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4 DE ABRIL DIA DA PAZ E RECONCILIAÇÃO NACIONAL

O abraço solidário entre irmãos desavindos foi há 11 anos. A assinatura do


Memorando de Entendimento Complementar ao Protocolo de Lusaka selou o
compromisso de todos os angolanos com a Paz e a Reconciliação Nacional. O
acto realizado no Palácio dos Congressos mudou o curso da História de
Angola.

O documento, assinado pelo então chefe do Estado-Maior General das Forças


Armadas Angolanas (FAA), general Armando da Cruz Neto, e pelo então chefe
do Alto Comando das Forças Militares da UNITA, general Geraldo Abreu
Muendo "Kamorteiro", mudou o curso da História da República de Angola.

A cerimónia, que marcou o fim da guerra em Angola, que provocou milhares de


deslocados, mutilados e órfãos, foi assistida pelo Chefe de Estado, José
Eduardo dos Santos, por representantes da comunidade internacional e
entidades nacionais e estrangeiras.

A partir daí, as chefias militares das FAA e da UNITA começaram a dar os


primeiros passos para a validação do cessar-fogo assinado e marcação da
cerimónia formal da incorporação dos oficiais e militares nas forças armadas
nacio

Esta data, 4 de Abril de 2002, constitui uma das maiores conquistas do povo
angolano após a Independência Nacional, a 11 de Novembro de 1975, por
marcar uma viragem decisiva no processo político e desenvolvimento de
Angola.

Pelo facto, o 4 de Abril foi instituído como feriado nacional e passou a ser uma
referência histórica importante na luta do povo angolano pela sua dignificação e
construção de uma sociedade próspera.

Actualmente, o país vive um ambiente de Paz justa e definitiva, um momento


particularmente importante da sua história, nunca antes experimentado pelo
povo angolano, mesmo num passado longínquo e desde o nascimento de
Angola como um Estado independente e soberano.

A Paz justa foi alcançada sem imposição de forças externas e resultou,


sobretudo, dos esforços dos angolanos, que entenderam que havia a
necessidade de cessação da guerra e das hostilidades e de encetar o processo
de conclusão das tarefas remanescentes do Protocolo de Lusaka, tendo em
vista o estabelecimento da Paz e a consequente reconciliação e reconstrução
do país. Pela primeira vez, um protocolo visando a paz foi assinado, em
território nacional, sem qualquer mediação externa.

Por esta razão a Paz conseguida no Luena corresponde aos interesses mais
legítimos do povo angolano. Ela é definitiva porque a Paz conquistada está a
ser consolidada no dia-a-dia dos angolanos, através de acções e atitudes
práticas e é dever de todos contribuir para que este processo seja irreversível.
É vontade dos angolanos que sejam removidos todos os factores do passado,
de modo a se construir uma pátria unida, solidária e madura, orientada pelos
valores da unidade nacional, da democracia, liberdade, justiça social e pelo
respeito dos direitos humanos.

Conquistada a Paz, novos desafios se colocam ao povo angolano. Torna-se


necessário continuar a envidar esforços para a sua consolidação, através do
desenvolvimento de um conjunto de acções, que visem combater à fome e à
pobreza. Até 2002, em Angola, mais de quatro milhões de cidadãos eram
deslocados, havia 170 mil portadores de deficiência e a taxa de desemprego
atingia 43 por cento da população.

Depois de várias décadas de conflito, regista-se nos últimos onze anos um dos
períodos de maior crescimento económico, com sinais concretos de
estabilização da infracção, suportada por uma política macroeconómica
reconhecida pelas principais instituições internacionais.

Angola assume-se como país do futuro, onde o Governo tem os seus


programas e metas orientados para a reconstrução e com um forte
investimento no sector social. O Orçamento Geral do Estado (OGE) passou a
ter como uma das maiores preocupações o sector social, que inscreve o
desenvolvimento de vários programas para o reforço de uma economia
equilibrada.

Com a Paz, os angolanos devem também promover a tolerância e o respeito


pela diferença de opiniões e filiação partidária, incentivar o sentimento
patriótico da população, sobretudo nas crianças e jovens, e fortalecer as
instituições do Estado Democrático de Direito como premissa indispensável
para encetar, com firmeza, novos passos rumo ao crescimento harmonioso do
país.

Citando o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, "quem ama


verdadeiramente a Paz tem de saber perdoar, reconciliar-se com o seu
próximo, contribuindo assim para uma união verdadeira e sólida dos
angolanos, sem prejuízo para as divergências que uns e outros possam
expressar".

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