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 Ana Paula Silva de Jesus 25577883

 Keli Petrowski 27196135


 Mariana Oliveira A. Duarte 25836081
 Raynara Terra Ribeiro 2649491
 Samantha Queiroz Santos 25622731

Análise do Poema “É
ela! é ela! é ela! é ela!”
É ela! é ela! é ela! é ela!
É ela! é ela! — murmurei tremendo, Como roncava maviosa e pura!
E o eco ao longe murmurou — é ela! Quase caí na rua desmaiado!
É ela! é ela! — repeti tremendo;
Eu a vi — minha fada aérea e pura—
Mas cantou nesse instante uma
A minha lavadeira na janela! coruja...
Afastei a janela, entrei medroso:
Palpitava-lhe o seio adormecido... Abri cioso a página secreta. . .

Dessas águas-furtadas onde eu moro Fui beijá-la. . . roubei do seio dela Oh! meu Deus! era um rol de roupa
suja!
Eu a vejo estendendo no telhado Um bilhete que estava ali metido. . .
Os vestidos de chita, as saias brancas;
Eu a vejo e suspiro enamorado! Mas se Werther morreu por ver Carlota
Oh! de certo. . . (pensei) é doce página
Dando pão com manteiga às
Onde a alma derramou gentis amores; criancinhas,
Esta noite eu ousei mais atrevido São versos dela. . . que amanhã de Se achou-a assim mais bela, — eu
certo mais te adoro
Nas telhas que estalavam nos meus
passos Ela me enviará cheios de flores. Sonhando-te a lavar as camisinhas!
Ir espiar seu venturoso sono,
Vê-la mais bela de Morfeu nos braços!
Tremi de febre! Venturosa folha! É ela! é ela! meu amor, minh'alma,
Quem pousasse contigo neste seio! A Laura, a Beatriz que o céu revela. . .
Análise do Poema
• Escrito por Álvares de Azevedo
• Neste poema, a mulher a qual o eu lírico deseja não segue os
padrões de donzelas frágeis, angelicais e ricas, mas, é uma
mulher pobre, de vestido de tecido fino, e que trabalha como
lavadeira.
• O autor ainda aborda o tema da paixão impossível, da mulher
inalcançável, do amor sem limites.
• Ele satiriza a idealização romântica do amor puro que vence
todas as barreiras, até mesmo as barreiras do desnível social e
cultural.
Análise do Poema
• A obra possui quarenta versos, divididos em dez estrofes de
quadras
• É um poema decassílabo

“É-e-la!-É-e-la!-mur-mu-rei-tre-/men-do
E-o-e-coao-lon-ge-mur-mu-rou-é-/e-la
Eu-a-vi-mi-nha-fa-daa-é-reae-pu-/ra
A-mi-nha-la-va-dei-ra-na-já-ne-/la.”
Rimas
• Possui rimas consoantes e rimas
alternadas, cruzadas ou entrelaçadas
(ABAB)
É ela! é ela! — murmurei tremendo,

• Entretanto, esse poema apresenta E o eco ao longe murmurou — é ela! -


rimas apenas em seus versos pares,
como no trecho ao lado: A

Eu a vi — minha fada aérea e pura—


• Possui rimas ricas
A minha lavadeira na janela! - A
Figuras de Linguagem
• Anáfora - é a figura de linguagem responsável pela repetição de uma (ou
mais palavras) de forma regular, como podemos observar abaixo.

• É ela! é ela! — murmurei tremendo,

• E o eco ao longe murmurou — é ela! 


Figuras de Linguagem
• A Personificação ou Prosopopeia - é utilizada para atribuir
sensações, sentimentos e comportamentos humanos a seres e
objetos inanimados, como no trecho abaixo:

• E o eco ao longe murmurou — é ela!


• A Sinestesia - acontece quando associamos sensações a órgãos de
sentidos diferentes, como no trecho abaixo:

• Eu a vejo e suspiro enamorado!


Figuras de Linguagem
• Na Comparação, diferentemente da metáfora, é utilizado conectivos de
comparação, como no trecho destacado de rosa;

• Como Otelo beijando a sua esposa

• É notável também o uso da Ironia no poema, como no trecho destacado abaixo


de marrom:

• Como roncava maviosa e pura!

• Podemos definir a Ironia como a representação contrário daquilo que se afirma,


como podemos notar no trecho acima; quem ronca de forma maviosa e pura?
Analogias
• O autor faz analogia com as grandes histórias de amor do seu
tempo (E do nosso também!), o amor de Werther e Carlota (“Os
sofrimentos de Werther – Goethe), o amor de Dante (“A divina
comédia” – Dante Aliguiere) e Beatriz, e espera que o seu seja
diferente, isto é, realize-se.

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