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TECHNOLOGY

A arquitetura egipcia é conhecida por sua


estrutura baseada no trílitico, que consiste
em dois pilares verticais conectados por um
terceiro pilar horizontal de pedra. Essa
forma de construção foi adaptada a partir
do modelo pré-histórico conhecido como
Dólmen e menires. O que sabemos sobre o
Egito vem de fontes epigráficas, literárias e
nãoliterárias, e por muitas vezes
arqueológicas.
Ilustração feitas pelo I.A da Bing

JÁDER VIEIRA FORTALEZA-CE


EDITORIAL

A pirâmide escalonada é uma das estruturas mais emblemáticas


presentes na arquitetura egípcia. Caracterizada por degraus dispostos
em camadas, essa pirâmide é geralmente associada aos faraós do Antigo
Egito, sendo um símbolo de poder e grandiosidade. Os obeliscos, por sua
vez, são estruturas de pedra de forma alongada e pontiaguda,
frequentemente colocados em pares como marcos monumentais em
frente a templos ou palácios, representando a conexão entre a Terra e o
céu.
O serdab é uma pequena câmara encontrada em algumas pirâmides, na
qual são colocadas estátuas do faraó. Essa câmara, geralmente
inacessível, permite a veneração e adoração do faraó mesmo após a sua
morte. As paredes de arenito, por sua vez, são um dos principais
materiais utilizados na construção das estruturas egípcias, conferindo-
lhes uma cor e textura característica. Esse tipo de pedra é durável e
resistente, o que contribui para a longevidade e preservação dessas
construções ao longo dos séculos.
As torres de pilão são estruturas altas e maciças, semelhantes a pilares,
que compõem os portões dos templos. Essas torres, frequentemente
decoradas com inscrições e relevos, representam uma transição entre o
mundo secular e o sagrado. O propilon, por sua vez, é um tipo de portal
monumental que marca a entrada para um templo egípcio, muitas vezes
ornado com relevos e pinturas que representam cenas mitológicas e
históricas.
As pirâmides, sem dúvida, são uma das construções mais icônicas da
arquitetura egípcia. Essas estruturas monumentais, construídas como
tumbas para os faraós e suas famílias, são caracterizadas pela sua forma
geométrica de base quadrada e lados triangulares inclinados. O covetto é
um elemento arquitetônico com forma de arco invertido amplamente
utilizado em construções egípcias, conferindo uma estética única e
imponente aos edifícios.
As cornijas são elementos arquitetônicos que se estendem
horizontalmente ao longo das fachadas, servindo tanto como proteção
contra a chuva quanto como elemento decorativo. Já as representações
artísticas de plantas, como o lótus e a palma de papiro, são comumente
encontradas em diversas formas de arte egípcia, trazendo uma rica
simbologia e significado à arquitetura.

JÁDER VIEIRA FORTALEZA-CE


Julho O templo, a casa e a urbs.

MASTABA
RITO DE MORTE
A palavra "mastaba" tem origem
na língua árabe, que significa
"bancada". Essa denominação
faz referência à forma
retangular e plana dessas
estruturas funerárias.
Basicamente, uma mastaba
consiste em uma câmara
funerária subterrânea, onde o
corpo do falecido era colocado,
e uma estrutura acima do solo,
geralmente feita de tijolos de
barro, que servia como um
monumento para honrar o
morto.
As mastabas eram geralmente
construídas para abrigar a elite
da sociedade egípcia, como
faraós, nobres e altos
funcionários do governo.
Acredita-se que essas
estruturas fossem destinadas a
garantir uma transição segura
para a vida após a morte e
permitir que o falecido
continuasse sua jornada no
mundo dos espíritos.No interior
da mastaba, era comum
encontrar uma série de salas e
A mastaba é um tipo de túmulo funerário que precede as corredores, decorados com
famosas pirâmides do Egito antigo. Essa estrutura pinturas e inscrições religiosas.
arquitetônica desempenhou um papel fundamental na Essas representações visuais
crença egípcia em relação à vida após a morte e foi retratavam cenas da vida
construída em grande escala durante o período conhecido cotidiana do falecido, bem
como Antigo Império (c. 2686-2181 a.C.). como rituais religiosos e
EGITO | 04 oferendas aos deuses do além-
Ed. Nossa Pesquisa

túmulo.
Teoria
Uma mastaba, que significa "casa para a eternidade" ou
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"casa eterna" no antigo egípcio, é uma tumba


retangular, de teto plano, com lados inclinados para
fora, construída com tijolos de barro (do rio Nilo) ou
pedra.
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Em resumo, as mastabas foram


as precursoras das pirâmides no
Egito antigo. Elas representavam
uma parte significativa da cultura
egípcia ao honrar os mortos e
Além disso, as mastabas também eram equipadas com uma série de proporcionar uma transição
objetos funerários, como estátuas, móveis, artigos de cerâmica e segura para a vida após a morte.
comida, que eram considerados essenciais para a vida após a morte. Os Embora tenham sido substituídas
egípcios acreditavam que esses objetos se tornariam disponíveis para o por estruturas maiores e mais
falecido no mundo espiritual. impressionantes, as mastabas
desempenharam um papel
No entanto, à medida que o Antigo Império chegou ao fim, a prática de importante na evolução da
arquitetura funerária egípcia.
construir mastabas foi substituída pela construção de pirâmides, que se
tornaram o novo padrão para os túmulos reais. As pirâmides eram
maiores, mais impressionantes e mais duradouras do que as mastabas,
simbolizando o poder e a eternidade dos faraós.

Apesar disso, as mastabas continuaram sendo construídas durante o


Reino Médio, embora em menor escala. No entanto, essa prática
eventualmente desapareceu no final do Reino Médio, sendo substituída
por túmulos em forma de túnicas conhecidos como hipogeus.

EGITO | 05 Ed. Nossa Pesquisa


O TEMPLO

A orientação dos templos egípcios com a fachada virada para o Norte-Sul


e a decisão de erguer os templos no leste do Nilo desempenharam papéis
cruciais na cultura e na religião da civilização egípcia. Essas práticas têm
suas raízes em crenças e conhecimentos astronômicos que eram
importantes para a sociedade da época.
A principal razão pela qual os templos egípcios eram construídos com
suas fachadas viradas para o Norte-Sul está associada às crenças
religiosas e ao culto aos deuses. Os antigos egípcios consideravam a
trajetória do sol como uma representação do nascimento e renascimento
dos deuses e da vida em geral. Portanto, ao construir os templos em uma
orientação que permite que a luz do sol penetre no santuário principal,
eles acreditavam que estavam permitindo a entrada divina nos seus
espaços sagrados.
A orientação norte-sul também tinha um significado simbólico para os
egípcios. O norte era visto como o reino dos mortos, enquanto o sul
representava a vida e o renascimento. Dessa forma, a concepção do
templo com a fachada voltada para o norte-sul representava a conexão
entre os deuses do além-túmulo e o mundo dos vivos.
A influência da astronomia egípcia também desempenhou um papel
importante na orientação dos templos. Os antigos egípcios tinham um
conhecimento considerável sobre as órbitas celestes e a posição das
estrelas. Eles usavam essas informações para criar um calendário e
determinar as datas importantes para seus rituais religiosos. Ao
construir os templos com base nos alinhamentos celestes, os sacerdotes
eram capazes de acompanhar o movimento das estrelas e determinar as
datas exatas para realizar cerimônias religiosas específicas.
A escolha de Luxor como capital do Egito também influenciou a mudança
na localização dos templos. Antes da mudança, a capital egípcia estava
localizada em Mênfis, nas margens do Delta do Nilo, ao norte. No
entanto, a ascensão da cidade de Tebas, onde Luxor está localizada, fez
com que fosse necessário construir uma série de templos para atender às
necessidades religiosas da nova capital. Esses novos templos também
foram erguidos no leste do Nilo, para que pudessem ser alinhados com a
trajetória do sol e se encaixar nas crenças religiosas já estabelecidas.
Além disso, a localização no leste do Nilo também permitia que os
templos fossem construídos em uma área mais elevada, afastando-os das
enchentes do rio. Isso era essencial para preservar a integridade das
estruturas sagradas, que eram vistas como moradas divinas pelos
egípcios.
JÁDER VIEIRA FORTALEZA-CE
O templo 07

Heródoto fica fascinado pelo modo de produção


egípcio, a forma que eles obtêm o fruto da terra, o
pouco trabalho, fala da regularidade do tempo.

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As partes dedicadas a contemplação e paz de espírito eram áreas


particulares do faraó ou da nobreza egípcia. Os contratos e termos de
emprego eram totalmente arbitrários, o salário do camponês, que podia
Desde o berço até o túmulo a
ser pago em moeda metálica, que só fora utilizada com a chegada dos
vida do servo era um conflito
gregos no Egito, fala que mais se parecia com uma esmola, fala também social com salários miseráveis,
que alguns camponeses quando era pra chorar de alegria ganhava uma diversas necessidades, miséria,
jarra da cerveja. Os camponeses que não podiam pagar os pesados fome, doenças crônicas,
impostos como eram castigados, sobre as prisões, a forma de punição, e condições de vida sórdidas,
chegando até mesmo a punir familiar, tomando como base as pinturas patrões arrogantes, pesados
das paredes, que mostram diversas aflições dos perdulários. Muitos impostos, qualquer uma dessas
tristes circunstâncias sempre
camponeses e trabalhadores eram isentos da corveia, em teoria, mas
afligiram o camponês. Não
nem sempre na pratica, somente os que prestavam serviços a certos existiam propriamente espaços
templos que gozavam dessa imunidade. públicos como praças.

EGITO | 07 Ed. Nossa Pesquisa


A urbs
Durante o período do Antigo Egito, uma importante
civilização antiga, os egípcios foram responsáveis pela
criação do primeiro calendário solar da história da 10
humanidade. Esse sistema de medição do tempo era
baseado principalmente no reaparecimento anual da
estrela SIRIUS, também conhecida como Estrela Cão.

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O calendário egípcio dividia o ano em 12 meses de trinta dias cada,


resultando em um total de 360 dias. No entanto, os egípcios perceberam
que esse calendário não coincidia exatamente com o ciclo solar real, que
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dura aproximadamente 365,25 dias. Como resultado, eles adicionaram
cinco dias extras no final de cada ano, conhecidos como "dias festivos".
Esses dias adicionais serviam como uma espécie de celebração e
descanso, proporcionando uma pausa nas atividades cotidianas.
Durante esse período, os egípcios se envolviam em festas e aprendiam
mais sobre sua cultura e tradições. Era um momento em que os egípcios
celebravam seus deuses, oferecendo-lhes oferendas e louvores.
O calendário egípcio tinha uma importância prática significativa, pois
permitia que a civilização organizasse eventos agrícolas, rituais Em suma, o calendário solar
religiosos e festividades de forma precisa. Ele fornecia uma estrutura egípcio foi uma conquista
para a sociedade egípcia, ajudando na definição de datas para colheitas, importante na história da
rituais relacionados à vida após a morte e datas de nascimento ou humanidade. Com base no
reaparecimento anual da estrela
coroação de faraós, por exemplo.
SIRIUS, os egípcios dividiram o
Além disso, a criação do calendário solar egípcio também evidencia a ano em 12 meses de trinta dias,
habilidade dos antigos egípcios em observar, registrar e compreender os com a adição de cinco dias
movimentos celestiais. A estrela SIRIUS desempenhou um papel crucial festivos no final de cada ano.
nesse processo, pois ela desaparecia do céu por um período de Esse sistema permitiu uma
aproximadamente 70 dias, conhecido como "período sem estrelas". organização precisa dos eventos
Quando SIRIUS reaparecia no céu antes do amanhecer, era um sinal de relacionados à agricultura, rituais
religiosos e festividades. Embora
que o ano novo estava prestes a começar.
não fosse perfeitamente preciso,
Embora o calendário egípcio tenha sido o primeiro sistema solar foi um avanço significativo no
desenvolvido pela humanidade, não era perfeito em sua precisão. A estudo e compreensão dos
diferença entre os 365,25 dias do ciclo solar real e os 360 dias no movimentos celestiais..A forma
calendário egípcio resultava em um acúmulo gradual de dias adicionais, de governo no Egito era a
levando a uma defasagem ao longo do tempo. Esse problema foi Teocracia, ou seja, os sacerdotes
corrigido mais tarde, durante o período do Novo Império, com a desempenhavam o papel de
introdução de um calendário adicional que ajustava a diferença, juízes em causas civis,
conhecido como calendário Sothic.

EGITO | 08 Ed. Nossa Pesquisa


A urbs
Os cemitérios, os rios e o processo sedentarizador
andam de mãos dadas. Desde os tempos antigos, os rios
têm desempenhado um papel crucial na vida das 13
civilizações. No caso do Nilo, isso foi especialmente
verdadeiro para os egípcios, que encontraram no rio
uma fonte de vida e prosperidade. Ao longo dos séculos,
os egípcios desenvolveram técnicas avançadas de
agricultura e irrigação para aproveitar os recursos do
Nilo, transformando-o em um elemento central da sua
sociedade.
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O Nilo, com suas cheias regulares e fertilidade nas margens, proporcionava


condições ideais para o estabelecimento de comunidades agrícolas estáveis.
Os egípcios aprenderam a controlar as águas do rio por meio de canais e
diques, o que lhes permitiu controlar as cheias e irrigar suas plantações,
garantindo assim uma fonte constante de alimentos. Além disso, o rio
fornecia transporte fácil e acessível para o comércio, conectando diferentes Portanto, os cemitérios, os rios e
regiões do Egito e promovendo o desenvolvimento econômico. o processo sedentarizador estão
O processo sedentarizador, ou seja, a transição de um estilo de vida nômade intrinsecamente ligados. O
para um estilo de vida sedentário, foi facilitado pela presença dos rios. exemplo do Nilo nos mostra
Diferentemente dos nômades que seguiam as migrações dos animais em como os rios podem ser fatores
determinantes na transição de
busca de alimentos, os egípcios encontraram nas margens do Nilo um local
um estilo de vida nômade para
propício para se estabelecerem permanentemente. A agricultura se tornou a um estilo de vida sedentário.
base da economia egípcia, levando ao desenvolvimento de sociedades Além disso, eles desempenharam
complexas e hierarquizadas. As comunidades agrícolas acabaram se um papel crucial no processo de
tornando cidades, que por sua vez deram lugar a um Estado centralizado. civilização, promovendo o
O processo civilizador também caminha lado a lado com a importância dos desenvolvimento econômico,
rios. Especificamente, no caso do chamado modo de produção asiático, que social e político das sociedades.
se destacava pela sua organização em torno dos rios. O desenvolvimento de Assim, compreender a
importância dos rios na história
uma agricultura avançada, baseada na irrigação fluvial, permitiu o
da humanidade é fundamental
surgimento de grandes sociedades hidráulicas. Essas sociedades dependiam para entendermos a nossa
da gestão da água para garantir a sobrevivência das comunidades. A própria evolução como
presença dos rios também facilitava o estabelecimento de um sistema de sociedade.
transporte eficiente e promovia a troca comercial, impulsionando assim o
processo civilizatório.

EGITO | 09 Ed. Nossa Pesquisa


A CASA

A agricultura no Egito era tudo, era a base da economia, a base da


prosperidade estava diretamente relacionada aos produtos da terra. Foi
o cultivo da terra, claro que cultivada pelos trabalhadores, que eram mal
remunerados, que tornou possível as obras que deram ao Egito sua
posição de primeiro plano entre as nações da antiguidade préclássica. s
cultivos rendosos influenciam as relações no Egito, a viticultura por
exemplo, que facilmente qualquer pesquisador encontra nas paredes,
mostra camponeses colhendo, pisando, espremendo cachos, depois
transportando aos ombros para a casa, pesado cântaros.
Da mesma forma que o arranjo atual, os egípcios abastados possuíam
propriedades espaçosas com residências confortáveis, enquanto os menos
favorecidos eram relegados a guetos. Compreender a realidade dos
egípcios comuns é pertinente para compreendermos como era o local
onde viviam e quem eram as pessoas que habitavam às margens do rio
Nilo. Podiam ser pastores ou mulheres solitárias vivendo em casebres de
cana nos confins do deserto, próximas às terras que cultivavam. É mais
provável que a maioria do povo vivesse como seus semelhantes, em
casebres construídos com tijolos crus secados ao sol ou de lama,
localizados em pequenas e isoladas aldeias que, frequentemente, ficavam
a uma distância considerável dos campos. Todas as aldeias de
camponeses eram semelhantes, com sua estrutura composta por casebres
desorganizados e de cor cinza. Chamar essas habitações de casas seria
um exagero, pois elas não passavam de abrigos sórdidos de um único
andar, com portas quebradas e sem janelas. Não havia pisos, apenas
terra batida. A estrutura era tão frágil e baixa que um homem de estatura
média, se se levantasse rapidamente, poderia fazer um buraco no teto.
Nessas choupanas, não havia mobiliário, tal como cadeiras ou camas,
apenas uma ou duas esteiras de palha usadas para dormir, um jarro de
barro para armazenar água, utensílios rudimentares e um cesto para
manter o pão e os grãos afastados dos ratos e ratazanas que infestavam
a casa e toda a aldeia. Era tudo o que eles possuíam, e tinha tão pouco
valor que permaneciam abertas durante o dia e a noite, uma vez que sua
extrema pobreza já era um impedimento suficiente para afastar os
ladrões.

JÁDER VIEIRA FORTALEZA-CE


A casa
No Egito Antigo, a sociedade era estratificada em
diferentes classes sociais, desde os camponeses e
trabalhadores braçais até a elite governante. Essa 18
divisão de classes se refletia de maneira evidente nas
moradias e na organização das cidades, onde as
diferenças socioeconômicas eram bem visíveis.

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Por outro lado, a classe mais alta da sociedade, que incluía os nobres,
sacerdotes e funcionários do governo, vivia em mansões luxuosas e bem
estruturadas. Essas casas eram construídas com materiais nobres, como
pedra e madeira, garantindo maior durabilidade e conforto. Elas eram
espaçosas, com amplos corredores, pátios e jardins. Além disso, as casas
da elite costumavam ser mais bem localizadas, no centro das cidades,
permitindo fácil acesso aos serviços públicos e áreas de lazer. Os pobres, como camponeses e
Essa divisão de classes também era evidente na própria organização das trabalhadores assalariados,
cidades egípcias. A elite viveia na parte central, onde ficavam os geralmente viviam em casas
templos, palácios e mansões. Essas áreas eram mais bem cuidadas e modestas e simples. Essas
habitações eram construídas com
contavam com serviços públicos, como fontes de água e sistemas de
materiais básicos, como tijolos de
esgoto, que não eram disponíveis nas áreas periféricas, onde os pobres
barro e palha, e tinham
residiam. Essa clara divisão de classes tinha como base a estrutura estruturas menos duradouras. Os
social egípcia. A sociedade era governada por um faraó, seguido por uma cômodos eram pequenos e não
nobreza, sacerdotes e altos funcionários do governo. Abaixo deles, havia espaços dedicados a fins
estavam os camponeses e trabalhadores braçais, que eram específicos, como quartos ou
responsáveis pela sustentação do sistema econômico. Essa hierarquia áreas de lazer. Além disso, as
social era amplamente aceita e até mesmo apoiada pela religião, que casas dos pobres muitas vezes
ficavam localizadas nos arredores
atribuía um caráter divino ao faraó e aos membros da elite governante.
das cidades, distantes das áreas
Em resumo, a divisão de classes na sociedade egípcia antiga era onde a elite urbanizada residia.
facilmente perceptível na habitação e na organização das cidades. Os
ricos desfrutavam de moradias luxuosas, construídas com materiais
nobres e localizadas nas áreas centrais, enquanto os pobres
enfrentavam condições precárias, vivendo em casas simples e distantes
dos centros urbanos. Essas diferenças socioeconômicas eram uma
manifestação clara da estratificação social que existia na sociedade
egípcia.

EGITO | 11 Ed. Nossa Pesquisa


OBJETOS DOMÉSTICOS

Os egípcios acreditavam que essas joias possuíam poderes mágicos e as


usavam tanto em vida, como em suas práticas funerárias. Por exemplo,
amuletos e pulseiras eram colocados nos braços dos mortos para
protegê-los na vida após a morte. Além disso, essas joias eram enterradas
junto com os falecidos em suas urnas funerárias de alto padrão, que eram
elaboradamente decoradas e esculpidas com imagens que representavam
a vida dos mortos.
Outro objeto de destaque no Egito Antigo era o machado de pedra, que
era utilizado tanto como uma ferramenta quanto como uma arma. O
machado possuía um significado simbólico e era visto como um
instrumento divino de poder e autoridade. Era também utilizado em
rituais religiosos, como oferendas aos deuses. Com o tempo, sua forma
evoluiu para tornar-se mais sofisticada, aumentando seu valor estético e
simbólico.
Por fim, o design de cadeiras de luxo para a nobreza egípcia revela a
atenção dada ao conforto e ao requinte na cultura antiga. As cadeiras
eram feitas de madeira e adornadas com materiais preciosos, como ouro
e pedras preciosas. Sua forma e ornamentação também eram
influenciadas pela fauna e flora nativas do Egito, apresentando desenhos
de animais e plantas em sua estrutura.

O templo, a casa e a urbs FORTALEZA-CE


Mobiliário 21

No Egito Antigo o design de a mobilia de luxo


representa para a nobreza demonstram a importância
do estilo de vida e da estética do povo egípcio, que
encontrava beleza e harmonia em sua relação com o
mundo natural.

O Egito Antigo também é conhecido por seu artesanato em cerâmica,


sendo o alguidá de barro um exemplo desse trabalho. Esses recipientes
eram amplamente utilizados para armazenar água, grãos e outros
alimentos essenciais para os egípcios. Seu formato era cuidadosamente
projetado para se adaptar às necessidades do dia a dia, proporcionando
praticidade e conforto. Além disso, a cerâmica era decorada com
desenhos e pinturas que refletiam a estética egípcia e sua relação com a No Antigo Egito não eram apenas
os humanos que passavam pelo
natureza, muitas vezes retratando animais como pássaros ou gazelas.
processo de mumificação. Os
animais de estimação também
eram submetidos ao rito de
embalsamento e alojamento em
vazos canopticos, os motivos nos
são desconhecidos.

EGITO | 13 Ed. Nossa Pesquisa


Design Ecletico 25

No Egito Antigo, as joias desempenhavam um papel


fundamental na sociedade, representando o poder e a
riqueza daqueles que as possuíam. Elas serviam como
um símbolo de status e eram usadas por nobres, faraós
e membros da realeza egípcia.

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Esses elementos de design refletem a profunda conexão dos egípcios


com a natureza e com os animais, que faziam parte de seu cotidiano.
Essa estética que se fundia com o meio ambiente era uma maneira de
celebrar a vida e as crenças religiosas da cultura egípcia, que percebia o
mundo como um sistema integrado e interdependente.
Assim, as joias, machados, alguidá de barro e as urnas funerárias de alto
padrão.
Essas joias eram meticulosamente
elaboradas e feitas com materiais
preciosos, como ouro, prata e
pedras preciosas como o lapis
lazuli e o jaspe.
EGITO | 14
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Conjunto de peças de xadrez inspirado no panteão egípcio


Imagine como seria emocionante controlar um rei faraó sobre o
tabuleiro de xadrez. Com o poder e a majestade de um antigo líder
egípcio, a peça do rei se torna o centro das atenções, derramando
sabedoria e mistério sob as ameaças inimigas. A presença imponente do O jogo de xadrez, um dos mais
faraó traz uma nova dimensão ao jogo, alimentando a imaginação do antigos e populares do mundo,
tem sido adaptado e reinventado
jogador. A dama é a peça mais poderosa e estratégica do jogo de xadrez,
ao longo dos séculos. Uma das
e quando ela é representada como uma rainha egípcia, ganha uma formas mais atraentes é jogar
beleza e intriga ainda maiores. Essa figura feminina exala poder, com uma temática egípcia,
sabedoria e graça, mantendo o equilíbrio entre as forças opostas. A substituindo as peças tradicionais
estética de uma rainha egípcia adiciona um toque de elegância e por figuras do antigo Egito. Neste
sofisticação ao jogo, atraindo os jogadores para uma experiência única. texto, apresentaremos a estética
Os bispos são peças essenciais para a movimentação estratégica no empolgante e visualmente
xadrez, e quando representados como escribas egípcios, ganham vida e enriquecedora desse xadrez
único, onde o rei é um faraó, a
personalidade. Esses personagens pomposos e detalhistas são símbolos
dama é uma rainha, o bispo é um
de conhecimento e sabedoria, conduzindo o jogador através de escriba e as pirâmides se
intrincadas tramas táticas. A presença dos escribas no jogo de xadrez transformam em torres,
egípcio proporciona uma experiência totalmente imersiva, linguística e enquanto os servos são piões.
visualmente estimulante. As tradicionais torres ganham a majestade
das pirâmides ao serem adaptadas para o tema egípcio. Imagine-se
jogando em um xadrez onde suas torres são verdadeiras representações
dessas grandes maravilhas arquitetônicas. Além disso, os servos, que
normalmente são representados por peças simples, como um pedaço de A riqueza visual e histórica dessas peças
madeira em formato de cone, agora assumem a forma de pequenos cria uma atmosfera mágica e fascinante
soldados egípcios, guardiões fieis do faraó e de seus domínios. que certamente cativará o jogador e o
No entanto, à medida que o Antigo Império chegou ao fim, a prática de convidará a explorar estratégias únicas
construir mastabas foi substituída pela construção de pirâmides, que se para vencer o desafio diante do tabuleiro.
tornaram o novo padrão para os túmulos reais. As pirâmides eram Portanto, não há dúvidas de que o xadrez
temático egípcio é uma forma empolgante
maiores, mais impressionantes e mais duradouras do que as mastabas,
de apreciar a arte e a estratégia desse jogo
simbolizando o poder e a eternidade dos faraós. milenar.

EGITO | 15 Ed. Nossa Pesquisa


NA CULTURA
DESIGN  Um jogo milenar do Egito chama-se
Mancala. Mancala é o mais antigo jogo

A cativante
de tabuleiro que ainda hoje, é jogado
amplamente no mundo. Existe há mais
de 7 mil anos. É bastante fácil aprender
a jogá-lo. A palavra “Mancala” tem
origem na palavra árabe “nagaal” que

estética
significa “mover”. O jogo está totalmente
relacionado à semeadura, pois o seu
principal objetivo era simular o ato de
semear: a germinação das sementes na
terra, o seu desenvolvimento e sua
Ankh era um símbolo egípcio antigo da vida colheita.
eterna e da imortalidade. A palavra também
significa Ankh "espelho" no idioma egípcio antigo, NA ESCOLA
como em um espelho para a alma. Muitas cidades perdidas ainda guardam
secretamente muito do conhecimento
dos antigos que pode dessa forma, ser
33 utilizado para o debate na escola,
podemos incluir a dimensão política e a
perspectiva da busca de soluções para
situações como a sobrevivência de
pescadores na época da desova dos
peixes, a falta de saneamento básico
adequado ou as enchentes que tantos
danos trazem à população.

PESQUISA MAIS
O COMPARATIVO No Egito tudo era planejado
CREDULIDADE
As questões apontadas neste bloco antes para reconhecimento
Acreditava-se que, após a morte, era
preciso vencer uma partida de Senet
de conteúdo dizem respeito às dos tipos de uso e ocupação
sociedades industriais e é
contra o Deus Rá para poder entrar importante que o aluno do solo em cada sítio
no paraíso. Trata-se de um jogo de compreenda que existem correspondendo a ideia de
corrida entre dois jogadores ao sociedades em que essas questões
longo de um percurso de 30 casas. O são de outra ordem. Diferentes
genius locii grega.
objetivoé retirar em primeiro lugar culturas se relacionam com a
todas as peças de jogo. É possível natureza explorando ou não
encontrar quase todos esses ED.NOSSA PESQUISA
determinados recursos presentes
elementos num simples jogo de JÁDER VIEIRA
em seu espaço segundo sua visão
Senet com o mote egípcio. de mundo.

EGITO | 17

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