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14/11/2022

Percepção
O que é?
Existe para nos permitir interagir com o que nos rodeia.

Processo de perceção
I-Matriz de níveis de cinzento
 A retina é estimulada através da luz e é medida a quantidade

II-
III- Esboço Primário Completo
 Corresponde à etapa em que não ser determinados os limites do objeto
 Agrupamos pontos de mudança de intensidade de luz; é importante distinguir:
 Mudanças de intensidade intermédias contornos internos do objeto (lábios e face/pele)
 Mudanças de intensidade grandes (pessoa e plano de fundo)
 Os pontos de mudança de intensidade de luz são agrupados em algo contínuo, de forma que
deem limite e contorno do objeto
 Isto acontece com base nos princípios da Guestalt:
 Por exemplo, do ponto 1 para o ponto 2, há uma mudança de 50
pontos e do ponto 3 para o 4, outros 50 pontos.
 Assumimos que fazem parte de um contínuo e que
pertencem ao mesmo objeto de percepção.
 Os segmentos do contorno que foram agrupados uns com os outros formam regiões
(formam o esboço da forma e limites do objeto).
Figura 1- Esboço Primário
Completo  No fim desta etapa, dá-se o ponto de partida para formar uma
representação coerente e estável e ficamos com uma imagem
bidimensional (como a do ecrã de um computador)

Questões que levanta:

 Como se passa de uma representação bidimensional para uma representação tridimensional,


dependente da orientação do objeto e do ponto de vista do observador? A representação
precisa de ficar centrada no objeto e não no ponto de vista do observador.
 Precisamos de uma representação que seja comparável à memória que temos de um objeto

IV- Representação 2,5D (inicia a tridimensionalidade do


objeto) (Modelo de Marr)
 No início desta etapa, só se tem acesso aos contornos.
 São identificados os pontos de quebras na forma (convexos e
côncavos) Identifica pontos de grande quebra do contorno e do
limite e depois
 Depois acham-se os pontos de máxima concavidade ou
convexidade (com maior quebra)
 Assume-se que os pontos de grandes quebras (zonas de grande mudança)
corresponderão potencialmente a componentes diferentes de um mesmo objeto.
 Identifica-se os componentes básicos da forma do objeto e depois junta-os como cones
ou cilindros generalizados (não são cilindros ou cones perfeitos, mas têm forma mais ou
menos constante ao longo de um eixo).
 Só falta juntar os componentes todos e depois dar volume à superfície até agora plana.

IV- Representação 3D
 Nesta etapa, dá-se volume e estrutura ao objeto.
 Na parte do volume, dá-se uso aos eixos de alongamento
 Os eixos de alongamento permitem que se dê uma estrutura ao objeto que seja
independente do ponto de vista do observador, uma vez que eixos de alongamento e
relação entre eles está identificada e nada muda consoante a orientação do observador
pois a relação entre os eixos manter-se-á.

V- Armazém Estrutural
Após ser criada uma descrição estrutural do objeto, esta é comparada à representação de outros
objetos, que está armazenada no armazém estrutural (temos lá armazenada a relação entre os
eixos de alongamento dos componentes- uma descrição estrutural do objeto)
Como é que se faz esta comparação entre o objeto e a memória?
Esta é facilitada por já não termos uma representação dependente da perspectiva do observador
e não precisarmos de ter guardada na nossa memória uma descrição de todos os objetos que
conhecemos em todas as perspectivas.
Modelo de reconhecimento por componentes de Biederman (1987)
Existem unidades fundamentais da percepção- Geões
Como se identificam e distinguem geões? Podemos ocultar partes significativas dos geões sem
que eles deixem de ser identificáveis (Imagem da caneca de chá- é mais difícil identificar os
objetos na última imagem pois se perdem as propriedades não acidentais)
ALGUMAS EVIDÊNCIAS EMPIÍRICAS (115)
Efeito de contexto no reconhecimento de padrões- se o
processo fosse totalmente ascendente, não iríamos
percepcionar um elemento igual como sendo diferente
dependendo do contexto
Efeito de contexto no reconhecimento ´
de objetos- o contexto influencia (facilita ou dificulta) o
reconhecimento do objeto. É mais rápido identificar objetos
num contexto adequado ao objeto do que não estando com
outros objetos ou num contexto inadequado.

HÁ quase igual número de neurónios que vão das áreas de processamento visual primárias e
secundárias comparativamente ao numero de neurónios que transmitem informação complexa
para áreas de processamento mais simples.
Há influência de processos descendentes- QUANDO?
Ou já percepcionamos objeto e depois os processos descendentes influenciam o seu
reconhecimento.
Ou o que sabemos ajuda-nos a construir a própria representação do objeto.
Quando vemos em que momento há ativação de determinadas regiões do cérebro, vemos que
regiões mais reservadas ao conhecimento prévio geral sobre o mundo e expectativas são
ativadas ligeiramente antes das áreas dedicadas ao reconhecimento visual propriamente dito.
Assim que temos informação visual, usamos tudo ao nosso dispor para perceber o que aquilo é
mais rápida e eficazmente, quer seja o estado emocional, quer o conhecimento prévio.
Para perspectivas construtivistas
Processo probabilístico de inferência somado à informação que se recebe dos órgãos sensoriais.

Aula TP
The case against reality- Why
evolution hid the truth from our
eyes, por Donald Hoffman
Qual a função da percepção? Para que serve?
(baseado na TED Talk de Donald Hoffman, em
2015)
 A função da percepção é a sobrevivência. É permitir-nos estar adaptados ao mundo lá fora,
não dar um acesso fidedigno ao que nos rodeia. Não representamos a realidade porque não é
aquilo que nos permite sobreviver enquanto espécie.

Porquê que temos representações diferentes entre espécies?


 A percepção tem fins evolutivos e cada espécie tem diferentes papéis a desempenhar, por
isso, as espécies acabam por ter entre si diferentes representações e percepções.
 Porque aquilo que nos é útil para sobreviver varia de espécie para espécie.

Quais os seus limites?


 A percepção tem, de facto, limitações, quer seja por não se conseguir observar o todo de um
objeto ao ver apenas uma parte, que seja por não conseguirmos ver por exemplo
infravermelhos ou raio x.

Será que vemos a realidade como ela é?


 A seleção evolutiva não valoriza mais ver a realidade de forma completamente fidedigna,
não importa como a realidade é ou o quão fidedignas são as nossas representações, o que
interessa é que nos permita ter uma resposta adaptada. Uma percepção boa é aquela que está
adaptada às nossas necessidades de sobrevivência e não aquela que representa a realidade na
sua totalidade.
 Por exemplo,
 Não interessa saber como é um precipício, o que interessa é saber que não devemos
saltar por lá. O que importa é que estejamos equipados com as capacidades
percepcionais que nos ajudem a sobreviver.
 Percepcionamos que o cimo da escada está mais alto do que o fundo da escada e
isso basta-nos para sobreviver.
 Vemos um tomate vermelho a um metro de distância, e pensamos que é real, mas poderá ser
apenas uma má interpretação. Segundo neurocientistas, o que vemos é uma reconstrução da
realidade, ou seja, não vemos realmente o tomate vermelho, vemos a reconstrução do
suposto tomate vermelho que existe na realidade.
 Por exemplo, antigamente pensava-se que a Terra era plana, ou que era o centro do
universo.

Posição em relação entre percepção e realidade:


 Percepção apreende todos os aspetos da realidade.
 Percepção não é uma coisa exata e pode ser enganada. Por exemplo as ilusões de óptica
 Não apreendemos tudo, por exemplo, não ouvimos determinadas frequências sonoras
 A percepção é uma janela para parte da realidade.
 Percepção não vê a realidade objetivamente, o que percepcionamos não é uma
representação exata daquilo que nos rodeia.
 A percepção é uma construção da realidade.
 Tudo aquilo que nós contactamos é representado na percepção, no entanto não de forma
objetiva.
 Temos imensas ilusões perceptivas
 A percepção é uma construção de parte da realidade.
 A realidade existe à nossa volta, mas a percepção que temos (??) é uma mera construção
e não uma representação fidedigna do que nos rodeia.
 Não representamos aquilo que não conseguimos percepcionar.
 Há uma representação partilhada por todos (percepção comum), que acaba por ser a
nossa realidade.
 Há várias realidades- nós, humanos, temos uma determinada percepção da realidade,
que será diferente da dos cães (por exemplo, verem menos cores, ou cores de forma
diferente).
 Se não houvesse nada lá fora, não iriamos conseguir fazer percepção de coisa nenhuma.
 A realidade não existe. Tudo quanto existe é percepção, uma construção.
 Tese que Donald Hoffman acaba por defender, no entanto, é importante notar que ele
diz que a realidade existe, apenas não como a percepcionamos. Nós percepcionamos um
tomate vermelho com 1 m de distância e assumimos que aquilo que existe lá fora é
efetivamente equivalente à nossa representação. A proposta de Donald Hoffman é que
não é necessariamente assim e provavelmente não é assim há de facto qualquer coisa
mas não corresponde aquilo que nós percepcionamos- um tomate vermelho a um metro
de distância.

Aula PAM (T) 28/11/2022

Memória
Não acedemos à memória deliberada nem conscientemente por vezes
Por norma, a memória episódica começa a ser criada a partir dos dois anos
O que é?

Estrutura da Memória
Componentes do sistema da Memória- TRÊS
SISTEMAS
Memória semântica
 Conhecimento geral acerca do mundo que é partilhado por todos (não de forma
completamente igual, por exemplo, há pessoas que sabem mais conceitos do que nós), a
maior parte do conteúdo da nossa memória ser partilhado é o que nos permite falar e
interagir uns com os outros.
 É um sistema resistente, uma vez consolidado, a probabilidade de perder o conceito ou
conhecimento é muito reduzida, a não ser que nunca mais se use. Nesse caso, cai em
esquecimento.
 Desde que continuemos a usar os conteúdos da memória semântica não os iremos esquecer,
a não ser que fiquemos com demência, por exemplo (e mesmo assim não é a área onde
primeiro se observa declínio).
Em casos de demência, primeiro perdemos conhecimentos mais recentes, menos consolidados
(memórias de infância já foram muito consolidadas através do pensamento e ao falar delas)

Memória episódica
 Primeira que se perde em doenças como Alzheimer’s
 Pessoal
 Relativa às nossas experiências e vivências pessoais
 Só podem ser partilhados através da verbalização
 Memória também bastante estável mas mais suscetível ao conhecimento

Memória procedimental
 É aqui que se encontra o condicionamento clássico e operante e o priming.
 Não conseguimos explicar verbalmente com tanta facilidade; não se consegue declarar o
que esta memória contém.
 Não conseguimos explicar verbalmente como se anda de bicicleta
 Podemos explicar mas não a fundo (não conseguimos dizer a alguém como alcançar
o equilíbrio no cimo de uma bicicleta. O máximo que podemos é dar dicas para
facilitar este processo).
 Não se relembra deste de forma deliberada ou consciente.~

Processos de Memória
 Etapas ou Princípios temporais de Memória
 Como é que se guarda, armazena e se vai buscar a memória? - processos básicos da
memória- CODIFICAÇÃO, ARMAZENAMENTO e RECUPERAÇÃO da informação.
 O modo como isto é feito difere entre sistemas de memória
Etapas ou Princípios temporais da Memória
1- Aquisição
 Fase de aprendizagem (não intencional ou deliberada- aquisição) de informação

2- Codificação
 Transformação em representação
 Temos de arranjar um código para passar a informação perceptiva para o sistema cognitivo
 A partir daqui temos a possibilidade de enviar informação à memória e armazená-la
 Se não lhe dermos atenção, a memória não se armazena (não é esquecida pois isso
implica ser lembrada a algum ponto); não chega a entrar no sistema de memória
 Aspeto perceptivo (trata-se de uma etapa da memória a partir do momento em que
começamos que começamos a processar representações)

3- Armazenamento
 Retenção das representações
 Traço mnésico- a memória não é um registo fidedigno da informação que adquirimos: é
alvo de processos de percepção e depois fica armazenada com um conjunto de outras
informações: A MEMÓRIA NÃO É, TAL COMO NA PERCEPÇÃO, ALGO OBJETIVO.

Onde e como é que as memórias


ficam armazenadas
Teoria dos Multi-Armazéns- Atkinson & Shiffrin
 Tinham a ideia de que as memórias estavam guardadas num armazém (ideia de
passividade, inércia e estagnação das memórias); no entanto as memórias estão em
constante mutação.
 O «armazém» da MCP é substancialmente mais pequeno do que o da MLP
INPUT SENSORIAL MEMÓRIA SENSORIALAtenção MCP Recuperação MLP
Codificação
A informação a que Fica presente Pode ser
não é dada atenção é através da perdida com o
perdida recapitulação da tempo
informação
MEMÓRIA SENSORIAL
 Recebemos esta informação, codificamo-la e ela entra nas memórias sensoriais (sistema
diferente para cada sentido- são uma espécie de buffers que dão tempo ao nosso sistema
para decidir o que fazer com esta informação: se vai dar atenção ou ignorar)
 Grande capacidade
 Icónica: memória sensorial visual
 Ecóica: memória sensorial auditiva
 Curta duração (frações de segundos)
 Representação que ainda preserva propriedades perceptivas (ainda não foi tornada abstrata)

MEMÓRIA A CURTO PRAZO (MCP/STM)


 A informação atendida (a que se decide dedicar atenção) vem para aqui sob uma
codificação não perceptiva
 Tem capacidade muito limitada (7 +2 U -2) e duração muito curta (máximo vinte
segundos)
 Guarda durante muito pouco tempo a informação para nos dar tempo para a manipular
 Por exemplo, ao realizar um cálculo aritmético, temos de conseguir guardar durante
tempo suficiente a informação (dados, resultados intermédios que nos ajudam a chegar
à solução e o resultado) para conseguirmos chegar ao fim da operação mental mantendo
a informação
 Sistema de transição para a MLP
 Para nos lembrarmos, recorremos à recapitulação

Conrad (1964)
 Os erros que as pessoas cometem a repetir letras são maioritariamente acusticamente
relacionados (é mais provável repetir a letra «B» como «P» do que com «R»)
 Porque se codifica o «B» não em termos da sua memória visual mas sim em termos da
sua memória acústica (mesmo que estejam a ser visualmente percepcionadas).
 Segundo este modelo, toda a informação é verbalmente codificada

MEMÓRIA A LONGO PRAZO (MLP/LTM)


 Tem uma capacidade teoricamente/virtualmente ilimitada e uma duração relativamente
permanente
 NO ENTANTO, está sujeita a processos de esquecimento ou de degradação da memória
 Não se pode ter informação na MLP sem que esta tenha passado pela MS e depois pela
MCP.
 Há certas memórias a longo prazo às quais é difícil ou mesmo impossível de aceder
 Por exemplo as «brancas» nos testes e exames, ou quando não nos lembramos do nome
de um ator ou filme.

MLP VS. MCP


Efeito de primazia VS. Efeito de recência
PRIMAZIA

 Recordamos melhor aquilo que aparece em primeiro lugar (primeiro- primazia)


 Relativo à memória de longo prazo
 A informação está na memória a longo prazo

RECÊNCIA

 Maior probabilidade de recordar o que aparece, vi ou experienciei em último lugar (mais


recente- recência)
 Diz respeito à memória de curto prazo
 A informação está ainda presente na memória a curto prazo
 É habitual que as palavras que são recordadas em primeiro lugar são estas porque a
memória não está bem consolidada e que corre o risco de cair em esquecimento
Cadeira hipopótamo garfo xilofone
 A informação do meio tem menos probabilidade de ser recordada pois ainda se está a tentar
recapitular as primeiras informações para estas entrarem na memória a longo prazo
 Como a lista continua, as que vão ficar na memória a curto prazo no final são as últimas,
pois foram as últimas a serem processadas
 Tentamos manter em mcp o maior número de informação possível para esta ir para a mlp e
fica ocupada (capacidade muito limitada)
Evidência neuropsicológica
 Caso H.M.
 Indivíduo após ter sofrido uma lesão ficou com
 MCP péssima
 MLP ótima
 Tinha capacidade de digit span (memorizar algarismos) de 1 (o normal é 7 +/- 2
 Tinha capacidade de memorizar palavras com facilidade (memória a longo prazo
normal)
 Este caso pôs em causa o modelo da Teoria dos Multi-Armazéns.
 Pois para se lembrar de coisas a longo prazo, teriam de passar pela MCP.
 Este dado levou outros autores a pensar se a MCP seria um sistema, uma codificação
verbal, ou se podia ser composta por outras formas de codificação
 Quando lhe pediam para se lembrar das palavras, ele reportava visualizar (em vez de
«lápis» e «chávena», lembrava-se de um lápis dentro de uma chávena).
 Sistema que permite codificar informação verbal
 Sistema que permite codificar informação visual

RECONCEPTUALIZAÇÃO DA MCP: Memória de


Viso-spacial Sketch Pad/Quadro de Trabalho (MT) em vez de MCP -
esboço visual-espacial
Baddeley (1986)

Central Executive/ Executivo Central Phonological Loop/


Arco Fonológico
Não armazena nada, dá instruções aos armazéns sobre que informação manter e que informação vai para longo prazo ou
desaparece (por exemplo porque chegou uma informação mais importante- Gere que informação fica e que informação 2 componentes
desaparece definitivamente
Armazém que mantem
a informação e a -Armazém fonológico
Tomar decisões sobre o que é para acontecer em cada um dos armazéns
codifica visualmente
-Aquilo que nos permite ouvir a
Toma decisões sobre como se processa e armazena a informação
informação que estamos a receber
Decide quando é importante ir à memória a longo prazo buscar informação para processar algo presente na memória de internamente.
trabalho. Corresponde àquilo que era antes a
memória a curto prazo de Atkinson e
É independente da modalidade (não é especificamente para a visual ou verbal Shiffrin.

Uma taxonomia da MLP- Squire et al. (1987) Tem também um sistema de


recapitulação.

MEMÓRIA A LONGO PRAZO

Explícita declarativa Implícita não declarativa


Processo consciente procedimental

Informação específica (podemos Processo inconsciente e sem


Passou a ser vista
entrar em detalhe sobre anão como um armazém mas como sistemas em interação- diferentes tipos de
esforço
informação e diferentes procedimentos
informação da qual nos lembramos de codificação e armazenamento
Não conseguimos ser muito
Modo como adquiro info semântica, episódica e procedimentalespecíficos
é diferente
Ex não declaramos a procedimental ao contrário das outras duas
Estão interligadas: por ex não conseguimos andar de bicicleta sem saber o que é uma bicicleta
Não conseguimos lembrar-nos do jantar de ontem sem nos lembrarmos do que é um jantar

(4- Recuperação)
 Extração da memória
 A memória a longo prazo recupera-se na memória a curto prazo. (A informação está na
MLP e depois volta para a MCP.

A memória enquanto processo


1- Visões anteriores
 Caracterização das etapas/armazéns
 Como é que a informação é processada
 Duração
 Capacidade
 Codificação
 O modo como a processamos influencia o modo como a conseguiremos ou não
recuperar mais tarde

2- Visão centrada em processos VS. armazéns


Lop qwerthyjgbfrth não percebi

Abordagem LOP (Levels of


Processing)- Abordagem de
Níveis de Processamento
Craik & Lockhart (1972)

 Hierarquia de níveis de processamento


Perceptivo Semântico

 Nível superficial da
informação
(exemplo-
mnemónicas)

 Ir à memória semântica e ver se temos lá o conteúdo que pretendemos recuperar e


relacionamos o conteúdo por vezes abstrato e difícil com conceitos mais familiares
 Codificamos a informação numa hierarquia, desde o mais superficial (perceptivo/sem
significado- decoramos apenas as propriedades acústicas/visuais/perceptivas) ao mais
profundo (semântico/com significado- compreendemos a informação no seu significado)
 Ambas as codificações vão parar à MLP – cria-se sempre o traço mnésico
Traço mnésico- registo da informação
 A persistência (durabilidade) do traço mnésico é diferente consoante a informação tenha
sido feita de uma forma mais perceptiva ou mais semântica.
 No caso da memória semântica, a informação tem maior permanência
Memória enquanto processo:
TAP
 Se a professora pedir para dizermos quantas consoantes cada palavra tem e depois perguntar
quantas palavras eram nomes de animais e quantas eram nomes de flores, não saberemos
dizer (pede codificação altamente superficial e depois una mais profunda, não saberemos
dizer) se tivermos feito uma codificação semântica iremos demorar até dizer quantas
consoantes cada palavra tinha.

Modelos da Representação da
Informação
Como é que esta está representada e organizada na
MLP?
Qual a estrutura da memória humana?
MODELO HIERÁRQUICO - Collins & Quillian (1969, 1972)
 Primeiras propostas sugeriram uma forma taxonómica e hierárquica (é uma forma mais
intuitiva)
 Cada conceito é representado por um nódulo e cada nódulo tem representada a informação
desse conceito que não esteja representada em níveis inferiores e vice-versa.
 Sendo um canário uma ave, terá características partilhadas por outros seres da mesma
categoria (asas, bicos, penas), por isso não está na categoria de canário
 As aves, por sua vez, têm categorias partilhadas por todos os animais, por isso
estarão representadas no nível «animais» e não no nível «aves»
 Vamos da categoria mais inclusiva, abrangente e ampla (seres vivos) até a uma muito mais
específica (pitbull)

Como é que se recupera informação a partir deste modelo?

 A informação é recuperada a partir do nível mais baixo possível da hierarquia e percorre-se


a rede de um modo ascendente- entra-se na rede no nível mais específico (é amarelo e canta
bem), depois começa a ir-se a um nível mais abrangente através das ligações associativas (é
uma ave- penas, bico, etc) e por aí em diante.
 Dependendo do quanto queremos explicar, vamos mais acima (podemos só dizer que é um
canário e que é amarelo e canta bem).

Efeito Hierárquico

 Demoramos mais tempo a responder que pássaro é um animal do que a responder que
pássaro é um animal.
 Demoramos mias tempo a relatar ligações entre termos mais distantes na rede pois temos de
percorrer mais ligações.
DESAFIOS AO MODELO HIERÁRQUICO
Inversão ao Efeito Hierárquico

 Apesar de galinha estar mais perto de pássaro a nível hierárquico do que de animal,
somos mais rápidos a responder que é um pássaro- tem características não típicas de um
pássaro (não voa)

Efeito de tipicidade

 Somos mais rápidos a dizer que canário é um pássaro do que a dizer que avestruz é um
pássaro- é de um tamanho peculiar e não voa

Efeito de relação nas respostas falsas

 Somos mais lentos a dizer que morcego não é um pássaro do que a dizer que morcego
não é uma planta
 Tem características semelhantes aos pássaros e não às plantas.

Nota:

 Não podemos assumir que cada conceito tem armazenado consigo, com igual
acessibilidade, o conhecimento sobre os seus sub-ordenados e supra-ordenados

REDES WTV
 Depois pensou-se nisto mais num plano em termos de redes de conceitos (quase como um
campo lexical) e essa representação fica armazenada na memória e tudo o que tem uma
relação está ligado entre si
 Por exemplo: fémur relacionado com saúde, idosos, rituais

 Surgiram outras propostas, mais assentes naquilo que se sabe ser a organização do próprio
cérebro humano
 Não temos um neurónio específico para representar um conceito, o conhecimento está todo
ligado entre si mas a sua representação está de forma distribuída por várias unidades de
processamento (neurónios), que quando ficam ativadas com um determinado padrão,
recupera-se um determinado conceito.
 Não há relação de 1 para 1 (entre pitbull e cão), mas há unidades que quando ativadas numa
determinada configuração de ativação, ficam
 Temos ligações entre essas unidades, ligações estas que representação as relações entre os
conceitos
 A unidade pitbull está ligada à unidade cão para representar que estão relacionadas
 A unidade fémur está ligada à unidade saúde para representar que estão relacionadas
 O quê que há de comum entre as propostas
 Identificam unidades de representação de informação (nódulos)
 Todos eles têm representadas conexões entre os nódulos que são as ligações
associativas

Como são os nódulos e como são as ligações associativas é que são diferentes

NO ENTANTO todos os modelos são redes associativas, pois todos são


constituídos por unidades de representação que estão ligadas e essas ligações
representam as relações entre conceitos.

Enviesamentos e distorções de
memória
A nossa memória não é infalível

 Esquecemo-nos de coisas
 Ocorrem enviesamentos e distorções de memória
 Nem sempre temos noção deles (tomamo-las como factos)

Tipos de distorções
 Criamos partes de memórias ou memórias inteiras a partir de relatos de outras pessoas e
coisas que vamos vendo e ouvindo- FALSAS MEMÓRIAS
 Achamos que experienciamos um determinado acontecimento
 Começaram a ser estudadas devido à queixa em massa de casos de abuso sexual na
infância nos EUA em contextos terapêuticos de adultos (procurava saber-se até que
ponto as memórias desse fenómeno eram verídicas)
 Confundimos as nossas experiências com as de outras pessoas. Não conseguimos identificar
a fonte da informação (atribuição errada à fonte)
 Situações de grande stress emocional ou de um extremo positivo (hiperestimulados ou em
depressão), a memória e atenção (bloqueio na codificação da info ou então bloqueio do
acesso à info porque está associada a uma emoção demasiado forte)
 A influência dos outros pode alterar a nossa memória
 Por exemplo Milgram
 Efeito Mandela
 Aspetos dentro da atribuição errada à fonte (não tem a ver com o conteúdo da memória mas
sim as circunstâncias)
 Tempo
 Local
 Pessoa
 Outras circunstâncias envolvidas

Os Sete Pecados da Memória- Livro de Daniel Schacter


ABORDA:

Fenómenos de esquecimento temporários


Fenómenos de distorção de memória
Sugestionabilidade
 Influência dos outros sobre a nossa memória
Persistência
 Estarmos sempre a lembrar-nos de algo, quer seja muito bom, quer seja muito mau
 Recuperação repetitiva e quase constante de uma memória

Enviesamento por crenças


 Aquilo em que acreditamos influenciar a forma como nos lembramos de certas informações/
detalhes relativos a algo
 Por exemplo a crença de que determinados crimes foram realizados por um
determinado grupo social: se formos testemunhas num desses eventos, é mais provável
cometermos um enviesamento e dizermos que ele faz parte daquele grupo social ao qual
a nossa crença está associada- prejudica a identificação dos sujeitos e culpados do
crime.

Flashbulb memories

 As pessoas recordam-se de muitos detalhes e memórias muito vívidas partilhadas de


experiências traumáticas e marcantes.
 Por exemplo nos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.

Utilidade da memória
 A memória permite-nos imaginar o futuro- usamos dados do nosso passado para nos ajudar
a fazer projeções quanto ao futuro.

Esquecimento
Exemplo um item é parecido com o outro e acabam por ser confundidos e misturados (não se
localiza)
Interferência retroativa (nova aprendizagem interfere em reter algo já aprendido)
Interferência proativa (aprendizagem antiga afeta a retenção de nova informação)
TULVING teve uma ideia diferente para o quee está por detrás do equecimento
HÁ +ESSOAS QUE NÃO SE LEMBRAM PORQUE NÃO TÊM A PISTA CERTA, por
exemplo, reconhecemos mas não identificamos a pessoa, e, se ela disser tp primeiro ano,
lembramo-nos da pessoa e das memórias que tmos com ela
+porquê?
Por exemplo, quando nos tentamos lembrar de algo no exame, pensamos no
sítio onde se estava a estudar, na localização no caderno ou no diapositivo, e isso entra na
codificação da informação. (codificado conjuntamente com os conteúdos que estamos a tentar
memorizar e aprender.
SERÁ QUE HÁ PISTAS DE RECUPERAÇÃO MELHORES QUE OUTRAS?
Temos de memorizar a palavra ovelha. Que pista é melhor: «gordo» ou «lã»?
Lã- associamos diretamente lã a ovelha (estão intimamente ligadas) e há muitas coisas
gordas sem ser ovelhas.
Será que pistas que não estão associadas ao que pretendemos memorizar ajuda recordar a
informação?
Será que uma pista de recordação é eficaz se estiver presente simultaneamente no input e
output? Ou é igualmente eficaz se for apenas fornecida no momento de recordação de palavras?
Temos uma lista de palavras e temos de recordar e são dadas palavras associadas para se
recordar aos pares (gorda- ovelha).
TBR- to be recorded/remembered
Será que a pista a dar na recordação é mais menos ou igualmente eficaz ao ser dada na leitura
das palavras (gorda-ovelha)
Estudamos uma lista de palavras com as pistas ao lado e depois dão-nos a pista.
É melhor porque assim estabelecemos uma
Estudamos uma lista de palavras e depois dão-nos as pistas.

ESTUDO
Ss- study subject
Quatro condições de codificação 5 condições de recuperação
Decorar input
- Sem pista- 0 (decorar sem pista- não baralha a informação)
- Pista A associada- é melhor quando depois se tem a pista A
- Pista B associada- é melhor quando depois se dá a pista B (pista estudada com a palavra)
- Pista A e B associadas
A RECORDAÇÃO MÉDIA MELHORA QUANDO SE ESTUDA COM PISTA E DEPOIS SE
DÁ ESSA PISTA NO OUTPUT.

Recordação output
- nenhuma pista
- dar a pista A (independentemente do que a pessoa esteve a estudar)
- dar uma pista semelhante
- dar as duas pistasx
- dizer para fazer como achar melhor (qualquer uma das condições acima)

FORTE ASSOCIADO SEMÂNTICO


Se tiver (lã e ovelha) (output ou input)
Se não tiver (gordo e ovelha) (output ou input)
Ter uma pista é ótimo e ainda melhora o seu efeito se tiver um forte associado semântico
fornecido.
Estudou ovelha c pista fraca, e depois deu-se uma pista forte- ainda fica mau e mais vale não dar
pista nenhuma
Godden & Baddeley
Estavam a ser treinados mergulhadores para repararem submarinos dentro de água.
Punham mergulhadores numa sala de aula, ensinavam e testavam e depois iam avaliar as suas
competências práticas nas tarefas e eles fracassaram pois não se lembravam de nada.
PORQUÊ?
Por causa do contexto. Estudaram e praticaram numa sala de aula e depois puseram-nos em
escafandros com botijas dentro de água e não tinham as pistas que obtinham em sala de aula (ex
dar a pista «gordo» no estudo e depois no output a pista «lã»)
Testaram os mergulhadores a estudar e recuperar a informação em diferentes contextos-
INPUT TERRA OUTPUT AGUA (segundo pior)
TERRA TERRA (o melhor)
AGUA AGUA (menos bom por causa do desconforto de estar debaixo de água)
AGUA TERRA (o pior)

SERÁ QUE NOS PODEMOS LIBERTAR DA


DEPENDÊNCIA DO CONTEXTO?
(Smith, 1979)
- Põe as pessoas a estudar uma informação e ou pedem para recuperar na mesma sala, ou numa
diferente, ou numa diferente a imaginar que estavam na sala onde tinham aprendido.
A ATIVAÇÃO MENTAL DO CONTEXTO BASTA PARA NOS AJUDAR A RECUPERAR
A INFORMAÇÃO.- TERCEIRA CONDIÇÃO.

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