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Escravista
A Diáspora Africana
O Comércio Triangular
– Séc. XVII-XIX –
A independência e a Escravidão
A Pressão Externa para o fim da Escravatura
Foi em 1888 que a famosa Lei Áurea foi assinada pela princesa
Isabel – não por ser boa, mas por motivos econômicos. Quanto
mais tempo o Brasil mantinha seus escravos, mais as barreiras
alfandegárias e a pressão externa aumentavam. Essa lei dava
liberdade imediata a todos os escravos que ainda restavam, mas
uma pergunta deve ser feita: para onde eles iriam?
Os negros foram tirados de suas terras à força, e não trouxeram
absolutamente nada para cá, além de seus corpos. Para onde eles
iriam? Não tinham casa, não tinham um lugar para retornar.
Muitos, mesmo sabendo que poderiam ser livres, saíram de suas
fazendas e foram trabalhar como escravos em outras, tudo porque
não tinham para onde ir.
O governo não moveu um dedo sequer para ajudar esses negros
que haviam sido “libertos”. Foram libertos da escravidão forçada,
mas não do preconceito social que continuaram a sofrer. Por mais
que não houvesse nenhuma lei de segregação, os negros foram
obrigados a serem segregados em cortiços, e, posteriormente, a
habitar as encostas dos morros. Trabalhavam às margens da
sociedade. E qual foi o plano do governo? Trazer imigrantes para
cá, para que eles “branqueassem” a nossa sociedade.
O governo brasileiro poderia ter feito um plano de amparo para os
ex-escravos, mas não o fez; em vez disso, trouxe estrangeiros para
as nossas terras, tudo porque preferia pagar pessoas de fora a
pagar aqueles que há mais de três séculos trabalhavam como
animais para os brancos da elite brasileira.
Há teorias de que um dos principais motivos pelo qual a
escravidão foi abolida foi o desejo de branquear, ou seja, de tornar
a população inteiramente branca, que a elite e o governo tinham.
Carregamos, até os dias de hoje, as consequências da segregação
que os negros sofreram lá atrás. Como isso interfere na nossa
economia capitalista hoje em dia? Levando em conta que os
negros, hoje, somam quase a metade de toda a população
brasileira, e que a pobreza é algo passado de geração para geração
– ou seja, os ex-escravos que foram libertos tiveram filhos, que
tiveram filhos e mais filhos, todos em um contexto precário –,
podemos ter certeza de que a nossa economia de hoje e os
problemas econômicos que nós enfrentamos são decorrência de
nosso processo histórico. Não significa que os negros não possam
ascender de classe social – muitos o fizeram –, mas é evidente que
os brancos são mais privilegiados – e bem-vistos socialmente – do
que os negros. Tudo isso é decorrência do nosso processo histórico
que promoveu a escravidão, que gerou uma sociedade
extremamente racista.