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Os Maias
SÍNTESE DA UNIDADE
OS MAIAS: SÍNTESE DA UNIDADE
Friso cronológico
Séc. XVII Séc. XIX
BARROCO ROMANTISMO REALISMO
Contextualização histórico-literária
A representação de espaços sociais e a crítica de costumes
Espaços e seu valor simbólico e emotivo
A descrição do real e o papel das sensações
Em síntese
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO-LITERÁRIA
Contexto histórico
1845 – Nascimento de Eça de Queirós
1855 – Aclamação de D. Pedro V
1861 – Morte de D. Pedro V/ Início do reinado de D.
Luís
1871 – Realização das Conferências Democráticas no
Casino de Lisboa
1886 – Mapa Cor de Rosa
1889 – Morte de D. Luís / Início do reinado de D. Carlos
1900 – Morte de Eça de Queirós
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO-LITERÁRIA
Escola Coimbrã
GERAÇÃO DE 70
Características Continuidade do movimento
• Inovação da Escola Coimbrã
• Comprometimento
da literatura com a
realidade social
• Abertura à evolução
científica e literária
europeias
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO-LITERÁRIA
Questão Coimbrã
Representante Representante
António Antero de Quental
Feliciano de
Castilho
Características
Características • Inovação
• Sensibilidade piegas • Comprometimento da literatura
• Falta de originalidade com a realidade social
• Abertura à evolução científica e
literária europeias
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO-LITERÁRIA
REALISMO
• Contestação do idealismo romântico
• Observação e análise de tipos
humanos e costumes sociais
• Atitude descritiva e crítica em
relação à sociedade
• Temas associados à vida familiar,
económica, social e cultural
• Género literário privilegiado: Jean-François Millet,
As Respigadoras, 1857
romance
NATURALISMO
• Coordenadas ideológicas: estética positivista e antimetafísica
• Determinismo: influência da raça, do meio e da hereditariedade
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A REPRESENTAÇÃO DE ESPAÇOS SOCIAIS E A CRÍTICA DE COSTUMES
Os Maias
ESPAÇOS SOCIAIS
Ambientes Personagens
A REPRESENTAÇÃO DE ESPAÇOS SOCIAIS E A CRÍTICA DE COSTUMES
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ESPAÇOS E SEU VALOR SIMBÓLICO E EMOTIVO
Ramalhete
Cascata, cedro e
cipreste, estátua de
Fachada
• “grande ramo de Vénus
• Passagem do tempo
girassóis”
• Envelhecimento e
• Importância da terra
morte
na história da família
• Presença/ausência de
amor
ESPAÇOS E SEU VALOR SIMBÓLICO E EMOTIVO
“Toca”
» Luxo estridente e sensual
» Tragicidade
ESPAÇOS E SEU VALOR SIMBÓLICO E EMOTIVO
Estátua de Camões
Nostalgia do passado
recuado, simbolizado pela
figura de Camões (época
de Portugal expansionista)
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A DESCRIÇÃO DO REAL E O PAPEL DAS SENSAÇÕES
A descrição do real
é feita com recurso ao
IMPRESSIONISMO
LITERÁRIO.
O impressionismo é uma
escola de pintura que
valoriza a cor, a
luminosidade, os contornos
esfumados, os efeitos
provocados pela realidade
observada.
Monet, O Passeio.
Mulher com sombrinha, 1875
A DESCRIÇÃO DO REAL E O PAPEL DAS SENSAÇÕES
IMPRESSIONISMO
LITERÁRIO
As sensações assumem um papel
essencial na descrição do real.
Na prosa impressionista
queirosiana, privilegia-se, entre
outros recursos, a sinestesia –
recurso expressivo que consiste
C. Pissarro, Le Boulevard de Montmartre,1897
na associação de duas ou mais
sensações pertencentes a
registos sensoriais diferentes.
Ex.: “uma luz macia,
escorregando docemente do
azul-ferrete, vinha dourar as
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fachadas enxovalhadas”.
REPRESENTAÇÕES DO SENTIMENTO E DA PAIXÃO
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CARACTERÍSTICAS TRÁGICAS DOS PROTAGONISTAS
Aproximação predestinada de
Carlos
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LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA
Os Maias
(1888)
Modo literário Género literário
Intriga Intriga
Pedro / M. do incesto
Monforte Epílogo
Crónica de
costumes
Cap. I Cap. IV
Cap. XVIII
REIS, Carlos (2002). Introdução à Leitura d’Os Maias (7.ª ed.). Coimbra: Almedina.
LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA
Tempo histórico
Ação de Os Maias Factos históricos
Comparação Personificação
Ironia Sinestesia
Comparação
Relação de analogia entre dois termos com o objetivo de assinalar
as suas diferenças ou semelhanças, recorrendo a uma palavra ou
expressão comparativa.
A comparação é
Ex.: “Nesse momento Carlos, utilizada para realçar
cuja voz gritava no corredor pelo vovô, a cor da face de
precipitou-se no quarto, esguedelhado, Carlos e,
escarlate como uma romã.” consequentemente, a
sua vitalidade e
(Eça de Queirós, Os Maias) energia enquanto
criança.
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Ironia
Expressão em que se sugerem ideias ou sentimentos contrários ou
diferentes do que se diz. A interpretação correta de uma ironia
depende do contexto e do entendimento
do interlocutor.
A ironia dá conta da
perspetiva crítica do
Ex.: “o morgadinho, o Eusebiozinho, narrador face à forma
uma maravilha muito falada como o Eusebiozinho
naqueles sítios” era apreciado pela
população local.
(Eça de Queirós, Os Maias)
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LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA
Metáfora
Utilização de um termo para designar algo diferente daquilo que
designa habitualmente, a partir de elementos que são comuns a
esse termo e ao que ele refere.
Com esta metáfora
Ex.: “Apesar deste fresco nome de realça-se o aspeto
vivenda campestre, o Ramalhete […] severo do
tinha o aspeto tristonho de residência Ramalhete, para
eclesiástica que competia além de se sugerir a
a uma edificação do reinado influência clerical na
da senhora D. Maria I: com uma família dos Maias.
sineta e com uma cruz no topo,
assemelhar-se-ia a um colégio de Jesuítas.”
Personificação
Atribuição de características humanas (pensamentos, sentimentos,
ações) a seres inanimados, a animais ou a entidades abstratas.
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LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA
Sinestesia
Associação de sensações resultantes da perceção sensorial de
sentidos diferentes.
Através da sinestesia
Ex.: “Carlos teve dificuldades em (“escarlate
encontrar a «Vila Balzac»: […] estridente”) realça-se
e aí, num recanto, ladeada de muros,
e do espírito críticouma das principais
aparecia enfim uma casota de características da Vila
paredes enxovalhadas, Balzac: a
com dois degraus de pedra à porta excentricidade
e transparentes novos excessiva.
de um escarlate estridente.”
Hipálage
Transposição de um atributo humano para um objeto que lhe está
relacionado.
Através da
Ex.: “Obedecendo ao seu gesto risonho, Carlos pousou-se hipálage,
embaraçadamente à borda do sofá de repes.” realça-se a
(Eça de Queirós, Os Maias) afabilidade
e
naturalidad
e que Carlos
sentiu no
gesto de
Maria
Eduarda.
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LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA
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LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA
Discurso direto
Modalidade de reprodução do discurso em que se reproduz o
discurso original tal como ele terá sido dito pelo emissor. Na escrita,
introduz-se por travessão ou delimita-se por travessões ou aspas.
Ex.: “— Que diabo, não me hão de O discurso direto é bastante
esquecer as queijadas! — expressivo, evidenciando a
murmurou Cruges, para si mesmo, coloquialidade da
afastando-se do parapeito.” linguagem e a preocupação
de Cruges com as
(Eça de Queirós, Os Maias) “queijadas” de Sintra (cf.
expressividade do verbo
“murmurar”, que introduz o
discurso direto).
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LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA
Discurso indireto
Modalidade de reprodução do discurso em que se reproduz o
discurso num novo discurso, com algumas transformações. Faz-se
por meio da subordinação.
Através do discurso
Ex.: “Ega murmurou que a História indireto, o narrador
se encarregaria um dia de retificar reproduz o
esse facto. […] E então o Gouvarinho, murmúrio de Ega e
que acendera o charuto, espreitara a pergunta do
outra vez o relógio, perguntou Gouvarinho.
se os amigos tinham ouvido
alguma coisa do Ministério e da crise.”