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GUIA DE
LINGUAGEM
INCLUSIVA
Introdução
Muitas vezes, sem perceber, excluímos No entanto, se você está lendo este
outras pessoas pela forma como falamos e material, mostra que deseja aprender
escrevemos. Ao longo da vida, mais sobre a linguagem inclusiva, não
incorporamos à nossa comunicação é mesmo? Ao defender essa forma de
diversos termos e expressões que linguagem você valoriza, respeita e
reproduzem ofensas e preconceitos. E isso acolhe a diversidade.
não é “mimimi”. É importante e
respeitoso usar a linguagem inclusiva no Mas e aí? Como aplicar, na prática?
mundo plural e diverso em que vivemos.
Bem, podemos dizer que não há uma
Quando você substitui marcadores de única resposta. Entretanto, estamos
gênero na comunicação, mostra respeito aqui para mostrar algumas
e empatia, princípios básicos que possibilidades, o que deve ser evitado e
deveriam guiar as relações. Seja nas o que não pode.
empresas ou na vida pessoal, ainda temos
um longo caminho para dizer, de fato, que Continue a leitura com a gente e
usamos uma linguagem inclusiva. saiba mais!
Certamente você já deve ter visto pessoas Outro ponto: no caso do “@” , por exemplo,
utilizando o “x” e o “@” para eliminar esse caractere não é possível de pronunciar
marcações de gênero. Mas será que esses verbalmente. Sendo assim, mesmo que a
recursos são mesmo inclusivos? Embora a pessoa consiga ler, ela não conseguirá
intenção seja boa, o emprego desses transmitir esse som para a fala.
caracteres acaba excluindo alguns grupos.
Além disso, o emprego desses artigos é
Mas como assim? muito limitado e perde a função em
contextos mais amplos, não significando
Quando falamos em diversidade, não se uma mudança real na linguagem.
trata somente de incluir todos os gêneros.
Falamos também de pessoas em processo
de aprendizagem ou com alguma
deficiência. Pessoas com dislexia, por Conclusão: esses dois caracteres não
exemplo, têm maior dificuldade para ler e devem ser empregados na linguagem
entender o “x” ou o “@”, enquanto leitores inclusiva. No lugar, prefira uma das
para deficientes visuais não conseguem opções que mostraremos a seguir.
“entender ou traduzir” esses recursos.
Ao invés de dizer:
você pode dizer
“Os clientes marcaram uma reunião às 10h”,
“Olá a todes!” ou “Sejam bem-vindes!”.
você pode dizer que
“Clientes marcaram uma reunião às 10h”. No caso de objetos, não há necessidade de
mudar as palavras, já que não possuem
identidade de gênero.
Márcia Romano, mestre em Estudos de “Os professores buscam cada vez mais incluir o “e”
Linguagens pelo Centro Federal de ao falar com os alunos (alunes). Outra situação
Educação Tecnológica de Minas Gerais que vejo é o uso de alunos e alunas para
(Cefet/MG), diz que as discussões sobre abranger mais pessoas, entre outros recursos
linguísticos. Já não é mais utilizado o “@” e o “x”
linguagem inclusiva estão a todo vapor
para incluir. Esses caracteres não geram inclusão
na academia. de todos grupos representativos, pois não é
possível fazer sua concordância e leitura em
Essas e outras dicas vão te ajudar na software para ajudar pessoas com deficiência
caminhada pela linguagem inclusiva. visual, por exemplo”.
Pode ser difícil no começo, mas, com o
tempo, será natural. Engana-se quem Márcia Romano
Mestre em Estudos de
acha que a linguagem neutra é uma Linguagens pelo Cefet/MG
modinha que vai passar!
Ednilson Sacramento
Assessor da Secretaria de Educação e Cultura da
Organização Nacional de Cegos do Brasil - ONCB
O jeito como uma pessoa escreve ou fala é No caso das pessoas com dislexia, você
muito particular. São variações regionais, precisa pensar em como tornar o seu
culturais, bagagens construídas no decorrer conteúdo mais fácil de ser lido. Se possível,
da vida, entre outras peculiaridades. faça textos com frases diretas, evite textos
redundantes, não cometa erros de
José Saramago nunca será Machado de gramática, pontuação e ortografia.
Assis e Andrea Bocelli nunca será Roberto
Carlos. E mais: uma palestra direcionada a E mais: evite fazer uso de metáforas e
um grupo de advogados nunca será igual a abreviações.
uma palestra para estudantes de design.
Gosta de justificar e formatar seu texto? Na
E por que estamos dizendo isso? Bem, não linguagem inclusiva para disléxicos não é
precisamos ser iguais, mas devemos muito recomendado. O uso de recursos
respeitar as diferenças. Na linguagem como o sublinhado, que dão destaque ao
inclusiva, precisamos nos esforçar para texto, são bem-vindos.
passar a mensagem correta e compreensível
ao público direcionado, sempre pensando
em incluir a diversidade.
Letícia Carvalho Rei Santos Victor Lambertucci Sônia Lesse Tânia Chaves
Pesquisa e redação Design e diagramação Revisão Revisão Revisão
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