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Live

#03
“Até entendo,

mas pra falar…”

Licenciado para: Matheus Magalhães de Sousa | mtdsousa19@gmail.com | 12332201793 | Protegido por AlpaClass.com #AYK5
1. Por que você consegue
entender mais do que falar?
Se você é como eu, foi nascido e criado no Brasil e não
viajou para o exterior durante sua vida, o que significa
que todo o seu contato com o outro idioma foi por
entretenimento (filmes, séries, jogos, músicas etc.) na
televisão, no computador, na LAN house, no celular, na
rádio etc.

Agora pensa comigo: quando a gente tinha esse contato


com o outro idioma, como era exatamente? A resposta é
que ele era 100% visual e/ou auditivo.

Víamos um clipe de uma música que gostávamos muito


e aprendíamos a cantar nem que fosse só o refrão, ou
então víamos as palavras em inglês nos jogos e
aprendíamos os significados só para poder continuar
jogando, ou víamos séries pela internet com legendas
etc.

O ponto em comum em tudo isso é que, por ser uma


exposição visual (líamos as palavras) e auditiva
(ouvíamos as palavras nos jogos, músicas, séries etc.),
nossos olhos se acostumaram com a escrita delas e
nossos ouvidos com o som delas, mas nossa boca não
foi requisitada em momento algum, ou pelo menos nem
de perto tanto quanto os olhos e ouvidos, e é
justamente esse o problema.
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2 competências treinadas, 2 negligenciadas

Todos os idiomas possuem duas esferas de


competência, a esfera passiva e a esfera ativa. Cada
uma delas possui duas competências específicas:

Esfera passiva: ler e ouvir.

Esfera ativa: escrever e falar.

Na esfera passiva temos o que chamamos em inglês de


input (in = dentro, put = pôr, colocar), ou seja, o
conteúdo que você coloca para dentro, que você recebe.

Já na ativa, temos o chamado output (out = fora), ou


seja, o conteúdo que você coloca para fora, que você
produz.

Tanto para recebermos quanto para produzirmos


conteúdo, precisamos treinar habilidades específicas,
essas sendo:

Receber = Reconhecer

Produzir = Recordar Ou em inglês:

Input = Recognize Output = Recall

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Na prática isso quer dizer que:

Se queremos ser capazes de entender tudo o que chega

até nós no outro idioma, precisamos ter os ouvidos e os

olhos treinados na habilidade de reconhecer essas

informações pelo que são, e se queremos ser capazes de

escrever ou dizer coisas no outro idioma com

naturalidade, precisamos ter nossa memória treinada

na habilidade de recordar vocabulário, e a boca treinada

na habilidade de reproduzir sons.

Como na maioria das vezes o que fizemos foi só ler e

ouvir conteúdo no outro idioma, treinamos muito essas

duas habilidades, mas como não tivemos que escrever

ou falar muita coisa nele, elas foram pouco ou nada

desenvolvidas.

Até mesmo quem já fez cursos de inglês, francês,

espanhol etc. tem dificuldade com isso, porque na

época quando fazia as tarefas escritas não fazia

realmente por gosto e vontade própria, fazia para ter a

nota e passar (sem contar o abuso do Google Tradutor),

e nas tarefas orais geralmente passava sem muito

problema porque os professores deixavam, já que

pegaria mal para a reputação do curso ter alunos que

reprovam, ou seja, mais fácil aprovar sem muito critério.

Agora que entendemos o porquê dessa situação, vamos

entender como resolvê-la de forma eficaz e sem

precisar desperdiçar tempo e dinheiro.

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Key takeaway (conclusão principal): esse é o problema
mais comum com todas as pessoas, e por isso você não
pode fazer o que todos estão fazendo. A partir de agora
é FOCO e HÁBITO.

2. Prática, hábito e gamificação


“Practice does not make perfect. Only perfect practice
makes perfect.” Vince Lombardi, considered by many
the greatest American Football coach in history¹.

“A prática não leva à perfeição. Só a prática perfeita leva


à perfeição.” Vince Lombardi, considerado por muitos o
melhor treinador de futebol americano da história.

Já entendemos que se a fala não está tão boa quanto a


leitura e a escuta é porque ela não foi exercitada tanto
quanto, mas como fazer isso?

Quando se trata de melhorar a fala em outro idioma, há


alguns pontos a considerar.

1°. A diferença entre vocabulário passivo e ativo.

2°. Como transformar o passivo em ativo.

3°. O que você realmente precisa dizer agora (Palavras-


chave: precisa e agora).

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Diferença entre vocabulário passivo e ativo:

Vocabulário passivo = você consegue reconhecê-lo


quando o vê escrito e/ou o ouve falado, mas não utilizá-
lo.

Vocabulário ativo = você consegue usá-lo


tranquilamente tanto na escrita quanto na fala.

O motivo pelo qual a maioria de nós acaba tendo mais


vocabulário passivo do que ativo é justamente pelo que
foi falado acima: a maior parte do nosso contato é só
recebendo conteúdo no outro idioma, não produzindo.

Para transformar esse vocabulário passivo em ativo,


basta fazer o que a própria palavra diz: ativá-lo.

Isso quer dizer pôr o seu cérebro para criar frases no


idioma, nem que apenas na sua cabeça, a fim de notar
quais palavras, conceitos e expressões serão mais
difíceis ou literalmente impossíveis de construir por
você não saber ainda, desse jeito descobrindo o que é
preciso aprender e percebendo suas maiores
dificuldades no momento.

Contudo, como qualquer outra habilidade, se você não


estabelecer o treino dela como hábito, vai demorar
muito a progredir.

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Então, como estabelecer isso como hábito?

Aqui vão algumas sugestões do que eu faço e


recomendo aos alunos em dois casos.

1º caso - não tem acesso a estrangeiros:

- Role play

‘Role’ em inglês significa ‘Papel’ (como o de um ator), e


‘play’, ‘atuar’ nesse contexto. Se imagine nas situações
onde precisa/vai precisar falar o idioma, anote-as num
papel ou app de notas no celular/computador e comece
a listar as frases, perguntas e expressões que precisa
usar em cada uma.

Exemplo:

Situação: Entrevista de emprego.

Perguntas/pedidos possíveis:

- Por que você quer esse emprego?

- Me fale sobre você.

- Com que tipo de pessoa você gosta de trabalhar? Etc.

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Frases/expressões:

- Eu me considero uma pessoa bem (adjetivo), mas


preciso ser mais (adjetivo) também.

- Me interessei pela oportunidade porque essa empresa


sempre busca inovação, e é justamente isso que eu
procuro;

- Gosto de trabalhar com pessoas (adjetivo), com


pessoas que são (adjetivo) eu não me dou muito bem.

Se imagine nelas e aja como se você REALMENTE


estivesse vivendo essa situação.

Fale em voz alta como se estivesse lá e tente responder


de acordo. Você vai começar a perceber quais palavras,
conjugações e frases são mais difíceis para você e seu
próprio cérebro vai te mostrar onde precisa focar.

Use o DeepL/Google Tradutor para buscar o que não


sabe e o Reverso Context para expressões.

- Interagir com conteúdos

Enquanto vê filmes, séries, vídeos no YouTube, ouve


podcasts, lê livros, artigos etc., aja como se estivessem
falando diretamente com você e tente responder em
voz alta.

Responda a uma pergunta feita, dê uma opinião sobre


algo dito, tente fazer uma contra pergunta, por aí vai.
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Use os conteúdos como gatilho de criação do idioma na
sua cabeça.

Exemplo:

Você está vendo uma série em inglês com legendas e


um personagem pergunta: Where is she?

(Onde ela está?)

Imagine que você fosse responder “ela está aqui”. Você


tenta dizer isso e na sua cabeça vem a frase “she’s here”.
Você traduz no Google Tradutor e vê que acertou.

Agora imagine se você quisesse dizer “ela está no


segundo andar”. Você começa a estruturar na cabeça e
as palavras “she’s in the second…” surgem, mas não a
palavra ‘andar’ em inglês.

Você tenta a todo custo lembrar, mas não consegue.


Nessa hora você abre o Google tradutor, pesquisa de
português para inglês a frase “ela está no segundo
andar” e vê a tradução “she’s on the second floor”.

Numa questão de segundos você já ajudou o seu cérebro


a corrigir o uso de “in”, ver mais um uso de “on” e
lembrou ou aprendeu a palavra “floor”.

Nas próximas vezes que precisar usá-las, provavelmente


vai conseguir. Se não, o caminho até relembrá-las será
mais curto e nas próximas vezes sem dúvida vai.

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Faça isso repetidas vezes com os conteúdos que
consome e vai percebe como seu cérebro vai conseguir
se lembrar com mais facilidade quanto mais você fizer.

- Usar apps/sites de conversa

Existem muitos apps e sites que podem te ajudar a


desenvolver sua fala, seja por te conectar a nativos do
idioma, ou por terem funções que auxiliam na fala. Aqui
vão alguns:

Apps: Hellotalk, Tandem, PolySpeak, ELSA (inglês),


SayHi e SpanishDict.

Hellotalk e Tandem -> Redes sociais para conhecer


nativos e praticar idiomas.

PolySpeak, ELSA e SayHi -> Apps que vão te auxiliar a


distinguir uma pronúncia clara e correta de uma ruim e
te avaliar usando essa base:

SpanishDict -> Um app que te dá o feedback visual da


pronúncia de palavras e expressões por americanos e
britânicos com vídeos no app.

Sites: Elevenlabs, Free4talk, Interpals e Omegle.

Elevenlabs -> Site que usa inteligência artificial para ler


o que você escreve lá numa voz nativa com suporte para
vários idiomas. MUITO bom.

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Todos os outros -> Sites que te permitem conectar com
outros estrangeiros para praticar idiomas.

Obs.: o Omegle tem uma reputação negativa por pessoas


o usarem com segundas intenções, mas uma grande
parte das pessoas vai poder te ajudar e estará
interessada em conversar.

2º caso - tem acesso a estrangeiros:

- NÃO fique com brasileiros

Uma BOA parte das pessoas que já vi fazendo


intercâmbio não se esforça tanto quanto poderia para
melhorar no idioma porque acaba fazendo amigos
brasileiros onde estão e, além de só falar português
entre si, os assuntos são sempre brasileiros (futebol do
Brasil, artistas brasileiros, política brasileira etc.).

Aprender um outro idioma é se integrar à uma nova


cultura, então procure se afastar da sua e se abrir à
outra nesse período.

Se você tem amigos, parceiros, familiares ou colegas de


trabalho estrangeiro, fale com eles sobre questões
culturas do país deles, o que eles gostavam e não
gostavam, se há muita diferença entre lá e onde estão
agora etc.

- Peça feedback e lembre-os disso

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A maioria desses estrangeiros provavelmente não é
professora, então não espere que eles saibam todas as
regras gramaticais do idioma e que tenham mil e uma
recomendações de apps e sites para você usar.

Uma BOA parte das pessoas que já vi fazendo


intercâmbio não se esforça tanto quanto poderia para
melhorar no idioma porque acaba fazendo amigos
brasileiros onde estão e, além de só falar português
entre si, os assuntos são sempre brasileiros (futebol do
Brasil, artistas brasileiros, política brasileira etc.).

Entretanto, o que ajuda muito é o feedback deles com


relação ao seu nível, então peça-os para te atualizar
constantemente e para te dar toques quando você
pronunciar algo errado ou usar uma palavra do jeito
errado também.

Possivelmente eles vão te ajudar por um tempo e depois


esquecer (porque não trabalhar com isso), mas não se
estresse, é normal e compreensível. Só os relembre do
seu objetivo e peça-os novamente que te ajudem.

- Registre, consulte e corrija

Conforme você receber as dicas e correções dos neles,


registre-as num app, consulte essas dicas e correções
conforme o tempo passar e tente integrá-las à sua fala o
quanto antes.

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Isso não leva uma semana. Leva um bom tempo porque
você está procurando consertar uma fala que
provavelmente tem vícios de muito tempo.

Se mantenha firme, vai dar certo

Key takeaway: otimize sua rotina para aproveitar ao


máximo todas as possibilidades que ela te oferece de
melhorar a sua fala e FALE MUITO!!!

3. Não só “como?”, mas


“o que?”
Já vimos como treinar a fala, mas o que vamos treinar
exatamente? Palavras soltas? Frases? Expressões?

A resposta é frases curtas, e por um motivo simples:


nenhum nativo pronuncia palavras soltas, mas sim em
sequência e falando como se fossem apenas uma.
Justamente por isso não entendemos, porque estamos
esperando a pronúncia clara e separada.

Isso é um dos conselhos dados num livro que mudou


minha vida com idiomas:

“Na vida real, uma sequência de palavras como “Eu


não sei” ou “Deixa eu ver” é dita como se fosse uma
única palavra, em um grupo de respiração, sem
pausar.

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Da mesma forma, se você parar para respirar no meio
de uma frase estrangeira que deve ser dita em uma
vez só, você não está a dizendo corretamente e até
corre o risco de ser incompreensível.

A maioria das pessoas pensa na língua como uma


coleção de palavras únicas, talvez porque os
dicionários estão organizados em entradas de uma
palavra. Mas o que é conveniente em um dicionário
realmente faz violência à realidade do idioma.

Ao praticar a pronúncia, é melhor pensar em termos


de grupos de palavras e praticar a língua dessa
maneira.”²

“Tá, e os sons difíceis?”

Os dois conselhos que resolvem isso:

“Se encontrava um novo som, como o Ghayn árabe,


treinava minha língua repetindo-o muitas milhares de
vezes por dia. Quando lia, invariavelmente lia em voz
alta, para que o ouvido pudesse ajudar na memória.”³

“O importante na masterização de um som difícil é


ouvir com muita atenção, tentando descobrir o que o
dá sua qualidade distinta. Uma boa pronúncia, como
tentei explicar, começa não na boca, mas no ouvido.”⁴

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E lembra do seguinte:

“Onde a atenção vai, a energia flui” - Tony Robbins

Não adianta você ver todas essas dicas e explicações e


não aplicá-las. Sua atenção tem que estar voltada a
melhorar a pronúncia todos os dias, só assim o real
progresso ocorre.

Não esqueça disso.

Key takeaway: isso não vai ser resolvido do dia para a


noite, mas você vai conseguir SE persistir. SIGA
ADIANTE.

Referências

1. https://en.m.wikipedia.org/wiki/Vince_Lombardi

2. How To Learn a Foreign Language - Paul Pimsleur,


página 51

3. https://medium.com/@gokayburuc/sir-richard-francis-
burtons-language-learningmethod-8f497b1ad089

4. How To Learn a Foreign Language - Paul Pimsleur,


página 52

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