Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Infográfico Animado:
Narrativas visuais No Design
RESUMO
A busca de pesquisar o movimento ilusório criado a partir do motion design, na intenção de compreender o
atributo temporal como elemento norteador projetual. O método para construir o pensamento teórico do
infográfico animado parte da relação e hibridização entre o motiongraphic e o infográfico estático. Após a
construção do que vem a ser o infográfico animado, foi possível perceber uma ramificação para diferentes tipos
de infográficos animados, que vão do vídeo a animações em loop.
Palavras-chave:
Keywords: Motion-Infographic, Animation Infographic, Animation Information, Animation Design
INTRODUÇÃO
1
Possui Mestrado em Design na Universidade Anhembi Morumbi e graduação em Tecnologia em Produção Multimídia ?
Design de Animação pela Universidade Anhembi Morumbi (2011). Tem experiência na área de Artes, com ênfase em
Produções Multimídias. Ministrou palestras na Universidade Anhembi Morumbi e PUC - Campinas. Contem premio de
animação em 2011 no Brasil. Contem premio de animação em 2011 na Espanha. Concluiu o Curso de Motion Design pela
instituição Melies escola de cinema, 3D e animação. Concluiu o Curso de Modelagem 3D pela instituição Melies escola de
cinema, 3D e animação. Trabalhou na BDT Filmes como Editor de Video e Motion designer por 3 anos. Juri no festival de
animação internacional Animarte 2015, 2016 e 2017. Promove Workshop sobre Impressão 3D e Motion Graphics.
2
Pesquisadora e Docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Linguagens, Midia e Arte da Pontifícia
Universidade Católica de Campinas. Consultora Ad Hoc da CAPES e FAPESP. Colaboradora da Leonardo Digital Review.
Membro do Grupo de Pesquisa Produção e Pesquisa em Arte. Artista nas interlocuções entre arte, design e tecnologia.
Investiga interfaces multisensoriais e espacialidades urbanas. Possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade de
São Paulo USP, mestrado e doutorado em Multimeios pela Universidade Estadual de Campinas UNICAMP, e pós-doutorado
no Planetary Collegium, Nuova Accademia di Belle Arti NABA, Milão.
1
São Paulo | nº 15 | jul-dez | 2017 | ISSN: 2177-4273
KEYFRAME NA ANIMAÇÃO
Figura 1 – Keyframes
Fonte: WILLIAMS, 2009, p.64
2
São Paulo | nº 15 | jul-dez | 2017 | ISSN: 2177-4273
Voltando ao instante pregnante de Aumont (2014), pode-se criar uma analogia entre
três acontecimentos de um quadro e três acontecimentos de uma animação. Vale ressaltar que
o acontecimento não precisa estar obrigatoriamente vinculado a um único personagem. Uma
possibilidade é que haja acontecimentos simultâneos, tanto em um quadro quanto em uma
animação. Contudo, no quadro, o acontecimento deve ocorrer necessariamente em um
Keyframe, como demonstra a imagem na figura 4 a seguir.
3
São Paulo | nº 15 | jul-dez | 2017 | ISSN: 2177-4273
4
São Paulo | nº 15 | jul-dez | 2017 | ISSN: 2177-4273
O MOTION GRAPHIC
Velho (2008) cita o cinema como recurso para compreensão do motion graphic e seus
elementos visuais. Deleuze (1985) considerava que a animação não corresponde apenas a uma
sequência de imagens, e sim a uma ideia abstrata de movimento.
‘Não se pode reconstruir o movimento através de posições no espaço ou instantes no
tempo, isto é, através de ‘cortes’ imóveis [...] Essa reconstituição só pode ser feita
acrescentando-se às posições ou aos instantes a ideia abstrata de uma sucessão, de um tempo
mecânico, homogêneo, universal e decalcado do espaço, o mesmo para todos os movimentos.
(ibid., p.9).’
Antes de existir o termo motion graphic, ele já definia muitas formas expressivas
temporalizadas de imagens, mas com status de coadjuvantes. Outro modo de entender a
animação sob o ponto de vista do motion graphic refere-se à multimídia que, de acordo com
5
São Paulo | nº 15 | jul-dez | 2017 | ISSN: 2177-4273
Gosciola (2003), consiste na integração de gráficos, animações, vídeo, música, fala e texto
feitos em computador para transmitir conteúdo a um leitor.
De acordo com Velho (2008), o motion graphic foi se emancipando como linguagem,
conquistando maior importância e se incorporando a cinema, TV e vídeos, como em vinhetas
de abertura e créditos de filmes.
‘O termo “motion graphics” é relativamente novo; creio que começou a ser usado com
mais frequência dos anos 80 em diante, e não há uma definição aceita universalmente. Alguns
o entendem numa aceitação mais abrangente, enquanto outros o interpretam de forma bem
específica. (Ibid., p.16)’
Porém já na abertura do filme “The Man with the Golden Arm" (1955), Saul Bass
produzia imagens gráficas em movimento, na vanguarda do que viria nos anos 1980. Apesar
deste começo de construção manual do motion graphic, o termo denomina um ambiente
privilegiado de exercício de projeto gráfico através de imagens em movimento. Sob o ponto
de vista técnico, pode ser uma combinação entre a tecnologia de computação gráfica e o vídeo
digital.
Nesta fase, são estruturados os quadros, sendo que, aqui, eles funcionam como
elementos visuais de cada cena. Também se definem todas as peças gráficas ou elementos
visuais que serão utilizados na animação.
Ao analisar o motion graphic a seguir (figura 8), segmentado em quadros sequências,
notam-se diferenças quanto ao conteúdo apresentado, como partes da narrativa ou elementos
de transição.
6
São Paulo | nº 15 | jul-dez | 2017 | ISSN: 2177-4273
Fonte: Vimeo
Os frames de números ímpares – um, três, cinco e sete – buscam apontar um conteúdo
específico, citações escolhidas pelo autor. Os pares – dois, quatro, seis e oito – são elementos
visuais de transição entre uma mensagem e outra, produzidos em softwares nesta fase do
processo, como a transição do título da animação para a primeira parte no processo de
fabricação do uísque.
A decupagem ou desmembramento de um motion infographic ou infográfico animado,
da mesma maneira que foi feito com o motion graphic de citações na Figura 8, indica
características assemelhadas. É o caso do motion infographic representado por seus
screenshots (fragmentos) na Figura 9 abaixo, que explica em linhas gerais o processo de
fabricação de uísque.
7
São Paulo | nº 15 | jul-dez | 2017 | ISSN: 2177-4273
Fonte: Vimeo
8
São Paulo | nº 15 | jul-dez | 2017 | ISSN: 2177-4273
construção. Ou seja, todos os layers criados no software de imagem são mantidos no software
de animação.
Fonte: Do autor
Na parte inferior do quadro (Figura 10), veem-se as camadas importadas e sua posição
definida em relação à timeline – termo explicado posteriormente. Esta localização temporal
busca atender o storyboard, mas também pode ser modificada durante a edição do movimento.
A ordem de layers é importante, pois sua sobreposição já é construída na ordem de
exposição. Neste caso, analisando a Figura 11, percebe-se que o layer denominado Curves 1
está sobreposto ao layer denominado Pontos, e assim sucessivamente.
9
São Paulo | nº 15 | jul-dez | 2017 | ISSN: 2177-4273
TIMELINE
10
São Paulo | nº 15 | jul-dez | 2017 | ISSN: 2177-4273
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
GOSCIOLA, V. Roteiro para as novas mídias: do cinema às mídias interativas. São Paulo:
Senac, 2003.
WILLIAMS, R. The Animator’s Survival Kit. Londres: Faber & Faber, 2009.
11