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Abstract: The men of the Middle Ages were convinced that even though
nature generates all men equal, creation should not be governed equally, as the
heavenly court, with its archangel divisions and cherubim subdivisions, met the
standard of purity and perfection that terrestrial society wants to mirror itself,
therefore there will also necessarily exist a hierarchy to support the ideology of
social harmony based on the trifunctionality of mutual services.
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Graduado em História (UFC-2010) e aluno do 7º semestre de Arquitetura da Estácio,
(http://jaderarq.blogspot.com/, Jaderarqbr@Icloud.com).
História da Arte Medieval
Novembro 2021/Fortaleza-CE
"O mar íntimo e quase familiar que reunia todas as partes do Império vai
formar uma barreira entre elas. Em todas as suas margens, desde já séculos a
existência social, nos seus caracteres fundamentais, era a mesma, a religião a
mesma, os costumes e as idéias os mesmos ou muito próximos de o serem. A
invasão dos bárbaros do norte não modificará nada de essencial nesta
situação."(PIRENNE, 1964)3
letrados em latim. “Entretanto, igualmente óbvias (pelos menos para nós) são
as desvantagens de se tentar comunicar com toda a população da cristandade
em uma língua entendida apenas por uma minoria dessa população. Alguns
leigos acreditavam que o uso do latim era uma artimanha do clero para manter
a fé secreta, "e em seguida vendê-la de volta para nós no varejo". Deve-se
enfatizar, no entanto, que a minoria que entendia latim excluía muitos
membros do clero medieval. Não é de surpreender que muitos do clero
paroquial fossem ignorantes em latim, dada a falta de meios para educá-los:
mas mesmo no caso dos monges, segundo um medievalista bastante
conhecido, "descobrimos as autoridades admitindo vasta ignorância em latim
e fazendo traduções especiais para uso dos irmãos incultos". (BURKE, 1995:
55), as traduções começam a se intensificar com o advento da imprensa no
século XIV, porém as primeiras casas tipográficas só chegam em Portugal no
século XVI. As primeiras traduções do latim para o português vêm desse
período. Como pode ser observável no site da Biblioteca Nacional de
Portugal. Vários livros do século XVI com uma página em latim e logo em
seguida outra em português arcaico.
"O Deus dos teólogos da Idade Média era seguramente o Deus da Bíblia. Sua
parte propriamente cristã, o Novo Testamento, introduzia Jesus, o filho de
Deus.” (LE GOFF, 2007: 94). Jesus, modelo de conduta a ser venerado,
amado e imitado, os teólogos "Enfatizando as glórias da vida eterna”
desenvolveram uma ética cristã que “incentivou a renúncia aos prazeres
terrenos e inclusive a renúncia ao próprio corpo, valorizando a continência e o
rigor moral como condições para a purificação da alma na preparação para o
reencontro com Deus." (MACEDO, 1997: 51). O corpo é objeto de grande
dignidade principalmente depois que recebe no sacramento da eucaristia o
corpo de cristo. Os sentidos do corpo são portas demasiadamente apuradas,
através dos ouvidos entram muitas coisas em nossa alma. Os sábios da Igreja
costumavam repetir: -Fecha teus ouvidos e não escuta maledicências. É
necessária uma vigilância constante para consertar os sentidos do corpo.
"Uma das originalidades do Deus dos cristãos vem do fato de que eles O
representam sob a forma de imagem." (LE GOFF ,2007: 69). Diferente dos
outros deuses (como o do Judaísmo e do Islame), Jesus foi a imagem e
semelhança de qualquer homem do sexo masculino e Deus ao mesmo tempo,
o que de certo modo facilita a sua representação, pois justamente "A
encarnação é a humilhação de Deus. O corpo é a prisão (ergastulum= prisão
para escravos) da alma: mais que a sua imagem habitual, é a sua definição. O
horror ao corpo culmina nos seus aspectos sexuais. O pecado original, pecado
de orgulho intelectual, de desafio intelectual a Deus, foi transformado pelo
cristianismo medieval em pecado sexual. A abominação do corpo e do sexo
atinge o cúmulo no corpo feminino" (LE GOFF ,1985: 145).
"Durante os sermões fazia-se grande uso de exempla, nos quais apareciam
bastante frequentemente prostitutas, quer como personagens principais, quer
como figuras de segundo plano, mas sempre com um certo destaque no fim
da história." (PILOSU, 1995:79). O destaque no fim da história é sempre
atribuir uma maior parcela de culpa para as mulheres. "Enfim, os "exemplos"
(exempla) ilustram, sob a forma de relatos breves e concretos, fábulas ou
historietas, as vantagens, para o cristão, de uma justa conduta."(SCHIMTT,
1999: 143)
Fig.1
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Recorrendo a Bíblia, Jesus Cristo é o Sumo Sacerdote. Ele é o único mediador entre Deus e os seres
humanos (1 Tm 2.5) e o Espírito Santo é seu representante na terra.
Fig.2
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Fontes
http://www.nationalgallery.org.uk/(Acessado em Nov/2021).
https://manuscripts.kb.nl/(Acessado em Nov/2021).
http://www.metmuseum.org/(Acessado em Nov/2021).
http://www.hermitagemuseum.org/(Acessado em Nov/2021).
http://www.polomuseale.firenze.it/(Acessado em Nov/2021).
Bibliografia
BURKE, Peter A arte da conversação; tradução de Álvaro Luiz Hattnhr - São Paulo: Editora da
Universidade Estadual Paulista, 1995
BLOCH, Marc, A sociedade feudal. Tradução de Emanuel Lourenço Godinho. Lisboa: Edições 70,
1979.
BASCHET, Jérôme. A civilização Feudal: Do ano mil à colonização da América. São Paulo: Globo,
2006.
FRANCO JUNIOR, Hilário. O feudalismo. São Paulo: Brasiliense, 1983.
LE GOFF, Jacques. Mercadores e Banqueiros da Idade Média. Lisboa: Martins Fontes, 1991.
_____.Uma longa Idade Média. Rio de Janeiro: Civ. Brasileira, 2008.
_____.O Deus da Idade Média. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.
_____.O Maravilhoso e o Cotidiano no Ocidente Medieval. Lisboa: Edições 70, 1985
MACEDO, José Rivair. Christus agelastus: o riso e o pensamento cristão na Idade Média; Veritas:
Revista Trimestral de Filosofia e Ciências Humanas da PUCRS, v42 n3 ,1997.
PILOSU, Mario. A Mulher, a Luxúria e a Igreja na Idade Média. Lisboa: Editorial Estampa , 1995.
PIRENNE, Henri. As Cidades da Idade Média. Lisboa: Publicações Europa-América, 1964.
SCHIMTT, Jean-Claude. Os vivos e os mortos na sociedade medieval. Tradução Maria Lucia
Machado. — São Paulo Companhia das Letras. 1999.