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Esta resenha incide sobre os pontos 4 e 4.

1 do livro Teorias da
Cultura, de Maria Laura Bettencourt Pires. Estes pontos focam-se no
tema pós-modernidade e a sua definição, apesar de tratar também de
desmistificar as possíveis confusões entre pós-modernismo e
modernismo com pós-modernidade e modernidade. Ao longo deste
tema, a autora leva-nos às raízes da pós-modernidade, procurando
esclarecer a sua génese, o seu significado (apesar da instabilidade do
termo em si) e o seu desenvolvimento.

Pós-modernidade: a origem latina de modo, a raiz de moderno,


significa “agora, neste momento”. “Após a modernidade”, refere-se à
eliminação das formas culturais e sociais ligadas à modernidade, a tudo
o que é original na época contemporânea. É um período de
metamorfose, de mudanças culturais que surgiram numa época pós-
industrial.

Segundo a autora, é em 1960 que o termo pós-modernidade começa


a ser usado na arquitetura, na arte e na crítica literária, mas somente
como estratégia anti modernista. Porém, só começa a utilizado em
pleno pela filosofia e teoria cultural a partir de 1980, ligado às obras
de pensadores franceses como Baudrillard, Deleuze, Derrida, Foucault
e Lyotard.

Carateriza-se pelos seus diferentes aspetos, pela dúvida e


incerteza e destaca-se pela contradição e por desilusões ao longo do
seu percurso, podendo ser interpretado como um prolongamento do
ceticismo da modernidade. Partiu dos intelectuais ingleses Kellner e
Jameson associar a tradição desenvolvida na Alemanha à francesa.

A autora esclarece que, a maior parte das definições de pós-


modernismo são vagas e inconsistentes, confundindo-se muitas vezes
modernidade com modernismo e pós-modernidade e com pós-
modernismo, sendo que modernismo e pós-modernismo são termos

1
intrínsecos da estética, dos teóricos e das suas teorias sobre os temas
atrás referidos. Já modernidade e pós-modernidade são períodos
históricos, sendo a segunda uma evolução da primeira, e usa-se
quando nos referimos às suas alterações socioeconómicas.

Esta esclarecimento foi bem explanada pela autora e fê-lo no início do


texto, facilitando as leituras que se seguem.

Os pós-modernistas aceitariam que houvesse uma visão do


mundo desde que a sua aplicação não fosse universal.

Concordo com a seguinte explicação da autora no que concerne o


objetivo do pós-modernismo: critica ou desconstrói as várias visões do
mundo, de modo a provar que nenhuma é mais verdadeira do que a
outra, uma vez que para os pensadores pós-modernos não existem
verdades absolutas e por isso criticam o iluminismo, que pretendia
descobrir, popularizar e aplicar universalmente princípios
compreendidos através da razão. Os pós-modernos interessam-se
somente pelos hábitos, modos e culturas únicas de diferentes povos.

Sendo que nada é imutável, tudo e todos estão em permanente


mudança, não considero aceitável que existam verdades absolutas.

Na minha opinião, é óbvio que a pós-modernidade surgiu para


contrariar o iluminismo pois os pós-modernos não concordam de todo
nem com a rigidez de pensamento dos seguidores do iluminismo nem
com a opinião de que as sociedades eram previsíveis, logo concordo
com a visão da autora.

Em suma, Maria Laura Bettencourt Pires afirma que as teorias


pós-modernas não dão uma visão global dos seus objetos e que todas
as representações mundiais do conhecimento são histórica e
linguisticamente divulgadas através dos meios de comunicação.

2
Defendem a variedade e rejeitam o sujeito racional e unido a favor de
um sujeito dividido e social, linguisticamente fora de foco.

Referências bibliográficas:

Pires, Maria Laura, 2006, Pós-Modernidade, in Maria Laura, Pires,


Teorias da Cultura, Lisboa, Universidade Católica Editora, pp 89-95.

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