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Os 

Textos da Pirâmide de Unas, descobertos em 1881 por Gaston Maspero, são os


escritos religiosos mais antigos descobertos até hoje. Por apresentarem uma síntese das
crenças religiosas do Antigo Egito, eles datam de 4500 anos ou mais, considerando que
estas crenças devem ter nascido muito antes de serem transcritas na pedra.
Embora a Pirâmide de Unas seja a menor das pirâmides reais construídas no Antigo
Império, ela foi a primeira a trazer em suas paredes internas este conjunto de
encantamentos (fórmulas), que ajudariam a alma do faraó em sua jornada para o próximo
mundo.
Os textos estão gravados nas colunas, sobre as paredes do corredor, da antecâmara e da
passagem que leva à câmara funerária da pirâmide. As paredes que cercam o sarcófago
não têm texto e o teto é coberto por estrelas.
Os Textos da Pirâmide de Unas estão dispostos na tumba do Oeste para o Leste,
simbolizando a crença que o reino dos mortos ficava no Ocidente - a maioria das
necrópoles estão dispostas na margem oeste do Nilo - e o Sol, associado à Ressurreição
por reaparecer vivificado após o seu trajeto noturno, ressurge sempre no Oriente.
Estes textos foram retomados pelos soberanos seguintes e, posteriormente, pelas rainhas
no fim do Antigo Império. Algumas fórmulas foram utilizadas também nos Textos dos
Sarcófagos.
extos dos Sarcófagos é a designação moderna atribuída a textos de carácter funerário
produzidos na civilização do Antigo Egipto a partir do Primeiro Período Intermediário, mas
sobretudo durante o Império Médio.
Em resultado da desagregação do poder político no final do Império Antigo e das
alterações culturais produzidas, a hipótese de gozar uma vida no Além deixou de estar
reservada à realeza, alargando-se aos funcionários e, progressivamente, a toda a
população egípcia. Os Textos dos Sarcófagos, dos quais se conhecem mais de mil
fórmulas, visavam proteger o defunto no Além e prover as suas necessidades. Foram
inscritos na sua maioria em escrita hieroglífica cursiva no interior das paredes internas
de sarcófagos de madeira rectangulares (o que explica a designação de "Textos dos
Sarcófagos"), embora também se conheçam inscrições realizadas em vasos
canópicos, estelas, paredes dos túmulos e papiros.
Os textos retomam e adaptam as fórmulas dos Textos das Pirâmides, textos gravados no
interior das pirâmides de reis da V, VI, VII e VIII dinastias. Contudo, verificam-se algumas
novidades como a possibilidade do defunto assumir várias formas, bem como de regressar
à terra para visitar os seus entes queridos. Enquanto que os Textos das Pirâmides
apresentam a possibilidade do defunto se juntar ao deus solar Ré, os Textos dos
Sarcófagos favorecem a união com Osíris. Saliente-se ainda que o acesso a uma vida no
Além está sujeito a ter levado uma vida marcada pela prática de um comportamento justo.
Os Textos das Pirâmides e os Textos dos Sarcófagos foram as principais fontes para o
chamado "Livro dos Mortos", popular no Império Novo.

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