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T.-15. A imagem estática e em movimento.

Origem e
evolução. Imagens sequenciadas. A montagem.

INTRODUÇÃO:
**Sociedade baseada na imagem.
Já havíamos visto em temas anteriores como o dinamismo
foi uma característica muito presente em um grande
número de imagens ao longo da história. A captura do
movimento traz mimese, um senso de real, daí esse
aspecto ter sido tão desenvolvido, chegando até mesmo a
objetivos surpreendentes como a realidade virtual. Neste
tópico falaremos sobre como a imagem é portadora de
movimento real e representado, bem como quais são seus
principais meios expressivos.

A IMPORTÂNCIA DO MOVIMENTO:
MOVIMENTO é uma "mudança de posição no espaço de um corpo em relação a si mesmo
e ao seu entorno. O movimento implica um fator de trajetória e tempo." Do ponto de vista
da imagem, a captura do movimento, seja de que forma for, torna a imagem mais próxima
da realidade, ou seja, mais mimética ao mesmo tempo em que fornece mais informações
ao espectador. Se vamos relacionar a imagem com o dinamismo, teremos que entender
que tipos de movimentos encontraremos nas imagens:

• MOVIMENTO REAL:(FILME E DESENHOS ANIMADOS) Será aquela em que um


objeto ou parte dele, muda de posição no espaço em relação a si mesmo e ao que o
cerca. Esse movimento existe como tal e, portanto, possuirá as características do
movimento: trajetória, é o vetor a partir do qual ele parte e sobre o qual se move
(essas trajetórias proporcionam mais movimento quando são curvadas); Velocidade,
é a relação entre o tempo e o espaço percorrido. Uma imagem real traz movimento
real e, por fim, o tempo gasto. A disciplina mais representativa desse movimento real
é o CINEMA, e cuidaremos de suas características mais adiante.

• MOVIMENTO REPRESENTADO:(QUADRINHOS E STORY-BOARD) É o


movimento representado que é falsificado. Seu uso é muito comum por sua
praticidade, ou seja, utilizando uma série de mecanismos, mais ou menos fáceis,
conseguimos representar a ideia de movimento.
O desenvolvimento do tema seguirá uma linha de evolução lógica e relacionada a este
movimento:

MOVIMENTO EM... A IMAGEM ESTÁTICA- >IMAGEM SEQUENCIADA (QUADRINHOS E


CINEMA)
O MOVIMENTO REPRESENTOU:
Sempre que falarmos de movimento representado, faremos isso relacionando-o com a
IMAGEM ESTÁTICA. Como tal, entenderemos qualquer tipo de imagem, seja de origem
mecânica, manual ou eletrônica.
Nelas, a sensação de movimento é alcançada de várias maneiras já mencionadas em
tópicos anteriores:

------------------------------------------------------------------------Item 10
1. ORTOGONALIDADE / OBLICUIDAD: vivemos em uma sociedade ortogonal, ou seja,
atormentada por horizontais e verticais, por uma razão eminentemente prática. Nosso olho, e
por relação direta, nosso cérebro se acostumou com essa "estabilidade" (os esquimós não
entendem as verticais), de modo que tudo oblíquo produz a sensação de instável e, portanto,
de movimento (lembre-se da imagem torta).

2. RETA/CURVA: Além da ortogonal, os vetores curvos impõem uma sensação de movimento


maior do que a reta, talvez induzida pela ideia da própria roda, ou talvez por outros motivos,
mas a realidade é que as curvas, e se mudam constantemente de direção muito mais, trazem
dinamismo suficiente a uma imagem.

3. CONSTÂNCIA/ALTERNÂNCIA: dentro de uma imagem, a constância de fatores (formas,


espaços, cores, texturas etc.) provoca um ritmo constante e, portanto, pouco dinamismo. Esta
seção será estudada em profundidade em RITMOS.
Levando em conta essas diretrizes, utilizamos os diferentes atributos gráfico-plásticos e
suas relações em prol do dinamismo...
FORMAS: seja ponto, linha e plano, as formas dentro de uma imagem influenciarão seu
dinamismo.as formas curvas e oblíquas mais dinâmicas, as formas retas e ortogonais mais
estáticas. As linhas fornecem mais movimento do que os pontos e os planos do que as
linhas. A alternância de curvas diferentes traz muito dinamismo. (Guggenheim/Casa da
Cachoeira).
Há também uma série de "regras" que são dadas como certas e que simbolizam o
movimento, através de diferentes formas (geralmente são linhas e são usadas em
quadrinhos):
FADE LINES: São linhas que indicam as posições anteriores e até mesmo o movimento do objeto. Eles
fornecem dinamismo porque dão uma ideia de como e de onde o objeto se move.
VETORES DE DIREÇÃO: são representados para indicar a direção do movimento, e que há movimento. Eles
estão relacionados com os anteriores, embora tenham uma natureza diferente.
LINHAS IMBÓLICAS: são aquelas que visam expressar um movimento específico, bem como uma velocidade.
Há uma grande variedade, e cada uma delas representa um aspecto dinâmico.
CORES: a cor está associada à sua alternância (será vista na seção de ritmos) e também
às suas gradações. Ou seja, a passagem de uma cor para outra, ou para outras cores traz
movimento. Quanto mais rico cromaticamente, mais dinamismo.

TEXTURAS: as texturas proporcionam movimento porque geram ritmos. Além disso,


porque envolvem direções e curvas oblíquas. Além de refletir mais luz (será estudado no
tópico de LUZ)
A LUZ:A luz está intimamente relacionada com os ritmos e a composição.Uma vez que
cria contrastes de luz (chiaroscuro) e tem, em muitos casos uma direção, portanto, gera
uma tensão visual.

DINAMISMO ATRAVÉS DE ELEMENTOS NÃO FORMAIS:


A sensação de movimento não é transmitida apenas através de elementos visíveis. Existem
fatores perceptíveis e não visíveis que são capazes de induzir uma sensação de movimento
quase maior do que os elementos visíveis. Falamos de dois aspectos básicos: COMPOSIÇÃO
e CONHECIMENTO ou EXPERIÊNCIA do espectador.
**Todos esses aspectos serão estudados em profundidade no tópico de Forma e
Composição.

COMPOSIÇÃO: Uma composição da imagem envolve uma ordenação de elementos, e


cada arranjo causará um dinamismo diferente. Dentro da composição devemos destacar:

Forças visuais: são vetores que unem elementos.


Pesos visuais: o "peso relativo" dos objetos.
Equilíbrio ou desequilíbrio: o desequilíbrio é instável e, portanto, dinâmico.

CONHECIMENTO/EXPERIÊNCIA: todo espectador "sabe" coisas, que interferem na


percepção de uma imagem, criando uma tensão visual. (Se em um quadro há uma pessoa
olhando em uma direção, ela está criando um vetor dinâmico e nos induz a olhar.) Outro
aspecto relacionado obtém vetores pela capacidade do espectador de deduzir (se houver
uma bola na borda de uma mesa, não podemos deixar de pensar que ela cairá e haverá
um vetor de movimento).

RITMOS COMO ELEMENTOS DINÂMICOS:

O RITMO , do ponto de vista icônico, aparece quando uma ou mais formas visuais se
repetem dentro de uma composição.Essas formas podem envolver cores, luzes ou texturas,
então, de modo geral, qualquer fator gera natureza rítmica. Como as formas são muitas e
as repetições muitas outras, haverá, portanto, diferentes tipos de ritmos: .. Todos eles
podem interagir.
O ritmo tem um fator determinante: a VELOCIDADE.Quanto maior a alternância, maior
a velocidade.
RITMO UNIFORME: será aquele em que algum elemento formal, cromático, textural ou
luminoso se repete de forma ordenada.
RITMO ALTERNADO: se dois ou mais elementos são repetidos, ritmos alternados são
gerados. Existe uma variante chamada RITMO ALTERNATIVO POR SIMETRIA.
RITMO DECRESCENTE/CRESCENTE: ocorre quando os elementos repetidos estão
diminuindo ou crescendo em suas qualidades de tamanho, intensidade.. etc.
RITMO CIRCULAR: é aquele que se baseia na circunferência como diretriz.

EFEITOS ÓPTICOS: MOVIMENTO INDUZIDO:


Talvez por sua importância vale a pena mencionar os efeitos ópticos para a criação de
sensação de movimento. Com eles, formas e posições são representadas "no meio do
caminho", fato que para o nosso cérebro é um problema para assimilar, e causa
ambiguidade de sensações e, portanto, movimento.

O TEMPO PARA A SENSAÇÃO DE MOVIMENTO:


Um dos fatores que mais ajudam na sensação de movimento é o tempo, já que ele é
inerente a qualquer imagem. O tempo dentro de uma imagem pode ser.................

INEXISTENTE: não há momento em que uma imagem


represente uma cena de quietude que não faça referência a
momentos passados ou futuros. Esse tipo de representação é
bastante comum, e é necessário para a compreensão das
demais (duas faces da mesma moeda).

MÚLTIPLO: ocorre quando na mesma cena ou


imagem são representados momentos diferentes
referentes ao mesmo objeto ou pessoa. Não

esses tipos de representações são muito comuns, embora, talvez por


sua importância, devamos mencionar alguns artistas famosos que as
utilizaram, como MASACCIO ou DUCHAMP. Uma variante desse tipo
de representação é o que chamamos de tempo TOTAL, em que
todos os momentos são representados desde a origem até o fim.
PARADO: é conhecido como uma imagem do tempo parado àquele em que uma cena é
representada em transição de uma origem para um fim.
Eles geralmente produzem instabilidade e seu uso é mais
anedótico do que prático.

ASSUMIDO: presume-se o tempo em que a cena


representa a última etapa do movimento, e se intuí, com a
ajuda de estratégias visuais ou não, como tem sido.

A IMAGEM ESTÁTICA SEQUENCIADA: A HISTÓRIA EM


QUADRINHOS e a HISTÓRIA-
TÁBUA.

A SEQUÊNCIA refere-se ao conjunto de elementos ordenados que são integrados dentro


de um enredo. Aplicado à imagem, um tipo sequencial, será parte de um todo, e não é
compreendido de forma independente, mas enquadrado dentro do todo. Os expoentes
máximos desta imagem estática sequenciada são:

O QUE VEM:

A banda desenhada, banda desenhada ou banda desenhada é definida como... "o


conjunto de desenhos ou imagens que constituem uma história, com ou sem
texto".Sendo assim, podemos dizer que a HQ é
um tipo de comunicação verbo-icônica. Com uma linguagem narrativa e
personagens específicos e, geralmente, orientados para a distração.
As tipologias dos quadrinhos são muito diversas: gêneros (histórico, lírico, épico,
dramático); Estilos (mangá, abstrato, história em quadrinhos, história em quadrinhos..)
Suportes (digital, papel,..)

Como em qualquer estrutura narrativa, os quadrinhos são analisáveis em um


número de unidades dotadas de significado. Podemos distinguir entre:
1 .- Macrounidades significativas. Referem-se à globalidade do objeto estético e,
portanto, têm um caráter sintético. A estrutura da publicação
adotada (página em quadrinhos, meia página, tira diária, etc.), a cor
e os estilos e gráficos do cartunista pertencem a esta categoria...
..2**

3 .- Microunidades significativas. Todos os elementos que


definem, compõem e estão integrados na vinheta. Essas
microunidades incluiriam o enquadramento, o balão, o
**2.- Unidades significativas. São as vinhetas ou pictogramas.
Dentro deste conjunto podemos diferenciar os seguintes elementos:
onomatopeias e figuras cinéticas.
– A vinheta: é a representação pictográfica do espaço mínimo e do tempo significativo
que constitui a unidade da montagem de uma história em quadrinhos. Graças às
convenções de sua leitura, adquire uma dimensão temporal, apesar de ser composto
por signos estáticos.
– O enquadramento: delimitação bidimensional que relaciona a superfície do papel
sobre o qual é desenhado e o espaço representado figurativamente. Tomando a
figura humana como ponto de referência, vários tipos de plano podem ser
distinguidos (plano geral grande; plano geral; plano americano; plano médio (longo,
curto e médio: joelhos, peito e cintura);p plano rimer;primeiro plano;plano de
detalhe

G.Plano geral Plano geral Avião americano

primeiro Muito de perto Plano de


plano detalhe
Além dos planos, o ângulo com que o plano é olhado é importante e eles são,
basicamente: angulação normal, esburacado, contrapicado e aberrante. (esquerda-direita)

Microunidades significativas
Eles são exclusivos dos quadrinhos, mas não essenciais para sua expressão.
– Sanduíche ou balão. Convenção específica dos quadrinhos que visa integrar
graficamente o texto dos diálogos ou os pensamentos dos personagens na
estrutura icônica da vinheta. Os sanduíches têm diferentes formatos que servem
diferentes funções:

- Tipografia. Personalização de textos através de estilizações gráficas mais ou menos


elaboradas.
- Metáforas visualizadas. Convenção gráfica típica dos quadrinhos que expressa o
estado físico dos personagens através de signos icônicos de natureza metafórica.
Exemplo: ponto de interrogação, indica perplexidade.
- Onomatopeias. Fonemas graficamente valiosos que acusticamente sugerem ao leitor o
ruído de uma ação ou de um animal.
- Figuras cinéticas. Convenção gráfica que expressa ilusão de movimento ou a trajetória
dos celulares
O STORYBOARD:
Um storyboard ou storyboard é um conjunto de ilustrações mostradas em sequência com
o objetivo de servir como um guia para entender uma história, visualizar uma animação ou
seguir a estrutura de um filme antes de ser feito ou filmado. Trata-se, portanto, de um
passo intermediário entre os quadrinhos e a linguagem cinematográfica.
É usado como planejamento antes da filmagem de cenas e sequências; Ele
determina o tipo de enquadramento e o ângulo de visão a ser usado. Ele serve
como um guia para o diretor e foi desenvolvido no estúdio Walt Disney durante o
início dos anos 30.

Tipo de tiro: Ctaso-up Erro de digitação: Modtum Mdo Tipo de disparo: Tiro médio
Câmera: Steadicam tiro largo
Câmera: SteaOcam Câmera: S*eadfcnm

Ação: Tim ri baH de volta. Ação: Casal se afasta do bar com bebidas e Ação: Eles saem do quadro e entram da
ajuda-a com suas duas esbarra em Tim enquanto Tim câmera e Tim vai para a mesa
bebidas sai de > um olá desajeitado Tipo de disparo: Tiro médio largo a largo
Ram: Steadicam puxa para trás, o ângulo
Sho! tipo: Tiro médio wrde está sujo
Câmera: Steadicam Lente: 10 graus até baixo

Tipo de tiro: Médio largo


Câmera; Steadicam

Os aspectos mais importantes a serem levados em conta dentro do Story board são:

A NARRAÇÃO, PLANOS, TIPOS DE TIRO, MOVIMENTOS DE CÂMERA E DESENHO E


IMAGEM.
O MOVIMENTO REAL: CINEMA

Como vimos no tópico 10, a sensação de movimento real é produzida por um efeito que
conhecemos como EFEITO ESTROBOSCÓPICO: "Quando dois estímulos ocorrem
em rápida sucessão e a uma certa distância um do outro, eles tendem a
aparecer como um único objeto visual em movimento, esse movimento sendo
produzido e passando do lugar do primeiro estímulo para o do segundo". Esse fenômeno
de movimento aparente ou estroboscópico depende fundamentalmente do intervalo de
tempo entre o primeiro e o segundo estímulo ou flash, que geralmente varia entre 55 e 65
milissegundos, se você quiser conseguir um bom movimento aparente. Tanto o cinema
quanto os desenhos animados são baseados nele.

O CINEMA:
O cinema é uma técnica artística que se baseia na projeção de quadros (imagens
impressas) rapidamente (efeito estroboscópica) para produzir uma sensação de
movimento real.
A origem do cinema remonta a 1894 com um dispositivo que Edison inventou e
chamou de cinematoscópio, muito rudimentar mas capaz de representar com sombras a
ideia de movimento.
De acordo com suas características, muito semelhantes às dos quadrinhos, do cinema
poderíamos destacar os seguintes aspectos.

PLANEAMENTO; ANGULAÇÃO; MOV.DE CÂMERA; HORA; ASSEMBLÉIA

PLANEJAMENTO: abrange todos os planos de câmera possíveis. Vamos distinguir


aqueles que se referem à pessoa: geral, americano, primeiro plano, muito close-up. E os
que se referem à cena:
Mapa panorâmico geral:

É um filme que aborda muitos elementos muito distantes. Nele,


os personagens terão menos importância do que a paisagem. Por
exemplo, uma cabana na floresta vista de longe. As pessoas vão
parecer pequenas.

• Plano geral
Ele introduz o espectador à situação, dá-lhe uma visão geral e
informa-o sobre o lugar e as condições em que a ação ocorre.

Planeje para que o espectador possa se orientar e tomar conta da situação.


Geralmente é colocado no início de uma sequência narrativa. Em um plano geral, muitos
elementos são geralmente incluídos, então sua duração na tela deve ser maior do que a
de um primeiro Ele pode ser feito de várias maneiras, de acordo com seu grau de
generalidade.
• *Avião americano; Primeiro plano; Primeiro plano; plano de detalhe.

• Desenho da sequência:
É uma forma de filmar, em que em um único plano são feitas todas as mudanças e
movimentos de câmera necessários. O diretor não quebra o tiro e aos poucos nos mostra
toda uma série de fatos. Eles não costumam se tornar muito longos por causa da
dificuldade de filmagem que acarretam. (KILL BILL)

• Plano subjetivo:
A câmera capta qual é a visão do personagem.

ANGULAÇÃO: existem diferentes angulações em relação ao que é filmado e são elas:


• FRONTAL
• LATERAL
• CORTADO
• CONTRAPICADO
• ZENITAL
• VISTA PANORÂMICA

MOVIMENTO DE CÂMERA: Além do planejamento, capturar imagens através do


movimento traz muita riqueza para o filme. Os movimentos mais importantes podem ser
classificados em:

Movimentos na mesma câmera:


São aqueles que são criados pelas propriedades do mecanismo fotográfico. Os mais
conhecidos são os SLOW MOTION (é conseguido acelerando a velocidade de gravação e
normalizando a velocidade de projeção); CÂMERA ACELERADA (exatamente o oposto)

Movimentos da câmera sobre si mesma:


Eles são alcançados quando a câmera gira em uma plataforma esférica. Com esse
avanço, PANORAMAS HORIZONTAIS, VERTICAIS E OBLÍQUOS são alcançados.
Movimentos externos à câmera:
Ao contrário do anterior, há movimentos onde é a própria câmera que se move da
situação.Com esse movimento temos o TRAVELLING, que poderíamos dividir em 3:
TERRESTRE; AR;ÓPTICO(ZOOM)
A ASSEMBLEIA:
Seja quadrinho ou cinema, a colocação de imagens não costuma ser aleatória, mas segue
um propósito pré-determinado que costumamos definir como...
MONTAGEM: é a ordenação narrativa e rítmica dos elementos objetivos da história.
O processo de escolher, ordenar e emendar todos os tiros de acordo com uma ideia
prévia e um determinado ritmo.
A expressão da montagem é o elemento mais importante de todas as anteriores e fruto de
todas elas. A escolha, o ritmo, a medida vão em busca de nos dar um sentido. Porque
imagens únicas podem adquirir um novo significado ao se unirem.

O espaço e o tempo do filme entram em jogo: a elipse é a supressão de


elementos narrativos e descritivos de uma história, de modo que, apesar de suprimidos,
dados suficientes são dados para poder assumi-los como existentes.
A ELIPSE NARRATIVA é motivada pela necessidade de cortar em tempo real,
por...
• razões narrativas (provocando interesse, sensações...),
• Razões técnicas de filmagem ou interpretação que impossibilitem a filmagem de
certos eventos (acidentes, catástrofes...)
• razões éticas que impedem a representação de assuntos incômodos (mortes reais,
execuções...)

ASPECTOS IMPORTANTES DA MONTAGEM:


Escala: Os cortes de cada cena, que envolvem supressão de quadros, de um
movimento, não podem ser arbitrários. Uma pequena mudança de imagem produz um
desconforto visual, é um salto de imagem.

Angulação: Quando o erro acima é aplicado à angulação, trata-se de um salto de eixo,


um efeito óptico que ocorre quando os eixos da ação são cruzados e, portanto, uma falsa
perspectiva é dada na continuidade dos planos correlativos.

Direção de personagens ou objetos: Trata-se de produzir a impressão certa


no caso da direção dos personagens em diferentes planos. Movimentos de direções
diferentes devem ser tomados em direções opostas, e movimentos na mesma direção nas
mesmas direções. O erro é o salto do eixo. Tem que haver "raccord" ou continuidade.
Além disso, nas ações estáticas, a direção dos olhares dos personagens determina o eixo
de ação, que é a linha imaginária ao longo da qual a ação dos personagens se desenvolve
no espaço.
Montagem por movimento: Em qualquer montagem em movimento, as figuras
que se seguem devem ser semelhantes, apenas diferentes em sua magnitude e posição.
Velocidade: Você pode variar a velocidade dos tiros a qualquer momento para
aumentar ou diminuir o interesse. A velocidade da montagem deve responder ao
desenvolvimento do episódio, não à sua velocidade física ou à sua velocidade dramática.

Distância focal: Deve manter-se inalterado. Se não, há um salto de distâncias.

SEQUÊNCIA DE PLANOS:
Existem diferentes formas de realizar a sequência de planos, ou seja, a união ou
separação dos planos da montagem. São basicamente :

■ Por corte: as imagens de um avião sucedem as do anterior sem qualquer processo


intercorrente.

■ Ao desaparecer em preto: a cena escurece até que nada seja visto. O oposto é a
abertura preta.

■ Por encadeamento: Uma nova cena aparece em cima de uma antiga que se funde
por superposição.

■ Por cortina: A progressão de uma imagem na tela faz com que a imagem anterior
desapareça por deslocamento. Existem diferentes tipos de cortina.

■ Por pan: panorama rápido que apaga a nitidez de uma imagem e dá lugar ao
próximo plano.

TIPOS DE MONTAGEM:

➔ Dependendo da escala e duração do desenho:

Analítico: Baseado em quadros que contêm fotos curtas e geralmente de curta duração.
Presta-se mais ao expressivo e ao psicológico. A realidade é analisada estudando-a em
partes. Um ritmo rápido é criado em sucessão.

Sintético: Baseado em quadros que contêm tiros longos e muitas vezes uso de
profundidade de campo. Dá-se uma visão mais completa da realidade, sem a vontade de
análise. À medida que mais objetos e mais fatos aparecem, são necessários quadros de
maior duração para ter tempo de leitura suficiente.

➔ De acordo com a visão de toda a história cinematográfica:

Narrativa: Tem como objetivo narrar uma série de fatos. Talvez:

• Linear: Aquela que segue uma única ação desenvolvida por uma sucessão de
cenas em ordem cronológica.

• Invertido: A ordem cronológica da história é alternada a partir de uma


temporalidade subjetiva de um personagem ou da busca por mais drama.

• Paralelo: Duas ou mais cenas, independentes cronologicamente, desenvolvem-se


simultaneamente criando uma associação de ideias no espectador. O objetivo é
trazer um significado a partir de sua comparação. Uma característica é sua
indiferença temporal, onde não importa que as diferentes ações alternadas
aconteçam em momentos diferentes ou muito distantes umas das outras.

• Alternar: É equivalente ao anterior, baseado na justaposição de duas ou mais


ações, mas entre estas há estrita correspondência temporal e elas geralmente se
juntam no mesmo evento no final do filme ou sequência.

Expressivo: Acima de tudo, tenta uma interpretação artística ou ideológica da


realidade cinematográfica que quer mostrar no decorrer de um filme. Talvez:

Métrica: Baseia-se no comprimento dos fragmentos.

Rítmico: Dependendo tanto do comprimento dos planos quanto da composição dos


quadros. Ele tenta sublinhar o impacto psicológico com um segundo sentimento confiante
para o ritmo do filme. A realidade é distorcida de alguma forma, o ritmo real de um evento
é adiado ou acelerado de acordo com o que o autor quer provocar.

Tonal: Componentes como movimento, som emocional e tom de cada plano estão
envolvidos.

Harmônico: Resultado do conflito entre o tom principal do fragmento e a harmonia.

Ideológico: Busca um sentido mais intelectual na narração dos fatos, criando ou


evidenciando diferentes tipos de relações entre eventos, objetos, pessoas... Temporal,
espacial, causal, consecutiva, analogia, contraste...

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