1 vCM 2
= M vCM + I
2 2 r
1 I 2
= M + 2 vCM
2 r
Podemos dividir este resultado em duas situações. A massa do disco pode estar concentrada na
periferia da roda ou a massa pode-se distribuir uniformemente ao longo da roda. Para a primeira
situação temos:
I = M r2
Assim, ficamos com:
M r2
1 2 2
Ec = M+ 2 vCM = M vCM
2 r
Para a segunda situação temos:
M r2
I=
2
Assim, vamos ter:
M r2
1 3 2
Ec = M+ 2
= M vCM
2 2r 4
ω
⃗
y
⃗
N
F⃗a x
P⃗
θ
41
Capítulo 2. Mecânica
F⃗a + P⃗ + N
⃗ = F⃗r ⇔ ma = mg sin θ − Fa
Devemos agora considerar o torque das forças aplicadas no corpo. Se supormos que o referencial
se encontra no centro de massa, a única força que irá realizar torque será a força de atrito. Temos
então:
⃗r × F⃗a = I⃗
α
⇔ − rŷ × −Fa x̂ = −Iαẑ
Iα
⇔ − rFa ẑ = −Iαẑ ⇔ Fa =
r
Relembrando que a soma dos momentos de um sistema é dado por:
⃗τtotal = I⃗
α
5
a = mg sin θ
7
Para a situação sem escorregamento devemos ter sempre:
Fa ≤ µN
Assim, temos:
Ia 2 7
2
≤ µmg cos θ ⇔ mg sin θ ≤ µmg cos θ ⇔ θ ≤ arctan µ
r 7 2
42
Capítulo 2. Mecânica
d
⃗r2,1
⃗r1,2 M
m
F⃗2,1 F⃗1,2
W = F⃗ · ⃗r
43
Capítulo 2. Mecânica
⃗v
F⃗g
44
Capítulo 2. Mecânica
GMT
Se considerarmos g = 2
RT
vamos ter:
GMT m
Ug = − + mgh
RT
mv 2 GmM
=
r r2
1 1 GmM
⇔ mv 2 = =⇒ 2Ec + Ug = 0
|2 {z } |2 {zr }
Ec − 12 Ug
Apesar de não parecer útil o Teorema do Virial é um teorema útil na análise de sistemas com
órbitas e muito mais.
45
Capítulo 2. Mecânica
d⃗r
θ
θ
⃗r
Concluimos então, que se F⃗ é central, o vetor ⃗r varre áreas iguais em tempos iguais.
46
Capítulo 2. Mecânica
y Área = πab
b a
c x
F F
A figura representa uma elipse (órbita da Terra à volta do Sol). Suponha-se que o Sol se encontra
num dos focos F e a Terra em algum ponto da elipse. Vamos ter:
• Ra - Raio no Afélio (maior afastamento do Sol)
• Rp - Raio no Perifélio (menor afastamento do Sol)
• va - Velocidade no Afélio
• vp - Velocidade no Perifélio
Numa elipse temos:
• F - Foco de uma elipse.Os focos de uma elipse são, por definição, dois pontos cuja distân-
cias até qualquer ponto na elipse é uma constante.
• c- Eixo maior da elipse.
• b- Eixo menor da elipse (perpendicular ao eixo maior).
• a2 = b 2 + c 2 .
• e- Excentricidade de uma elipse dada por e = ac .
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Capítulo 2. Mecânica
⃗ vamos ter:
Assim, por conservação de L
Ra va = Rp vp
vp Rp 1−e
⇔ va = = vp
Ra 1+e
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