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QUAL É O PROBLEMA?
CAUSA 1 –
CAUSA 2 –
POSSÍVEL TESE:
EFEITO DA CAUSA 1 –
EFEITO DA CAUSA 2 –
PROJETO DE INTERVENÇÃO:
Obs.: nem sempre são necessárias duas soluções para os problemas apresentados, mas
os problemas apresentados devem ser solucionados
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PLANEJAMENTO PARA A RED. DA FUVEST:
FRASE TEMÁTICA, JÁ COM DESTAQUE PARA AS PALAVRAS-CHAVES
Escreva as palavras ou trechos da coletânea, se precisar explique, deixe tudo muito claro!
POSSÍVEL TESE:
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PLANEJAMENTO PARA A RED. DA VUNESP:
FRASE TEMÁTICA, JÁ COM DESTAQUE PARA AS PALAVRAS-CHAVES
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PROPOSTAS DE REDAÇÃO
REDAÇÃO Nº 32 (Modelo ENEM ou FUVEST ou VUNESP)
Entrega em: 10/12/2020, quinta-feira, até as 7h e 30min, via P+ Redação.
Texto 1
O preconceito linguístico se baseia na crença de que só existe (...) uma única língua portuguesa digna deste nome e que
seria a língua ensinada nas escolas, explicada nas gramáticas e catalogada nos dicionários. Qualquer manifestação linguística
que escape desse triângulo escola-gramática-dicionário é considerada, sob a ótica do preconceito linguístico, “errada, feia,
estropiada, rudimentar, deficiente”, e não é raro a gente ouvir que “isso não é português”.
Fonte: BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico. 56 ed. São Paulo: Parábola, 2018. — adaptado.
Texto 2
O principal equívoco que a escola comete com relação à variedade linguística não padrão é encará-la como uma lista de
erros ou como uma série de agressões e transgressões, pelas quais cada falante seria individualmente responsável. Importa
ressaltar que essa variedade linguística não só tem uma história eminentemente coletiva, mas também é altamente estruturada
e funcional.
Fonte: ILARI, Rodolfo; BASSO, Renato. O português da gente. São Paulo: Contexto, 2009. — adaptado.
Texto 3
[...] há críticas negativas em relação, por exemplo, à falta de concordância verbal ou nominal (As coisa tá muito cara); ao
"r" no lugar do "l" (Framengo); à presença do gerúndio no lugar do infinitivo (Eu vô tá verificano); ao "r" chamado de caipira,
característico da fala de amplas áreas mineiras, paulistas, goianas, mato-grossenses e paranaenses - em franca expansão,
embora sua extinção tenha sido prevista por linguistas. Depreciando-se a língua, deprecia-se o indivíduo, sua identidade, sua
forma de ver o mundo.
O preconceito linguístico - o mais sutil de todos eles - atinge um dos mais nobres legados do homem, que é o domínio
de uma língua. Exercer isso é retirar o direito de fala de milhares de pessoas que se exprimem em formas sem prestígio social.
[...] O que afirmo e até enfatizo é que ninguém tem o direito de humilhar o outro pela forma de falar. Ninguém tem o direito de
exercer assédio linguístico. Ninguém tem o direito de causar constrangimento ao seu semelhante pela forma de falar.
Fonte: SCHERRE, Martha. http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,ERT110515-17774,00.html
Texto 4
[...] para um ensino de língua não (ou menos) preconceituoso:
• Aceitar a ideia de que não existe erro de português. Existem diferenças de uso ou alternativas de uso em relação à regra
única proposta pela gramática normativa.
• Não confundir erro de português com simples erro de ortografia. A ortografia é artificial, ao contrário da língua, que é
natural. A ortografia é uma decisão política, é imposta por decreto, por isso ela pode mudar, e muda, de uma época para
outra. Em 1899 as pessoas estudavam psychologia e história do Egypto; em 1999 elas estudam psicologia e história do
Egito. Línguas que não têm escrita nem por isso deixam de ter sua gramática.
• Reconhecer que tudo o que a Gramática Tradicional chama de erro é na verdade um fenômeno que tem uma explicação
científica perfeitamente demonstrável. Se milhões de pessoas (cultas inclusive) estão optando por um uso que difere da
regra prescrita nas gramáticas normativas é porque há alguma regra nova sobrepondo-se à antiga. Assim, o problema
está com a regra tradicional, e não com as pessoas, que são falantes nativos e perfeitamente competentes de sua língua.
Nada é por acaso.
Fonte: BAGNO, Marcos. DEZ CISÕES para um ensino de língua não (ou menos) preconceituoso. Disponível em:
https://www.mesalva.com/enem-e-vestibulares/redacao/redp-propostas-de-redacao/npr90-formas-de-combater-o-preconceito-
linguistico-no-brasil
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• PROPOSTA 2 – PARA O MODELO FUVEST:
Considerando as ideias apresentadas nos textos e também outras informações que julgar pertinentes,
redija uma dissertação em prosa, na qual você defenda seu ponto de vista sobre o tema: Linguagem neutra e
relações de poder na sociedade contemporânea .
Texto 1
[...] a realidade só tem existência para os homens quando é nomeada. Os signos são, assim, uma forma de apreender a
realidade. Só percebemos no mundo o que nossa língua nomeia.
A atividade linguística é uma atividade simbólica, o que significa que as palavras criam conceitos e esses conceitos
ordenam a realidade, categorizam o mundo. Por exemplo, criamos o conceito de pôr do sol. Sabemos que, do ponto de vista
científico, não existe pôr do sol, uma vez que é a Terra que gira em torno do sol. No entanto, esse conceito criado pela língua
determina uma realidade que encanta a todos nós. Uma nova realidade, uma nova invenção, uma nova ideia exigem novas
palavras, mas é sua denominação que lhes confere existência. Apagar uma coisa no computador é uma atividade diferente de
apagar o que foi escrito à lápis, à máquina ou à caneta. Por isso, surge uma nova palavra para designar essa nova realidade,
deletar. No entanto, se essa nova palavra não existisse, não se perceberia a atividade de apagar no computador como uma coisa
diferente.
José Luiz Fiorin. Teoria dos signos. In: Introdução à Linguística: i. objetos teóricos. 6 ed. São Paulo: Contexto, 2012.
Texto 2
É perceptível um cenário global que favorece a discussão de gênero (no seu sentido sociológico) na sociedade, e a
língua enquanto parte dela não escapa dessa tendência. É nesse contexto, sobretudo nos meios digitais, que surgem estratégias
de escrita para burlar a marca de gênero gramatical nas palavras, entre elas as chamadas “linguagens neutras” (também
conhecidas como “não-binárias” ou “inclusivas”). Trata-se de sistemas de escrita defendidos, sobretudo, por ativistas LGBTQ ,
que visam desconstruir o binarismo da linguagem, isto é, a ideia de que necessariamente devem existir palavras femininas ou
masculinas para designar seres vivos. Nessas escritas, substituem-se os sufixos associados ao gênero gramatical por um sinal
de @ ou por um x ou, ainda, pela vogal “e” (neste último caso, fazendo-se as adaptações linguísticas necessárias, como em
“amigos” virando “amigues”).
O que se pode questionar, no entanto, é quais são os limites da inclusão garantida por tais sistemas e quais são as
barreiras estruturais por eles encontradas na morfossintaxe da língua; ademais, o que os contextos de emprego dessas formas
revelam sobre sua estabilidade na língua; por fim, quem são os sujeitos sociais envolvidos nas reivindicações por elas e quem
são os seus críticos.
Vivian de Ulhôa C. Bernardo. A referenciação a partir da concordância de gênero no português brasileiro: uma abordagem da
Linguística Cognitiva. Dissertação de mestrado. Universidade de São Paulo, 2019. Adaptado.
Texto 3
A implementação da linguagem neutra seria uma forma de inclusão de grupos marginalizados, acredita Jonas Maria, de
São Paulo, criador de conteúdo LGBTQI+ e graduado em Letras. "Não é uma simples mudança gramatical, mas uma mudança
de perspectiva. Quando falamos em linguagem neutra, estamos falando sobre gênero, relações de poder. Sobre tornar visível
uma parcela da sociedade que é sempre posta à margem [...].
Linguagem neutra: proposta de inclusão esbarra em questões linguísticas. 07/10/2020. Disponível em:
https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2020/10/07/linguagem-neutra-proposta-de-inclusao-esbarra-em-questoes-linguisticas.htm.
Adaptado.
Texto 4
Linguagem é poder. Antes de serem puros e simples atos de comunicação, todos os atos da linguagem são atos de
poder. Em um sentido puramente conceitual, poder é uma potencialidade dos corpos humanos. Poder é da ordem de algo que
se exerce. Podemos dizer que ele é a ação de um corpo sobre um outro corpo que se transforma por meio dos atos que produz
ou que sofre. A essa ação podemos dar o nome de linguagem. [...].
Marcia Tiburi. “Linguagem é poder: sobre jogos sujos e democracia”. Disponível em:
https://revistacult.uol.com.br/home/linguagem-e-poder-sobre-jogos-sujos-e-democracia/
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• PROPOSTA 3 – PARA O MODELO VUNESP:
Texto 1
Uma das discussões mais recentes – e polêmicas – sobre a Língua Portuguesa é a utilização das vogais temáticas. A proposta
de uma terceira forma que vá além do A para o gênero feminino e do O para o gênero masculino é conhecida como Linguagem Neutra
e compreende, basicamente, a utilização de uma terceira letra para se referir a todos, sem particularizar gênero, inclusive para aqueles
que não se identificam com a binariedade – ou seja, não se sentem confortáveis em se associar nem ao feminino, nem ao masculino.
A proposta de criação de pronomes que sejam “neutros” tem movimentado discussões na república das Letras por bater de
frente com uma polêmica questão: a Língua Portuguesa já não é neutra? Entre os professores, gramáticos e estudantes da língua que
debatem o assunto, há aqueles que defendem que, sim, a variedade masculina dos pronomes (Ele, Eles) e dos artigos (o, os) já
compreende a neutralidade, ao passo que são utilizados quando se tem, em um mesmo grupo, homens e mulheres. No exemplo “eles
vão ao parque juntos”, o “eles” pode ser tanto para dois indivíduos do gênero masculino quanto para um indivíduo do gênero masculino
e um do feminino. [...]
A gramática conservadora, conhecida como a norma culta da língua, entende que não é necessário distinguir os gêneros de
determinado grupo quando há a presença de homens e mulheres. Utilizar, portanto, “Os alunos e as alunas foram ao parque” seria um
pleonasmo. Isto é, ao utilizar o gênero masculino em “alunos”, já está implícita tanto a possibilidade de terem somente estudantes do
sexo masculino quanto a de terem meninos e meninas. Qual seria, então, a necessidade de criar uma terceira classificação de
pronomes? [...]
Fato é que, apesar de constantes discussões e polêmicas, é crescente a camada da sociedade que reconhece a existência de
indivíduos que não se identificam com o gênero masculino ou com o feminino. A chamada comunidade não-binária inclui todos aqueles
que não se enquadram em um dos dois gêneros pré-definidos. O gênero não deve ser confundido com sexualidade, e muito menos
com a genitália de cada um: é muito mais sobre a forma como o indivíduo se enxerga no mundo e como se porta e deseja ser tratado.
Alguns não-binários, inclusive, comparam a não-binariedade à escala de cores: na mesma lógica de que de uma cor para outra há uma
infinidade de tons, do gênero masculino ao feminino, também. [...]
A YouTuber Cup, uma jovem não-binária de 22 anos, explica que algumas pessoas podem se sentir confortáveis sendo tratadas
tanto no masculino como no feminino, mas, para outras, esses termos podem ser opressores, pois as empurram para um contexto em
que elas não se sentem representadas. “Há de existir uma forma de respeitar suas identidades na língua da mesma forma que
respeitamos homens e mulheres”, diz. [...]
Outros países também estão discutindo o tema. Nos EUA, a Universidade de Minnesota adota políticas de identidade gênero
que reconhecem os pronomes escolhidos pelos estudantes. Em Portugal, no dia 18 de setembro, o Ministério da Defesa elaborou um
conjunto de instruções que recomenda o uso da linguagem neutra e inclusiva na confecção de certidões e registros civis. Cintra explica
que dar visibilidade a pessoas à margem da sociedade, historicamente apagadas, nos obriga a encontrar novas formas de incluí-las no
discurso.
“A melhor forma de introduzir uma linguagem mais neutra é, antes de tudo, repensar o que estamos ensinando e que visões
de mundo são perpetuadas. Se essa reflexão for feita para definir o conteúdo que ensinamos, a forma como nos expressamos tende a
ser uma decorrência diretamente ligada a isso”, comenta Cintra.
Linguagem neutra: bobagem ou luta contra a discriminação? 05/11/2020. Disponível em:
https://guiadoestudante.abril.com.br/atualidades/linguagem-neutra-bobagem-ou-luta-contra-a-discriminacao/. Adaptado.
Texto 2
O debate pela inclusão de grupos pertencentes a gêneros em alguma medida marginalizados na esfera social atingiu em cheio
a linguagem, em diferentes países, de modo especial na última década. Em português brasileiro, isso repercutiu em propostas/usos
como os exemplificados a seguir, que contemplam, respectivamente: o uso marcadamente feminino de nomes comuns de dois gêneros
(a); o emprego de formas femininas e masculinas, sobretudo em vocativos e pronomes, em vez do uso genérico do masculino (b); a
inclusão de novas marcas no final de substantivos e adjetivos, como x e @ (c):
a. presidenta
b. alunas e alunos, todas e todos
c. amigx, amig@, amigue [...]
Um movimento deliberado de mudança no sistema gramatical depende de clareza coletiva sobre a que se referem as palavras
inovadoras e da consciência de que, seja qual for esse referente, sua representação linguística formal será sempre um recorte
categorial. Desse modo, é preciso que as pessoas conheçam e sejam capazes de identificar no mundo, de forma mais ou menos tácita,
o significado de categorias como cis, trans, não binário etc. para que as marcas linguísticas que as designem se estabeleçam no uso.
Mesmo assim, uma gramática que conte apenas com o/a/e designando, respectivamente, masculino, feminino e não binário, ainda que
amplie as possibilidades de representação linguística de entidades do mundo, seguirá não dando conta de todas as possíveis
segmentações ou subsegmentações de gênero social.
Luiz Carlos Schwindt. Sobre gênero neutro em português brasileiro e os limites do sistema linguístico. Revista da Associação Brasileira de
Linguística, V. 19, N. 1 (2020).
Com base em seus conhecimentos e nos textos apresentados, escreva uma dissertação argumentativa, empregando a
norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
A adoção da linguagem neutra é, por si só, uma estratégia eficaz para garantir inclusão?
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