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DIREITOS HUMANOS

DUDH

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DUDH

A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um documento relativamente pequeno,


com apenas 30 artigos, acerca dos quais são extraídas muitas questões, abordando aspec-
tos doutrinários e históricos relevantes além da “letra” do documento.

É importante criar uma intimidade com o texto da Declaração Universal dos Direitos Huma-
nos (DUDH) porque há técnicas utilizadas pelo examinador para elaborar as questões e, com
familiaridade, intimidade com o texto do documento, dificilmente se errará essas questões.

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

Em 10 de dezembro de 1948 a Assembleia Geral das Nações Unidas, por meio da reso-
lução 217 A (III), adotou e proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Em
seguida a esse ato histórico, a Assembleia conclamou todos os países membros a divulgar
o texto da declaração, e fazer com que seja disseminado, exposto, lido e explicado principal-
mente nas escolas e outras instituições educacionais, sem distinção baseada na natureza
política dos países ou territórios.

O órgão responsável por proclamar e adotar a DUDH é a Assembleia Geral das Nações
Unidas, em 10 de dezembro de 1948.

A título de conhecimento técnico de uma estrutura de um documento internacional, o PRE-


ÂMBULO traz as razões da existência desse documento, as justificativas desse documento,
nomeando circunstâncias, questões sociais da época que levaram à criação do documento.

PREÂMBULO

Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da


família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade,
da justiça e da paz no mundo;
ANOTAÇÕES

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O “reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana” está


ligado, diretamente, ao Princípio da Fraternidade, a uma família de Nações.

Considerando que a desconsideração e o desprezo pelos direitos humanos conduziram


a atos de barbárie que revoltaram a consciência da humanidade, e que o advento de um
mundo em que os seres humanos gozem de liberdade de expressão e de crença, a salvo do
medo e da miséria, foi proclamado como a mais alta inspiração dos povos;
5m

Esse desprezo pelos Direitos Humanos conduziu a atos de barbárie, principalmente à Pri-
meira e à Segunda Guerra Mundial. A Segunda Guerra Mundial terminou em 1945 e uma das
inspirações para a criação da ONU e da DUDH foi justamente esse pós-guerra, no sentido
de evitar que uma outra guerra mundial acontecesse.

Considerando essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo Estado de


Direito para que as pessoas não sejam compelidas, como último recurso, à revolta contra a
tirania e a opressão;

Considerando essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre


as nações;

Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram na Carta sua fé nos direi-
tos humanos fundamentais, na dignidade e no valor da pessoa humana, na igualdade de
direitos dos homens e das mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melho-
res condições de vida em uma liberdade mais ampla;

Esta Carta é a Carta da ONU, a Carta de São Francisco.

Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a promover, em coopera-


ção com a Organização das Nações Unidas, o respeito universal e efetivo aos direitos huma-
nos e às liberdades fundamentais;

Na DUDH não existem Estados-Membros, estes “Estados-Membros” se referem à Carta


da ONU, são os Estados-Membros das Nações Unidas.
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Considerando que uma concepção comum destes direitos e liberdades é da mais alta
importância para o pleno cumprimento desse compromisso:

DIRETO DO CONCURSO
1. (FGV/2019/DPE-RJ/TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO) Após a II Guerra Mundial, foi
criada a Organização das Nações Unidas, e uma de suas primeiras atividades foi apro-
var uma Declaração de Direitos Humanos que vinculasse o conceito e a ideia desses
direitos a valores fundamentais afirmados na modernidade.
Isso fica expresso no próprio preâmbulo da Declaração de 1948 ao afirmar que:
a. os direitos humanitários limitam os efeitos de conflitos armados para proteger pes-
soas que não participam ou que deixaram de participar das hostilidades da guerra;
b. o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e
de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da
paz no mundo;
c. os direitos humanos devem ser reconhecidos e expressos pelo lema “o amor por prin-
cípio, a ordem por base e o progresso por fim”;
d. os estados nacionais somente poderão viver em paz e apreço mútuo de seus cidadãos
na medida em que respeitem os princípios de liberdade, igualdade e fraternidade;
e. a soberania é o valor maior a ser protegido nas relações internacionais, pois é ela que
permite a verdadeira autodeterminação de povos livres.

COMENTÁRIO
a. Esta alternativa traz um conceito de Direito Humanitário. Na Teoria Geral de Direitos Hu-
manos estudam-se terminologias e o termo Direito Humanitário está ligado a questões que
envolvam guerras e conflitos armados internacionais. Em momento algum, no preâmbulo,
não há nenhum “considerando” específico nesse sentido de conflitos armados, qualquer
referência a Direito Humanitário. Esta alternativa define bem o que é Direito Humanitário,
o problema é que não corresponde ao preâmbulo da DUDH.
b. O reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de
seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mun-
do. Previsão no primeiro “considerando” do preâmbulo.
10m
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A Assembleia Geral proclama


a presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como ideal comum a ser atin-
gido por todos os povos e todas as nações, a fim de que cada indivíduo e cada órgão da
sociedade, tendo-a sempre em mente, se esforcem, pelo ensino e pela educação, no sentido
de promover o respeito a esses direitos e liberdades e, por meio de medidas progressivas
de ordem nacional e internacional, de assegurar o seu reconhecimento e a sua observância
universais e efetivos, tanto entre as populações dos próprios Estados-Membros como entre
as dos territórios sob sua jurisdição.
A DUDH tem o caráter da universalidade e também o dever de proteger e efetivar esses
direitos. A efetivação desses direitos não decorre apenas pelo Estado: cada indivíduo e
cada órgão da sociedade tem a sua parcela de responsabilidade na hora da efetivação
desses direitos.

ASPECTOS HISTÓRICOS
Para melhor contextualização desse documento, tracemos uma Linha do Tempo:

1919 1945 1945 1948

fim da 1° fim da 2° criação Declaração Universal


guerra guerra da ONU de Direitos Humanos
mundial mundial
Aprovação

48 aprovaram
56 países
9 abstenções

Esse documento, a DUDH, surge no período pós-guerra. Em 1919 houve o fim da Pri-
meira Guerra Mundial e em 1945 o fim da Segunda Guerra Mundial.

No mesmo ano de 1945 dá-se a criação da Organização das Nações Unidas (ONU) pela
Carta de São Francisco ou Carta da ONU, que entra em vigor no dia 24 de outubro de 1945.

Após a criação da ONU, em 1948 é proclamada a Declaração Universal dos Direitos


Humanos (DUDH), no dia 10 de dezembro de 1948, pela Assembleia Geral da ONU.
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O final da Segunda Guerra Mundial influenciou diretamente a criação da ONU como


órgão com a finalidade de promover a paz mundial.

A ONU, no intuito de proteger a pessoa humana e evitar que outras atrocidades, como
aquelas que aconteceram durante a Segunda Guerra Mundial, em três anos se dedica a
criação de um documento que trouxesse, de maneira básica, os direitos da pessoa humana,
surgindo assim a DUDH.
15m

Trata-se de uma Declaração e não de um Tratado, mas mesmo sendo uma Declaração
precisa passar pela aprovação por meio de votação dentro das Nações Unidas.

À época, eram 56 países os integrantes da ONU, sendo que, dentre eles, 48 países apro-
varam e 8 se abstiveram.

No que diz respeito às abstenções, destacam-se dois países: a União Soviética e a


Arábia Saudita.

Pela União Soviética, essa abstenção foi justificada com o fato de que a União Soviética
não entendia que fazia sentido um texto com a afirmação de direitos a nível universal, a nível
internacional – entendia que esses direitos ligados à pessoa humana deveriam ficar a cargo
de cada país.

Com relação à Arábia Saudita, o aspecto salientado foi com relação ao art. 18 da DUDH,
que dispõe sobre a liberdade religiosa, o direito que a pessoa tem de mudar de religião
de acordo com a sua vontade. Isso não agradou à Arábia Saudita porque a desistência, a
mudança de religião, é algo muito grave ao direito islâmico.

Não houve nenhuma reprovação, nenhum voto contrário à aprovação desse documento,
apenas abstenções que, num contexto histórico, podem ser justificadas.

A razão da existência, tanto da ONU quanto da DUDH, é uma reação a tudo o que acon-
teceu tanto na Primeira Guerra Mundial quanto, principalmente, na Segunda Guerra Mundial.
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ESTRUTURA DO DOCUMENTO

A DUDH possui 30 artigos que se dividem da seguinte forma:


• Art. 1º - Introdução. Afirma que “todos os homens nascem livres e iguais, são dotados
de razão e consciência e devem agir, entre si, em espírito de fraternidade”. Esse art.
1º elenca os princípios dos Direitos Humanos: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
20m

Quando se estuda a Teoria Geral dos Direitos Humanos, estudam-se as Gerações dos
Direitos Humanos e as três primeiras Gerações correspondem exatamente aos direitos de
Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Os direitos de Liberdade são os direitos de 1ª Geração, os direitos de Igualdade são os


direitos de 2ª Geração e os direitos de Fraternidade são os direitos de 3ª Geração.

Os direitos de Liberdade são os direitos civis e políticos; os direitos de Igualdade são


os direitos sociais, econômicos e culturais e os direitos de Fraternidade são os direitos
difusos e coletivos.

A título de exemplo, quando se referem os direitos civis e políticos, está o direito à vida,
direito à liberdade, direito à propriedade, todos eles inseridos nos direitos de 1ª Geração,
assim como a liberdade política, o direito de voto.

Os direitos sociais, econômicos e culturais englobam o direito ao trabalho, à previdência,


ao lazer, à saúde, à educação.

Os direitos difusos e coletivos são, por exemplo, o direito do consumidor, o direito a um


meio ambiente equilibrado, os denominados direitos transindividuais.
• Art. 2 º ao art. 20 tratam, especificamente, dos direitos civis;
• Art. 21 trata dos direitos políticos.

Do art. 2º ao art. 21, a DUDH tratou dos direitos de Liberdade, dos direitos de 1ª Geração,
que são os direitos civis e políticos.
25m
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• Art. 22 ao art. 28 tratam dos direitos sociais, econômicos e culturais, direitos de 2ª


Geração, direitos ligados ao ideal de Igualdade;
• Art. 29 que, dentre outros temas, trabalha a ideia de deveres dos cidadãos com a sua
comunidade;
• Art. 30, é o artigo de encerramento, versa sobre regras de interpretação do documento.

Os direitos foram enumerados, foram tratados do art. 2º ao art. 28, nos demais artigos
não são enumerados direitos.

O que é enumerar, tratar direitos?


É especificar como aquele direito será promovido, como ele será efetivado. Por exemplo,
direito à vida, mas o que é o direito à vida? Direito ao trabalho, como? Direito à propriedade,
de que maneira?

Isso é determinado do art. 2º ao art. 28, os demais são artigos de introdução e de


encerramento.
Os direitos de Fraternidade não foram tratados, não foram enumerados na DUDH – os
direitos de 3ª Geração não foram enumerados na DUDH, não há na DUDH a enumeração de
direitos difusos e coletivos.

O art. 1º refere a Fraternidade, qual é a diferença?


A diferença é a forma como isso será perguntado na prova.

A DUDH tem como princípios a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade?


Sim, correto, esses direitos estão previstos como princípios da DUDH.

A DUDH tratou, enumerou direitos de Liberdade, de Igualdade e de Fraternidade?


Não, incorreto porque a DUDH não enumerou direitos de Fraternidade, enumerou apenas
direitos de 1ª e de 2ª Geração, de Liberdade e de Igualdade.
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DUDH

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ESTRUTURA DO DOCUMENTO

• LIBERDADE → 1° Geração Civis e Políticos


INTRODUÇÃO • IGUALDADE → 2° Geração Sociais, Econômicos e Culturais
• FRATERNIDADE → 3° Geração Difusos e Coletivos
30 ARTIGOS
DUDH

2 ao 20 → DIREITOS CIVIS
1° Geração (LIBERDADE)
ENUMERADOS

21 → DIREITOS POLÍTICOS

22 ao 28 → DIR. SOCIAIS, ECONÔMICOS E CULTURAIS 2° Geração (IGUALDADE)


29 → DEVERES
30 → REGRA DE INTERPRETAÇÃO

GABARITO
1. b

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Thiago Medeiros.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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DUDH II

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DUDH II

NATUREZA JURÍDICA

Sobre a natureza jurídica é necessário a distinção entre o que é uma Declaração e o que
é um Tratado.

Na prova, a Declaração pode vir como Resolução ou como uma Recomendação, enquanto
tratado é sinônimo de Convenção, é sinônimo de Acordo Internacional e pressupõe consen-
timento de vontades, a expressão de vontades até chegar a um denominador comum entre
os Estados que estão promovendo esse Acordo.

O Acordo Internacional pressupõe Bilateralidade ou Multilateralidade, ele é Bilateral ou


Multilateral, enquanto a Declaração é um ato Unilateral.

A natureza jurídica da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) é de Decla-


ração, de Resolução ou de Recomendação da ONU, é um ato unilateral das Nações Unidas.

Não ocorreu na DUDH a forma de Tratado ou Acordo Internacional. A DUDH não é um


Tratado, não é uma Convenção, NÃO É UM Acordo Internacional, ela é apenas uma Decla-
ração das Nações Unidas.

Isso é importante porque vai repercutir num ponto muito divergente e polêmico.

DECLARAÇÃO TRATADO
RESOLUÇÃO • Acordo Internacional
RECOMENDAÇÃO
• BILATERAL OU MULTILATERAL
• UNILATERAL
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DUDH II

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NATUREZA JURÍDICA

A grande polêmica é quanto a DUDH ser uma norma vinculante ou não, quanto a ser um
documento que vincula os Estados quanto ao teor dos seus artigos ou não.

A natureza jurídica da DUDH é de DECLARAÇÃO, ela não é um TRATADO porque se ela


fosse um TRATADO, na sua gênese, este tópico quanto a ser vinculante não estaria sendo
discutido porque se um Estado consente em cumprir aquilo que está elencado no papel, já
teríamos o pressuposto de que seria vinculante àquele Estado.

O fato de ser uma Declaração traz muita polêmica para dentro da doutrina.
5m

VINCULANTE?

Em virtude de ser a DUDH uma Declaração e não um Tratado, há discussões na doutrina


e na prática dos Estados sobre sua força vinculante.

No mínimo, há 3 correntes:
• 1ª Corrente – A DUDH não é vinculante porque é uma mera Declaração da ONU e
é constituída de normas denominadas SOFT LAW (“Direito suave”), normas que fun-
cionam apenas como uma diretriz, um norte aos países pertencentes ou não à ONU
– normas que não geram obrigações.
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DUDH II

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• 2ª. Corrente – É vinculante, pois decorre da interpretação do termo ‘Direitos Humanos’


utilizado na carta da ONU. São direitos ‘Jus Cogens’ que são normas imperativas de
direito internacional. Para esta corrente, as nações pertencentes à ONU devem res-
peitar os Direitos Humanos, mas a Carta da ONU não enumera quais seriam esses
Direitos Humanos. Entendem que a DUDH é uma EXTENSÃO da Carta da ONU. A
Carta da ONU é um Acordo Internacional, a criação da ONU se deu por um Acordo de
Vontades, portanto, é um Tratado internacional que os países assinaram, submeteram
à aprovação dos seus respectivos parlamentos, passou por um processo de ratificação
e, posteriormente, foi promulgado. É um tratado, é vinculante.

Já a DUDH, para esta 2ª Corrente, seria uma decorrência, um instrumento conexo à


Carta da ONU, sendo que a DUDH elencou os Direitos Humanos não referidos, em porme-
nor, na Carta da ONU. Sendo assim, aqueles países que são signatários da Carta da ONU
estariam obrigados a cumprir o principal documento da ONU que traz a enumeração dos
Direitos Humanos. Citados pela Carta da ONU.
10m

• 3ª. Corrente – É vinculante em parte. Alguns temas são vinculantes por se basear nos
costumes de Direito Internacional. Da mesma forma que a 2ª Corrente, entende-se
aqui que a DUDH possui normas Jus Cogens, mas não são todas, apenas algumas
decorrentes desse costume, normas imperativas, por exemplo, a vedação à escravi-
dão (prevista no art. 4º e 5º da DUDH), à tortura.

Qual é a corrente que deve ser adotada na prova?


Por muitos anos perdurou, especialmente nas áreas policiais, o entendimento da 1ª Cor-
rente: se não é Tratado, não é vinculante e não obriga os países a cumprir o texto.

Com relação à Banca CESPE/CEBRASPE, é preciso estar atento a uma questão desse
tipo: uma “dica” seria optar por responder que é vinculante, com a justificativa que pode vir
de duas formas, atendendo não apenas ao disposto na corrente, mas essencialmente consi-
derando o que os Estados pensam acerca desse tema.
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DUDH II

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Para aliar a melhor doutrina com a prática internacional sobre o tema, a 3ª CORRENTE
PREPONDERA: ela entende que a DUDH não é um Tratado, portanto, não tem efeito vin-
culante, como norma de Acordo Internacional, porém, dado o teor, a importância de alguns
temas que são trabalhados nela, acaba gerando essas normas de Jus Cogens em determi-
nados pontos, como é o caso da vedação à escravidão e à tortura e não é na sua totalidade
porque alguns países, por exemplo, vão discordar de alguns pontos ligados a religião que
estão elencados no documento, a questão da apostasia, quando o sujeito abandona uma
religião,algo previsto no art. 18 da DUDH, mas que não é aceito em alguns países de religião
islâmica.
15m

É difícil afirmar que será vinculante na sua integralidade, como considera a 2ª Corrente.

Em uma prova discursiva, numa redação onde há mais argumentos que podem ser tra-
balhados, o tema pode ser aprofundado: as Bancas não costumam aprofundar esse tema,
normalmente a pergunta é apenas se é vinculante ou não vinculante, sem procurar saber a
justificativa.

DICA PARA A PROVA

Normalmente, quando se chega a DUDH, já se estudou alguma coisa de Direito Consti-


tucional, já se estudou, por exemplo, o art. 5º da Constituição Federal (CF), que versa sobre
os Direitos Fundamentais.

Este é o problema porque, por vezes, os direitos fundamentais do art. 5º da CF podem


atrapalhar a resolução de questões sobre a DUDH.

O contexto histórico da DUDH e da CF se reflete nas normas.

A DUDH traz normas genéricas, não apresentando exemplos justamente para não atra-
palhar o seu caráter universal.
20m
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DUDH II

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Basta lembrar de todo o contexto da década de 40 para se chegar à produção da DUDH:


a ideia central era de que esse documento alcançasse todas as Nações e para alcançar
todas as Nações, os temas considerados mais polêmicos não foram tratados, por exemplo,
a pena de morte.

Todos imaginam que um documento sobre Direitos Humanos trará algo sobre pena de
morte: a DUDH não tratou da pena de morte. Naquela época, muitos países do mundo reviam
a pena de morte como pena e isso poderia se constituir num entrave, num óbice para que
esse país aderisse a essa ideia proclamada pela DUDH.

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS


CONSTITUIÇÃO FEDERAL (CF)
DIREITOS HUMANOS
• É de 1988
• É de 1948
• Caráter doméstico
• Caráter universal
• É mais específica
• Normas genéricas
• Traz temas para que o estado se defina sobre eles
• Evita temas polêmicos

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS ( DUDH)


Artigo 1º
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. São dotados de razão
e consciência e devem agir entre si num espírito de fraternidade.

Este é o artigo que traz os princípios dos Direitos Humanos, os ideais dos Direitos Huma-
nos: a Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Essa tríade é inspirada fortemente na Revo-
lução Francesa.

Apesar de ter como princípios a Liberdade, Igualdade e Fraternidade, a DUDH tratou


apenas de direitos de Liberdade e Igualdade, não enumerou direitos de Fraternidade.

A DUDH é um marco histórico de direitos de Fraternidade?


Sim, mas apesar de trazer o princípio da Fraternidade, ela não enumera. Dificilmente
será encontrado um documento internacional, um Tratado, enumerando direitos de Fraterni-
dade, até por conta da essência desses direitos, de não ser apenas um dever do Estado, de
ser um dever de toda a sociedade, por se tratar de direitos difusos, coletivos.
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DUDH II

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Artigo 2º
Todos os seres humanos fazem jus aos direitos e liberdades proclamados na presente Declara-
ção, sem distinção de espécie alguma, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou
de qualquer outra natureza, de origem nacional ou social, propriedade, nascimento ou qualquer
outra condição. Além disso, não será feita distinção alguma fundada no estatuto político, jurídico
ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, seja esse independente, ou sob
tutela, não autônomo, ou sujeito a qualquer outra limitação de soberania.

“Todos os seres humanos fazem jus aos direitos e liberdades proclamados na presente
Declaração” – este é o Princípio da Universalidade.

Só têm direito aos direitos arrolados na DUDH aqueles cidadãos pertencentes a países
signatários da ONU?
Só têm direito aos direitos arrolados na DUDH aqueles cidadãos pertencentes a territó-
rios reconhecidos pela ONU, sendo que os apátridas não têm direito?
“Todos os seres humanos” é para ser interpretado literalmente porque, efetivamente,
todos os seres humanos, bastando ter a condição de ser humano para fazer jus aos direitos
e liberdades elencados na DUDH, o caráter é absoluto.

Nesse artigo também presente a ideia de NÃO DISTINÇÃO que é dividida em duas partes:
• Em relação ao indivíduo.
• Em relação ao território.

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preparada e ministrada pelo professor Thiago Medeiros.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
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DIREITOS HUMANOS
DUDH III

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DUDH III

Artigo 3º
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

O ponto mais importante do art. 3º é a segurança pessoal. Na Declaração Universal


dos Direitos Humanos (DUDH) há dois tipos de segurança: a segurança pessoal e a segu-
rança social.

A segurança pessoal está ligada aos direitos individuais, enquanto a segurança social,
como o próprio nome diz, está ligada aos direitos sociais, que são direitos de 2ª Geração.
Do art. 2º até o art. 21, a DUDH tratava, exclusivamente, de direitos de 1ª Geração, que
é o caso da segurança pessoal – o sinônimo de direitos de 1ª Geração de direitos de Liber-
dade, é direitos individuais.

A segurança pessoal está ligada à segurança individual, direitos individuais de 1ª Geração.


Artigo 4º
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão
proibidos em todas as suas formas.

A própria essência deste artigo não contempla a excepcionalidade: NINGUÉM será man-
tido em escravidão, a escravidão e o tráfico de escravos serão banidos em TODAS as suas
formas. Esta norma tem o caráter absoluto, é uma norma Jus Cogens, é uma norma impera-
tiva que deve ser respeitada por todas as Nações.
Artigo 5º
Ninguém será submetido à tortura, nem a punição ou tratamento cruel, desumano ou degradante.
5m
Esta vedação é absoluta, é uma norma imperativa baseada em costumes do Direito
Internacional.

Qual é a razão da vedação da tortura desta maneira expressa neste documento?


Em alguns campos de concentração, durante a Segunda Guerra Mundial, aconteceram
experiências médicas em pessoas vivas, algo que é extremamente contrário ao que se pensa
hoje em relação ao tratamento devido à pessoa humana.
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
DUDH III

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Por conta de experiências médicas, de torturas em relação a prisioneiros de guerra é que


existe esta norma que não gera nenhuma discussão: a questão da tortura não se discute no
mundo. Pode-se até discutir sobre o que é tortura, alguns Estados podem discutir sobre a
definição do que é tortura, mas admitir, de forma declarada a possibilidade de tortura, isso
não acontece.

Há teorias que gostam de abordar uma possível excepcionalidade a este tópico, é uma
teoria desenvolvida nos Estados Unidos, inclusive já aplicada nos Estados Unidos, que é o
“Cenário da Bomba Relógio”, onde ela traz a possibilidade de utilização da tortura quando
envolver atos terroristas.

Essa Teoria traz um caso hipotético onde existe uma bomba relógio ativada, o sujeito foi
encontrado, há tempo hábil para desativar a bomba e poder se aplicar a tortura para obter
uma resposta quanto à forma de desativar essa bomba.

É uma Teoria meio forçada porque a soma das circunstâncias é muito difícil de acontecer
na prática. Essa Teoria não é tão forte assim nos Estados Unidos, apesar de haver uma deci-
são da Suprema Corte que a ampara, mas é algo muito criticado e que não deve ser aplicado
numa prova aqui no Brasil: o máximo é saber sobre a essência dessa Teoria, mas lembrando
sempre que ela é insuficiente para trazer qualquer excepcionalidade ao Direito brasileiro e ao
Direito Internacional Penal ou Direito Internacional dos Direitos Humanos.

Trata-se de uma aplicação isolada nos Estados Unidos para casos específicos.

Há uma Convenção da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a tortura (em 1984),
que traz expressamente a convenção sobre a repressão a tortura, que não se admitirá, em
hipótese alguma excepcionalidade, nem mesmo em estado de sítio ou estado de guerra.

NADA É SUFICIENTE PARA ADMITIR A TORTURA.

O tema da tortura também é trabalhado na Constituição Federal (CF):


CF, Art. 5, III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante;
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
DUDH III

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Artigo 6º
Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento, em todos os lugares, da sua personalida-
de jurídica.

Artigo 7º
Todos os seres humanos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual pro-
teção da lei. Todos os seres humanos têm direito à igual proteção contra qualquer discriminação
que viole a presente Declaração, e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
10m
É importante lembrar o estudo de Equidade, do estudo de Igualdade, tema trabalhado no
Direito Constitucional. A Igualdade é classificada em: Igualdade Formal e Igualdade Material.

A igualdade Formal é a Igualdade perante a Lei, enquanto a Igualdade Material é a igual-


dade real, substancial.

A Igualdade Material é aquela mais próxima à Igualdade Justa, aquela Igualdade que vai
entender que, em essência, as pessoas são diferentes e, em algum momento, também terão
direitos diferentes para que se equilibre a balança da Justiça.

Existem diferenças entre a população branca e a população negra que, historicamente,


foi afetada por conta racismo, por conta de preconceito, por conta da escravidão. Entendendo
essa diferença em alguns momentos é importante que se dê mais direitos à população negra
para que possa igualar essa balança da Justiça e todos terem as mesmas oportunidades.

É o mesmo que se faz em relação a crianças, adolescentes, diferenças entre homens e


mulheres; igualar a balança da Justiça está relacionado a Igualdade Material.

Essa Igualdade Material é que dá base aos direitos de 2ª Geração porque quando se
considera a igualdade de acesso à educação, entende-se que há diferenças sociais e eco-
nômicas que podem impedir esse acesso, sendo necessária a criação de normais reais, de
Igualdade real, para equilibrar essa balança.

Do art. 2º ao art. 21 trabalham-se direitos de 1ª Geração, direitos de Liberdade.


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DIREITOS HUMANOS
DUDH III

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Os direitos de 2ª Geração são os direitos sociais, econômicos e culturais, estão elenca-


dos do art. 22 em diante, mas O ARTIGO 7º TRATOU DE IGUALDADE?
Essa Igualdade Formal, perante a Lei, é uma Igualdade de 1ª Geração.

Existem direitos de IGUALDADE nos direitos de LIBERDADE?


Sim, porque essa igualdade perante a Lei não está preocupada com a Justiça, está preo-
cupada para servir como um parâmetro para o indivíduo exigir alguma abstenção do Estado,
é um parâmetro para o indivíduo exigir um direito de Liberdade. Por exemplo, um direito de
Liberdade, direito de locomoção: o Estado não impede um indivíduo de fazer qualquer tipo
de atividade ao ar livre, não impede que ele exerça o seu direito de locomoção, mas quando
outro indivíduo tenta fazer a mesma coisa, o Estado impede.

Existe uma diferença:há um prejudicado que pode alegar ao Estado que não pode ser
tratado de forma diferente e para isso utiliza o Direito de Igualdade. Não existe uma preocu-
pação com a Igualdade Material do outro, mas sim o outro servindo de paradigma, como uma
justificativa para que o Estado tenha o mesmo comportamento com relação aos dois indiví-
duos, a Igualdade Formal perante a Lei.
15m
Artigo 8º
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes reparação efetiva para
atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam garantidos pela constituição ou pela lei.

No Direito Constitucional aprende-se que há solução para atos do Estado que possam
violar algum direito fundamental dos cidadãos.

Qual o instrumento jurídico utilizado quando algum direito fundamental está sendo vio-
lado ou corre o risco de ser violado pelo Estado?
Os chamados remédios constitucionais. São eles que trazem reparação efetiva para
esses atos que violem direitos fundamentais previstos na CF ou em Leis (habeas corpus,
habeas data, mandado de segurança).
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DIREITOS HUMANOS
DUDH III

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Este art. 8º não especifica como se dará essa reparação efetiva, não afirma que será por
meio de habeas corpus ou de mandado de segurança porque a DUDH traz a norma genérica
para que tenha validade para todos os Estados, portanto, não especifica quais são esses
instrumentos de reparação efetiva. Quem vai determinar quais são esses instrumentos de
reparação efetiva são as Constituições federais.
Artigo 9º
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

CF, Art. 5, LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente [...].
20m

De acordo com a DUDH ninguém pode ser preso, detido ou exilado arbitrariamente.
Artigo 10º
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de
um tribunal independente e imparcial na determinação de seus direitos e deveres, e de qualquer
acusação criminal que lhe seja feita.

Este artigo, em essência, é extraído do princípio do Juiz Natural. Este princípio traz duas
subdivisões importantes: de ninguém ser julgado senão por autoridade competente (a ideia
do juiz togado) e da vedação ao tribunal de exceção, também chamado de Tribunal Ad-Hoc
porque nesse tribunal a imparcialidade está viciada, entende-se que o Tribunal Ad-Hoc é par-
cial, que não é justo.

Com base no devido processo legal, quando uma pessoa comete um crime, deve ser
entendido que o Juízo já está previamente posto, já está previamente definido para julgar
aquele crime. No Direito Processual Penal há uma parte na qual se estudam as competên-
cias para o julgamento em razão do crime, em razão do lugar, em razão do foro de prerroga-
tiva se a pessoa tem ou não – o Juízo já está previamente posto antes do crime acontecer:
se uma pessoa cometer um homicídio na avenida Paulista, na cidade de São Paulo, ela já
saberá qual será o Juízo competente para julgá-la. Diferentemente se fosse criado um Juízo,
um tribunal pós-crime, que retira toda a imparcialidade ao julgamento.

CF, Art. 5, XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;


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DIREITOS HUMANOS
DUDH III

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Artigo 11º
(1) Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser considerado inocente até
que se prove que é culpado de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido
asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.

Esta é a essência do Princípio da Presunção de Inocência. Em momento algum é referido


o “trânsito em julgado”, em momento algum é referida a execução provisória de pena ou exe-
cução definitiva de pena. Estes são temas mais aprofundados que acabam sendo estudados
em Processo Penal ou na CF.
25m

CF, Art. 5, LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sen-
tença penal condenatória;

Esta é a essência que o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu, a ideia da necessidade
do trânsito em julgado em 17.11.2019.
(2) Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento de sua reali-
zação, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Tampouco será imposta
pena mais severa do que aquela que, no momento da realização, era aplicável ao ato delituoso.

Ninguém poderá ser considerado culpado por um fato se no momento em que ele come-
teu aquele fato, aquele fato não era considerado crime – Princípio da Irretroatividade da Lei
Penal. A retroatividade benéfica é exceção, a regra no Direito Penal é a irretroatividade da lei
penal, salvo se for benéfica ao réu, quando surge a retroatividade benéfica.

CF, Art. 5, XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

O “salvo para beneficiar o réu” não tem previsão na DUDH, está somente previsto na CF.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Thiago Medeiros.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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DUDH IV

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DUDH IV

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS – IV


Art. 12. Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou
na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Todo ser humano tem direito à
proteção da lei contra tais interferências ou ataques.

Quanto ao Art. 12 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), é fundamen-


tal compreender que a data do documento irá repercutir diretamente no conteúdo que está
sendo tratado no dispositivo. Perceba que o Art. 12 abrange a vida privada, a família, o lar e
a correspondência. No entanto, nas provas de concurso público, normalmente, se estende
essa interferência às comunicações telefônicas. A razão disso é que, em geral, o examinador
utiliza a técnica do Art. 5, inc. XII da Constituição Federal.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 5, XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e
das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;

Portanto, esteja muito atento aos detalhes para não confundir a DUDH com a Constitui-
ção Federal de 1988. Nesse caso, a questão irá solicitar apenas de acordo com a DUDH.
Retomando ao Art. 12 da DUDH, a sua parte final define que todo ser humano tem direito
à proteção da lei contra tais interferências ou ataques. Ou seja, ocorrendo o ataque, se
mantém a proteção da lei, mas o artigo não especifica como acontecerá essa proteção.
Porém, sobre isso, observe o Art. 5, inc. XII da Constituição Federal.
Art. 5, X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegu-
rado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

Perceba que o Art. 5, inc. XII, frisa a garantia o direito a indenização pelo dano material
ou moral decorrente de sua violação. Assim, a prova pode questionar se todo ser humano
terá direito à indenização pelo dano material ou moral de acordo com o DUDH. A resposta é
negativa, pois essa previsão está na Constituição Federal. Sendo assim, a indenização pelo
dano material ou moral e a comunicação telefônica são dois pontos que o examinador pode
acrescentar para confundir o candidato em relação a DUDH.
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DUDH IV

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Vale recordar que, pode ser cobrado em prova a inclusão da comunicação telefônica ou
inclusão do sigilo bancário como proteção e a consequência. Lembrando que consequência
do DUDH refere-se apenas à proteção da lei. Já a Constituição Federal aborda a indenização
pelo dano material ou moral.
Art. 13, 1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das frontei-
ras de cada Estado.
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.

No que diz respeito ao Art. 13 da DUDH, é importante salientar que a liberdade de residên-
cia não é prevista expressamente na Constituição Federal. Logo, esteja atento a esse ponto.
Além disso, o Art. 13, § 2º é relevante, uma vez que trata sobre o direito ao regresso. Nesse
caso, o contexto histórico é muito importante, pois quando a DUDH foi criada, o mundo vivia
o período pós Segunda Guerra Mundial. Lembrando que, durante a guerra, muitas pessoas
deixaram o seu país e se refugiaram em outras nações.
5m
Desse modo, era essencial mencionar de forma expressa no documento a possibilidade
de regresso. Para provas de concurso público, se a questão perguntar de maneira objetiva
se a DUDH previu o direito ao regresso, a resposta é positiva.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 5, XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa,
nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
Art. 14, 1. Todo ser humano vítima de perseguição tem o direito de procurar e de gozar asilo em
outros países.
2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes
de direito comum ou por atos contrários aos propósitos e princípios das Nações Unidas.

Perceba que no Art. 14, § 1º, a DUDH apresenta a regra geral para direito de buscar
asilo. Contudo, o Art. 14, § 2º, apresenta restrições ao direito de asilo em outros países. De
acordo com o parágrafo, há duas possibilidades em que não será possível invocar o pedido
de asilo, ou seja, para crimes de direito comum e atos contrários aos propostos e princípios
das Nações Unidas.
Nesse sentido, já foi cobrada em prova questão em que não especifica a questão de a
perseguição ser ilegítima ou legítima. O texto somente expressa se é crime cometido é crime
de direito comum ou um crime de direito político. Às vezes, surgem algumas dúvidas, por
exemplo, crime comum é a regra, já em um crime de política, observa-se a motivação. Em
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DIREITOS HUMANOS
DUDH IV

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alguns casos, a mesma conduta que o sujeito teve em relação ao crime outro, não irá dife-
renciar. Logo, o que diferencia é a motivação e, se houver motivação política envolvida, é
permitido o direito de buscar asilo político.
Há também questões que não mencionam se é um crime político ou crime comum, focando
apenas na perseguição. Nessa situação, suponha que seja uma perseguição legítima feita
pelo Estado, se ela é classificada como legítima deve-se ao fato de que o crime anterior é um
crime comum. Assim, lembre-se que, em crime comum, há perseguição legítima, portanto,
não cabe asilo político. Todavia, se o Estado está perseguindo ilegitimamente uma pessoa,
sendo assim, o crime é político. Nesse caso, caberá asilo político, isto é, pode-se analisar
tanto pelo crime, como também pela perseguição.
É importante destacar que a perseguição é feita pelo Estado, logo, está relacionada à
direitos de primeira geração. Lembre-se de que os direitos de primeira geração sempre estão
vinculados à relação entre o Estado e os indivíduos.
Art. 15, 1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacio-
nalidade.
10m
Note que o Art. 15 da DUDH não aprofunda o tema das causas de perda de nacionalidade
como é feito na Constituição Federal.
Art. 16, 1. Os homens e mulheres maiores de idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade
ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em
relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes.
3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade
e do Estado.

No que tange a dissolução do casamento mencionada no Art. 16, § 1º, é algo importante,
para a época, afirmar que a mulher tem igual direito na dissolução do casamento. Porém, o
foco nesse dispositivo é a maior de idade. Se na prova, a questão perguntar se homens e
mulheres maiores de 18 anos maiores, sem distinção alguma de raça, nacionalidade e reli-
gião, podem contrair matrimônio.
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DUDH IV

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A afirmativa está errada, portanto, esteja atento, pois a declaração é uma norma genérica
e universal, ou seja, para o mundo inteiro, assim, ela não pode especificar idade. Por exem-
plo, a DUDH não prevê qual é a maioridade civil na Indonésia, na China, no Japão, Guiné-
-Bissau. Dessa forma, é preciso manter o texto na prova como maior de idade, porque se
especificar 18 anos de idade, a questão está incorreta.
Quanto ao Art. 16, § 3º, já foi cobrada uma questão em que foi definido o que era famí-
lia. Nesse caso, o enunciado afirmava “A família que a união entre um homem e mulher
pelo casamento, é o núcleo natural da sociedade e goza de proteção da sociedade, quanto
do Estado”. Observe que essa questão tentou definir um conceito de família para dentro da
DUDH. No entanto, a DUDH não especifica e não define o que a família. Além disso, o con-
ceito de família como a união de um homem e mulher pelo casamento, é um conceito muito
restritivo. Atualmente, o entendimento do que é a família é muito amplo.
Art. 17, 1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.

Em relação ao Art. 17, § 2º, o direito à propriedade não é um direito absoluto, sendo
assim, existe hipótese em que uma pessoa pode ser privada da sua propriedade. Entretanto,
esteja atento, pois a DUDH não apresenta quais seriam as hipóteses. Em geral, para con-
fundir o candidato, a questão pode abordar a desapropriação, a expropriação, a requisição
administrativa e o iminente perigo. De qualquer forma, lembre-se que o Art. 17, § 1º, trata
sobre o direito à propriedade, que pode ser única ou em sociedade com outros. Contudo, o
Art. 17, § 2º, estabelece que ninguém pode ser privado de maneira arbitrária da sua proprie-
dade, mas não detalha quais as possibilidades as hipóteses em que é permitida a privação
da propriedade.
15m

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 5, XXII – é garantido o direito de propriedade;
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
Art. 18. Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este
direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião
ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em
público ou em particular.
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DIREITOS HUMANOS
DUDH IV

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Ainda sobre o tema, o Art. 18 da DUDH discorre sobre três tipos de liberdade: a liberdade
de pensamento, a liberdade de consciência e a liberdade religiosa. Perceba que a liberdade
religiosa é focada na maior parte do dispositivo. Além disso, ao estudar liberdade de pensa-
mento na Constituição Federal, o texto menciona que é livre a expressão do pensamento,
vedado anonimato. Porém, note que a DUDH não apresenta vedação quanto ao anonimato.
Esteja atento à parte final do Art. 18 quando se cita “pela observância, isolada ou coleti-
vamente, em público ou em particular”. Nesse momento, para memorizar há um mnemônico
IC PP, ou seja, IC de isolada ou coletivamente e PP de público ou em particular. Sobre isso,
é comum que os examinadores retirem alguma especificação, por exemplo, afirmar que pode
se manifestar somente de maneira coletiva ou somente de maneira isolada, somente de
forma particular ou em público.
Outro ponto que pode ser cobrado na prova é a liberdade religiosa, que inclui a liberdade
de mudar de religião. Esse detalhe é constantemente explorado, pois foi um dos problemas
durante a aprovação da DUDH. A Arábia Saudita foi uma das abstenções na aprovação da
DUDH, justamente por não concordar com a possibilidade de mudança de religião, o que é
chamado de apostasia, que significa abandonar uma crença. Vale ressaltar que, para algu-
mas religiões no mundo, isso é uma grave ofensa. Assim, como a DUDH possui caráter uni-
versal, esse ponto gera determinados problemas.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 5, IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

Diferente da DUDH, o Art. 5, inc. IV da Constituição Federal veda anonimato.


Art. 19. Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liber-
dade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por
quaisquer meios e independentemente de fronteiras.

É essencial frisar que o Art. 19 da DUDH discorre sobre a liberdade de opinião e expres-
são. É preciso fazer uma ressalva, pois a liberdade de opinião e expressão decorre da liber-
dade de pensamento. Nesse sentido, lembre-se que o Art. 5, inc. IV da Constituição Federal
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DIREITOS HUMANOS
DUDH IV

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veda o anonimato, enquanto, na DUDH não existe essa restrição. O foco do examinador é
o fato de que a transmissão de informação e recebimento de informação pode ser feito por
qualquer meio e além das fronteiras no seu país, isto é, independentemente de fronteiras.
20m

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 5, IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
Art. 20, 1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

No que diz respeito ao Art. 20, § 1º da DUDH, esteja atento à liberdade de reunião e asso-
ciação pacíficas. Nessa situação, o examinador pode apresentar o disposto no Art. 16, inc.
XVI da Constituição Federal.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 5, XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, in-
dependentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada
para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

De acordo com o dispositivo, todo ser humano tem disponibilidade para reunião e asso-
ciação pacífica, desde que com aviso prévio da autoridade competente. Portanto, tenha muita
atenção na mescla de informações da DUDH com a Constituição Federal. A DUDH não esta-
belece aviso prévio, autorização ou menciona frustrar outra reunião.
Vale recordar que dos Arts. 2 ao 20, a DUDH trata sobre os direitos civis. Já a partir do
Art. 21, são abordados os direitos políticos.
Art. 21, 1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país, diretamente ou
por intermédio de representantes livremente escolhidos.
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em elei-
ções periódicas e legítimas, por sufrágio universal, de mesmo valor para cada um, por voto secreto
ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto.

Sobre o Art. 21, § 1º da DUDH, é essencial enfatizar que existem algumas formas de o
indivíduo exercer diretamente seus direitos políticos e diretamente tomar parte no governo do
país. Por exemplo, no ordenamento jurídico, estão previstos plebiscitos, referendos e inicia-
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DIREITOS HUMANOS
DUDH IV

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tiva popular. Porém, essa previsão está disposta na Constituição Federal, e não na DUDH.
Assim, esteja atento se a questão especificar algum instrumento político de exercício direto
dos direitos políticos.
Para fins de prova, em relação ao Art. 21, § 3º da DUDH, um ponto a ser cobrado é o
sufrágio universal. Em 2020, em uma na Bahia, a banca trocou sufrágio universal e por sufrá-
gio censitário. Outro ponto, mais recorrente nas provas, é a classificação do voto.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 5, § 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
I – obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

Nesse sentido, a DUDH afirma que o seu voto é secreto, porém, ao tratar sobre alista-
mento eleitoral, o Art. 5º, § 1º da Constituição Federal, prevê que os votos são obrigatórios
para os maiores de 18 anos. Sendo assim, a obrigatoriedade do voto está expressa da Cons-
tituição Federal, mas não na DUDH.
25m
Sobre isso, é importante ressaltar que a obrigatoriedade do voto é um tema polêmico,
sendo que não é todo o país que adota o voto como algo obrigatório. Contudo, isso não sig-
nifica que a DUDH optou pelo voto facultativo, ela apenas não indica um caminho ou outro,
deixando a decisão a cargo de cada país.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Thiago Medeiros.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
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DIREITOS HUMANOS
DUDH V

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DUDH V

Artigo 22º
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo
esforço nacional, pela cooperação internacional de acordo com a organização e recursos de
cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao
livre desenvolvimento da sua personalidade.

Até o art. 21, o ser humano é analisado na perspectiva individualista, analisado no ponto
individual – agora, este ser humano é analisado dentro de um contexto em que ele é um
membro da sociedade e isso é importante porque se começa a tratar de direitos sociais.

Na DUDH existem dois tipos de segurança: a segurança pessoal (segurança jurídica,


individual, prevista nos direitos de 1ª Geração) e a segurança social (de 2ª Geração).

O artigo 22, em forma reduzida, estabelece que todo ser humano tem direitos econômi-
cos, sociais e culturais (direitos de 2ª Geração).

Esses direitos econômicos, sociais e culturais exigem uma prestação do Estado para a
sua efetivação: o Estado é quem deve prestar direitos sociais, econômicos e culturais, sendo,
portanto, necessária uma ação do Estado, também denominados direitos positivos.

Há uma limitação nessa prestação do Estado, que proporcionará esses direitos sociais,
econômicos e sociais de acordo com a sua organização e recursos e seguindo a Teoria da
Reserva do Possível – o Estado deve prestar esses direitos, mas na medida do possível, até
onde os seus recursos alcançarem.

Na prática, é mais fácil efetivar direitos de 1ª Geração do que de 2ª Geração porque,


em relação aos primeiros, o Estado nada faz, se abstém, mas em relação aos segundos, é
necessário a prestação, um “fazer” do Estado, que só vai fazer na medida do possível.

CF, Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a mora-
dia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
5m
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DIREITOS HUMANOS
DUDH V

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Artigo 23º

Quando se trata de direitos sociais é sempre bom lembrar, em primeiro lugar, do direito
ao trabalho.

Na luta pelos direitos sociais, quando Marx, no início do século XX, disse que “o trabalho
dignifica o homem”, é justamente a base desse direito social, sendo os outros decorrentes
de uma evolução histórica derivada desse direito trabalhista como, por exemplo, o direito
previdenciário.
(1) Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e fa-
voráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.

A própria DUDH traz que o ser humano tem proteção contra o desemprego e essa prote-
ção é dada através da seguridade social, através dos direitos previdenciários.
O ser humano, apesar de ter direito ao trabalho, não deve ficar vinculado aos trabalhos
existentes, sendo livre a sua escolha.
(2) Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.
(3) Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe as-
segure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se
acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.

Na prática, os “outros meios de proteção social” são as políticas afirmativas do Estado


ligadas também à seguridade social, ao direito previdenciário.
(4) Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para a proteção de seus
interesses.

CF, Art. 5, XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer;
Artigo 24º

Este artigo tem muita incidência em prova, acerca de direitos trabalhistas, é o mais
cobrado porque destaca 4 direitos: repouso, lazer, limitação razoável das horas de trabalho
e férias periódicas remuneradas.
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DIREITOS HUMANOS
DUDH V

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A DUDH fica restrita a apenas esses 4 direitos, não incluindo, por exemplo, 13º salário,
FGTS. Previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e na Constituição Federal, no
art. 7º.
10m
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho
e a férias periódicas remuneradas.

Este artigo é genérico, refere a “limitação razoável das horas de trabalho”, sem definir
o que se considera razoabilidade. O que é razoável na China, não é razoável para o Brasil,
o que é razoável como horas de trabalho na Coreia do Norte, não é razoável no Brasil – no
Japão esse critério de razoabilidade é bem menor do que no Brasil.
Artigo 25º
(1) Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saú-
de e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços so-
ciais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, ve-
lhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.

Este “direito à segurança”, é à segurança social, que deriva da seguridade social, ligada
diretamente aos direitos previdenciários.
(2) A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças,
nascidas dentro ou fora de matrimônio, gozarão da mesma proteção social.

Isto parece simples ao olhar de hoje, mas na época em que este documento foi escrito
existia muita diferença entre os filhos nascidos dentro do matrimônio e os nascidos fora
do matrimônio, a ideia de filho legítimo e filho ilegítimo, filhos bastardos eram um grande
problema na época porque os filhos que nasciam fora do matrimônio não tinham o mesmo
acesso ao serviço público como os outros filhos, isso sem falar em herança.
Artigo 26º
(1) Todo ser humano tem direito à educação. A educação será gratuita, pelo menos nos graus ele-
mentares e fundamentais. A educação elementar será obrigatória. A educação técnico-profissional
será acessível a todos, bem como a educação superior, esta baseada no mérito.

Todo ser humano tem direito à educação e essa educação será gratuita, pelo menos, nos
graus elementar e fundamental. A educação elementar é obrigatória. A educação técnico-pro-
fissional e a educação superior, tanto uma quanto a outra, é acessível a todos, sendo que a
educação superior será baseada no mérito.
15m
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
DUDH V

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(2) A educação será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e


do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A educação
promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou
religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.
(3) Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de educação que será ministrada a
seus filhos.

Artigo 27º
(1) Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir
as artes e de participar dos avanços científicos e de seus benefícios.
(2) Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qual-
quer produção científica, literária ou artística da qual seja autor.

O que o art. 27, § 2º, traz o Direito Autoral sobre produção científica, literária ou artística.
Artigo 28º
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades
estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.

Artigo 29º
(1) Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, em que o livre e pleno desenvolvimen-
to de sua personalidade é unicamente possível.
(2) No exercício de seus direitos e liberdades todo ser humano estará sujeito apenas às limitações
determinadas por lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito
dos direitos e liberdades dos outros e de satisfazer às justas exigências da moral, da ordem pública
e do bem-estar de uma sociedade democrática.
20m
Há dois pontos importantes que podem ser extraídos do art. 29.

Existe um clichê muito utilizado em Direito Administrativo quando afirma que “os seres
humanos podem fazer tudo o que a Lei não proíbe”. Num clichê do dia a dia, “o nosso direito
termina quando começa o do outro”. Esta limitação dada por Lei é justamente nesse sentido,
de assegurar que o outro indivíduo que também pertence à sociedade possa usufruir dos
seus direitos, usufruir dessas liberdades.
(3) Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos
propósitos e princípios das Nações Unidas.
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
DUDH V

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Artigo 30º
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a
qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qual-
quer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.

O art. 30 demonstra uma preocupação de que esta DUDH seja interpretada contraria-
mente à sua finalidade.

A doutrina entende que a DUDH deve ser interpretada de acordo com a finalidade do
documento e a finalidade principal da DUDH é justamente a de trazer um rol de direitos bási-
cos para TODAS as pessoas do mundo. Se cada artigo for interpretado com esse sentido, se
exercerá o que, de fato, o documento pretende.

No Direito estuda-se uma disciplina denominada Hermenêutica Jurídica, que abrange a


interpretação baseada na finalidade denominada Interpretação Teleológica e esta é a inter-
pretação adotada na DUDH, baseada na finalidade do documento.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Thiago Medeiros.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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DUDH VI

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DUDH VI

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS – V

1. Analise a seguir alguns artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos:

“[...] Art. VII – Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, à igual
proteção da lei. Todos têm direito à igual proteção contra qualquer discriminação que viole a
presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação”.
“Art. XVIII – Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião;
este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa
religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coleti-
vamente, em público ou em particular”.
“Art. XXVII – Toda pessoa tem o direito de participar da vida cultural da comunidade, de
usufruir as artes e de participar do processo científico e de seus benefícios [...]”.

Considerando esse arcabouço teórico da declaração dos direitos humanos, assinale a


alternativa que não encontra sustentação teórica nesses artigos.

a. Apresenta proteção, particular e coletiva, de todos os seres humanos na cultura e nos


hábitos religiosos.
b. Desdobra-se em uma série de direitos, como os econômicos, os sociais e os cultu-
rais, implicando a recusa de toda e qualquer discriminação.
c. Evidencia a interdependência dos seres humanos e a necessidade de harmonia entre
todos, evitando o reducionismo.
d. Representa bem-estar e liberdade para todos os membros da humanidade, individual
e coletivamente.
e. Evidencia a liberdade individual, a defesa de si próprio; em outras palavras, respei-
tar os direitos individuais é aceitar tudo que está presente no outro, valorizando na
sua essência, sem propor juízo de valor, se é certo ou errado, pois não existe certo e
errado, o que existe é um “ente” pensante que deve agir de acordo com a convicção
independentemente das consequências.
ANOTAÇÕES

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COMENTÁRIO
Observe que a questão apresenta os Arts. 7º, 18 e 27 da Declaração Universal dos Direitos
Humanos (DUDH).
a. A princípio apresenta proteção particular nos dois primeiros artigos, Arts. 7º e 18, e cole-
tivas de todos os seres humanos na cultura e nos hábitos religiosos ao analisar o Art. 18.
b. Nesse caso, não se desdobra apenas em direitos econômicos, sociais e culturais. Os
Arts. 7º e 18 tratam sobre direto à liberdade, isto é, direitos civis. Observe que apesar de
citar apenas econômicos, sociais e culturais, o item não restringe apresentando termos
como “somente” ou “apenas”. E ainda, o Art. 27 tem como base direitos econômicos, so-
ciais e culturais, apesar de os Arts. 7º e 18 discorrerem sobre direitos civis.
e. Diferente da alternativa ‘b’, o item ainda inclui que, nesse contexto, o ente que deve agir
de acordo com a sua convicção, sem se importar com as consequências.
Lembrando que, hoje, a DUDH não é como era no passado, por isso, é fundamental
estuda-la.
5m

2. A Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948 foi elaborada pela extinta Comis-
são de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas. Ela era uma das eta-
pas para uma futura elaboração de um “tratado internacional de direitos humanos” que
acabou não acontecendo por conta da Guerra Fria. Procurou colocar a dignidade da
pessoa humana como núcleo de todos os direitos humanos. Assim, sobre seu âmbito
de proteção, assinale a alternativa correta.
a. Nem todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como
pessoa perante a lei.
b. O exílio é permitido em determinadas situações.
c. Reconhece a possibilidade da norma retroagir para prejudicar o réu.
d. Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido ino-
cente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julga-
mento público no qual lhe tenha sido asseguradas todas as garantias necessárias à
sua defesa.
ANOTAÇÕES

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DUDH VI

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e. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa
em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio censitário, por voto secreto ou pro-
cesso equivalente que assegure a liberdade de voto.

COMENTÁRIO
a. Todo ser humano deve ser reconhecido como pessoa perante a lei em todos lugares, ou
seja, é o direito de personalidade.
b. A DUDH não explicita ou especifica quais são as possibilidades de exílio.
c. O Art. 11, § 2º, da DUDH menciona a irretroatividade da lei penal, justamente afirmando
que a lei não pode retroagir para prejudicar o réu.
d. A ideia da presunção de inocência está disposta no O Art. 11, § 1º da DUDH.
e. De acordo com o Art. 21, § 3º da DUDH, o voto não é censitário, ou seja, na realidade, o
sufrágio é universal.

3. Assinale a alternativa que apresenta uma disposição da Declaração Universal dos Di-
reitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).
a. Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou
degradante.
b. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo
em outros países, independentemente de qualquer motivação.
c. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, exceto, a nacionalidade
concedida por país que não seja o de seu nascimento.
d. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, mas pode
ser impedido de a esse regressar.

COMENTÁRIO
a. A previsão mencionada no item está disposta no Art. 5º da DUDH.
b. Lembre-se que, se tratar de crime comum e a motivação não for política, não há possibi-
lidade de direito de asilo.
c. A DUDH não apresenta qualquer possibilidade do o sujeito ser privado da sua na-
cionalidade.
ANOTAÇÕES

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d. O Art. 13 da DUDH estabelece que previsto o direito ao regresso.

4. Com base na Declaração Universal dos Direitos do Homem, assinale a alternati-


va correta.
a. Todo País tem o direito de impedir que o ser humano deixe suas fronteiras.
b. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar asilo em outros
países, que avaliará a possibilidade de concessão, por meio de decisão soberana.
c. Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
d. O ser humano pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

COMENTÁRIO
a. O Art. 13 da DUDH prevê o direito do ser humano deixar qualquer país, inclusive, o
próprio país.
b. Na DUDH, não há qualquer menção sobre uma possível análise que será feita sobre o
asilo. Sendo assim, lembre-se que os anunciados pedem o correto com base na DUDH,
por isso, deve-se sempre estar vinculado ao texto do documento.
10m
d. De acordo com a DUDH, ninguém será obrigado a fazer parte de uma associação.

5. O Art. XVIII da Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma que “toda pessoa
tem o direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a
liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou
crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamen-
te, em público ou em particular”. O direito citado visa garantir e proteger a(o):
a. liberdade religiosa.
b. verdade de cada religião.
c. relativismo religioso.
d. proselitismo religioso.
ANOTAÇÕES

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COMENTÁRIO
O Art. XVIII não discorre sobre a verdade de cada região, relativismo religioso ou sobre
proselitismo religioso, que é a ideia de uma pessoa convencer a outra da sua religião,
buscando converter uma pessoa a sua religião. Na realidade, o dispositivo busca proteger
a liberdade religiosa, inclusive, com a possibilidade de mudança de religião e com a mani-
festação da região de maneira isolada coletivo em público e em particular.

6. Assinale a alternativa correta e nos termos da Declaração Universal dos Direi-


tos Humanos.

a. Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra, desde que não
seja o seu, e o direito de regressar ao seu país.
b. As pessoas somente poderão ser privadas de suas nacionalidades nas hipóteses
previstas na Declaração.
c. Autoriza-se tratamentos cruéis a presos apenas nos casos de investigação de crimes
de terrorismo.
d. Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres, especialmente, a uma limitação
razoável da duração do trabalho e às férias periódicas pagas.
e. Toda a pessoa acusada de um ato delituoso presume-se culpada até que a sua ino-
cência fique legalmente provada.

COMENTÁRIO
a. O Art. 13 da DUDH define que o indivíduo pode abandonar qualquer país, inclusive,
o seu país.
b. Na DUDH, não há hipóteses em relação a privação das nacionalidades. O dispositivo
apenas menciona que não pode ser de maneira arbitrária, portanto, o indivíduo não pode
ser privado de sua nacionalidade.
ANOTAÇÕES

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c. Esteja atento, pois, cada vez mais, as bancas têm aproximado nas questões a teoria no
cenário da bomba relógio. É fundamental recordar que não há possibilidade de se tratar
sobre exceção para tortura, ou seja, não há qualquer excepcionalidade, ainda que em Es-
tado de Sítio e Estado de Guerra.
d. O Art. 24 da DUDH discorre sobre o direto ao repouso, ao lazer, a limitação razoável das
horas de trabalho e as férias periódicas remuneradas.
e. É importante destacar que a pessoa acusada de um ato delituoso, presume-se inocente
até que sua culpabilidade seja legalmente provada.

7. Os direitos humanos são comumente classificados em duas categorias: direitos civis


e políticos e os direitos sociais, econômicos e culturais. Os direitos civis e políticos, de
modo geral, referem-se ao controle que os cidadãos têm de suas vidas, o que inclui o
próprio direito à vida, à integridade física, à liberdade de ir e vir, à liberdade de expres-
são e de opinião política etc., que na Declaração Universal dos Direitos Humanos estão
resguardados nos Arts. 2º a 21. Os direitos sociais, econômicos e culturais dizem res-
peito ao bem-estar do indivíduo, no sentido da capacidade de proverem e sustentarem:
a. a si mesmos.
b. seus ideais.
c. seus interesses.
d. seus compromissos.
e. as pessoas de seu convívio.

COMENTÁRIO
Os direitos sociais, econômicos e culturais, isto é, direitos de segunda geração, são os ob-
jetos base para que o indivíduo possa se sustentar e exercer, com o mínimo possível, uma
vida com dignidade. Portanto, essa é a essência dos direitos de segunda geração.
15m

8. Desde 1945, vários tratados internacionais expandiram o campo jurídico dos direitos
humanos. No entanto, é a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, que
inspira as constituições de muitos Estados e democracias recentes. Define o art. 12 da
referida Declaração que ninguém será sujeito à interferência na sua vida privada, na
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sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataque à sua honra e reputa-
ção. Contra tais interferências, todo ser humano tem direito a:
a. indenização moral.
b. proteção da lei.
c. manifestar-se publicamente.
d. ressarcimento dos bens.
e. pronunciamento formal.

COMENTÁRIO
A DUDH mencionar somente sobre a proteção da lei. Já se analisa-se com base na Cons-
tituição Federal, seria indenização moral. Logo, vale destacar que a DUDH não discorre
sobre indenização moral, indenização material ou ressarcimento de bens. Nesse sentido,
a forma como a lei irá proteger, se haverá indenização moral, indenização material ou res-
sarcimento de bens, ficará a cargo de cada estado. Desse modo, a norma genérica, como
é em sua essência na DUDH, define apenas que a lei irá proteger, mas não detalha de
que forma.

9. Nos termos do que dispõe a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cida-
dão, a vontade do povo é o fundamento da autoridade dos poderes públicos e deve
exprimir-se através de eleições honestas, sendo realizada por meio:
a. do princípio da dignidade humana.
b. do sufrágio universal.
c. da legalidade.
d. da moralidade.
e. dos atos parlamentares.

COMENTÁRIO
Na DUDH, a vontade do povo deve ser apresentada por meio do sufrágio universal.
ANOTAÇÕES

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10. Há 70 anos, a Organização das Nações Unidas promulgou a Declaração Universal dos
Direitos Humanos, como resposta imediata às atrocidades cometidas nas duas guerras
mundiais e visando garantir a todo ser humano condições mínimas de sobrevivência e
crescimento em ambiente de igualdade, respeito e liberdade. Define o Art. 19 da refe-
rida declaração que todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão;
esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber
e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de:
a. escolaridade.
b. faixa etária.
c. fronteiras.
d. condição econômica.
e. ideologia.

COMENTÁRIO
Conforme o Art. 19 da DUDH, o direito à liberdade deve ser respeitado independentemente
de fronteiras.

11. O artigo 15 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) prevê que todo
ser humano tem direito a uma nacionalidade e que ninguém será arbitrariamente pri-
vado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade. Não obstante,
há em variados países populações que etnicamente são autoproclamadas “ciganas”.
Estas se distinguem por não possuírem uma nacionalidade, embora reclamem trata-
mento digno diante de arbitrariedades a que podem ser sujeitas, como a que ocorreu,
por exemplo, na França, por ocasião do mandato do presidente Sarkozy. O direito a
essa identidade pode ser representado, em termos de suas garantias, considerando o
que se prescreve no âmbito da Declaração Universal dos Direitos do Homem. Assinale
a alternativa correta que estabelece a relação descrita no enunciado com os direitos
abrangidos na DUDH.
a. Ninguém será sujeito a interferências em sua vida privada, em sua família, em seu
lar ou em sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Todo ser
humano tem direito à proteção legal contra tais interferências ou ataques, salvo
quando submetido a um julgamento justo.
ANOTAÇÕES

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b. Todo ser humano tem capacidade para gozar dos direitos e das liberdades estabele-
cidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo,
idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, posi-
ção econômica, nascimento ou qualquer outra condição.
c. Todo ser humano tem direito à liberdade de movimento e residência dentro das fron-
teiras de cada Estado. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclu-
sive o próprio, e a este regressar.
d. Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento, em todos os lugares, da sua per-
sonalidade formal jurídica.
e. Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados
de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fra-
ternidade, liberdade e igualdade.

COMENTÁRIO
Em questões como essa, o candidato necessita estar atento para poder fazer a correspon-
dência exata com o que está sendo pedindo dentro dos artigos. Essa questão trata sobre
a situação da população cigana e apresenta uma conceituação de um povo que não tem
nacionalidade, ou seja, não têm pátria. A partir desse pressuposto, afirma que esse povo,
mesmo sem nacionalidade, pede respeito e reclama por direitos.
20m
a. Em parte, o item faz referência ao Art. 12 da DUDH, contudo, esse dispositivo não cor-
responde ao que foi trabalhado dentro do enunciado da questão.
b. Toda pessoa tem direito de usufruir dos direitos e liberdades previstos na DUDH, mesmo
se forem que ciganas ou se não possuem nacionalidade. Essa previsão decorre do Prin-
cípio da Universalidade, portanto, não há distinção de qualquer espécie e é baseado no
Art. 2º. Nesse caso, até os apátridas terão o respeito em relação a DUDH. Sobre isso, é
relevante salientar que o Princípio da Universalidade, não é válido somente para o cidadão
que pertence a um país vinculado às Nações Unidas, e sim, para todos os seres humanos,
ainda que não tenham nacionalidade.

12. A Declaração Universal dos Direitos Humanos:


ANOTAÇÕES

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a. não apresenta força jurídica vinculante, entretanto consagra a ideia de que, para ser
titular de direitos, a pessoa deve ser nacional de um Estado-membro da ONU.
b. não prevê expressamente instrumentos ou órgãos próprios para sua aplicação
compulsória.
c. prevê expressamente a proteção ao meio ambiente como um direito de todas as
gerações, bem como repudia o trabalho escravo, determinando sanções econômicas
aos Estados que não o combaterem.
d. é uma declaração de direitos que deve ser respeitada pelos Estados signatários,
mas, devido ao fato de não ter a forma de tratado ou convenção, não implica vincula-
ção desses Estados.
e. inovou a concepção dos direitos humanos, porque universalizou os direitos civis, polí-
ticos, econômicos, sociais e culturais, privilegiando os direitos civis e políticos em
relação aos demais.

COMENTÁRIO
a.A pessoa não precisa ser nacional de um estado membro da Organização das Nações
Unidas (ONU), justamente, porque se respeita o Princípio da Universalidade. Portanto, os
direitos são para todas as pessoas. Outro detalhe é que o item afirmar que a DUDH não
apresenta força jurídica vinculante. Contudo, a questão é da banca CESPE/CEBRASPE,
de 2016 para a Polícia Civil do Estado de Goiás. Desse modo, o entendimento que se deve
observar quanto à banca, é que para o CESPE/CEBRASPE apresenta força vinculante.
b. A DUDH não criou nenhum órgão, tribunal ou qualquer outro instrumento de aplicação
compulsória.
c. O meio ambiente é um direito difuso coletivo, ou seja, de terceira geração. Nesse senti-
do, a DUDH não prevê expressamente nenhum direito de terceira geração.
d. Para a banca CESPE/CEBRASPE, há vinculação dos estados. Outro ponto a ser ob-
servado é em relação a natureza jurídica, pois a DUDH tem natureza de declaração, que
corresponde a ato unilateral. Assim, quanto se trata de uma declaração, não existe estado
signatário, uma vez que estado signatário é para tratados.
ANOTAÇÕES

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e. Perceba que os direitos civis e políticos são de primeira geração, enquanto, os direitos
econômicos, sociais e culturais são de segunda geração. Entretanto, não há previsão de
privilégio ou hierarquia em Direitos Humanos, ou seja, não se pode afirmar que um direito
é mais importante que outro.
25m

13. A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948:


a. não tratou do direito à instrução, como direito à educação.
b. proibiu a pena de morte.
c. restringiu-se aos direitos civis e políticos por se tratar de um documento inaugural.
d. não tratou do direito ao voto, por se tratar de um direito político não reconhecido por
todos os Estados signatários.
e. consolida a ética universal e, combinando o valor da liberdade com o da igualdade,
enumera tanto os direitos civis e políticos quanto os direitos econômicos sociais e
culturais.

COMENTÁRIO
a. O Art. 26 da DUDH aborda o tema da educação.
b. A DUDH não trata sobre a pena de morte.
c. Lembre-se que, além dos os direitos civis e políticos, que são de primeira geração, a
DUDH discorre sobre os direitos econômicos, sociais e culturais são de segunda geração.
d. O direito ao voto está disposto no Art. 21 da DUDH.
e. O direito de igualdade está relacionado aos direitos econômicos, sociais e culturais. En-
quanto, direito de liberdade está vinculado aos direitos civis e políticos.

14. Assinale a alternativa que não está de acordo com a Declaração Universal dos Direi-
tos Humanos:
a. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, mas não
a este regressar.
b. Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dota-
dos de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de
fraternidade.
ANOTAÇÕES

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c. Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio
efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos
pela constituição ou pela lei.
d. Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência
por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir sobre seus direitos e
deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.

COMENTÁRIO
a. De acordo com a DUDH, todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusi-
ve, o próprio e a este regressar.
b. O item faz referência ao Art. 1º da DUDH.
c. A alternativa refere-se a chamada reparação efetiva, disposta no Art. 8º da DUDH.
d. Lembre-se que o tribunal independente e imparcial é o posto a um tribunal de exceção,
é oposto ao tribunal ad hoc.

15. Sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos, é correto afirmar que:

a. não trata da liberdade religiosa.


b. não faz referência a direitos políticos.
c. foi editada em 1958.
d. é vinculante em sua integral idade, por se tratar de resolução da Organização das
Nações Unidas.
e. prega os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.

COMENTÁRIO
a. O Art. 18 da DUDH trata sobre liberdade religiosa.
b. O Art. 21 discorre sobre direitos políticos.
c. A DUDH foi editada em 1948.
d. A questão apresentada é da banca Fundação Carlos Chagas (FCC). Em situações como
essa, independentemente de análise da banca, se o candidato tiver dúvidas se a declara-
ção é vinculante ou não, é preciso observar a justificativa. Sendo assim, quando a banca é
ANOTAÇÕES

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focada na natureza jurídica da DUDH, é porque ela entende que não é vinculante, ou seja,
trata-se apenas de uma mera declaração ou uma recomendação. No entanto, para provas
para o Departamento Penitenciário (DEPEN), o entendimento é que a DUDH é vinculante.
e. O Art. 1º da DUDH aborda os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Lembran-
do que o documento apresenta enumeração de liberdade e igualdade, mas não de fra-
ternidade.
30m

GABARITO
1. e
2. d
3. a
4. c
5. a
6. d
7. a
8. b
9. b
10. c
11. b
12. b
13. e
14. a
15. e

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DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS – EXERCÍCIOS

16. A Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas afirma que:
a. todo ser humano tem direito ao trabalho, ao emprego que lhe estiver disponível.
b. o estado tem prioridade no direito à escolha do gênero de instrução que será minis-
trado aos cidadãos.
c. todo ser humano, acusado de um ato delituoso, deve ser conduzido ao cárcere até
que prove sua inocência.
d. todo ser humano tem direito à instrução, que será gratuita, pelo menos nos graus ele-
mentares e fundamentais.
e. todas as crianças, desde que nascidas dentro do matrimônio, gozarão de proteção,
cuidados e assistência especiais.

COMENTÁRIO
a. O Art. 23 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), emprega a livre esco-
lha de emprego.
b. De acordo com o Art. 26, § 3º da DUDH, os pais têm prioridade de escolha na educação
que será ministrado aos seus filhos.
c. O Art. 11, § 1º, da DUDH trata sobre a presunção de inocência, e não de presunção de
culpabilidade.
d. O Art. 26, § 1º, da DUDH é o artigo que necessita de mais atenção, pois é preciso lem-
brar de todos aspectos relacionados à educação. Nesse ponto, recorde que a educação é
um direito de todos e será gratuita nos graus elementar e fundamental. Além disso, no grau
elementar, ela é obrigatória. Enquanto, a educação técnica profissional será acessível a
todos, assim como a educação superior, porém, na educação superior há uma formação a
mais, porque ela é baseada no mérito.
e. Nesse caso, a criança nascida dentro ou fora do matrimônio gozarão dos mesmos cuida-
dos e assistência especiais.
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17. Com relação à Declaração Universal dos Direitos Humanos, é correto afirmar que a(os):
a. três valores fundamentais dos direitos humanos são a liberdade, a igualdade e a
fraternidade.
b. pessoas vítimas de perseguição tem direito de procurar asilo em outro país, mesmo
nos casos em que a perseguição é motivada por crimes de direito comum.
c. liberdade de opinião e de expressão não inclui a liberdade de transmitir informações
por qualquer meio e independente de fronteiras.
d. direitos de liberdade previsto são relativos à esfera individual, não prevendo liberda-
des políticas relativas à participação do povo no governo.
e. liberdade religiosa é acessível a qualquer pessoa desde que sua manifestação seja
feita de forma coletiva e em particular apenas.

COMENTÁRIO
a. A liberdade, a igualdade e a fraternidade são três valores fundamentais dos direitos hu-
manos, conforme o Art. 1 da DUDH. Esteja atento, pois se a questão perguntar se a DUDH
enumera liberdade, a igualdade e a fraternidade, estará errado, pois o documento não
enumera a fraternidade.
b. Com base no Art. 14 da DUDH, o asilo não é permitido nos casos em que há persegui-
ções legitimamente motivados por crime de direito comum.
c. A liberdade de opinião e de expressão inclui a liberdade a transmissão de informações
por qualquer meio, sem importas as fronteiras.
d. Quanto se trata de liberdade política, o Art. 21 da DUDH aborda especificamente sobre
liberdade política no direito político.
e. Nesse contexto, lembre-se do mnemônico IC PP, ou seja, a manifestação religiosa pode
ser maneira isolada ou coletiva em público ou em particular.

18. Na Declaração Universal dos Direitos Humanos, consta que:


a. o meio ambiente equilibrado é um direito das presentes e das futuras gerações.
b. a família, entendida como a união de um homem e uma mulher pelo casamento, é o
elemento natural e fundamental da sociedade e goza do direito à proteção, tanto da
sociedade quanto do Estado.
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c. ninguém sofrerá intromissões de qualquer tipo na sua vida privada, na sua família, no
seu domicílio, na sua correspondência ou nas suas comunicações telefônicas, nem
ataques à sua honra e à sua reputação. Contra tais intromissões ou ataques, toda
pessoa tem direito à proteção da lei.
d. a vontade do povo é o fundamento da autoridade dos poderes públicos e deve expri-
mir-se por meio de eleições periódicas, por sufrágio universal e igual, com voto obri-
gatório e secreto.
e. todo indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o
direito de não ser inquietado por suas opiniões e o direito de procurar, receber e
difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias, por qualquer meio de
expressão.

COMENTÁRIO
a. De fato, o meio ambiente é um direito transgeracional, ou seja, vai além da geração atual
e segue para as gerações futuras. No entanto, não está previsto na DUDH.
5m
b. Esteja atento, pois a DUDH não define ou conceitua o que a família. Além disso, o con-
ceito de família afirmando que é entendido como união entre um homem e uma mulher
pelo casamento, é um conceito muito restritivo e não é adequado ao estudo de Direi-
tos Humanos.
c. A DUDH não discorre sobre a não intromissão à comunicação telefônica, essa previsão
existe apenas na Constituição Federal de 1988.
d. Conforme o Art. 21 da DUDH, não há obrigatoriedade do voto.
e. Lembre-se que a preocupação do Art. 19 da DUDH é justamente procurar transmitir e
receber informações sem considerar fronteiras e por qualquer meio de expressão.

19. Não é afirmativa da Declaração Universal dos Direitos Humanos:


a. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e neles ingressar para proteção de
seus interesses.
b. Toda pessoa tem direito a repouso e a lazer, inclusive a limitação razoável das horas
de trabalho e férias periódicas remuneradas.
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c. Toda pessoa que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que
lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade
humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
d. Toda pessoa tem direitos e deveres, sendo que os primeiros serão sempre maiores.
e. Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escra-
vos serão proibidos em todas as suas formas.

COMENTÁRIO
a. Essa previsão está disposta no Art. 23 da DUDH.
b. O item faz referência ao Art. 24 da DUDH.
c. A alternativa refere-se ao previsto no Art. 23 da DUDH.
d. Respeitando a DUDH, não é possível afirmar que os direitos serão sempre maiores que
os deveres.
e. A escravidão e o tráfico de escravos são proibidos em todas as suas formas, conforme
prevê o Art. 4º da DUDH.

20. Segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a pessoa:


a. tem a liberdade de mudar de religião ou crença, de manifestar essa religião ou crença,
pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em
público ou em particular.
b. tem que ficar em uma só religião ou crença.
c. deve ser protegida pela lei, mesmo descumprindo as leis vigentes.
d. pode ser autônoma quanto aos seus direitos e deveres.
e. é obrigada a pertencer a um partido e ser votada para qualquer cargo político.

COMENTÁRIO
a. Como dispõe o Art. 18 da DUDH, o indivíduo possui o direito de mudar de religião e pode
se manifestar de forma isolada ou coletiva em público ou em particular.
c. Se o candidato não tivesse conhecimento sobre a DUDH, em um primeiro momento, ele
teria considerado o item correto, principalmente, para uma prova na área penitenciária. A
situação de que o sujeito deve ser protegido pela lei, mesmo descumprindo as exigentes,
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corresponde, por exemplo, a um cidadão que está preso. Nesse caso, ele cometeu um
crime, logo, descumprir uma lei vigente, ainda assim, ele deve ser protegido pela lei. É por
essa razão que, nessa área, também se estuda as Regras de Mandela. Contudo, em rela-
ção a questão, não há essa previsão na DUDH.
10m
d. As pessoas não podem escolher quais são seus direitos e deveres. Nesse sentido, o
cidadão já está vinculado à direitos e deveres pré-estabelecidos.

21. Assinale a alternativa correta sobre o órgão que proclamou a Declaração Universal dos
Direitos Humanos.
a. Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas.
b. Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.
c. Conselho Econômico e Social das Nações Unidas.
d. Assembleia Especial de Justiça da Organização das Nações Unidas.

COMENTÁRIO
É fundamental ressaltar que a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas foi o
órgão que proclamou a DUDH no dia 10 de dezembro de 1948.

22. No que se refere à Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinale a alternati-
va correta.
a. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e à assistência especiais, sendo
que, às crianças nascidas dentro do matrimônio, é assegurada maior proteção social.
b. Todo homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos
nessa Declaração, não se podendo fazer nenhuma distinção fundada na condição
política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa,
quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer
sujeito a qualquer outra limitação de soberania.
c. Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em
outros países. Esse direito pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente
motivada por crimes de direito comum.
d. Aquele que praticar um crime poderá ser culpado por uma ação que, no momento,
não constituía delito perante o direito nacional ou internacional.
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e. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos
graus elementares e fundamentais. A instrução técnico-profissional será obrigatória.

COMENTÁRIO
a. A proteção social é assegurada tanto para a para as crianças nascidas dentro ou fora do
matrimônio.
b. O item discorre sobre o Princípio da Universalidade e também uma regra de não distin-
ção, referindo-se ao Art. 2º da DUDH.
c. Lembre-se que o asilo não cabe para casos em que haja crimes de direito comum.
d.O Art. 11, § 2º da DUDH, aborda a irretroatividade da lei penal, que corresponde ao fato
de o sujeito não poder ser punido por um ato que, quando ele cometeu, não era considera-
do crime. Essa regra é válida tanto para o Direito Nacional e Direito Internacional.
e. A instrução será gratuita, entretanto, a instrução técnico profissional não é obrigató-
ria, e sim, acessível a todos. Lembrando que instrução obrigatória é apenas a educação
elementar.

23. Segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinale a alternativa correta.
a. Deve-se presumir a inocência de todo acusado de um crime até que a sua culpabi-
lidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público, no qual lhe
sejam asseguradas todas as garantias necessárias a sua defesa.
b. A lei protege todo homem contra interferências na sua vida privada, na sua família, no
seu lar, não se estendendo tal proteção a sua correspondência.
c. Todo homem tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros, sendo
vedada qualquer restrição a esse direito.
d. Todo homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; esse
direito, no entanto, não inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade
de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela
observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.
e. Todo homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito não se
estende, porém, à liberdade de, sem interferências, ter opiniões e procurar, receber e
transmitir informações e ideias por quaisquer meios, além das fronteiras de seu país.
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COMENTÁRIO
a. O Art. 11, § 1º da DUDH, prevê a presunção de inocência.
15m
b. A proteção se estenda até a sua correspondência.
c. Vale recordar que a propriedade não é um direito absoluto, não podendo haver algum
tipo de restrição arbitrária. Porém, é possível restringir o direito à propriedade.
d. A DUDH prevê a possibilidade de mudança de religião ou crença.
e. O direito à liberdade de opinião e expressão se estende para além das fronteiras do seu
país e pode ocorrer por quaisquer meios.

24. De acordo com o que dispõe a Declaração Universal dos Direitos Humanos, os direitos
humanos são indivisíveis e englobam, exclusivamente, os direitos:
a. civis, políticos, econômicos, sociais e culturais, não prevendo hierarquia entre eles.
b. civis e políticos.
c. coletivos e individuais, estes últimos hierarquicamente superiores.
d. econômicos e sociais.
e. privados e públicos, estes últimos hierarquicamente superiores

COMENTÁRIO
A DUDH discorre sobre os direitos civis e políticos, que são de primeira geração, e sobre
os direitos econômicos, sociais e culturais, que são de segunda geração. Além disso, o
documento não estabelece hierarquia entre eles.

25. Ainda sobre a Declaração Universal dos Direitos do Homem, é correto afirmar que:
a. prevê expressamente o direito à participação política, mas não o de acesso a servi-
ços públicos.
b. garante a todos, sem qualquer tipo de distinção, educação, direito ao trabalho e saúde
pública gratuita.
c. prevê a criação de um tribunal internacional para julgamento de violações aos direi-
tos humanos.
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d. não estabelece nenhuma forma de governo para garantir a aplicação dos direitos
humanos, pois entende que isso deve ser livremente decidido pelas nações individu-
almente de acordo com sua realidade.
e. prevê o direito ao trabalho e ao repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das
horas de trabalho e as férias remuneradas periódicas.

COMENTÁRIO
a. O Art. 21, § 2º da DUDH destaca o direito ao acesso a serviços públicos prestados
pelo país.
b. Observe que a DUDH prevê garante direito a educação e ao trabalho. Todavia, o docu-
mento não abrange a saúde pública gratuita, até mesmo porque não é a regra no mundo.
Ou seja, são poucos países no mundo que possuem um serviço de saúde público gratuito,
como é o caso do Sistema Único de Saúde (SUS), no Brasil. Logo, a regra no mundo é o
tratamento de saúde particular.
c. A DUDH não definiu a criação de tribunal, instrumentos ou órgãos de aplicação
compulsória.
d. Vale frisar que, em nenhum momento, a DUDH estabelece formas de governo para ga-
rantir a aplicação dos Direitos Humanos, porém, o documento também não afirma que isso
deve ser livremente decidido pelas nações. Portanto, não está explícito que ela entende
dessa forma. Além disso, de fato, quem define forma de governo é o povo de um Estado.
e. O item refere-se ao disposto no Art. 24 da DUDH, ou seja, os quatro direitos trabalhistas.
20m

26. Quanto à Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) é correto afirmar que se
trata de um(a):
a. acordo internacional.
b. tratado internacional.
c. pacto internacional.
d. resolução da Assembleia Geral da ONU.
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COMENTÁRIO
A DUDH corresponde a uma resolução da Assembleia Geral da ONU. Vale citar que acor-
do, tratado e pacto são sinônimos.

27. No que concerne à liberdade das pessoas, a Declaração Universal dos Direitos Huma-
nos, de 1948, repudia a(o):
a. escravidão.
b. serviçal.
c. empregado.
d. autônomo.
e. trabalhador.

COMENTÁRIO
A DUDH repudia a escravidão como previsto no Art. 4º.

28. De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos é correto afirmar que:

a. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabeleci-
dos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, sem quaisquer distinções.
b. Os direitos humanos somente serão exercidos em países que assinarem tratados
com a ONU.
c. A escravidão ou servidão bem como o tráfico de escravos só serão mantidas em
países cuja prática da escravidão é considerada dever religioso.
d. Todo ser humano tem direito a liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a
liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir infor-
mações e ideias por quaisquer meios desde que dentro das fronteiras de seu país
de origem.
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COMENTÁRIO
a. O item faz referência ao Princípio da Universalidade, previsto no Art. 2º da DUDH. Ou
seja, é a universalidade somada a não distinção.
b. De acordo com a DUDH, os Direitos Humanos são válidos para todos os seres humanos,
independentemente do local e se o país é signatário ou não dos tratados da ONU.
c. Nesse contexto, não há exceção para a possibilidade de escravidão.
d. Lembre-se que o direito à liberdade de opinião e expressão ultrapassa as fronteiras.

29. Considerando a Declaração Universal dos Direitos Humanos, é incorreto dizer que todo
homem tem direito:
a. à segurança nacional.
b. à liberdade.
c. à propriedade.
d. à vida.
e. de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei.

COMENTÁRIO
O Direito de Personalidade está previsto na DUDH, assim como o direito, esse disposto no
Art. 3º do documento. E ainda, há previsão quanto ao direito à propriedade e à liberdade.
Contudo, a DUDH não trata sobre segurança nacional, o examinador tentou confundir o
candidato fazendo referência ao Art. 3º da DUDH. O dispositivo trata sobre três direitos, ou
seja, todo ser humano tem direito à vida, a liberdade e direito à segurança pessoal.

30. Dispõe a Declaração Universal dos Direitos Humanos que:


a. o trabalhador deve filiar-se à associação representativa de sua categoria profissional.
b. a vontade do povo será expressa em eleições periódicas e legítimas, por voto censi-
tário, secreto ou aberto, ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto.
c. todo ser humano tem direito à instrução, mas o acesso à instrução superior terá por
critério o mérito.
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d. qualquer ser humano tem o direito de deixar seu país, desde que quite com suas obri-
gações legais e políticas perante o Estado.
e. o livre e pleno consentimento dos nubentes menores de 18 (dezoito) anos para o
casamento pode ser substituído pela autorização de seus pais.

COMENTÁRIO
a. A DUDH não apresenta essa obrigação.
b. Quanto ao voto, lembre-se que é sufrágio universal, e não censitário. Além disso, o voto
é secreto, e não, aberto.
c. A DUDH estabelece que a educação superior será acessível a todos, no entanto, será
baseada no mérito.
d. A DUDH não apresenta exigência de quitação de obrigação legal ou quitação de obri-
gação política o Estado. O documento especifica que, a qualquer tempo, o cidadão pode
deixar o seu país.
25m
e. Lembre-se que, se a questão especificar a idade, estará errada. Logo, maiores de po-
dem se casar sem qualquer tipo de restrição ou distinção de raça, religião e nacionalidade.

31. Nos termos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, todo ser humano tem:
a. assegurado o direito ao amplo acesso à informação, sendo vedado, em qualquer
hipótese, resguardar o sigilo da fonte.
b. deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua per-
sonalidade é possível.
c. direito à prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de interna-
ção coletiva.
d. direito a obter gratuitamente certidões em repartições públicas para o exercício da
ampla defesa.
e. assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por
dano material, moral ou à imagem.
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COMENTÁRIO
a. O item refere-se à um tema prevista na Constituição Federal, e não da DUDH.
b. A alternativa faz referência ao Art. 29 da DUDH.
c. Essa previsão está disposta na Constituição Federal, porém, não na DUDH.
d. O assunto em questão é tratado na Constituição Federal.
e. O item aborda tema tratado na Constituição Federal.

32. Tendo como base a Declaração de Direitos Humanos, diante das seguintes situações,
podemos afirmar que se encontra de acordo com a referida Declaração:
a. Manuel é português e foi extraditado pelo Brasil para Portugal, após cumprir a pena
que lhe foi imposta em Portugal, o referido país não o deixou abandonar o país, por
ser nacional;
b. Ninguém pode ser arbitrariamente privado de sua propriedade;
c. Caio, perseguido politicamente, não pode deixar seu país, pois de acordo com o
direito interno não é possível qualquer nacional solicitar asilo em outro pais;
d. É possível, em respeito às tradições, que os futuros esposos sejam prometidos, e que
ambos devem se sujeitar ao casamento. Entretanto, nenhum poderá ser obrigado a
permanecer casado;
e. Marcos resolveu vir para o Brasil, e seu país de origem, o privou de sua nacionali-
dade. Segundo a Declaração de Direitos do Homem, não há problema algum Marcos
permanecer apátrida.

COMENTÁRIO
a. A hipótese apresentada é contrária a DUDH, a qual prevê que o direito de o indivíduo
deixar o seu país. E ainda, ele também já cumpriu a pena.
b. Pode ocorrer a privação de liberdade, todavia, não pode ser de maneira arbitrária.
c. A DUDH estabelece há possibilidade de asilo em casos de crimes políticos. Lembre-se
que, a análise, nesse caso, é de acordo com Direito Internacional, e não, com o Direi-
to Interno.
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d. De acordo com a DUDH, o casamento é com o consentimento das partes, ou seja, dos
nubentes. Além disso, de fato, ninguém é obrigado a se casar, sendo que o direito a disso-
lução do casamento é de ambos.
e.Conforme a DUDH, todo ser humano possui direito à nacionalidade.

33. Considerando a Declaração Universal dos Direitos Humanos é incorreto dizer que:
a. todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este
regressar.
b. todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fron-
teiras de cada Estado.
c. todo homem tem direito a uma nacionalidade.
d. todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em
outros países.
e. Todo ser humano, ressalvados os casos legais, tem direito a igual remuneração por
igual trabalho.

COMENTÁRIO
a. Essa previsão é apresentada no Art. 13 da DUDH.
e. Não existe ressalva aos casos legais, a regra é que todo ser humano, se trabalha da
mesma forma, tem direito a remuneração igual.
30m
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GABARITO
16. d
17. a
18. e
19. d
20. a
21. a
22. b
23. a
24. a
25. e
26. d
27. a
28. a
29. a
30. c
31. b
32. b
33. e

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Thiago Medeiros.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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DIREITOS HUMANOS NA CF

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[...]
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

O PULO DO GATO
as bancas costumam dizer que NÃO tem aplicação imediata.

§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorren-


tes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a
República Federativa do Brasil seja parte.

Obs.: os direitos e garantia previstos na CF estão em um rol exemplificativo.

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem apro-


vados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos
dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha
manifestado adesão.

Incorporação de Tratados Internacionais


5m
AL
ON

CF
I
UC
IT
ST

LEI
ON

ORDINÁRIA
AC

FEDERAL
FR
IN

TRATADOS INTERNACIONAIS

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DIREITOS HUMANOS
Direitos Humanos na CF

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Antes da Emenda Constitucional 45, em 2004, só havia uma forma para se incorporar
tratados internacionais, a saber por meio de Lei Ordinária Federal, como norma infracons-
titucional.

STATUS DE EMENDA
CONSTITUCIONAL
CF

TRATADOS INTERNACIONAIS
DE DIREITOS HUMANOS
2 CASA
2 TURNOS
3
5 VOTOS

O § 3º do art. 5º da CF foi incluso por meio da EC 45, e dispunha que se o tratado inter-
nacional tivesse matéria específica em direitos humanos, teria incorporação diferente, qual
seja: status de emenda constitucional.

Para isso deveria percorrer o seguinte caminho:


• Aprovada nas 2 casas do CN;
• Em 2 turnos;
• 3/5 dos votos dos membros;
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Direitos Humanos na CF

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INFRACONSTITUCIONAL
CARÁTER DE NORMA
CF SUPRALEGAL

LD
TRATADOS INTERNACIONAIS
DE DIREITOS HUMANOS

Em 2008, o STF teve o entendimento de que os tratados internacionais que têm matéria
de direitos humanos, mas que não conseguiram cumprir os requisitos do art. 5, § 3º da CF,
ele terá caráter de norma supralegal.
10m

ATENÇÃO
O CESPE abordou esse assunto querendo saber qual era o status normativo hierárquico
dessas incorporações de tratados internacionais.

• Primeiro caso: Legal;


• Segundo caso: Constitucional;
• Terceiro caso: supralegal.
ANOTAÇÕES

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Direitos Humanos na CF

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STATUS NORMATIVO HIERÁRQUICO

L
NA
LEGAL CONSTITUCIONAL SUPRALEGAL

IO
UC
STATUS DE EMENDA

IT
L

CARÁTER DE NORMA
NA

CONSTITUCIONAL

ST
CF CF CF SUPRALEGAL
O

ON
CI

AC
TU

FR
I
ST

IN
LEI
ON

ORDINÁRIA
AC

FEDERAL
FR
IN

LD
TRATADOS INTERNACIONAIS TRATADOS INTERNACIONAIS TRATADOS INTERNACIONAIS
DE DIREITOS HUMANOS DE DIREITOS HUMANOS
2 CASA
2 TURNOS
3 3 VOTOS
5 VOTOS 5 MAIORIA

Internalização dos Tratados:


• 1ª fase:
– Negociação;
– Celebração;
– Assinatura.

Todos esses passos são feitos pelo privativamente Presidente da República (art. 84, VIII,
CF). O texto é enviado para o CN

• 2ª fase:
– Seguem para o Congresso Nacional para:
• Referendo
• Aprovação
15m

• 3ª fase:
– O texto volta para o PR.
– Chamado fase de ratificação (confirmação).
– Nesse momento, o Brasil já pode ser responsabilizado se violar os DH, visto que já
está produzindo efeitos externos.

• 4ª fase:
– Promulgação feita pelo PR.
– Começa a produzir efeitos internos.

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DIREITOS HUMANOS
Direitos Humanos na CF

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Obs.:
1ª fase: O PR envia o texto do tratado assinado por meio de uma mensagem presiden-
cial, que equivale a um projeto de lei do Presidente da República.

2ª fase:
• Deputados e Senadores não podem alterar o texto.
20m
• Se o texto for aprovado, será emitido um decreto legislativo.

4ª fase:
• A promulgação será feita por meio de um decreto presidencial (de promulgação).

DECRETO
LEGISLATIVO

NEGOCIAÇÃO CONGRESSO PRESIDENTE PRESIDENTE


CELEBRAÇÃO NACIONAL DA REPÚBLICA DA REPÚBLICA
ASSINATURA
• REFERENDO RATIFICAÇÃO PROMULGAÇÃO
Presidente da República • APROVAÇÃO
art.84, VIII Deputados e Senadores
NÃO podem alterar o efeitos efeitos
texto do tratado externos internos

MENSAGEM DECRETO DE
PRESIDENCIAL RESPONSABILIDADE PROMULGAÇÃO
INTERNACIONAL
É equivalente a um projeto
de lei do Presidente

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preparada e ministrada pelo professor Thiago Medeiros.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
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DIREITOS HUMANOS E PARTICIPAÇÃO SOCIAL
Direitos Humanos na CF

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DIREITOS HUMANOS NA CF

TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL

Art. 5º § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação


tenha manifestado adesão.

Linha do tempo:
• 1998 – Criado pelo Estatuto de Roma;
• 2002 – Brasil se torna signatário;

Obs.: Se tornar signatário é passar por todos os procedimentos de internalização, assina-


tura, referendo, ratificação e depois a promulgação.

Função:
• Julgar pessoas que cometeram crime contra a humanidade.
• Ex.: Genocídio.
• Não confundir com o Tribunal de Haia;

Extradição
5m
• Estrangeiro
– É possível;
– Salvo: crime político ou de opinião;

LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

• Brasileiro Naturalizado:
– Não é possível sua extradição;
– Salvo: crime comum praticado antes da naturalização ou crime de tráfico de drogas
a qualquer tempo.
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS E PARTICIPAÇÃO SOCIAL
Direitos Humanos na CF

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LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,


praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entor-
pecentes e drogas afins, na forma da lei;

• Brasileiro Nato:
– Não é possível sua extradição;
– Pode ser entregue a TPI para ser julgado por crime contra a humanidade.

Obs.: Extradição – é quando entrega o sujeito ao governo estrangeiro para ele ser julgado.
Entrega – é entregar o sujeito ao TPI que, inclusive, faz parte da jurisdição brasileira, já
que o Brasil é signatário.
10m

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1. A respeito da incorporação e internalização de Tratados Internacional de Direitos Hu-
manos à ordem jurídica interna, é correto afirmar, de acordo com Constituição da Repú-
blica, terá:
a. hierarquia legal em todos os casos
b. hierarquia constitucional se aprovado em cada Casa do Congresso, em dois turnos,
por três quintos dos votos dos membros.
c. hierarquia constitucional em todos os casos
d. hierarquia infraconstitucional se aprovado em cada Casa do Congresso, por três quin-
tos dos votos dos membros.

COMENTÁRIO
a. DH terá duas possibilidades:
– status normativo constitucional, caso preencha os requisitos do art. 5º e alcance o status
de emenda constitucional;
– status normativo supralegal – continua sendo infraconstitucional, pois está abaixo da CF.
b. Correto.
c. Constitucional ou supralegal.
d. Seria constitucional.
ANOTAÇÕES

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Direitos Humanos na CF

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2. (TRT/21ª REGIÃO-RN/JUIZ DO TRABALHO/ADAPTADA) Examine as assertivas abai-


xo e indique, a seguir, a resposta correta:

I – as normas de um tratado internacional sobre direitos humanos, devidamente incor-


porado ao direito brasileiro, poderão integrar o elenco das denominadas “cláusulas
pétreas” constitucionais;
II – a denúncia é ato unilateral pelo qual o Estado requer a extinção de Convenção ou
Tratado Internacional em vigor em vários outros Estados, por força da caducidade
das suas normas;
III – os Tratados Internacionais somente podem ser firmados pelos Estados, não se admi-
tindo a participação de outros sujeitos;
15m
IV – os Tratados Internacionais devidamente incorporados ao direito brasileiro submetem-
-se ao controle abstrato de constitucionalidade, por força da natureza jurídica das
suas normas;
V – as convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovadas por maio-
ria simples em cada casa do Congresso Nacional brasileiro adquirem vigência norma-
tiva equivalente a Emenda Constitucional.

a. apenas as assertivas I, III e IV estão corretas;


b. apenas as assertivas I, III e V estão corretas;
c. apenas as assertivas II e V estão corretas;
d. apenas as assertivas I e IV estão corretas;
e. apenas as assertivas II, III e V estão corretas.

COMENTÁRIO
I – No estudo das cláusulas pétreas estuda-se o art. 60:
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I – a forma federativa de Estado;
II – o voto direto, secreto, universal e periódico;
III – a separação dos Poderes;
IV – os direitos e garantias individuais.
ANOTAÇÕES

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Direitos Humanos na CF

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Obs.: Em essência, os direitos e garantias individuais são direitos fundamentais, sendo


assim também são direitos humanos. Se o TIDH passar por todos os requisitos do art. 5º,
§ 3º, ele alcançará status de emenda constitucional e integrará o rol de cláusulas pétre-
as. Lembre-se que, não pode retirar/abolir uma cláusula pétrea (direitos), mas pode, sim,
acrescentá-los.
V – Denúncia é um instrumento pelo qual um país se retira de um tratado.
VI – Podem ser firmados por Organizações Internacionais.
20m
VII – OS TIDH são normas constitucionais, quanto ao mais os Tratados Internacionais que
são supralegais, estando abaixo da CF. Desse modo, ele poderá sofrer controle de consti-
tucionalidade.
VIII – Precisam de 3/5. A questão trata de tratado internacional equivalente a norma
supralegal.
A resposta correta é a letra d.

3. (TRF/4ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL). Dadas as assertivas abaixo, assinalar a alternati-


va correta.

I – O tratado internacional tem força de lei complementar, sendo superior ao direito


interno ordinário, exceto quando versar sobre direitos humanos, quando será interna-
lizado, sempre, com força de emenda constitucional.
II – Os tratados têm validade no Brasil apenas depois da respectiva aprovação pelo Minis-
tério das Relações Exteriores ou pelo Senado da República.
III – Apenas os embaixadores podem celebrar tratados.
IV – Não há hierarquia entre tratados, protocolos e convenções.

a. Está correta apenas a assertiva IV.


b. Estão corretas apenas as assertivas II e III.
c. Estão corretas apenas as assertivas I, III e IV.
d. Estão corretas todas as assertivas.
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS E PARTICIPAÇÃO SOCIAL
Direitos Humanos na CF

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COMENTÁRIO
Quando a questão traz tratado internacional, sem deixar expresso que é sobre Direitos
Humanos, o candidato deverá lembrar-se que ele terá status normativo legal (lei ordinária)
I – Lei ordinária. Além disso, poderá ter força de emenda ou norma supralegal.
II – A aprovação é do CN. A validade no Brasil será apenas após a promulgação.
III – No art. 84 dispõe que compete privativamente ao Presidente da República:
VIII – celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congres-
so Nacional;
Desse modo, não é só o embaixador, pois pode ter Ministro representando o Brasil
nesses atos.
IV – Não importa a denominação que será dada ao tratado, podendo ser pacto, concorda-
ta, protocolo. Logo, não há hierarquia.

4. (FCC/BACEN/PROCURADOR) No que concerne ao processo de internalização de tra-


tado internacional é correto afirmar:
30m
a. A mensagem presidencial que encaminha o tratado ao Congresso Nacional, para
aprovação, corresponde a projeto de lei de iniciativa do Presidente da República.
b. Aos deputados e senadores compete apresentar emendas, acréscimos ou modifica-
ções ao texto do tratado.
c. A aprovação do texto do tratado pelo Congresso Nacional consubstancia-se no
Decreto presidencial.
d. Somente o Decreto Legislativo torna público o texto do tratado, podendo gerar direi-
tos subjetivos, desde logo.
e. A ratificação do tratado produz apenas efeitos internos, equivalentes ao da sanção de
lei aprovada pelo Congresso Nacional.

COMENTÁRIO
a. Correto.
b. Não alteram o texto do Tratado.
c. Será o Decreto Legislativo (aprovação).
d. Tornar público o texto do Tratado é promulgá-lo.
e. A ratificação produz efeitos externos.

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Direitos Humanos na CF

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5. (AOCP/TRT - 9ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO) Considere as assertivas a seguir:

I – o direito interno brasileiro determina qual o órgão competente para autorizar a vincu-
lação a um tratado, no Brasil
35m
II – segundo o direito brasileiro, compete exclusivamente ao Congresso Nacional resolver
definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encar-
gos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional
III – segundo o direito brasileiro, compete privativamente ao Presidente da República
celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Con-
gresso Nacional
IV – o direito brasileiro, nas suas relações internacionais, rege-se pelo princípio da coope-
ração entre os povos para o progresso da humanidade, dentre outros

Assinale a alternativa correta:


a. somente as proposições II e III estão corretas
b. somente as proposições I e IV estão corretas
c. somente a proposição IV está correta
d. todas as proposições estão corretas
e. todas as proposições estão incorretas

COMENTÁRIO
I– Quem resolve é o CN (art. 49, I, CF)
II – Correto. (art. 49, I, CF)
III – Correto. (art. 84, VII)
IV – Correto (art, 4º, IX)

6. Considerando a sistemática estabelecida na Constituição da República sobre os Trata-


dos Internacionais de Direitos Humanos, assinale a alternativa correta:
a. Os direitos e garantias expressos na Constituição excluem outros decorrentes dos
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
b. Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprova-
dos, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por qualquer quórum dos
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
c. As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
d. O Brasil não se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação
tenha manifestado adesão.

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DIREITOS HUMANOS E PARTICIPAÇÃO SOCIAL
Direitos Humanos na CF

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COMENTÁRIO
a. Não excluem, pois não é um rol exaustivo.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes
do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a Re-
pública Federativa do Brasil seja parte.
b. Precisa de 3/5 dos votos dos respectivos membros.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprova-
dos, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
c. § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
d. Se submete, sim.
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha
manifestado adesão.

(CESPE - 2019 - PRF - Policial Rodoviário Federal) A respeito do tratamento constitu-


cional dos tratados internacionais de direitos humanos, julgue o item que se segue.
40m

7. A hierarquia constitucional dos tratados internacionais de direitos humanos depende de


sua aprovação por três quintos dos membros de cada casa do Congresso Nacional.

COMENTÁRIO
A questão está incompleta, mas está correta.

8. Conforme a maneira como são internalizados, os tratados internacionais sobre direitos


humanos podem receber status normativo-hierárquico constitucional ou legal.

COMENTÁRIO
Possui status normativo-hierárquico constitucional ou supralegal.
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS E PARTICIPAÇÃO SOCIAL
Direitos Humanos na CF

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GABARITO
1. b
2. d
3. a
4. a
5. d
6. c
7. c
8. e

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DIREITOS HUMANOS (2020)
Aspectos históricos dos direitos humanos

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ASPECTOS HISTÓRICOS DOS DIREITOS HUMANOS

AFIRMAÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS

Sobre esse assunto deve-se estudar:

• PRECEDENTES HISTÓRICOS
• MARCOS HISTÓRICOS
• DOCUMENTOS HISTÓRICOS

DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS

“Processo de internacionalização dos Direitos Humanos”


• 1945: Fim da 2ª Guerra Mundial. É o marco do processo de internacionalização dos
Direitos Humanos.

Quando se aborda os direitos ligados à pessoa humana remonta-se há vários séculos


anteriores à Segunda Guerra Mundial. As normas que eram criadas tinham aplicação conjun-
tural, muito específica para aquela região, como por exemplo normas da Inglaterra datadas
desde o século XV, a Magna Carta (Magna Charta Libertatum) – documento importantíssimo
no combate contra o poder estatal – bem como a Revolução Francesa; todos esses docu-
mentos possuíam aplicação local e não falavam de direitos humanos a nível internacional.
Com a 2ª Guerra Mundial, o espírito fraternal de paz se dissemina, fazendo com que
seja criado a Organização das Nações Unidas em 24 de outubro de 1945. Nesse contexto,
nasceu o pensamento da necessidade de criação de normas de aplicação internacional que
decorre desse pensamento de universalização dos Direitos Humanos.
5m
Além disso, antes da Segunda Guerra Mundial, havia antecedentes históricos que cola-
boraram com a internacionalização, exemplo disso sãos as discussões sobre direito huma-
nitário, conflitos internacionais, bem como Organização Internacional do Trabalho que objeti-
vava trazer normas para regular a dignidade da pessoa humanas nas relações trabalhistas,
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS (2020)
Aspectos históricos dos direitos humanos

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além da Liga das Nações a qual possuía uma ideia de cooperação internacional. Esses
marcos históricos contribuíram para, depois da 2ª Guerra Mundial, na internacionalização
dos direitos.

ATENÇÃO
O candidato poderá encontrar em provas a afirmação de que a internacionalização se ini-
ciou com o término da 2ª Guerra Mundial ou que foi intensificada. Essa constatação está
correta, já que foi a partir desse momento que existiu mais força e intensificação na inter-
nacionalização desses direitos.

Antecedentes históricos:
• 1864: Direito Humanitário - que tratava sobre situações que envolviam conflitos arma-
dos e guerra. Esse documento foi chamado de 1ª Convenção de Genebra.

Obs.: No ano seguinte, foi criada a Cruz Vermelha.

• 1919: É a data jurídica da primeira guerra mundial através do Tratado de Versalhes.


Além disso, nesse ano foi criado a Organização Internacional do Trabalho e a Liga da
Nações, essa última é conhecida como embrião da ONU, já que possuíam finalidades
muito parecidas.
10m

FIM DA 2ª GUERRA
INTERNACIONALIZAÇÃO
1945

1864 1919 1919


ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS (2020)
Aspectos históricos dos direitos humanos

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Vertentes de Proteção da Pessoa Humana


• Em 1945, houve a criação da ONU através da Carta de São Francisco, no dia 24 de
outubro. Nesse contexto, nasceu a ideia de proteção da pessoa humana através das
vertentes.
• 1ª vertente nasceu em 1945, chamada de Direitos Humanos.
• 2ª vertente nasceu em 1949, chamada de Direito Humanitário, que abarca situações
que envolvam guerra em um aspecto internacional.
• 3ª vertente nasceu em 1951, chamada de Direito dos Refugiados, que trata sobre
pessoas que estão saindo do seu local de residência, buscando melhores condições
de vida em outros locais.
15m

Aplicação das vertentes de Proteção da Pessoa Humana

Direitos Humanos (mais ampla)


Direitos Humanitários
Direito dos Refugiados

Todas essas vertentes atuam de forma conjunta, simultânea e existindo convergência


entre elas.
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS (2020)
Aspectos históricos dos direitos humanos

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Após o fim da Segunda Guerra Mundial, o Mundo ainda vivia permeado de espírito de
paz, além de marcos históricos como a criação da ONU, bem como em 1948 houve a Decla-
ração Universal de Direitos Humanos. Contudo, na década de 50 e 60, eclodiu a Guerra Fria
e a polarização do Mundo em países capitalistas capitaneado pelos EUA e países socialistas
(União Soviética), o que tornou a internacionalização de diretos humanos mais complicada.
A partir de 1989, há uma melhora nesse cenário com a queda do muro de Berlim, na Ale-
manha. Nesse contexto, em 1991, voltam as negociações internacionais, e em 1993 acon-
tece a Conferência Mundial dos Direitos Humanos na Áustria, em Viena, que trouxe diversos
conteúdos de Direitos Humanos, influenciando diversos países, e, entre eles, o Brasil, que
acabou por criar um Programa de Efetivação de Direitos Humanos nos anos seguintes. Essa
conferência é considerada uma consolidação à internacionalização e reafirmação dos Direi-
tos Humanos.
20m

CONFERÊNCIA
MUNDIAL
DE DIR. HUMANOS
FIM DA 2ª GUERRA VIENA
INTERNACIONALIZAÇÃO 1993
CRIAÇÃO DA ONU 24/OUT/1945 CONSOLIDOU
1945 A INTERNACIONALIZAÇÃO

1864 1919 1919 1945 1949 1951

VERTENTES DE PROTEÇÃO DA PESSOA HUMANA

1864 - DIREITO HUMANITÁRIO


1945 - DIREITOS HUMANOS
1ª CONVENÇÃO DE GENEBRA APLICAR
1949 - DIREITOS HUMANITÁRIO CONJUNTA
1919 - LIGA DAS NAÇÕES
SIMULTÂNEA
1951 - DIREITO DOS REFUGIADOS
1919 - ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL
DO TRABALHO
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS (2020)
Aspectos históricos dos direitos humanos

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1. (CESPE/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO) Julgue o item subsecutivo, a respeito de as-
pectos gerais e históricos dos direitos humanos.
As três vertentes da proteção internacional da pessoa humana, a saber, os direitos huma-
nos, o direito humanitário e o direito dos refugiados, foram consagradas nas conferências
mundiais da última década de 90. Não obstante, a implementação dessas vertentes deve
atender às demandas de cada região, mesmo que não haja sistemas regionais de proteção.

COMENTÁRIO
Essas vertentes devem atender todas as regiões, independente dos sistemas regionais,
como no caso do Sistema Americano de Proteção ou Sistema Africano de Proteção.
25m

2. (CS-UFG/DPE-GO/DEFENSOR PÚBLICO) Acerca das três grandes vertentes jurídicas


da proteção internacional da pessoa humana – direitos humanos, direito humanitário e
direito dos refugiados – existem convergências e divergências. Nesse sentido,
a. a visão compartimentalizada dessas três grandes vertentes encontra-se definitiva-
mente implantada na atualidade.
b. a prática contemporânea deixa de admitir a aplicação simultânea de normas de pro-
teção do direito internacional dos direitos humanos, do direito internacional dos refu-
giados e do direito internacional humanitário.
c. o processo de gradual distanciamento e divergência do direito humanitário, com a
proteção internacional dos direitos humanos, tem-se manifestado nos planos norma-
tivo, hermenêutico e operacional.
d. o Estado, na proteção internacional da pessoa humana em tempo de paz, está isento
em seus deveres jurídicos de tomar medidas positivas para prevenir, investigar e san-
cionar violações dos direitos humanos.
e. o reconhecimento, inclusive judicial, do alcance e da dimensão amplos das obriga-
ções convencionais de proteção internacional da pessoa humana assegura a conti-
nuidade do processo de expansão do direito de proteção.
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS (2020)
Aspectos históricos dos direitos humanos

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COMENTÁRIO
a. A palavra compartimentalizada tem o sentido de separação, o que é errado quando
se fala nas três vertentes, já que elas têm o mesmo objetivo.
b. A finalidade é a mesma das três vertentes.
c. Existe uma convergência e aproximação das três vertentes.
d. É uma função/dever do Estado, independente do tempo. A vigilância estatal em pro-
teger o ser humano é permanente.
e. Perfeito. O reconhecimento judicial diz respeito a sanções ou punições aos Estados
violadores dos DH, o que faz com que haja um processo de expansão do direito de
proteção.
30m

3. (CESPE/INSTITUTO RIO BRANCO/DIPLOMATA/1ª ETAPA) Em relação ao direito in-


ternacional dos direitos humanos, julgue C ou E.
O Direito Internacional Humanitário, campo das ciências jurídicas com o objetivo de pres-
tar assistência às vítimas de guerra, surgiu, efetivamente, com a primeira convenção de
Genebra, em 1864.

COMENTÁRIO
Direito humanitário é dividido em duas vertentes:
• Haia: traz restrições ao conflito, como se fosse um código de guerra (meios e métodos
de batalha)
• Genebra: cuida das proteções das pessoas em um conflito internacional armado.

1ª convenção de Genebra:
• Em 1864;
• Cuidava da proteção dos militares do Exército.

2ª convenção de Genebra:
• Em 1906;
• Cuidava da proteção dos militares da Marinha.
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS (2020)
Aspectos históricos dos direitos humanos

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3ª convenção de Genebra:
• Em 1929;
• Tratava sobre os prisioneiros de Guerra.

2ª convenção de Genebra:
• Em 1949;
• Tratava sobre os civis.

Portanto, a questão está correta, já que o militar que se rendeu deve receber proteção e
assistência.
35m

GABARITO
1. C
2. e
3. C

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Aspectos históricos dos direitos humanos

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ASPECTOS HISTÓRICOS DOS DIREITOS HUMANOS

AFIRMAÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS

• PRECEDENTES HISTÓRICOS
– 1864 – Direito Humanitário;
– 1919 – Liga das Nações;
– 1919 – Organização Internacional do Trabalho.

• MARCOS HISTÓRICOS Fundamentais


– XVI a XVIII – Iluminismo;
– 1789 – Revolução Francesa
– 1945 – Fim da 2ª Guerra Mundial;

• DOCUMENTOS HISTÓRICOS

DOCUMENTOS HISTÓRICOS DOS DIREITOS HUMANOS

CÓDIGO DE HAMURABI – 1772 a.C


• Encontra-se nesse Código a Lei de Talião, que pregava a reciprocidade no trato das
ofensas (“olho por olho, dente por dente”). Esse conceito traz o princípio da razoabili-
dade da pena, no sentido de que se o homem cometeu algum delito, a consequência
desse ato será proporcional, ou seja, fala-se em uma humanização da pena.
5m

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DIREITOS HUMANOS (2020)
Aspectos históricos dos direitos humanos

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Obs.: os doutrinadores têm receio em afirmar que o CÓDIGO DE HAMURABI é o primeiro


documento a tratar sobre Direitos Humanos. Desse modo, eles afirmar que esse có-
digo traz alguns temas que hoje é considerado como Direitos Humanos.

• Veja como foi cobrado:

(CESPE/2017): Embora contenha a Lei de Talião, que instituía a vingança como forma de
justiça, o Código de Hamurabi, primeiro conjunto de leis escritas do qual há registro histórico,
trazia algumas noções elementares do que atualmente se considera direitos humanos.

539 – A.C. - CILINDRO DE CIRO


10m
• Cilindro de Ciro, considerado a primeira declaração de direitos humanos, ao permitir
que os povos exilados na Babilônia regressassem à suas terras de origem, Ciro II, o
Grande, Rei persa.
• Contexto histórico: Ciro Grande, Imperador Persa, invadiu a Babilônia e matou e escra-
vizou diversas pessoas. Em um dado momento, ele entendeu que poderia conceder
aquele povo retornar à sua terra natal, e essa autorização foi esculpida em uma pedra
de barro, colocado em um cavalo para ser levado por um soldado ao povo babilônico.
No cilindro estava escrito o direito ao regresso à terra natal sem serem mortos, esse
ponto faz alusão ao direito à vida e a liberdade de locomoção atuais.
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS (2020)
Aspectos históricos dos direitos humanos

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• Ao tomar o território, o rei libertou os escravos, declarou que todas as pessoas tinham
o direito de escolher a sua própria religião e estabeleceu a igualdade racial.

MAGNA CARTA LIBERTATUM

• É uma declaração feita pelo Rei João “Sem Terra” e consistia em disposições que pro-
tegiam os barões ingleses contra os abusos do Rei João Sem-Terra.
• É a primeira vez na história que se começa a falar que o Estado é legalmente limi-
tado por leis. A partir da criação dessa Magna Carta, o rei fica condicionado a seguir o
devido processo legal, ou seja, daquilo que está disposto em norma.
• A essência do princípio do devido processo legal nasceu na Inglaterra a partir
dessa Magna Carta.
• A Magna Carta constitui uma convenção entre o rei e os barões feudais, pela qual se
lhes reconheciam privilégios especiais, gerando uma limitação do poder soberano.

15m
1628 - HUMANOS PETITION OF RIGHTS
• Documento feito pelo parlamento inglês e enviado ao Rei Carlos I.
• O Estado Absolutista começa a ser questionado pelo Parlamento.
• Observou-se, desde o ano de 1215, uma crescente do Parlamento até chegar no ano
de 1689, no qual se percebeu a supremacia do Parlamento em relação ao Rei.
• Diante disso, surgiu pontos importantes:
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS (2020)
Aspectos históricos dos direitos humanos

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– nenhum imposto poderia ser cobrado sem o consentimento do parlamento;


– nenhum súdito poderia ser encarcerado sem motivo demonstrado;

1679 – Habeas Corpus Act


• Documento que estabeleceu o procedimento judicial da ação de habeas corpus, que é
um remédio constitucional que protege a liberdade de locomoção do indivíduo, aquele
que ilegalmente está tendo sua liberdade cerceada.
• Existe uma divergência doutrinária dispondo que esse instituto de HC existia desde a
Magna Carta, e logo não seria um instituto criado nesse documento. O Habeas Corpus
Act foi o primeiro documento que estabeleceu o PROCEDIMENTO e robusteceu a já
conhecida garantia judicial legal

Obs.: Na Magna Carta houve a previsão do habeas corpus, porém não era instrumentali-
zado, pois isso só ocorreu no século XVII.
20m
ANOTAÇÕES

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Aspectos históricos dos direitos humanos

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• O objetivo era garantir a liberdade de locomoção.

1689 – Bill of Rights (Inglês)


• Documento feito pelo parlamento inglês.

• Garantia:

– Supremacia do Parlamento sobre o Rei;


– Separação dos Poderes.

Obs.: A Inglaterra é extremamente vanguardista ao falar em separação de poderes. Os


outros Estados vão começar a desenvolver tanto a teoria quanto nomas somente
no século seguinte, tanto que o livro que traz a essência da separação de poderes é
de 70 anos depois do Bill of Rights, e era chamado de Espírito das Leis de Montes-
quieu (1749).
25m
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Aspectos históricos dos direitos humanos

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– Direito de petição – o cidadão tem o direito de peticionar, e mesmo que o Estado não
resolva, ele tem a obrigação de responder.
– Eleições “livres” – o direito a voto era destinado a homens ricos.

• Proibia:
– Penas severas;
– Fianças exorbitantes;

1776 – DECLARAÇÃO DE DIREITOS DO BOM POVO DA VIRGÍNIA

• Documento/declaração que inspirou a independência dos EUA em 1776.


• Trazia a ideia de direitos humanos INATOS, que significa dizer que o direito nasce com
o próprio homem. Está ligado ao jus naturalismo, o qual entende que os direitos huma-
nos decorrem de uma criação divina; portanto, se foi Deus que criou esses direitos
significa dizer que eles já fazem parte da própria consciência enquanto indivíduo, logo
não há necessidade desses direitos escritos.
• Na Independência dos EUA houve uma luta por direitos de liberdade, da primeira
geração. A ideia era justamente ter essa liberdade em relação à Inglaterra, pois até o
momento os EUA era uma colônia inglesa que lutava por sua liberdade, principalmente
política, pois entendia que os demais direitos da pessoa humana decorriam da existên-
cia de direitos políticos.
• Os principais direitos inatos eram: Vida; Liberdade; Propriedade e, principalmente,
Direitos Políticos.
• Declaração DO BOM POVO DA VIRGÍNIA: “Consideramos as seguintes verdades
como auto evidentes, a saber, que todos os homens são criaturas iguais, dotadas
pelo seu Criador de certos direitos inalienáveis, entre os quais a vida, a liber-
dade e a busca da felicidade. É para assegurar esses direitos que os governos são
instituídos entre os homens, sendo seus justos poderes derivados do consentimento
dos governados”. Todas as vezes que uma forma de governo se torna destruidora
destes objetivos, o povo tem o direito de mudá-lo ou aboli-lo e estabelecer um
novo governo, fundado nos princípios e organizado na forma que lhe parecerem mais
convenientes à sua segurança e à sua felicidade.
30m

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Thiago Medeiros.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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DIREITOS HUMANOS
Aspectos Históricos dos Direitos Humanos
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ASPECTOS HISTÓRICOS DOS DIREITOS HUMANOS

DOCUMENTOS HISTÓRICOS DOS DIREITOS HUMANOS


1789 – DECLARAÇÃO DE DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO FRANCÊS
• Documento aprovado pelo Congresso Nacional durante a Revolução Francesa.
• Consagra os valores de liberdade, igualdade e fraternidade com clara natureza jusna-
turalista, que possuía a conceito de que Deus ao criar o ser humano, já trazia consigo
a ideia de direitos inatos.
• Previa vários direitos civis e políticos.
• Especialmente para a burguesia da época.
– Em especial os direitos de:
• Vida
• Liberdade
• Propriedade
• Direitos Políticos

Obs.: Atente-se ao fato de que uma coisa é afirmar que a Revolução Francesa teve o lema
de liberdade, igualdade e fraternidade, e outra é saber se ela tratou sobre isso de
fato. Na verdade, na Revolução Francesa a luta foi apenas por direitos civis e polí-
ticos, portanto sobre direitos de liberdade. Ela não tratou sobre direitos de segunda
geração, ou seja, sobre igualdade material, como são direitos sociais, econômicos e
culturais, e nem dos direitos difusos e coletivos da 3ª geração.

ATENÇÃO
A diferença entre essa declaração e a Declaração de Direitos do Bom Povo da Virgínia é
que nos EUA a luta por direitos políticos foi mais forte, já que eles entendiam que os demais
direitos seriam consequência.

Documentos de 2ª Geração
1917 - CONSTITUIÇÃO MEXICANA
5m
• Primeiro documento a elevar os Direitos Trabalhistas ao patamar dos Direitos
Fundamentais.
ANOTAÇÕES

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• O poder da Igreja é fortemente reduzido. Foi a partir do México que surgiu a ideia de
que o Estado é laico.
• Foi o marco do movimento constitucionalista que consagrou direitos sociais, de
segunda geração/dimensão (relativos às relações de produção e de trabalho, à educa-
ção, à cultura, à previdência).
• Proteção do trabalhador assalariado – é a parte da Constituição Mexicana que trouxe
normas e mais dignidade para o trabalhador nas relações trabalhistas.
• Introduziu a ideia de estado laico.
• Trabalhou questões de educação pública gratuita, bem como a reforma agrária.

1919 - CONSTITUIÇÃO DE WEIMAR


• A Constituição de Weimar, trilhou a mesma via da Carta mexicana, e previu em seu
texto todas as convenções aprovadas pela então recém-criada Organização Interna-
cional do Trabalho.
• Possui uma clara proteção do trabalhador. Esse ano, inclusive, foi o mesmo ano de
criação da OIT, que foi inspiração para a Constituição de Weimar. Portanto, a Alema-
nha positivou dentro do sistema jurídico constitucional esses direitos humanos.
10m
• Igualdade material entre:
– Marido e mulher;
– Filho legítimo e ilegítimo. O filho bastardo nessa época não tinha direito ao serviço
oferecidos pelo Estado.

1927 - CARTA DEL LAVORO


• Documento elaborado pelo Partido Nacional Fascista (Benito Mussolini).
• Mussolini era muito amigo de Getúlio Vargas, o que acabou por inspirar diversos pontos
importantes da CLT.
• A ideia do documento era guiar as relações de trabalho na sociedade italiana. E trouxe:
Organização Sindical e Sindicatos de Trabalhador.

Obs.: Perceba que, o tema trabalho foi o foco de diversos movimentos. Isso se deu pois o
assunto trabalho – por conta das revoluções industriais e do socialismo – tomou um
papel importante, visto que havia uma luta contra a exploração do empregado con-
tra o patrão, o que levou a população a exigir direitos trabalhistas para trazer mais
ANOTAÇÕES

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dignidade nessa relação. Logo após, obviamente, vem a luta por saúde, educação,
previdência etc.

1945 - CARTA DA ONU


• Carta de São Francisco
• O principal marco foi em estimular a comunidade internacional em relação a manuten-
ção da segurança e da paz mundial.
15m
• Contexto histórico: foi criada dois meses depois do fim da 2ª Guerra Mundial, em 24
de outubro de 1945. A sensação de fraternidade e de nações amigas em prol da paz
mundial era muito forte, o que fez com que a comunidade internacional acelerasse
a criação da ONU. Além disso, tinha como finalidade a necessidade de promover a
paz mundial e a cooperação internacional, nesse sentido foi colocado o homem como
centro de direitos independente do território, para tanto era necessário um documento
que tratasse sobre os direitos inerentes ao homem. Depois da criação da ONU, houve
um grupo de trabalho que durou 3 anos, e que tinha como objetivo elaborar um docu-
mento que declarasse os direitos básicos à pessoa humana, foi a partir disso que
nasceu a Declaração Universal Dos Direitos Humanos.

1948 - DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS


• Universalização dos Direitos Humanos.
• É o documento mais importante sobre os Direitos Humanos.
• Possui 30 artigos divididos em: direitos civis e políticos, direitos sociais, econômicos e
culturais.

DIRETO DO CONCURSO
1. (VUNESP/PC-SP/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Esse documento histórico de remota
conquista dos direitos humanos foi editado com o escopo de assegurar a Supremacia
do Parlamento sobre a vontade do Rei, controlando e reduzindo os abusos cometidos
pela nobreza em relação aos seus súditos, em especial declarando, dentre outras con-
quistas, o direito de petição, eleições livres e a proibição de fianças exorbitantes e de
penas severas:
a. Petition of Rights, de 1628.
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b. Habeas Corpus Act, de 1679.


c. The Bill of Rights, de 1689.
d. Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789.
e. Magna Carta, de 1215.

COMENTÁRIO
A questão trata exatamente o que foi visto na no assunto Bill Of Rights.
20m

2. (VUNESP/PC-SP/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) No tocante à temática dos direitos


humanos, considerando seu surgimento e sua evolução histórica, assinale a alternativa
que contempla correta e cronologicamente seus marcos históricos fundamentais.
a. O iluminismo, o constitucionalismo e o socialismo.
b. O cristianismo, o socialismo e o constitucionalismo.
c. A Magna Carta, a Constituição Alemã de Weimar e a Declaração de Independência
dos Estados Unidos da América.
d. A Magna Carta, a queda da Bastilha na França e a criação da Organização das
Nações Unidas.
e. O iluminismo, a Revolução Francesa e o fim da Segunda Guerra Mundial.

COMENTÁRIO
A questão quer saber sobre os marcos históricos, que são: O iluminismo (XVI), a Revolu-
ção Francesa (1789) e o fim da Segunda Guerra Mundial (1945).

(FCC/DPE-RS/DEFENSOR PÚBLICO/2018) De acordo com a historiadora americana


Lynn Hunt, os direitos permanecem sujeitos a discussão porque a nossa percepção de
quem tem direitos e do que são esses direitos muda constantemente. A revolução dos
direitos humanos é, por definição, contínua (A Invenção dos Direitos Humanos; uma
história. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 270).
Em relação à evolução histórica do regime internacional de proteção dos direitos huma-
nos, julgue as assertivas abaixo.
ANOTAÇÕES

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3. A Magna Carta (1215) contribuiu para a afirmação de que todo poder político deve ser
legalmente limitado.

COMENTÁRIO
Foi através da Magna Carta que pela primeira vez o poder do Estado foi limitado.

4. O Habeas Corpus Act (1679) criou regras processuais para o habeas corpus e robuste-
ceu a já conhecida garantia.

COMENTÁRIO
O HC já era conhecido desde a Magna Carta, logo esse documento robusteceu a garantia
com a criação de regras processuais.

5. Na Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776) percebe-se que a digni-


dade da pessoa humana exige a existência de condições políticas para sua efetivação.

COMENTÁRIO
A Declaração do Bom Estado da Virgínia entendia que para a efetivação e promoção de
outros direitos da dignidade da pessoa humana era necessário alcançar a primeiros os
direitos políticos.

6. O processo de universalização, sistematização e internacionalização da proteção dos


direitos humanos intensificou-se após o término da 2ª Guerra Mundial.

COMENTÁRIO
Quando a questão dispuser que o processo de universalização, sistematização e interna-
cionalização da proteção dos direitos humanos iniciou ou intensificou após o término da
2ª Guerra Mundial estará correto.
Pois é correto considerar que foi intensificado, já que pode se considerar aspectos prece-
dentes, como Direito Humanitário, criação da OIT, Cruz Vermelha etc.
ANOTAÇÕES

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7. (UECE-CEV/SEAS – CE/SOCIOEDUCADOR/2017) Atente ao seguinte enunciado: “[...]


também guiada pelo ideário iluminista, veio a consagrar inúmeros direitos da pessoa,
em documentos como a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, e
as Constituições de 1791 e de 1793, que reconheceram expressamente a liberdade e
a igualdade inerentes ao ser humano, bem como a necessidade de limitar os poderes
estatais, de modo a que estes não interferissem na esfera de liberdade dos indivíduos”.
No que diz respeito a direitos humanos, o enunciado acima faz referência ao legado
resultante da
25m
a. Revolução Inglesa.
b. Revolução Francesa.
c. Revolução Industrial.
d. Primeira Guerra Mundial.

COMENTÁRIO
É a data da Revolução Francesa.

8. (FCC/DPE-BA/DEFENSOR PÚBLICO/2016) Com relação à origem histórica dos direi-


tos humanos, um grande número de documentos e veículos normativos podem ser
mencionados, dentre eles é correto afirmar que cada um dos documentos abaixo men-
cionados está relacionado com um direito humano específico, com EXCEÇÃO de:
a. Declaração de Direitos do Estado da Virgínia, 1776, que disciplinou os direitos traba-
lhistas e previdenciários como direitos sociais.
b. Declaração de Direitos (Bill of Rights), 1689, que previu a separação de poderes e o
direito de petição.
c. Convenção de Genebra, 1864, que teve relevante destaque no tratamento do direito
humanitário.
d. Constituição de Weimar, 1919, que trouxe a igualdade jurídica entre marido e mulher,
equiparou os filhos legítimos aos ilegítimos com relação à política social do Estado.
e. Constituição Mexicana, 1917, que expandiu o sistema de educação pública, deu base
à reforma agrária e protegeu o trabalhador assalariado.
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COMENTÁRIO
a. o primeiro documento a disciplinar direitos trabalhista foi a Constituição Mexicana.
Ademais, a Declaração de Direitos do Estado da Virgínia tratava sobre direitos civis e
políticos (1ª geração).

9. (VUNESP/PC-SP/ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL/2014) Documento histórico relevante


na evolução dos direitos humanos, elaborado no século XIII, que regulava várias ma-
térias, de sentido puramente local ou conjuntural, ao lado de outras que constituem as
primeiras fundações da civilização moderna, que considera que o rei se encontra vincu-
lado pelas próprias leis que edita e que traz a essência do princípio do devido processo
legal em seu texto. Tal descrição se refere à:
a. Lei de Habeas Corpus (ou Habeas Corpus Act).
b. Declaração de Direitos da Inglaterra (ou Bill of Rights).
c. Declaração de Independência dos Estados Unidos da América.
d. Magna Carta (ou Magna Charta Libertatum).
e. Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

COMENTÁRIO
Foi na Carta Magna que o rei se encontra vinculado pelas próprias leis que edita e que traz
a essência do princípio do devido processo legal em seu texto.

10. (VUNESP/PC-SP/AUXILIAR DE NECROPSIA/2014) Considerando a evolução histó-


rica e cronológica dos direitos humanos em âmbito internacional, pode-se afirmar que
existiram três MARCOS históricos fundamentais. São eles:
30m
a. o jusnaturalismo, a promulgação da Constituição dos Estados Unidos da América e a
independência do Brasil.
b. a queda do Império Romano, a queda da Bastilha, na França, e a criação da Organi-
zação das Nações Unidas.
c. o Iluminismo, a Revolução Francesa e o término da Segunda Guerra Mundial.
d. o totalitarismo, a queda de Hitler e a Promulgação da Constituição Brasileira de 1988.
e. a criação da Igreja Católica, o constitucionalismo e o fim da Primeira Guerra Mundial.
ANOTAÇÕES

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COMENTÁRIO
São o Iluminismo, a Revolução Francesa e o término da Segunda Guerra Mundial.

11. (VUNESP/PC-SP/AGENTE DE POLÍCIA/2013) Assinale a alternativa que indica o mo-


vimento que tornou mundialmente conhecidos os ideais representativos dos direitos
humanos reconhecidos e representados pela liberdade, igualdade e fraternidade.
a. Independência dos Estados Unidos da América.
b. Revolução Francesa.
c. Cristianismo.
d. Catolicismo.
e. Iluminismo.

COMENTÁRIO
É o lema da Revolução Francesa.

12. (VUNESP/PC-SP/INVESTIGADOR DE POLÍCIA/2013) Dentre os documentos reconhe-


cidos internacionalmente e que limitaram o poder do governante em relação aos direitos
do homem, encontra-se o mais remoto e pioneiro antecedente que submetia o Rei a um
corpo escrito de normas, procurava afastar a arbitrariedade na cobrança de impostos e
implementava um julgamento justo aos homens. Esse importante documento histórico
dos direitos humanos denomina-se
a. Talmude.
b. Magna Carta da Inglaterra.
c. Alcorão.
d. Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão da França.
e. Bill of Rights.

COMENTÁRIO
O mais remoto e pioneiro antecedente que submetia o Rei a um corpo escrito de normas
foi a Magna Carta da Inglaterra.
ANOTAÇÕES

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13. (ESAF/CGU/2012) A Declaração de Independência dos Estados Unidos da América de


1776 e a Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 são con-
sideradas de grande relevância para o reconhecimento das garantias e proteção aos di-
reitos humanos. Essas duas Declarações possuíam características em comum, exceto:
a. os direitos declarados traziam uma conotação de direito natural.
b. os direitos ainda eram concebidos como privilégios.
c. garantiam o direito à propriedade.
d. asseguravam direitos já inseridos na Constituição de seus Estados.
e. os direitos tinham conotação individualista.

COMENTÁRIO
Era uma declaração, como o intuito de que o Estado constitucionalizasse esses direitos.

14. (VUNESP/DPE-MS/DEFENSOR PÚBLICO/2008) Quando se fala em Direitos Huma-


nos, considerando sua historicidade, é correto dizer que
a. somente passam a existir com as Declarações de Direitos elaboradas a partir da
Revolução Gloriosa Inglesa de 1688.
b. foram estabelecidos, pela primeira vez, por meio da Carta Magna de 1215, que é a
expressão maior da proteção dos Direitos do Homem em âmbito universal.
c. a concepção contemporânea de Direitos Humanos foi introduzida, em 1789, pela
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, fruto da Revolução Francesa.
d. a internacionalização dos Direitos Humanos surge a partir do Pós-Guerra, como res-
posta às atrocidades cometidas durante o nazismo.

COMENTÁRIO
a. já existia há muito tempo. Ex.: Magna Carta, Cilindro de Ciro.
b. Tinha documentos religiosos que já dispunha sobre esses assuntos. Além disso, a
Magna Carta tinha aplicação na Inglaterra e não Universal.
35m
c. Houve uma significativa evolução em todos os outro direitos, e não somente nos direi-
tos civis e políticos que eram preocupação da Revolução Francesa.
d. Perfeito.
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15. (CESPE/PRF - POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2019) Acerca de aspectos da teoria


geral dos direitos humanos, da sua afirmação histórica e da sua relação com a respon-
sabilidade do Estado, julgue o próximo item.
Todos os direitos humanos foram afirmados em um único momento histórico.

COMENTÁRIO
São frutos de uma evolução histórica.

GABARITO
1. c
2. e
3. C
4. C
5. C
6. C
7. b
8. a
9. d
10. c
11. b
12. b
13. d
14. d
15. E

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Thiago Medeiros.
�A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
Aspectos gerais dos direitos humanos
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ASPECTOS GERAIS DOS DIREITOS HUMANOS

INTRODUÇÃO

Aspectos gerais dos direitos humanos é o tema mais doutrinário desta matéria. Nesta
aula serão abordados os seguintes aspectos: conceituação, terminologias, gerações ou
dimensões de desmandos, assim como as características e alguns temas que nos últimos
anos têm sido cobrados em provas: estrutura normativa dos direitos humanos e classificação
acerca dos status de Jellinek.

CONCEITO DE DIREITOS HUMANOS

Obs.: sobre a conceituação, cada doutrinador traz sua linha de raciocínio sobre o tema,
mas em alguns pontos, esses conceitos são imutáveis. E são os pontos mais impor-
tantes para a prova.

“Um conjunto institucionalizado (positivado) de direitos e garantias do ser humano que


tem por finalidade o respeito à sua dignidade por meio de sua proteção contra o arbítrio do
poder estatal e o estabelecimento de condições mínimas de vida e o desenvolvimento da
personalidade humana.” Alexandre de Moraes

Obs.: positivado, no Direito, significa que é escrito, normatizado.

Para compreender a matéria de direitos humanos deve-se pensar na relação entre um


indivíduo e o Estado. É aqui que são percebidos os aspectos históricos da humanidade
que refletiram nas normas jurídicas e desde quando começamos a falar em direitos do ser
humano, direito de dignidade.

“Conjunto de faculdades e instituições que, em cada momento histórico, concretizam


as exigências de dignidade, liberdade e igualdade humanas, as quais devem ser reconheci-
das positivamente pelos ordenamentos jurídicos em nível nacional e internacional.” Antônio
Peres Luño
ANOTAÇÕES

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Nesse conceito novamente percebemos o aspecto histórico de direitos humanos, cada


momento reflete normas específicas.

“Os direitos humanos consistem em um conjunto de direitos considerados indispensáveis


para uma vida humana pautada na liberdade, igualdade e dignidade. Os direitos humanos
são os direitos essenciais e indispensáveis à vida digna.” André de Carvalho Ramos
5m

Os direitos humanos são “garantias jurídicas universais que protegem indivíduos e


grupos contra ações ou omissões dos governos que atentem contra a dignidade humana”.
Organização das Nações Unidas (ONU)

Perceba que no próprio conceito da ONU, é possível extrair a concepção de um indivíduo


utilizando de um rol de direitos para evitar o arbítrio estatal, e evitar qualquer tipo de ação ou
omissão do Estado contra esse indivíduo.

O primeiro ponto destacado de direitos humanos pelos teóricos da atualidade é um conjunto


de direitos positivados, portanto escritos e normatizados tanto em âmbito nacional e internacional.
Além disso, ao se falar em finalidade dos direitos humanos, é possível perceber clara-
mente que esses quatro conceitos circulam em um ponto essencial que é justamente a pro-
teção do indivíduo contra o arbítrio estatal.

TERMINOLOGIA

Obs.: dentro da matéria de Direitos Humanos, existe distinção entre as terminologias uti-
lizadas. Quando queremos ser técnicos em relação a esses termos temos que apli-
cá-los dentro da maneira devida em um texto. As duas terminologias mais cobradas
são: direitos humanos e direitos fundamentais. Além desses, podem ser cobrados:
direitos do homem e direito humanitário.

Direitos do Homem
Expressão de cunho jusnaturalista que conota a série de direitos naturais (ou seja,
ainda não positivados) aptos à proteção global do homem e válidos em todos os tempos.
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
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Este termo é muito antigo de cunho jusnaturalista e não há necessidade de norma escrita.
Um dos fundamentos dos direitos humanos é o jusnaturalismo. Para o jusnaturalismo, os direi-
tos humanos decorrem da própria existência do homem, fazem parte da nossa consciência.
Uma parcela desses doutrinadores entende que os direitos humanos são uma criação divina.
10m
Por isso, se é uma criação do divino, não há a necessidade de estar positivado em lei.
Essa é a ideia do jusnaturalismo quanto a desnecessidade de positivação.
Pontos importantes sobre direitos do homem:
• É a primeira nomenclatura utilizada;
• Não positivados.

Obs.: direitos fundamentais e direitos humanos são os termos mais cobrados e de maneira
conjunta, portanto é importante saber a diferença entre esses dois termos.

Direitos Fundamentais
Expressão afeta à proteção interna dos direitos dos cidadãos, ligada aos aspectos
ou matizes constitucionais de proteção, no sentido de já se encontrarem positivados nas
Cartas Constitucionais contemporâneas.
Pontos importantes sobre direitos fundamentais:
• São direitos escritos, em sua maioria;
• Plano de positivação interno.

Direitos Humanos
Direitos inscritos (positivados) em tratados e declarações ou previstos em costumes
internacionais.
Pontos importantes sobre direitos humanos:
• São direitos escritos, em sua maioria;
• Plano de positivação é internacional.

A diferença entre direitos humanos e direitos fundamentais não está no conteúdo, mas
está na aplicação, no plano da positivação.
Se ele foi positivado no plano interno, constitucional e doméstico, é o direito fundamental.
Se o direito da pessoa humana está normatizado em tratados internacionais, até mesmo
no costume internacional, é o direito humano.
ANOTAÇÕES

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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
Aspectos gerais dos direitos humanos
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ATENÇÃO
Direito humanitário
Não se confunde com os outros termos aqui adotados. A aplicação é específica em confli-
tos armados internacionais. São direitos de guerra.
15m
Exemplo: direito humanitário está atuando na Síria, porque está tendo conflito armado.

CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS

Relatividade
Os direitos humanos não são absolutos, ou seja, podem sofrer restrições, podem ser
limitados por outro direito.
No estudo das características dos direitos humanos não se pode criar uma pirâmide hie-
rárquica de direitos da pessoa humana. Não se pode dizer que a vida vai sempre preponde-
rar em relação aos demais direitos. A análise deve ser do caso concreto, deve sempre ser
feita no caso concreto uma ponderação de valores, pois não sendo absolutos, significa que
os direitos humanos podem entrar em conflito entre si.
Para resolver esse conflito é necessário fazer uma ponderação de valores do caso con-
creto. É essa a ideia de relatividade dos direitos humanos.

Essa limitação decorre da finalidade:


• de adequação a outros valores coexistentes na ordem jurídica interna ou internacional.

Obs.: entrando em conflitos esses direitos, a solução é feita no caso concreto através de
ponderação de valores ou harmonização de direitos.
20m

Apesar de os direitos humanos não serem absolutos, não encontramos no ordenamento


interno ou internacional de direitos humanos qualquer excepcionalidade em relação aplica-
ção da tortura.
ANOTAÇÕES

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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
Aspectos gerais dos direitos humanos
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Imprescritibilidade
Em regra, os direitos humanos não desaparecem com o simples decurso do tempo.
Não se estabelece um prazo para fruição do direito fundamental.
Uma coisa é o não exercício de um direito humano, há vários direitos de liberdade que
podem ser exercidos ou não, isto é, é uma faculdade da pessoa e não existe um tempo espe-
cífico para gozar desses direitos. O termo imprescritibilidade é usado de maneira genérica.

Historicidade
Os direitos humanos encontram-se em constante modificação, pois são frutos da
evolução histórica da sociedade.
25m
Há um tema dentro de direitos humanos que é a evolução histórica ou afirmação histórica
dos humanos, os acontecimentos da humanidade relacionados com direitos.
Isso é importante para demonstrar, através da Sociologia, que os aspectos sociais e os
aspectos históricos refletem diretamente nas normas. Portanto, assim como a sociedade vai
evoluindo ao longo do tempo, as normas jurídicas de proteção ao indivíduo também vão evo-
luindo, e refletem a cada tempo o que a sociedade quer.
No início do século XX, percebemos lutas acerca de direitos sociais que perduram por
diversas décadas. Direitos sociais são direitos como educação, trabalho, saúde e ainda são
direitos que lutamos hoje, mas não são os únicos.
Os aspectos históricos refletem diretamente nas normas de direitos humanos.
Nada acerca de normas jurídicas é por acaso. É um reflexo da sociedade. O direito é rea-
tivo, quando acontece algo na sociedade, o Estado, através do direito, dá uma resposta: seja
limitando, seja garantindo algo.
O Direito, portanto, é uma ciência social aplicada, e anda ao lado da Sociologia. Compre-
endendo a sociedade, é possível compreender a razão da existência de normas.

ATENÇÃO
A doutrina tem usado o termo historicidade expansiva dos direitos humanos. Ela não admite
a supressão ou diminuição de direitos já existentes e está associada a uma característica dos
direitos humanos chamada de vedação ao retrocesso, que tem outro nome: “efeito cliquet”.
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
Aspectos gerais dos direitos humanos
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Historicidade expansiva
Pense na proteção de direitos humanos como se fosse um círculo que com o passar do
tempo vai se expandindo e aumentando a proteção de direitos. Isso significa que essa expan-
são não pode retroagir, essa é a característica do não retrocesso dos direitos humanos, que
em algumas provas pode vir com o nome “efeito cliquet”.
30m

Efeito Cliquet
Direitos humanos é um conjunto positivado de normas que tem como finalidade princi-
pal a proteção do indivíduo contra o arbítrio estatal e o “efeito cliquet” é não admitir qualquer
retrocesso em relação ao que foi conquistado em relação aos direitos humanos.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Thiago Medeiros.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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DIREITOS HUMANOS
Aspectos Gerais dos Direitos Humanos
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ASPECTOS GERAIS DOS DIREITOS HUMANOS

CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS

Universalidade
Os direitos humanos devem ser garantidos a todas as pessoas, independentemente de
grupo, sexo, cor, raça, idade etc.
Algumas vezes, será encontrada a característica da universalidade associada à não distinção.

ATENÇÃO
Exemplos de como pode ser cobrado em prova:
Pessoas que violam os direitos humanos continuam a gozar da proteção dada por es-
ses direitos?
Direitos humanos são para todos, até mesmo para aqueles que cometeram um crime.
Baseado em qual característica dos direitos humanos, a pessoa que comete um crime terá
proteção dos direitos humanos?
Baseado na característica da universalidade.

Irrenunciabilidade
• Não se admite renúncia genérica a um direito humano.
• O não exercício do direito humano é diferente da irrenunciabilidade de direitos humanos.
• De maneira pontual, uma pessoa pode deixar de exercer um direito humano.

Exemplo: quando uma pessoa doa um objeto para alguém, ela não está renunciando ao
direito, ela está deixando de exercer o direito de ter aquilo como propriedade. Isso não significa
que essa pessoa está fazendo uma renúncia genérica ao direito de propriedade.
5m

Obs.: na prova os exercícios que serão trabalhados tendem a ser bem pontuais em relação
ao não exercício de um direito fundamental, geralmente é o direito da propriedade,
mas isso não significa renúncia ao direito.
ANOTAÇÕES

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Aspectos Gerais dos Direitos Humanos
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Outro exemplo: o professor Thiago Medeiros, enquanto indivíduo, tem o direito de


imagem que é irrenunciável e é inegociável, como regra. Mas temporariamente pode ceder
ao Gran Cursos Online, mas não de maneira genérica, não de maneira absoluta.
Regra: não se admite renúncia genérica. O que pode existir é o não exercício do direito.

Inalienabilidade
Os direitos humanos não podem ser negociados. Essa característica exclui atos de
disposição dos direitos fundamentais, tais como venda ou doação.
Na prova, cuidado com os exemplos pontuais que são temporários e não absolutos.
Exemplo: o direito de imagem é um direito humano que pode ser negociado, mas tem-
porariamente. É o caso dos jogadores de futebol, que quando utilizam uma marca estão
associando a imagem deles a uma marca, estão negociando seu direito de imagem, mas é
um contrato temporário.

Obs.: a dignidade da pessoa humana é inalienável e não é objeto de negociação.

CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS.


10m

Na visão de Jellinek, os direitos humanos devem ser traduzidos em normas jurídicas


estatais para que possam ser garantidos e concretizados. Por isso, sua teoria relaciona-se
com a posição do direito do indivíduo em face do Estado, com previsão de mecanismos de
garantia a serem invocados no ordenamento estatal.
Do trecho “traduzidos em normas jurídicas”, pode-se afirmar que Jelinek era positivista
e significa que ele acreditava no direito escrito, normatizado, estruturado em um ordena-
mento jurídico.
4 status de Jellinek:
• Passivo;
• Ativo;
• Negativo;
• Positivo.

Esses 4 status trabalham a relação do indivíduo com o Estado, pois os indivíduos estão
em constante conflito com o Estado.
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Aspectos Gerais dos Direitos Humanos
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Dica de prova
Separe por perspectivas:
• Status passivo e ativo são analisados sob a perspectiva do indivíduo.
• Status negativo e positivo são analisados sob a perspectiva do Estado.

Status passivo
No status passivo, o indivíduo encontra-se em posição de subordinação (passividade)
em relação ao Estado.
A prática disso é qualquer tipo de norma que o impeça de exercer algum direito.
Exemplo: normas que restringem a liberdade de locomoção. Durante a pandemia, em
alguns lugares os indivíduos foram obrigados a não sair. Em alguns momentos, encontra-
mos normas que impedem essa liberdade. Isto é, leis que impõe proibições / restrições ao
15m
indivíduo.

Status ativo
No status ativo, o indivíduo possui o poder de influenciar na formação da vontade do Estado.
São poucas as formas de influência do indivíduo na formação da vontade do Estado, mas
pode-se pensar, por exemplo, no direito ao voto.
Quando o indivíduo exerce o direito ao voto, ele está influenciando o poder estatal. Outra
forma é a manifestação política. A participação em referendo e plebiscito também é uma
forma de influenciar o estado.

Status negativo
No status negativo, o Estado deve adotar uma postura de não fazer, não intervir na
esfera de liberdades individuais dos cidadãos.
20m
Exemplo: direitos de liberdade religiosa.
O Estado tem a função de proteger o cidadão, criar normas, pacificar a sociedade. Em alguns
momentos, para que os indivíduos possam exercer os direitos, o Estado tem que se afastar.

Obs.: o Estado está em posição negativa, daí que vem a ideia de status negativo. São di-
reitos que exigem uma postura absenteísta.

Direitos de primeira geração.


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Aspectos Gerais dos Direitos Humanos
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Status positivo
• No status positivo, o cidadão tem o direito de exigir prestações do Estado em seu favor.
• Aqui o estado tem a obrigação de prestar. É chamado de estado prestacionista.
• Exemplo: direito à saúde, à educação básica, ao trabalho.
• Direitos de segunda geração.

Dica
Relacionar ao tema de gerações de direitos humanos.
• Direitos de primeira geração:direitos de liberdade, e para o exercício do direito de liber-
dade precisamos que o Estado não faça. Direitos de primeira geração estão relaciona-
dos ao status negativo do estado.
• Direitos de segunda geração: direitos sociais como saúde, transporte, lazer, educação,
trabalho, portanto podemos associar ao status positivo de Jellinek.
25m

ESTRUTURA NORMATIVA DOS DIREITOS HUMANOS

Uma maneira mais simples de entender a estrutura normativa dos direitos humanos, é
analisar o conjunto das normas verificando se são normas que possuem um conjunto fechado
ou aberto a interpretações.
Quando se fala de direitos humanos, pela própria característica da historicidade, com
o decorrer do tempo, esses direitos vão se atualizando. Então, podemos ir acrescentando
novos ramos aos direitos humanos.
A estrutura, enquanto normas dos direitos humanos, é aberta, pois é possível acrescer
novos direitos.

REGRAS

São enunciados jurídicos que preveem um FATO, que se ocorrer terá uma consequ-
ência jurídica.
Exemplo: o Direito Penal é composto por uma regra, e quando a regra acontece há uma
consequência. A regra no Direito Penal é chamada de conduta, ao passo que a consequência
é chamada de pena.
ANOTAÇÕES

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Aspectos Gerais dos Direitos Humanos
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O crime mais importante do Código Penal está no art. 121, que é matar alguém. Matar
alguém é uma conduta prevista dentro do ordenamento jurídico penal. E se essa conduta
acontecer, há uma consequência jurídica que é uma pena de 6 a 20 anos.
Os crimes da Parte Especial do Código Penal claramente refletem a ideia de regras.
No estudo do Direito, também são estudados os princípios, mas não são tão reativos quanto
às regras.
Princípio da insignificância: a aplicação dele não é tão clara, deve-se analisar o caso
concreto, o que o STF chama de requisitos objetivos para a aplicação do princípio da insigni-
ficância sobre o princípio da bagatela.
Princípios, portanto, são normas mais abertas e cabe uma maior interpretação.
Para compreender o que é uma estrutura aberta ou fechada é preciso olhar para o ramo
e analisar se há mais princípios ou regras.
O ramo de direitos humanos é baseado mais em princípios e significa que está aberto a
acrescer novos direitos, além de aberto à interpretação em caso concreto.
30m

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ASPECTOS GERAIS DOS DIREITOS HUMANOS

Estudo da estrutura normativa dos direitos humanos sob a visão doutrinária do livro do
professor André de Carvalho Ramos.

O PULO DO GATO
No ecossistema dos concursos públicos do país, a visão doutrinária do professor André de
Carvalho Ramos sobre a estrutura normativa dos direitos humanos tem sido cobrada em
provas em, pelo menos, cinco questões.

• ESTRUTURA NORMATIVA DOS DIREITOS HUMANOS


(André de Carvalho Ramos)

André de Carvalho Ramos divide essa estrutura de direitos humanos em quatro formas
de direito, a saber, direito de:

– pretensão;
– liberdade;
ANOTAÇÕES

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Aspectos gerais dos direitos humanos

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– poder; e
– imunidade.

O PULO DO GATO
Na introdução a seu livro, o autor trabalha esses conselhos em pouco mais de uma página,
e as bancas que usam essa classificação foram fiéis ao texto do livro. Da mesma forma,
o conteúdo desta aula é fiel ao texto de Carvalho Ramos, adicionados alguns recursos di-
dáticos como forma de ajuda à lembrança em hora de prova. Quanto a exemplos, deve-se
ater àqueles usados pelo referido professor, haja vista os direitos poderem receber mais de
uma classificação. Por exemplo, ao se trabalhar liberdade religiosa, percebe-se que ela se
encaixa em várias classificações, ou seja, aprofundando-se na matéria,verificam-se aplica-
ções distintas, as quais, recomenda-se, não se fazerem em prova porque a banca não irá
fazer isso. Trata-se, ao contrário, de associar exemplo a conceito apresentado como forma
de acertar, rapidamente, questões a respeito.

Direito-pretensão

Textualmente, o direito-pretensão “É o direito do titular de ter alguma coisa que é devido
pelo Estado ou até mesmo por outro particular”. A palavra-chave a ser identificada é “dever”,
dado que o titular, isto é, o indivíduo tem a pretensão de alguma coisa, ou seja, ele busca
algo, e essa busca de algo, sob a perspectiva do indivíduo, gera para o Estado, em contra-
partida, um dever de prestação.

Exemplo utilizado na doutrina: Educação Básica.


Se o indivíduo busca educação básica, isso gera para o Estado dever de prestar edu-
cação básica. Assim sendo, o direito-pretensão está, diretamente, associado aos direitos
sociais de segunda geração. O exemplo dado no livro é educação básica, mas isso fun-
ciona para qualquer direito social – seja saúde, transporte, lazer, direitos trabalhistas etc., e
o Estado tem o dever de prestar.
5m
ANOTAÇÕES

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Direito-liberdade

O direito-liberdade é o direito que impõe a abstenção ao Estado ou a terceiros, no sen-
tido de se ausentar, de não atuarem como agentes limitadores. Para se exercer o direito-li-
berdade, é preciso que o Estado se abstenha; logo, a expressão-chave a ser identificada
é “ausência estatal”, dado que o indivíduo tem a liberdade, ou seja, tem a escolha de fazer
ou não alguma coisa, e essa faculdade de agir, sob a perspectiva do indivíduo, gera para o
Estado, em contrapartida, um dever de ausência, ou seja, ausência estatal. Exemplo utili-
zado na doutrina: Liberdade Religiosa.
O indivíduo tem o direito de exercer seu credo, de manifestar sua crença ou religião. Para
isso, é preciso que o Estado se ausente, isto é, saia de cena para que o indivíduo possa
tornar-se protagonista dos direitos individuais de primeira geração – direitos de liberdade. O
exemplo do livro é liberdade religiosa, mas qualquer direito de liberdade funciona para essa
classificação, gerando uma ausência do Estado. Trata-se, portanto, do direito que impõe
a abstenção estatal, o não fazer do Estado, no sentido de se ausentar, de não atuar como
agente limitador desse direito.

Direito-poder

O direito-poder é o direito que possibilita à pessoa exigir a sujeição do Estado ou de outra
pessoa para que esses direitos sejam observados. Haja vista os direitos poderem ser clas-
sificados com mais de uma forma de estrutura, veja-se que o direito-poder está muito pró-
ximo do direito-liberdade, isto é, há uma certa ligação com em relação à intervenção estatal;
porém, para se exercer o direito-poder, é preciso que o Estado tenha uma atuação; logo, a
expressão-chave a ser identificada é “sujeição estatal”, dado que o indivíduo tem o poder de
exigir algo, e essa faculdade de exigir, sob a perspectiva do indivíduo, gera para o Estado, em
contrapartida, uma sujeição do Estado, ou seja, sujeição estatal, no sentido de fazer alguma
coisa, ou seja, de responder a essa exigência do indivíduo. Exemplo utilizado na doutrina:
Assistência de Familiares.
Se o sujeito é preso em flagrante, por exemplo, tem o direito de, imediatamente, comu-
nicar a sua prisão a um familiar ou a outra pessoa. Assim sendo, o preso em flagrante tem a
faculdade de exigir do Estado essa assistência familiar, assistência esta ditada pela lei, pelo
próprio Código Processual Penal (CPP) e a Constituição Federal, e o Estado tem que provi-
denciar esse contato.
10m
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
Aspectos gerais dos direitos humanos

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Direito-imunidade

O direito-imunidade é o direito que impede o Estado de agir no sentido de interferir nesse
direito. Nesse aspecto, a expressão-chave a ser identificada é “impedimento estatal”, haja
vista ser dada ao indivíduo uma autorização por norma, gerando para o Estado um impedi-
mento. Exemplo utilizado na doutrina: Inviolabilidade Domiciliar.
O exemplo do livro é inviolabilidade domiciliar, mas qualquer inviolabilidade funciona para
essa classificação – de correspondência, comunicações telegráficas etc., gerando o impedi-
mento do Estado. Trata-se, portanto, do direito estudado no artigo 5º, inciso XI, da Constitui-
ção Federal.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
por determinação judicial;

A regra é, pois, inviolabilidade – ninguém, nem mesmo agente estatal, pode entrar em
uma casa sem autorização, sem o consentimento do proprietário. Essa inviolabilidade é dada
por uma norma, e a autorização que torna a casa asilo inviolável, leva ao Estado o impedi-
mento de agir e nela penetrar.

O PULO DO GATO
Tudo é muito próximo e não foi feito para separação em blocos. No entanto, atendendo-se
à objetividade em prova de concurso público, sugere-se o esquema montado aqui. Lem-
bre-se que as cinco questões existentes a respeito resolvem-se com base nesse esquema.
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DIREITOS HUMANOS
Aspectos gerais dos direitos humanos

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• FUNDAMENTOS DOS DIREITOS HUMANOS

Os conceitos acima destacam visões existentes quando se fala de fundamentos dos


direitos humanos, a saber:

– fundamento jusnaturalista;
– fundamento positivista; e
– fundamento moralista.

O fundamento jusnaturalista fundamenta “os direitos humanos em uma ordem superior,


universal, imutável e inderrogável. Por essa teoria, os direitos humanos fundamentais não
são criação dos legisladores, tribunais ou juristas, e, consequentemente, não podem desa-
parecer da consciência dos homens”. Logo, sendo uma criação divina imutável e para todos,
segundo o fundamento jusnaturalista, os direitos humanos compõem, portanto, a própria
existência e consciência humanas e, por isso mesmo, tratando-se de algo criado por Deus,
obviamente, não passariam por atualização legislativa, não poderiam ser revogados, nem
precisariam estar escritos ou positivados.
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
Aspectos gerais dos direitos humanos

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Ao longo dos séculos, isso evolui e, hoje, a teoria de jusnaturalista não consegue funda-
mentar os direitos humanos por si só. O fundamento positivista, por sua vez, fundamenta
15m
“a existência dos direitos humanos na ordem normativa, enquanto legítima manifestação da
soberania popular. Desta forma, somente seriam direitos humanos fundamentais aqueles
expressamente previstos no ordenamento jurídico positivado”.
Nesse aspecto, em fins do século XIX e início do século XX, quando aparece essa cor-
rente, ela ditava que os direitos humanos fundamentais somente seriam aqueles, expres-
samente, escritos, normatizados, legislados e, portanto, previstos no ordenamento jurídico
positivado. Isto é, para os positivistas, somente o que estivesse descrito na lei, poderia ser
chamado direitos humanos – em não estando na lei, não seria direito. No entanto, sendo uma
criação do legislador e, portanto, do homem, surge a dúvida de que se tudo estaria, de fato,
descrito e normatizado, bem como haveria a questão dos implícitos: obviamente, impossível
explicar de onde nasceria a ideia do legislador para chamar algo direitos humanos, além do
que criar leis trata-se de processo demorado, e as pessoas não poderiam ficar desprotegidas
pelo simples fato de não haver uma lei, expressamente, prevista para a sua proteção. Logo,
na atualidade, a teoria positivista, tampouco, consegue fundamentar os direitos humanos
isoladamente.
O fundamento moralista, ou a teoria de Perelman, por fim, “encontra fundamentação
na própria experiência e consciência moral de um determinado povo”. Nesse aspecto, tal
associação entre moral e direito humano pareceria ponto pacífico, dado que moral é o que é
correto; imoral, o que não é. Porém, controverso afirmar que o entendimento de moral fosse
o mesmo para pessoas de partes diferentes do globo – que fosse o mesmo para alguém que
mora em Washington, ou em Lisboa, ou no Alasca, ou na Patagônia, ou em Guiné-Bissau, ou
na Guatemala, na Austrália, na Rússia, China, Coreia do Norte, Cuba etc.
20m
Haveria, portanto, vários entendimentos do que seria direito humano, baseado no fato de
que o mundo temos morais distintas. Isso levaria ao absurdo de cada Estado definir o que é
direito humano, exclusivamente, naquela comunidade, naquele território, e isso vai de encon-
tro à característica importantíssima da universalidade dos direitos humanos – àquela ideia
de que os direitos têm que ser para todos. Logo, na atualidade, a teoria moralista, tampouco,
consegue definir ou fundamentar os direitos humanos isoladamente.
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
Aspectos gerais dos direitos humanos

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O PULO DO GATO
Em prova, o fundamento moralista, também, é chamado de a teoria de Perelman. Ademais,
de modo muito simples, o enunciado costuma trazer um dos três conceitos, e basta ana-
lisar se tal conceito está de acordo com o objeto de estudo, por exemplo: de acordo com
a teoria de Perelman, os direitos humanos se fundamentam em uma ordem universal. A
resposta seria “não”: direitos humanos referem-se à moral; ordem universal refere-se ao
jusnaturalismo. Por outro lado, poder-se-ia perguntar o que fundamenta os direitos huma-
nos na atualidade, e a resposta seria “uma junção dos três fundamentos”. Veja-se a seguir.

Ainda que nenhum dos três fundamentos se aplique, por si só, na atualidade, de acordo
com a teoria majoritária, hoje, vive-se o chamado pós-positivismo.

ATENÇÃO
O pós-positivismo não significa abandono ao positivismo, ou seja, ànormatização dos direi-
tos humanos. Segundo Alexandre de Moraes, trata-se de um conjunto positivado de direito.
Há que se associar o positivismo a outras teorias, já que, para fundamentar os direitos hu-
manos, o pós-positivismo é, pois, análise conjunta de positivismo, moralismo de Perelman
e jusnaturalismo.

Alexandre de Moraes afirma que positivismo, moralismo e jusnaturalismo “se completam,


devendo coexistirem, pois somente a partir de uma consciência social (Teoria de Perelman),
baseada principalmente em valores fixados na crença de uma ordem universal, superior e
imutável (Teoria Jusnaturalista), é que o legislador ou tribunais encontram substrato político
e social para reconhecerem a existência de determinados direitos fundamentais como inte-
grantes do ordenamento jurídico (Teoria Positivista).” Trata-se, então, de uma combinação
das três teorias para, hoje, fundamentar os direitos humanos.
25m
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
Aspectos gerais dos direitos humanos

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O PULO DO GATO
Em caso de questões mais complexas, que perguntem qual é o atual fundamento dos di-
reitos humanos, é preciso, pois, combinar o positivismo, com o moralismo de Perelman e
o jusnaturalismo, porque o legislador, aquele que vaiescrever a norma, somente encontra
base, isto é, ideias políticas e sociais para dizer o que são direitos humanos, caso tanto
considere a moral quanto acredite em uma ordem universal, em algo que transcenda a
existência humana na Terra. Esse é o pós-positivismo, isto é, o que fundamenta os direitos
humanos na atualidade.

Outra forma, mais simples de explicar o atual fundamento dos direitos humanos, encon-
tra-se na base doutrinária de Flávia Piovesan, importantíssima teórica de direitos humanos
no Brasil. Ao tratar do assunto de forma objetiva, Piovesan afirma o seguinte: os direitos
humanos fundamentam-se na dignidade da pessoa humana. Tal afirmação pode se basear,
por sua vez, na própria Constituição Federal, em seu artigo 1º, o qual dispõe que um dos fun-
damentos da República Federativa do Brasil é a dignidade da pessoa humana, sendo esta
outra forma de se falar de fundamentação dos direitos humanos.

O PULO DO GATO
As questões se apresentam, sempre, assemelhadas a alguns modelos de tarefa infantil,
qual seja: conceito relacionado a objeto. Por exemplo, o jusnaturalismo está para a ideia
de ordem universal imutável e inderrogável, moralismo está para o fundamento moral de
cada comunidade e positivismo está para as ideias normatizadas criadas pelo legislador,
assim como gato, cachorro e galinha estão para leite, osso e milho. Basta ligar uma coisa
à outra. Simplesmente assim.

Os fundamentos encerram, portanto, este bloco; o seguinte avançará, exclusivamente,


sobre gerações e dimensões dos direitos humanos.

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DIREITOS HUMANOS
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ASPECTOS GERAIS DOS DIREITOS HUMANOS

DIMENSÕES OU GERAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

• 1ª Geração
– Trata de Direitos Civis e Políticos;
– Podem ser chamados de liberdade negativa, a qual está ligado a postura estatal;
– O Estado é absenteísta – ideia de não fazer;
– Liberdade (Liberté);
– Ex.: direito a vida; liberdade (expressão, opinião, locomoção, religiosa, etc); proprie-
dade; igualdade (formal); políticos (voto, manifestação);
5m
– Quando se afirma sobre titularidade refere-se à titularidade individual;
– Alguns sinônimos são usados pelo examinador para se referir aos direitos de 1ª
Geração, como: Direito de Defesa; Direito de Oposição; Direito de Resistência. São
também chamados assim, pois, quando são analisados em um aspecto histórico, se
relacionam com a primeira luta por direitos humanos, na qual envolve a oposição
entre o indivíduo e o Estado, e em que o indivíduo resiste e se opõe à força estatal.
– Quando se fala sobre esses direitos trata-se de uma forma de limitar o poder Estatal,
cuja essência é a mesma dos direitos civis e políticos.
– O direito civil é uma forma de impedir a atuação estatal, bem como de influencia a
vontade estatal.
– Contexto histórico:
- 1776: Independência dos EUA – luta pelos direitos políticos relacionados a Inglaterra.
10m
- 1789: Revolução Francesa – O lema foi liberdade, igualdade e fraternidade. Além
disso, teve inspiração no Iluminismo nos séculos anteriores, que já trazia essa
ideia da tríade, mas que ficou conhecido somente através da Revolução Fran-
cesa. Diante dessa informação, o examinador costuma afirmar que essa Revo-
lução tratou sobre esses três direitos, o que não é verdade, pois ela os tinha
apenas como princípios; o que, de fato, foi tratado os direitos individuais, ou seja,
os direitos civis e políticos de 1ª geração.
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
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Obs.: Os marcos históricos acima não representam o nascimento dos direitos humanos,
mas sim influências e momentos importantes sobre esse assunto. Alguns doutrina-
dores até citam alguns outros direitos civis muito antes desses citados, como: Código
Hamurabi; Cilindro de Ciro; Bíblia.

• 2ª Geração
– Direitos Sociais, Econômicos e Culturais;
– Podem ser chamados de direitos de liberdade positiva, que estão associados aos
direitos de segunda geração, com o intuito de ter uma postura estatal ativa que é
capaz de prestar esses direitos à sociedade (estado prestacionista).
15m
– Ex.: trabalho; educação básica; saúde básica; reforma agrária. Esses direitos possu-
íam o objetivo de promover igualdade (material) entre as pessoas.
– Como pode ser observado, a igualdade aparece na 1ª e 2ª geração, mas são abor-
dadas de formas diferentes. Lembre-se que, em Direito Constitucional, especifica-
mente no artigo 5º da CF, dispõe que todos são iguais perante a lei, no entanto essa
liberdade possui duas vertentes, a saber: formal e material. Na liberdade formal
(perante a lei), todos são tratados da mesma forma e sem distinção, porém essa
liberdade nem sempre irá conseguir fazer justiça, pois ela não faz distinção nenhuma
entre homens e mulheres, pobres e ricos, negros e brancos, o que faz com que nem
sempre os direitos de 2ª geração sejam efetivados. Por outro lado, o aspecto mate-
rial da liberdade leva em consideração as diferenças dos indivíduos, o que faz que
alguns direitos sejam majorados para alguns de forma a estabelecer igualdade entre
todos; por exemplo, normas que protegem a mulher no mercado de trabalho, como
uma licença maternidade maior do que a licença paternidade.

ATENÇÃO
Igualdade:
▪ 1ª geração – formal.
▪ 2ª geração – material.

– Igualdade (Egalité);
ANOTAÇÕES

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Aspectos gerais dos direitos humanos
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– Contexto histórico:
- 1917: Constituição Mexicana – é o primeiro documento constitucional a consa-
grar os direitos trabalhistas, os colocando no mesmo patamar dos direitos civis.
20m
- 1919: Constituição de Weimar – tratava sobre a proteção do trabalhador
assalariado.

• 3ª Geração
– Direitos Difusos e Coletivos;
– Titularidade: direitos transindividuais e transgeracionais. Pensam nas gerações
seguintes e em direitos que se estendem a todos.
– Ex.: meio ambiente equilibrado; direito ao progresso; direito à paz; direito à comuni-
cação; direito do consumidor; direitos da criança e do adolescente.
Obs.: Alguns autores, seguidores de Paulo Bonavides, entendem que o direito à paz
seria um direito de 5ª geração.
– A efetivação desses direitos dessa geração não cabe somente ao Estado, mas a
toda a coletividade.
25m
– Fraternidade (Fraternité).

• 4ª Geração
– Direitos a bioética, tecnologia: é abordado pelo Norberto Bobbio.
– Direito à democracia, direito à informação, pluralismo político, direito a imprensa: é
tratado pelo Paulo Bonavides.

• 5ª geração
– Para o professor Paulo Bonavides, essa geração é específica de direito à paz.

Obs.: Existe divergência acerca da nomenclatura das dimensões/gerações. Uns preferem


chamá-las de gerações, já que demonstra a evolução no decurso do tempo, mas, por
outro lado, é criticada pois pode passar a ideia de que uma geração revoga a outra,
o que não existe. Outros querem chamar de dimensão, pois mostraria todas elas em
uma visão plana, mas a crítica é sobre que perderia a visão do tempo.

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preparada e ministrada pelo professor Thiago Medeiros.
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DIREITOS HUMANOS
Aspectos gerais dos direitos humanos
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ASPECTOS GERAIS DOS DIREITOS HUMANOS

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1. (QUADRIX/CRN - 2º REGIÃO (RS)/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2020) No que se
refere aos direitos e às garantias fundamentais, julgue o item.
O status positivo dos direitos fundamentais descreve a capacidade do indivíduo de in-
fluir na vontade estatal.

COMENTÁRIO
Status de Jellinek
Trata sobre a relação de estado e indivíduo. Possui duas óticas:
• Indivíduo:
– Status passivo: o indivíduo está subordinado ao Estado.
– Status ativo: o indivíduo tem o poder de influenciar a vontade estatal.

• Estado:
– Status negativo: postura absenteísta.
– Status positivo: postura prestacionista.

A questão se refere ao status ativo.

2. (QUADRIX/CRN - 2º REGIÃO (RS)/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2020) No que se


refere aos direitos e às garantias fundamentais, julgue o item.
O status passivo dos direitos fundamentais descreve a posição de subordinação do
indivíduo frente ao Estado e aos poderes públicos.

COMENTÁRIO
Está de acordo com o Status de Jellinek.
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
Aspectos gerais dos direitos humanos
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3. (CESPE/PREFEITURA DE CAMPO GRANDE – MS/PROCURADOR MUNICIPAL/2019)


Acerca dos direitos e das garantias fundamentais previstos na Constituição Federal de
1988, julgue o item a seguir.
5m
Os direitos individuais, por estarem ligados ao conceito de pessoa humana e de sua pró-
pria personalidade, correspondem às chamadas liberdades negativas; os direitos sociais,
por sua vez, constituem as chamadas liberdades positivas, de observância obrigatória em
um estado social de direito para a concretização de um ideal de vida digna na sociedade.

COMENTÁRIO
Os direitos individuais são de 1ª geração, bem como está ligado as liberdades negativas,
em que a postura estatal é absenteísta.
Os direitos sociais são de 2ª geração, e possuem liberdade positiva, ou seja, postura
prestacionista.

4. (CESPE/TJ-AM/ASSISTENTE JUDICIÁRIO/2019) A respeito das dimensões dos direi-


tos fundamentais e de seus destinatários, julgue o item a seguir.
As dimensões negativa e prestacional dos direitos sociais deixam de ser oponíveis às
relações entre particulares à medida que o Estado cumpre seu papel de provedor.

COMENTÁRIO
Os direitos sociais possuem viés prestacionista (papel provedor), e estão ligados a uma
ideia de liberdade positiva (dimensão positiva).

5. (CESPE/MPC-PA/PROCURADOR DE CONTAS/2019) No que se refere à teoria geral dos


direitos fundamentais e aos direitos e deveres individuais e coletivos, é correto afirmar que
a. o chamado direito de resistência inclui-se entre os direitos fundamentais de
segunda dimensão.
b. a igualdade formal é característica típica dos direitos fundamentais de segunda dimensão.
c. o direito de greve é classificado como direito fundamental de terceira dimensão.
d. a titularidade dos direitos fundamentais de terceira dimensão é sempre individual.
e. o direito à comunicação inclui-se entre os direitos fundamentais de terceira dimensão.
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
Aspectos gerais dos direitos humanos
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COMENTÁRIO
a. É de 1ª geração – relação de resistência entre o individuo e o Estado.
b. A igualdade formal é de 1ª geração. A igualdade material está relacionada à 2ª Geração,
na qual leva em consideração a diferença que existe entres os indivíduos.
10m
c. O direito de greve está ligado ao direito trabalhista, portanto está no âmbito social e é um
direito de 2ª dimensão.
d. Titularidade individual são direitos de 1ª geração (direitos civis e políticos). A da 3ª gera-
ção é transindividual, abarcando toda a sociedade.
e. Perfeito.

ATENÇÃO
Direito de expressão é de 1ª geração, e possui a ideia de expressão e opinião em relação
ao Estado. Já o direito de comunicação, é sobre o acesso aos meios de comunicação,
sendo um direito de todos (direitos difusos e coletivos).

6. (VUNESP/PREFEITURA DE FRANCISCO MORATO – SP/PROCURADOR/2019) A


doutrina, ao tratar da estrutura dos Direitos Humanos, estabelece que
a. direito-pretensão consiste na faculdade de agir que gera a ausência de direito de
qualquer outro ente ou pessoa.
b. direito-pretensão consiste na busca de algo, gerando a contrapartida de outrem do
dever de prestar.
c. direito-liberdade implica uma relação de poder de uma pessoa de exigir determinada
sujeição do Estado ou de outra pessoa.
d. direito-liberdade consiste na autorização dada por uma norma a uma determinada
pessoa, impedindo que outra interfira de qualquer modo.
e. direito-poder consiste no reconhecimento de que os direitos humanos são direitos de todos.
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
Aspectos gerais dos direitos humanos
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COMENTÁRIO
a. É direito-liberdade.
b. Correto. Ex.: o indivíduo busca educação básica, logo gera um dever ao Estado de prestar.
15m
c. É direito-poder. Ex.: direito do preso em flagrante em exigir a presença de um familiar.
d. Trata-se de uma imunidade (direito-imunidade) dada por uma norma, a exemplo da in-
violabilidade domiciliar.
e. Isso é uma característica da universalidade.

7. (CESPE/HUB/SERVIÇO SOCIAL/2018) No que se refere aos direitos fundamentais,


julgue o item subsecutivo.
Os direitos são criados em conformidade com determinado contexto histórico e se tor-
nam fundamentais quando constitucionalizados.

COMENTÁRIO
O momento histórico reflete nas normas, ou seja, o direito é reativo pois leva o Estado a
legislar sobre aquele assunto.
O Direito humano normatizado no Direito Internacional quando são constitucionalizados,
por meio de votação nas 2 casas, em 2 turnos e por 3/5 dos votos, se torna fundamental.
20m

 Obs.: Obs.: Direitos Humanos é aquele que é positivado no plano internacional, já o direito
fundamental é aquele positivado no plano interno (constitucional).

8. (CESPE/HUB/SERVIÇO SOCIAL/2018) No que se refere aos direitos fundamentais,


julgue o item subsecutivo.
Todo ser humano detém direitos fundamentais, independentemente de raça, credo, na-
cionalidade ou convicção política.

COMENTÁRIO
Perfeito! É a característica da universalidade associado a não distinção.
ANOTAÇÕES

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9. (CESPE/HUB/SERVIÇO SOCIAL/2018) No que se refere aos direitos fundamentais,


julgue o item subsecutivo.
Os direitos fundamentais são irrenunciáveis.

COMENTÁRIO
Correto! Não se admite renúncia genérica desses direitos. Elas são imprescritíveis, universais.

10. (CESPE/HUB/SERVIÇO SOCIAL/2018) No que se refere aos direitos fundamentais,


julgue o item subsecutivo.
Os direitos fundamentais são imprescritíveis, ou seja, não perdem efeito com o decur-
so do tempo.

COMENTÁRIO
Não se tem um prazo para gozar dos direitos fundamentais.

11. (CESPE/PGE-PE/PROCURADOR DO ESTADO/2018) Os direitos destinados a asse-


gurar a soberania popular mediante a possibilidade de interferência direta ou indireta
nas decisões políticas do Estado são direitos
a. políticos de primeira dimensão.
b. políticos de terceira dimensão.
c. políticos de segunda geração.
d. sociais de segunda geração.
e. sociais de primeira dimensão.

COMENTÁRIO
A questão se refere a direitos civis e políticos, assunto da 1ª geração.

12. (VUNESP/PC-SP/INVESTIGADOR DE POLÍCIA/2018) Considerando a evolução histó-


rica dos direitos humanos, assinale a alternativa que indica corretamente as três gera-
ções de direitos, na ordem histórica em que elas são classificadas pela doutrina.
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
Aspectos gerais dos direitos humanos
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a. Direitos da coletividade; direitos de solidariedade ou de fraternidade; e direitos e


garantias individuais.
25m
b. Direitos de liberdade positiva; direitos de liberdade negativa; e direitos de solidarie-
dade ou de fraternidade.
c. Direitos civis e sociais; direitos de liberdades e garantias individuais; e direitos coleti-
vos e transindividuais.
d. Direitos de liberdade negativa, civis e políticos; direitos econômicos, sociais e cultu-
rais; e direitos de fraternidade ou de solidariedade.
e. Direitos trabalhistas; direitos sociais; e direitos da democracia.

COMENTÁRIO
a. 3ª geração; 3ª geração e 1ª geração.
b. 2ª geração; 1ª geração e 3ª geração
c. Direitos civis – 1ª geração e direitos sociais – 2ª geração; 1ª geração e 3ª geração.
d. 1ª geração; 2ª geração e 3ª geração.
e. 2ª geração; 2ª geração e 4ª geração.

13. (VUNESP/MPE-SP/ANALISTA DE PROMOTORIA/2015) Assinale a alternativa que correta-


mente disserta sobre aspectos conceituais dos direitos humanos em sua evolução histórica.
a. Os direitos humanos da terceira dimensão marcam a passagem de um Estado auto-
ritário para um Estado de Direito e, nesse contexto, o respeito às liberdades individu-
ais, em uma perspectiva de absenteísmo estatal, fruto do pensamento liberal-burguês
do século XVIII.
b. Os direitos de quarta dimensão, ou direitos de liberdade, têm como titular o indivíduo,
são oponíveis ao Estado, traduzem-se como faculdades ou atributos da pessoa e
ostentam uma subjetividade que é seu traço mais característico, sendo, assim, direi-
tos de resistência ou oposição ao Estado.
c. Os direitos fundamentais da primeira dimensão são marcados pela alteração da
sociedade por profundas mudanças na comunidade internacional, identificando-se
consequentes alterações nas relações econômico-sociais, sobretudo na sociedade
de massa, fruto do desenvolvimento tecnológico e científico.
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
Aspectos gerais dos direitos humanos
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d. Os direitos da quinta dimensão são direitos transindividuais que transcendem os inte-


resses do indivíduo e passam a se preocupar com o gênero humano, com altíssimo
teor de humanismo e universalidade, inserindo-se o ser humano em uma coletividade
que passa a ter direitos de solidariedade ou de fraternidade.
e. A evidenciação de direitos sociais, culturais e econômicos, correspondendo aos direi-
tos de igualdade, sob o prisma substancial, real e material, e não meramente formal,
mostra-se marcante nos documentos pertencentes ao que se convencionou classifi-
car como segunda dimensão dos direitos humanos.

COMENTÁRIO
a. São direitos de 1ª geração. O pensamento liberal-burguês é do iluminismo.
b. São direitos de 1ª geração. A ideia de subjetividade é ligada ao indivíduo.
c. São direitos de 2ª geração. A ideia de tecnologia está ligada ao direito social.
d. Aa questão trata dos direitos de 3ª geração, pois a 5ª geração é sobre paz, segundo
Paulo Bonavides.
30m
e. Perfeito.

GABARITO
1. E
2. C
3. C
4. E
5. e
6. b
7. C
8. C
9. C
10. C
11. a
12. d
13. e

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DIREITOS HUMANOS
Regras de Beijing
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REGRAS DE BEIJING

Regras Mínimas das Nações Unidas para a Administração da Justiça da Infância e da


Juventude.

INTRODUÇÃO

Como estudar documentos internacionais?


As bancas priorizam a letra do documento, com interpretação limitada.
Dessa forma, não se pode misturar o descrito nas regras internacionais com a prática do
tratamento das crianças e adolescentes no Brasil, regulado por dispositivos da Constituição
Federal (CF) e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Sistema Nacional de Aten-
dimento Socioeducativo (Sinase), regulado pela Lei n. 12.594/2012, pois as questões mes-
clam esses regramentos para confundir o candidato.
Trata-se de um documento relativamente recente de 1985.
Para compreender o contexto de sua formação, recorre-se às Regras Mínimas para o tra-
tamento de Pessoas Presas, de 1955, atualizado em 2015, quando passou a ser chamado/
referido como Regras de Mandela.
5m
Considerando que as Regras Mínimas para a Administração da Justiça da Infância e da
Juventude de 1985 fazem referências para o documento de 1955, todas as referências deste
documento devem ser feitas ao documento mais novo/atualizado, ou seja, o de 2015.
Importante observar que os dois documentos – Regras de Beijing e Regras de Mandela
– não têm natureza de tratados, de modo que não possuem caráter vinculante, sendo reco-
mendado o cumprimento dos estandartes mínimos neles previstos, o que não impede de os
Estados signatários darem tratamento melhor e justiça mais adequada.
Porém, apesar de não possuírem caráter vinculante, devem ser cumpridas no Brasil com
base em desdobramentos de compromissos internacionais assumidos pelo país.
A leitura das Regras de Beijing se inicia com Orientações gerais indicadas no documento:
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
Regras de Beijing
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PRINCÍPIOS GERAIS

1. Orientações Fundamentais

1.1. Os Estados membros procurarão, em conformidade com os seus interesses gerais,


promover o bem-estar do menor e da sua família.

Obs.: orientação geral voltada para os Estados membros das Nações Unidas.

1.2. Os Estados membros esforçar-se-ão por criar condições que assegurem ao menor
uma vida útil na comunidade fomentando, durante o período de vida em que o menor se
encontre mais exposto a um comportamento desviante, um processo de desenvolvimento
pessoal e de educação afastado tanto quanto possível de qualquer contato com a criminali-
dade e a delinquência.

Obs.: este item informa qual deve ser o papel do Estado.

1.3. É necessário tomar medidas positivas que assegurem a mobilização completa de


todos os recursos existentes incluindo a família, os voluntários e os outros grupos comuni-
tários, assim como as escolas e outras instituições comunitárias, com o fim de promover o
bem-estar do menor e reduzir a necessidade de intervenção da lei e tratar de forma eficaz,
equitativa e humanitária o jovem em conflito com a lei.
10m

Obs.: os três primeiros parágrafos se referem à política social voltada para atingir os me-
nores que podem estar em contato com a criminalidade/delinquência. Essa política
social visa promover o bem-estar do menor e sua proteção social.

1.4. A Justiça de menores deve ser concebida como parte integrante do processo de
desenvolvimento nacional de cada país, no quadro geral da justiça social para todos os
jovens, contribuindo assim, ao mesmo tempo, para a proteção dos jovens e a manutenção
da paz e da ordem na sociedade.
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
Regras de Beijing
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Obs.: quando o parágrafo cita proteção dos jovens, indica que é a base da proteção so-
cial. Porém, o parágrafo também cita a proteção da sociedade, compreendendo uma
contradição, pois há necessidade de se proteger o menor, promovendo o seu bem
e bem-estar, mas, do outro lado, não se pode esquecer que há uma sociedade que
sofreu com atitudes desse menor. Neste sentido, o documento, a todo o momen-
to, apresenta esse impasse, devendo ser um norte na verificação de cada um de
seus pontos.

1.5 A aplicação destas regras deve ser feita dentro do contexto das condições econômi-
cas, sociais e culturais existentes em cada Estado membro.

Obs.: em referência a este parágrafo, pode haver questões sobre a ONU ter estabelecido
algum modelo de tratamento ou modelo de Administração de Justiça para menores.
A resposta será negativa, podendo flexibilização e adaptação das regras, a depender
do contexto econômico, econômico e cultural de cada Estado.

1.6 Os serviços de Justiça de menores devem ser sistematicamente desenvolvidos e


coordenados tendo em vista aperfeiçoar e apoiar a capacidade dos funcionários que traba-
lham nestes serviços, em especial os seus métodos, modos de atuação e atitudes.

Obs.: ponto importante que se verifica ao longo do documento se refere à análise voltada
aos funcionários que agem diretamente com os menores, como capacitação inicial
ou continuada, para que possam desenvolver melhor seu trabalho em prol do bem-
-estar e proteção social do menor.

2. Campo de Aplicação das Regras e Definições Utilizadas

2.1. As Regras Mínimas a seguir enunciadas serão aplicadas imparcialmente aos jovens
delinquentes, sem qualquer distinção, designadamente de raça, cor, sexo, língua, religião,
de opiniões políticas ou outras, de origem nacional ou social, de condição econômica, nas-
cimento ou outra condição.

Obs.: este parágrafo refere-se à garantia de não discriminação na aplicação dessas regras.
15m
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
Regras de Beijing
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2.2. Para os fins das presentes Regras, as definições a seguir enunciadas serão aplica-
das pelos Estados membros de modo compatível com os seus respectivos sistemas e con-
ceitos jurídicos:
a) Menor é qualquer criança ou jovem que, em relação ao sistema jurídico considerado,
pode ser punido por um delito, de forma diferente da de um adulto;
b) Delito é qualquer comportamento (ato ou omissão) punível por lei em virtude do sis-
tema jurídico considerado;
c) Delinquente juvenil é qualquer criança ou jovem acusado de ter cometido um delito ou
considerado culpado de ter cometido um delito.

Obs.: cada Estado irá adaptar os conceitos previstos nestas regras, a exemplo da no-
menclatura ou mesmo da definição de idade do menor. Esses conceitos tendem a
ser cobrados.

2.3. Em cada país, procurar-se-á promulgar um conjunto de leis, normas e disposições


especialmente aplicáveis aos delinquentes juvenis e às instituições e organismos encarrega-
dos da administração da Justiça de menores e destinado:
a) A responder às necessidades específicas dos delinquentes juvenis, protegendo ao
mesmo tempo os seus direitos fundamentais;
b) A responder às necessidades da sociedade;
c) A aplicar efetiva e equitativamente as regras a seguir enunciadas.

Obs.: o tratamento ao delinquente juvenil deve ser diferenciado em razão da sua imatu-
ridade, sem esquecer do mal que eventualmente tenha trazido para a sociedade.
Lembrando que não pode haver julgamento parcial e todos os conceitos adotados
nesse documento serão parametrizados no direito interno do país.

4. Idade da Responsabilidade Penal

4.1. Nos sistemas jurídicos que reconhecem a noção de responsabilidade penal em rela-
ção aos menores, esta não deve ser fixada a um nível demasiado baixo, tendo em conta os
problemas de maturidade afetiva, psicológica e intelectual.
20m
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
Regras de Beijing
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Obs.: o estabelecimento da faixa etária dependerá de cada país, sofrendo variações. Há


países que estabelecem a faixa etária de 7 a 21 anos de idade e outros não, a de-
pender das disparidades sociais, culturais e econômicas. Neste sentido, a intenção
das Regras de Beijing é trazer regramento básico e não um modelo.

6. Alcance do Poder Discricionário

6.1 Dadas as diferentes necessidades específicas dos menores e a diversidade de medi-


das possíveis, deve ser previsto um poder discricionário suficiente em todas as fases do
processo e a diferentes níveis da administração da Justiça de menores, designadamente
nas fases de instrução, de acusação, de julgamento e de aplicação e seguimento das medi-
das tomadas.

Obs.: a discricionariedade na justiça dos menores é muito importante.

6.2 Contudo, devem ser feitos esforços no sentido de assegurar que este poder discri-
cionário seja exercido de um modo responsável, em todas as fases do processo e a todos
os níveis.

Obs.: como é possível garantir a discricionariedade? Surge uma discussão doutrinária so-
bre esse tema, chamado tecnicamente de “exercício judicioso do poder discricioná-
rio”. A ideia é que cada medida deve ser aplicada considerando o caso concreto, com
medidas mais apropriadas. Porém, muita discricionariedade ao aplicador da lei, pode
favorecer alguma arbitrariedade ou parcialidade, devendo ser criado mecanismo
para garantir/assegurar que o poder discricionário seja feito de modo responsável,
sendo considerados a responsabilidade e o profissionalismo exigidos ao aplicador da
lei, tanto no início como ao longo da carreira.

6.3 As pessoas que o exercem devem ser especialmente qualificadas ou formadas para
o exercer judiciosamente e de acordo com as suas funções e mandatos respectivos.

Obs.: desta forma, a responsabilidade e o profissionalismo são as qualidades buscadas


pelo Estado na seleção das pessoas que terão atendimento direto com os menores.
25m
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
Regras de Beijing
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7. Direitos dos menores

7.1. As garantias fundamentais do processo, tais como a presunção de inocência, o direito


de ser notificado das acusações, o direito de não responder, o direito à assistência judiciária,
o direito à presença dos pais ou tutor, o direito de interrogar e confrontar as testemunhas e o
direito ao recurso serão asseguradas em todas as fases do processo.

Obs.: os menores fazem parte do grupo de vulneráveis e, portanto, além das regras míni-
mas existentes como regra geral para todos, devem ser ainda mais protegidos. Neste
sentido, em prova, todas as garantias judiciais aplicadas aos maiores de idade serão
aplicadas aos menores, com atenção ainda mais especial. O direito à presença dos
pais ou tutores é um diferencial específico. Porém, caberá exceções a essa regra
como nos casos de posturas dos responsáveis que atrapalhem a condição do proce-
dimento/processo.

8. Proteção da Vida Privada

8.1. O direito do menor à proteção da sua vida privada deve ser respeitado em todas as
fases a fim de se evitar que seja prejudicado por uma publicidade inútil ou pelo processo de
estigmatização.

Obs.: o processo de estigmatização de ser criminoso/delinquente é muito comum em rela-


ção a qualquer pessoa que comete delito, porém os menores são mais sensíveis a
este processo e, por essa razão, devem ter proteção especial.

8.2. Em princípio, não deve ser publicada nenhuma informação que possa conduzir à
identificação de um delinquente juvenil.

Obs.: popularmente, fala-se da “escola do crime”, relacionado à eventual piora do compor-


tamento dos menores quando inseridos nos sistemas de justiça juvenil, de modo que
é a última opção a internação do jovem. Deste modo, a exposição do menor é muito
séria, de modo a poder criar a revolta pessoal contra a sociedade ou contra o Estado,
devendo haver extremo cuidado à sua vida privada pelos profissionais.
30m
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
Regras de Beijing
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9. Cláusula de proteção

9.1. Nenhuma disposição das presentes Regras poderá ser interpretada como excluindo
a aplicação das Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento de Reclusos e dos
outros instrumentos e regras reconhecidos pela comunidade internacional e relativos ao tra-
tamento e à proteção dos jovens.

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Regras de Beijing II
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REGRAS DE BEIJING II

SEGUNDA PARTE – INVESTIGAÇÃO E PROCEDIMENTO

10. Primeiro Contato

10.1 Sempre que um menor é detido, os pais ou o tutor devem ser imediatamente notifi-
cados ou, se isso não for possível, deverão vê-lo no mais curto prazo de tempo.

Obs.: refere-se ao contato inicial, normalmente ocorre com policiais.

10.2 O Juiz ou qualquer outro funcionário ou organismo competente deverá examinar


imediatamente a possibilidade de libertar o menor.

Obs.: é papel do juiz a verificação imediata.

10.3 Os contatos entre os organismos encarregados de fazer cumprir a lei e o jovem


Delinquente deverão ser estabelecidos de forma a respeitar o estatuto jurídico do menor, a
favorecer o seu bem-estar e a evitar prejudicá-lo, tendo em conta as circunstâncias do caso.

Obs.: merece atenção especial, por ter uma indeterminação, ter um sentido vago, o termo
“evitar prejudicá-lo”, não se referindo a um contexto geral, mas compreende, por
exemplo, a palavras ofensivas, riscos indevidos, violência física etc. Visa, portanto, a
redução ao mínimo do dano infligido ao menor. Ou seja, numa interpretação restriti-
va, exige evitar prejuízo suplementar ou indevido.
5m

11. Recurso a Meios Extrajudiciais

11.1 Sempre que possível tentar-se-á tratar o caso dos delinquentes juvenis evitando o
recurso a um processo judicial perante a autoridade competente.

Obs.: trata-se de uma prioridade/orientação a recomendação de resolver o caso pela via


extrajudicial, para que o menor não seja estigmatizado.
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
Regras de Beijing II
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11.2 A polícia, o Ministério Público e os outros organismos que se ocupem de casos de


delinquência juvenil poderão lidar com eles discricionariamente, evitando o recurso ao forma-
lismo processual penal estabelecido, antes baseando-se em critérios fixados para esse efeito
nos seus sistemas jurídicos e nas presentes regras.

Obs.: novamente visando evitar estigmatização tanto em relação ao julgamento, como de


ser eventualmente condenado.

11.3 Qualquer recurso a meios extrajudiciais que implique o encaminhamento para ser-
viços comunitários ou outros serviços competentes exige o consentimento do interessado,
dos seus pais ou do seu tutor; contudo, a decisão relativa à remessa do caso será sujeita a
exame por uma autoridade competente, se isso for solicitado.

Obs.: o interessado é o delinquente juvenil. Há um documento internacional que prevê a


abolição dos trabalhos forçados. O consentimento do interessado visa exatamente
evitar que haja formas de coação/intimidação para trabalhos forçados. Neste sentido,
o consentimento também precisa ser expresso.

11.4 A fim de facilitar a abordagem discricionária dos casos de delinquência juvenil, pro-
curará organizar-se programas comunitários, designadamente de vigilância e de orientação
temporárias e assegurar a restituição dos bens e a indenização das vítimas.
10m

Obs.: alguns pontos devem ser levados em consideração para que se opte pelo acesso
para recursos especiais ao invés dos meios formais de processo. A restituição dos
bens e a indenização das vítimas demonstra que o comportamento do jovem e de
sua família facilitam a solução do conflito de modo mais social que quando tratada
apenas pela Justiça.

12. Especialização nos Serviços de Polícia

12.1 Para melhor cumprir as suas funções, os policiais que se ocupam frequentemente,
ou exclusivamente, de menores ou que se dedicam essencialmente à prevenção da delinqu-
ência juvenil devem receber uma instrução e uma formação especiais. Com este fim deve-
riam ser criados nas grandes cidades serviços especiais de polícia.
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Obs.: dentro da sociologia criminal há correlação entre criminalidade juvenil e grandes ci-
dades (urbanização caótica e anárquica).

13. Prisão Preventiva

13.1 A prisão preventiva constitui uma medida de último recurso e a sua duração deve
ser o mais curta possível.

Obs.: analisando os conceitos deve-se correlacionar prisão preventiva com frequência.

13.2 Sempre que for possível, a prisão preventiva deve ser substituída por outras medi-
das, tais como uma vigilância apertada, uma assistência muito atenta ou a colocação em
família, em estabelecimentos ou em lar educativo.
13.3 Os menores em prisão preventiva devem beneficiar-se de todos os direitos e garan-
tias previstos nas Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento de Reclusos.

Obs.: o documento referenciado foi atualizado para Regras de Mandela, devendo, portan-
to, ser dessa forma compreendido.

13.4 Os menores em prisão preventiva devem estar separados dos adultos e ser detidos
em estabelecimentos diferentes ou numa parte separada de um estabelecimento em que
também se encontram detidos adultos.

Obs.: o termo “separação” também pode ser substituído pelo termo “segregação”. Visa evi-
tar o perigo de contaminação criminal, equivalendo-se à ideia de “escola do crime”,
como popularmente é conhecido. Deste modo, a prisão do menor é o último recurso
a ser utilizado. Quando não for possível evitar a prisão, deve-se colocar durante o
menor tempo possível.
15m

13.5 Durante a sua prisão preventiva, os menores devem receber cuidados, proteção e
toda a assistência individual – no plano social, educativo, profissional, psicológico, médico e
físico – de que necessitem, tendo em conta a sua idade, sexo e personalidade.

Obs.: refere-se ao tratamento individualizado de acordo com suas necessidades pessoais,


uma regra quando se cuida de delinquentes juvenis.
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TERCEIRA PARTE – JULGAMENTO E DECISÃO

14. Autoridade Competente para Julgar

14.1 Se o caso de um jovem delinquente não foi objeto de um processo extrajudicial, é


examinado pela autoridade competente (tribunal, comissão, conselho etc.) de acordo com os
princípios de um processo justo e equitativo.

Obs.: lembrando que o processo extrajudicial é a prioridade. A autoridade competente não


se relaciona apenas ao aspecto jurisdicional, podendo se referir também a outros
formatos institucionais, como comissões e conselhos, a depender de cada país. Os
termos “processo justo e equitativo” referem-se às garantias judiciais.

14.2 O processo favorecerá os interesses do menor e será conduzido numa atmosfera de


compreensão, que permita ao jovem participar e expressar-se livremente.

15. Assistência Judiciária e Direitos dos Pais e Tutores

15.1 Ao longo de todo o processo, o menor tem o direito de ser representado pelo seu
advogado ou pedir a designação de um advogado oficioso, quando existam no país disposi-
ções legais que prevejam essa assistência.

Obs.: advogado oficioso, adaptado no Brasil, significa assistência judiciária.

15.2 Os pais ou o tutor podem participar no processo e a autoridade competente pode, no


interesse do menor, requerer que o façam. Esta pode, contudo, recusar essa participação se
existirem razões para supor que essa exclusão é necessária no interesse do menor.
20m

Obs.: cuidado com o termo “pode”, pois da mesma forma que o juiz pode requerer, também
pode rejeitar a participação dos pais no processo. O termo “razão” pode ser entendi-
do como comportamentos/manifestações hostis dos pais em relação ao menor, pois
espera-se uma assistência familiar de caráter mais afetivo e psicológico.
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16. Relatórios de Inquérito Social

16.1 Para facilitar o julgamento do caso pela autoridade competente e a menos que se
trate de infrações leves, antes da autoridade competente tomar a decisão final, os antece-
dentes do menor, as condições em que vive e as circunstâncias em que o delito foi cometido
são objeto de um inquérito profundo.

Obs.: os termos “inquérito profundo” referem-se a uma investigação social, muito mais
abrangente que o inquérito policial, visando buscar fatos importantes como antece-
dentes sociais e familiares, escolaridade, experiências em matéria de educação e as
circunstâncias da infração.
25m

17. Princípios Relativos ao Julgamento e à Decisão

17.1 A decisão de qualquer autoridade competente deve basear-se nos seguintes


princípios:
a) A decisão deve ser sempre proporcional não só às circunstâncias e gravidade da infra-
ção, mas também às circunstâncias e necessidades do jovem delinquente, assim como às
necessidades da sociedade;

Obs.: trata-se da aplicação do princípio da proporcionalidade.

b) As restrições à liberdade pessoal do menor são impostas somente depois de um estudo


cuidadoso e limitadas ao mínimo possível;

Obs.: internação é exceção.

c) A privação da liberdade individual só é imposta se o menor for considerado culpado de


um fato grave que implique violência contra outra pessoa ou de reincidência noutros crimes
graves e se não existir outra solução adequada;

Obs.: o documento prevê restrições à privação de liberdade.

d) O bem-estar do menor deve ser o elemento condutor no exame do caso.


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Obs.: o pilar do atendimento ao jovem é seu bem-estar, devido à imaturidade, devendo ser
considerado sempre.

17.2 A pena de morte não é aplicável aos crimes cometidos por menores. Os menores
não estão sujeitos a castigos corporais.

Obs.: tema muito recorrente em provas. O Pacto de São José da Costa Rica também prevê
essa proibição, assim como a Declaração dos Direitos das Criança e as Regras de
Mandela. A pena de morte e os castigos corporais são proibidos em todas as formas.
30m

18. Várias Medidas Aplicáveis

18.1 A autoridade competente pode assegurar a execução do julgamento sob formas


muito diversas, usando de uma grande maleabilidade a fim de evitar, tanto quanto possível, o
internamento numa instituição. Tais medidas, algumas das quais podem ser aplicadas cumu-
lativamente, incluem:

Obs.: a internação é o último caso, de modo que há diversas outras medidas aplicáveis,
cumulativamente ou não.

a) Medidas de proteção, orientação e vigilância;


b) Regime de prova;

Obs.: modalidade em que o menor é observado para saber se haverá alteração comporta-
mental, visando sua ressocialização.

c) Medidas de prestação de serviços à comunidade;

Obs.: necessita de consentimento do menor.

d) Multas, indenização e restituição;


e) Tratamento intermédio e outras medidas de tratamento;
f) Participação em grupos de “counselling” e outras atividades semelhantes;
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Obs.: “counselling” seria uma espécie de método terapêutico de perguntas, levando o jo-
vem a refletir sobre o que fez e o que pensa de seu futuro.

g) Colocação em família idônea, em centro comunitário ou outro estabelecimento;


h) Outras medidas relevantes.

Obs.: trata-se de rol exemplificativo. Deste modo, cada Estado pode criar outras medidas.

18.2 Nenhum menor será subtraído à vigilância dos pais, quer parcial quer totalmente, a
não ser que as circunstâncias do caso façam com que isso seja necessário.

Obs.: refere-se à questão de hostilidade familiar, envolvendo o receio da ocorrência de


maus-tratos.

19. Recurso Mínimo à Colocação em Instituição

19.1 A colocação de um menor em uma instituição, é sempre uma medida de último


recurso e a sua duração deve ser tão breve quanto possível.

Obs.: lembre-se da frequência mínima e da duração mínima.

20. Prevenção de Demoras Desnecessárias

20.1 Qualquer caso deve ser tratado de forma expedita, desde o princípio, sem atra-
sos evitáveis

Obs.: “forma expedita” significa de forma rápida/com urgência.

22. Necessidade de Profissionalização e de Formação

22.1 A formação profissional, a formação permanente, os cursos de reciclagem e outros


tipos de formação apropriados, servirão para proporcionar a aquisição e manutenção da
competência profissional necessária a todas as pessoas encarregadas de assuntos referen-
tes a menores.
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Obs.: refere-se à formação inicial e continuada dos profissionais que trabalham diretamen-
te com menores infratores.

22.2 Os funcionários da Justiça de menores devem refletir a diversidade dos jovens que
entram em contato com o sistema de Justiça de menores. Tentar-se-á assegurar uma repre-
sentação equitativa de mulheres e de minorias nos órgãos da Justiça de menores.
35m

Obs.: quando se estuda a fundo a criminologia, principalmente em temas voltados à pu-


nição, à execução, à aplicação de sanções e à aplicação de privação de liberdade,
o norte deve ser a ressocialização. A representatividade dos funcionários da Justiça
juvenil é muito importante para o jovem e bastante incentivada no documento.

Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Thiago Medeiros.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição em vídeo pela leitura exclusiva deste
material.
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REGRAS DE BEIJING III

QUARTA PARTE – TRATAMENTO EM MEIO ABERTO

23. Meios de execução do julgamento

23.1 A fim de assegurar a execução das decisões da autoridade competente, essa mesma
autoridade ou uma outra, se as circunstâncias o exigirem, tomará as medidas necessárias.
23.2 Com esse fim, a autoridade pode, se o julgar necessário, modificar as decisões, com
a condição dessa modificação ser conforme aos princípios que figuram nas presentes regras.

Obs.: há discricionariedade. Percebe-se, claramente, flexibilidade para alteração da deci-


são e aplicação de qualquer tipo de medida, visando sempre o bem-estar do menor.

24. Assistência aos menores

24.1 Procurar-se-á assegurar aos menores, em todas as fases do processo, assistên-


cia em matéria de alojamento, de educação, de formação profissional, de emprego ou outra
forma de assistência prática e útil, com vista a facilitar a sua reinserção.

Obs.: lembre-se que toda finalidade de tratamento ao jovem delinquente é sua reinserção
social, priorizando sempre a promoção do bem-estar do menor.

25. Mobilização de voluntários e outros serviços comunitários

25.1 Solicitar-se-á a voluntários, a organizações de voluntários, às instituições locais e a


outros serviços comunitários, que contribuam eficazmente para a reinserção do menor num
quadro comunitário e, tanto quanto possível, no interior da célula familiar.

Obs.: trata-se de cooperação com a comunidade. Como exemplo prático há o contato dire-
to de antigos delinquentes, funcionando como uma figura representativa de reinser-
ção e reintegração social.
5m
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QUINTA PARTE – TRATAMENTO EM INSTITUIÇÃO

26. Objetivos do tratamento em instituição

26.1 A formação e o tratamento dos menores colocados em instituição têm por objetivo
assegurar-lhes assistência, proteção, educação e formação profissional, a fim de ajudá-
-los a desempenhar um papel construtivo e produtivo na sociedade.

Obs.: desempenhar um papel construtivo e produtivo na sociedade relaciona-se direta-


mente à reinserção social.

26.2 Os jovens colocados em instituição receberão a ajuda, proteção e assistência – no


piano social, educativo, profissional, psicológico, médico e físico – de que possam necessi-
tar, em função da sua idade, sexo e personalidade e no interesse do seu desenvolvimento
harmonioso.

Obs.: relaciona-se à garantia de bem-estar do jovem.

26.3 Os menores colocados em instituição devem estar separados dos adultos e deti-
das em estabelecimento distinto ou numa parte separada de um estabelecimento em que
também se encontrem adultos.

Obs.: a separação é muito importante para que se evite a influência negativa.

26.4 As jovens delinquentes colocadas em instituição devem beneficiar-se de uma aten-


ção especial no que diz respeito às suas necessidades e problemas próprios. A ajuda,
proteção, assistência, tratamento e formação de que se beneficiam não deve, em nenhum
caso, ser inferior àquelas de que se beneficiam os jovens Delinquentes. Deve ser-lhes asse-
gurado um tratamento justo.
26.5 No interesse e para o bem-estar do menor colocado em instituição, os pais ou o tutor
gozarão de direito de visita.
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26.6 Favorecer-se-á a cooperação interministerial e interdepartamental, com o fim de


assegurar aos menores internados uma formação escolar apropriada ou, se se justificar,
uma formação profissional adequada, para que, ao deixar a instituição, não se encontrem
prejudicados nos seus estudos.

Obs.: a base de uma reintegração/reinserção social possui dois piares: educação e traba-
lho. A questão do trabalho deve ser vista com cuidado, pois demanda adequação ao
direito interno, visto que este documento trás indicações genéricas.

27. Aplicação das Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento de Reclu-
sos

Obs.: as regras citadas foram atualizadas em 2015, podendo ser referidas também como
Regras de Mandela.

27.1 As Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento de Reclusos e Recomen-
dações conexas serão aplicáveis no que diz respeito ao tratamento dos jovens delinquentes
colocados em instituição, inclusive àqueles que se encontram em detenção preventiva.
27.2 Na medida do possível, procurar-se-á aplicar os princípios pertinentes enunciados
nas Regras Mínimas para o Tratamento de Reclusos, com o fim de responder ás diversas
necessidades dos menores, próprias de sua idade, sexo e personalidade.
10m

Obs.: o termo “princípios” refere-se a temas diversos, como locais, arquitetura, roupa de
cama, vestuário, contato com mundo exterior, alimentação, regras a cerca do traba-
lho/do lazer, de serviços médicos, serviços religiosos, além de regras de disciplina,
castigos, de utilização ou não de meios de restrição etc.

28. Aplicação frequente e rápida do regime de liberdade condicional

28.1 A autoridade apropriada recorrerá à liberdade condicional tantas vezes quanto pos-
sível e tão cedo quanto possível.
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Obs.: a colocação de um jovem numa instituição deve ser a última decisão a ser seguida.
Em regra, prioriza-se a liberdade, pois já existe certa agressão/lesão à dignidade de-
corrente desse cerceamento na vida do jovem. Neste sentido, a revisão da decisão
pode/deve ser frequentemente avaliada.

28.2 Os menores colocados em liberdade condicional serão assistidos e supervisionados


por urna autoridade apropriada e receberão todo o apoio da comunidade.

Obs.: lembre-se que quando se trata de liberdade condicional para jovens há preferência,
em aspectos amplos, decorrente de um processo satisfatório de reabilitação, como
ao considerar o bom comportamento, por exemplo.
15m

29. Regimes de semidetenção

29.1 Procurar-se-á estabelecer sistemas de semidetenção tais como estabelecimentos


de transição, lares educativos, centros diurnos de formação profissional e outros estabeleci-
mentos apropriados, destinados a favorecer a reinserção soda dos menores.

Obs.: se a regra é a não detenção, ou seja, evitar ao máximo a segregação do jovem, de-
ve-se haver diversas opções para a não padronização nos moldes das regras aplicá-
veis aos adultos que cometem crimes.

SEXTA PARTE – INVESTIGAÇÃO, PLANIFICAÇÃO, FORMULAÇÃO DE


POLÍTICAS E AVALIAÇÃO

30. Investigação, base da planificação, da formulação de políticas de avaliação

30.1 Procurar-se-á organizar e fomentar a investigação necessária à formulação de


planos e de políticas eficazes.

Obs.: a cultura e os interesses do jovem mudam constantemente, muitas vezes mais rá-
pido que nos adultos. Neste sentido, o sistema de justiça juvenil deve estar atento
a essas mudanças comportamentais e sempre estar alinhado para acompanhar a
evolução social/cultural dos jovens.
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30.2 Procurar-se-á rever e avaliar periodicamente as tendências, os problemas e as


causas da delinquência e da criminalidade juvenis, assim como as necessidades específicas
dos menores detidos.
30.3 Procurar-se-á estabelecer com caráter regular um dispositivo permanente de inves-
tigação e de avaliação, integrado no sistema de administração da Justiça de menores, bem
como compilar e analisar os dados e informações pertinentes necessários a uma avaliação
apropriada e a um aperfeiçoamento ulterior do referido sistema.

Obs.: a ideia de aperfeiçoamento constante da justiça juvenil resume a sexta parte deste
documento, devido às rápidas modificações dos estilos de vida dos jovens.

30.4 Na administração da Justiça de menores, a prestação de serviços deve ser siste-


maticamente planificada e implementada e fazer parte integrante do esforço de desenvolvi-
mento nacional.

Obs.: os termos “sistematicamente planificada” significam “avaliação detalhada”. Deste


modo, o aperfeiçoamento constante visa entender os aspectos sociais envolvidos
em quais tipos de crimes os jovens estão mais suscetíveis em cometer para evitar
sua inserção na criminalidade e, se já inserido, para que tenha meios suficientes de
fazer sua reintegração social.
20m

DIRETO DO CONCURSO
1. (IBADE/2018/SEJUDH-MT/ASSISTENTE DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO – ASSIS-
TENTE ADMINISTRATIVO) De acordo com as Regras Mínimas das Nações Unidas
para a Administração da Justiça da Infância e da Juventude – Regras de Beijing, a for-
mação e o tratamento dos menores colocados em instituição têm por objetivo:
a. ajudá-los a lidar com a colocação em família substituta.
b. provar para a sociedade que a internação de adolescentes não tem outra utilidade
que não a de estigmatizar, desmoralizar, denegrir e embrutecer o indivíduo.
c. garantir que o crime por eles praticado seja aniquilado, negado, expiado peio sofri-
mento da pena que, desse modo, restabeleceria o direito lesado.
d. aplicar-lhes um castigo, retribuindo com o mal praticado, em uma ótica retribucionista.
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DIREITOS HUMANOS
Regras de Beijing III
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e. assegurar-lhes assistência, proteção, educação e formação profissional, a fim de os


ajudar a desempenhar um papel construtivo e produtivo na sociedade.

COMENTÁRIO
Normalmente, as questões sobre as Regras de Beijem costumam cobrar apenas o seu
texto. Esta norma não se refere à colocação em família substituta, contribui para evitar a
estigmatização do jovem, além de visar sua reintegração social e sob essa ótica é possível
quando baseada em dois pilares: formação social e formação profissional, quando possível.

GABARITO
1. e

Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
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ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição em vídeo pela leitura exclusiva deste
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Pacto de São José da Costa Rica

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PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA

INTRODUÇÃO E ASPECTOS HISTÓRICOS

CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS

Quanto a Convenção Americana de Direitos Humanos, é importante recordar que, em


1948, ocorreu a criação da Organização dos Estados Americanos (OEA), por meio do docu-
mento chamado Carta da OEA. Esteja atento, pois esse é ponto de prova a ser observado.
Nesse sentido, lembre-se que há estudo de sistemas de proteção dos Direitos Humanos
dividido em sistema global e sistemas regionais. Nesse caso, o Sistema Global de Direitos
Humanos é sistema da Organizações das Nações Unidas (ONU), criado em 1945.
Já no âmbito da América, há a OEA, a qual possui o seu próprio sistema também de pro-
teção dos Direitos Humanos. No que tange ao Pacto de São José da Costa Rica, é funda-
mental ressaltar que ele não foi criado no âmbito da ONU, e sim, da OEA. Esse é um detalhe
recorrentemente cobrado em prova.
Retomando a criação da OEA, que se deu em 30 de abril de 1948, vale frisar que o Brasil
foi um dos fundadores. Ainda no mesmo, dentro da OEA, há o surgimento de outro impor-
tante documento que é a Declaração Americana de Direitos Humanos (DADH). É essencial
não confundi-la com a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), a qual está vin-
culada à ONU. Portanto, quando se aborda a declaração universal e pactos internacionais de
direitos civis e políticos, está se referindo ao âmbito da ONU.
Anos depois da criação da OEA, há a edição e uma negociação até o surgimento do texto
do Pacto de São José da Costa Rica. Isso aconteceu no fim da década de 60, mais preci-
samente em 1969, tendo a adoção da Convenção Americana de Direitos Humanos (CADH).
Vale citar que o documento foi adotado em 22 de novembro de 1969 na Costa Rica, por isso
que, popularmente, se refere a essa convenção como Pacto de São José da Costa Rica.
5m
Um detalhe importante é que a convenção não entrou em vigor. Nesse contexto, a entrada
em vigor aconteceu somente a partir do momento em que o décimo primeiro país realizou o
depósito da ratificação da presente convenção. Sendo assim, o texto da convenção foi edi-
tado em 1969, mas não significa que ele entrou em vigor no mesmo ano.
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
Pacto de São José da Costa Rica

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Nesse sentido, o próprio estudo de tratado internacional prevê que, para entrar em vigor,
alguns tratados podem criar critérios. Por exemplo, o texto foi editado, porém entrará em
vigor apenas a partir do vigésimo país confirmar o seu consentimento do tratado. Essa é a
mesma situação que aconteceu com o Pacto de São José da Costa Rica, pois, ele entrou em
vigor somente em 1978, ou seja, nove anos depois da sua criação. Portanto, esteja atento a
esse ponto, pois ele pode ser cobrado em prova.
Lembre-se que a CADH corresponde ao mesmo que ao Pacto de São José da Costa
Rica. Sendo assim, a CADH entra em vigor em 1978. Nesse contexto, uma questão que cos-
tuma ser abordada, em provas, é se já em 1978 o Brasil tinha a CADH em vigor no sistema
jurídico brasileiro, a resposta é negativa. lembre-se que, nesse período, o Brasil vivia uma
época de ditadura militar, consequentemente, houve muita dificuldade em aprovação e ratifi-
cação de textos de Direitos Humanos e tratados nacionais durante aquela época.
Desse modo, no período de redemocratização, após o término da ditadura militar, o Brasil
recebeu uma quantidade significativa de ratificação de documentos que ficaram suspensos
no período anterior. Essa é a principal razão de porquê, no Brasil, a CADH entrou em vigor
imediatamente no final da década de 70. Logo, apenas nos anos 90, no período de redemo-
cratização, que de fato passam a ratificar esses instrumentos, dentre eles a CADH. Com isso,
o Brasil se tornou signatário da CADH a partir do Decreto n. 678/1992.
10m
É importante ressaltar que a CADH refletiu em diversos aspectos direitos da Constituição
brasileira. Assim, durante o estudo do direito material propriamente dito, percebe-se a influ-
ência do direito interno por conta dessa convenção.

Status normativo-hierárquico da Convenção Americana de Direitos Humanos

STATUS
TRADADO INTERNACIONAL
DE
DE DIR. HUMANOS
EMENDA
CONST.

STATUS DE TRADADO INTERNACIONAL


NORMA
DE DIR. HUMANOS
SUPRALEGAL
STATUS DE
TRADADO INTERNACIONAL
LEI ORDINÁRIA

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DIREITOS HUMANOS
Pacto de São José da Costa Rica

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Quanto à hierarquia de normas, é preciso compreender como foi incorporada a CADH.


Nesse contexto, se o tratado nacional não tiver matéria de Direitos Humanos, será incorpo-
rado como norma infraconstitucional com status de lei ordinária. Enquanto isso, quando o
tratado internacional for de Direitos Humanos a situação altera, conforme define a Emenda
Constitucional m. 45/2004, que acrescentou o § 3º no Art. 5º. De acordo com o dispositivo, se
o tratado interacional for de Direitos Humanos e passar nas duas casas do Congresso Nacio-
nal em dois turnos de votação ou obtiver três quintos dos votos nos respectivos membros de
cada Casa, o tratado internacional terá status de emenda constitucional.
15m
Já quando o tratado internacional for de Direitos Humanos, porém, não atingir os requi-
sitos previstos no Art. 5º, § 3º ou foram promulgados antes da Emenda Constitucional m.
45/2004. Nesse sentido, é essencial mencionar que a CADH foi promulgada em 1992, ou
seja, antes da inclusão do Art. 5º, § 3º, por meio da Emenda Constitucional m. 45/2004.
Desse modo, todos os tratados aprovados após 2004 que não atingissem os requisitos,
teriam, de acordo com o regimento do Supremo Tribunal Federal (STF), status de supralegal,
isto é, status de norma supralegal. Por outro lado, os anteriores à Emenda Constitucional
m. 45/2004 também teriam o status de supralegalidade. Nessa perspectiva, o Pacto de São
José da Costa Rica foi incorporada com status de norma supralegal.
Esteja atento, pois, ao se tratar de hierarquia ou status normativos da CADH, ela não tem
status de emenda, e sim, de norma supralegal, portanto, está abaixo da Constituição Federal.
Com isso, é possível afirmar que a CADH, isto é, o Pacto de São José da Costa Rica possui
status infra constitucional.

ESTRUTURA DA CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS


(CADH)

Parte I – Deveres dos Estados e Direitos Protegidos

• CAPÍTULO I – Enumeração de Deveres;


• CAPÍTULO II – Direitos Civis e Políticos;
• CAPÍTULO IV – Suspensão de Garantias, Interpretação e Aplicação;
• CAPÍTULO V – Deveres das Pessoas;
• CAPÍTULO III – Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.
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Pacto de São José da Costa Rica

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Parte II – Meios da Proteção

• CAPÍTULO VI – Órgãos Competentes;


• CAPÍTULO VII – Comissão Interamericana de Direitos Humanos;
• CAPÍTULO VIII – Corte Interamericana de Direitos Humanos;
• CAPÍTULO IX – Disposições Comuns.

Parte III – Disposições Gerais e Transitórias

• CAPÍTULO X – Assinatura, Ratificação, Reserva, Emenda, Protocolo e Denúncia;


• CAPÍTULO XI – Disposições Transitórias.

No que tange ao estudo da CADH, para fins de prova, os assuntos fundamentais são a
Parte I e a Parte II, que tratam sobre Deveres dos Estados e Direitos Protegidos e Meios da
Proteção, respectivamente. Já a Parte III, mais técnica, será cobrada a depender do edital
de concurso público. Em geral, se estuda os aspectos voltados a ratificação, reserva, carta
de pleno poderes em curso completo sobre tratados nacionais. Assim, se o edital mencionou
CADH, o candidato deve focar na Parte I e a Parte II.
Nesse sentido, lembre-se que a Parte I discorre sobre o direito à vida, direitos econô-
micos, sociais e culturais, direitos civis e políticos, sobre garantias judiciais, pena de morte,
esse que é um tema importante. Enquanto, a Parte II aborda os órgãos de proteção que
compõem o sistema interamericano de Direitos Humanos. Sendo assim, o estudo pode ser
dividido em duas partes, porque são formas de cobrar conteúdo diferentes. Há provas que
cobram somente a Parte I e, outras, exigem conhecimentos sobre o sistema interamericano.
20m
Na Parte I, o Capítulo I – Enumeração de Deveres, trata sobre os deveres no Estado, e
não, dos deveres do cidadão. Já o Capítulo II – Direitos Civis e Políticos, aborda os direitos
de primeira geração. Em relação ao Capítulo III – Suspensão de Garantias, Interpretação e
Aplicação, é preciso recordar que, ao estudar Direitos Humanos, é feita a classificação de
dos direitos em primeira, segunda e terceira geração. Nesse ponto, lembre-se que direitos
de primeira geração são direitos civis e políticos, que foram objetos do Pacto de São José da
Costa Rica.
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DIREITOS HUMANOS
Pacto de São José da Costa Rica

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Já os direitos de segunda geração, que são direitos econômicos, sociais e culturais,


apesar de ter um capítulo específico dentro da CADH, a convenção não enumerou direitos
econômicos, sociais e culturais. Ou seja, a CADH apenas menciona esses direitos e cita que
o Estado, na medida do possível, terá que efetivar os direitos, sem especifica-los, diferente-
mente do que detalha nos direitos de primeira geração. Assim, uma pergunta muito cobrada
em prova é se a CADH trata sobre de direitos de primeira e segunda geração. Contudo, é
fundamental frisar que a CADH abordou os direitos de primeira geração, enquanto, os direi-
tos de segunda geração somente foram citados.
A segunda parte sobre a CADH é a qual se abrange o estudo sobre o sistema interameri-
cano de proteção dos Direitos Humanos. Nesse ponto, o foco é nos órgãos competentes que
compõem o sistema interamericano, que é a Comissão Interamericana e a Corte Interameri-
cana. A Parte II é um tema muito importante e se torna um pouco mais difícil do que a Parte
I, que discorre sobre os direitos em espécie.
25m

DEVERES DOS ESTADOS E DIREITOS PROTEGIDOS

ENUMERAÇÃO DE DEVERES

Art. 1º – Obrigação de Respeitar os Direitos


1. Os Estados-Partes nesta Convenção comprometem-se a respeitar os direitos e liberdades nela
reconhecidos e a garantir seu livre e pleno exercício a toda pessoa que esteja sujeita à sua juris-
dição, sem discriminação alguma por motivo de raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas
ou de qualquer outra natureza, origem nacional ou social, posição econômica, nascimento ou
qualquer outra condição social.
2. Para os efeitos desta Convenção, pessoa é todo ser humano.

Art. 2º – Dever de Adotar Disposições de Direito Interno


Se o exercício dos direitos e liberdades mencionados no artigo no Art. 1 ainda não estiver garantido
por disposições legislativas ou de outra natureza, os Estados-Partes comprometem-se a adotar,
de acordo com as suas normas constitucionais e com as disposições desta Convenção, as medi-
das legislativas ou de outras naturezas que forem necessárias para tornar efetivos tais direitos e
liberdades.

DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS


ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
Pacto de São José da Costa Rica

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Art. 3º – Direitos ao Reconhecimento da Personalidade Jurídica


Toda pessoa tem direito ao reconhecimento de sua personalidade jurídica.

Art. 4º – Direito à Vida


1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei
e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente.
2. Nos países que não houverem abolido a pena de morte, esta só poderá ser imposta pelos de-
litos mais graves, em cumprimento de sentença final de tribunal competente e em conformidade
com lei que estabeleça tal pena, promulgada antes de haver o delito sido cometido. Tampouco se
estenderá sua aplicação a delitos aos quais não se aplique atualmente.
3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que a hajam abolido.
4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada por delitos políticos, nem por delidos co-
muns conexos com delitos políticos.
5. Não se deve impor a pena de morte à pessoa que, no momento da perpetração do delito, for
menor de dezoito anos, ou maior de setenta, nem aplicá-la a mulher em estado de gravidez.
6. Toda pessoa condenada à morte tem direito a solicitar anistia, indulto ou comutação da pena, os
quais podem ser concedidos em todos os casos. Não se pode executar a pena de morte enquanto
o pedido estiver pendente de decisão ante a autoridade competente.

Art. 5º – Direito à Integridade Pessoal


1. Toda pessoa tem o direito de que se respeito sua integridade física, psíquica e moral.
2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou tratos cruéis, desumanos ou degradan-
tes. Toda pessoa privada da liberdade deve ser tratada com o respeito devido à dignidade inerente
ao ser humano.
3. A pena não pode passar da pessoa do delinquente.
4. Os processados devem ficar separados dos condenados, salvo em circunstâncias excepcionais,
a ser submetidos a tratamento adequado à sua condição de pessoal não condenadas.
5. Os menores, quando puderem ser processados, deve ser separados dos adultos e conduzidos
a tribunal especializado, com a maior rapidez possível, para seu tratamento.
6. As penas privativas da liberdade devem ter por finalidade essencial a reforma e a readaptação
social dos condenados.

Art. 6º – Proibição da Escravidão e da Servidão


1. Ninguém pode ser submetido à escravidão ou a servidão, e tanto estas como o tráfico de escra-
vos e o tráfico de mulheres são proibidos em todas as formas.
2. Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forçado ou obrigatório. Nos países em que
se prescreve, para certos delitos, pena privativa da liberdade acompanhada de trabalhos forçados,
esta disposição não pode ser interpretada no sentido de que proíbe o cumprimento da dita pena,
importa por juiz ou tribunal competente. O trabalho forçado não deve afetar a dignidade nem a
capacidade física e intelectual do recluso.
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DIREITOS HUMANOS
Pacto de São José da Costa Rica

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3. Não constituem trabalhos forçados ou obrigatórios para os efeitos deste artigo:


a) os trabalhos ou serviços normalmente exigidos de pessoal reclusa em cumprimento de sentença
ou resolução formal expedida pela autoridade judiciária competente. Tais trabalhos ou serviços de
devem ser executados sob a vigilância e controle das autoridades públicas, e os indivíduos que os
executarem não devem ser postos à disposição de particulares, companhias ou pessoas jurídicas
de caráter privado;
b) o serviço militar e, nos países onde se admite a isenção por motivos de consciências, o serviço
nacional que a lei estabelecer em lugar daquele;
c) o serviço imposto em casos de perigo ou calamidade que ameace a existência ou o bem-estar
da comunidade; e
d) o trabalho ou serviço que faça parte das obrigações cívicas normais.

Art. 7º – Direito à liberdade pessoal


1. Toda pessoa tem direito à liberdade e á segurança pessoais.
2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade física, salvo pelas causas e nas condições previa-
mente fixadas pelas constituições políticas dos Estados-Partes ou pelas leis de acordo com elas
promulgadas.
3. Ninguém pode ser submetido a detenção ou encarceramento arbitrários.
4. Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das razões da sua detenção e notificada, sem
demora, da acusação ou acusações formuladas contra ela.
5. Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, á presença de um juiz ou outra
autoridade autorizada pela lei a exercer funções judiciais e tem direito a ser julgada dentro de um
prazo razoável ou a ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo. Sua liberda-
de pode ser condiciona a garantias que assegurem o seu comparecimento em juízo.
6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal competente, a fim
de que este decida, sem demora, sobre ou tribunal competente, a fim de que este decida, sem de-
mora, sobre a legalidade de sua prisão ou detenção e ordene sua soltura se a prisão ou a detenção
forem ilegais. Nos Estados-Partes cujas leis preveem que toda pessoa que se vir ameaçada de
ser privada de sua liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal competente a fim de que
este decida sobre a legalidade de tal ameaça, tal recurso não pode ser restringido nem abolido. O
recurso pode ser interposto pela própria pessoa ou por outra pessoa.
7. Ninguém deve ser detido por dívida. Este princípio não limita os mandados de autoridade judici-
ária competente expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar.

Art. 8º – Garantias Judiciais


1. Toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de um prazo razoável,
por um juiz ou tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido anteriormente por lei,
na apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou para que se determinem seus
direitos ou obrigações de natureza civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outra natureza.
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DIREITOS HUMANOS
Pacto de São José da Costa Rica

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2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto não se
comprove legalmente sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade,
às seguintes garantias mínimas:
a) direito do acusado de ser assistido gratuitamente por tradutor ou intérprete, se não compreender
ou não falar o idioma do juízo ou tribunal;
b) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da acusação formulada;
c) concessão ao acusado do tempo e dos meios adequados para a preparação de sua defesa;
d) direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de ser assistido por um defensor de sua
escolha e de comunicar-se, livremente e em particular, com seu defensor;
e) direito irrenunciável de ser assistido por um defensor proporcionado pelo Estado, remunerado
ou não, segundo a legislação interna, se o acusado não se defender ele próprio nem nomear de-
fensor dentro do prazo estabelecido pela lei;
f) direito da defesa de inquirir as testemunhas presente no tribunal e de obter o comparecimento,
como testemunhas ou peritos, de outras pessoas que possam lançar luz sobre os fatos.
g) direito de não ser obrigado a depor contra si mesma, nem a declarar-se culpada; e
h) direito de recorrer da sentença para juiz ou tribunal superior.
3. A confissão do acusado só é válida se feita sem coação de nenhuma natureza.
4. O acusado absolvido por sentença passada em julgado não poderá se submetido a novo pro-
cesso pelos mesmos fatos.
5. O processo penal deve ser público, salvo no que for necessário para preservar os interesses
da justiça.

Art. 9º – Princípio da Legalidade e da Retroatividade


Ninguém pode ser condenado por ações ou omissões que, no momento em que forem cometidas,
não sejam delituosas, de acordo com o direito aplicável. Tampouco se pode impor pena mais gra-
ve que a aplicável no momento da perpetração do delito. Se depois da perpetração do delito a lei
dispuser a imposição de pena mais leve, o delinquente será por isso beneficiado.

Art. 10 – Direito à indenização


Toda pessoa tem direito de ser indenizada conforme a lei, no caso de haver sido condenada em
sentença passada em julgado, por erro judiciário.

Art. 11 – Proteção da Honra e da Dignidade


1. Toda pessoa tem direito ao respeito de sua honra e ao reconhecimento de sua dignidade.
2. Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou abusivas em sua vida privada, na de
sua família, em seu domicílio ou em sua correspondência, nem de ofensas ilegais à sua honra ou
reputação.
3. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais ingerências ou tais ofensas.

Art. 12 – Liberdade de Consciência e de Religião


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DIREITOS HUMANOS
Pacto de São José da Costa Rica

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1. Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e de religião. Esse direito implica a liberdade
de conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças, bem como a
liberdade de professar e divulgar sua religião ou suas crenças, individual ou coletivamente, tanto
em público como em privado.
2. Ninguém pode ser objeto de medidas restritivas que possam limitar sua liberdade de conservar
sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças.
3. A liberdade de manifestar a própria religião e as próprias crenças está sujeita unicamente às
limitações prescritas pelas leis e que sejam necessárias para proteger a segurança, a ordem, a
saúde ou moral pública ou os direitos ou liberdades das demais pessoas.
4. Os pais, e quando for o caso os tutores, têm direito a que seus filhos ou pupilos recebam a edu-
cação religiosa e moral que esteja acorde com suas próprias convicções.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Thiago Medeiros.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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DIREITOS HUMANOS
Pacto de São José da Costa Rica – Parte II

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PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA – PARTE II

DEVERES DOS ESTADOS E DIREITOS PROTEGIDOS

# ENUMERAÇÃO DE DEVERES

ARTIGO 1 - Obrigação de Respeitar os Direitos


1. Os Estados-Partes nesta Convenção comprometem-se a respeitar os direitos e liber-
dades nela reconhecidos e a garantir seu livre e pleno exercício a toda pessoa que esteja
sujeita à sua jurisdição, sem discriminação alguma por motivo de raça, cor, sexo, idioma,
religião, opiniões políticas ou de qualquer outra natureza, origem nacional ou social, posição
econômica, nascimento ou qualquer outra condição social.
2. Para os efeitos desta Convenção, pessoa é todo ser humano.

Obs.: No artigo 1º, além de extrair a obrigação do Estado de respeitar os direitos, pode se
extrair outro ponto importante que é o princípio da universalidade, em que tanto os
direitos quanto as garantias são para todas as pessoas, e o princípio da não discri-
minação que também está previsto.

ARTIGO 2 - Dever de Adotar Disposições de Direito Interno


Se o exercício dos direitos e liberdades mencionados no artigo no artigo 1 ainda não
estiver garantido por disposições legislativas ou de outra natureza, os Estados-Partes com-
prometem-se a adotar, de acordo com as suas normas constitucionais e com as disposições
desta Convenção, as medidas legislativas ou de outras natureza que forem necessárias para
tornar efetivos tais direitos e liberdades.

Obs.: Considerando que o Pacto de São José dispõe sobre diversos direitos, e pensando
que alguns Estados-Partes signatários não tenham medidas legislativas já prontas
para a efetivação desses direitos, o Art. 2º dispõe sobre o compromisso dos signatá-
rios em adotar normas para garantia de direitos.
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DIREITOS HUMANOS
Pacto de São José da Costa Rica – Parte II

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Do art. 3º em diante falaremos dos direitos em espécie, propriamente ditos, começando


com os direitos civis e políticos, que são os direitos de primeira geração, que são os direitos
de liberdades negativas.
5m

Quando falamos em liberdades negativas chegamos à conclusão que a efetivação desses


direitos é um dever do Estado.

# DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS

ARTIGO 3 - Direitos ao Reconhecimento da Personalidade Jurídica


Toda pessoa tem direito ao reconhecimento de sua personalidade jurídica.

ARTIGO 4 - Direito à Vida


1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido
pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida
arbitrariamente.

Obs.: Esse parágrafo 1º do Art. 4º é um dos mais cobrados em provas, especialmente no


que trata da proteção da vida desde a concepção, que difere do disposto no Direito
Civil brasileiro, que considera a proteção à vida do nascituro, do nascimento com
vida. O Pacto de São José considera a proteção do direito em momento anterior,
desde a concepção.

2. Nos países que não houverem abolido a pena de morte, esta só poderá ser imposta
pelos delitos mais graves, em cumprimento de sentença final de tribunal competente e em
conformidade com lei que estabeleça tal pena, promulgada antes de haver o delito sido come-
tido. Tampouco se estenderá sua aplicação a delitos aos quais não se aplique atualmente.

Obs.: O Pacto de São José da Costa Rica não proíbe a pena de morte, o que ocorre é uma
diferenciação feita entre os países que já aboliram a pena de morte, que os impede
de retroceder, criando novamente a pena, e nos países que ainda tiverem a previsão
de pena de morte só podem aplicar aos delitos mais graves, que não envolvam as-
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
Pacto de São José da Costa Rica – Parte II

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pectos de direitos políticos, devem ser observadas as restrições de idade. O artigo,


dessa forma, garante o direito ao não retrocesso.
10m

3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que a hajam abolido.
4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada por delitos políticos, nem por deli-
dos comuns conexos com delitos políticos.
5. Não se deve impor a pena de morte à pessoa que, no momento da perpetração do
delito, for menor de dezoito anos, ou maior de setenta, nem aplicá-la a mulher em estado
de gravidez.

Obs.: Deve ser considerada a idade da data em que o delito foi cometido, sendo possível a
execução da sentença na faixa etária protegida. Já em relação à mulher grávida, não
é possível a aplicação da sentença, protegendo assim, a vida da criança, devendo
ser executada após o nascimento do bebê.
15m

6. Toda pessoa condenada à morte tem direito a solicitar anistia, indulto ou comutação da
pena, os quais podem ser concedidos em todos os casos. Não se pode executar a pena de
morte enquanto o pedido estiver pendente de decisão ante a autoridade competente.

Obs.: Resumindo o disposto no Art. 4º, sobre a proteção à vida, temos como primeiro des-
taque a proteção à vida desde o momento da concepção. A pena de morte não foi
proibida pelo pacto, porém é feita a diferenciação entre os países que já possuem e
os que não possuem a previsão em sua legislação, impondo apenas restrições aos
países que não aboliram ainda. Cabendo apenas para crimes mais graves e não
podendo ser aplicada para menores de dezoito anos e maiores de setenta, conside-
rando a data do cometimento do crime. E proíbe a aplicação da pena de morte na
mulher grávida. Por fim, é direito do sentenciado a morte, fazer o pedido de anistia,
de comutação de pena, indulto, etc., e enquanto o pedido estiver em análise, a pena
não pode ser aplicada.

ARTIGO 5 - Direito à Integridade Pessoal


1. Toda pessoa tem o direito de que se respeito sua integridade física, psíquica e moral.
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
Pacto de São José da Costa Rica – Parte II

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2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou tratos cruéis, desumanos ou
degradantes. Toda pessoa privada da liberdade deve ser tratada com o respeito devido à
dignidade inerente ao ser humano.

Obs.: Item 2 é importante, pois, demonstra que o Pacto da Costa Rica não abre qualquer
exceção para a tortura, dispondo expressamente que ninguém será submetido à tor-
tura, nem penas ou tratos cruéis, desumanos ou degradantes.

3. A pena não pode passar da pessoa do delinquente.

Obs.: Princípio da intranscendência da pena.

4. Os processados devem ficar separados dos condenados, salvo em circunstâncias


excepcionais, a ser submetidos a tratamento adequado à sua condição de pessoas não
condenadas.

Obs.: O item 4 é dividido na regra, de que os indivíduos processados devem ficar separa-
dos dos indivíduos condenados, e, em situação excepcional, podem ficar juntos. O
indivíduo processado ainda deve ser tratado como inocente, respeitando o princípio
da presunção de não culpabilidade ou de inocência.
20m

5. Os menores, quando puderem ser processados, devem ser separados dos adultos e
conduzidos a tribunal especializado, com a maior rapidez possível, para seu tratamento.
6. As penas privativas da liberdade devem ter por finalidade essencial a reforma e a rea-
daptação social dos condenados.

Obs.: Do art. 5º os itens 1 e 6 são os mais importantes.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Thiago. Medeiros
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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DIREITOS HUMANOS (2020)
Parte III

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PARTE III

PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA – PARTE III

ARTIGO 6 - Proibição da Escravidão e da Servidão

Obs.: O Pacto veda, absolutamente, qualquer tipo de trabalho escravo, tráfico de escra-
vos. O artigo não se limita ao tema da escravidão e servidão, abordando também o
tráfico de mulheres, no mesmo artigo, ficando até um pouco deslocado do tema. É
importante saber os temas que são tratados expressamente pelo Pacto, ou pela nor-
ma que está sendo estudada, porque é isso que é cobrado nas provas. Responder
as questões pela lógica de que o tema é relacionado aos Direitos Humanos, pode
induzir ao erro.

1. Ninguém pode ser submetido à escravidão ou a servidão, e tanto estas como o tráfico
de escravos e o tráfico de mulheres são proibidos em todas as formas.
2. Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forçado ou obrigatório. Nos países
em que se prescreve, para certos delitos, pena privativa da liberdade acompanhada de tra-
balhos forçados, esta disposição não pode ser interpretada no sentido de que proíbe o cum-
primento da dita pena, importa por juiz ou tribunal competente. O trabalho forçado não deve
afetar a dignidade nem a capacidade física e intelectual do recluso.

Obs.: Em alguns países a pena aplicada para crimes combina a privação de liberdade com
a execução de trabalhos. Sendo uma prática legalmente prevista, ordenada por tri-
bunal competente, o Pacto de São José não a proíbe, mas dispõe que esse trabalho
não seja degradante, no sentido de ferir a dignidade do ser humano. Entretanto, a
regra é que ninguém seja constrangido a executar trabalho forçado ou obrigatório, a
exceção ocorre nos lugares que adotam esse tipo de penalidade.
5m

3. Não constituem trabalhos forçados ou obrigatórios para os efeitos deste artigo:


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DIREITOS HUMANOS (2020)
Parte III

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a) os trabalhos ou serviços normalmente exigidos de pessoal reclusa em cumprimento de


sentença ou resolução formal expedida pela autoridade judiciária competente. Tais trabalhos
ou serviços devem ser executados sob a vigilância e controle das autoridades públicas, e os
indivíduos que os executarem não devem ser postos à disposição de particulares, compa-
nhias ou pessoas jurídicas de caráter privado:

Obs.: Nesse caso, não estamos falando do trabalho forçado como pena, e sim do cumpri-
mento de sentença como prestação de serviços à comunidade, que não configuram
trabalho forçado. Outra disposição importante do item é a responsabilidade pela apli-
cação e acompanhamento do cumprimento das penalidades, que deve ser realizado
sempre pelo poder público, não sendo permitida a transferência desta atribuição para
entidade privada.

b) o serviço militar e, nos países onde se admite a isenção por motivos de consciências,
o serviço nacional que a lei estabelecer em lugar daquele;

Obs.: Alguns países, como o Brasil, admitem a isenção do serviço militar por motivos de
consciência, entretanto substituem a prestação do serviço militar por outra atividade,
e no item b fica claro, que esta atividade não é configurada como trabalho forçado
pelo Pacto.

c) o serviço imposto em casos de perigo ou calamidade que ameace a existência ou o


bem-estar da comunidade; e

d) o trabalho ou serviço que faça parte das obrigações cívicas normais.

ARTIGO 7 - Direito à liberdade pessoal

1. Toda pessoa tem direito à liberdade e á segurança pessoais.

Obs.: Trata da segurança individual, direito de primeira geração.


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Parte III

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2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade física, salvo pelas causas e nas condições
previamente fixadas pelas constituições políticas dos Estados-Partes ou pelas leis de acordo
com elas promulgadas.
10m

Obs.: Outro item que traz a regra e sua exceção. Em resumo, ninguém pode ser arbitraria-
mente privado de sua liberdade física, com exceção dos casos previstos nas normas.

3. Ninguém pode ser submetido a detenção ou encarceramento arbitrários.


4. Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das razões da sua detenção e notifi-
cada, sem demora, da acusação ou acusações formuladas contra ela.
5. Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, á presença de um juiz
ou outra autoridade autorizada pela lei a exercer funções judiciais e tem direito a ser julgada
dentro de um prazo razoável ou a ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o
processo. Sua liberdade pode ser condiciona a garantias que assegurem o seu compareci-
mento em juízo.
6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal compe-
tente, a fim de que este decida, sem demora, sobre a legalidade de sua prisão ou detenção
e ordene sua soltura se a prisão ou a detenção forem ilegais. Nos Estados-Partes cujas leis
preveem que toda pessoa que se vir ameaçada de ser privada de sua liberdade tem direito a
recorrer a um juiz ou tribunal competente a fim de que este decida sobre a legalidade de tal
ameaça, tal recurso não pode ser restringido nem abolido. O recurso pode ser interposto pela
própria pessoa ou por outra pessoa.

Obs.: O item 6 trata da audiência de custódia, que tem a finalidade de averiguar a le-
galidade da prisão, e, sendo uma prisão ilegal, deve ser ordenada, imediatamente
a soltura.

7. Ninguém deve ser detido por dívida. Este princípio não limita os mandados de autori-
dade judiciária competente, expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar.

Obs.: De acordo com o Pacto de São José da Costa Rica, a única possibilidade de prisão
civil por dívida é aquela que advém de inadimplemento de pensão alimentar. Em
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DIREITOS HUMANOS (2020)
Parte III

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momento nenhum o Pacto trata da prisão civil do depositário infiel, algo que está
previsto formalmente na Constituição do Brasil, mas que se torna sem aplicabilidade,
após 1992, quando o país se tornou signatário do Pacto.

ARTIGO 8 - Garantias Judiciais


15m

1. Toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de um prazo
razoável, por um juiz ou tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido ante-
riormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou para que
se determinem seus direitos ou obrigações de natureza civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer
outra natureza.
2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto
não se comprove legalmente sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em
plena igualdade, às seguintes garantias mínimas:

Obs.: Princípio da Presunção e inocência está expresso no Pacto.

a) direito do acusado de ser assistido gratuitamente por tradutor ou intérprete, se não


compreender ou não falar o idioma do juízo ou tribunal;
b) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da acusação formulada;
c) concessão ao acusado do tempo e dos meios adequados para a preparação de
sua defesa;
d) direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de ser assistido por um defensor
de sua escolha e de comunicar-se, livremente e em particular, com seu defensor;

Obs.: Essa garantia é a mais importante para fins de prova, pois, no Brasil existe o direito
da auto defesa, que é discricionária, e a defesa técnica, que é indisponível. Obriga-
toriamente, no Brasil, o sujeito deve estar assistido por alguém competente na área
jurídica (advogado, defensor público).
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DIREITOS HUMANOS (2020)
Parte III

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O item d, do Pacto de São José vai além da auto defesa que está prevista no Direito bra-
sileiro, se inspira no ordenamento jurídico americano, em que o sujeito pode tomar para si o
seu processo, e organizar toda a defesa.
Como no Brasil, existe a assistência gratuita, o Estado entrega um direito maior, não
sendo possível aceitar a situação em que o sujeito realiza sua defesa sem nenhuma assis-
tência técnica. Dessa forma, o item não tem aplicação prática no Direito brasileiro.
e) direito irrenunciável de ser assistido por um defensor proporcionado pelo Estado, remu-
nerado ou não, segundo a legislação interna, se o acusado não se defender ele próprio nem
nomear defensor dentro do prazo estabelecido pela lei;

Obs.: O Pacto prevê o fornecimento de assistência técnica apenas se o acusado não se


defender ele próprio. No Brasil não há essa condição, a assistência é um direito ga-
rantido, independente da vontade do acusado realizar sua auto defesa.
20m

f) direito da defesa de inquirir as testemunhas presente no tribunal e de obter o com-


parecimento, como testemunhas ou peritos, de outras pessoas que possam lançar luz
sobre os fatos.
g) direito de não ser obrigado a depor contra si mesma, nem a declarar-se culpada; e

Obs.: Direito de não produção de prova contra si mesmo.

h) direito de recorrer da sentença para juiz ou tribunal superior.

Obs.: Duplo grau de jurisdição.

3. A confissão do acusado só é válida se feita sem coação de nenhuma natureza.


4. O acusado absolvido por sentença passada em julgado não poderá se submetido a
novo processo pelos mesmos fatos.

Obs.: Vedação da revisão criminal por sentença absolvitória. Após a sentença transitada
em julgado, não poderá haver outro processo pelos mesmos fatos, pois fere a segu-
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS (2020)
Parte III

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rança jurídica. A revisão criminal só é válida quando o sujeito é considerado culpado,


por sentença condenatória.

5. O processo penal deve ser público, salvo no que for necessário para preservar os inte-
resses da justiça.

Obs.: Está em consonância com o Direito brasileiro, onde a regra é a publicidade, mas
pode haver restrições quanto houver interesse social, preservação da intimidade das
partes, etc.

ARTIGO 9 - Princípio da Legalidade e da Retroatividade

Ninguém pode ser condenado por ações ou omissões que, no momento em que forem
cometidas, não sejam delituosas, de acordo com o direito aplicável. Tampouco se pode impor
pena mais grave que a aplicável no momento da perpetração do delito. Se depois da per-
petração do delito a lei dispuser a imposição de pena mais leve, o delinquente será por isso
beneficiado.

Obs.: Artigo bem alinhado com o Direito Penal, em seu princípio da legalidade, em que
uma pessoa só pode ser condenada por uma ação ou omissão que constitua crime,
pois, se não for previsto não poderá nem ser processado. O artigo trata também da
retroatividade mais benéfica de Lei, que ocorre quando uma lei que modifica a pena
para um crime é mais benéfica para o réu, aí deverá ser aplicada, e, no caso de ser
mais grave, não será aplicada retroativamente.

ARTIGO 10 - Direito à indenização

Toda pessoa tem direito de ser indenizada conforme a lei, no caso de haver sido conde-
nada em sentença passada em julgado, por erro judiciário.

Obs.: Trata de indenização por erro judiciário.


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DIREITOS HUMANOS (2020)
Parte III

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ARTIGO 11 - Proteção da Honra e da Dignidade

1. Toda pessoa tem direito ao respeito de sua honra e ao reconhecimento de sua dignidade.
2. Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou abusivas em sua vida privada,
na de sua família, em seu domicílio ou em sua correspondência, nem de ofensas ilegais à
sua honra ou reputação.
25m

Obs.: É importante fazer um estudo comparativo do Pacto com a Declaração Universal


de Direitos Humanos (DUDH), que também trata sobre a proteção da honra, o fato
de que ninguém pode sofrer interferências na privada, na família, no domicílio e na
correspondência. Fique atento que as questões costumam acrescentar outras prote-
ções que não estão previstas, como comunicação telefônica, por exemplo, que não
é objeto desse rol.

3. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais ingerências ou tais ofensas.

ARTIGO 12 - Liberdade de Consciência e de Religião

1. Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e de religião. Esse direito implica a
liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças,
bem como a liberdade de professar e divulgar sua religião ou suas crenças, individual ou
coletivamente, tanto em público como em privado.

Obs.: Corresponde ao Art. 18 da DUDH. Ambas tratam da possibilidade de professar e


divulgar a religião ou crença, individual ou coletivamente, tanto em público como em
privado (IC PP).

2. Ninguém pode ser objeto de medidas restritivas que possam limitar sua liberdade de
conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças.
3. A liberdade de manifestar a própria religião e as próprias crenças está sujeita unica-
mente às limitações prescritas pelas leis e que sejam necessárias para proteger a segurança,
a ordem, a saúde ou moral pública ou os direitos ou liberdades das demais pessoas.
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DIREITOS HUMANOS (2020)
Parte III

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Obs.: Estamos tratando de liberdade religiosa, direito de manifestar, conservar sua religião,
e em regra não pode sofrer restrições. Trazendo essa regra para uma situação que
ocorreu no Brasil durante a pandemia, sobre a proibição, ou não, da realização de
cultos religiosos em períodos de altas taxas de contaminação. Considerando o Pac-
to, uma das possibilidades de restringir a realização dos cultos seria a proteção à
saúde pública, encontrando assim, base jurídica para a proibição.
30m

4. Os pais, e quando for o caso os tutores, têm direito a que seus filhos ou pupilos rece-
bam a educação religiosa e moral que esteja de acordo com suas próprias convicções.

Obs.: O tema das liberdades deverá ser abordado sob a ótica da pandemia, pois foi uma
situação recente que exigiu diversas restrições de liberdade e provavelmente será
um tema muito explorado nas próximas provas.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Thiago Medeiros.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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Pacto de São José da Costa Rica

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PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA

PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA – PARTE IV

ARTIGO 13 – Liberdade de Pensamento e de Expressão


1. Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento e de expressão. Esse direito com-
preende a liberdade de buscar, receber e difundir informações e ideias de toda natureza, sem
consideração de fronteiras, verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa ou artística, ou
por qualquer outro processo de sua escolha.

Obs.: o art. 13 do Pacto de São José da Costa Rica é praticamente idêntico art. 19 da De-
claração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), que trata da liberdade de expres-
são e de pensamento. Mas é possível observar que, diferentemente da DUDH, o art.
13 do Pacto de São José da Costa Rica prevê expressamente alguns meios, como
“verbalmente ou por escrito” e “em forma impressa ou artística”.

2. O exercício do direito previsto no inciso precedente não pode estar sujeito à censura
prévia, mas a responsabilidades ulteriores, que devem ser expressamente fixadas pela lei a
ser necessária para assegurar:
a) o respeito aos direitos ou à reputação das demais pessoas; ou
b) a proteção da segurança nacional, da ordem pública, ou da saúde ou da moral pública.

Obs.: provas realizadas após a pandemia da covid-19 provavelmente irão explorar o as-
pecto da saúde pública.

3. Não se pode restringir o direito de expressão por vias ou meios indiretos, tais como o
abuso de controles oficiais ou particulares de papel de imprensa, de frequências radioelétri-
cas ou de equipamentos e aparelhos usados na difusão de informação, nem por quaisquer
outros meios destinados a obstar a comunicação e a circulação de ideias e opiniões.
4. A lei pode submeter os espetáculos públicos à censura prévia, com o objetivo exclusivo
de regular o acesso a eles, para proteção moral da infância e da adolescência, sem prejuízo
do disposto no inciso 2º.
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DIREITOS HUMANOS
Pacto de São José da Costa Rica

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5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem como toda apologia ao ódio
nacional, racial ou religioso que constitua incitação à discriminação, à hostilidade, ao crime
ou à violência.

Obs.: é importante ter em mente, em relação ao art. 13, que, apesar da vedação à censura
prévia, em regra, existe previsão de responsabilização posterior em relação ao res-
peito aos direitos ou à reputação das demais pessoas, além da proteção da seguran-
ça nacional, da ordem pública, da saúde ou da moral públicas. . Por outro lado, vale
5m
destacar que, para garantir a liberdade de pensamento e de expressão, muitas vezes
é necessário limitar o poder de atuação do Estado, como se observa na vedação a
algumas condutas, tais como restrição de ingerência nos meios de comunicação.

ARTIGO 14 – Direito de Retificação ou Resposta

1. Toda pessoa atingida por informações inexatas ou ofensivas emitidas em seus preju-
ízos por meios de difusão legalmente regulamentados e que se dirijam ao público em geral,
tem direito a fazer, pelo mesmo órgão de difusão, sua retificação ou resposta, nas
2. Em nenhum caso a retificação ou a resposta eximirá das outras responsabilidades
legais em que se houver incorrido.

Obs.: além do direito de resposta, será assegurada a responsabilização legal, ou seja, o


direito de resposta não é um instituto que substitui eventual responsabilização legal.

3. Para a efetiva proteção da honra e da reputação, toda publicação ou empresa jornalís-


tica, cinematográfica, de rádio ou televisão, deve ter uma pessoa responsável que não seja
protegida por imunidades nem goze de foro especial.

ARTIGO 15 – Direito de Reunião

É reconhecido o direito de reunião pacífica e sem armas. O exercício de tal direito só


pode estar sujeito às restrições previstas pela lei e que sejam necessárias, numa sociedade
democrática, no interesse da segurança nacional, da segurança ou da ordem públicas, ou
para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direitos e liberdades das demais pessoas.
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Pacto de São José da Costa Rica

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Obs.: note que um dos critérios que pode justificar a restrição do direito de reunião é a pro-
teção à saúde pública. Nessa perspectiva, poderiam ser incluídas medidas como to-
que de recolher e lockdown, utilizadas para conter a pandemia do novo coronavírus.

ARTIGO 16 – Liberdade de Associação

1. Todas as pessoas têm o direito de associar-se livremente com fins ideológicos, reli-
giosos, políticos, econômicos, trabalhistas, sociais, culturais, desportivos, ou de qualquer
outra natureza.
2. O exercício de tal direito só pode estar sujeito às restrições previstas pela lei que sejam
necessárias, numa sociedade democrática, no interesse da segurança nacional, da segu-
rança ou da ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direitos e
liberdades das demais pessoas.

Obs.: os limites ao direito de associação são os mesmos impostos ao de reunião.


10m

3. O disposto neste artigo não impede a imposição de restrições legais, e mesmo a pri-
vação do exercício do direito de associação, aos membros das forças armadas e da polícia.

ARTIGO 17 - Proteção da Família

1. A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e deve ser protegida pela


sociedade e pelo Estado.

Obs.: o documento não define o que é família. Por essa razão, é preciso estar atento
a possíveis questões que tentem induzir o candidato a marcar alguma alternativa
que afirme, por exemplo, que a família é a “união entre homem e mulher pelo casa-
mento etc.”

2. É reconhecido o direito do homem e da mulher de contraírem casamento e de funda-


rem uma família, se tiverem a idade e as condições para isso exigidas pelas leis internas,
na medida em que não afetem estas o princípio da não discriminação estabelecido nesta
Convenção.
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Pacto de São José da Costa Rica

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Obs.: apesar de fazer menção à idade, o documento não define qual seria essa idade, ou
seja, não há definição quanto ao que seria maioridade para fins de casamento.

3. O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno consentimento dos contraentes.
4. Os Estados-Partes devem tomar medidas apropriadas no sentido de assegurar a igual-
dade de direitos e a adequada equivalência de responsabilidades dos cônjuges quanto ao
casamento, durante o casamento e em caso de dissolução do mesmo. Em caso de dissolu-
ção, serão adotadas disposições que assegurem a proteção necessária aos filhos, com base
unicamente no interesse e conveniência dos mesmos.
5. A lei deve reconhecer iguais direitos tanto aos filhos nascidos fora do casamento como
aos nascidos dentro do casamento.

Obs.: trata-se de uma previsão constante também na DUDH e que se repete em diversos
documentos desde o início do século XX. . Em alguns documentos ainda são utiliza-
15m
dos os termos “legítimos” e “ilegítimos”, para se referir, respectivamente, aos filhos
de dentro e de fora do casamento. Mas o Pacto de São José da Costa Rica não em-
prega esses termos.

ARTIGO 18 – Direito ao Nome

Toda pessoa tem direito a um prenome e aos nomes de seus pais ou ao de um destes. A
lei deve regular a forma de assegurar a todos esses direito, mediante nomes fictícios, se for
necessário.

Obs.: em virtude da inspiração norte-americana do documento, utilizou-se os termos


“prenome” e “nomes de seus pais”. No Brasil, esses termos equivalem a “nome” e
“sobrenome”.

ARTIGO 19 – Direitos da Criança

Toda criança tem direito às medidas de proteção que a sua condição de menor requer por
parte da sua família, da sociedade e do Estado.
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Pacto de São José da Costa Rica

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Obs.: a proteção prevista é difusa, isto é, não cabe apenas ao Estado, mas também à fa-
mília e à sociedade.

ARTIGO 20 – Direito à Nacionalidade

1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.


2. Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado em cujo território houver nascido,
se não tiver direito à outra.

Obs.: o critério para o direito à nacionalidade não é o Estado em cujo território estiver mo-
rando, mas aquele em cujo território houver nascido.

3. A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua nacionalidade nem do direito


de mudá-la.

ARTIGO 21 – Direito à Propriedade Privada

1. Toda pessoa tem direito ao uso e gozo dos seus bens. A lei pode subordinar esse uso
e gozo ao interesse social.

Obs.: diferentemente do direito interno, o documento não enumera hipóteses relativas ao


“interesse social”, porque isso pode variar de país para país.

2. Nenhuma pessoa pode ser privada de seus bens, salvo mediante o pagamento de
indenização justa, por motivo de utilidade pública ou de interesse social e nos casos e na
forma estabelecidos pela lei.
20m

3. Tanto a usura como qualquer outra forma de exploração do homem pelo homem devem
ser reprimidas pela lei.

Obs.: enquanto os dois primeiros incisos desse artigo tratam mais especificamente do di-
reito à propriedade, o terceiro inciso dispõe sobre a repressão à usura.
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Pacto de São José da Costa Rica

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ARTIGO 22 – Direito de Circulação e de Residência

Obs.: em virtude das questões envolvendo o combate à pandemia da covid-19, é impor-


tante também estar atento a aspectos envolvendo lockdown e medidas restritivas
semelhantes.

1. Toda pessoa que se ache legalmente no território de um Estado tem direito de circular
nele e de nele residir conformidade com as disposições legais.
2. Toda pessoa tem o direito de sair livremente de qualquer país, inclusive do próprio.

Obs.: da mesma forma que existe o direito de saída, existe também o direito de regresso.

3. O exercício dos direitos acima mencionados não pode ser restringido senão em vir-
tude de lei, na medida indispensável, numa sociedade democrática, para prevenir infrações
penais ou para proteger a segurança nacional, a segurança ou a ordem públicas, a moral ou
a saúde públicas, ou os direitos e liberdades das demais pessoas.

Obs.: mais uma vez, a saúde pública é expressamente mencionada como uma das condi-
ções em que pode haver limitação de direitos, no caso, o de circulação.

4. O exercício dos direitos reconhecidos no inciso 1 pode também ser restringido pela lei,
em zonas determinadas, por motivos de interesse público.
5. Ninguém pode ser expulso do território do Estado do qual for nacional, nem ser privado
do direito de nele entrar.

Obs.: trata-se do direito de regresso, ou seja, do direito de retornar ao Estado do qual


for nacional.

6. O estrangeiro que se ache legalmente no território de uma Estado-Parte nesta Con-


venção só poderá dele ser expulso em cumprimento de decisão adotada de acordo com a lei.
7. Toda pessoa tem o direito de buscar e receber asilo em território estrangeiro, em caso
de perseguição por delitos políticos ou comuns conexos com delitos políticos e de acordo
com a legislação de cada estado e com os convênios internacionais.
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Pacto de São José da Costa Rica

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Obs.: essa previsão também já consta na DUDH e no ordenamento jurídico interno


brasileiro.

8. Em nenhum caso o estrangeiro pode ser expulso ou entregue a outro país, seja ou não
de origem, onde seu direito à vida ou liberdade pessoal esteja em risco de violação por causa
da sua raça, nacionalidade, religião, condição social ou de suas opiniões políticas.
9. É proibida a expulsão coletiva de estrangeiros.

Obs.: a análise quanto à expulsão de estrangeiros deve ser individual, não coletiva.

ARTIGO 23 – Direitos Políticos

Obs.: é importante lembrar que, quando se trata de direitos de primeira geração, a abran-
gência recai sobre direitos civis e políticos.

1. Todos os cidadãos devem gozar dos seguintes direitos e oportunidades:


a) de participar da direção dos assuntos públicos, diretamente ou por meio de represen-
tantes livremente eleitos;

Obs.: a participação por meio de representantes livremente eleitos seria uma participação
indireta.
25m

b) de votar e se eleitos em eleições periódicas autênticas, realizadas por sufrágio univer-


sal e igual e por voto secreto que garanta a livre expressão da vontade dos eleitores; e

Obs.: o documento não aborda a obrigatoriedade do voto. Por essa razão, é importante
atentar-se a questões que eventualmente busquem aproximar a previsão do docu-
mento com a Constituição Federal, a qual prevê a obrigatoriedade do voto.

c) de ter acesso, em condições gerais de igualdade, às funções públicas de seu país.


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2. A lei pode regular o exercício dos direitos e oportunidades e a que se refere o inciso
anterior, exclusivamente por motivos de idade, nacionalidade, residência, idioma, instrução,
capacidade civil ou mental, ou condenação, por juiz competente, em processo penal.

Obs.: esse inciso trata de possibilidades de restrição aos direitos políticos.

ARTIGO 24 – Igualdade Perante a Lei

Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por conseguinte, têm direito, sem discrimina-
ção, a igual proteção da lei.

Obs.: a igualdade perante a lei significa igualdade formal, previsão típica dos direitos de
primeira geração. A igualdade formal, diferentemente da igualde material, não leva
em consideração as diferenças entre os indivíduos. A igualdade material faz parte
dos direitos de segunda geração (sociais, econômicos e culturais).

ARTIGO 25 – Proteção Judicial

1. Toda pessoa tem direito a um recurso simples e rápido ou a qualquer outro recurso efe-
tivo, perante os juízos ou tribunais competentes, que a proteja contra atos que violem seus
direitos fundamentais reconhecidos pela constituição, pela lei ou pela presente Convenção,
mesmo quando tal violação seja cometida por pessoas que estejam atuando no exercício de
suas funções oficiais.

Obs.: trata-se de menção genérica aos remédios constitucionais, como habeas corpus e
mandado de segurança. A menção é genérica porque esses remédios podem variar
entre os países signatários da Convenção.
30m

2. Os Estados-Partes comprometem-se:

a) a assegurar que a autoridade competente prevista pelo sistema legal do Estado decida
sobre os direitos de toda pessoa que interpuser tal recurso;
b) a desenvolver as possibilidades de recurso judicial; e
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Pacto de São José da Costa Rica

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c) a assegurar o cumprimento, pelas autoridades competente, de toda decisão em que se


tenha considerado procedente o recurso.

Nas provas, os temas mais recorrentes têm sido o direito à vida e à integridade física. Por
outro lado, no que se refere a direitos como à reunião, à locomoção e à circulação, é impor-
tante lembrar que não se tratam de direitos absolutos, que podem ser restringidos em prol
do interesse público, inclusive, por critérios de saúde pública – nesses casos, estariam em
choque os direitos do indivíduo e os da coletividade.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Thiago Medeiros.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA

PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA – PARTE V


Direitos Econômicos, Sociais e Culturais
ARTIGO 26 – Desenvolvimento Progressivo
Os Estados-Partes comprometem-se a adotar providência, tanto no âmbito interno como mediante
cooperação internacional, especialmente econômica e técnica, a fim de conseguir progressiva-
mente a plena efetividade dos direitos que decorrem das normas econômicas, sociais e sobre
educação, ciência e cultura, constantes da Carta da Organização dos Estados Americanos, refor-
mada pelo Protocolo de Buenos Aires, na medida dos recursos disponíveis, por via legislativa ou
por outros meios apropriados.

Obs.: não há enumeração detalhada dos direitos, mas referência ao desenvolvimento pro-
gressivo e “na medida dos recursos disponíveis”, ou seja, trata-se da teoria da reser-
va do possível. Assim, o Pacto de São José da Costa Rica não arrola os direitos de
segunda geração, mas prevê um compromisso dos Estados signatários em relação
à efetivação desses direitos. Posteriormente, houve a assinatura de um protocolo
adicional ao Pacto de São José da Costa Rica, o Protocolo de San Salvador, o qual
tratou dos direitos de segunda geração.
5m

Suspensão de Garantias, Interpretação e Aplicação

Obs.: os artigos subsequentes não tratam propriamente de direitos, mas de algumas nor-
mas relativas ao Pacto.
ARTIGO 27 – Suspensão de Garantias
1. Em caso de guerra, de perigo público, ou de outra emergência que ameace a independência
ou segurança do Estado-Parte, este poderá adotar disposições que, na medida e pelo tempo es-
tritamente limitados às exigências da situação, suspendam as obrigações contraídas em virtude
desta Convenção, desde que tais disposições não sejam incompatíveis com as demais obrigações
que lhe impõe o Direito Internacional e não encerrem discriminação alguma fundada em motivos
de raça, cor, sexo, idioma, religião ou origem social.

Obs.: trata-se da possibilidade excepcional de garantias previstas, com exceção de algu-


mas, mencionadas no inciso seguinte.
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2. A disposição precedente não autoriza a suspensão dos direitos determinados nos seguintes
artigos: 3 (Direito ao Reconhecimento da Personalidade Jurídica), 4 (Direito à vida), 5 (Direito à
Integridade Pessoal), 6 (Proibição da Escravidão e Servidão), 9 (Princípio da Legalidade e da Re-
troatividade), 12 (Liberdade de Consciência e de Religião), 17 (Proteção da Família), 18 (Direito
ao Nome), 18 (Direitos da Criança), 20 (Direito à Nacionalidade) e 23 (Direitos Políticos), nem das
garantias indispensáveis para a proteção de tais direitos.

Obs.: esses direitos não podem ser suspensos.


3. Todo Estado-Parte que fizer uso do direito de suspensão deverá informar imediatamente os ou-
tros Estados-Partes na presente Convenção, por intermédio do Secretário-Geral da Organização
dos Estados Americanos, das disposições cuja aplicação haja suspendido, dos motivos determi-
nantes da suspensão e da data em que haja dado por terminado tal suspensão.

Obs.: a suspensão de garantias deve ser algo excepcional, por isso, existem regras claras
e precisas sobre sua aplicação, ou seja, devem ser informados os motivos que leva-
ram à suspensão e a data prevista para o término da suspensão.
10m
ARTIGO 29 – Normas de Interpretação
Nenhuma disposição desta Convenção pode ser interpretada no sentido de:
a. permitir a qualquer dos Estados-Partes, grupo ou pessoa, suprimir o gozo e exercício dos direi-
tos e liberdades reconhecidos na Convenção ou limitá-los em maior medida do que a nela prevista;

Obs.: trata-se do princípio do não retrocesso.

b. limitar o gozo e exercício de qualquer direito ou liberdade que possam ser reconheci-
dos de acordo com as leis de qualquer dos Estados-Partes ou de acordo com outra
convenção em que seja parte um dos referidos Estados;
c. excluir outros direitos e garantias que são inerentes ao ser humano ou que decorrem
da forma democrática representativa de governo; e
d. excluir ou limitar o efeito que possam produzir a Declaração Americana dos Direitos e
Deveres do Homem e outros atos internacionais da mesma natureza.

Obs.: é importante lembrar que a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem
é diferente da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), embora ambas
sejam de 1948. Além disso, a primeira está relacionada à Organização dos Estados
Americanos (OEA), enquanto a segunda, à Organização das Nações Unidas (ONU).
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Deveres das Pessoas

Obs.: o art. 1º trata dos deveres dos Estados, enquanto o art. 32, dos deveres dos cidadãos.
ARTIGO 32 – Correlação entre Deveres e Direitos
1. Toda pessoa tem deveres para com a família, a comunidade e a humanidade.

Obs.: A DUDH não trata dos deveres em relação à humanidade.


2. Os direitos de cada pessoa são limitados pelos direitos dos demais, pela segurança de todos e
pelas justas exigências do bem comum, numa sociedade democrática.

Obs.: essa previsão é semelhante à máxima popular segundo a qual “a liberdade de um


termina onde se inicia a liberdade do outro”.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Assinale a alternativa que contempla afirmativa em consonância com a Convenção


Americana de Direitos Humanos.
a. Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada por delitos políticos, nem por
delitos comuns cometidos por menores de 21 anos de idade.
b. Toda pessoa terá direito a obter indenização decorrente de prisão ilegal, salvo por
erro judiciário.
c. O preso tem direito de ser assistido por um defensor oferecido pelo Estado, vedado
ao acusado se defender ele próprio.
d. O processo penal deve ser público, salvo no que for necessário para preservar os
interesses da justiça.
e. Se depois da perpetração do delito a lei dispuser a imposição de pena mais leve, o
delinquente não poderá ser por isso beneficiado.

COMENTÁRIO
• A pena de morte não pode ser aplicada em relação a delitos políticos, mas o Pacto de
São José da Costa Rica prevê a não aplicação da pena de morte por crimes cometidos
por menores de 18 anos de idade.
15m
• O direito à indenização decorre de erro judiciário.
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Pacto de São José da Costa Rica

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• A autodefesa pelo preso é prevista no Pacto.


• Se depois da perpetração do delito a lei dispuser a imposição de pena mais leve,
o delinquente poderá ser por isso beneficiado, em razão da retroatividade de lei
mais benéfica.
• O processo penal deve ser público, salvo no que for necessário para preservar os inte-
resses da justiça. O emprego da palavra “justiça” com a inicial em minúsculo não faz
referência ao Poder Judiciário, mas ao que se entende como justo.

2. Na seara dos tratados e das convenções internacionais sobre direitos humanos incor-
porados pelo ordenamento jurídico brasileiro, destaca-se a Convenção Americana de
Direitos Humanos. Também conhecida como Pacto de San José da Costa Rica, tal Con-
venção foi adotada em 22 de novembro de 1969, durante a Conferência Especializada
Interamericana sobre Direitos Humanos. Sobre ela, é correto afirmar que
a. em seu bojo, dentre os direitos protegidos, destaca a proteção à família, embora se
omita sobre o direito da criança.
b. no âmbito regional trata-se do documento mais importante do sistema interameri-
cano, excluindo a subordinação ao sistema global de proteção dos direitos humanos.
c. estabelece como competentes para conhecerem os assuntos relacionados com o
cumprimento dos compromissos assumidos pelos Estados-Partes a Comissão Inte-
ramericana de Direitos Humanos e a Corte Interamericana de Direitos Humanos.
d. embora assinada em 1969, foi ratificada pelo Brasil apenas em 1988, possivel-
mente em razão da resistência do regime militar em acolher os compromissos nela
estipulados.
e. reitera princípios consagrados na Carta da Organização dos Estados Americanos, na
Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem e no Estatuto de Roma.

COMENTÁRIO
• Não há omissão quanto ao direito da criança, pois existe artigo específico sobre o tema.
• O sistema interamericano não é vinculado à ONU, mas à OEA. Mas isso não significa
que o sistema global de proteção dos direitos humanos não possa alcançar casos que
vierem a ocorrer nas Américas. Não há hierarquia entre os sistemas.
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DIREITOS HUMANOS
Pacto de São José da Costa Rica

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• O Pacto de San José da Costa Rica estabelece como competentes para conhecerem
os assuntos relacionados com o cumprimento dos compromissos assumidos pelos
Estados-Partes a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e a Corte Interame-
ricana de Direitos Humanos.
• O Brasil se tornou signatário do Pacto em 1992.
10m
• O Estatuto de Roma (1998) é posterior ao Pacto de San José da Costa Rica (1969).

3. Considerando a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, é correto afirmar que:


a. permite a escravidão
b. não trata de delitos ou de direitos políticos.
c. o Brasil não é signatário desta Convenção.
d. estabelece que o direito à reunião não se submete a qualquer restrição.
e. a pena de morte não pode ser restabelecida nos Estados em que tenha sido abolida.

COMENTÁRIO
• A Convenção proíbe a escravidão.
• O documento trata de delitos e de direitos políticos – como o direito a asilo político.
• O Brasil é signatário.
• O direito à reunião não é absoluto, pode ser restringido.

4. A Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San Jose da Costa Rica)


reproduz a maior parte das declarações de direitos constantes do Pacto Internacional
de Direitos Civis e Políticos de 1966. Contudo, existem novidades importantes, entre as
quais se destaca o direito
a. à propriedade privada cujo uso e gozo podem estar subordinados ao interesse social.
b. de toda criança adquirir uma nacionalidade.
c. das minorias étnicas, religiosas ou linguísticas a ter sua própria vida cultural, de pro-
fessar e praticar sua religião e usar sua língua.
d. à realização de greve, de acordo com condições preestabelecidas.
e. das mulheres à licença-maternidade.
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DIREITOS HUMANOS
Pacto de São José da Costa Rica

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COMENTÁRIO
O Pacto de San Jose da Costa Rica inova ao veicular possibilidade de restrição ao direito
à propriedade privada, considerando o interesse social.

5. O Pacto de São José da Costa Rica estipula que os Estados-Partes podem suspender
as obrigações contraídas em virtude do referido Pacto, como por exemplo em situação
de guerra, perigo público, ou de outra emergência que ameace a sua independência ou
sua segurança. Dentre os direitos que podem ser suspensos nessas hipóteses, está:
a. o Direito à Nacionalidade.
b. o Direito de Circulação.
c. o Direito ao Reconhecimento da Personalidade Jurídica.
d. a Liberdade de Religião.
e. o Princípio da Retroatividade da lei.

COMENTÁRIO
• O direito de circulação pode ser suspenso, por exemplo, como forma de preservar a
saúde pública. De maneira geral, os direitos que podem ser restringidos, podem ser
suspensos, mas de maneira excepcional.
• Segundo o art. 27 do Pacto, não podem ser suspensos os direitos previstos nos seguin-
tes artigos: 3 (Direito ao Reconhecimento da Personalidade Jurídica), 4 (Direito à vida),
5 (Direito à Integridade Pessoal), 6 (Proibição da Escravidão e Servidão), 9 (Princípio
da Legalidade e da Retroatividade), 12 (Liberdade de Consciência e de Religião), 17
(Proteção da Família), 18 (Direito ao Nome), 18 (Direitos da Criança), 20 (Direito à
Nacionalidade) e 23 (Direitos Políticos), nem das garantias indispensáveis para a pro-
teção de tais direitos.

6. Com relação à pena de morte, a Convenção Americana de Direitos Humanos (“Pacto


de San José da Costa Rica”)
a. prevê que, em nenhum caso, pode a pena de morte ser aplicada a delitos políticos,
sendo autorizada a aplicação aos delitos comuns conexos com delitos políticos.
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
Pacto de São José da Costa Rica

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b. prevê que não se deve impor a pena de morte à pessoa que, no momento da conde-
nação, for maior de setenta anos.
c. prevê que não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que a hajam abolido.
d. prevê que não se deve impor a pena de morte à pessoa que, no momento da perpe-
tração do delito ou de sua condenação, for menor de vinte e um anos.
e. não possui qualquer previsão.

COMENTÁRIO
• A pena de morte não pode ser aplicada a delitos políticos nem aos delitos comuns
conexos com delitos políticos.
• Não se deve impor a pena de morte à pessoa que, no momento do cometimento do
crime, for maior de setenta anos.
• Não não se deve impor a pena de morte à pessoa que, no momento da perpetração do
delito, for menor de dezoito anos.
Pacto de San José da Costa Rica
Artigo 4 – Direito à Vida
2. Nos países que não houverem abolido a pena de morte, esta só poderá ser imposta pelos de-
litos mais graves, em cumprimento de sentença final de tribunal competente e em conformidade
com lei que estabeleça tal pena, promulgada antes de haver o delito sido cometido. Tampouco se
estenderá sua aplicação a delitos aos quais não se aplique atualmente.
3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que a hajam abolido.
4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada por delitos políticos, nem por delidos co-
muns conexos com delitos políticos.
5. Não se deve impor a pena de morte à pessoa que, no momento da perpetração do delito, for
menor de dezoito anos, ou maior de setenta, nem aplicá-la a mulher em estado de gravidez.

7. Assinale a alternativa que contempla afirmativa em consonância com a Convenção


Americana de Direitos Humanos.
a. Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada por delitos políticos, nem por
delitos comuns cometidos por menores de 21 anos de idade.
b. Toda pessoa terá direito a obter indenização decorrente de prisão ilegal, salvo por
erro judiciário.
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
Pacto de São José da Costa Rica

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c. O preso tem direito de ser assistido por um defensor oferecido pelo Estado, vedado
ao acusado se defender ele próprio.
d. O processo penal deve ser público, salvo no que for necessário para preservar os
interesses da justiça.
e. Se depois da perpetração do delito a lei dispuser a imposição de pena mais leve, o
delinquente não poderá ser por isso beneficiado.

GABARITO
1. d
2. c
3. e
4. a
5. b
6. c
7. d

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Thiago Medeiros.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
Pacto de São José da Costa Rica - Parte V
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PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA – PARTE V

Abordaremos o sistema interamericano de proteção dos direitos humanos. Dentro do


Pacto de São José da Costa Rica, o art. 33 e os posteriores trazem regramentos sobre os
meios de proteção dos direitos em espécie previstos do seu art. 1 ao art. 32.
O sistema interamericano, no âmbito da OEA, é criado por dois órgãos de proteção, que
são nossos objetos de análise dentro do estudo do Pacto de São José da Costa Rica:

• Comissão Interamericana de Direitos Humanos; e


• Corte Interamericana de Direitos Humanos.

Esses órgãos de proteção dão a base ao chamado Sistema Interamericano de proteção


dos direitos humanos, que também tem como base o Pacto, responsável por toda a funda-
mentação teórica juntamente com a Carta da Organização dos Estados Americanos (OEA).
O Pacto de São José da Costa Rica é ligado à OEA, não à ONU, que tem o Sistema Onu-
siano, sistema global de proteção dos direitos humanos. Já o Pacto é uma das fontes jurídi-
cas do Sistema Interamericano e é justamente nele que estudaremos os órgãos de proteção.
Há uma sequência de artigos tratando sobre os detalhes e as características de cada um
desses órgãos e o esquema abaixo traz um resumo disso, que esmiuçaremos em seguida:
Comissão Interamericana de Direitos Humanos

Composição: 7 membros, 1 recondução, 4 anos de mandato

Sede - Washinton, EUA


Órgãos de Função - Promover a efetivação e Não é vinculante
proteção a observância dos Direitos Huma- Caráter recomendatório
nos
Sistema
Quem pode denunciar – Qual-
Interamericano
quer Pessoa, Grupo de pessoas
CADM

Pacto de são josé da


costa rica + Carta OEA
Corte Interamericana de Direitos Humanos
Composição 7 membros, 1 recondução, 6 anos de mandato
Sede - Costa Rica
Funções Aplicar/Contenciosa: Julgar casos Práticos - é vinculânte
ANOTAÇÕES

Interpretar/consultiva: emitir parecer sobre a compatibilidade do Dir.


interno e a CADM
Quem pode Denunciar - Estado-Membro e a comissão

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Pacto de São José da Costa Rica - Parte V
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- Eleitos a título pessoal. | São pessoas de alta autoridade moral de reconhecido saber
em matéria de direitos humanos
- Eleitos a título pessoal.
- Votação secreta / Maioria absoluta. | São pessoas de alta autoridade moral de reconhe-
cido saber em matéria de direitos humanos.
Quórum para deliberar: 5 juízes
1. Comissão Interamericana de Direitos Humanos:
a) Composição:

• 7 membros (comissários), sendo permitida uma recondução ou reeleição para quatro


anos de mandato;
• Esses membros são eleitos a título pessoal;
• São da mais alta autoridade moral e de reconhecido saber em matérias de direi-
tos humanos;
• São pessoas indicadas pelos governos e passam por uma votação secreta na Assem-
bleia Geral em Washington, sendo eleitas pela maioria absoluta dos membros;
5m
• Uma dica para facilitar a memorização da composição da Comissão é associar à der-
rota que a seleção brasileira de futebol sofreu para a Alemanha por 7 a 1 na Copa do
Mundo, que acontece a cada 4 anos: 7 x 1 (4), sendo 7 membros, 1 recondução, 4
anos de mandato.

b) Sede – Washington, Estados Unidos.


c) Função:

• Promover a efetivação e a observância dos direitos humanos;


• Essa função possui um caráter recomendatório e não é vinculante.

d) Quem pode denunciar – Não há restrição; qualquer pessoa ou grupo de pessoas, uma
ONG, um Estado-parte etc. pode.
2. Corte Interamericana de Direitos Humanos:
a) Composição:

• 7 membros (juízes), sendo permitida uma recondução ou reeleição para seis anos
de mandato;
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DIREITOS HUMANOS
Pacto de São José da Costa Rica - Parte V
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• Os membros também são eleitos a título pessoal e a votação é secreta por maioria
absoluta dos membros votantes;
• Também são pessoas da mais alta autoridade moral e de reconhecido saber em maté-
ria de direitos humanos;
• Como a Corte tem função jurisdicional, ela toma decisões, deliberações. A composição
é diferente do quórum para deliberação: enquanto na composição são 7 membros,
podem existir deliberações a partir da presença de 5 juízes (quórum mínimo).

b) Sede – São José, Costa Rica, mas pode operar em qualquer lugar do mundo.
c) Funções:

• Contenciosa – Função jurisdicional de julgar casos práticos de violação de direitos


humanos, o que é vinculante; ela vai emitir sentenças que devem ser cumpridas pelos
Estados-membros, sob pena de expulsão do Sistema Interamericano. Nessa função,
a Corte está aplicando a Convenção Americana, o Pacto de São José da Costa Rica;
• Consultiva – Interpretar o Pacto; essa função pode ser requerida por qualquer membro
10m
da OEA e, na prática, a Corte vai emitir parecer sobre a compatibilidade do direito
interno de um Estado-membro com o Pacto.

d) Quem pode denunciar – Aqui é mais restrito que na Comissão; somente um Estado-
-membro e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos podem.
Quando se fala em violação de direitos humanos, normalmente associa-se a crimes, mas
não se resume a isso. Para fins de entendimento, considere uma situação em que ocorreu
um crime aqui no Brasil, no qual o Estado brasileiro foi negligente ou omisso, não conseguiu
aplicar a lei no caso concreto ou não demonstrou ações preventivas. Ocorreu o decurso de
prazos recursais, o esgotamento de vias internas, então um grupo de pessoas levou o caso
até a Comissão. No intuito de promover a efetivação e a promoção dos direitos humanos, a
Comissão vai emitir um relatório ao país violador dizendo que providências ele deve tomar
relacionadas a determinado assunto – por ex., violência doméstica, questões raciais, violên-
cia policial ou qualquer outro que viole direitos humanos.
Se o país não cumprir o que está disposto nesse relatório, que não é vinculante, a Comis-
são envia o caso para a Corte por não ter conseguido resolver o problema em uma primeira
tratativa. Porém a Corte tem outro aspecto, pois o país violador vai agora passar por um jul-
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gamento; e esse julgamento de casos práticos refere-se apenas a Estados que de alguma
forma violaram direitos humanos, não a pessoas. A decisão da Corte acaba vinculando o país
a cumprir o que está ali estabelecido. Essas, portanto, são as engrenagens do sistema que
precisam ser compreendidas.

Comissão e Corte

Existem alguns pontos em comum entre a Comissão e a Corte:

• Os membros serão eleitos de uma lista de candidatos propostos pelos governos dos
Estados-membros;
• Cada governo pode propor até três candidatos, que não precisam ser nacionais do
próprio Estado-membro; inclusive desses três, pelo menos um precisa ser de um Esta-
do-membro diferente;
15m
• Votação secreta, eleitos pelo voto da maioria absoluta dos Estados-membros;
• Não pode fazer parte mais de um nacional de um mesmo Estado;
• Gozam de imunidade e privilégios diplomáticos;
• Esses cargos são incompatíveis com outras atividades que possas afetar sua indepen-
dência ou imparcialidade;
• A Comissão comparecerá em todos os casos perante a Corte. A Corte é um órgão
autônomo, não vinculado à OEA, e não é um órgão permanente, podendo acontecer
reuniões ordinárias e extraordinárias.

Comissão

A Comissão tem a função principal de promover a observância e a defesa dos direitos


humanos e, no exercício do seu mandato, tem as seguintes funções e atribuições:
a) estimular a consciência dos direitos humanos nos povos da América;
b) formular recomendações aos governos dos Estados-membros, quando o considerar
conveniente, no sentido de que adotem medidas progressivas em prol dos direitos humanos
no âmbito de suas leis internas e seus preceitos constitucionais, bem como disposições apro-
priadas para promover o devido respeito a esses direitos;
c) preparar os estudos ou relatórios que considerar convenientes ao desempenho de
suas funções;
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d) solicitar aos governos dos Estados-Membros que lhe proporcionem informações sobre
as medidas que adotarem em matéria de direitos humanos;
e) atender às consultas que, por meio da Secretaria-Geral da Organização dos Estados
Americanos, lhe formularem os Estados-Membros sobre questões relacionadas com os direi-
tos humanos e, dentro de suas possibilidades, prestar-lhes o assessoramento que eles lhe
solicitarem;

Obs.: essa consulta não é aquela sobre compatibilidade de norma; aqui é mais genérica. A
função consultiva da Corte é nesse sentido de verificação de compatibilidade entre
uma lei interna de um Estado-membro do Sistema Interamericano e o Pacto de São
José da Costa Rica, sendo mais específica que a consulta no âmbito da Comissão.

f) atuar com respeito às petições e outras comunicações, no exercício de sua autoridade;


g) apresentar um relatório anual a Assembleia-GeraI da Organização dos Estados
Americanos.
Em resumo, a Comissão é um órgão que tem caráter recomendatório e trabalha no sen-
tido de emitir relatórios e pareceres para os Estados-membros quando verifica algum tipo de
descumprimento de direitos humanos. Lembre-se de que não tem caráter vinculante e, para
emitir esse relatório, a Comissão pode solicitar aos Estados-membros informações e rela-
tórios constando o que está sendo feito na promoção e na efetivação de direitos humanos.
Essa é uma função um pouco mais restrita em relação à efetividade em comparação com a
20m
Corte, que tem o poder de julgar.

• Critério de Admissibilidade:

Na Comissão Interamericana, qualquer pessoa pode denunciar, enviando uma peti-


ção contendo o registro daquele fato hipoteticamente considerado uma violação de direitos
humanos. Para isso é necessário cumprir requisitos, tratando-se justamente do critério de
admissibilidade.
Para que uma petição ou comunicação seja admitida pela Comissão, será necessário:
a) que hajam sido interpostos e esgotados os recursos da jurisdição interna, de acordo
com os princípios de direito internacional geralmente reconhecidos;
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Obs.: sistemas de proteção têm caráter subsidiário; o ideal é que através de nossas leis e
nosso julgamento aquele conflito em questão de violação de direitos humanos seja
resolvido. Para chegar até a Comissão, é necessário o esgotamento das vias recur-
sais internas ordinárias.

b) que seja apresentada dentro do prazo de seis meses, a partir da data em que o presu-
mido prejudicado em seus direitos tenha sido notificado da decisão definitiva;

Obs.: sabe-se que, em alguns países, até chegar essa decisão definitiva já se passou
muito tempo; por isso, existem possibilidades de não se aplicar as alíneas “a” e “b”
e, mesmo assim, alcançar a Comissão Interamericana. Essa não aplicação pode
ocorrer quando:

• Não existir o devido processo legal para a proteção do direito ou direitos que se alegue
terem sido violados;
• A vítima ou suposta vítima for impedida de acessar ou esgotar todos os recursos da
jurisdição interna;
• Houver demora injustificada na decisão sobre os mencionados recursos.

c) que a matéria da petição ou comunicação não esteja pendente de outro processo de


solução internacional;
Ex.: Se o caso foi parar no Sistema Global, significa que o Sistema Global é prevento, não
sendo possível levar o mesmo caso para o Sistema Interamericano.
d) que a petição contenha o nome, a nacionalidade, a profissão, o domicílio e a assina-
tura da pessoa ou pessoas ou do representante legal da entidade que submeter a petição.

Obs.: a alínea “d” é para evitar denúncias anônimas. A petição não pode ser apócrifa, tem
25m
que estar qualificada.
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DIRETO DO CONCURSO

1. (CESPE/INSTITUTO RIO BRANCO/DIPLOMATA) No que se refere aos tratados e con-


venções internacionais sobre direitos humanos de que o Brasil seja signatário, julgue o
item seguinte.
A Corte Interamericana de Direitos Humanos, composta de sete juízes, detém, além de
competência contenciosa, de caráter jurisdicional, competência consultiva.

2. (CESPE/INSTITUTO RIO BRANCO/DIPLOMATA) No que se refere à solução pacífi-


ca das controvérsias, incluindo-se os tribunais internacionais, julgue (C ou E) o item
que se segue.
A Corte Interamericana de Direitos Humanos é competente para emitir parecer, a pe-
dido de Estado-membro da Organização dos Estados Americanos, sobre a compati-
bilidade entre quaisquer das leis internas desse Estado e a Convenção Americana de
Direitos Humanos.

COMENTÁRIO
• A Convenção Americana de Direitos Humanos é o Pacto de São José da Costa Rica;
• A questão apresenta a função consultiva da Corte Interamericana.

3. (FCC/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO) O sistema Regional Americano tem suas pecu-


liaridades e, dentre elas, pode-se mencionar a existência da Comissão Interamericana
de Direitos Humanos e a Corte interamericana de Direitos Humanos. A respeito destes
órgãos, é correto afirmar:
a. As medidas cautelares, adotadas pela Comissão, possuem natureza vinculante,
citando-se como exemplo o caso da Usina Belo Monte.
b. A Comissão Interamericana é composta por sete membros eleitos por quatro anos,
permitida só uma reeleição.
c. A Corte Interamericana é composta por sete membros por um mandato de quatro
anos, permitida a reeleição.
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DIREITOS HUMANOS
Pacto de São José da Costa Rica - Parte V
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d. O indivíduo pode acessar ambos os órgãos mencionados, bastando, para tanto, pre-
encher o requisito do prévio esgotamento das vias ordinárias.
e. A Comissão Interamericana tem a competência de emitir opiniões consultivas vincu-
lantes aos Estados Membros.

COMENTÁRIO
• No texto da Comissão aparece o termo “medidas provisórias”, que é o mesmo que “medi-
das cautelares”; elas têm caráter jurisdicional, função da Corte, e não da Comissão;
• A Comissão não vincula, pois tem caráter recomendatório; decisões vinculantes são
as da Corte;
• O mandato dos membros da Corte Interamericana é de seis anos;
• O indivíduo só pode acessar diretamente a Comissão; a Corte só pode ser acessada
pela Comissão Interamericana ou por um Estado-membro.
30m

4. (FEPESE/SJC-SC/AGENTE DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVO) Sobre a Corte In-


teramericana de Direitos Humanos, é correto afirmar:
a. Sediada em San José (Costa Rica) é uma instituição judiciária autônoma cujo objetivo
é a aplicação e a interpretação da Convenção Americana sobre Direitos Humanos.
b. A Corte compor-se-á de cinco juízes, nacionais dos Estados membros da Organiza-
ção, eleitos a título pessoal dentre juristas da mais alta autoridade moral, de reconhe-
cida competência em matéria de direitos humanos.
c. Os juízes da Corte serão eleitos, em votação aberta e pelo voto da maioria absoluta
dos Estados-Partes na Convenção.
d. Os juízes da Corte serão eleitos por um período de seis anos e não poderão ser
reeleitos.
e. O quórum para as deliberações da Corte é constituído por quatro juízes.

COMENTÁRIO
• O quórum para deliberação da Corte é de cinco juízes;
• É possível uma reeleição para juízes da Corte;
• A votação para eleger os juízes da Corte é secreta, fechada;
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DIREITOS HUMANOS
Pacto de São José da Costa Rica - Parte V
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• A composição da Corte conta com sete juízes, não cinco; composição é diferente de
quórum para deliberação;
• Na função contenciosa, a Corte aplica a Convenção Americana; na função consultiva,
ela interpreta a Convenção.

GABARITO
1. C
2. C
3. b
4. a

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Thiago Medeiros.
�A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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DIREITOS HUMANOS
Decreto nº 19.841/1945 (Promulga Carta das Nações Unidas)
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DECRETO N. 19.841/1945 (PROMULGA CARTA DAS NAÇÕES


UNIDAS)

Este bloco será dedicado a um documento importantíssimo de direitos humanos, a carta


constitutiva da Organização das Nações Unidas (ONU). Serão trabalhados todos os aspectos
relacionados ao documento, que é composto por mais de 100 artigos. Para fins de concurso
público, o estudo do tema deve ser estratégico e não linear, ou seja, aspectos históricos e
introdutórios do documento devem ser considerados para que seja possível entender o con-
texto em que ele se inseria e que levou a criação desse importante organismo internacional
de proteção e tutela dos direitos humanos, com finalidade da paz mundial dentre outras. Esta
aula apresenta justamente a parte histórica do documento.

Carta da ONU

Organização das nações unidas


Decreto n. 19.841/1945
Introdução e aspectos históricos
Precedentes históricos: corresponde ao chamado processo de internacionalização dos
direitos humanos, universalização que nasce justamente com a criação da ONU (no pós 2ª
Guerra Mundial).

• 1864: Convenção de Genebra sobre Direito Humanitário. O direito humanitário


possui foco em questões que envolvem conflitos armados ou relativas à guerra. Inspi-
rada pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha;
• 1919: Término da Primeira Guerra mundial. Destacam-se ainda a criação da Orga-
nização Nacional do Trabalho (OIT) e da Liga das Nações.
• 1945: Fim da Segunda Guerra mundial e criação da ONU. O estudo de direitos
humanos não pode ser desvinculado das duas grandes guerras. 5 min

A Liga das Nações é considerada enquanto um “embrião” da ONU, possuindo uma inten-
ção muito próxima a da ONU em sua abordagem atual (promover a paz mundial e evitar a
ocorrência de novos conflitos). A Liga das Nações falha mediante a ocorrência da Segunda
Guerra Mundial (com a ascensão de Hitler na Alemanha). O momento do pós-guerra fomenta
ANOTAÇÕES

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DIREITOS HUMANOS
Decreto nº 19.841/1945 (Promulga Carta das Nações Unidas)
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uma abordagem de nações amigas, entendimento que incentiva a criação da ONU que se dá
imediatamente após o término da Segunda Guerra mundial.
O ano de 1945 marca a criação da ONU e o início de um processo de internacionalização
dos direitos humanos, marcado pela Carta de São Francisco ou Carta da ONU. Por conta
das atrocidades cometidas na Segunda Guerra Mundial, o foco do documento versa sobre
temáticas que envolvam a paz, direitos humanos e todos os demais princípios e propósitos
dotados no documento. Dessa forma, o eixo central da ONU é justamente a promoção da
paz mundial e a cooperação internacional, que levariam ao respeito aos direitos humanos.
Em sua carta, a ONU não dedica nenhum de seus capítulos a menção de direitos huma-
nos, o que configura uma necessidade clara de estabelecimento e que fomenta a Declaração
Nacional de Direitos Humanos, três anos após a criação do órgão. É importante considerar
que a declaração é um ato literal estabelecido por uma resolução própria da ONU e que não
envolvia a cooperação das nações, o que resulta em uma certa ausência de ajuizamento de
tais direitos. 10 min
Considerando essa temática, destacam-se em 1966 dois documentos importantes: o
Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (primeira geração) e o Pacto Internacional
dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (segunda geração). Com a criação da ONU,
nasce o direito Onusiano de proteção aos direitos humanos, tendo enquanto base justamente
os três últimos documentos elaborados, conjunto que é reconhecido enquanto a Carta Inter-
nacional de Direitos Humanos.
Ainda no âmbito da ONU, destaca-se o presidente americano Franklin D. Roosevelt,
pioneiro na utilização da terminologia de nações unidas. Em sua criação, a ONU teve a prin-
cípio 51 membros em sua composição, conhecidos enquanto fundadores ou originais das
nações unidas (incluindo o Brasil). Atualmente existem 193 membros no âmbito das nações
unidas. 15 min

Organização da carta da ONU

• Capítulo I - propósitos e princípios


• Capítulo II - dos membros
• Capítulo III – órgãos
• Capítulo IV - assembleia geral
• Capitulo V - conselho de segurança
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• Capítulo VI - solução pacífica de controvérsias


• Capítulo VII - ação relativa a ameaças à paz, ruptura da paz e atos de agressão
• Capítulo VIII - acordos regionais
• Capítulo IX - cooperação econômica e social internacional
• Capítulo X - conselho econômico e social
• Capítulo XI - declaração relativa a territórios sem governo próprio
• Capítulo XII - sistema internacional de tutela
• Capítulo XIII - conselho de tutela
• Capítulo XIV - a corte internacional de justiça
• Capítulo XV - o secretariado
• Capítulo XVI - disposições diversas
• Capítulo XVIII – emendas
• Capítulo XIX - ratificação e assinatura

Preâmbulo

Nós, os povos das nações unidas,


Resolvidos

• A preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra, que por duas vezes, no


espaço da nossa vida, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade, e 20 min
• A reafirmar a fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor do ser
humano, na igualdade de direito dos homens e das mulheres, assim como das nações
grandes e pequenas, e
• A estabelecer condições sob as quais a justiça e o respeito às obrigações decorrentes
de tratados e de outras fontes do direito internacional possam ser mantidos, e
• A promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de uma liber-
dade ampla.

E para tais fins

• Praticar a tolerância e viver em paz, uns com os outros, como bons vizinhos, e
• Unir as nossas forças para manter a paz e a segurança internacionais, e
ANOTAÇÕES

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Decreto nº 19.841/1945 (Promulga Carta das Nações Unidas)
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• Garantir, pela aceitação de princípios e a instituição dos métodos, que a força armada
não será usada a não ser no interesse comum,
• Empregar um mecanismo internacional para promover o progresso econômico e
social de todos os povos.

Resolvemos conjugar nossos esforços para a consecução desses objetivos.

Obs.: Conforme pode ser percebido no preâmbulo, todo tipo de ação da ONU valoriza a
manutenção da paz e a segurança internacional, as quais seriam alcançadas por
meio da cooperação internacional e o respeito aos direitos humanos.

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preparada e ministrada pelo professor Thiago Medeiros.
�A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
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DIREITOS HUMANOS
Decreto n. 19.841/1945 (Promulga Carta das Nações Unidas) II
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DECRETO N. 19.841/1945 (PROMULGA CARTA DAS NAÇÕES


UNIDAS) II

Os arts. 1º e 2º trazem os propósitos e os princípios da Carta das Nações Unidas.

PROPÓSITOS

Os propósitos indicam o que as Nações Unidas pretendem ao realizar o documento.


Os propósitos das Nações Unidas são:
1. Manter a paz e a segurança internacionais e, para esse fim:
Tomar, coletivamente, medidas efetivas para evitar ameaças à paz e reprimir os atos de
agressão ou outra qualquer ruptura da paz e chegar, por meios pacíficos e de conformidade
com os princípios da justiça e do direito internacional, a um ajuste ou solução das controvér-
sias ou situações que possam levar a uma perturbação da paz;
O desejo de manter a paz e a segurança internacionais guia o estudo da Carta das
Nações Unidas.
O Conselho de Segurança da ONU pode fazer uso de força, mas o foco é a solução pací-
fica dos conflitos.
2. Desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito ao princípio de
igualdade de direitos ou de autodeterminação dos povos, e tomar outras medidas apropria-
das ao fortalecimento da paz universal;
3. Conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internacionais
de caráter econômico, social, cultural ou humanitário, e para promover e estimular o respeito
aos direitos humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo,
língua ou religião;
A ideia central das Nações Unidas pós Segunda Guerra é a universalidade, internaciona-
lização, direitos humanos para todos sem qualquer tipo de discriminação.
Dentro do Carta da ONU não foi tratado qualquer catálogo de direitos. O documento é muito
mais sobre os princípios, propostos e estrutura organizacional do rol dos órgãos principais
que compõem a ONU. Os direitos humanos são abordados na DUDH e nos pactos de 1966.
4. Ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses
objetivos comuns.
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Os objetivos comuns são a manutenção da paz mundial e a cooperação internacional em


prol da segurança internacional.
Assim, tem-se que os propósitos das Nações Unidas são a manutenção da paz e da
segurança internacional, o desenvolvimento de relações amistosas entre nações, a coopera-
ção internacional para a solução de problemas internacionais, a promoção e o respeito aos
direitos humanos e às liberdades fundamentais e a harmonização das nações para atingir
seus objetivos comuns.
Para que esses propósitos sejam atingidos, são necessárias diretrizes. Desse modo, a
ONU traz em seu art. 2º os princípios das Nações Unidas.
5m

PRINCÍPIOS

A organização e os seus membros, para a realização de seus propósitos, agirão de acordo


com os seguintes princípios:
1. A Organização é baseada no princípio da igualdade de todos os seus Membros.
2. Todos os Membros, a fim de assegurarem para todos em geral os direitos e vantagens
resultantes de sua qualidade de Membros, deverão cumprir de boa-fé as obrigações por eles
assumidas de acordo com a presente Carta.
Aqui se tem o princípio da boa-fé entre os Estados Membros.
3. Todos os Membros deverão resolver suas controvérsias internacionais por meios pací-
ficos, de modo que não sejam ameaçadas a paz, a segurança e a justiça internacionais.
Princípio da solução pacífica dos conflitos.
4. Todos os Membros deverão evitar em suas relações internacionais a ameaça ou o
uso da força contra a integridade territorial ou a dependência política de qualquer Estado, ou
qualquer outra ação incompatível com os Propósitos das Nações Unidas.
Princípio da solução pacífica dos conflitos para evitar qualquer tipo de ameaça à paz, à
segurança e à justiça internacionais.
5. Todos os Membros darão às Nações toda assistência em qualquer ação a que elas
recorrem de acordo com a presente Carta e se absterão de dar auxílio a qual Estado contra
o qual as Nações Unidas agirem de modo preventivo ou coercitivo.
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Se houver um conflito entre um Estado e as Nações Unidas, os Membros das Nações


Unidas deverão apoiá-la e se abster de dar assistência e auxílio ao país em que as Nações
Unidas está trazendo algum tipo de ação preventiva ou medida coercitiva. Este é o princípio
de assistência às Nações Unidas.
6. A Organização fará com que os Estados que não são Membros das Nações Unidas
ajam de acordo com esses Princípio em tudo quanto for necessário à manutenção da paz e
da segurança internacionais.
Este é um princípio voltado aos países que não fazem parte das Nações Unidas. Mesmo
que o país não seja um Membro, as Nações Unidas farão de tudo para que ele aja de acordo
com os princípios aqui arrolados. Este é o princípio da concordância implícita.
7. Nenhum dispositivo da presente Carta autorizará as Nações Unidas a intervirem em
assuntos que dependam essencialmente da jurisdição de qualquer Estado ou obrigará os
Membros a submeterem tais assuntos a uma solução, nos termos da presente Carta.
Este é o princípio da não intervenção interna, que é a regra. A exceção são as medidas
coercitivas para a manutenção da paz e da segurança internacional.
10m
Em alguns momentos, a solução pacífica é falha e não alcança os objetivos, fazendo com
que haja medidas coercitivas. O princípio da não intervenção interna é uma exceção quando
a ONU, através do seu Conselho de Segurança, toma medida coercitivas para assegurar a
paz e a cooperação internacional.

DOS MEMBROS

Os membros originais (membros fundadores) são os Estados que participaram da Confe-


rência das Nações Unidas sobre a criação da ONU, em São Francisco, e que tenha ratificado
o documento. Há um total de 51 membros originais, dentre eles o Brasil.
A admissão de novos membros fica aberta a todos os Estados amantes da paz que acei-
tem as obrigações contidas na Carta e que, a juízo da Organização, estejam aptos e dispos-
tos a cumprir tais obrigações. A decisão fica a cargo da Assembleia Geral da ONU mediante
uma recomendação feita pelo Conselho de Segurança.
Um Estado-Membro pode ter os exercícios dos direitos e privilégios suspensos por efeito
de ação preventiva ou coercitiva por parte do Conselho de Segurança da ONU ao verificar
que há algum tipo de ameaça à paz ou à segurança nacional. Essa suspensão possui cará-
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ter temporário e se dá por meio de decisão da Assembleia Geral mediante recomendação do


Conselho de Segurança.
15m
O exercício desses direitos e privilégios poderá ser restabelecido pelo Conselho de
Segurança.
Um Estado-Membro pode ser expulso das Nações Unidas por violações persistentes dos
princípios da Carta. Esta também é uma decisão da Assembleia Geral da ONU mediante
recomendação do Conselho de Segurança.
A diferença entre suspensão e expulsão é que a suspensão possui caráter temporário,
podendo ser restaurado, enquanto que a expulsão tem caráter definitivo.
Tem-se 51 membros originais e 193 membros pertencentes às Nações Unidas.

ÓRGÃOS DAS NAÇÕES UNIDAS

Ficam estabelecidos como órgãos principais das Nações Unidas a Assembleia Geral,
o Conselho de Segurança, o Conselho Econômico e Social, o Conselho de Tutela, a Corte
Internacional de Justiça e o Secretariado.
Podem ser criados órgãos subsidiários considerados de necessidade para as funções
das Nações Unidas. Esses órgãos subsidiários podem ser criados pela Assembleia Geral e
pelo Conselho de Segurança.
Há procedimentos de eleição em cada órgão.
20m
Não será feito qualquer tipo de restrição ou diferenciação sobre a elegibilidade de homens
e mulheres para qualquer órgão principal ou subsidiário.

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DECRETO N. 19.8411945 (PROMULGA CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS) III

ASSEMBLEIA GERAL

Composição

A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas é um o órgão deliberativo com-


posto por todos os Membros das Nações Unidas. Hoje, a ONU é composta por 193 membros
e cada membro poderá ter 5 representantes.

Funções e Atribuições

• Discutir quaisquer questões ou assuntos que estiverem dentro das finalidades da pre-
sente Carta ou que se relacionarem com as atribuições e funções de qualquer dos órgãos
nela previstos. Exceto se o assunto estiver em discussão no Conselho de Segurança.
• Fazer recomendações relativas a quaisquer destas questões, considerando os princí-
pios gerais de cooperação na manutenção da paz e da segurança internacional.
• Discutir quaisquer questões relativas à manutenção da paz e da segurança internacio-
nais, que a ela forem submetidas por:
– Qualquer Membro das Nações Unidas;
– Pelo Conselho de Segurança;
– Por um Estado que não seja Membro das Nações unidas desde que aceite, pre-
viamente, em relação a essa controvérsia, as obrigações de solução pacífica pre-
vista na Carta.

• Solicitar a atenção do Conselho de Segurança para situações que possam constituir


ameaça à paz e à segurança internacional.

Para os assuntos que são levados ao Conselho de Segurança, em primeiro lugar, é


necessário um relatório do conselho para que depois a Assembleia Geral atue. Em regra,
a Assembleia pode discutir sobre qualquer assunto que envolva a finalidade das nações
unidas, funções dos órgãos das nações unidas ou questões que envolvam manutenção da
paz e segurança nacional, desde que o assunto não tenha sido objeto de discursão no Con-
selho de Segurança.
5m
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Enquanto o Conselho de Segurança estiver exercendo, em relação a qualquer contro-


vérsia ou situação, as funções que lhe são atribuídas na presente Carta, a Assembleia Geral
não fará nenhuma recomendação a respeito dessa controvérsia ou situação, a menos que o
Conselho de Segurança a solicite.
A Assembleia Geral iniciará estudos e fará recomendações, destinados a:

• Promover cooperação internacional no terreno político.


• Incentivar o desenvolvimento progressivo do direito internacional e a sua codificação.
• Promover cooperação internacional nos terrenos:
– Econômico;
– Social;
– Cultural;
– Educacional;
– Sanitário.

• Favorecer o pleno gozo dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, por parte
de todos os povos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião.

Perceba que, em vários momentos, a cooperação internacional é citada, seja em aspec-


tos políticos, seja em aspectos econômicos, sociais, culturais, educacionais ou sanitários.
A Assembleia Geral poderá recomendar medidas para a solução pacífica de qualquer
situação, qualquer que seja sua origem, que lhe pareça prejudicial ao bem-estar geral ou às
relações amistosas entre as nações.
Atente-se ao fato de que as recomendações não podem ser feitas se o assunto estiver
em discussão no Conselho de Segurança da ONU.
A Assembleia Geral receberá e examinará os relatórios anuais e especiais do Conselho
de Segurança. Mas lembre-se de que a Assembleia Geral pode receber e examinar relatórios
de todos ou outros seis órgãos das Nações Unidas.
10m
Esses relatórios incluirão uma relação das medidas que o Conselho de Segurança tenha
adotado ou aplicado a fim de:
• manter a paz;
• a segurança internacional.
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Atribuições acerca das despesas e orçamentos da ONU

• Aprovar o orçamento da ONU;


• Aprovar qualquer ajuste financeiro e orçamentário das entidades especializadas;
• Examinar os orçamentos e fazer recomendações às entidades especializadas.

As despesas da ONU serão custeadas pelos Membros, segundo cotas fixadas pela
Assembleia Geral.

Votação

Cada membro da Assembleia Geral terá direito a um voto nas deliberações da Assem-
bleia. O quórum de votação dependerá da importância das questões.
Quórum:
• Questões Importantes. Quórum de maioria de dois terços dos membros presentes
e votantes:
– Recomendações relativas à manutenção da paz e da segurança internacional;
– Eleição dos membros não permanentes do Conselho de Segurança;
– Eleição dos Membros do Conselho Econômico e Social;
– Eleição dos Membros dos Conselhos de Tutela;
– Admissão de novos Membros das Nações Unidas;
– Suspensão dos direitos e privilégios de Membros;
– Expulsão dos Membros;
– Questões referentes ao funcionamento do sistema de tutela;
– Questões orçamentárias.

• Outras Questões. Quórum de maioria dos membros presentes e votantes.


15m

As sessões da Assembleia podem ser regulares ou especiais. As sessões regulares


acontecem anualmente. Por outro lado, as sessões especiais são realizadas por convocação
ou a pedido.
Sessões Especiais:
• Convocação:
– Do Secretário-Geral.
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• Pedido:
– Do Conselho de Segurança;
– Da maioria dos membros das Nações Unidas.

Membro das Nações Unidas que estiver em atraso no pagamento de contribuição finan-
ceira à Organização não terá direito a voto na Assembleia Geral. Salvo se ficar provado que
a falta de pagamento é devida a condições independentes de sua vontade.

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DECRETO Nº 19.841/1945 (PROMULGA CARTA DAS NAÇÕES


UNIDAS) IV

CONSELHO DE SEGURANÇA

O Conselho de Segurança é responsável por manter a paz e a segurança internacional.


Ele é capaz de tomar decisões obrigatórias para todos os Estados-Membros.

Composição

É composto por quinze membros entre permanentes e não permanentes.


Conselho de Segurança:

• Cinco membros permanentes:


– C­hina;
– França;
– Reino Unido;
– EUA;
– Rússia.

• Dez membros não permanentes, que são eleitos pela Assembleia Geral, com mandato
de dois anos e, cada um, com um representante. Para a eleição, são considerados:
– A contribuição para a manutenção da paz e da segurança internacional e de outros
propósitos da ONU;
– Distribuição geográfica equitativa.

Lembre-se de que não se admite a reeleição direta dos membros não permanentes da
Assembleia Geral.

Principal Responsabilidade

A principal responsabilidade do Conselho de Segurança é a manutenção da paz mundial


e da segurança internacional.
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Funções e Atribuições

Funções e Atribuições gerais:

• Agir de acordo com os propósitos (art. 1º da Carta) e princípios (art. 2º da Carta) da


carta das nações unidas;
• Submeter relatórios à Assembleia Geral;
• Formular planos para o estabelecimento de um sistema de regulamentação dos
armamentos.
5m

Funções e Atribuições na solução pacífica de controvérsias:

• Convidar as partes para adotar meios pacíficos de solução de controvérsias.


• Recomendar procedimentos ou métodos de solução apropriados.

Como exemplos de meios pacíficos para a solução de controvérsias, a Carta nos mostra
o inquérito, a mediação, a arbitragem, a solução judicial e os acordos regionais.
Ao fazer recomendações, deverá levar em consideração que as controvérsias de caráter
jurídico devem, em regra, ser submetidas pelas partes à Corte Internacional de Justiça.
A Carta da ONU prevê a possibilidade de realização de acordos regionais para tratar de
assuntos relacionados à manutenção da paz e da segurança internacional.
Funções e Atribuições em acordos regionais:

• estimular o desenvolvimento da solução pacífica das controvérsias locais mediante


estes acordos regionais;
• Autorizar ações coercitivas.

Toda vez que um acordo regional revisar uma ação coercitiva, essa ação só poderá existir
com autorização do Conselho de Segurança. Ou seja, os acordos que dependerem de ações
coercitivas, sempre dependerão de autorização do Conselho de Segurança.
10m
Funções e Atribuições em ações relativas à ameaça da paz, ruptura da paz e atos
de agressão:

• Fazer recomendações;
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• Decidir sobre medidas.

Essas medidas podem ter ou não caráter beligerante:

• Medidas que não envolvam emprego de forças armadas são aquelas em que ocorre a
interrupção completa ou parcial das relações econômicas, dos meios de comunicação
ferroviários, marítimos, aéreos, postais, telegráficos, radiofônicos, ou qualquer outra
espécie e o rompimento das relações diplomáticas.
• Medidas que envolvam emprego de forças armadas são empregadas quando as medi-
das não beligerantes forem inadequadas, então será possível a tomada de medidas
mais drásticas por meio de força armada para manter ou restabelecer a paz e a segu-
rança internacionais. Tal ação poderá compreender demonstrações, bloqueios e outras
operações.

Observações importantes

Todos os Membros das Nações Unidas se comprometem a proporcionar ao Conselho de


Segurança forças armadas, assistência e facilidades, inclusive direitos de passagem.
Será criado uma comissão de estado maior destinada a orientar e assistir o Conselho de
Segurança em todas as questões relativas às exigências militares para:

• manutenção da paz e da segurança internacionais;


• utilização e comando das forças colocadas à sua disposição;
• regulamentação de armamentos e possível desarmamento.

Votações

Cada membro terá um voto e as decisões do Conselho de Segurança serão tomadas por
9 votos afirmativos.
15m
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Atente-se ao fato de que os membros permanentes possuem poder de veto nas delibe-
rações. Qualquer um dos membros permanentes discordar do assunto, a matéria não terá
deliberação positiva.

Processo

As sessões são contínuas e periódicas e o Conselho pode se reunir em outros lugares,


fora da sede da ONU. Qualquer Estado que não for Membro da ONU ou Qualquer Membro
da ONU que não for membro do Conselho de Segurança poderá participar da discussão, mas
não poderão votar.
20m

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DECRETO N. 19.841/1945

CONSELHO ECONÔMICO E SOCIAL

A ONU não se preocupa apenas com a questão da paz e da segurança internacional, há


evidente propósito na defesa dos direitos humanos, inclusive os de natureza prestacional,
que dependem de uma atuação positiva por parte do Estado. Indicando uma cooperação
internacional econômica e social a fim de:

• criar condições de progresso e desenvolvimento;


• resolver os problemas internacionais;
• favorecer o respeito universal e efetivo dos direitos humanos para todos.

Lembre-se de que os direitos de segunda geração, os direitos sociais, econômicos e


sociais são aqueles que exigem do Estado uma prestação positiva.
O conselho econômico e social é órgão responsável por promover a cooperação com
questões de ordem econômica, social e cultural.

Composição
5m

É composto por 54 membros:

• 3 anos de mandato;
• Eleitos em grupos de 18 membros para cada ano de mandato;
• Cada membro terá um representante.

Funções e Atribuições

• Fazer estudos e relatórios a respeito de assuntos internacionais de caráter econômico,


social, cultural, educacional, sanitário e conexos;
• Fazer recomendações destinadas a promover o respeito e a observância dos direitos
humanos e das liberdades fundamentais para todos;
• Criar projetos de convenções;
• Convocar conferências;
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• Estabelecer acordos e coordenar atividades de entidades especializadas.

Lembre-se de que as funções e atribuições do Conselho Econômico e Social giram em


torno dos direitos de segunda geração.

Votação

• Cada membro terá um voto;


• As decisões serão tomadas por maioria dos membros presentes e votantes.

CONSELHO DE TUTELA

Declaração Relativa a Territórios sem Governo Próprio

A Carta trata da possibilidade de membros da ONU assumirem a administração de terri-


tórios cujos povos não tenham atingido a capacidade de auto governança.
Os Membros da ONU que assumiram a administração desses territórios são obrigados a:

• promover o bem-estar dos habitantes desses territórios;


• assegurar, com o devido respeito à cultura dos povos interessados, o seu progresso
político, econômico, social e educacional, o seu tratamento equitativo e a sua proteção
contra todo abuso;
• desenvolver sua capacidade de governo próprio;
• consolidar a paz e a segurança internacionais;
• transmitir ao Secretário-Geral informações estatísticas relativas às condições eco-
nômicas, sociais e educacionais dos territórios pelos quais são respectivamente res-
ponsáveis.
10m

Sistema Internacional de Tutela

O Sistema de Tutela tem como principal objetivo fomentar o processo de descolonização


e autodeterminação dos territórios tutelados.
São objetivos básicos desse sistema:

• Favorecer a paz e a segurança internacionais;


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• Fomentar a descolonização e a autodeterminação;


• Estimular o respeito aos direitos humanos;
• Assegurar igualdade de tratamento.

O Sistema de Tutela não será aplicado a territórios que se tenham tornado Membros das
Nações Unidas.

Composição

O Conselho de Tutela será composto:

• pelos membros que administrem territórios tutelados;


• pelos membros permanentes do Conselho de Segurança;
• Pelos membros eleitos por um período de 3 anos.

Funções e Atribuições

• Examinar os relatórios que lhes tenham sido submetidos pela autoridade admi-
nistradora;
• Providenciar visitas periódicas aos territórios tutelados;
• Aceitar e examinar petições.

Votação
15m

• Cada membro terá um voto;


• As decisões serão tomadas por maioria dos membros presentes e votantes.

Corte Internacional De Justiça

A Corte Internacional de Justiça é o principal órgão judiciário das Nações Unidas. Todos
os Membros da ONU são ipso facto, como consequência do pacto, partes do Estatuto da
Corte Internacional de Justiça. Um Estado que não for Membro da ONU poderá tornar-se
parte no Estatuto da Corte Internacional de Justiça, desde que cumpra condições determina-
das pela Assembleia Geral, mediante recomendação do Conselho de Segurança. Os Mem-
bros da ONU se comprometem a conformar-se com a decisão da Corte Internacional de Jus-
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tiça em qualquer caso em que for parte. Se uma das partes deixar de cumprir as obrigações
da sentença proferida pela corte, a outra terá direito de recorrer ao Conselho de Segurança
que poderá, se julgar necessário, fazer recomendações ou decidir sobre medidas a serem
tomadas para o cumprimento da sentença.

Competências
20m

• Consultiva.

­ Emitir parecer oficial a respeito de determinada matéria.

• Contenciosa.

­ Julgar casos que envolvam a violação de direitos humanos.

SECRETARIADO

Composição

O Secretariado é composto:

• de um Secretário-Geral;
• do pessoal exigido pela Organização.

O Secretário-Geral é o principal funcionário administrativo da ONU. Ele é escolhido pela


Assembleia Geral, mediante recomendação feita pelo Conselho de Segurança. O pessoal do
Secretariado é nomeado pelo Secretário-Geral.
Para a escolha do pessoal será considerado:

• grau de eficiência, competência e integridade;


• critério geográfico.
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Funções e Atribuições
25m

• Chamar a atenção do conselho de segurança para qualquer assunto que em sua opi-
nião possa ameaçar a manutenção da paz e da segurança internacionais;
• Fazer relatórios para a Assembleia Geral sobre os trabalhos da Organização.

O Secretário-Geral e o pessoal do Secretariado, no desempenho de seus deveres, não


solicitarão e nem receberão instruções de qualquer governo ou de qualquer autoridade estra-
nha à organização.
As atribuições são de caráter exclusivamente internacional.
Os Membros das Nações Unidas se COMPROMETEM a não exercer qualquer influência
sobre eles, no desempenho de suas funções.

OBSERVAÇÕES FINAIS

Quando existir um conflito entre as obrigações dos membros da ONU e obrigações de


outros tratados, prevalecerão as obrigações assumidas na Carta da ONU.
Privilégios e imunidades: A Organização, seus funcionários e os representantes dos Esta-
dos-Membros: gozarão, igualmente, dos privilégios e imunidades necessários ao exercício
independente de suas funções relacionadas com a ONU.
Capacidade jurídica: A Organização gozará, no território de cada um de seus Membros,
da capacidade jurídica necessária ao exercício de suas funções e à realização de seus
propósitos.
Procedimento para alteração da carta da ONU (emendas):

Lembre-se de que se algum membro permanente não concordar com a mudança, essa
30m
emenda não poderá acontecer.

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