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UNIDADE CURRICULAR: SEMIÓTICA

CÓDIGO: 51118

DOCENTE: Professora Doutora Hanna Batoréo

A preencher pelo estudante

NOME: 2101483

N.º DE ESTUDANTE: Daniela Campelo França Pinto

CURSO: Humanidades

DATA DE ENTREGA: 3 de Junho de 2022

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TRABALHO / RESOLUÇÃO:

1. 

O fenómeno semiótico aqui ilustrado é a arbitrariedade do signo.
Quem introduziu o conceito de arbitrariedade do signo na Semiótica
foi Saussure, ao postular que a associação entre significante e
significado é convencional, um hábito coletivo, e não natural. Outros
exemplos são: i. A palavra bunda, na língua portuguesa, significa
nádegas (parte do corpo). Na língua checa, no entanto, significa
jaqueta (peça de vestuário); ii. A palavra jantar, na língua
portuguesa, significa a refeição principal do período da noite e na
língua checa significa âmbar, uma resina rara (e também o nome
utilizado para descrever a cor desta resina). 

2. 

2.1 No eixo sintagmático, ou seja, o eixo horizontal, temos os
seguintes sintagmas: 

F [[SPrep:[Prep [de]] + SN1 [manhã]] [SN2[o João]] [SV [V lê]]
[SN3 [um artigo do seu jornal preferido]]]

Ao evoluir um pouco mais, temos: 

F [[SPrep:[Prep [de]] + SN1 [manhã]] [SN2[o João]] [SV [V lê] [SN3
[SN4 [um artigo] + SPrep [do seu jornal preferido]]]

2.2 As relações que se dão no eixo paradigmático, ou seja, o eixo
vertical, podem ser demonstradas promovendo-se substituições que
modificarão o signo complexo (F) mas não o seu funcionamento.

‘De manhã, o João lê um artigo do seu jornal preferido.’



‘De manhã, o João lê um artigo da sua revista favorita’. 

‘À tarde, o João lê um artigo do seu jornal preferido’. 

‘Às 8h, o João lê um artigo do seu jornal preferido’.

3. 

3.1 No exemplo 2 temos uma metáfora, uma figura retórica que tem
como base uma relação de comparação (implícita) que se dá por

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semelhança. Demonstramos tal fenómeno da seguinte maneira: 

‘Os campeões deslocam-se ao estádio para uma disputa braço de
ferro com o rival’.

‘Os campeões deslocam-se ao estádio para uma disputa que se dará
como se tivessem braço de ferro com o rival’. 

No exemplo 3 temos uma metonímia, um fenómeno linguístico que se
dá por substituição de um termo por outro, desde que tais termos
guardem algum tipo de associação (relação de contiguidade). Há
vários tipos de substituições que caracterizam as metonímias. No
exemplo aqui apresentado temos uma substituição do tipo continente
pelo conteúdo, ou seja: 

‘Vamos tomar um copo?’= ‘Vamos tomar um copo [que contenha
cerveja, vinho, suco, por exemplo]?

3.2 Tanto metáfora quanto metonímia são fenómenos que implicam
operações estruturais (adição e/ou subtração de estruturas
linguisticas). No caso das metáforas, segundo a proposta de Jakobson
mencionada no enunciado da questão, tais operações acontecem no
eixo paradigmático, o eixo vertical. Já nas metonímias essas
operações acontecem no eixo sintagmático, o eixo horizontal. 

4. Em linhas gerais o que contrasta as duas formas de investigação é
que, enquanto a semiótica buscará explicar a mensagem contida
naquela obra de arte a partir da minuciosa análise de seus signos e
da relação que estabelecem entre si, a estética buscará um juízo de
valor daquilo que é considerado belo e uma análise da percepção dos
sentidos provocados por uma dada obra. No exemplo mencionado - o
quadro Guernica, de Pablo Picasso (1937), uma análise semiótica
observará, inicialmente, a estrutura do quadro (sintaxe), descrevendo
os signos observados: as pessoas, animais e edifícios por Picasso
retratados; buscará o significado das relações entre os elementos
(semântica):As mãos abertas da pessoa no chão seria um pedido de
socorro? O que significa o fogo representado? Por fim, fará uma

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análise contextual da obra (pragmática): No ano em que a obra foi
pintada, houve o bombardeio à cidade de Guernica, durante a Guerra
Civil espanhola. Uma análise estética, por sua vez, ainda que observe
os mesmos aspectos que a semiótica, ela o faz de forma valorativa.
Observará as cores, as dimensões, a composição de maneira a traçar
uma narrativa que justifique aquela obra dentro de um período de
tempo, uma corrente estética. 

5. Na imagem apresentada vemos um tanque de lavar roupas
camuflado no que parece ser um passeio público, um buquê de
cravos vermelhos e uma placa que contém a data 25 de abril de
1974. A relação sintagmática (a) entre os signos aqui elencados se dá
pela composição estrutural: os signos parciais - tanque camuflado,
um buquê dentro do tanque, e a placa em frente ao tanque -
associam-se e constroem o signo complexo e global aqui exposto
(imagem completa). A relação semântica (b) se dá pela forma como
os signos menos complexos se relacionam e qual é o significado
dessas relações. O tanque representa um tanque militar (dada sua
camuflagem), contendo os cravos vermelhos (flor símbolo de
Portugal) dentro e a placa com a data. Por fim, a relação pragmática
(c) se define pelo contexto da construção deste signo complexo - a
alusão evidente à Revolução dos Cravos, que aconteceu em 25 de
abril de 1974 e à distribuição de cravos vermelhos que se deu
naquela ocasião1. Considerando o signo menos complexo tanque,
temos: a) um tanque de lavar roupas camuflado; b) um tanque de
guerra com cravos vermelhos dentro e uma matrícula com uma data;
c) uma alusão à Revolução dos Cravos.

https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/revolucao-dos-
cravos.htm

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