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Márcio Armando

Lurdes Paulo Magesso

Celso António Macuete

Lucas Armando Pedro

Domingas Marquinha Dauda Secua

Deofeliciano Bernardo Almeida

Florêncio Crimildo Martins

Principais Agentes Fitopatogénicos e Os Métodos de Controlo

(Licenciatura em Agropecuaria)

Universidade Rovuma

Abril de 2023
Márcio Armando
Lurdes Paulo Magesso

Celso António Macuete

Lucas Armando Pedro

Domingas Marquinha Dauda Secua

Deofeliciano Bernardo Almeida

Florêncio Crimildo Martins

Principais Agentes Fitopatogénicos e Os Métodos de Controlo

(Licenciatura em Agropecuaria)

Trabalho de carácter avaliativo da cadeira de


Fitopatologia e Farmacologia, a ser entregue e
apresentado no departamento de ciências
agrarias e alimentar, leccionado pelo Eng.
Matias Saide Baysse

Universidade Rovuma

Abril de 2023
Índice
1.INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 5

1.1.OBJECTIVOS ........................................................................................................ 5

1.1.1.Geral ................................................................................................................. 5

1.1.3.Metodologia ............................................................................................................. 5

2.PRINCIPAIS AGENTES FITOPATOGÉNICOS E OS MÉTODOS DE CONTROLO


.......................................................................................................................................... 6

2.1.Fitopatogenia .......................................................................................................... 6

2.2.1Agentes Fitopatogénicos ................................................................................... 6

2.2.2.Tipos de Agentes .............................................................................................. 6

3.Variações Fenotípicas .................................................................................................... 7

3.1.Variações Genotípicas ............................................................................................ 7

4.Distribuição ................................................................................................................... 8

4.1.Sintomatologia e Diagnose Preliminar ................................................................... 8

5.Vírus Fitopatogénicos ............................................................................................ 9

6.1.Taxonomia de Micovírus .......................................................................................... 10

6.2.Fungos Fitopatogénicos ........................................................................................ 10

7.Fungos que Atacam as Plantas ............................................................................. 11

8.Nematodeos Fitopatogénicos ....................................................................................... 12

9.Fitonematoides Migradores ..................................................................................... 13

9.1.Fitonematoides Sedentários............................................................................... 13

10.1.Breve Historial .................................................................................................... 14

11.CONTROLE FÍSICO DE DOENÇAS DE PLANTAS ............................................. 15

11.1.Solarização do Solo Para o Controle de Fitopatógenos Habitantes do Solo ...... 15

11.2.Controle Químico de Doenças de Plantas ....................................................... 15

12.GRUPOS DE PRODUTOS UTILIZADOS .............................................................. 16

12.1.Princípios De Controle Envolvidos .................................................................... 16

12.2.Tipos de Pesticidas .......................................................................................... 16


12.3.Características de Um Bom Fungicida ............................................................... 16

13.Classificação Toxicológica dos Fungicidas ............................................................... 17

13.1.Controle Integrado de Doenças de Plantas ......................................................... 17

14.1.MÉTODOS DE CONTROLO ASSOCIADOS AO MID ...................................... 18

14.2.Pilares.................................................................................................................. 18

16.Químico ..................................................................................................................... 20

16.1.Genético .............................................................................................................. 20

16.2.Físico ............................................................................................................... 20

17.1.Cultural ................................................................................................................... 21

18.Conclusão............................................................................................................... 22

19.Bibliografia ................................................................................................................ 23
5

1.INTRODUÇÃO
A agricultura é um dos principais agentes propulsores do desenvolvimento comercial e
dos serviços nas pequenas e médias cidades, bastando um pequeno incentivo à
agricultura para que se obtenha respostas nos outros sectores económicos (ndustriais,
comerciais, exportação).

As doenças em plantas ocupam lugar de destaque no que se refere aos danos causados à
quantidade e à qualidade dos alimentos produzidos, a acção dos diferentes agentes
fitopatogênicos promove alterações fisiológicas nas plantas, cuja expressão constitui o
conjunto de sintomas que estas apresentam.

1.1.OBJECTIVOS

1.1.1.Geral
 Falar sobre principais agentes fitopatogénicos e os métodos de controlo

1.1.2.Específicos
 Mencionar os tipos de agentes fitopatogénicos
 Descrever o modo de actuação dos tipos de agentes fitopatogénicos
 Conhecer os métodos de controlo usado contra os agentes fitopatogénicos

1.1.3.Metodologia
O trabalho foi feito com o auxilio de alguns manuais e pdfʹs
6
Florêncio Crimildo Martins

2.PRINCIPAIS AGENTES FITOPATOGÉNICOS E OS MÉTODOS DE


CONTROLO

2.1.Fitopatogenia
Fitopatógeno é a designação dada em fitopatológica a um organismo, em geral um
microorganismo, que causa doenças das plantas ao disturbar o metabolismo celular pela
secreção de enzimas, toxinas, fitoreguladores ou outras substâncias ou pela absorção de
nutrientes da célula para o seu próprio crescimento e metabolismo (CHAVES e
ZAMBOLIM, 1985).

Alguns fitopatógenos podem causar também enfermidades por


crescerem e se multiplicarem no xilema ou no floema da planta e,
por essa via, bloquearem o transporte de água e de nutrientes desde
as raízes às folhas ou o fluxo de seiva desde as folhas ao resto da
planta (CHAVES e ZAMBOLIM, 1985).

2.2.1Agentes Fitopatogénicos
A acção dos diferentes agentes fitopatogénicos promove alterações fisiológicas nas
plantas, cuja expressão constitui o conjunto de sintomas que estas apresentam. Os
sintomas não são a doença em si, mas sendo provocados por ela, indicam sua existência
e ajudam no seu diagnóstico (CHAVES e ZAMBOLIM, 1985).

2.2.2.Tipos de Agentes
Segundo Agrios (1997), As doenças em plantas ocupam lugar de destaque no que se
refere aos danos causados à quantidade e à qualidade dos alimentos produzidos, os
diferentes tipos de doenças nas plantas são geralmente causados pelos seguintes agentes
causais:
 Bactérias
 Vírus
 Fungos
 Nematodeos
 Plantas Parasitas
7

2.2.3.Variabilidade dos Agentes Fitopatogênicos


Mais do que os vegetais superiores, os agentes fitopatogénicos, devido à sua alta
plasticidade genética e o seu grau de dependência em relação aos factores do ambiente,
estão sujeitos a constantes variações, sejam genotípicas ou fenotípicas (Agrios, 1997).

3.Variações Fenotípicas
Representam apenas respostas diferentes do mesmo genótipo a diversas circunstâncias
do meio (Agrios,1997).
Por exemplo, variações no tamanho de conídios em Cercospora em
função da umidade atmosférica, onde estas variações não são apenas
morfológicas, mas também fisiológicas, e por vezes podem mudar
fundamentalmente o comportamento patogénico do indivíduo (Agrios,
1997).

3.1.Variações Genotípicas
São transmissíveis aos descendentes, portanto alteram o seu património genético, são
estas as responsáveis pelo aparecimento de novas raças e até de novas espécies, com
características bem definidas (Agrios, 1997).

3.2.Bactérias Fitopatogénicas Celso António Macuete


Bactérias são organismos microscópicos, unicelulares, que possuem parede celular, elas
não possuem núcleo verdadeiro como o de organismos superiores, separado do restante
dos outros componentes celulares por uma membrana, e seu material genético, um DNA
circular de fita simples, se localiza directamente no citoplasma da célula (Amorim,
1995).

Figura 1: Bactérias
Fonte: Amorim, (1995).
8

4.Distribuição
As bactérias fitopatogênicas estão distribuídas em vários géneros, espécies e
subespécies separadas entre si por características culturais, bioquímicas, fisiológicas e
serológicas. Recentemente, o emprego de técnicas moleculares promoveu profundas
mudanças na taxonomia das bactérias fitopatogênicas (Amorim, 1995).

Figura 2: Folhas atacadas por agentes bacterianos


Fonte: Amorim, (1995).

4.1.Sintomatologia e Diagnose Preliminar


Alguns tipos de sintomas são comummente relacionados à presença de bactérias
fitopatogênicas e podem ser agrupados em:

1. Manchas e Necroses: O tecido afectado inicialmente apresenta anasarca,


evoluindo para morte e necrose, é o tipo de sintoma mais comum.
Dependendo do tipo, as lesões em folhas recebem diversas
denominações, como, mancha angular isso quando as lesões
foliares ficam delimitadas pelas nervuras; crestamento, quando
atinge grande parte do limbo foliar; estrias ou riscas, que ocorrem
em folhas com nervuras paralelas, como no caso de gramíneas;
cancros, quando as lesões são necróticas e profundas (Kimati,
1995).

Algumas bactérias produzem toxinas, formando um halo amarelado ao redor das lesões,
nos ramos, flores e frutos os sintomas podem assemelhar-se aos observados nas folhas
(Kimati, 1995).
9

2. Hiperplasia e Hipertrofia: se caracterizam pela multiplicação celular exagerada


ou aumento no tamanho das células, resultante de desequilíbrio no sistema
hormonal da planta, levando a um crescimento excessivo do órgão ou tecido
afectado. Inclui a fasciação, que é a proliferação anormal de raízes e brotos,
geralmente com achatamento e fusão das partes afectadas; galhas, que ocorrem
na região do colo, em raízes e parte aérea e raízes em cabeleira (Kimati, 1995).

3. Murcha: ocorre por obstrução dos feixes vasculares, devido à invasão e/ou
colonização pelas bactérias fitopatogênicas, impedindo ou dificultando o
transporte de água e nutrientes. A infecção vascular nem sempre resulta em
murcha aparente, podendo causar nanismo e/ou clorose (Kimati, 1995).

4. Podridão Mole: resulta em maceração de tecidos, devido à produção, pela


bactéria, de enzimas que degradam as substâncias pécticas da lamela média e da
parede celular. Este tipo de sintoma é muito importante também durante o
armazenamento, no caso de bulbos e rizomas (Kimati, 1995).

Lurdes Paulo Magesso


5.Vírus Fitopatogénicos
Micovírus são vírus que infectam todos os taxa de fungos, são geralmente crípticos
(latentes), mas podem causar pequenas ou imperceptíveis alterações no hospedeiro, nos
fungos fitopatogênicos, os vírus podem interferir com os sintomas e, em alguns casos,
reduzir a virulência de seu hospedeiro (Freire. F, 2003).

Figura 3: vírus
Fonteː (Freire. F, 2003).
10

6.Micovírus
São vírus que se replicam em células de fungos e que não possuem fase extracelular
nem vectores conhecidos. Dessa forma, para garantir sua sobrevivência, geralmente
causam pouco ou nenhum efeito sobre seus hospedeiros (Freire. F, 2003).

Márcio Armando

Figura 4: virulência em uma folha


Fonteː (Freire. F, 2003).

Porém há exceções, como os fungos, durante grande parte de seu ciclo de vida,
produzem muitos tipos de esporos e trocam material citoplasmático na fusão de hifas
vegetativamente compatíveis, os vírus que infectam fungos têm sua disseminação e
dispersão asseguradas (MILGROOM; HILLMAN, 2011).

6.1.Taxonomia de Micovírus
Na taxonomia viral, independentemente do hospedeiro, são consideradas como
características a gama de hospedeiros, o modo de transmissão na natureza, a morfologia
e o tamanho da partícula, a presença ou a ausência de capsídeo e de envelope, o tipo e o
número de segmentos de ácido nucleico, a organização gnómica e a percentagem de
identidade entre as sequências genômicas (KING et al., 2012).

6.2.Fungos Fitopatogénicos Márcio Armando


Fungos fitopatogênicos são aqueles que, assim como endófitos, habitam no interior dos
tecidos vegetais, no entanto, os microorganismos denominados como fitopatogênicos,
diante de estresses bióticos e abióticos, tornam-se patógenos e causam doenças nas
plantas por meio de distúrbios em seu metabolismo celular (Almeida,2001).
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7.Fungos que Atacam as Plantas


Os mais comuns são:
 Algas,
 Fungo cinzento
 Oídio

7.1.Condições de Aparição
As condições de aparecimentos dos fungos normalmente compreendem os mesmos
aspectos que são alta temperatura e umidade, além de pouca luz. O Oídio pode surgir
em qualquer local e é um problema bem comum para cultivadores indoor e outdoor pela
ubiquidade do microorganismo (KING et al., 2012).

Figura 5: Infestação de um fungo,


Fonte: www.blog-flores.pt

Quando a infestação é grande, ele pode se espalhar para as flores e frutos, além de
danificar os órgãos das plantas. Os danos causados por essas pragas levam a planta à
morte e podem até chegar às raízes. Por exemplo, danificando até mesmo o solo para
prejudicar o cultivo futuro de outras culturas (Almeida,2001).

O controlo das doenças tem sido feito principalmente por meio da utilização de
defensivos agrícolas, produtos como insecticidas, fungicidas, herbicidas, vermífugos e
solventes (Almeida,2001).
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8.Nematodeos Fitopatogénicos Lucas Armando Pedro


São aqueles que seleccionam inicialmente um grupo de células vegetais e nelas injectam
suas toxinas via estilete bucal; após certo período, passam a ingerir o material alimentar
produzido, praticamente esgotando o conteúdo citoplasmático destas células (Freire,
2003).

Figura 6: Nematóide
Fonteː Agrios, (2005).

Os sintomas nas plantas infectadas por este fitonematoide são frequentemente


deformação do sistema radicular devido à formação de estruturas denominadas galhas.
A infecção das raízes é causada por juvenis de segundo estádio (J2), que penetram
mecanicamente a epiderme das raízes e movem-se pelos espaços intercelulares
iniciando uma relação de alimentação especializada com a planta (Agrios, 2005).

Figura 7: Fitonematoides Migradores


Fonte: Agrios, (2005)

Fitonematoides desse género são organismos móveis no solo e no interior das raízes da
planta hospedeira devido ao seu hábito migrador, caracterizam-se por lesões escuras,
destruição das raízes jovens. (Agrios, 2005).
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9.Fitonematoides Migradores
São aqueles que ficam por minutos ou segundos parasitando uma célula vegetal, nela
introduzindo o estilete para injectar toxinas e dela remover o conteúdo celular
transformado em alimento, logo depois abandonam o local e a célula atacada morre, tais
nematóides sempre apresentam corpo filiforme, conformação que favorece a
movimentação no interior da planta atacada ou no solo (Freire, 2003).

9.1.Fitonematoides Sedentários
São aqueles que seleccionam inicialmente um grupo de células vegetais e nelas injectam
suas toxinas via estilete bucal, após certo período, passam a ingerir o material alimentar
produzido, praticamente esgotando o conteúdo citoplasmático destas células (Freire,
2003).

Por perderem a mobilidade e se fixarem a esse local em que conseguem incitar o sítio de
alimentação, os nematóides são denominados sedentários; quase sempre, o corpo das
fêmeas dos nematóides sedentários perde a forma filiforme usual e se torna obeso,
aberrante, assumindo forma de esfera, de pêra, de limão, de rim, entre outras, tornando-
se esbranquiçadas e podendo ser visualizadas no interior das galhas (Kimati, 1995).

Figura 8: Sintomas dos Nematodeos


Fonter: (Valiente et al., 1990)
Na lavoura os sintomas são descritos como reboleiras circulares de plantas de soja
enfezadas e amareladas, os quais muitas vezes são confundidos com sintomas de
deficiência nutricional, estresse hídrico e compactação de solo, algumas vezes não
ocorre redução do tamanho das plantas. de 30% (Valiente et al., 1990; Araújo et al.,
2012).
14

10.Plantas Parasitas
Parasitismo é uma relação direta e estreita entre dois organismos geralmente bem
determinados o hospedeiro e o parasita, vivendo o segundo à custa do primeiro,
essencialmente unilateral, o hospedeiro é indispensável ao parasita, que, separado dele,
morrerá por falta de nutrição, a organização do parasita se especializa correlativamente
às condições em que vive no hospedeiro, sendo a adaptação a marca do parasitismo
(Valiente et al., 1990).

10.1.Breve Historial
O parasitismo começou incontestavelmente ao acaso, do contacto de um organismo com
outro, este a princípio, funcionando como suporte para o primeiro, primitivamente
saprofítico ou livre, com o correr do tempo, o suporte hospedeiro passou a alimentar o
hóspede, e essa adaptação cada vez mais exclusiva a uma determinada nutrição
(monofagia) constituiu outro factor para se desenvolver o parasitismo (Valiente et al.,
1990).

Figura 9: Fitoparasita da Batateira


Fonte: (Valiente et al., 1990).

Plantas parasitas são os Nematodeos de quisto, em particular os nematóides de quisto da


batateira que podem causar graves danos nesta cultura (Freire, 2003).

O parasitismo é uma relação ecológica existente entre indivíduos de


espécies diferentes (interespecífica), em que um dos envolvidos é
prejudicado (desarmónica) (Agrios, 2005).

Nessa relação temos o parasita e o hospedeiro, sendo o parasita o organismo que retira
do outro ser vivo os nutrientes necessários para sua sobrevivência e o hospedeiro aquele
que é parasitado (Freire, 2003).
Deofeliciano Bernardo Almeida 15

11.CONTROLE FÍSICO DE DOENÇAS DE PLANTAS

11.1.Solarização do Solo Para o Controle de Fitopatógenos Habitantes do Solo


As doenças veiculadas por Fitopatógenos habitantes do solo são um dos mais
importantes problemas fitossanitários. Esses patógenos incluem diversas espécies de
fungos, bactérias e nematóides, que podem destruir as sementes ou outros órgãos de
propagação, causar danos em plântulas, apodrecimento e destruição de raízes ou
murcha, devido a danos no sistema vascular (Copersucar, 1995).

As principais medidas recomendadas são baseadas na exclusão,


consistindo na prevenção da entrada e estabelecimento do patógeno no
solo, um método físico utilizado para a desinfestação de solo é a
aplicação de vapor, porém, está restrito a pequenas áreas devido ao
custo do equipamento necessário (Copersucar, 1995).

Dessa forma, tem sido praticado em estufas, canteiros para produção de mudas ou
campos de culturas altamente rendosas. O solo é coberto por uma lona e o vapor,
produzido por uma caldeira, é injectado, promovendo o controlo de patógenos, plantas
daninhas e pragas, por meio da elevação da temperatura do solo (Copersucar, 1995).

11.2.Controle Químico de Doenças de Plantas


O controlo químico de doenças de plantas é, em muitos casos, a única medida eficiente
e economicamente viável de garantir as altas produtividade e qualidade de produção.
Variedades de plantas cultivadas, interessantes pelo bom desempenho agronómico e
pela preferência dos consumidores, geralmente aliam uma certa vulnerabilidade a
agentes fitopatogênicos (Bergamin,1995).

A exploração comercial de culturas como as de uvas finas, morango,


maçã, tomate e batata, seria impossível sem o emprego de fungicidas
em locais ou épocas sujeitas à incidência de doenças (Kimati, 1995).

O controlo químico de doenças de plantas é praticado com maior intensidade nos países
economicamente mais desenvolvidos, onde a agricultura é tecnologicamente mais
avançada, com aplicação de mais insumos e previsão de melhores colheitas. A escalada
no emprego de pesticidas, inclusive fungicidas, a partir da segunda guerra mundial, foi
proporcionalmente acompanhada pelo interesse público na quantidade e qualidade
desses insumos agrícolas (Bergamin, 1995).
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12.GRUPOS DE PRODUTOS UTILIZADOS

12.1.Princípios De Controle Envolvidos


O controlo químico de doenças de plantas é feito através de vários tipos de produtos,
comummente denominados agroquímicos, incluindo fertilizantes e pesticidas.
Fertilizantes, quando utilizados no controle de doenças fisiogênicas (aquelas devidas a
desequilíbrios nutricionais), como deficiência de boro em crucíferas ou podridão estilar
do tomateiro, atuam pelo princípio da regulação (Bergamin, 1995).

12.2.Tipos de Pesticidas
De acordo com o autor Kimati (1995), Os pesticidas utilizados no controle de doenças
incluem:
1. Insecticidas e acaricidas: para controlar insectos e ácaros vectores de patógenos
2. Fungicidas: para o controle de fungos
3. Bactericidas: para o controle de bactérias
4. Nematicidas: para controles nematóides
5. Herbicidas: para controlar plantas hospedeiras alternativas de patógenos que
afectam culturas específicas.

12.3.Características de Um Bom Fungicida


De acordo com o autor Kimati (1995), Geralmente aplicadas aos protectores de
folhagem.
a) Fungitoxidade: deve ser tóxico ao patógeno em pequenas concentrações.
b) Especificidade: alguns fungicidas são específicos, outros são gerais ou de amplo
espectro.
c) Deposição e Distribuição: deve depositar e distribuir uniformemente na
superfície da folhagem, solubilizando-se lentamente.
d) Aderência e Cobertura: deve aderir a superfície da folhagem e cobri-la para
uma perfeita protecção.
e) Tenacidade: ser resistente às intempéries, como chuvas, ventos, radiação solar.
f) Não Deve ser Fitotóxico: ser tóxico apenas ao fungo e não à planta, não deve
ser tóxico ao homem e animais.
g) Compatibilidade: ser compatível com outros fungicidas, insecticidas ou
herbicidas, para maior economicidade nas aplicações.
h) Economicidade: baixo custo ou custo que compense a sua aplicação.
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13.Classificação Toxicológica dos Fungicidas


De acordo com o autor Kimati (1995), Baseado nas características toxicológicas, os
fungicidas são distribuídos nas seguintes classes:

 Classe I: Extremamente tóxico (rótulo vermelho)


 Classe II: Altamente tóxico (rótulo amarelo)
 Classe III: Medianamente tóxico (rótulo azul)
 Classe IV: Pouco tóxico (rótulo verde)

13.1.Controle Integrado de Doenças de Plantas

O Manejo Integrado de Doenças, ou MID, surgiu das bases do Manejo Integrado de


Pragas ele é a combinação de diferentes estratégias de controlo/redução dos danos
causados por doenças (Freire, 2003).

O manejo usa todas as técnicas disponíveis para manter os


organismos nocivos abaixo do LDE (Limiar de Dano Económico).
Ele minimiza seus efeitos no meio ambiente (Viana, 2009).

O MIP compreende um sistema de manejo de pragas que associa o ambiente e a


dinâmica populacional da praga a estratégias de controlo, onde essas técnicas utilizam
todos os métodos de protecção disponíveis para manter o nível populacional de pragas
abaixo do nível de dano de forma eficiente, económica e ambientalmente correcta
(Freire, 2003).

Ao unir o manejo integrado de pragas (MIP) e manejo integrado de doenças (MID)


temos o chamado manejo integrado de pragas e doenças (MIPD), é sustentada por
vários pilares, sendo cada pilar uma técnica de manejo diferente que podemos construir
e modificar, e a base como sendo condições que não estão ao alcance e não se consegue
modificar (Freire, 2003).
18

14.Estratégias de MID
Segundo Freire (2003), O MID usa técnicas e medidas ecológicas e sustentáveis nos
cultivos agrícola, as estratégias incluem:
 Planeamento da lavoura;
 Época mais adequada, considerando o clima da região e as lavouras próximas;
 Histórico da área em relação à ocorrência de pragas e doenças
 Rotação de culturas que podem reduzir as populações de patógenos;
 Escolha de materiais genéticos mais indicados para a região de cultivo, que
apresentem resistência às principais doenças;
 Eliminação de plantas voluntárias, como no caso da ferrugem asiática.

14.1.MÉTODOS DE CONTROLO ASSOCIADOS AO MID

14.2.Pilares Domingas Marquinha Dauda Secua


Segundo Freire (2003), Os pilares podem ser definidos em cinco (5) métodos de manejo
sendo eles:
1. Biológico 4. Cultural
2. Químico 5. Físico
3. Genético

Figura 10: Esquema Representativo do Manejo Integrado de Pragas (MID)


Fonte (Viana, 1995)
19

15.Biológico
O controlo biológico reduz inóculos ou actividades de determinadas doenças através da
introdução de organismos. Esse controle já acontece naturalmente na natureza. Porém,
pode ser intensificado pela adição de organismos em maiores populações (Viana, 2009).

Segundo Viana (2009), Os mecanismos de controlo biológico de doenças incluem:

1. Antibiose: produção de substâncias tóxicas capazes de inibir o crescimento dos


organismos causadores de doenças em plantas.
2. Competição: crescimento rápido e predominante. Há competição por nutrientes
e espaço.
3. Parasitismo: habilidade em parasitar e degradar fungos (através da produção de
enzimas degradadoras de parede celular).
4. Indução de Mecanismos de Resistência: sinais bioquímicos que se espalham
por todos os tecidos da planta, activando genes de resistência. Por isso, há
reação mais rápida das defesas da planta quando em contacto com patógenos.
5. Hipovirulencia: linhagem menos agressiva dos fitopatógenos.
6. Premunização: microorganismos são colocados em contacto com a planta em
baixa concentração para que esta crie mecanismos de reconhecimento e
consequentemente certa resistência contra aquele microorganismo.

Figura11: Controle Biológico da Broca-do-Café Pelo Fungo Beauveria Bassiana


Fonte: Viana (2009).
20

16.Químico
O controlo químico é uma alternativa de acção imediata, rápida e mais simples, porém
deve ser planejado e usado de forma correta, pós o controle é realizado por uma série de
produtos, os agroquímicos (Viana, 2009).

Segundo Freire (2003), Os agroquímicos são todos os produtos de processos físicos,


químicos ou biológicos utilizados na protecção de cultivos e a segunda finalidade diz
que também são utilizados durante o armazenamento e beneficiamento de produtos
agrícolas.

Figura 12: Combate Químico


Fonte: (Viana, 2009).

16.1.Genético
O controlo genético é baseado no emprego de variedades resistentes (Viana, 2009).

16.2.Físico
O manejo físico pode ser realizado de cinco maneiras diferentes, e são elas:
 Tratamento térmico do substrato/recipiente ou dos órgãos de propagação
 Refrigeração: retarda/inibe o crescimento e actividade dos fitopatógenos.
 Secagem
 Barreiras físicas
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17.Solarização como Um Principio Físico


A solarização é um tipo de tratamento térmico do solo/substrato e se baseia em utilizar a
energia solar, com a cobertura do solo com filme plástico transparente criando uma
espécie de efeito estuf” com uma temperatura do solo entre 42 a 45ºC e deve ser
mantido por mais de um mês. (Bergamin 1995).

Figura 13: Processo de Solarização em Campo


Fonte: (Bergamin 1995).

17.1.Cultural
As práticas culturais agem no hospedeiro (planta de interesse agrícola) e na população
dos patógenos. O objectivo do controle cultural é desfavorecer o patógeno. Assim ira
minimizar os efeitos das doenças sobre a cultura (Viana, 2009).

Figura 14: Esquema Representativo da Rotação de Culturas com Sementes de Milho,


feijão, aveia e Soja
Fonte: (Bergamin, 1995).
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18.Conclusão
Como vimos, não é fácil conciliar diferentes métodos de manejo em uma lavoura, e não
existe uma fórmula mágica, muito menos uma regra a ser seguida, devemos entender o
que a nossa lavoura necessita, como ela responde aos diferentes métodos, qual a cultura
que exploramos e como treinar a mão-de-obra no campo para realizar de forma
adequada os monitoramentos. Além disso, conhecer quais os inimigos naturais no meio
ambiente e seu correto maneja também.

O controlo químico de doenças de plantas é praticado com maior intensidade nos países
economicamente mais desenvolvidos, onde a agricultura é tecnologicamente mais
avançada, com aplicação de mais insumos e previsão de melhores colheitas. A escalada
no emprego de pesticidas, inclusive fungicidas, a partir da segunda guerra mundial, foi
proporcionalmente acompanhada pelo interesse público na quantidade e qualidade
desses insumos agrícolas.
23

19.Bibliografia
Agrios N. (1997) Parasitism and disese development Plant pathology. 4th ed. San
Diego: Academic Press, a. p.43-62.

Amorim, L (1995) Manual de Fitopatologia: princípios e conceitos. 3. Ed. São


Paulo: Ceres.

Kimati, H.; Amorim, L (1995) Manual de Fitopatologia: princípios e conceitos. 3. Ed.


São Paulo.

Kimati H (1995) Controle químico, Manual de Fitopatologia: princípios e conceitos. 3.


Ed. São Paulo: Agronómica Ceres.

Almeida (2002) Mancha foliar em antúrio causada por Acidovorax anthurii: primeira
constatação no Brasil.

Almeida Malavolta Jr (2001) Principais doenças bacterianas e controle. Pragas e


doenças em plantas ornamentais. (CDRom). São Paulo: Instituto Biológico.

Freire, F. (2003) Patógenos associados a flores e plantas ornamentais no estado do


Ceará (Brasil). Fitopatologia Brasileira.

Valiente & Araújo, (1990-2012) Parasitologia dos agentes causadores de doenças nas
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