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A Credulidade Religiosa no Mundo Feudal

Jáder José Oliveira Vieira1

Resumo: Os homens da Idade Média estavam convencidos de que mesmo que


a natureza gere todos os homens iguais a criação não deve ser governada em
igualdade, pois homologamente a corte celeste, com suas divisões de arcanjos e
subdivisões de querubins, atendem o padrão de pureza e perfeição que a
sociedade terreal quer se espelhar, logo também vai existir necessariamente
uma hierarquia para fundamentar a ideologia de harmonia social fundada na
trifuncionalidade de serviços mútuos.

Abstract: The men of the Middle Ages were convinced that even though
nature generates all men equal, creation should not be governed equally, as the
heavenly court, with its archangel divisions and cherubim subdivisions, met the
standard of purity and perfection that terrestrial society wants to mirror itself,
therefore there will also necessarily exist a hierarchy to support the ideology of
social harmony based on the trifunctionality of mutual services.

Palavras-chave: Arte Medieval,Feudalismo, Deus, Diabo, História.

Keywords: Medieval Art, Feudalism, God, Devil, History.

***

I. Deus e o Diabo no imaginário feudal.

É irônica a constatação da diversidade de juízos perante o tema da


Idade Media. Como é de se esperar, se escolhermos os dados de modo
tendencioso o pesquisador vai fustigar para a pesquisa defeitos e atitudes
viciosas. Poderá ser construída uma interpretação que lhe agrada mas não
condiz com a verdade. Poderá ser destacado como crítica a falta de
objetividade para apreender a realidade, causada pela interferência de
elementos puramente subjetivos, como os preconceitos, por exemplo.
Edward Gibbon em seu famoso livro "A história da ascensão e queda do
Império Romano" considera que as invasões oriundas da Germânia foi um
período em que o império caí numa verdadeira selvageria, o continente fora
“engolfado por um dilúvio de bárbaros”(1989: 442). Outros historiadores já
colocam o extremo oposto, de que a cristianização dos povos germânicos é
justamente o que mantêm o ideal da antiguidade clássica, os cargos eram
romanos, até o latim a elite germânica dominante cultivou como língua
diplomática.
As rupturas com o mundo antigo vêm dos árabes islamizados que em
pouco mais de cinqüenta anos se estendem do mar da China ao oceano

1
Graduado em História (UFC-2010) e aluno do 7º semestre de Arquitetura da Estácio,
(http://jaderarq.blogspot.com/, Jaderarqbr@Icloud.com).
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Atlântico. Aí sim se estagna o comércio, pois as rotas comerciais de longa


distância ficam sob a custódia do islame. 2

"O mar íntimo e quase familiar que reunia todas as partes do Império vai
formar uma barreira entre elas. Em todas as suas margens, desde já séculos a
existência social, nos seus caracteres fundamentais, era a mesma, a religião a
mesma, os costumes e as idéias os mesmos ou muito próximos de o serem. A
invasão dos bárbaros do norte não modificará nada de essencial nesta
situação."(PIRENNE, 1964)3

A expansão árabe interrompe o comércio de longa distância que a


Europa Ocidental mantinha com o Oriente, rompeu-se um laço que ainda
ligava o Império Bizantino aos reinos germânicos do Oeste. A Europa nesse
momento se encontrava isolada dos grandes centros comerciais.
Georges Duby, historiador que preza mais pelo lado econômico e cultural
discorda de Pirenne, justamente no que toca o comércio no século VI. Duby
considera que o comércio no Ocidente nunca se estagnou e que Pirenne
coloca uma ênfase exagerada no papel dos mercadores de longa distância,
esclarece que o comércio vem de dentro para fora, o comércio é um processo
inerente ao próprio lugar social da urbanidade na idade média.
O aumento populacional que decorre no século XI foi resultado de um longo
processo de desenvolvimento tecnológico e de condições climáticas que
propiciam o crescimento e o desenvolvimento das cidades e não o contato
com os Árabes.

‘’De passagem, o discurso evoca-a, com o único fim de justificar que os


oratores não trabalhem com as mãos e que os pugnatores recebam rendas. De
mostrar como a ociosidade e a exploração fazem parte da ordem das coisas.
Quer dizer, a expressão mais evidente do modo de produção senhorial.”
(DUBY, 1994: 57)

Por volta do ano mil (1023-1025) a literatura ocidental articula a teoria


das três ordens do corpo feudal. Postula-se uma explicação naturalista que
justifica a desigualdade entre as classes. O autor é o bispo Gerardo de
Cambrai, em virtude do seu ofício julga dever demonstrar, perante o mundo,
“que, desde a origem, o gênero ,humano se dividiu em três: as gentes da
oração, os cultivadores e as gentes de guerra; forneceu a prova evidente de
que cada um é o objeto, por um e outro lado, de certo cuidado recíproco”
(DUBY, 1994: 54). "A imagem de Deus numa sociedade depende sem dúvida
da natureza e do lugar de quem imagina Deus." ( LE GOFF ,2007: 11). O
lugar e a natureza dos que dominavam o saber teológico era bem reservado
socialmente, pertencia apenas aos que conseguiam entender a Bíblia, os
2
PIRENNE, Henri. As Cidades da Idade Média. Lisboa: Publicações Europa-América, 1964.
3
Ib., p. 24.

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letrados em latim. “Entretanto, igualmente óbvias (pelos menos para nós) são
as desvantagens de se tentar comunicar com toda a população da cristandade
em uma língua entendida apenas por uma minoria dessa população. Alguns
leigos acreditavam que o uso do latim era uma artimanha do clero para manter
a fé secreta, "e em seguida vendê-la de volta para nós no varejo". Deve-se
enfatizar, no entanto, que a minoria que entendia latim excluía muitos
membros do clero medieval. Não é de surpreender que muitos do clero
paroquial fossem ignorantes em latim, dada a falta de meios para educá-los:
mas mesmo no caso dos monges, segundo um medievalista bastante
conhecido, "descobrimos as autoridades admitindo vasta ignorância em latim
e fazendo traduções especiais para uso dos irmãos incultos". (BURKE, 1995:
55), as traduções começam a se intensificar com o advento da imprensa no
século XIV, porém as primeiras casas tipográficas só chegam em Portugal no
século XVI. As primeiras traduções do latim para o português vêm desse
período. Como pode ser observável no site da Biblioteca Nacional de
Portugal. Vários livros do século XVI com uma página em latim e logo em
seguida outra em português arcaico.
"O Deus dos teólogos da Idade Média era seguramente o Deus da Bíblia. Sua
parte propriamente cristã, o Novo Testamento, introduzia Jesus, o filho de
Deus.” (LE GOFF, 2007: 94). Jesus, modelo de conduta a ser venerado,
amado e imitado, os teólogos "Enfatizando as glórias da vida eterna”
desenvolveram uma ética cristã que “incentivou a renúncia aos prazeres
terrenos e inclusive a renúncia ao próprio corpo, valorizando a continência e o
rigor moral como condições para a purificação da alma na preparação para o
reencontro com Deus." (MACEDO, 1997: 51). O corpo é objeto de grande
dignidade principalmente depois que recebe no sacramento da eucaristia o
corpo de cristo. Os sentidos do corpo são portas demasiadamente apuradas,
através dos ouvidos entram muitas coisas em nossa alma. Os sábios da Igreja
costumavam repetir: -Fecha teus ouvidos e não escuta maledicências. É
necessária uma vigilância constante para consertar os sentidos do corpo.
"Uma das originalidades do Deus dos cristãos vem do fato de que eles O
representam sob a forma de imagem." (LE GOFF ,2007: 69). Diferente dos
outros deuses (como o do Judaísmo e do Islame), Jesus foi a imagem e
semelhança de qualquer homem do sexo masculino e Deus ao mesmo tempo,
o que de certo modo facilita a sua representação, pois justamente "A
encarnação é a humilhação de Deus. O corpo é a prisão (ergastulum= prisão
para escravos) da alma: mais que a sua imagem habitual, é a sua definição. O
horror ao corpo culmina nos seus aspectos sexuais. O pecado original, pecado
de orgulho intelectual, de desafio intelectual a Deus, foi transformado pelo
cristianismo medieval em pecado sexual. A abominação do corpo e do sexo
atinge o cúmulo no corpo feminino" (LE GOFF ,1985: 145).
"Durante os sermões fazia-se grande uso de exempla, nos quais apareciam
bastante frequentemente prostitutas, quer como personagens principais, quer

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como figuras de segundo plano, mas sempre com um certo destaque no fim
da história." (PILOSU, 1995:79). O destaque no fim da história é sempre
atribuir uma maior parcela de culpa para as mulheres. "Enfim, os "exemplos"
(exempla) ilustram, sob a forma de relatos breves e concretos, fábulas ou
historietas, as vantagens, para o cristão, de uma justa conduta."(SCHIMTT,
1999: 143)

Fig.1

O demônio aparece em forma de gato para São Domingos de Caleruega


(Século XII). O Diabo pode assumir diferentes formas nas iluminações que
encontramos nesses manuscritos, mas há três ingredientes básicos: homem,
animal e pura fantasia. A foto nos diz, que ele pode se transformar em um
gato.. Fonte: https://manuscripts.kb.nl/ (Acessado em Nov/2021).

Geralmente associa-se a Idade Média um período de obscurantismo, de


trevas, de arcaísmo. Essa alcunha latina Aetas obscura ou mesmo inglesa de
Dark Age, se difundiu bastante e foi construída pelos renascentistas,
inspirados por novos ideais estéticos. É realmente muito corrente a marca de
uma Idade Média imóvel, sem atividades bancárias, estagnada, estacionária
economicamente em virtude da condenação da usura e do lucro. afirmavam

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“frequentemente que o mercador medieval teria sido incomodado na sua


actividade profissional e rebaixado no seu meio social devido à atitude da
Igreja para com ele. Condenado por ela, mesmo no exercício da sua
actividade, teria sido uma espécie de pária da sociedade medieval dominada
pela influência cristã.” (LE GOFF, 1991:55).
"A expressão "bela Idade Média" também corresponde à idéia de que houve
uma clareira entre duas fases sombrias, nesse longo período de mais de mil
anos entre a queda do Império Romano(fim do século V) e o descobrimento
da América(fim do século XV). (LE GOFF ,2008: 54).
A clareira do Ocidente encontra-se mais particularmente entre o século
XI e o século XIV. Momento de crescimento urbano, populacional, intenso
comércio, desenvolvimento da arquitetura. Até pouco antes das grandes
navegações, os valores e o comportamento estavam ligados ao caráter
agrícola, característica de quase todas as sociedades pré-industriais. "Sem
dúvida, porém, o principal tipo de trabalhador no Feudalismo eram os servos.
Contudo, não é fácil acompanhar a passagem da escravidão para a servidão.
Ela se deu lentamente, com variações regionais, mas sempre acompanhando o
caráter cada vez mais agrário da sociedade ocidental." (FRANCO JUNIOR,
1983:39).
Para os economistas o trabalho é a fonte da riqueza, o trabalho é a
condição básica e fundamental de toda a vida humana. Já para os teólogos: o
trabalho na Idade Média, hora tinha peso de penitência redentora, hora tinha
peso de entusiasmo. "A Bíblia mostra, como se sabe, o homem condenado,
por sua própria culpa, a ganhar o pão com o suor de seu rosto. O trabalho é
uma maldição. Antes da queda, entretanto, o homem - a Bíblia também o diz -
participava com alegria do trabalho do Criador." (LE GOFF, 2008:77 ). A
expulsão do paraíso é um divisor de águas na significação do trabalho.
mesmo “fenômeno urbano na Idade Média Central” que está “associada ao
desenvolvimento das atividades artesanais e comerciais.” Está também “a
função militar e, sobretudo, a presença de uma autoridade episcopal, condal
ou principesa, que suscita a manutenção de uma corte numerosa cria um
efeito de atração, são igualmente decisivas. (BASCHET, 2006: 145). Esses
enxergam o trabalho manual como aviltante, apenas os servos devem
trabalhar, pois o trabalho tem uma forte carga negativa. "Seguindo o modelo
das cortes terrestres, as cortes celestes se enriqueceram para se debruçar mais
sobre os cristãos cá de baixo: os valores do Céu desceram sobre a Terra."(LE
GOFF ,2008: 65). "Entretanto, a cidade é, incontestavelmente, a partir do
século XII, um mundo novo. Nela, desenvolvem-se atividades novas e
esboçam-se mentalidades singulares, ao passo que a Igreja demoniza a cidade,
moderna Babilônia, lugar de pecados e tentações." (BASCHET, 2006: 153).
"O controle eclesiástico sobre os valores culturais e mentais era exercido
através de vários canais. O sistema de ensino, monopolizado pela Igreja até o
século XIII, permitia a reprodução do corpo de idéias que ia sendo

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selecionado e formulado por ela." (FRANCO JUNIOR, 1983:58) Ergueu-se


mesmo uma doutrina corporal que penetrava em diversos segmentos do
comportamento humano."Os polemistas cristãos, em virtude da natureza da
crença que professavam, não reconheceram qualquer grau de sacralidade, nem
reconheceram qualquer vinculação do riso com a divindade, tal qual ocorria na
tradição pagã que o tanto procuraram combater. Nos sistemas de valores do
cristianismo, este foi dessacralizado e reduzido à categoria de gesto profano."
(MACEDO, 1997: 53).
A adivinhação, a magia são duas práticas por exemplo que de antemão
são conferidas ao Diabo, uma das maiores provas de atuação do diabo, é
permitir que pessoas simples e comuns possam controlar as forças da
natureza. Eles acreditavam que invocando as forças da natureza a seu favor
lhes daria a capacidade de conhecer o futuro, obviamente, uma complexa arte
que envolve oração, jejuns e frases sem significação. Os encantamentos,
feitiços e agouros podem ser utilizados para atrair um amor, curar uma dor de
dentes, ou causar malefícios as fazendas. Esses são aspectos que estão ligados
a demonizarão da cultura pagã que antecede a cristã.
Vicenzo Bruno, em meditações sobre os mysterios da paixam datado de
1601 editado em Lisboa, impresso pela casa tipográfica Pedro Crasbeeck, a
custa de um obscuro mercador de livros Miguel d'Arenas, na página 95 o
autor compila: “O demonio meteo primeiro no coração de Iudas o penfamento da treição,
& depois entrou nelle per execução da obra. Procuremos refiftir logo nos principios aos máos
penfamétos & fuggeftoens do Demonio, porque fe abrimos pouco & pouco por complacencia
a porta do confentimento, no mefmo ponto entra o Demonio & esbulha a alma da graça
&doés fobrenaturaes de que Deos a tinha enriquecido. Por iffo o Real Profeta no Pfalmo
136 chama bemauenturado aquelle q aos filhos pequenos de Babylonia, que faõ os
penfamentos máos, logo em peqnos os mata arremeffandoos a Iefu Chrifto, que hé pedra.”.
Judas é uma figura muito marcante na paixão de Cristo, ele que desencadeia
todo o processo, o pensamentos de traição é uma sugestão do maligno,
entrega Jesus por algumas moedas influenciado pela força do Diabo, entrando
dentro dele para a execução da tarefa. "Os homens e as mulheres da Idade
Média estavam persuadidos de que se Deus deixava às vezes Satã ou
simplesmente a natureza depravada dos homens semear a desordem sobre a
terra, também introduzia nesse momento medidas de ordem." ( LE GOFF
,2007: 75). 4
"Certamente, as ligações entre Deus e a sociedade feudal estão entre as mais
estreitas da história." ( LE GOFF ,2007:58 ). O mais interessante é que o
Diabo e a sociedade feudal também se relacionam demais. No mundo feudal
tudo perpassa por Deus, o que não apetece à Deus logicamente estreitava-se

4
Recorrendo a Bíblia, Jesus Cristo é o Sumo Sacerdote. Ele é o único mediador entre Deus e os seres
humanos (1 Tm 2.5) e o Espírito Santo é seu representante na terra.

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ao Diabo. Esse imaginário é o produto das composições das formas feudais:


"O regime feudal e a Igreja eram de tal forma ligados que não era possível
destruir um sem pelo menos abalar o outro." (LE GOFF ,2008: 83). Cada
forma de produção gera as suas próprias relações sociais e as suas próprias
formas de organização.

Fig.2

Peitoral com Cristo e o Cordeiro de Deus e os símbolos dos quatro


evangelistas (Século X). Este imponente marfim formava originalmente a
parte central de uma grande cruz (agora faltam os braços), que deveria ser
suspensa no pescoço. As formas escultóricas fortes e as cortinas animadas
estão intimamente relacionadas aos desenhos anglo-saxões e aos manuscritos
iluminados. O emparelhamento de Cristo em Majestade com o Cordeiro de
Deus no reverso reflete o interesse contemporâneo nas imagens apocalípticas,
familiares do Livro do Apocalipse. Fonte: Abadia de Saint-Bertin, Saint-Omer.

"O sistema feudal repousa economicamente na posse da terra e no


direito de cobrar um certo número de taxas. Isso gera uma hierarquia social e
uma hierarquia de poderes." ( LE GOFF ,2007: 66). O paternalismo deste
sistema envolve um intercâmbio de poder e auxílio, obrigações mútuas entre

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suserano e vassalo, protetor e protegido, senhor e dependentes. Cada


indivíduo estava ligado a um senhor por laços de parentesco, obrigações ou
interesse. "Institucionalmente, diante da fraqueza do Estado e da necessidade
de segurança, desenvolviam-se as relações pessoais, diretas, sem intermediação
do Estado. Estreitaram-se assim os laços de sangue, as relações dentro das
famílias, das linhagens, grupos cuja solidariedade interior podia melhor
proteger os indivíduos em relação ao exterior." (FRANCO JUNIOR,
1983:43). No topo dessa hierarquia vêm o Rei. "Duas funções fundamentais
são reconhecidas ao rei: ele deve garantir a paz e a justiça. O cuidado de
manter a paz, essencial ao bem público e assegurada pela Igreja durante certo
tempo, retorna, pouco a pouco, para os soberanos. Disso decorre, sobretudo,
o direito de levar a cabo guerras justas"(BASCHET, 2006: 161). Essa função
revela um "traço psicológico: a contratualidade. Presente na verdade em
muitas religiões pré-cristãs, esse dado foi reforçado pelo cristianismo e
contribuiu para o próprio contratualismo social, político e econômico e militar
dos séculos X-XIII, sendo por sua vez influenciado por este. Assim, não é de
se estranhar que Deus fosse visto como Senhor e o homem como vassalo"
(FRANCO JUNIOR, 1983:60)

***
Fontes
http://www.nationalgallery.org.uk/(Acessado em Nov/2021).
https://manuscripts.kb.nl/(Acessado em Nov/2021).
http://www.metmuseum.org/(Acessado em Nov/2021).
http://www.hermitagemuseum.org/(Acessado em Nov/2021).
http://www.polomuseale.firenze.it/(Acessado em Nov/2021).

Bibliografia
BURKE, Peter A arte da conversação; tradução de Álvaro Luiz Hattnhr - São Paulo: Editora da
Universidade Estadual Paulista, 1995
BLOCH, Marc, A sociedade feudal. Tradução de Emanuel Lourenço Godinho. Lisboa: Edições 70,
1979.
BASCHET, Jérôme. A civilização Feudal: Do ano mil à colonização da América. São Paulo: Globo,
2006.
FRANCO JUNIOR, Hilário. O feudalismo. São Paulo: Brasiliense, 1983.

LE GOFF, Jacques. Mercadores e Banqueiros da Idade Média. Lisboa: Martins Fontes, 1991.
_____.Uma longa Idade Média. Rio de Janeiro: Civ. Brasileira, 2008.
_____.O Deus da Idade Média. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.
_____.O Maravilhoso e o Cotidiano no Ocidente Medieval. Lisboa: Edições 70, 1985
MACEDO, José Rivair. Christus agelastus: o riso e o pensamento cristão na Idade Média; Veritas:
Revista Trimestral de Filosofia e Ciências Humanas da PUCRS, v42 n3 ,1997.
PILOSU, Mario. A Mulher, a Luxúria e a Igreja na Idade Média. Lisboa: Editorial Estampa , 1995.
PIRENNE, Henri. As Cidades da Idade Média. Lisboa: Publicações Europa-América, 1964.
SCHIMTT, Jean-Claude. Os vivos e os mortos na sociedade medieval. Tradução Maria Lucia
Machado. — São Paulo Companhia das Letras. 1999.

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