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INSTITUTO POLITÉCNICO DE CIÊNCIAS GEOGRÁFICAS

TRABALH
O DE ED.
FÍSICA
A Escravatura Em África

GRUPO:

Classe: 9ª

Sala nº 10

Turma: C

O DOCENTE

____________________

ANTÓNIO DOMINGUES
INTEGRANTES DO GRUPO

 Josué Gonçalves Joaquim


 Felismina João
 Mariana Ngola
 Frederico Manuel
 Kelvem Raimundo
 Guilhermina Alex
 Catarina Júnior
 Jacira Oliveira

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ÍNDICE

Introduçaõ....................................................................................................3

Histórias Da
escravatura ............................................................................4

A escravidão entre os povos


africanos........................................................5
Tráfico de
escravos ......................................................................................6

Os árabes e o tráfico de escravos africanos...............................................7


Os portugueses e o tráfico de escravos africanos......................................8
Conclusão...................................................................................................11
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradecemos a Deus ,porque sem Ele nada disso seria possível e muito menos
estaríamos aqui,aos nossos pais pela força e apoio que nos deram ,e agradecemos também ao
nosso querido professor pela oportunidade de hoje estarmos aqui a defender.

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INTRODUÇÃO

Um dos temas mais estudados e mais debatidos sobre a história da África é a


escravidão, pois o mesmo foi responsável por fazer circular milhões de pessoas pelo
Atlântico por quase quatro séculos. Neste tema veremos algumas características da
escravidão no continente africano que conforme foi visto já era conhecida dos
africanos. Um dos grandes debates é se a escravidão foi modificada com a chegada dos
europeus. E esse é um temas que trataremos nessa aula.

Discutiremos nas linhas a seguir a escravidão no continente africano. Neste trabalho ,


apontaremos os tipos de escravidão e algumas características das mesmas, como
também alguns debates que existem entre os pesquisadores do tema, por fim apontarei
alguns dados do tráfico atlântico.

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História da escravatura

Desde milênios, em todos os cantos do mundo, a escravidão foi uma prática comum e
aceita por diversos povos. Somente a partir do século XIX é que o comércio de pessoas
passou a ser criticado, e em muitas regiões foi abolido (pelo menos legalmente). Hoje
em dia, apesar da existência de milhões de indivíduos ainda trabalhando como escravos,
tal situação é considerada um crime pela comunidade internacional.
Mas o que é ser um escravo? Segundo o Dicionário Eletrônico Houaiss, em sua primeira
acepção, escravo é "quem ou aquele que, privado da liberdade, está submetido à
vontade absoluta de um senhor, a quem pertence como propriedade".
Um indivíduo pode se transformar em escravo de diversas maneiras:
 por ser um prisioneiro de guerra;
 por contrair uma dívida, que seria paga com seu trabalho (por um tempo determinado ou
pela vida toda);
 por ter cometido um crime e sendo, portanto, punido com a escravidão;
 por se oferecer como escravo em troca de alimento ou bens para a salvação de sua
família ou comunidade em grande dificuldade;
 por pertencer a povos inimigos ou ser considerado culturalmente inferior.

Dessa forma, o escravo, sendo uma propriedade, pode ser vendido, emprestado, alugado
e até morto, segundo as necessidades do seu senhor.
A escravidão foi praticada por diversos povos durante toda a história, de modos
diferentes e específicos. Em algumas civilizações, como no Egito Antigo, por exemplo,
o escravo não era a base da produção, sendo o camponês livre obrigado a prestar
serviços ao Estado na forma de corveia (trabalho temporário sem remuneração). Aos
escravos cabia o trabalho doméstico e militar.
Ao contrário, na Roma Antiga, toda produção das grandes fazendas, todo serviço nas
obras públicas (incluindo as diversões nas arenas de gladiadores) recaía sobre a massa
de escravos e por isso chamamos a civilização romana de civilização escravista.
Em vários haréns, no Oriente, as concubinas do grande sultão, xeque ou xá, eram
escravas e muitas delas eram negociadas ou capturadas na região do Cáucaso (entre a
Rússia e o Oriente Médio).Portanto, nem sempre a escravidão foi baseada numa
diferença étnica: às vezes um parente distante precisava de ajuda e se submetia a uma

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escravidão temporária. Ou seja, quando queremos refletir sobre a escravidão,
precisamos compreender como ela se desenvolveu para aquele povo específico que
estamos estudando.
A escravidão entre os povos africanos
A escravidão existiu na Ásia, na Europa, nas Américas e na África. Muitos dos povos
africanos utilizavam escravos para os mais diversos fins, e como cada povo africano tem
sua própria organização política, econômica e social, a escravidão na África se
desenvolveu de muitas formas.
De uma maneira geral, partindo da história de grande parte desses povos, podemos dizer
que existia na África uma escravidão doméstica, e não uma escravidão mercantil, ou
seja, entre vários povos africanos, o escravo não era uma mercadoria, mas sim um braço
a mais na colheita, na pecuária, na mineração e na caça; um guerreiro a mais nas
campanhas militares.
Esses povos africanos preferiam as mulheres como escravas, já que eram elas as
responsáveis pela agricultura e poderiam gerar novos membros para a comunidade. E
muitas das crianças nascidas de mães escravas eram consideradas livres pela
comunidade. A grande maioria dos povos africanos eram matrilineares, ou seja, se
organizavam a partir da ascendência materna, partindo da mãe a transmissão de nome e
privilégios. Dessa forma, uma mãe escrava poderia se tornar líder política em sua
sociedade, por ter gerado o herdeiro à chefia local.
Além disso, um escravo que fosse fiel ao seu senhor poderia ocupar um cargo de
prestigio local, inclusive possuindo escravos seus. Assim, nem sempre ser escravo era
uma condição de humilhação e desrespeito. Mesmo representando uma submissão,
tratava-se de uma situação que muitas vezes era a mesma que a de outras pessoas livres.
O TRÁFICO DE ESCRAVOS
O tráfico de escravos foi responsável por uma das maiores migrações que ocorreram na
humanidade. Lembrando que essas migrações foram forçadas. Para que um grande
número de pessoas se deslocasse da África para a América e para a Europa, se fez
necessário que fosse um grande empreendimento e que envolvesse os três continentes.
As regiões que exportavam escravos eram a Senegâmbia, a Alta Guiné, a Costa do
Barlavento, a Costa do Ouro, o Golfo do Benim, a Baía de Biafra, a África Centro-
Ocidental e a Oriental. As áreas que mais forneceram foram a Costa do Ouro, o Golfo
do Benim, a Baía de Biafra, a África Centro-Ocidental. Através da tabela elaborada por

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Lovejoy através da Base de dados Du Bois, podemos perceber quais foram regiões que
mais trafi caram escravos para a América e Europa. No entanto, Lovejoy afirma que os
números da África Ocidental são maiores, pois não estão inclusos os africanos
exportados para a ilha nem para a Europa.

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Os árabes e o tráfico de escravos africanos

Ao lado da escravidão doméstica também existia o comércio de escravos. Algumas


sociedades africanas viviam da guerra para a captura de pessoas para serem vendidas a
outros povos que necessitavam de escravos. Como na África existiam várias etnias,
vários grupos políticos diferentes (os africanos não eram um único povo), as guerras
entre eles eram muito frequentes, e uma consequência disso era escravização dos
vencidos, que podiam ser vendidos, segundo a necessidade do vencedor.
O comércio de pessoas se intensificou no século VII, quando os árabes conquistaram o
Magreb e o leste africano. Os árabes eram grandes mercadores de escravos, e
conseguiam suas mercadorias humanas em diversas regiões: Espanha, Rússia, Oriente
Médio, Índia e África. Os escravos comprados nessas regiões eram vendidos
principalmente na península Arábica, mas também podiam ser vendidos em regiões
mais distantes, como na China.
Com o aumento da demanda por escravos nos portos africanos controlados pelos árabes,
aumentou também o número de povos africanos que passaram a viver (e sobreviver) da
captura de inimigos ou de grupos mais fracos, para vendê-los. Acredita-se que entre os
séculos VII e XIX, em torno de 5 milhões de africanos tenham sido comprados na
África pelos árabes.

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Nesse processo, muitas tribos, cidades, reinos africanos se fortaleceram, pois
controlavam as rotas de comércio de escravos. E quanto mais fortes e ricos se tornavam,
mais tinham condições de oferecer mais mão de obra escrava para os árabes. Foi o caso
do Reino de Mali, Reino de Gana, as cidades iorubas, o Reino do Congo e as cidades
suaílis, e várias outras.
Os portugueses e o tráfico de escravos africanos

Apesar de o comércio de escravos já ser praticado na África, foi com a chegada dos
portugueses nesse continente que o tráfico escravista se configurou na maior migração
forçada de povos da história. Os pesquisadores apresentam números diferentes, que vão
de 8 milhões até 100 milhões de pessoas obrigadas a deixar a sua terra natal, atravessar
o oceano Atlântico para ser escravo em regiões distantes.
Quando os portugueses chegaram a Ceuta, no início do século XV, iniciaram a captura e
escravização dos africanos das redondezas, com a justificativa de que eram prisioneiros
de guerra e muçulmanos, considerados inimigos da fé católica europeia.
A partir de então, em pleno processo de Expansão Marítima, os portugueses avançaram
em direção ao sul, na costa atlântica da África, em busca de riquezas para serem
comercializadas e foram descobrindo o comércio de escravos. Num primeiro momento,
o comércio de gente não interessou aos navegadores portugueses, já que a Europa não
tinha necessidade de mão de obra escrava.
Quanto mais os portugueses avançavam na costa africana, mais sentiam a necessidade
de se estabelecer em alguns pontos de comércio, para consolidar sua exclusividade na
região. Em 1455 os portugueses construíram sua primeira feitoria na África: o forte de
Arguim (na região da Senegâmbia, atualmente Mauritânia). Para manter essa feitoria, os
portugueses passaram a utilizar escravos africanos e a comercializá-los.
Muitos portugueses tentavam capturar os africanos, mas em pouco tempo perceberam
que era mais lucrativo entrar nas redes de comércio de escravos já existentes, e por isso
começaram a buscar essa mercadoria junto aos povos do litoral. Um dos primeiros
povos aliados dos portugueses no tráfico de escravos foram os jalofos, na Senegâmbia.
Em troca de escravos, os jalofos conseguiam cavalos dos portugueses (um cavalo era
trocado por 15 ou 20 escravos) e armas de fogo, o que aumentava o seu poder de guerra
e de conquista de mais escravos.

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Com o início da colonização das ilhas de Cabo Verde, São Tomé e Príncipe (na segunda
metade do século XV), a necessidade de mão de obra aumentou, e a compra de escravos
foi a solução encontrada pela Coroa portuguesa. Por essa mesma época, os portugueses
chegaram à Costa da Guiné (atualmente desde a Guiné até a Nigéria), onde encontraram
povos ricos que já negociavam com os árabes e puderam comercializar ouro, especiarias
e escravos. Tamanha era a riqueza da região que os portugueses passaram a chamá-la de
Costa do Ouro, Costa da Mina e Costa dos Escravos.
Em 1482, o navegador português Diogo Cão chegou até ao Reino do Congo e conseguiu
fazer alianças com o manicongo ("senhor do Congo") Nzinga Kuvu. Nessas alianças
existiam interesses mútuos: os portugueses queriam ter maior acesso às redes de
comércio da África, e o manicongo pretendia obter as técnicas de guerra e de navegação
dos portugueses. Inclusive o manicongo se converteu à religião católica, passando a se
chamar dom João.
Por quatro séculos, a maior fonte de escravos do tráfico atlântico português se deu a
partir do Reino do Congo e do reino vizinho, Andongo, chamado pelos portugueses de
Angola. Isso ocorreu principalmente quando os portugueses conseguiram o direito de
negociar mão de obra para exploração espanhola da América (o direito de Asiento) e
passaram a precisar de mão de obra para desenvolver sua própria colônia americana: o
Brasil.
De um modo resumido a escravidão na África é anterior a dos europeus. Existiam
diversas maneiras de uma pessoa se tornar escravos, dentre elas punição judicial, mas as
vias através da violência foram as que mais contribuíram para a obtenção de escravos.
Essas eram através de guerras, sequestros, dentre outros. A coação era fundamental na
manutenção da escravidão. Existem alguns debates sobre o papel das armas europeias
na escravidão, ou se houve ou não alteração na escravidão com a chegada dos europeus
e os motivos que fi zeram o número de escravos aumentarem pós 1650. Os consensos
são que as mulheres e as crianças eram preferidas na escravidão doméstica, e que
mesmo no período de escravidão Atlântica boa parte das mulheres eram aprisionadas,
mas não viajavam pois eram responsáveis pela produção. Outro aspecto que foi
pontuado na aula e que também gera uma discussão é quais razões levaram as pessoas
escravizarem no continente africano. Por fi m, o cotidiano do tráfi co e como o mesmo
no decorrer dos anos foi diminuindo a mortalidade.

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CONCLUSÃO

A escravidão na África existe desde os tempos do Antigo Egito, sendo esta de forma
doméstica. Dessa maneira, o escravo poderia constituir matrimônio e ter posses (de
terra, por exemplo). Esse modo de escravidão mudou a partir do contato com árabes
muçulmanos quando estes ocuparam a região Norte do continente africano.
Para alguns autores a escravidão não foi modificada por influências européias, mas sim
por reorientações políticas e econômicas no interior da própria África, para outros a
escravidão passou por modificações, indo de doméstica a mercantil, também por
contribuição dos europeus.

BIBLIOGRAFIA

Google.com

Todamateria.com

https://mignas70.wordpress.com/

ALENCASTRO, Luis F. O Trato dos Viventes: Formação do Brasil no Atlântico Sul.


São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

CURTO, José C. “Vinho versus cachaça: A luta luso-brasileira pelo comércio do


Álcool e de escravos em Luanda., c. 1648 -1703”. In: Angola e Brasil nas Rotas do
Atlântico Sul. Rio de Janeiro: Bertrand, 1999. pp.69-98.

KLEIN, Herbert. O Tráfi co de Escravos no Atlântico. Ribeirão Preo:, SP: FUNPEC


Editora, 2004.

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