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Plantando
igrejas que
plantam
igrejas
Plantando um movimento
PLANTADOR NÍVEL 5
Que tipo de igrejas
queremos?
- Igrejas que não demorariam muito para passarem de grupo para igrejas
organizadas.
- Igrejas que nascessem auto-sustentáveis e que não dependessem das
associações para se moverem rumo ao crescimento.
- Igrejas que tivessem um custo baixo e um percentual de fidelidade alto.
- Igrejas que poderiam ser auto-replicáveis, que assimilassem uma cultura
de multiplicação exponencial.
- Igrejas que ficassem grávidas de outras igrejas, antes mesmo de
pensarem em ter o seu prédio próprio.
- Igrejas que reflitam o seu proprio contexto alcançando pessoas de sua
vizinhança e fazendo a diferença na comunidade onde está inserida.”.
- Igrejas em que a metade do seu público fosse de amigos que ainda não
se veem como parte do corpo de Cristo.
- Igrejas que tivessem percentual alto de envolvimento e batismos. Que o
evangelismo fosse de fato integrado e o percentual de apostasia baixo.
Igrejas que se enxergassem como um movimento essencialmente adventista,
que exalta a identidade e a missão do Remanscente de Deus para o tempo do
fim.
PLANTADOR NÍVEL 5
1. Igrejas que se
veem como parte de
um movimento
profético
A igreja adventista do Sétimo Dia em sua essência não se enxerga apenas como
uma denominação[1], mas como um movimento profético para o tempo do fim
com um propósito bem definido:
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Se o DNA adventista pressupõe que todas as congregações se enxerguem
como um movimento missionário profético, isso considera a grande comissão
de Jesus como a base para a sua atuação. Essa base de atuação é especificada
em quatro manifestações locais:
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Como identidade a igreja é centrada em Cristo, sua vida, morte e ressurreição,
sua base de reflexão e atuação estão centradas em Jesus e não em sistemas
metodológicos que excluem Cristo como o verdadeiro Senhor, Salvador e
Sacerdote da igreja;
Como finalidade a igreja é centrada na participação da missão de Cristo - dessa
forma sendo enviada como ele foi enviado (Jo 20.21).
Como papel/função vivemos no envio de Cristo como uma embaixada do reino
de Deus, um sinal da boa nova de esperança, uma representação visível de que
Deus estabeleceu uma nova ordem. A igreja está centrada nos dons e
ministérios concedidos pelo Espírito Santo.
Esse discipulado centrado em Jesus retira de nós o peso e a glória de nós
mesmos. Jesus se torna o motivo e a prática, seu ministério é o molde onde se
encaixam todas as formas de atuação, ministérios e vocações. Esse modo de
vida centrado em Jesus liberta a igreja das tiranias dos métodos que robotizam à
ação do Espírito Santo, pois como diz o apóstolo João “o Espírito Santo sopra
onde e quando quer” (Jo 3:8). Dessa forma, um movimento de discípulos se
orienta pela obediência ao mandato de Cristo; fruto de um relacionamento
genuíno, apaixonado, sacrificial por Jesus[8]..
A igreja é uma comunidade contextual-transformadora: A igreja de Jesus como
uma comunidade contextual-transformadora constrói modelos a partir da sua
realidade e não adota modelos pré-fabricados. Isso desenvolve
comportamentos espontâneos e não mecânicos. É fácil tentar copiar modelos
de outros por que no fundo queremos o sucesso deles no nosso próprio
contexto. A questão é, como podemos colher idéias sem que precisemos copiar
modelos? A igreja adventista já tem uma identidade bem definida, não
precisamos seguir modismos a todo instante. Cada vez que embarcamos na
adoção de certas ondas sem questionar todos as suas pressuposições,
enfraquecemos o DNA adventista. Novas igrejas são chamadas a serem
contextuais e não uma repetição-imitação de “outras igrejas”[9]. Isso significa
que precisamos de novas plantações que visam a transformação e não apenas
métodos que dão certo, fruto de um pragmatismo de mercado.
Queremos igrejas que tenham o foco bem direcionado nas situações e pessoas
e não somente os métodos, que sejam centradas no reino de Deus e não apenas
nos talentos da personalidade. Essa visão contextual-transformadora nos
previne do cativeiro da superficialidade metodológica que cria igrejas de
repetição-imitação sem identidade adventista. Wagner Kuhn diz que esse
desenvolvimento transformacional, que é de natureza wholística, tem a ver com
a contextualização e adaptação do ministério de Cristo - uma abordagem
equilibrada à missão que traz transformação física, mental, social e espiritual e
bem-estar do individuo e da comunidade na qual ele vive e com a qual
interage[10].
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No Novo Testamento a igreja é retratada como uma embaixada, ou seja,
representação do reino de Deus. Para Paulo, a igreja que existe na sua cidade
é uma pequena amostra do que é o céu. A mensagem urgente que ela traz é
de reconciliação de todas as coisas em Cristo, sejam esferas físicas, sociais,
mentais, espirituais e até ambientas. A relação de liberdade em Cristo altera
todas as relações do ser humano. De fato, uma nova criação.
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3. Igrejas que
plantam outras
igrejas motivadas
pelo breve retorno
de Jesus
A igreja Adventista é por definição um movimento de cultura de multiplicação.
Desde o seu início, o seu crescimento foi exponencial. Sua estrutura e
métodos foram moldados para a expansão de discípulos, líderes e igrejas. Se
estamos tendo dificuldades hoje com esse tipo de cultura é por que se faz
necessário uma revisão de que tipo de igrejas temos plantado. A importância
de plantar igrejas que se movam pela pregação ardente da mensagem do
iminente retorno de Jesus conforme descrito em Apocalipse 14, cria igrejas
com um sentido de urgência na evangelização e modo de vida motivados
pelo amor e não pelo medo. A mensagem dos três anjos é a igreja em missão
com Deus - ela se apresenta em três termos básicos: Ela faz discípulos de
todas as nações; ela instrui os crentes; ela glorifica a Deus. De forma prática
estes três termos norteiam a visão Adventista: primeiro, procura fazer
discípulos de todas as nações. Essas igrejas são um movimento orgânico de
discípulos que fazem discípulos. Segundo, ela instrui os crentes. Essas igrejas
são um movimento de lideres que geram líderes para capacitar, edificar e
preparar o corpo de Cristo para o seu breve retorno. Terceiro, ela glorifica a
Deus. Essas igrejas são um movimento de igrejas que plantam igrejas com a
vocação de partilha do evangelho e a execução do plano de salvação.
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O chamado ao anuncio do evangelho eterno a todo o mundo é uma
convocação para sair e reunir. Sair de Babilônia e reunir o povo de Deus (Ap
14:17). A saída é a vivencia de uma igreja que proclama, evangeliza, que não
está trancada no seu templo, doente na clausura de seus cultos, mas uma
igreja acidentada por sair às ruas. O reunir é o chamado para o preparo do
povo para a segunda vinda. Segundo Marcelo Dias[26] esse preparo
caracteriza uma nova vida em três aspectos: Primeiro, uma nova vida no
espírito - resultado de regeneração da força do Espírito Santo. Segundo, uma
vida de amor e unidade por que representa a reconciliação tanto com Deus e
com os seres humanos. Terceiro, a preparação para a vinda de Cristo que
envolve o desenvolvimento de uma vida de adoração, testemunho e
esperança. O desenvolvimento espiritual acontece no seio da comunidade
dos redimidos e o testemunho na comunidade que precisa conhecer Jesus.
Assim, o crescimento cristão está relacionado ao crescimento em serviço e
para testemunho.
Para ajudar entender claramente como se planta uma igreja que planta outras
igrejas com DNA Adventista dividimos o livro em quatro partes:
PLANTADOR NÍVEL 5
Etapas do plantio
O plantador
O grupo base
A comunidade
A igreja organizada
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Jesus, o
plantador
que planta
plantadores
Nosso modelo é Jesus! Essas partes são
baseadas no seu ministério. Você não
pode estudar a vida de Jesus sem vê-lo
como um plantador de movimentos,
alguém que coloca os holofotes sobre a
multiplicação por intermédio dos outros.
Primeiramente, ele preparou o seu
ministério durante trinta anos,
conhecendo a sua audiência, convivendo
com eles. Em seguida inicia seu ministério
público selecionando e preparando o seu
grupo base de líderes. Durante três anos
ele forma o DNA do seu grupo, os
discípula, os envia a sair para evangelizar.
Durante sua vida ele estabelece o padrão
de discipulado, diferente do padrão
rabínico, grego e romano. Faltando
quarenta dias para sua ascensão ele dá as
últimas instruções para o lançamento
público da sua igreja. E no Pentecostes
vemos a igreja tomando a forma pública
com mais de três mil novos discípulos
assimilados ao movimento. O resto você já
sabe, o movimento se multiplicou sem
controle.
Você pode ser um
plantador de plantadores
Esse livro é para pessoas que querem ver um movimento de líderes que geram
novos líderes. Ao longo destas páginas, vou lembrá-lo de que quero ajudá-lo a ser
um catalisador de movimentos no seu contexto, um plantador de igrejas que
planta igrejas. Em última análise, esse livro não é sobre plantação de igrejas, mas
sobre a plantação do evangelho por meio de pessoas redimidas por Cristo, líderes
que vivem sua vocação com DNA essencialmente Adventista. Nesse caso, igrejas
plantadas são apenas resultados da saturação do evangelho na comunidade.
Essas igrejas se percebem como uma colmeia de líderes chamados para expandir
o reino de Deus em lugares aonde o evangelho ainda não foi saturado.
O papel pastoral diante desses termos são fortemente influenciados para uma
revisão que custa um redirecionamento radical da sua vocação. Talvez, um resgate
fundamental do papel pastoral Adventista. Assim também, os membros locais,
como trabalhadores ativos para ver florecer um movimento de discípulos que
fazem discípulos dando base para uma cultura de multiplicação. Quero estimular
você a iniciar essa jornada como um catalisador de movimentos em continuidade a
visão de Jesus.
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Referência
1] George Knight. William Miller and the Rise of Adventism. Nampa, ID: Pacifc
Press Publishing Association, 2010. p. 149
[2] http://www.centrowhite.org.br/declaracao-de-missao-da-igreja-adventista-do-
setimo-dia-2/ acessado dia 01 de Novembro de 2018. Declarações da Igreja.
Tatuí, SP: CPB, 2012. pg. 10.
[3] Marcelo E. C. Dias. An Analysis of Adventist Mission Methods in Brazil in
Relationship to a Christian Movement Ethos. Berry Springs, MI: Andrews
University Dissertations, 2016. p. 10.
[4] A cultura de adição está no passo seguinte da cultura de manutenção, sua
ênfase está em programas, bons cultos, campanhas de marketing e adesão de
novos membros sem que estes tenham a consciência de discípulos que fazem
discípulos e líderes que geram líderes.
[5] Essa idéia difere do conceito Agostoiniano que identificou o Reino de Deus
com a igreja (Santo Agostinho. A cidade de Deus. Rio de Janeiro: Vozes, 2016).
George Ladd diferente de Agostinho, afirma que a Igreja não é o Reino. Para
Ladd, nenhuma das expressões nos Evangelhos iguala os discípulos de Jesus
ao Reino. No entanto, O Reino gera a Igreja. O domínio dinâmico de Deus,
presente na missão de Jesus, desafiou os homens a manifestarem uma resposta
positiva, introduzindo-os em uma nova comunhão. George Eldon Ladd. Teologia
do Novo Testamento. São Paulo: Hagnus, 2003. p. 150-151. H. D. Wendland em
The Kingdom of God and History, p. 188, reafirma Ladd dizendo "A igreja é,
portanto, o resultado da vinda do Reino de Deus ao mundo por intermédio da
missão de Jesus Cristo".
[6] Howard Snyder. A comunidade do Rei. São Paulo: ABU editora, 2004. p.12.
[7] Melvin L. Hodges. A Guide to Church Planting. Chicago: Moody, 1973. p. 15.
[8] Keith Phillips. A formação de um discípulo. São Paulo: Editora Vida, 2008. p.
19-20.
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[9] Há uma tendência corrente de novas igrejas adventistas assimilarem uma
cultura de repetição-imitação provenientes de outras denominações, colocando
em risco seu caráter identitário adventista e atuação em seu próprio contexto.
Ver estudos sobre essa preocupação em
[10] Wagner Kuhn. Transformação radical, em busca do evangelho integral.
Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2016. p. 205.
[11] Lotar Coenen e Colin Bown. Dicionário Internacional de Teologia do Novo
Testamento. São Paulo, SP: Vida Nova, 2000. p. 154.
[12] Darrell L. Gudder. Missional Church. Grand Rapids, Michigan: Eerdmans
Publish Company, 1998. p. 66.
[13] Jorge E. Barro. Liderança, espiritualidade e o reino de Deus. Natal, RN:
Missão Alef, 2015. p. 14, 15.
[14] Tim S Perry. Radical Difference, A defence of Hendrik Kraemer’s theology of
religions. Waterloo, ON: Wilfrid Laurier University Press, 2001. p. 91
[15] Ellen G. White. Atos dos. Apóstolos. Tatuí, SP: CPB, 2006. p. 9.
[16] Lois Y. Barrett (Ed.) Treasure in clay jars: patterns in missional faithful- ness
Grand Rapids: Eerdmans Publishing Company, 2004, x.
[17] David J. Bosch. Missão transformadora, mudanças de paradigma na
teologia da missão. São Leopoldo, RS: EST, Sinodal, 2002. p. 33.
[18] Glen H. Stassen. A thicker Jesus. Incarnational discipliship in a secular age.
Luisville, KY: Westminster John Knox Press, 2012.
[19] Sergio Quevedo.
[20] Ellen G. White. Ciência do bom viver. Tatuí, SP: CPB, 2004. p. 143.
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[21] Ellen G. White. Testemunhos para a igreja, Vol. 7. Tatuí, SP: CPB, 2005. p.18
[22] Ellen G. White. Testemunhos para igreja, Vol. 9. Tatuí, SP: CPB, 2006. p. 19
[23] Ángel Manuel Rodríguez, rumo a uma Teologia do resto: Uma perspectiva
Eclesiological adventista. Silver Spring, MD: Instituto de Pesquisa bíblica, 2009.
p. 21
[24] Wagner Kuhn. Transformação radical, em busca do evangelho integral.
Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2016. p. 205.
[25] O conceito wholístico da missão de Deus é bem especificado em David J.
Bosch. Missão transformadora, mudanças de paradigma na teologia da missão.
São Leopoldo, RS: EST, Sinodal, 2002; Érico Tadeu Xavier. Teologia de Missão
Integral nas práxis evangélicas na América Latina. Londrina, PR: Editora
Descoberta, 2011; Wagner kuhn. Transformação radical, em busca do
evangelho integral. Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2016.
[26] Alguns livros de Ellen G. White relacionados com a visão holística da vida do
ser humano - dimensão física: A ciência do bom viver, Conselhos sobre regime
alimentar, Conselhos sobre saúde; dimensão social: Beneficência social,
fundamentos do lar cristão; dimensão mental: Mente, caráter e personalidade,
Conselhos sobre educação; dimensão espiritual: Caminho a Cristo; Patriarcas e
profetas, profetas e reis, Desejado de todas a nações, Atos dos Apóstolos,
Grande conflito, História da redenção; dimensão ambiental: Temperança,
Mordomia cristã, Medicina e Salvação.
[27] Marcelo E. C. Dias. An Analysis of Adventist Mission Methods in Brazil in
Relationship to a Christian Movement Ethos. Berry Springs, MI: Andrews
University Dissertations, 2016. p. 192
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