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Instalações, Normas

Técnicas e Segurança

Brasília-DF.
Elaboração

Natalia Maria Ribeiro de Souza

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 5

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7

UNIDADE I
PROJETO ELÉTRICO................................................................................................................................ 9

CAPÍTULO 1
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS........................................................................................................... 9

CAPÍTULO 2
PROJETO................................................................................................................................ 15

CAPÍTULO 3
PREVISÃO DE CARGA PARA INSTALAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL........................................ 29

CAPÍTULO 4
PREVISÃO PARA CARGAS EM ÁREAS COMERCIAIS E ESCRITÓRIOS........................................... 44

CAPÍTULO 5
CRIAÇÃO DOS CIRCUITOS...................................................................................................... 49

UNIDADE II
INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS.......................................................................................................... 69

CAPÍTULO 1
PROJETO DE INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS........................................................................ 69

UNIDADE III
COMBATE A INCÊNDIO........................................................................................................................ 83

CAPÍTULO 1
PROJETOS DE PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO................................................................. 84

REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 100
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade


dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

5
Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução
N o Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas, a ABNT, atua desde 1940
e é de grande importância para o cenário da construção civil. A ABNT veio com a
intenção de definir padrões e universalizar os critérios de avaliação. Na construção
civil, veio contribuir para que não se construa de qualquer forma, sem padrões de
qualidade bem definidos.

Com base nas normas da ABNT, este material aborda assuntos sobre instalações
elétricas, hidráulicas e de combate a incêndio. De acordo com a definição usada
pela ABNT, “norma técnica é um documento, estabelecido por consenso e aprovado
por um organismo reconhecido, que fornece, para um uso comum e repetitivo,
regras, diretrizes ou características para atividades ou seus resultados, visando
à obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto”. Nas normas
técnicas, estão inseridas as NBRs, que são recomendações elaboradas de acordo
com estudos e testes em laboratórios e com o conhecimento adquirido ao decorrer
do tempo pelos profissionais em cada área. Existem várias NBRs, principalmente
relacionadas à área da Engenharia Civil.

A Unidade I tem por objetivo fazer uma introdução mostrando os principais


equipamentos que compõem a instalação elétrica. Também visa compreender as
partes de um projeto elétrico e acompanhar sua elaboração.

A Unidade II faz uma introdução sobre o sistema hidráulico predial de


abastecimento. É importante compreender que esse sistema vem evoluindo
com os anos, sendo necessária a conscientização no âmbito profissional para
a importância de que as especificações sejam mais precisas e rigorosas. Dessa
forma, as normas vêm com o objetivo de padronizar as instalações, resultando em
projetos mais eficientes, duráveis e econômicos.

Em relação ao combate a incêndio, com o passar dos anos, várias medidas


foram sendo adotadas, bem como novas técnicas, novos equipamentos, novas
legislações e constantes atualizações destas. A Unidade III aborda as normas
referentes ao combate a incêndio, pois as edificações são construídas para as
pessoas desempenharem alguma atividade que são de permanência temporária
ou não. Por isso, é fundamental que o ambiente esteja protegido com relação a um
eventual incêndio. Isso é possível por meio dos sistemas de proteção e combate
a incêndio, que têm o objetivo de minimizar o risco à vida e diminuir eventuais
perdas patrimoniais.
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Objetivos
» Conhecer as normas referentes à instalação elétrica.

» Mostrar os principais equipamentos que compõem a instalação elétrica.

» Compreender as partes de um projeto elétrico.

» Acompanhar a elaboração de um projeto elétrico.

» Conhecer as normas referentes à instalação hidráulica.

» Compreender as partes de um projeto hidráulico.

» Conhecer as normas referentes ao combate a incêndio.

» Compreender as normas e partes de um projeto de combate a incêndio.

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PROJETO ELÉTRICO UNIDADE I

As instalações elétricas internas são criadas por uma série de equipamentos,


dispositivos de proteção e controle, cabos, condutos, quadros etc., que fazem
certas funções dentro da instalação, com o objetivo de fornecer energia elétrica aos
equipamentos de iluminação, aparelhos de uso comercial, industrial e residencial,
propiciando o conforto aos usuários do estabelecimento etc. Essas instalações têm
que cumprir as normas técnicas determinadas por cada país. Vale salientar que
existem outros regulamentos que complementam a execução de boas práticas das
instalações para que resulte em uma instalação segura, confiável e econômica.

CAPÍTULO 1
Instalações elétricas

As instalações elétricas são projetadas de acordo com as normas e regulamentos


determinadas principalmente pela ABNT que se referem a determinados
aspectos, como Segurança, Eficiência e Qualidade Energética. Segundo Lara,
(2012, p. 45): “instalação elétrica é uma associação de componentes, coordenados
entre si, para fornecer luz, calor, movimento ou transmissão de sinais. Esses
componentes são as linhas elétricas e os equipamentos”.

» Linhas elétricas:
› condutores → cabos e fios;
› elementos de fixação → abraçadeiras, eletrodutos.
» Equipamentos:
› alimentadores da instalação → gerador, transformador;
› comando e proteção → interruptor, disjuntor;
› utilizadores da instalação → lâmpada, geladeira, chuveiro etc.

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UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

Uma instalação elétrica é estabelecida pelo conjunto de componentes elétricos


fundamentais ao funcionamento de um circuito ou sistema elétrico. As instalações são
regulamentadas pela norma NBR-5410, que nos mostra um conjunto de regras que dão
a possibilidade de o profissional e/ou contratante fazer uma inspeção na instalação,
podendo ser uma construção, reforma ou até uma manutenção.

Mas, antes de falar sobre a norma, é importante entender como a instalação elétrica
acontece. Inicialmente é preciso entender que a geração industrial de energia elétrica
pode ser feita por meio do uso da energia potencial da água, ou seja, as hidrelétricas,
ou também pode ser a energia potencial dos combustíveis (geração termoelétrica).
Segundo Gomes (2011, p.01):

No Brasil, cerca de 90% da energia gerada são através de hidrelétricas,


porque o nosso País possui um rico potencial hidráulico, estimado em
mais de 150 milhões de kW.

As termoelétricas existentes no Brasil utilizam combustíveis fósseis


(petróleo, carvão mineral etc.), combustíveis não fósseis (madeira,
bagaço de cana, etc.), combustível nuclear (urânio enriquecido).

A energia vai para as cidades por meio das linhas e torres de transmissão de alta tensão.
No momento em que chega às cidades, a eletricidade passa pelos transformadores
de tensão nas subestações, que reduzem a voltagem. A partir daí, a energia elétrica
percorre a rede de distribuição, e os fios instalados nos postes levam a energia até a sua
rua. Segundo Gomes (2011, p.02):

Os geradores industriais de eletricidade necessitam de energia


mecânica (energia cinética) para fazerem girar os rotores das
turbinas, nos quais estão acoplados, no mesmo eixo, os rotores dos
geradores de eletricidade. Então a geração necessita de uma turbina
(hidráulica ou térmica) e de um gerador síncrono, montados no
mesmo eixo, em geral vertical.

É importante entender que a transmissão é o transporte de energia elétrica gerada até


os centros consumidores. A distribuição é a parte do sistema elétrico já inserido nos
centros de utilização, como as cidades, bairros, indústrias.

Dentro dos centros urbanos, as redes de distribuição podem ser subterrâneas ou aéreas:

» redes subterrâneas – os transformadores são feitos em câmaras


subterrâneas;

» redes aéreas – os transformadores podem ser feitos em postes ou em


subestações abrigadas.

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PROJETO ELÉTRICO │ UNIDADE I

Os transformadores-abaixadores nas redes de distribuição podem ser monofásicos,


bifásicos ou trifásicos.

Fiação subterrânea: vantagens e dificuldades


A migração da rede aérea pode ser complexa. Mas o sistema diminui os apagões nos
bairros e reduz riscos de queda de raio

A fiação subterrânea, que pode abranger toda a rede elétrica e de cabos de


telefonia e TV enterrada, apresenta diversas vantagens do ponto de vista
da infraestrutura das cidades. “O sistema evita problemas de descarga
na rede elétrica, diminui os apagões nos bairros e reduz os riscos de
queda de raios. Há, ainda, a questão estética”, observa Reinaldo Lopes,
consultor e professor da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), lembrando
do impacto visual menos poluído de uma rua sem fiação aparente.

Instalação

O sistema de fiação subterrânea é composto por dutos embutidos


separadamente no solo a uma profundidade mínima, dependendo do lugar,
de cerca de 50 cm. As concessionárias de energia elétrica utilizam amplamente
o duto de PEAD – Polietileno de alta densidade – nas instalações subterrâneas.

“Primeiramente, faz-se uma base de concreto onde são apoiados os dutos.


Depois, a cobertura é feita, em geral, com areia, para que seja possível
acompanhar a movimentação da terra – de modo que, quando passar
um caminhão, por exemplo, o impacto da vibração não traga prejuízo.
Na etapa final, a via volta a ser coberta por terra ou pavimentação,
dependendo da situação”, explica o professor.

Do ponto de vista de engenharia, a mudança da rede elétrica aérea para


subterrânea é bastante complexa. “Depois de enterradas, é preciso interligar
as tubulações com os imóveis dos consumidores. É aí que entram as caixas
de passagem ao longo da extensão da via, que servem também de caixa de
derivação para atender aos consumidores. Depois, é preciso fazer a ligação com
cada uma das casas ou dos escritórios. Essa é a maior dificuldade”, ressalta o
professor.

Perspectivas

A cidade de São Paulo tem planos de, em 25 anos, ver toda a sua instalação
elétrica enterrada pela Eletropaulo. As vantagens para o sistema e a população
são muitas, a começar, claro, pela segurança.

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UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

Os custos para essa mudança são bastante elevados, mas serão compensados
pela redução nos gastos com manutenção causada por intempéries e incidentes.
Outro ganho para a cidade é a substituição dos antigos postes de concreto,
adaptados para a colocação das luminárias, por postes específicos de iluminação
pública – mais bonitos e esbeltos.

Manutenção

A manutenção da fiação subterrânea é feita à semelhança da realizada


na rede aérea. “Com base no mapa da região, conseguimos saber quais
são as câmaras transformadoras que atendem à área prejudicada. Os
funcionários acessam a rede por meio dessas verdadeiras ‘salas’, que têm,
em média, 3 x 4 m, com altura suficiente para uma pessoa ficar em pé. Em
áreas de fiação e cabeamento enterrado, as câmaras são criadas a cada dois
ou três quarteirões, dependendo do local”, expõe, por fim, o professor.

Texto: Reinaldo Lopes – Engenheiro eletricista. Fonte: https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/


fiacao-subterranea-vantagens-e-dificuldades_14328_10_0, com adaptação da autora.

Se você observar a rede elétrica de sua rua, perceberá, na parte superior dos postes, três
fios (fases) dispostos horizontalmente. É a rede primária ou rede de alta tensão. Nos
mesmos postes, notará quatro fios. É a rede secundária (127/220 V) ou (220/380 V),
em baixa tensão, que é distribuída nas edificações. Esses fios são os três fios fases e o
fio neutro. Vale observar que são entregues às edificações pelo menos dois deles, e um
é o fio neutro.

Figura 1. Redes de alta tensão, de baixa tensão e o transformador.

Fonte: Lara (2012, p. 45).

A energia que chega até as edificações é fornecida pela concessionária, disponibilizando


tensão elétrica por meio de ligações que podem ser classificadas como:

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PROJETO ELÉTRICO │ UNIDADE I

Quadro 1. Ligações provisórias e definitivas.

Provisórias Ligações que serão substituídas posteriormente por ligações definitivas. São ligações para obras que estão em fase inicial de
construção.
Definitivas Ligações de caráter permanente. Podem ser em tensão secundária (residencial) ou tensão primária (industrial/residencial, predial/
comercial).

Fonte: Lara (2012, p. 46). Quadro elaborado pela autora.

As redes de distribuição primária e secundária, geralmente, são trifásicas, e as ligações


aos consumidores poderão ser monofásicas, bifásicas ou trifásicas, conforme a carga
estabelecida pelas normas das concessionárias.

Para se conseguir ligação definitiva, é preciso compreender os regulamentos das


concessionárias antes da execução dos serviços, pois elas podem se negar a atender o
pedido de ligação.

A ligação é por meio de um ramal de ligação, que compreende duas partes:

» externa, nos limites públicos, ou seja, da rede na rua até a entrada da


propriedade (LARA 2012, p. 46);

» interna, nos limites privados, ou seja, dentro da propriedade, até o


equipamento de medição (LARA 2012, p. 46).

Figura 2. Alturas mínimas do ramal de ligação ao solo.

Poste da rede
Poste particular

A
Ponto de entrada
Ponto de entrada
B

f8
Pontaletre

5.50 6.000
D 0 rodovias B
Limite de (vias Limite de
propriedade urba propriedade 3.
nas) 50
0
ou C
5.
C 50
0* Caixa para
mediação

AB- Ramal de ligação


BC- Ramal de entrada
AC- Entrada de Serviço
*Local de passagem de Máx. 6m
CD- Ramal interno- saída
veículos pesados
aérea

Fonte: CTISM, adaptada pela autora.

As concessionárias classificam as ligações definindo tipos em função da carga, da


demanda e do tipo de rede local onde está a unidade consumidora.

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UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

Padrão – conjunto de componentes (quadro, pontalete, isolador, roldana,


haste de aterramento, disjuntor etc.) estrategicamente montados, em que
a concessionária instala o potenciômetro (aparelho medidor – relógio que
acusará a energia consumida pelo produto tensão × corrente elétrica × tempo),
efetivando a ligação da rede elétrica pública com a residência. Na Figura 2
corresponde a B-C (ramal de entrada).

Fonte: LARA, 2012, p. 46. Disponível em: http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_


infra/tec_edific/inst_eletr/161012_inst_eletr.pdf, com adaptação da autora.

Vale observar que a entrada de energia dos consumidores finais é chamada de ramal
de entrada, que pode ser aérea ou subterrânea. A ligação da rede de distribuição
secundária até o consumidor (ramal) poderá ser realizada por meio de cabos aéreos ou
subterrâneos, com única entrada para luz e força.

Quando chamamos “luz”, significa “todo circuito destinado unicamente a fins de


iluminação ou pequenos motores monofásicos (geladeiras, máquinas de lavar,
aparelhos eletrodomésticos, ventiladores etc.)” (GOMES, 2012, p. 03).

Quando chamamos “força”, significa “todo circuito destinado à força motriz, aquecimento,
solda ou outros fins industriais. Em edifícios residenciais, usamos força nas bombas,
elevadores, incineradores etc. É quase sempre trifásica” (GOMES, 2012, p. 03).

Figura 3.3.
Figura Ramal.
Ramal.

Ramal Monofásico Ramal Bifásico Ramal Trifásico


Fonte: https://www.ufjf.br/flavio_gomes/files/2011/03/Material_Curso_Instalacoes_I.pdf.
Fonte: https://www.ufjf.br/flavio_gomes/files/2011/03/Material_Curso_Instalacoes_I.pdf.

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CAPÍTULO 2
Projeto

O projeto é a representação da concepção projetual. Por meio dele se torna possível ver
o melhor caminho para atender as necessidades dos usuários e resolver os problemas
presentes nesse processo. O profissional procura atender uma necessidade, um
resultado desejado, um objetivo. Nesse sentido, define como a energia elétrica poderá
ser conduzida da rede de distribuição até os pontos de utilização em uma edificação.
Segundo Gomes (2011, p. 09):

O objetivo de um projeto de instalações elétricas é garantir a


transferência de energia desde uma fonte, em geral a rede de distribuição
da concessionária ou geradores particulares, até os pontos de utilização
(pontos de luz, tomadas, motores, etc.). Para que isto se faça de maneira
segura e eficaz é necessário que o projeto seja elaborado, observando as
prescrições das diversas normas técnicas aplicáveis.

Para projetar a instalação elétrica numa edificação, é necessário determinar


as quantidades de lâmpadas e tomadas que serão usadas e onde elas estarão
situadas. Também é preciso criar e determinar os circuitos elétricos com suas
respectivas fiações, tomadas e lâmpadas. Também é importante definir o tipo e a
localização dos dispositivos de proteção (disjuntores), interruptores e o quadro
de distribuição e medição de energia.

Pode-se notar que o projeto de instalações elétricas possui categorias como:

» residencial;

» comercial;

» industrial.

O projeto é uma representação escrita de uma instalação, ou seja, é composto


basicamente por desenhos e documentos. Vale salientar que, durante a
elaboração de um projeto elétrico, é preciso preocupar-se com os usuários,
principalmente crianças e deficientes. Também é necessário fazer uma
prevenção de reserva de cargas para possíveis pequenas alterações futuras. As
etapas para a elaboração de um projeto elétrico consistem em:

» objetivos – compreender a finalidade e as necessidades do projeto, gasto


estimado estipulado pelo construtor, exigências da concessionária;

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UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

» planta baixa – adequação do projeto arquitetônico com cortes e detalhes


construtivos;

» determinação da potência a instalar – é necessário determinar o tipo de


padrão;

» marcação dos pontos – marcar os lugares das tomadas, lâmpadas e


interruptores. Localização do Quadro de Distribuição (QD) e do Quadro
de Medição (QM – relógio);

» criação dos circuitos – divisão da potência colocada em circuitos.


Arranjos dos eletrodutos e construção do quadro de circuitos;

» dimensionamento dos circuitos – definir a fiação, os elementos de


proteção e os eletrodutos;

» criação do quadro de cargas e montagem dos diagramas;

» especificações e orçamento;

» produzir o manual do proprietário.

O autor Gomes (2011) afirma que, geralmente, um projeto de instalações elétricas de


edifícios de uso coletivo é composto pelas seguintes partes:

− ART;

− Carta de solicitação de aprovação à concessionária;

− Memorial descritivo;

− Memorial de cálculo (cálculo da demanda, dimensionamento dos


condutores, dimensionamento dos condutos, dimensionamento das
proteções);

− Plantas (planta de situação, planta de pavimentos);

− Esquemas verticais (prumadas);

− Quadros (quadros de distribuição de cargas, diagramas multifilares ou


unifilares);

− Detalhes (entrada de serviço, caixa seccionadorea, centros de


medição, caixas de passagem, aterramentos, outros);

− Convenções;

− Especificações;

− Lista de materiais (GOMES 2011, p. 10).

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PROJETO ELÉTRICO │ UNIDADE I

Sobre a distribuição de energia elétrica, é preciso conhecer o grau de compatibilidade com


a rede pública e as normas da concessionária. Vale salientar que é importante perceber
e antever instalações futuras para novos e modernos equipamentos e circuitos, como
rede de computador, TV a cabo, entre outros, pois a elaboração do planejamento deve ser
conforme o projeto elétrico, mesmo que, muitas vezes, sejam feitos separadamente.

Para a identificação dos vários pontos de utilização, existem os símbolos gráficos.


Eles são usados nos projetos de instalações elétricas e são padronizados pela
ABNT, segundo Gomes (2011, p.10), por meio das seguintes normas:

» NBR-5444: símbolos gráficos para instalações prediais.

» NBR-5446: símbolos gráficos de relacionamento usados na confecção de


esquemas.

» NBR-5453: sinais e símbolos para eletricidade.

O quadro a seguir mostra alguns exemplos de símbolos gráficos para os projetos de


instalações elétricas. Foi construída uma coluna para a simbologia mais usual e uma
coluna para a simbologia normalizada pela ABNT, ficando a critério do profissional que
está desenvolvendo o projeto adotar a simbologia que preferir.

Quadro 2. Exemplos de simbologias.

Designação Usual NBR 5444

c.4) Quadro geral embutido de (luz e força)

c.5) caixa de telefone

Caixa para medidor

d) Interruptores

d.1) 1 seção S

d.2) 2 seções S2

d.3) 3 seções S3

d.4) Paralelo ou three-way S3W

d.5) Interruptor intermediário ou A letra minúscula indica o ponto Four-Way S4W

e) Tomadas
300 VA

e. 1) Tomada de luz na parede, baixo (300 mm do piso acabado)

-3-

17
UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

300 VA
e. 2) Tomada de luz a meio a altura lado em VA (exceto se for de (1.300 mm do piso acabado)
-3-
300 VA

e.3) Tomada de luz alta (2.000 mm do normalizada; se a tomada for de piso acabado)

-3

Fonte: Gomes 2011, p. 11, adaptado pela autora.

É importante observar que a simbologia das instalações elétricas elaborada para


atender as normas técnicas da ABNT atualmente está suspensa.

A NBR 5444 foi normatizada pela ABNT em 1989 e estava vigente por mais de 20 anos
de sua publicação, em um formato antigo e desatualizado. O comitê responsável não
encontrou interessados para revisá-la. A proposta de cancelamento da norma circulou
por 30 dias em Consulta Nacional, e não houve qualquer objeção, motivo pelo qual foi
cancelada sem substituição no dia 10 de novembro de 2014. Atualmente, o setor utiliza
os símbolos de database das IEC 60417 (Graphical symbols for use on equipment) e
IEC 60617 (Graphical simbols for diagrams) e a ISO – Organização Internacional de
Normatização – 7000 – Símbolos gráficos.

A NBR- 5446/1980 – Símbolos gráficos para execução de esquemas foi


cancelada sem substituição em 2012.

A NBR 5453/1972 – Sinais e símbolos literais para eletricidade foi cancelada em 03 de


julho de 2006 por não ser mais utilizada pelo setor1. 

Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais http://abnt.org.br/


paginampe/biblioteca/files/upload/anexos/pdf/86f1a7960a37c4dda3578bb68
81962c6.pdf.

Apesar de a NBR 5444 ter sido cancelada sem substituição em 2014 pela ABNT, ainda
é muito usada essa simbologia elétrica no Brasil por sua simplicidade e pelo fato de não
existir uma norma brasileira em vigor.

A ABNT recomenda a utilização das normas IEC 60617 e IEC 60417, que são
internacionais. Como toda simbologia precisa ser especificada na legenda,
a sugestão é, por enquanto, utilizar a simbologia simples e de conhecimento
geral da norma cancelada.

Veja os símbolos mais utilizados pela norma IEC.

1 Fonte: Catálogo da ABNT, disponível em: <https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=56692>.

18
PROJETO ELÉTRICO │ UNIDADE I

Quadro 3. Exemplos de símbolos do IEC.

Interruptores
09-93-28 Interruptor símbolo geral

09-93-29 Interruptor com luz piloto

Interruptor com lâmpada piloto

09-93-30 Interruptor com temporizador unipolar

Interruptor unipolar

09-93-31 Interruptor bipolar

Interruptor bipolar

Fonte: ICE, com adaptação da autora.

Quadro 4. Exemplos de símbolos do IEC.

Tomadas elétricas para lâmpadas e


acessórios
09-93-49 Posição da tomada

09-93-50 Tomada de iluminação na parede

09-93-51 Saída para lâmpada incandescente, vapor de mercúrio


ou similar

09-93-52 Saída para lâmpada incandescente, vapor de mercúrio ou


similar na parede

Fonte: ICE, com adaptação da autora.

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UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

Sobre a utilização das instalações projetadas, o profissional precisa ter atenção em três
critérios:

» acessibilidade;

» flexibilidade e reserva de carga;

» confiabilidade.

No aspecto da acessibilidade, os pontos de utilização projetados, bem como os


dispositivos de manobra e proteção, precisarão ficar em locais acessíveis, que possam
permitir a manobra adequada e possíveis manutenções.

A instalação deve ser projetada permitindo certa reserva para futuros acréscimos de
cargas e flexibilidade para possíveis alterações.

As instalações precisam ser elaboradas de acordo com normas técnicas, para garantir o
funcionamento perfeito dos componentes do sistema e a segurança dos seus usuários.

Vale salientar que todo projeto elétrico deve possuir uma legenda com as
simbologias para que qualquer pessoa consiga interpretá-lo em uma leitura
imediata da planta.

Etapas da elaboração de um projeto de


instalações elétricas
A figura a seguir mostra um fluxograma de elaboração de um projeto. Vale notar
que o anteprojeto possui somente as diretrizes gerais que serão seguidas no projeto.
Segundo Gomes (2011, p. 17): “ele é o resultado do estudo preliminar feito pelo
projetista com base nas solicitações gerais do cliente e das condições locais. A
partir daí, haja concordância do cliente, inicia-se a fase de projeto propriamente dita”.

20
PROJETO ELÉTRICO │ UNIDADE I

Figura 4. Fluxograma de Elaboração de um Projeto de Instalações Elétricas.

Início Solicitações do cliente

Contatos Preliminares

Anteprojeto

Aprovação do não
cliente

sim

Projeto
Revisão

não
Aprovação do
cliente

Revisão sim

não Aprovação da sim


Fim
concessionária

Fonte: Gomes (2011, p.17), adaptada pela autora.

As informações preliminares são uma das etapas de grande importância para obter
êxito na elaboração de um projeto. Esse é o momento para obter todas as informações
necessárias para a concepção geral do projeto a ser produzido por meio de planta
de situação, do projeto arquitetônico, projetos complementares e informações do
proprietário, arquiteto ou responsável.

21
UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

Quadro 5. Informações Preliminares.

» Localização dos acessos ao edifício;


Planta de situação » Rede de energia elétrica da concessionária;
» Possíveis pontos de derivação para o atendimento.
» Plantas;
» Cortes;
Projeto arquitetônico » Fachadas;
» Detalhes; etc.
Obs.: a partir dessas informações nas plantas, têm-se todas as dimensões da edificação.
» Projeto estrutural;
» Projetos de instalações sanitárias;
» Águas pluviais;
Projetos complementares
» Combate a incêndio etc.
Nesta etapa, é necessário observar as possíveis interferências com espessura de lajes, vigas, pilares,
localização de quadros e prumadas, cruzamento de tubulações etc.
» Previsão de cargas ou aparelhos, como: ar-condicionado, aquecedor etc.;
» Localização conforme as necessidades do proprietário (pontos preferenciais);
Informações do proprietário,
arquiteto ou responsável » Previsão para possíveis acréscimos de cargas e sistemas;
» Previsão para aplicação de alimentação elétrica de segurança e/ou de troca para determinadas situações,
cargas ou locais.
Fonte: da autora, com base em Gomes (2011).

Um projeto de instalações elétricas prediais de baixa tensão deve obedecer à NBR-


5410: Instalações Elétricas de Baixa Tensão e a normas da concessionária local.

A norma ABNT NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão tem a seguinte
cronologia:

1914 – É publicado o Código de Instalações Elétricas da extinta Inspetoria Geral


de Iluminação, situada na Cidade do Rio de Janeiro, então Capital Federal.

1941 – Com a contribuição de especialistas da época, o Código de 1914 foi


aperfeiçoado e transformado em uma norma publicada pelo Departamento
Nacional de Iluminação e Gás, sob o título de Norma Brasileira para Execução de
Instalações Elétricas, com abrangência em todo o País.

1960 – O documento de 1941 foi substituído pela norma NB-3, baseada


na norma NFPA-70 – National Electrical Code, dos Estados Unidos,
tendo sido publicado nesse ano pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT).

1980 – A NB-3 foi substituída pela primeira edição da NBR 5410, baseada na
norma IEC 60364 e na norma francesa NF C 15-100.

1990 – 2ª revisão da NBR 5410.

22
PROJETO ELÉTRICO │ UNIDADE I

1997 – 3ª revisão da NBR 5410.

2004 – 4ª revisão da NBR 5410.

2012 – Início dos trabalhos da 5ª revisão da NBR 5410 – sem data prevista de
conclusão.

Fonte: http://www.eletricistaconsciente.com.br/pontue/fasciculos/guia-nbr-5410-fasciculo-1/
historico-campo-de-aplicacao-origem-da-instalacao/.

Com as informações necessárias da NBR 5410 e as informações preliminares, o


profissional poderá iniciar um levantamento da previsão de cargas do projeto em
termos da quantidade de pontos de utilização e da potência nominal destes:

» previsão de tomadas;

» previsão de iluminação;

» previsão de cargas, como: bombas de recalque d’água, bombas de


drenagem, elevadores, bombas de combate a incêndio etc.

Com base nas normas técnicas da concessionária local, o profissional determinará a


demanda de cada consumidor da edificação e as categorias de atendimento. Segundo
Gomes (2011, p. 13-14):

a) Determinação da demanda e da categoria de atendimento de cada


consumidor;

b) Determinação da provável demanda do edifício e classificação da


entrada de serviço.

Segundo Gomes (2011, p. 14), o desenho das Plantas compreende basicamente:

a) Desenho dos pontos de utilização;

b) Localização dos quadros de distribuição de luz (QL´s) e quadros de


força (QF´s);

c) Divisão das cargas em circuitos terminais;

d) Desenho das tubulações dos circuitos terminais;

e) Traçado da fiação dos circuitos terminais;

f) Localização das caixas de passagem dos pavimentos e prumadas;

g) Localização do quadro geral de baixa tensão, centros de medidores,


da caixa seccionadora, do ramal alimentador e do ponto de entrega;

23
UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

h) Desenho das tubulações dos circuitos alimentadores;

i) Desenho do esquema vertical (prumada);

j) Traçado da fiação dos circuitos alimentadores.

Em projeto de instalações elétricas, é importante fazer um levantamento  de cada


ambiente para não esquecer algum detalhe. Em seguida, sugere-se adotar uma
metodologia, como:

» sobre a planta, marcar, por meio das convenções e simbologias


utilizadas, todos os componentes necessários e observá-los nos
cortes e elevações. A legenda auxilia muito;

» localizar o quadro de distribuição;

» marcar na planta os pontos de luz (círculos pequenos com


aproximadamente 8mm de diâmetro);

» marcar, junto ao ponto de luz (parte superior esquerda), a potência da


lâmpada já calculada. Dentro do círculo, o número do circuito;

» marcar as tomadas e suas alturas (baixa, média e alta), instalações de


telefone, antenas de equipamentos, ar-condicionado e outros;

» memorial descritivo;

» memorial de cálculo.

Veja, a seguir, um quadro esquemático com o roteiro de cada fase do projeto. Vale
salientar que essas etapas geralmente são seguidas pela maioria dos profissionais da
área, mas é importante observar que essa ordem pode ser alterada de acordo com a
especificidade de cada projeto.

24
PROJETO ELÉTRICO │ UNIDADE I

Quadro 6. Quadro esquemático com o roteiro de cada fase do projeto.

Dimensionamento
» Dimensionamento:

Nesta fase, são produzidos os dimensionamentos de todos os elementos do projeto, › dos condutores;
calculados de acordo com os dados registrados nas etapas anteriores. › das tubulações;
› dos dispositivos de proteção;
› dos quadros.
Quadros de Distribuição e Diagramas
» Quadros de distribuição de carga;

Nesta fase, serão produzidos os quadros de distribuição de carga (tabela), que representam a » Diagramas unifilares (ou multifilares) dos QL´s;
distribuição e o dimensionamento dos circuitos. » Diagramas de força e comando dos motores (QF´s);
» d) Diagrama unifilar geral.
Elaboração dos Detalhes Construtivos
A intenção de se fazer os detalhes construtivos é facilitar a interpretação do projeto, permitindo que seja concretizado fielmente.
Memorial Descritivo
É composto pelos itens:
» dados básicos de identificação do projeto;

O memorial descritivo faz uma breve descrição do projeto. » descrição geral do projeto;
» dados quantitativos do projeto;
» documentação do projeto.
Memorial de Cálculo
» Determinação da provável demanda;
» Cálculos das previsões de cargas;
» Dimensionamento:
Nesta etapa, será exposto o resumo dos cálculos fundamentais e dimensionamentos. › dos dispositivos de proteção;
› de eletrodutos;
› de condutores.

Elaboração das Especificações Técnicas


Detalham os tipos de materiais que serão usados e também se relacionam aos serviços a realizar e procedimentos de sua execução, citando as respectivas normas
técnicas.
Elaboração da Lista de Material
Listagem dos materiais que serão usados na realização do projeto, com as suas respectivas especificações e quantidades.
ART
Anotação de Responsabilidade Técnica do Responsável Técnico pelo projeto.
Análise da Concessionária
Análise, pelo órgão técnico da concessionária local, da adequação do projeto às normas técnicas e padrões de fornecimento. Em geral, essa análise fica limitada ao
cálculo da demanda, ao padrão de fornecimento, à entrada de serviço e à rede de alimentadores até a chegada aos quadros terminais (prumada). É importante observar
que, em hipótese alguma, a análise e posterior aprovação por parte da concessionária exime o projetista de sua responsabilidade técnica (GOMES, 2011, p. 16).
Revisão do Projeto (se for necessário)
Modificações ou ajustes para atender às exigências e normas técnicas da concessionária.
Aprovação da Concessionária
Termo técnico que afirma que o projeto (instalação) está conforme os padrões e normas técnicas da concessionária.

Fonte: da autora, com base no autor Gomes (2011).

25
UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

Previsão de cargas da instalação elétrica de


acordo com a NBR-5410
A NBR-5410 é a norma que determina as condições apropriadas para o funcionamento
usual e seguro das instalações elétricas de baixa tensão (até 1000V em tensão alternada
e 1500V em tensão contínua). A norma estabelece as condições mínimas que precisam
ser empregadas para a quantificação, localização e determinação das potências dos
pontos de iluminação e tomadas.

Vale salientar que essa norma é empregada em instalações prediais, públicas,


comerciais etc. Ela é uma espécie de guia para o profissional da área, pois traz um
texto explicando e colocando as regras. Ter o conhecimento dessa norma e dos
tópicos nela propostos ajuda a esclarecer várias dúvidas dos profissionais da área.

A NBR-5410 é uma normatização voltada às instalações prediais. Porém, ao


falar de instalação predial, logo pensamos na instalação residencial. Por isso, os
tópicos abaixo esclarecem e exemplificam a aplicação dessa norma.

» Áreas descobertas externas a edificações.

» Locais de acampamento, marinha e instalações análogas.

» Instalações temporárias, como canteiros de obras, feiras etc.

» Circuitos elétricos alimentados sob tensão nominal igual ou inferior a


1000 V em corrente alternada (CA), frequência inferior a 400 Hz, ou a
1500 V e corrente contínua (CC) (modificação vinda da norma NR-10,
que estabelece o que é baixa tensão).

» Circuitos elétricos que não estão dentro de equipamentos, funcionando


sobre tensão superior a 1000 volts, e alimentados por uma instalação
igual ou inferior a 1000 volts e corrente alternada. Circuitos de lâmpadas
de descarga, por exemplo.

» Fiações e redes elétricas que não estejam cobertas pelas normas


relativas aos equipamentos de utilização.

» Linhas elétricas fixas de sinal com exceção dos circuitos internos dos
equipamentos.

» Instalações novas e já existentes, sobre reforma.

26
PROJETO ELÉTRICO │ UNIDADE I

Alguns dos pontos citados pertencem a normas próprias e específicas à


instalação, mesmo estando dentro das instalações de baixa tensão. Por isso, a
NBR-5410 não se aplica a:

» instalações de tração elétrica;

» instalações elétricas de veículos motores, como carros elétricos;

» instalações de embarcações e aeronaves;

» equipamentos para supressão de perturbações radioelétricas, na


medida em que não comprometa a segurança das instalações;

» iluminação pública;

» redes públicas de distribuição elétrica;

» instalações de proteção contra quedas diretas de raios. Porém, essa


norma considera as consequências dos fenômenos atmosféricos
sobre as instalações, como seleção dos dispositivos de proteção
contra sobretensão;

» instalações em minas;

» instalações em cercas elétricas.

A aplicação da NBR-5410 não dispensa o seguimento de outras normas


aplicadas a situações ou lugares específicos e os regulamentos que a
instalação deve seguir.

Fonte: https://www.mundodaeletrica.com.br/o-que-e-nbr-5410/, adaptado pela autora.

É importante observar que uma instalação conforme as normas assegura o bom


funcionamento e a conservação dos bens, e, sobretudo, a segurança.

As normas regulamentam e melhoram a qualidade das instalações elétricas, e a


NBR-5410 existe por causa da preocupação com as instalações elétricas de baixa
tensão, porque vários acidentes acontecem nesse tipo de instalação (serviços
executados por pessoas que nem sempre possuem qualificação). As instalações
que cumprem a norma estão dentro do que é considerado seguro para o seu
devido funcionamento.

27
UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

Diferença entre NR e NBR


As NR’s são normas regulamentadoras para temas relacionados à segurança
e à medicina do trabalho no território nacional, publicadas unicamente pelo
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Diferentemente, as NBR’s são normas
técnicas, concebidas por consensos e estudos relacionados ao tema. Elas
estipulam requisitos de qualidade, desempenho, segurança etc.

Fonte: https://www.mundodaeletrica.com.br/o-que-e-nbr-5410/.

Cada aparelho de utilização, como as lâmpadas, aparelhos eletrodomésticos, aparelhos


de aquecimento d’água etc., exige uma demanda da rede elétrica, uma potência. Como
saber essa carga?

Deve-se considerar que a carga para um equipamento de utilização é a sua potência


nominal absorvida, fornecida pelo fabricante ou calculada a partir da tensão nominal,
da corrente nominal e do fator de potência. Segundo Gomes (2011, p. 17): “nos casos em
que, dada a potência nominal fornecida pelo equipamento (potência da saída), e não a
absorvida, devem ser considerados o rendimento e o fator de potência”.

A previsão de cargas serve para determinar todos os pontos de utilização de energia


elétrica, que são os pontos de consumo ou cargas, que estarão inclusos na instalação,
ou seja, no final da previsão de cargas, serão definidas a potência, a quantidade e a
localização de todos os pontos de consumo de energia elétrica.

28
CAPÍTULO 3
Previsão de carga para instalação
comercial e industrial

Luminotécnica
As principais exigências para o cálculo da iluminação são com a quantidade e
qualidade da iluminação de determinada área (trabalho, lazer ou circulação).

É importante saber que existem vários métodos para o cálculo da iluminação. São eles:

» pelo método dos lumens;

» pela carga mínima exigida pela norma NBR – 5410/97;

» pelo método do ponto por ponto;

» pelo método das cavidades zonais;

» pelos métodos dos fabricantes: PHILIPS, GE etc.

Antes de elaborar o projeto comercial, é preciso fazer uma estimativa preliminar da


carga (potência que será instalada).

Quadro 7. Densidade mínima de pontos de iluminação e tomadas.


Locais Densidade de carga (VA/m2)
Escritórios 50
Lojas 20
Hotéis 20
Bancos 50
Igrejas 15
Restaurantes 20
Auditórios 15
Garagens comerciais 5
Depósitos 5

Fonte: https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:eS3Wtbcx9BoJ:https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/
view.php%3Fid%3D1802436+&cd=3&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br, com adaptação da autora.

29
UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

» Luz: é uma onda eletromagnética cuja frequência é visível pela


sensação visual.

𝑐𝑐
=
𝑓𝑓
› λ= comprimento de onda

› c = velocidade da luz (300.000 km/s)

› f = frequência em ciclos ou Hz

» Cor: é definida pelo comprimento de onda. Por conta da luz nos olhos,
nota-se a cor.

» Intensidade luminosa: é a quantidade de luz emitida por uma fonte


luminosa para determinada direção. Unidade de medida: candela (cd).

» Fluxo luminoso: é a radiação total emitida em todas as direções por


uma fonte luminosa, podendo produzir estímulo visual. Unidade de
medida: lúmen (lm).

» As fontes de luz artificial (lâmpadas), dependendo de seu tipo e potência,


mostram fluxos luminosos com várias eficiências.

» Eficiência luminosa: é um parâmetro que indica a eficiência de uma


fonte luminosa. Ou seja, é avaliada pela correlação do fluxo luminoso
emitido (lumens) e o consumo de energia pela potência em Watts (W).

» Iluminância: é a densidade da quantidade da luz que é refletida


em determinada superfície e em certa direção e distância. É a
relação entre o fluxo luminoso, que incide sobre uma superfície
plana. O símbolo da iluminância é E. Um Lux é uma unidade
de iluminamento ou iluminância, isto é, um lúmen para cada
superfície de um metro quadrado.

Unidade de medida: lux (lx).


𝐸𝐸 = 
𝐴𝐴

» Dia ensolarado de verão em local aberto ≈ 100.000 lux.

» Dia encoberto de verão ≈ 20.000 lux.

30
PROJETO ELÉTRICO │ UNIDADE I

» Noite de lua cheia ≈ 0,25 lux.

» Luz de estrelas ≈ 0,01 lux.

» Dia escuro de inverno ≈ 3.000 lux.

» Boa iluminação de rua ≈ 20 a 40 lux.

Quadro 8. Descrição da atividade em (lx).

Depósito 200
Circulação 150
Garagem 150
Residências (cômodos gerais) 150
Sala de leitura (biblioteca) 500
Sala de aula (escola) 300
Sala de espera 100
Escritórios 500
Sala de desenhos (arq e eng) 1000
Editoras (impressoras) 1000
Lojas (vitrines) 1000
Lojas (salas de vendas) 500
Padarias (salas de preparação) 200
Lavanderias 200
Restaurantes (geral) 150
Laboratórios 500
Museus (geral) 100
Indústria/montagem (atividade visual de precisão média) 500
Indústria/Inspeção (atividade de controle de qualidade) 1000
Indústria (geral) 200
Indústria/sondagem (atividade de muita precisão) 2000

Fonte: https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:eS3Wtbcx9BoJ:https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/
view.php%3Fid%3D1802436+&cd=3&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br, com adaptação da autora.

» Luminância: é a intensidade do fluxo luminoso emitido por uma


superfície em certa direção. Vale ressaltar que os raios de luz não são
vistos, a não ser que sejam refletidos em uma superfície, passando a
sensação de claridade aos olhos. É chamada de luminância essa sensação
de claridade. Unidade de medida: cd/m2.

É importante observar que a iluminação deve assegurar:

» conforto visual;

» a realização das atividades de forma precisa e rápida (mesmo em


situações difíceis e durante períodos longos).

31
UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

É necessário levar em consideração alguns parâmetros:

» fazer avaliação da luz natural;


» fazer a disposição adequada da luminância;
» escolher o nível de iluminância (tabelado por norma);
» reduzir o ofuscamento;
» fazer a avaliação da manutenção.

É importante salientar que as luminâncias de todas as superfícies são importantes


e também são determinadas pela refletância e pela iluminância nas superfícies,
ou seja, é quantidade de emissão de luz que passa através ou é refletida a
partir de uma superfície em particular de determinado ângulo.

As faixas de refletância úteis para as superfícies internas são:

› teto: 60% - 90%;

› paredes: 30% - 80%;

› piso: 10% - 50%;

› planos de trabalho: 20% - 60%.

» Método dos lumens: é usado para determinar o número mínimo


de lâmpadas e luminárias, levando em conta as dimensões e o tipo
do ambiente. Ou seja, é a determinação do fluxo luminoso total (φ)
necessário para atender ao nível de iluminância adequado para a
atividade que será executada no ambiente.

𝑆𝑆 × 𝐸𝐸 𝜙𝜙
𝜙𝜙 = 𝑛𝑛 = 
𝑢𝑢 × 𝑑𝑑 𝜑𝜑
Em que:

› φ = fluxo luminoso total, em lumens;

› S = área do recinto, em metros quadrados;

› E = nível de iluminância, em lux (tabela norma);

› u = fator de utilização ou coeficiente de utilização (fabricante


luminária);

32
PROJETO ELÉTRICO │ UNIDADE I

› d = fator de depreciação ou de manutenção (tabelado);

› n = número de luminárias;

› ϕ = fluxo por luminária, em lumens.

Por meio da aplicação do método dos lumens, é possível obter informações sobre a
iluminação geral distribuída, que ocupa toda a área do ambiente.

Figura 5. Método dos lumens.

Teto

Plano das luminárias

Paredes

Plano de trabalho

Piso

Fonte: https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:eS3Wtbcx9BoJ:https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/
view.php%3Fid%3D1802436+&cd=3&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br, com adaptação da autora.

A etapa de escolha da luminária e das lâmpadas dependerá de vários fatores. São eles:

» objetivo da instalação (domiciliar, comercial, industrial etc.);

» razões de decoração;

» facilidade de manutenção;

» fatores econômicos etc.

Vale ressaltar que é necessário consultar os catálogos dos fabricantes.

» Determinação do Índice Local: são as dimensões do ambiente,


como o comprimento, a largura e a altura da luminária em relação
ao plano de trabalho de acordo com o tipo de iluminação (direta,
semidireta, indireta e semi-indireta).

33
UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

𝑐𝑐 × 𝑙𝑙
𝑘𝑘 = 
ℎ × (𝑐𝑐 + 𝑙𝑙 )
Em que:

c = comprimento do local;

l = largura do local;

h = altura de montagem da luminária (distância da fonte de luz ao plano de trabalho).

» Determinação do Coeficiente de Utilização: é possível definir


o coeficiente de utilização a partir do conhecimento do índice local. Esse
coeficiente está ligado ao fluxo luminoso inicial emitido pela luminária e ao
fluxo recebido no plano de trabalho. Por esse motivo, o coeficiente depende
das medidas do local, das cores do teto, paredes e do acabamento das
luminárias.

» Determinação do Fator de Manutenção de Referência: nesse


passo, determinamos o fator de manutenção, que relaciona o fluxo
emitido no fim do período de manutenção da luminária e o fluxo
luminoso inicial desta2 (VIANA, 2019).

O quadro a seguir mostra exemplos de fatores de manutenção para sistemas de


iluminação de interiores com lâmpadas.

Quadro 9. Exemplos de fatores de manutenção para sistemas de iluminação de interiores com lâmpadas.

Fator de manutenção Exemplo


Ambiente muito limpo, ciclo de manutenção de um ano, 2000h/ano de vida até a queima com substituição da
0,80 lâmpada a cada 8000h, substituição individual, luminárias direta e direta/indireta com uma pequena tendência
de coleta de poeira.
Carga de poluição normal do ambiente, ciclo de manutenção de três anos, 2000h/ano de vida até a queima
0,67 com substituição da lâmpada a cada 12000h, substituição individual, luminárias direta e direta/indireta com
uma pequena tendência de coleta de poeira.
Ambiente sujo, ciclo de manutenção de três anos, 8000h/ano de vida até a queima com substituição da
0,50
lâmpada a cada 8000h, substituição em grupo, luminárias com uma tendência normal de coleta de poeira.

Fonte: https://www.guiadaengenharia.com/luminotecnica/, com adaptação da autora.

» Espaçamento entre luminárias: o espaçamento máximo entre


luminárias vai depender da abertura do feixe luminoso e está conforme a
altura de montagem, como mostra a figura a seguir.

2 Viana; Dandara. Entenda o que é luminotécnica. Disponível em: <https://www.guiadaengenharia.com/luminotecnica/>.


Acesso em: 10 set. 2019.

34
PROJETO ELÉTRICO │ UNIDADE I

Figura 6. Espaçamento das luminárias entre si com relação às alturas de montagem.

Direta Semidireta Geral Semi- Indireta


difusa indireta

Da luminária ao piso Do teto ao piso

Vezes em hm Vezes em hm

Fonte: https://www.guiadaengenharia.com/luminotecnica/, com adaptação da autora.

» Quantidade e disposição das luminárias: a quantidade necessária


de luminárias é calculada em função do fluxo total, calculado nos passos
anteriores, e do fluxo da luminária escolhida, pela expressão abaixo:

Em que:

» n: número de luminárias;

» Φ: fluxo luminoso total (lm);

» φ: fluxo por luminária (lm).

A partir do conhecimento do número total de luminárias necessárias, elas podem ser


distribuídas uniformemente no ambiente, conforme a figura a seguir.

35
UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

Figura 07. Figura


Esquema abaixo
7. Esquema abaixo dede distribuição
distribuição das luminárias.
das luminárias.

d/2

d/2

L L/2

Fonte: https://www.guiadaengenharia.com/luminotecnica/, com adaptação da autora.


Fonte: https://www.guiadaengenharia.com/luminotecnica/

» NBR – 5410: a figura a seguir (de acordo com a NBR – 5410) mostra os
critérios para iluminação interna, em residências e ambientes comerciais
como hotéis, motéis e similares.

FiguraFigura
08. Critérios para
8. Critérios para iluminação
iluminação interna.
interna.

1. Condições para se estabelecer a quantidade


mínima de pontos de luz.

Prever pelo menos um Arandelas no banheiro


ponto de luz no teto, devem estar distantes,
comandado por um no mínimo, 60 cm do
interruptor de parede. limite do boxe.

2. Condições para se estabelecer a potência


mínima de iluminação.
A carga de iluminação é feita em função da área do cômodo da
residência.

Atribuir um
mínimo de 100
VA para os
Para área igual primeiros 6m²,
ou inferior a Atribuir um Para área
acrescido de 60
6m² mínimo de 100 VA superior a
VA para cada
6m²
aumento de 4m²
inteiros.

Fonte: Gomes (2011, p.18), com adaptação da autora.

Vale observar que os valores estudados equivalem à potência designada à iluminação


para efeito de dimensionamento dos circuitos, e não à potência nominal das lâmpadas.
Em aparelhos fixos de iluminação, como as luminárias fluorescentes, é preciso
considerar a potência das lâmpadas.

36
PROJETO ELÉTRICO │ UNIDADE I

Para determinar as potências das lâmpadas de cada ambiente presente na planta


baixa conforme a norma NBR 5410, é indicado fazer uma tabela para facilitar. Para
exemplificar, vamos imaginar uma planta baixa que possui áreas com as seguintes
dimensões:

» sala de estar: A = 6,00x 4,00 = 24,00;

» banheiro: A = 2,50 x 2,50 = 6,25;

» hall: A = 0,70 x 1,20=0,84;

» cozinha: A = 3,00 x 3,10 = 9,30;

» circulação: A = 3,10 x 1,00 = 3,10.

Quadro 10. Exemplo de medidas em m² para aplicação do cálculo e determinação das potências das

lâmpadas de cada ambiente de acordo com a NBR 5410.

Dependência Dimensões área (m²) Potência de Iluminação (VA)


24m²= 6+4+4+4+4+2 340 VA
Sala de estar A= 6,00x 4,00=24,00
(100)+4x60
6,25=6+0,25 100VA
Banheiro A=2,50x2,50= 6,25
100
Hall A= 0,70x 1,20=0,84 0,84=100VA 100 VA
9,30= 6+3,30 100 VA
Cozinha A= 3,00x 3,10= 9,30
100VA
Circulação A=3,10x1,00=3,10 3,10= 100 VA 100 VA

Fonte: Gomes (2011, p.19), com adaptação da autora.

Segundo Gomes (2011, p. 20), sobre os valores obtidos das potências da


iluminação, em VA, procede-se da seguinte forma:

1. Transferem-se as potências calculadas para a planta baixa;

2. As potências calculadas acima são a mínima adotada, podendo, quando


for o caso, ser arredondada para maior, de modo que corresponda a
lâmpadas com potências iguais;

3. Nas dependências, como cozinha, área de serviço, banheiros,


garagens, etc., as lâmpadas incandescentes podem ser substituídas
pelas fluorescentes, observando as devidas equivalências com relação
ao fluxo luminoso, em lumens, (lm) entre elas.

4. Em ambientes com grandes dimensões, ou quando o ambiente


é estreito e longo, é necessária a instalação de mais de um ponto de
iluminação, como é o caso da sala de estar e garagem.

37
UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

Iluminação (4.2.1.2.2 da NBR 5410:2004)


A quantidade e a potência de pontos de iluminação devem ser determinadas
como resultado da aplicação dos níveis mínimos de iluminância da NBR 5413
e calculados pelos métodos dos lumens, ponto a ponto ou cavidade zonal etc.

Para as luminárias que utilizam lâmpadas com equipamentos


auxiliares (reatores, ignitores etc.), a potência total da luminária deve
ser a soma das potências das lâmpadas com a dos equipamentos
auxiliares, incluindo suas perdas, fator de potência e distorções harmônicas.

Exemplo: um reator eletrônico para duas lâmpadas fluorescentes tubulares


de 36 W, 220 V. De acordo com o catálogo de um fabricante, a corrente
de rede é 0,35 A. Isso corresponde a uma potência total do reator a ser
considerada, incluindo harmônicas igual a Pr = 0,35 x 220 V = 77 VA.
Assim, a potência total do conjunto (lâmpadas + reator) é igual a 2 x 36
(lâmpadas) + 77 (reator) = 149 VA

Fonte: http://www.eletricistaconsciente.com.br/blog/fique-por-dentro/artigos-tecnicos/
previsao-de-cargas-de-iluminacao-e-tomadas-em-locais-nao-destinados-habitacao/,
adaptado pela autora.

Previsão da Carga de Tomadas


As TUGs são destinadas para atender a maioria dos aparelhos elétricos/eletrônicos
domésticos (geralmente eles possuem cargas menores e são portáteis). São atribuídos
valores de potência de 100 VA ou de 600 VA para essas tomadas.

Em locais comerciais, como hotéis, motéis, similares, ou em residenciais, o número de


tomadas de uso geral deve ser de acordo com o que a imagem a seguir mostra:

38
PROJETO ELÉTRICO │ UNIDADE I

geral, as
Figura 9. Condições para se estabelecer TUGs. mínima de tomadas de uso geral, as TUGs.
a quantidade

Cômodos ou
dependências
com área No mínimo uma
igual ou tomada
inferior a 6m²

Subsolos, Pelo menos


varandas, uma tomada
garagens
ou sótãos
Cômodos ou No mínimo uma
dependências tomada para cada
com área 5m ou fração de
igual ou perímetro,
inferior a 6m² espaçadas tão
uniformemente
quanto possível
No mínimo uma
tomada junto ao
banheiros
lavatório com
uma distância
Uma tomada mínima de 60 cm
Cozinhas, para cada 3,5m do limite do boxe
copas, copas- ou fração de
cozinhas perímetro,
independente da
área

Fonte: Gomes (2011, p. 20), com adaptação da autora.

Figura 10. Aparelhos móveis e aparelhos portáteis.


Figura 10. Aparelhos móveis e aparelhos portáteis.
Não se destinam à ligação de equipamentos específicos
e nelas são sempre ligados:
aparelhos móveis ou aparelhos portáteis.

Fonte: Gomes(2011,
Fonte: Gomes (2011,p. p. 20),
20), comcom adaptação
adaptação da da autora
autora.

Vale observar que as tomadas devem ter altura em média de 1,30 m (em relação ao chão)
em locais como cozinhas, áreas de serviço, copas, copas-cozinhas e lavanderias. Também
deve ser prevista pelo menos uma tomada acima de cada bancada (balcão).

Seguindo essa lógica de observações, também é importante salientar que se recomenda


prever uma quantidade de tomadas de uso geral maior do que o mínimo calculado, para

39
UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

futuramente evitar o uso de emprego de extensões e benjamins (os famosos “tês”), pois
eles desperdiçam energia e podem comprometer a segurança da instalação.

Também é importante destacar:

» recomenda-se ter como distância máxima entre tomadas 1,50 m para


cada lado (3 m);

» recomenda-se que, para efeito de cálculo, as tomadas duplas e triplas


sejam contabilizadas em número e potência como uma só;

» quando não for possível a instalação de tomada no próprio local, ela terá
de ser instalada perto do seu acesso;

» recomenda-se no mínimo uma tomada em halls de escadaria, salas de


manutenção e sala de localização de equipamentos, também em casas de
máquinas, salas de bombas e locais análogos.

Figura 11. Condições para se estabelecer a potência mínima de tomadas de uso geral (TUGs).

Banheiros,
cozinhas, copas, - atribuir, no
copas-cozinhas, mínimo, 600 VA
áreas de serviço, por tomada, até
lavanderias e três tomadas.
locais - atribuir 100VA
semelhantes. para os
excedentes.

Demais - atribuir, no
cômodos ou mínimo, 100VA
dependências. por tomada.

Fonte: Gomes (2011, p. 21), com adaptação da autora.

40
PROJETO ELÉTRICO │ UNIDADE I

As TUEs são tomadas específicas para equipamentos que possuem cargas maiores
(geralmente acima de 1500 VA). Normalmente estão localizadas em uma parte
específica da edificação.

São eles:

» máquina de lavar louça/roupa;

» chuveiro;

» condicionador de ar;

» bombas hidráulicas entre outros.

Esses aparelhos específicos precisam de ligações exclusivas. A carga a considerar nessa


tomada é a potência que ele absorve na rede elétrica, calculada com base na sua tensão
de funcionamento, na corrente elétrica e no seu fator de potência, ou é a potência
nominal do equipamento informada pelo fabricante. No caso, quando os valores não
são fornecidos, segundo Flandoli (2016):

Quando valores precisos não forem conhecidos, a potência atribuída


ao ponto de tomada deve seguir um dos dois seguintes critérios: (1) a
potência ou soma das potências dos equipamentos mais potentes que o
ponto pode vir a alimentar; (2) a potência deve ser calculada com base
na corrente de projeto e na tensão do circuito respectivo. Por exemplo,
circuito 127 V com disjuntor de corrente nominal igual a 20 A ➔ P = 20
A x 127 V = 2.540 VA.

Vale salientar que, ao utilizar o termo “tomada” de uso específico, não quer dizer
necessariamente que a ligação do equipamento à instalação elétrica fará uso de uma
tomada. A ligação poderá ser feita, em alguns casos, por uma ligação direta (emenda)
de fios ou por uso de conectores.

41
UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

Figura 12. Condições para se estabelecer a potência de tomadas de uso específico: TUEs.

Atribuir a potência nominal do equipamento a ser


alimentado.

Conforme o que foi visto:


para se prever a carga de tomadas, é necessário
prever a sua quantidade.
Essa quantidade, segundo os critérios, é estabelecida
a partir do cômodo em estudo, fazendo-se necessário
ter:

➢ Ou o valor da área
➢ Ou o valor do perímetro
➢ Ou o valor da área e do perímetro

Fonte: Gomes (2011, p. 22), com adaptação da autora.

O número de TUE´s é definido conforme a quantidade de aparelhos de utilização com


corrente nominal superior a 10 A.

Pontos de tomadas (4.2.1.2.3 da NBR


5410:2004)
–  Quando um ponto de tomada for previsto para uso específico, deve ser a
ele atribuída uma potência igual à potência nominal do equipamento a ser
alimentado ou à soma das potências nominais dos equipamentos a serem
alimentados.

– Os pontos de tomada de uso específico devem ser localizados no máximo a 1,5
m do ponto previsto para a localização do equipamento a ser alimentado.

– Os pontos de tomada destinados a alimentar mais de um equipamento devem


ser providos com a quantidade adequada de tomadas.

Fonte: http://www.eletricistaconsciente.com.br/blog/fique-por-dentro/artigos-tecnicos/previsao-de-cargas-de-
iluminacao-e-tomadas-em-locais-nao-destinados-habitacao/, adaptado pela autora.

42
PROJETO ELÉTRICO │ UNIDADE I

Previsão de Cargas Especiais


É importante lembrar que é preciso fazer a previsão das várias cargas especiais que
atendem aos sistemas de utilidades dos edifícios. São eles:

» as bombas para recalque d’água;

» os motores para elevadores;

» bombas para drenagem de águas pluviais e esgotos;

» bombas para combate a incêndio;

» sistemas de aquecimento central etc.

Geralmente, essas cargas são de uso comum e são denominadas cargas do condomínio.
Cada caso terá uma definição específica da potência de cargas, na maioria das vezes
determinada pelos fornecedores, sendo que o profissional que está desenvolvendo o
projeto de instalações deverá prever a potência solicitada por eles.

43
CAPÍTULO 4
Previsão para cargas em áreas
comerciais e escritórios

A NBR-5410 não estabelece critérios para instalações comerciais e industriais


para previsão de cargas. Por isso, devem-se levar em consideração as atividades
e necessidades de que o ambiente precisará. Vale salientar que o cálculo da
iluminação para as áreas comerciais é realizado de forma diferente do processo
usado para a determinação da iluminação em áreas residenciais. Para lojas e
escritórios, pode-se empregar vários métodos para definir o tipo e a potência
da iluminação adequada. Entre esses métodos, pode-se citar:

» o Método dos Lumens;


» o método das Cavidades Zonais; e
» o Método Ponto por Ponto.
A NBR 5410 estabelece, em 4.2.1.2.2.a, que as cargas de iluminação precisam ser
definidas como resultado da aplicação da norma NBR 5413. Vale observar que, em
2013, essa norma foi substituída pela NBR ISO/CIE 8995-1:2013 – Iluminação de
ambientes de trabalho – Parte 1: Interior. Entretanto, houve inúmeras dúvidas em
relação à nova norma, então muitos ainda consideravam a antiga norma NBR 5413.
Por conta disso, o Ministério do Trabalho elaborou uma nota que diz o seguinte:
“face ao exposto, informa-se que para o cumprimento do item 17.5.3.3 devem
ser observados os valores de iluminância previstos na ABNT NBR 5413:1992,
bem como os métodos de avaliação estabelecidos na norma ABNT NBR 5382:1985”3.

Avaliação de iluminância na ergonomia –


qual norma utilizar?
Apesar de já terem se passado quase 3 anos desde o cancelamento da NBR 5413,
ainda paira a dúvida sobre o que fazer para não ficar fora da lei. Em resumo, a norma
de 1992 ainda está valendo, mesmo estando cancelada. Entenda os detalhes na
matéria abaixo.

A NR-17, norma regulamentadora sobre ergonomia, preconiza, no item


17.5.3.3, que os níveis de iluminamento nos locais de trabalho devem estar em

3 NBR 5413 | Confira tudo sobre a Norma de Iluminância de Interiores. Disponível em: https://portaldaengenharia.com/
projetos-residenciais/nbr-5413/.

44
PROJETO ELÉTRICO │ UNIDADE I

concordância com os valores estabelecidos pela NBR 5413, norma brasileira


publicada pela ABNT em 1992. Até aí tudo bem.

O problema começou quando, em 21/03/2013, a ABNT – Associação Brasileira


de Normas Técnicas cancelou a referida norma e a substituiu pela NBR ISO/CIE
8995-1.

Imediatamente estabeleceu-se uma grande discussão no meio técnico. Alguns


afirmavam que, pela lógica, como a NBR não é lei e, portanto, precisa do respaldo
legal para ter força de lei, o que deveria ser seguido era o texto da NR, ou seja,
mantém-se válida a norma 5413.

Outros, porém, afirmavam que a NR guiava o usuário para fora do texto da lei
uma vez que citava uma NBR, ou seja, ao sair da NR e buscar a norma citada, o
usuário cairia no texto publicado pela ABNT, que dizia claramente que a norma
5413 estava cancelada e substituída pela 8995, ou seja, a 8995 agora é quem
tinha a chamada força de lei, tendo de ser cumprida.

Em meio à dúvida, muita gente apressou-se em atualizar seus “laudos”,


adequando-se à nova norma. O problema é que ela, ao contrário da antecessora,
é muito mais complexa, trazendo novos requisitos de qualidade para sistemas
de iluminação, tais como o índice de ofuscamento unificado e o índice de
reprodução de cor, além de manter o nível de iluminamento padrão.

A aferição desses novos índices requer análise dos equipamentos utilizados no


ambiente e das referências dos fabricantes, além do uso de equipamentos de
medição pouco usuais no mercado. Com isso, ficava evidente que a nova norma
era destinada a novos projetos de iluminação, não deixando claro para o usuário
comum como aplicá-la em instalações já existentes.

O impasse só foi resolvido quando, em 22/10/2014, o Ministério do Trabalho


e Emprego manifestou-se por meio da Nota Técnica 224/2014, deixando claro
que, diante das dificuldades de aplicação da nova norma, deve-se manter o
atendimento ao disposto na antiga norma 5413, utilizando-se a 5382 (também
cancelada) como referência para a avaliação.

Em paralelo a isso, o MTE solicitou à FUNDACENTRO a elaboração de uma


Norma de Higiene Ocupacional – NHO sobre o tema, de modo que, ao ser
publicada, esta passará a ser a referência para a iluminação nos ambientes de
trabalho. Até lá, mantém-se válida, para todos os efeitos de lei, a NBR 5413/92
e a NBR 5382/85.

Texto: Rodrigo Cirino de Souza. Disponível em: https://www.ergotriade.com.br/single-


post/2016/07/29/Avaliação-de-Iluminância-na-Ergonomia-–-Qual-Norma-Utilizar.

45
UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

Conforme foi informado no texto acima, o MTE pediu que a Fundacentro fizesse uma
Norma de Higiene Ocupacional – NHO sobre o tema, e, quando ela for publicada, será
referência para a iluminação nos ambientes de trabalho. Portanto, em 2018, foi lançada
a Norma de Higiene NHO 11 – Avaliação dos níveis de iluminamento em ambientes
internos de trabalho4.

Essa demanda para a realização da NHO 11 veio para resolver as dúvidas e


questionamentos sobre qual norma deveria prevalecer para fins de fiscalização, pois a
Norma Regulamentadora 17 (Ergonomia) estabelece, no item 17.5.3.3, que os níveis de
iluminação nos locais de trabalho devem estar de acordo com os valores estabelecidos
pela NBR 5413.

A NHO 11 possui especificações e níveis de iluminação para vários ramos de atividades,


ou seja, pode-se encontrar desde áreas de edificação até mesmo locais para celebração
religiosa. A norma veio para contribuir na análise preliminar dos ambientes de trabalho
e analisar possíveis inconsistências no sistema de iluminação.

A norma também possui um tópico para uma avaliação preliminar em que são observados
importantes aspectos para a segurança e desempenho dos sistemas de iluminação. São
eles:

» aparência de cor;
» o contraste;
» ofuscamento;
» sombras excessivas;
» cintilação;
» efeito estroboscópico; e
» direcionalidade, entre outros.
É importante perceber que nessa norma está presente a instrumentação para medição
dos níveis de iluminação de acordo com os tipos de lâmpadas e das características
existentes no mercado atual, como as lâmpadas LED e outras que precisam de correções
específicas nos medidores.

Atualmente, nas empresas, com a aplicação de novas tecnologias em lâmpadas,


principalmente as tipo LED, tem acontecido uma melhora na iluminação dos
ambientes de trabalho com a redução de custos por conta da eficiência que
essas lâmpadas possuem em conjunto com um baixo consumo de energia. Vale
4 NHO 11 – Avaliação dos níveis de iluminamento em ambientes internos de trabalho. Disponível em: <http://www.
fundacentro.gov.br/biblioteca/biblioteca-digital/publicacao/detalhe/2018/8/nho-11-avaliacao-dos-niveis-de-iluminamento-
em-ambientes-internos-de-trabalho>.

46
PROJETO ELÉTRICO │ UNIDADE I

salientar que a aplicação da NHO 11 não é obrigatória, exceto quando citada em


algum regulamento, como é o caso das Normas Regulamentadoras5.

Sugestões de previsão de pontos de tomadas


em locais não residenciais
São adotados os seguintes critérios para a previsão de tomadas de uso geral em áreas
comerciais e de escritórios – seguem duas sugestões, sendo uma conforme o autor
Cotrim (2008), e a outra de acordo com Filho (2015):

Quadro 11. Critérios para a previsão de tomadas de uso geral.

Para escritórios comerciais ou locais similares com área ≤ 40 m2, a quantidade mínima de Um ponto de tomada para cada 3 m, ou fração, de
tomadas de uso geral deve ser calculada pelo critério, entre os dois seguintes, que conduzir perímetro.
ao maior número: Um ponto de tomada para cada 4 m2, ou fração, de área.
Para escritórios comerciais ou locais análogos com área > 40 m2, a quantidade mínima de 10 pontos de tomadas para os primeiros 40 m2 e 1
tomadas de uso geral deve ser calculada com base no seguinte critério: ponto de tomada para cada 10 m2, ou fração, de área
restante.
Em lojas e locais similares, devem ser previstos pontos de tomadas de uso geral em quantidade nunca inferior a um ponto de tomada para cada 30 m2,
ou fração, não consideradas as tomadas para a ligação de lâmpadas, tomadas de vitrines e tomadas para a demonstração de aparelhos.
A potência a ser atribuída aos pontos de tomadas de uso geral em escritórios comerciais, lojas e locais similares não deverá ser inferior a 200 VA por
ponto de tomada.

Fonte: Cotrim (2008), adaptado pela autora.

Quadro 12. Critérios para a previsão de tomadas de uso geral.

Um ponto de tomada para cada 3 m, ou fração, de


Para escritórios comerciais ou locais similares com área ≤37 m², a quantidade mínima de
perímetro.
tomadas de uso geral deve ser calculada pelo critério, entre os dois seguintes, que conduzir
Um ponto de tomada para cada 4 m2, ou fração, de
ao maior número:
área.
8 pontos de tomadas para os primeiros 40 m2 e 3
Para escritórios comerciais ou locais análogos com área> 37 m2, a quantidade mínima de
pontos de tomada para cada 37 m2, ou fração, de área
tomadas de uso geral deve ser calculada com base no seguinte critério:
restante.
Em lojas e locais similares devem ser previstos pontos de tomadas de uso geral em
quantidade nunca inferior a um ponto de tomada para cada 37 m2, ou fração, não
consideradas as tomadas para a ligação de lâmpadas, tomadas de vitrines e tomadas para a
demonstração de aparelhos.

Fonte: Filho (2015), adaptado pela autora.

Atenção! Vale salientar que a quantidade e a potência das tomadas em locais industriais
dependerão do tipo de ocupação dos variados locais e devem ser analisadas e
determinadas de acordo com cada caso.

» Pontos de tomadas (4.2.1.2.3 da NBR 5410:2004):

5 Mais informações disponíveis em: RINALDI, Alexandra. Norma NHO 11 de 2018 reforça a importância de iluminação
adequada nos ambientes de trabalho. Disponível em: <http://www.fundacentro.gov.br/noticias/detalhe-da-noticia/2018/10/
norma-nho-11-de-201-reforca-a-importancia-de-iluminacao-adequada-nos-ambientes-de-trabalho>.

47
UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

Quadro 13. Pontos de tomadas.

Em halls de serviço, salas de manutenção e salas de equipamentos, tais como casas de Deve ser previsto no mínimo um ponto de tomada de
máquinas, salas de bombas, barriletes e locais análogos uso geral, e, aos circuitos terminais respectivos, deve
ser atribuída uma potência de no mínimo 1.000 VA.
Quando um ponto de tomada for previsto para uso específico, deve ser a ele atribuída A potência ou soma das potências dos equipamentos
uma potência igual à potência nominal do equipamento a ser alimentado ou à soma das mais potentes que o ponto pode vir a alimentar.
potências nominais dos equipamentos a serem alimentados. Quando valores precisos
A potência deve ser calculada com base na corrente de
não forem conhecidos, a potência atribuída ao ponto de tomada deve seguir um dos dois
projeto e na tensão do circuito respectivo. Por exemplo,
seguintes critérios
circuito 127 V com disjuntor de corrente nominal igual a
20 A  P = 20 A x 127 V = 2.540 VA.
Os pontos de tomada de uso específico devem ser localizados no máximo a 1,5 m do ponto previsto para a localização do equipamento a ser
alimentado.
Os pontos de tomada destinados a alimentar mais de um equipamento devem ser providos com a quantidade adequada de tomadas.

Fonte: Flandoli (2016), adaptado pela autora.

Locação dos pontos elétricos


Quando já definidos os pontos de utilização de energia, a locação em planta será feita,
fazendo uso da simbologia gráfica definida na norma NBR-5444: Símbolos Gráficos
para Instalações Elétricas Prediais6. Ao fazer a locação dos pontos na planta, é preciso
estar atento às seguintes considerações:

Quadra 14. Recomendações para a realização do projeto elétrico.

No projeto de instalações elétricas, é preciso usar a simbologia adequada para cada ponto de utilização, colocando ao
1.
lado de cada ponto a sua devida potência;
Evitar colocar os pontos elétricos sobre elementos estruturais, como: vigas ou pilares de concreto, ou com pontos dos
2. projetos de instalações hidráulicas, sanitárias, telefônicas, de combate a incêndio, de segurança patrimonial etc. Por
isso, é necessário observar o projeto arquitetônico, o projeto estrutural e os outros projetos da edificação.
» distribuir igualmente as tomadas de uso geral;
» prever onde ficarão localizadas as tomadas sobre as eventuais bancadas existentes em cozinhas, copas, áreas de
3. Observar o layout detalhado no serviço e banheiros. Observação: é recomendado sobre cada bancada que seja prevista, no mínimo, uma tomada
projeto de ambientação. Caso não de uso geral a 0,30 m de altura desta;
tenha, é preciso ter um diálogo
» prever onde estarão localizadas as tomadas de uso específico;
com o cliente, com a intenção de
localizar os pontos de modo a: » distribuir uniformemente os pontos de iluminação geral e antever pontos de iluminação para destaques específicos;
» localizar de maneira adequada os comandos dos pontos de iluminação, prevendo interruptores simples, duplos,
triplos etc.; ou outros dispositivos de comando.
» a localização dos motores para elevadores, bombas de recalque d’água, bombas de drenagem, bombas do
sistema de combate a incêndio, bombas para piscinas, portões de acesso etc., bem como a localização dos seus
respectivos quadros de comando, observando as áreas específicas destinadas a esses fins e as recomendações
dos fabricantes desses equipamentos;
4. Sobre as instalações do
» prever a utilização de minuterias e/ou interruptores temporizados para o comando dos pontos de iluminação de
condomínio:
escadas, halls e circulações;
» prever a utilização de interruptores diversos e/ou comandos nos próprios quadros para os pontos de iluminação do
subsolo, pavimento térreo, portaria, áreas externas, jardins, piscinas, quadras esportivas, etc.;
» prever a utilização de porteiros eletrônicos, sinalizadores para acesso de veículos, sinalizadores de obstáculos,
alarmes, etc. (GOMES 2011, p. 25).

Fonte: da autora, com base no autor Gomes (2011).

6 Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais. Disponível em: <http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM249/


Material%20de%20aula/NBR_5444-1989_Simbolos_Graficos_para_Instalacoes_Prediais.pdf>.

48
CAPÍTULO 5
Criação dos circuitos

Um circuito elétrico é uma ligação de componentes, como geradores, condutores,


receptores, resistores e interruptores, feita por meio de fios condutores, que resultam
em um caminho fechado, produzindo uma corrente elétrica.

Por que é preciso ter um circuito em uma instalação elétrica?

Vale observar que sobrecarregar um mesmo disjuntor com vários circuitos é um dos
erros mais comuns. É preciso compreender que os circuitos são feitos para atender essas
especificações energéticas de cada cômodo. Cada circuito necessita ter um disjuntor
para funcionar de modo que seja eficiente e seguro.

Com base na norma NBR 5410, ambientes que possuem equipamentos de maior
potência, como lavanderias, cozinhas, banheiros e copas, necessitam ter um circuito
elétrico exclusivo para cada um.

Quadro 15. Potência mínima para alguns aparelhos.

Forno elétrico 1500W


Máquina de lavar louça 2000W
Micro-ondas 1500W
Torneira elétrica 3000W
Chuveiro elétrico 4000W

Fonte: da autora.

O circuito de iluminação é o mesmo para todos os ambientes.

Uma instalação possui distinção em dois tipos de circuitos:

» circuito de alimentação;

» circuito de distribuição/terminal.

49
UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

Segundo Lara (2012, p. 67):

O circuito de alimentação é formado pelos condutores que, ligados


à rede da concessionária, alimentam os circuitos do quadro de
distribuição. É a fiação entre o QM e o QD.

O circuito de distribuição é formado pelos condutores que alimentam


outros quadros. São ligações de um QD principal a outro QD. O circuito
terminal é formado por condutores que se ligam diretamente às
lâmpadas e tomadas, vindos de um quadro de distribuição.

A figura a seguir mostra esses circuitos entre os quadros de distribuição de energia.

Figura 13. Circuitos de alimentação, de distribuição e circuitos terminais.

Circuitos de
distribuição

Circuitos de
alimentação
Circuitos terminais
QD-2

QM QD-1
Concessionária

Fonte: Lara (2013, p. 67).

O que facilita a construção, utilização e manutenção segura é a divisão da instalação


elétrica em uma quantidade adequada de distribuição ou terminais. De acordo com a
norma, recomenda-se que os circuitos terminais sejam individualizados em função dos
equipamentos alimentados, separando a instalação em categorias. Geralmente essas
categorias são as seguintes:

» circuitos de tomadas (TUG);

» circuitos para motores, chuveiros, condicionadores de ar (TUE);

» circuitos auxiliares de sinalização, sonorização, vídeo etc.;

» circuitos de iluminação.

É importante compreender que criar circuitos é formar grupos de lâmpadas ou


tomadas em regiões, ao redor do quadro de distribuição, dividindo a potência total
instalada de forma equilibrada. É necessário prever para cada circuito (região),
potência não muito baixa, de maneira que o fio não fique superdimensionado,
nem muito alta, fazendo com que tenha a necessidade de uma fiação muito grossa.
50
PROJETO ELÉTRICO │ UNIDADE I

Procedimentos para criação de circuitos terminais:

» Quantidade de circuitos – o número de circuitos terminais para uma


área construída pode ser a de um circuito para cada 25 m², mais os
circuitos exclusivos (TUE);

» potência dos circuitos – para criar grupos de lâmpadas ou tomadas,


pode-se notar, de acordo com a figura a seguir, a relação entre potência
do circuito e a fiação usual.

RelaçãoFigura
entre fiaçãoentre
14. Relação e fiação
sua potência
e sua potênciaem relação
em relação à tensão
à tensão na rede. na rede.

Fiação (#) (mm²) Potência média (VA) Representação


127V 220V sem escala

Fonte: Lara(2012,
Fonte: Lara (2012, p. 69).
p. 69).

Com base em Lara (2012), são três passos para a elaboração dos circuitos, dividindo a
potência total da instalação:

Quadro 16. Elaboração dos circuitos.

» Na planta onde estão marcadas as lâmpadas e tomadas, é indicado delimitar uma região da edificação, certificando a
Passo 1 quantidade de pontos de consumo de energia e suas respectivas potências, buscando totalizar em torno das sugestões da
Figura 14.
» Após decisão, Lara (2012) sugere marcar os valores das potências desses pontos e identificar, na planta baixa, os pontos
Passo 2
de consumo de energia dessas lâmpadas e tomadas com a numeração equivalente ao circuito criado.
» Lançamento de eletrodutos: para lançar na planta baixa os eletrodutos equivalentes ao circuito criado, Lara (2012) diz que
Passo 3 traça, com base do quadro de distribuição, subindo a lâmpada mais próxima e distribuindo para as demais nessa região
definida. De cada lâmpada, desço com o eletroduto para o seu respectivo interruptor.

Fonte: da autora, com base em Lara (2012).

Nessa marcação dos eletrodutos, devemos:

» buscar os caminhos que não sejam muito longos e não fazer cruzamentos
dos eletrodutos na estrutura da laje;

» é importante observar que não deve colocar mais de cinco


eletrodutos em cada caixa embutida no teto e mais de três nas caixas
das paredes;

51
UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

» vale salientar que, em trechos com curvas, a distância precisa ser reduzida
a 3 m para cada curva de 90°. Não deve ter trechos contínuos retilíneos
maiores que 12 m.

Segundo Lara (2012, p. 69):

Efetivados os três passos para a montagem do primeiro circuito, repete-


se a operação, sucessivamente, até que se monte o último.

A criação de circuitos constitui uma tarefa técnica delicada, importante


etapa na elaboração do projeto. Muitas vezes, fazem-se várias tentativas
até se chegar a uma distribuição satisfatória de valores

Na planta, pode-se marcar o eletroduto dos circuitos de alimentação e o eletroduto que


receberá o condutor de proteção, o fio terra, da caixa de aterramento até o QD.

Em resumo, com base na planta baixa arquitetônica, nas concepções preliminares, nas
possibilidades da concessionária e nas necessidades do proprietário, começa a ser feito
o levantamento da carga (potência), escolhendo lâmpadas e quantificando tomadas, de
acordo com as normas técnicas. Pela potência a ser instalada, determina-se o padrão da
edificação. Com isso, são distribuídas as lâmpadas e tomadas pela planta baixa, usando
os símbolos convencionados, dividindo a instalação toda em uma quantidade adequada
de circuitos. Com base nisso, é montado o quadro de circuitos.

Dimensionamento dos circuitos


Os circuitos, de acordo com a figura a seguir, são de alimentação, de distribuição e
terminais. No exemplo, o projeto possui seis circuitos terminais e dois circuitos de
alimentação, ou seja, é alimentado por duas fases e um neutro (F1, F2 e N). A figura
está representando apenas os fios fases.

alimentação,
Figura 15. Circuitoscircuitos de circuitos
de alimentação, distribuição e circuitos
de distribuição terminais.
e circuitos terminais.

Circuitos de
alimentação

Circuitos
terminais

Concessionária QM QD

Fonte:
Fonte:Lara (2012),
Lara (2012), adaptado
adaptada pela pela autora.
autora.

52
PROJETO ELÉTRICO │ UNIDADE I

Calcular um circuito é utilizar as recomendações das normas técnicas na escolha da sua


fiação, dos seus componentes de proteção e do eletroduto que o receberá. Segundo Lara
(2012, p. 75):

Os circuitos terminais são os circuitos que partem do QD e vão ligar-se


diretamente às tomadas e lâmpadas. Esses circuitos são alimentados
pelas fases que chegam do quadro de medição. Embora possam
chegar até três fases do QM, nas residências, os circuitos terminais
serão monofásicos, na maioria; ou bifásicos para chuveiros ou
condicionadores de ar, como opções em padrões bifásicos e trifásicos.

Os fios que chegam ao quadro de distribuição e se unem aos circuitos terminais são:

» os fios fases;
» o fio neutro;
» e o fio terra (proteção).

Os fios fase e neutro dirigem-se da rede da concessionária para o medidor e percorrem


para o QD, no tempo em que o fio terra vem direto de uma haste de aterramento e deve
fazer parte de todos os circuitos.

Quadro 17. Simbologia adequada – representação das fiações nos eletrodutos.

Símbolo Significado Observações


Condutor fase no interior do eletroduto. Cada traço na vertical representa um condutor dentro do eletroduto.
Indicar seção, número do circuito e a seção dos condutores, exceto se forem de
Condutor neutro no interior do eletroduto. 1,5mm².

Condutor retorno no interior do eletroduto.

Condutor terra no interior do eletroduto.

Fonte: Lara (2012), adaptado pela autora.

Esquemas de ligações

Com base em Lara (2012), a figura a seguir mostra a lâmpada fluorescente ligada a um
interruptor de uma seção em circuito monofásico (F/N/T).

53
UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

Figura 16. Figura


Lâmpada fluorescente
16. Lâmpada ligada
fluorescente ligada em interruptor
em interruptor de uma seção.
de uma seção.

Fio fase

Fio neutro Fio retorno

Fio terra

Reator

Quadro de
distribuição Lâmpada

Frente Fundo

Interruptor
de uma
seção

Fonte:
Fonte:Lara (2012),
Lara (2012), adaptado
adaptada pela pela autora.
autora.

Figura 17. Projeto de lâmpada fluorescente ligada em interruptor de uma seção.

QD ELETRODUTO

LÂMPADA

Interruptor de
uma seção

Fonte: Lara (2012), adaptada pela autora.

A figura a seguir mostra uma lâmpada fluorescente ligada a interruptores three-way


em circuito monofásico (F/N/T).

54
PROJETO ELÉTRICO │ UNIDADE I

Figura 18. (A) Lâmpada fluorescente ligada em interruptores three-way e (B) esquema de projeto de uma

de projeto de umalâmpada
lâmpada fluorescente
fluorescente ligada em
ligada em interruptores interruptores three-way.
three-way.

Fio terra

Fio neutro

Retorno da lâmpada

Reator

Quadro de Lâmpada
distribuição

Fio fase Retorno three-


way

(A)

QD ELETROD
UTO

Interruptor
three-way

LÂMPADA

Interruptor
three-way

(B)

Fonte: Lara (2012), adaptada pela autora.

Dimensionamento da fiação pela capacidade


de condução de corrente
Capacidade de condução de corrente de um condutor é a corrente máxima que este pode
conduzir de forma contínua, em condições características, sem que sua temperatura em
regime permanente ultrapasse valor determinado. Segundo Cunha (2017)7:

7 CUNHA, João. Capacidade de condução de corrente dos condutores elétricos. Disponível em: <http://www.arandanet.com.br/
revista/em/materia/2017/02/17/capacidade_de_conducao.html>.

55
UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

Por essa definição, pode-se concluir que a corrente que circula pelo
cabo deve ser igual ou inferior à capacidade de condução de corrente do
seu(s) condutor(es), para que seja garantida durabilidade satisfatória
a este(s) e à isolação, em face dos efeitos térmicos produzidos pela
circulação de correntes.

Calculamos essa corrente pela seguinte equação:

P
i=
U x f1 x f2
Em que:

» P é a potência aparente do circuito;

» U é a tensão eficaz a que o circuito fica submetido (127 ou 220 V);

» f1 é o fator de correção de temperatura ambiente de trabalho do circuito


(quadro 18);

» f2 é o fator de correção para quantidade de circuitos juntos no mesmo


eletroduto (quadro 19).

Quadro 18. Coeficientes de correção para temperatura de trabalho dos circuitos.

Temperatura ambiente de trabalho- (ºC) 20 25 30 35 40 45


Fator de correção (f1) - (PVC) 1,12 1,06 1,00 0,94 0,87 0,79

Fonte: ABNT/NBR-5410.

Quadro 19. Coeficientes de correção para quantidade de circuitos agrupados no eletroduto.

Número de circuitos no eletroduto 1 2 3 4


Fator de correção (f2) 1,00 0,80 0,70 0,65

Fonte: ABNT/NBR-5410.

São necessárias essas correções no valor da corrente, pois ela, ao circular por um
condutor, aquece-o (efeito Joule) e resulta em uma “perda” de energia por calor. Isso
aumenta a temperatura ambiente ao redor do condutor, diminuindo a sua capacidade
de conduzir corrente.

Caso o ambiente já seja aquecido, gera uma dificuldade dissipação do calor. Se existirem
circuitos agrupados no interior do eletroduto, acontece outra consequência (corrente
induzida), também colaborando para diminuição da capacidade de condução de
corrente do circuito em dimensionamento.

56
PROJETO ELÉTRICO │ UNIDADE I

Por exigir condutores de maiores seções, essas perdas de energia acabam causando
gastos financeiros. Dessa forma, a instalação elétrica, tanto em ambientes ventilados
como a minimização de circuitos por eletrodutos, exige boas técnicas de construção.

Dimensionamento da fiação pela queda de


tensão
Os equipamentos elétricos são fabricados para trabalhar sob determinada tensão,
sendo capazes de aturar em pequenas alterações. Mas queda ou elevação de
tensão afetam seu funcionamento, podendo danificá-los. Segundo Lara (2012, p. 88):

A queda de tensão é a diferença de potencial que, aplicada no início do


circuito, diminui ao longo dele devido à sua própria resistência e que será
tanto maior quanto maior for seu comprimento. Isso significa que uma
carga no final do circuito receberá uma tensão menor que a aplicada no
início para seu funcionamento.

Além das quedas de tensões que acontecem naturalmente ao longo dos circuitos,
existem outras de natureza técnica, como o funcionamento de equipamentos ligados
conjuntamente, como é o caso dos chuveiros, no horário entre 17 e 21 horas, período de
pico de consumo, quando a concessionária de energia enfrenta dificuldade para manter
a ddp garantida no padrão.

As quedas de tensões (e%) se apresenta na equação a seguir:

e% = U entrada - U carga x 100


U carga

Normalmente, ao longo dos circuitos, surgem vários pontos de consumo de energia


(lâmpadas ou tomadas). O cálculo do momento elétrico representa a soma dos
momentos elétricos de cada ponto.

O momento elétrico num ponto de utilização de energia é o resultado da multiplicação


do valor da potência elétrica desse ponto pela distância em que ele se encontra do
quadro de distribuição (LARA, 2012, p. 89).

Me = P x d

57
UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

Dimensionamento da fiação dos circuitos de


alimentação
Os circuitos de alimentação são os fios que unem o quadro de medição ao quadro de
distribuição. Neles, os circuitos terminais ficarão controlados individualmente por seu
equipamento de proteção (disjuntor).

No cálculo, é dimensionada a fiação dos circuitos de alimentação para atender aos


circuitos terminais, mas vale salientar que, antes de aplicar os três processos de cálculo
de dimensionamento, é necessário fazer dois procedimentos:

1. equilibrar os circuitos terminais nas fases (padrões bifásicos ou


trifásicos);

2. calcular a demanda.

Nos circuitos que serão alimentados por duas fases, o procedimento é distribuí-los
nessas duas fases de forma equilibrada. Isso permitirá que o disjuntor geral proteja
igualmente todas as fases.

Fator de Demanda é a razão entre a Demanda Máxima obtida na instalação e a Carga


Instalada. Com base em Lara (2012, p. 96):

O fator de demanda é um coeficiente menor que a unidade a que se


deve multiplicar a potência total instalada (ou a potência da fase mais
carregada) de modo a se obter uma potência demandada (Pd). A partir
da potência demandada poderá se obter uma fiação para os circuitos de
alimentação econômica, segura e suficiente.

O coeficiente de demanda será aplicado na carga total instalada e dividido pela


quantidade de fases. Ou será colocado na fase mais carregada, se a distribuição de fases
não conseguiu ou até mesmo não pode ter um equilíbrio melhor.

Os valores dos coeficientes de demanda sofrem influências de fatores como a natureza


da instalação – residencial, comercial, industrial –, a hora do dia, a época do ano e os
hábitos dos moradores.

Elementos de proteção dos circuitos


Para garantir a segurança de uma instalação elétrica dentro das diretrizes da NBR5410,
é preciso utilizar dispositivos de segurança para a proteção dos circuitos da edificação,
como o fio neutro, fio terra e os disjuntores, que são os dispositivos que protegem as

58
PROJETO ELÉTRICO │ UNIDADE I

pessoas contra choques e os bens materiais, para evitar o sobreaquecimento ou surtos


de corrente ou tensão.

Desde o início da montagem das instalações elétricas, é necessário dar a devida


atenção à distribuição dos eletrodutos e caixas de passagens que ficarão embutidas
nas paredes, para que não entre água. Também é necessário ter cautela com a
enfiação e emendas dos condutores que precisam estar firmes e bem isoladas,
pois, quando a emenda não atende a essas observações, permitindo que a parte
viva (cobre) do circuito acabe encostando na parte metálica ou em uma parte
condutora como parede molhada, pode causar choque nos usuários.

As instalações elétricas precisam cumprir as seguintes exigências:

» cumprir as normas;

» precisam ser seguras contra choques elétricos, incêndios e acidentes;

» ser eficientes e econômicas;

» ser de fácil manutenção e acessíveis.

É importante dimensionar os elementos de proteção dos circuitos a fim de evitar as


sobrecargas, sobretensões, curtos-circuitos e choques.

Quadro 20. O que é Sobrecorrente, Sobretensão, Curto-circuito e Choque.

» Caso, em um circuito elétrico, for ligada uma carga acima do limite para o qual o circuito foi dimensionado, haverá uma
Sobrecorrente sobrecarga.
» Essa sobrecorrente poderá estragar fiações, tomadas e interruptores. Uma sobrecorrente é formada por uma sobrecarga.
» É tensão vinda de descargas atmosféricas e com valor muito maior daquele que é disponível nas redes públicas de energia;
Sobretensão
ou oriunda da própria rede elétrica pública por algum defeito nos transformadores.
» É um caminho intencional ou acidental mais curto em que a corrente circula, porém pode ser perigoso para os indivíduos ou
Curto-circuito equipamentos.
Choque » Passagem da corrente elétrica pelo corpo humano, podendo causar pequenos sustos ou até mesmo a morte.

Fonte: da autora, com base em Lara (2012).

59
UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

NR 10
Diferente das Normas anteriores, a NR 10 é mais específica. Apresenta os
riscos que o trabalhador corre ao se expor a instalações elétricas e fontes
de eletricidade em geral – seja em razão da função ou por descuido.

Ela estabelece medidas para garantir a segurança dos funcionários que têm
contato de forma direta ou indireta com redes e instalações elétricas. Por isso,
a NR 10 apresenta o uso do EPI aos profissionais da área, de forma obrigatória.

Entre as principais especificações dessa norma regulamentadora, estão:

» completa proteção de mãos, pés e cabeça dos trabalhadores;

» utilização de luvas de borracha;

» capacetes somente com revestimentos isolantes;

» botas de solado de borracha e sem nenhum tipo de material metálico.

Esses materiais são essenciais e específicos, pois, além de proteger o trabalhador,


garantem um isolamento contra a eletricidade. Dessa forma, diminuem
consideravelmente o risco de choques ou acidentes mais graves.

Fonte: https://blog.previnsa.com.br/guia-das-principais-normas-regulamentadoras-de-seguranca-do-
trabalho/, com adaptação.

No processo de construção dos circuitos, são usados os seguintes elementos para


proteger os condutores contra sobrecorrentes e curtos-circuitos – aparelhos
utilizadores de energia contra sobretensões e os contra choques:

» Fio neutro

É o fio condutor que não possui tensão, ou seja, é um dos condutores vindos da rede
da concessionária que estabelece o equilíbrio de cargas elétricas de todo o sistema,
não podendo ser seccionado por qualquer dispositivo de proteção, a não ser pelos
Dispositivos Diferenciais Residuais (DR’s), que serão abordados mais adiante no
capítulo. O neutro sempre precisa estar com zero volt ou o mais próximo possível
disso, pois, se houver tensão no neutro, significa que há um desequilíbrio entre as fases.

O fio neutro terá sempre a mesma seção do fio fase. Para segurança da rede pública, a
concessionária pede o aterramento do fio neutro no padrão de energia.

60
PROJETO ELÉTRICO │ UNIDADE I

» Aterramento

O aterramento é um conector que tem valor igual a zero Volt absoluto, ou seja, seu
valor não se altera, ao contrário do neutro. É feito por um conjunto de elementos que
ligam às partes metálicas, denominadas de massas da instalação, como luminárias,
tubulações, tomadas, caixas, quadros etc., com o solo. Aterrar é colocar instalações
e equipamentos no mesmo potencial, fazendo com que a diferença de potencial entre
a terra e o equipamento seja zero.  É necessário fazer isso para que o profissional da
área elétrica, ao operar máquinas e equipamentos elétricos ou fazer uma manutenção,
não receba descargas elétricas do equipamento que ele está manuseando.

O sistema de aterramento constitui uma viga fincada na terra que é conectada a um


fio, normalmente de cor verde e amarela, que percorre toda a edificação. É uma haste
de aço revestida de cobre com 2,40 m de comprimento e diâmetro entre 10 e 25 mm.
Ligado à haste, o fio terra se estende até o quadro de distribuição. O objetivo é diminuir
a variação de tensão de uma rede elétrica, acabar com as fugas de energia e proteger os
usuários de um possível choque elétrico.

» Equipamentos de proteção

Eles oferecem proteção aos circuitos, como desligando-se automaticamente caso esteja
acontecendo um curto-circuito, sobretensão, sobrecorrente, fuga de corrente para a
terra ou choque.

» Disjuntores termomagnéticos (DTM)

São os dispositivos de baixa tensão que agem na presença de sobrecorrentes moderadas


e relés magnéticos para sobrecorrentes elevadas. São os dois princípios de funcionamento:

1. proteção térmica, agindo pelo princípio do bimetal – duas lâminas de


diferentes metais com coeficientes de dilatação distintos. Caso ocorra
uma corrente elétrica acima da tolerância do disjuntor por um tempo
considerável, as lâminas metálicas aquecem, curvam-se e desligam o
circuito;

2. atuação de uma grande sobrecorrente. Nessa situação, passa a agir uma


bobina magnética que desliga rapidamente o disjuntor por causa do
elevado campo magnético vindo por essa alta corrente.

Existem no mercado vários tipos de fabricantes de disjuntores (DTM). Eles


são diferenciados por faixa de atuação (B, C ou D) por causa da curva que

61
UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

caracteriza o seu desarme. O que os difere é o tempo de atuação do disparador


magnético devido a curto-circuito. Segue o quadro com os tipos de DTM.

Quadro 21. Tipos de DTM.

É designado à proteção dos condutores que suprem cargas de natureza resistiva como aquecedores, chuveiros e lâmpadas incandescentes
B
(residencial). O disparador magnético atua entre 3 e 5 vezes da corrente nominal (In).
Serve para a proteção de condutores que alimentam cargas de natureza indutiva, como motores, lâmpadas fluorescentes e compressores
C
eletrobombas (residencial e outros). O disparador magnético atua entre 5 e 10 In.
Protege condutores que alimentam cargas de natureza fortemente indutivas, como transformadores e cargas com alta corrente de partida (acima de
D
10 In) (industrial). O disparador magnético atua entre 10 e 50 In.

Fonte: da autora, com base em Lara (2012).

Dimensionamento de disjuntores
termomagnéticos (DTM)
Os disjuntores têm especificações que falam sobre a corrente elétrica de atuação, o que
leva um disjuntor a desarmar com exatidão de 20% em torno do valor ajustado. Sabe-
se que, para se determinar o melhor disjuntor para cada circuito elétrico, são avaliados
diversos fatores, como tipo da rede elétrica, os cabos elétricos e os equipamentos que
serão protegidos.

Os disjuntores precisam trabalhar por volta de 80% de sua capacidade nominal, ou


seja, 20% próximo de sua corrente nominal. Por conta disso, em um circuito em que a
corrente elétrica de projeto é 16 A, então deverá ser escolhido um disjuntor de 20 A, ou
1,25 vezes a corrente de projeto.

A corrente nominal do disjuntor a todo momento é maior que a corrente elétrica


em proteção, dado que ele deve desarmar com 80% dessa corrente nominal.

Dispositivos diferenciais residuais (DR’s)


O DR é um sensor que mede as correntes que entram e saem no circuito. Tem como
função detectar pequenas fugas de corrente em circuitos elétricos, possibilitando o
rápido desligamento da alimentação e evitando acidentes. Uma fuga de corrente ocorre
quando a corrente elétrica acaba percorrendo outro caminho para seguir ao terra, e não
o condutor neutro da instalação, podendo acontecer choques elétricos.

62
PROJETO ELÉTRICO │ UNIDADE I

Figura 19. Dispositivos diferenciais residuais.

Fonte: https://athoselectronics.com/dispositivo-dr-como-funciona/.

Como funciona o choque elétrico em um


humano?
No corpo humano, o sistema nervoso trabalha a partir de sinais elétricos.
Correntes externas, vindas de um choque elétrico, por exemplo, vão causar uma
forte interferência em nosso corpo. Dependendo da intensidade da corrente
elétrica, o choque elétrico pode trazer sérios problemas para o organismo.

Segundo alguns livros, a corrente máxima suportada por um ser humano é


de 100 miliamperes. Passando disso, já pode causar a morte. Os sintomas em
correntes mais fracas são formigamentos e, para correntes mais fortes, uma
sensação de choque e dor é sentida.

Um choque elétrico acontece porque o humano se torna um condutor entre


dois pontos de um circuito. Um exemplo disso é se a pessoa estiver em contato
com a terra (0 volt) e tocar em um fio da rede elétrica (110 ou 220 volts), assim
possibilitando a passagem de corrente elétrica pelo corpo da pessoa, que vai
sentir os efeitos de um choque elétrico. Por isso, ao trabalhar em uma instalação
elétrica, é primordial utilizar botas de borracha e nunca tocar nem em um e
muito menos em dois pontos do circuito, assim como evitar tocar em lugares
que estejam ligados à terra, como o aterramento.
Fonte: https://athoselectronics.com/dispositivo-dr-como-funciona/.

O dispositivo DR possui um núcleo toroidal, em que os cabos que são monitorados


ficam enrolados, (formando uma bobina). Nos terminais, são empregadas as
fases, ou apenas uma fase e o neutro. Desse modo, a soma das corrente elétricas
no núcleo toroidal é próxima de zero quando não existem fugas de corrente. Mas
vale salientar que, caso a soma das correntes for diferente de zero, vai gerar um
campo eletromagnético em torno da bobina capaz de atrair o contato metálico e
desligar o circuito. Por conta disso, o DR consegue “notar” se a corrente que entra
é a mesma que sai, e, se isso não acontecer, ele vai “entender” que aconteceu uma

63
UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

fuga de corrente. Se for maior que o limite, ele vai desarmar o circuito. Segundo
Lara (2012, p. 111): “a sensibilidade dos DR’s varia de 30 a 500 mA, e o mesmo
deverá ser dimensionado com cuidado, pois existem perdas para a terra inerentes à
própria qualidade da instalação”. Veja o quadro a seguir:

Quadro 22. Variação dos DR’s.

30 mA Proteção contra contato direto e contato indireto.


100 e 300 mA Proteção contra contato indireto.
500 mA Proteção contra incêndios.

Fonte: Lara (2012).

Interruptor Diferencial Residual (IDR)

O IDR atua apenas na identificação de fuga de corrente. É um equipamento de proteção


formado por um interruptor conjugado com um dispositivo diferencial residual que
evita que as pessoas levem choques. Ele desliga automaticamente o circuito caso exista
uma corrente de fuga que ultrapasse 30 mA, pois esse é o valor escolhido justamente
para proteção dos seres humanos, uma vez que essa é a intensidade máxima que um ser
humano pode suportar. Outros IDRs também podem apresentar esse valor com variações,
não exatamente 30 mA, pois são próprios para proteger máquinas ou equipamentos.

O IDR possui o que se denomina de polos, por onde são conectados os cabos que
precisam ser monitorados. O número de polos do IDR pode variar de acordo com o
modelo, podendo ser bipolar, tetrapolar etc.

Figura 20. Interruptor Diferencial Residual (IDR).

Fonte: https://www.mundodaeletrica.com.br/como-funciona-idr/.

64
PROJETO ELÉTRICO │ UNIDADE I

Disjuntor Diferencial Residual (DDR)

Pode-se dizer que ele é mais completo que o IDR e encontra-se no mercado como DDR
bipolar, com sensibilidade de 30 mA para as correntes nominais de 6, 10, 16, 20, 25
e 32 A. O DDR é formado por um disjuntor termomagnético em conjunto com um
dispositivo diferencial residual que protege os indivíduos contra choque.

Dimensionamento dos eletrodutos


Os eletrodutos possuem a principal função de proteger a fiação elétrica contra fatores
externos que podem deteriorar e expor a segurança da edificação. Conforme mostra a
figura a seguir, os eletrodutos são os dutos por onde passam os condutores elétricos.

Figura 21.
Figura Eletroduto e condutores.
21. Eletroduto e condutores.

condutores

Diâmetro
interno

Fonte: http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_infra/tec_edific/inst_eletr/161012_inst_eletr.pdf.
Fonte: http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_infra/tec_edific/inst_eletr/161012_inst_eletr.p
Geralmente são embutidos nas alvenarias, mas também podem ser instalados
externamente, conforme mostra a figura a seguir.

Figura 22. Eletrodutos aparentes.

Fonte: https://casa.abril.com.br/construcao/instalacao-eletrica-vale-a-pena-deixar-aparente/.

65
UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

Normalmente, os eletrodutos são determinados por consulta à tabela dos fabricantes, pela
quantidade de condutores e respectiva seção. Eles podem variar em função dos materiais
e fabricantes. O quadro a seguir, elaborado por Lara (2012), pode servir como referência
para condutores flexíveis (cabos).

Vale observar que o fio é um condutor rígido isolado por um plástico, e o cabo é um
condutor flexível constituído por vários filamentos trançados, também isolados com
plástico. Tanto um como o outro são definidos pela área da seção transversal, em
mm². Na maioria das vezes, por passarem pelos eletrodutos fios de várias seções, é
necessário converter todos os fios para uma mesma seção.

O quadro a seguir mostra dimensões de cabos (condutor flexível) que têm sido mais
comuns no comércio, e também podem ser usados para fios rígidos (sólidos), que são
ligeiramente mais finos. Mas, nesse caso, basta observar que será uma taxa de ocupação
ligeiramente menor que 40%.

Quadro 23. Dimensionamento de eletrodutos.

Dimensionamento de eletrodutos em função do n° máximo de cabos com isolamento PVC/70°C


Eletroduto PVC rígido (DN – mm)
Condutor (mm2)
16 20 25 32 40
1,5 6 11 19 32 51
2,5 4 8 13 23 36
4 3 6 10 16 26
6 2 4 7 12 19
10 1 3 4 8 13
16 1 2 3 5 8
25 0 1 2 3 5

Fonte: Lara (2012), com adaptação da autora.

Quadro e diagramas

Quadro de cargas

O quadro de cargas é o conjunto de vários cálculos, como o cálculo de corrente,


distribuição de circuitos e balanceamento de fases, entre outros detalhes que abarcam
o quadro elétrico específico, ou seja, mostra de maneira direta os dados sobre cada
circuito e seus elementos.

66
PROJETO ELÉTRICO │ UNIDADE I

Diagrama de fase(s)

É mostrado apenas o fio fase pelos quadros de medição e distribuição e pelos


disjuntores, e também são marcadas as respectivas especificações dos fios e dos
disjuntores. Vale observar que o fio neutro não é representado no diagrama de
fases, mesmo passando pelas mesmas tubulações e a mesma seção do fio fase.
Também não é representado nesse diagrama o fio terra.

Diagrama geral

Representação de todos os fios (fases, neutro e terra), disjuntores e suas conexões com
os circuitos de alimentação e distribuição, inclusive o aterramento.

Materiais

Geralmente os materiais empregados em instalações elétricas são os plásticos (são


isolantes), os metais cobre e alumínio (são condutores) e, nos bocais de lâmpadas,
materiais cerâmicos vitrificados. Também são usados os eletrodutos, disjuntores,
tomadas, interruptores, caixas de embutir, reatores e os complementos, como fita
isolante, conectores, receptáculos, suportes etc.

Normalmente, os plásticos são de PVC. São usados como revestimento dos quadros e
eletrodutos, condutores e como caixas de embutir.

Os condutores são revestidos por uma capa plástica, podendo ter diversas cores. Mas
vale salientar que, de acordo com a norma, na construção dos circuitos, o fio neutro
precisa ser o azul-claro, e as outras cores para os fios fases, com exceção da cor verde
ou verde-amarelo, que são utilizadas para o fio terra. Os condutores são feitos com uma
liga de cobre misturando-se a diversos elementos em pequenas quantidades, com a
intenção de reduzir a formação de óxido cuproso, que é corrosivo e também diminui a
seção, reduzindo a condutividade do material.

No caso dos disjuntores, vale observar que existem vários tipos e modelos de
disjuntores. Embora sejam diferentes, eles têm a mesma finalidade, que é a proteção
dos circuitos contra sobrecorrente e curto-circuito, mas o que vai diferenciá-los
são as suas curvas características e onde serão empregados, ou seja, será definido
de acordo com a carga e circuitos que estão sendo alimentados. As características
do disjuntor e sua curva de atuação devem estar grafadas pelo fabricante.

67
UNIDADE I │PROJETO ELÉTRICO

É muito importante que os projetos tenham a especificação técnica dos diversos


componentes, pois é a partir disso que serão adquiridos os materiais para a montagem
das instalações, garantindo adequado funcionamento e segurança.

Manual do proprietário

Como a maioria dos usuários não tem conhecimento técnico em instalações elétricas,
é necessário deixar na residência o Manual do Usuário, com uma linguagem mais
simples, que tenha, pelo menos, as seguintes informações:

» aviso para que não sejam trocados, por outros com características
distintas, os dispositivos de proteção (disjuntores) existentes no quadro;

» esquema do quadro de distribuição indicando os circuitos e respectivas


finalidades;

» potências máximas que podem ser ligadas em cada circuito;

» potências máximas previstas nos circuitos deixados como reserva.

68
INSTALAÇÕES UNIDADE II
HIDROSSANITÁRIAS

Vários sistemas relativos à construção civil evoluíram, como o sistema hidráulico


predial de abastecimento de água. Isso acabou resultando em uma conscientização
no âmbito profissional sobre necessidade de especificações mais precisas,
aparecendo normas que têm a intenção de padronizar as instalações para que
haja eficiência, durabilidade e economia, sem perder a qualidade.

CAPÍTULO 1
Projeto de instalações hidrossanitárias

É importante observar que a Instalação hidrossanitária consiste em um conjunto


de tubos, conexões, equipamentos implantados e peças em uma edificação
e que viabilizam, para todos os ambientes que necessitem, como cozinha,
banheiro, lavanderia, garagem:

» a alimentação;

» o acondicionamento;

» a distribuição de água fria ou quente.

O sistema tem a intenção básica suprir os usuários de uma edificação com água potável
necessária para suas atividades.

Vale salientar que a instalação hidrossanitária também permite a coleta dos resíduos


da água não utilizada para consumo, levando até a rede pública para descarte (ou para
o tratamento adequado, como a fossa).

Em cada ponto que precisa da utilização desse sistema, é necessário estar atento/atenta
para respeitar certas condições, como pressão, vazão etc. Segundo norma ABNT NBR
5626:1998, para organizar essas exigências, é muito importante a elaboração de um
projeto rico em detalhamento.
69
UNIDADE II │ INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS

Segundo Silva (2019, p. 04), um projeto de instalações hidráulicas deve atender aos
seguintes quesitos:

• Fornecimento de água contínuo para utilização dos usuários e em


quantidade suficiente para cada atividade a ser desenvolvida.

• Armazenamento do maior volume de água ao menor custo possível


minimizando os efeitos decorrentes da interrupção do funcionamento
do sistema de abastecimento público.

• Preservação da potabilidade da água por meio de técnicas de


reservação e distribuição adequadas proporcionando aos ocupantes
boas condições de higiene, saúde e conforto.

• Limitação de pressões e velocidades como indicados na norma técnica,


assegurando a maior durabilidade das instalações, evitando vazamentos
e ruídos nas tubulações e aparelhos de utilização.

Macintyre (1996), citado por Silva (2019, p. 04), “classifica em três tipos o sistema
abastecimento dentro da edificação, dependendo da separação entre a rede pública e a
rede interna, sendo eles: sistema direto, indireto e misto”.

Quadro 24. Três tipos de sistema abastecimento dentro da edificação.

É aquele em que a alimentação da rede interna é feita diretamente pelo ramal predial, e, nesse modal,
» Sistema direto de distribuição é necessário que o abastecimento público consiga suprir todos os requisitos das instalações hidráulicas,
como continuidade, abundância e pressão, pois não há reservatórios na edificação.
» Sistema indireto de É aquele em que há um reservatório para momentos de irregularidades no abastecimento de água e
distribuição variações de pressões.
» Sistema misto É quando há dois sistemas, direto e indireto, na mesma edificação.

Fonte: Silva (2019, p. 06), quadro elaborado pela autora.

Os mananciais são fontes de água bruta, podendo ser superficiais ou subterrâneos. São
responsáveis pelo abastecimento das indústrias e residências depois de passarem pela
estação de tratamento de água.

Vale salientar que a medição do consumo de água é feito pelo hidrômetro, que é onde
termina o ramal externo e começa o alimentador predial, tubulação que faz a ligação
do hidrômetro ao reservatório. O órgão público responsável fornece o hidrômetro
e o introduz no orçamento de ligação do ramal, e este pode ser instalado em uma
caixa de alvenaria ou concreto, que pode ser enterrada ou não, sob a condição de
que não tenha entrada de água pluvial. Isso pode variar de acordo da concessionária
de cada região. Para se determinar o consumo de água diário de uma edificação,
é necessário saber a sua finalidade, segundo Silva (2019, p. 06):

70
INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS │ UNIDADE II

De acordo com Macintyre (1996), o consumo médio de água cresce com


a importância da população a qual está abordando e varia com o clima,
o grau de civilização e os costumes locais.

Geralmente é adotado um valor de 200 Litros por habitante por dia e,


conforme Macintyre (1996) explica, este número é dividido da seguinte
maneira:

• 100 L para uso doméstico, sendo 50 L para asseio pessoal, 15 L para


bebida e cozinha, 20 L para banheiro e 15 L para lavagem de casa e
roupa;

• 50 L para uso no local de trabalho;

• 25 L para usos diversos, como restaurantes e locais de lazer;

• 25 L para perdas.

Sistemas prediais de água fria


A norma recomendada para a elaboração do projeto, execução e manutenção da
instalação predial de água fria é a NBR 5626 (ABNT, 1998).

Com base nas especificações propostas por essa norma, os materiais utilizados, desde
que cumpram as recomendações normativas específicas de cada material, podem ser:

Quadro 25. Recomendações normativas específicas.

Tubulações e conexões » cobre,


» ferro fundido galvanizado,
» liga de cobre,
» aço-carbono galvanizado, ou
» PVC rígido.
Reservatórios » poliéster reforçado com fibra de vidro, concreto ou fibrocimento.
Cavaletes » polipropileno.

Fonte: da autora, com base na NBR 5626 (ABNT, 1998).

Norma 5626:1998- Definições


Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definições:

- água fria: água à temperatura dada pelas condições do ambiente.

71
UNIDADE II │ INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS

- água potável: água que atende ao padrão de potabilidade determinado pela


Portaria nº 36 do Ministério da Saúde.

- alimentador predial: tubulação que liga a fonte de abastecimento a um


reservatório de água de uso doméstico.

- aparelho sanitário: componente destinado ao uso da água ou ao recebimento


de dejetos líquidos e sólidos (na maioria das vezes pertence à instalação predial
de esgoto sanitário). Incluem-se nessa definição aparelhos como bacias sanitárias,
lavatórios, pias e outros, e, também, lavadoras de roupa, lavadoras de prato,
banheiras de hidromassagem etc.

- barrilete: tubulação que se origina no reservatório e da qual derivam as colunas


de distribuição, quando o tipo de abastecimento é indireto. No caso de tipo de
abastecimento direto, pode ser considerado como a tubulação diretamente
ligada ao ramal predial ou diretamente ligada à fonte de abastecimento
particular.

- camisa: disposição construtiva na parede ou piso de um edifício,


destinada a proteger e/ou permitir livre movimentação à tubulação que
passa no seu interior.

- cobertura: qualquer tipo de recobrimento feito com material rígido sobre um


duto, um sulco ou um ponto de acesso, de resistência suficiente para suportar os
esforços superficiais verificados na sua posição. Quando referida a reservatório
domiciliar, define o fechamento superior horizontal do reservatório.

- coluna de distribuição: tubulação derivada do barrilete e destinada a alimentar


ramais.

- componente: qualquer produto que compõe a instalação predial de água fria e


que cumpre individualmente função restrita. Exemplos: tubos, conexões, válvulas,
reservatórios etc.

- concessionária: termo empregado para designar genericamente a entidade


responsável pelo abastecimento público de água. Na maioria dos casos, essa
entidade atua sob concessão da autoridade pública municipal. Em outros casos,
a atuação se dá diretamente por esta mesma autoridade ou por autarquia a ela
ligada.

- conexão cruzada: qualquer ligação física por peça, dispositivo ou outro arranjo
que conecte duas tubulações das quais uma conduz água potável e a outra água
de qualidade desconhecida ou não potável.

72
INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS │ UNIDADE II

- diâmetro nominal (DN): número que serve para designar o diâmetro de uma
tubulação e que corresponde aos diâmetros definidos nas normas específicas de
cada produto.

- dispositivo de prevenção ao refluxo: componente, ou disposição construtiva,


destinado a impedir o refluxo de água em uma instalação predial de água fria,
ou desta para a fonte de abastecimento.

- duto: espaço fechado projetado para acomodar tubulações de água e


componentes em geral, construído de tal forma que o acesso ao seu interior
possa ser tanto ao longo de seu comprimento como em pontos específicos,
através da remoção de uma ou mais coberturas, sem ocasionar a destruição
delas a não ser no caso de coberturas de baixo custo. Inclui também o shaft que
usualmente é entendido como um duto vertical.

- fonte de abastecimento: Sistema destinado a fornecer água para a instalação


predial de água fria. Pode ser a rede pública da concessionária ou qualquer
sistema particular de fornecimento de água. No caso da rede pública, considera-
se que a fonte de abastecimento é a extremidade a jusante do ramal predial.

- galeria de serviços: Espaço fechado, semelhante a um duto, mas de dimensões


tais que permitam o acesso de pessoas ao seu interior por meio de portas ou
aberturas de visita. Nele são instalados tubulações, componentes em geral
e outros tipos de instalações.

Fonte: NBR 5626:1998, disponível em: <https://ecivilufes.files.wordpress.com/2013/06/nbr-


05626-1998-instalac3a7c3a3o-predial-de-c3a1gua-fria.pdf>, com adaptação da autora.

Reservatórios

Quando o sistema de abastecimento for indireto, terá o uso de reservatórios para


situações em que ocorrer a interrupção do fornecimento de água na rede pública. É
necessário ser elaborado o dimensionamento dos reservatórios ou caixas d’água da
edificação. A capacidade de um reservatório depende do consumo médio diário.

Os motivos para interrupção podem variar, como reparos na rede pública, rompimento
de adutoras e distribuidoras, ampliação de rede, por falta de reparos e manutenção,
falta de energia. Por isso, é necessário que a edificação tenha um reservatório para essas
situações atípicas.

73
UNIDADE II │ INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS

Conforme a NBR 5626:1998, a reserva de água fria precisa garantir fornecimento para
no mínimo 24 horas de acordo com a quantidade e o padrão de consumo utilizados
pelos os usuários da edificação, além da reserva de incêndio.

Vale salientar que na norma ABNT NBR 5626:1998 diz que os reservatórios devem
garantir a preservação do padrão de potabilidade, ou seja, em outras palavras: não
permitir que se transmita para a água odor, cor, gosto ou toxicidade, e não propiciar
o crescimento de microrganismos. É preciso que o reservatório seja um recipiente
estanque com tampa para evitar a entrada de poeiras, insetos, animais e líquidos, e
deve ser de um material resistente.

Encanamentos

A distribuição de água é realizada por um conglomerado de encanamentos. São eles:

» barrilete;

» coluna;

» ramal; e

» sub-ramal.

Os sub-ramais são tubulações que alimentam diretamente as peças de utilização ou


aparelhos sanitários, conforme define a norma ABNT NBR 5626:1998. Silva (2019, p.
08) explica:
Os ramais de distribuição são canalizações que derivam da coluna
e alimentam um ou mais sub-ramais. As colunas de distribuição ou
prumadas de alimentação são tubulações verticais que originam
no barrilete e tem função de alimentar os ramais. Por fim, tem-se o
barrilete ou colar que é a ramificação das tubulações do reservatório
até as colunas.

É recomendado na norma ABNT NBR 5626:1998 que as tubulações horizontais


precisam ter uma leve declividade para diminuir o risco de desenvolvimento de bolhas
de ar no seu interior. É necessário tomar alguns cuidados em relação a altas pressões.
Segundo Silva (2019, p. 07): “deve-se tomar precauções quanto a altas pressões
quando se estiver lidando com um sistema de abastecimento direto, pois as tubulações
devem ter resistência mecânica para suportar tais pressões e devem apresentar bom
funcionamento em altas pressões”.

74
INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS │ UNIDADE II

Vale salientar que a norma ABNT NBR 5626:1998 recomenda colocar registros de
fechamento no barrilete depois do reservatório. O objetivo é poder fazer a manutenção
em qualquer ponto da rede.

Figura 23. Elementos do sistema


Figura 23. Elementos predial
do sistema predial defria.
de água água fria.
Reservatório Superior

Barrilete

Coluna de distribuição

Ramal

Sub-Ramal

Tubulação de recalque
Reservatório Inferior
Cavalete/ hidrômetro
Estação elevatória

Ramal predial

Alimentador predial
Fonte: http://image.slidesharecdn.com/pcc-465-aguafria-dimensionamento-130322183345-phpapp02/95/pcc-465-
Fonte: http://image.slidesharecdn.com/pcc-465-aguafria-dimensionamento-130322183345-phpapp02/95/pcc-465-agua-fria-
agua-fria-dimensionamento-2-638
dimensionamento-2-638.jpg?cb=1363977228.

Norma 5626:1998 – Definições


- instalação elevatória: sistema destinado a elevar a pressão da água em uma
instalação predial de água fria, quando a pressão disponível na fonte de
abastecimento for insuficiente, para abastecimento do tipo direto, ou para
suprimento do reservatório elevado no caso de abastecimento do tipo indireto.
Inclui também o caso em que um equipamento é usado para elevar a pressão
em pontos de utilização localizados.

- instalação predial de água fria: sistema composto por tubos, reservatórios,


peças de utilização, equipamentos e outros componentes, destinado a conduzir
água fria da fonte de abastecimento aos pontos de utilização.

- instalador: agente interveniente no processo de construção de uma instalação


predial de água fria, responsável perante o construtor pela qualidade da sua
execução.

75
UNIDADE II │ INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS

- junta: resultado da união de dois componentes por um determinado processo,


envolvendo ou não materiais complementares.

- ligação hidráulica: arranjo pelo qual se conecta a tubulação ao reservatório


domiciliar.

- metal sanitário: expressão usualmente empregada para designar peças de


utilização e outros componentes utilizados em banheiros, cozinhas, áreas de serviço
e outros ambientes do gênero, fabricados em liga de cobre. Exemplos: torneiras,
registros de pressão e gaveta, misturadores, válvulas de descarga, chuveiros e
duchas, bicas de banheira.

- nível de transbordamento: nível do plano horizontal que passa pela borda


do reservatório, aparelho sanitário ou outro componente. No caso de haver
extravasor associado ao componente, o nível é aquele do plano horizontal que
passa pelo nível inferior do extravasor.

- padrão de potabilidade: conjunto de valores máximos permissíveis das


características de qualidade da água destinada ao consumo humano, conforme
determina a Portaria nº 36 do Ministério da Saúde.

- peça de utilização: componente na posição a jusante do sub-ramal que, por


meio de sua operação (abrir e fechar), permite a utilização da água e, em certos
casos, permite também o ajuste da sua vazão.

- plástico sanitário: expressão usualmente empregada para designar peças de


utilização e outros componentes utilizados em banheiros, cozinhas, áreas de
serviço e outros ambientes do gênero, fabricados em material plástico. Exemplos:
torneiras, registros de pressão e gaveta, válvulas de descarga, chuveiros e duchas.
Ver também 3.23.

- ponto de suprimento: extremidade a jusante de tubulação diretamente ligada


à fonte de abastecimento que alimenta um reservatório de água para uso
doméstico.

- ponto de utilização (da água): extremidade a jusante do sub-ramal a partir


de onde a água fria passa a ser considerada água servida. Qualquer parte da
instalação predial de água fria, a montante dessa extremidade, deve preservar
as características da água para o uso a que se destina.

- ramal: tubulação derivada da coluna de distribuição e destinada a alimentar os


sub-ramais.

76
INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS │ UNIDADE II

- ramal predial: tubulação compreendida entre a rede pública de abastecimento


de água e a extremidade a montante do alimentador predial ou de rede predial
de distribuição. O ponto onde termina o ramal predial deve ser definido pela
concessionária.

- rede predial de distribuição: conjunto de tubulações constituído de barriletes,


colunas de distribuição, ramais e sub-ramais, ou de alguns desses elementos,
destinado a levar água aos pontos de utilização.

Fonte: NBR 5626:1998, disponível em: https://ecivilufes.files.wordpress.com/2013/06/nbr-05626-


1998-instalac3a7c3a3o-predial-de-c3a1gua-fria.pdf, com adaptação da autora.

Proteção sanitária da água potável

Vale salientar que é fundamental tomar cuidados para que as instalações de água
fria não fiquem comprometidas em relação ao padrão de potabilidade, pois, caso isso
aconteça, pode haver um risco para a saúde humana.

Recomenda-se que as tubulações de água fria não sejam instaladas dentro ou através
de fossas, sumidouros, caixas de inspeção, coletor de esgoto sanitário, tanque séptico,
filtro anaeróbio, leito de secagem de lodo etc. É importante observar que a norma ABNT
NBR 5626:1998 faz a recomendação de identificar as tubulações que levam a água não
potável com símbolos, cores e a mensagem “água não potável”.

Quanto à retrossifonagem, que é a entrada de água servida nas instalações de água potável
por causa de pressões negativas na rede, que às vezes pode acontecer em reservatórios,
bidês (pouco usado atualmente), caixas de descarga e outros equipamentos que não
possuem uma considerável separação atmosférica, de acordo com Silva (2019, p. 09), com
base na ABNT NBR 5626:1998, é preciso seguir as seguintes recomendações:

» separação atmosférica superior a duas vezes o diâmetro da tubulação;

» tubulação independente para os aparelhos sujeitos à retrossifonagem;

» ventilação da coluna de distribuição que abastece os aparelhos sujeitos à


retrossifonagem;

» dispositivo quebrador de vácuo nos sub-ramais que abastecem os


aparelhos sujeitos a retrossifonagem.

77
UNIDADE II │ INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS

Instalações de esgoto sanitário


A norma que trata os requisitos básicos para o projeto e execução do Sistema é a ABNT
NBR 8160:1999. Ela define que “conjunto de tubulações e acessórios destinado a
coletar e conduzir o esgoto sanitário a uma rede pública de coleta ou sistema particular
de tratamento”. Vale salientar que, segundo a ABNT NBR 8160:1999, deve atender
também aos seguintes requisitos:

» garantir a proteção dos sistemas de suprimento de água e de


equipamentos sanitários a fim de não contaminar a água e não
comprometer o consumo desta; logo, os sistemas de água fria e de água
pluvial não podem ter qualquer tipo de ligação;

» permitir o rápido escoamento dos despejos sem que haja vazamentos ou


acúmulo ocasionando o entupimento dos encanamentos;

» impedir que os gases formados no interior da rede alcancem os aparelhos


de utilização;

» impossibilitar que corpos estranhos, como animais, entrem no sistema


de esgoto sanitário e impedir que os despejos introduzidos nos esgotos
acessem o subsistema de ventilação;

» garantir que os componentes que formam a rede de esgoto sejam


facilmente inspecionáveis e que os aparelhos sanitários sejam fixados
com peças que facilitem sua retirada para eventuais manutenções.

Coletores prediais, subcoletores, ramais de


esgotos, ramais de descarga e tubos de
queda
A norma ABNT NBR 8160:1999 define que o ramal de descarga é a tubulação que recebe
os resíduos produzidos nos aparelhos sanitários, e o ramal de esgoto recebe os efluentes
dos ramais de descarga de modo direto ou a partir de uma caixa sifonada ou sifão.

É importante observar que deve haver uma declividade constante dos componentes do
sistema esgoto sanitário para que os efluentes escoem por gravidade. Recomenda-se
uma declividade mínima de 2% para tubulações inferiores a 75 mm e 1% para tubulações
superiores a 100 mm.

78
INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS │ UNIDADE II

Nos tubos de queda, os desvios precisam ser feitos preferivelmente com curvas de raio
longo ou duas curvas de 45°, não podendo ultrapassar 90°; em edificações de dois ou mais
andares, com o objetivo de não ocorrer o retorno da espuma, é preciso impedir a ligação
de tubulações em região de sobrepressão nos tubos que recebem resíduos que podem ter
detergentes; e os tubos de queda que tiram despejo de pias e máquinas de lavar louças
precisam descarregar em uma caixa de gordura. De acordo com a ABNT NBR 8160:1999,
tubo de queda é a tubulação vertical que recebe os efluentes de subcoletores, ramais de
esgoto e ramais de descarga. O subcoletor recebe os resíduos de um ou vários tubos de
queda ou ramais de esgoto. O coletor predial é uma parte da tubulação que leva os efluentes
de uma edificação para algum sistema privado ou coletor público.

Caixas de gordura e caixas de inspeção


As pias de cozinhas e copas produzem resíduos gordurosos. Por isso, é necessária
uma caixa de inspeção própria chamada de caixa de gordura, pois ela retém, na sua
parte superior, as gorduras, graxas e óleos. A partir daí, os despejos dessa caixa são
conduzidos para uma caixa de inspeção e serão levados para o coletor público.

É importante observar que, em edificações com mais de dois pavimentos, as caixas de


inspeção não podem ser situadas com distância inferior a 2,00 m dos tubos de queda
que contribuem para elas. As caixas de gordura precisam ser coletivas, e não de uso
de caixa de gordura individual por andar. O afastamento entre dois dispositivos de
inspeção não deve ultrapassar 25 m de distância entre a ligação do coletor predial com
o público, e o dispositivo de inspeção mais próximo não pode ser superior a 15 m. Não
devem ser superiores a 10 m os comprimentos dos trechos dos ramais de descarga, de
esgoto de bacia sanitárias, caixas sifonadas e caixas de gordura.

A caixa de inspeção é destinada a permitir a manutenção, como limpeza, inspeção


e desobstrução, junção ou mudança de direção e/ou declividade. Ela precisa
ser impecavelmente impermeabilizada, com tampa de fecho hermético, e deve
ser instalada em locais abertos no andar térreo ou, em caso de edifícios, na garagem.

Desconectores
As instalações de esgoto sanitário podem ser divididas em:

» primária → há o acesso de gases;

» secundária → é vetada a entrada de gases.

79
UNIDADE II │ INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS

O desconector é o dispositivo responsável por essa divisão. Por meio do fecho hídrico,
ele não permite a passagem de gases.

Os tipos de desconectores são as caixas sifonadas, sifões e ralos sifonados. Todos os


aparelhos da instalação de esgoto sanitário precisarão estar conectados a um, com a
intenção de não deixar a propagação dos gases das tubulações.

Rede de ventilação
A finalidade da rede de ventilação é manter a pressão atmosférica dentro das tubulações
sanitárias para evitar problemas de sobrepressões e depressões, pois podem influenciar
na variação do nível dos fechos hídricos dos componentes sifonados, como caixas
sifonadas e vasos sanitários.

De acordo com a norma ABNT NBR 8160:1999, é recomendado que toda a rede de
ventilação deve ser instalada com um aclive mínimo de 1%, (conforme ilustra a figura
25), para fazer com que qualquer líquido que esteja passando por essa rede seja escoado
para os ramais da rede de esgoto, com o objetivo de evitar o acúmulo de água nos
condutos de ventilação.

Figura 24. Rede de


Figura 24. ventilação.
Rede de ventilação.

Ralo

Gases Gases
Gases

e: https://maisengenharia.altoqi.com.br/hidrossanitario/instalacoes-hidrossanitarias-dicas-sobre-declividades/
Fonte: https://maisengenharia.altoqi.com.br/hidrossanitario/instalacoes-hidrossanitarias-dicas-sobre-declividades/.

80
INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS │ UNIDADE II

Figura 25. Rede de ventilação.

Tubo de queda

Coluna de ventilação

Fonte: https://maisengenharia.altoqi.com.br/hidrossanitario/instalacoes-hidrossanitarias-dicas-sobre-declividades/.

Sistemas prediais de água pluvial


Vale salientar que não há um número considerável de normalizações para as instalações
de drenagem de águas pluviais. A norma principal desse sistema é a ABNT NBR
10844:1995. As exigências são:

» devem recolher e conduzir a vazão de projeto até locais permitidos pelos


dispositivos legais;

» ser estanques;

» permitir a limpeza e desobstrução de qualquer ponto no interior da


instalação;

» não provocar ruídos excessivos;

» as águas pluviais não devem ser lançadas em redes de esgoto;

» devem ser protegidas contra o acesso de gases em seu interior;

» as superfícies horizontais de laje e calha devem ter declividade mínima


de 0,5%;

81
UNIDADE II │ INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS

» os condutores verticais devem ter diâmetro mínimo de 70mm, devem ser


previstos em uma só prumada e, quando necessário, realizar desvios com
ângulo de 90° de raio longo ou curvas de 45°;

» os condutores horizontais devem ter declividade uniforme, sempre que


possível, de pelo menos 0,5%;

» nas tubulações aparentes, devem ser previstas inspeções sempre que


houver conexões com outra tubulação, mudança de declividade, mudança
de direção e ainda a cada trecho de 20m nos percursos retilíneos;

» nas tubulações enterradas, devem ser previstas caixas de areia


sempre que houver conexões com outra tubulação, mudança de
declividade, mudança de direção e ainda a cada trecho de 20m nos
percursos retilíneos;

» a ligação entre os condutores verticais e horizontais é sempre feita por


curva de raio longo, com inspeção ou caixa de areia, estando o condutor
horizontal aparente ou enterrado (ABNT NBR 10844:1995).

82
COMBATE A UNIDADE III
INCÊNDIO
Prevenir incêndios é tão importante quanto saber apagá-los ou mesmo saber como
agir nessas circunstâncias. Os projetos de proteção e combate a incêndio consistem em
equipamentos e diretrizes que se destinam a:

» impedir o surgimento de um incêndio;

» facilitar a evacuação do prédio;

» retardar a propagação do fogo; e

» trabalho de resgate das vítimas, por meio de um conjunto de


componentes:

› hidrantes, extintores, detecção de calor, chuveiros automáticos ou


fumaça etc.;

› compartimentação, escadas de segurança, sinalizações etc.

Entre os equipamentos citados, o mais utilizado é o extintor, que deve passar por
uma manutenção pelo menos uma vez por ano, por pessoas que sejam credenciadas
e especializadas no assunto. Vale salientar que, além de adquirir e conservar os
equipamentos de segurança, é importante ensinar aos usuários da edificação como
manuseá-los, acionar o alarme, usar o extintor ou abandonar o local, quando
necessário, sem provocar tumultos.

Segundo o Corpo de Bombeiros, o mais correto é que os usuários da edificação coloquem


em prática as normas estabelecidas sobre os cuidados preventivos promovendo
exercícios, por meio da simulação de incêndios. Esse tipo de prática ajuda para
a prevenção e a segurança de todos. Mas, para efetuar essa operação, é preciso que
estejam em impecável estado de uso e conservação os equipamentos destinados para
combater incêndios.

83
CAPÍTULO 1
Projetos de proteção e combate a
incêndio

O PPCI é o Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio e só pode ser elaborado por


Engenheiros Civis e Arquitetos (profissionais habilitados), fiscalizado e aprovado
pelo Corpo de Bombeiros, por meio de vistorias e concessão de alvarás, exigido por
órgãos públicos, com intenção de proporcionar maior segurança às pessoas. Principais
objetivos do Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio:

» proteção da vida humana;

» proteção do patrimônio.

A elaboração do PPCI de uma edificação deve ser focada em duas premissas básicas:

» evitar que o fogo inicie;

» em caso de ocorrência de foco de fogo, precisam ser previstos meios


para confinar o fogo no seu local de origem, permitir a desocupação com
segurança e rapidez da edificação e combate ao fogo de forma eficaz.

Com base no autor Brentano (2011), as medidas de proteção da edificação ao fogo


podem ser classificadas em passivas e ativas:

» as medidas de proteção passiva são decisões tomadas durante a fase


de concepção do projeto arquitetônico e de seus complementares,
com a intenção de evitar ao máximo a ocorrência de um foco de fogo,
e, se ocorrer, diminuir as condições que sejam favoráveis para o seu
alastramento para o resto da edificação e para a vizinhança. Exemplos:
segurança estrutural das edificações; afastamento entre edificações;
compartimentações horizontais e verticais; controle das possíveis fontes
de incêndio; controle da fumaça de incêndio; controle dos materiais
de revestimento e acabamento; sistema de proteção contra descargas
atmosféricas (SPDA); brigada de incêndio; saídas de emergência.

Um sistema eficiente de combate a incêndio pode ter:

» extintores;

» redes de hidrantes;

84
INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS │ UNIDADE II

» escadas com proteção adequada;

» corrimão;

» controle de fumaça;

» detectores de calor;

» sprinklers;

» quadros de comando;

» rotas de fuga;

» alarmes visuais e sonoros;

» iluminação e sinalização de emergência;

» portas corta-fogo.

Extintores
Os extintores são indicados para controlar o princípio de incêndio, mas seu uso acaba
sendo limitado por conta do seu tamanho, possuindo uma carga reduzida. Os sistemas
de proteção por extintores normalmente são utilizados em todos os tipos de ocupações,
cumprindo o tipo de classificação.

Quadro 26. Os extintores se apresentam nas seguintes tipologias.

Incêndios de classe A:
» papel,

Extintor com água » madeira,


pressurizada » tecido,
» materiais sólidos em geral.
› A água age por resfriamento e abafamento, dependendo da maneira como é aplicada.
Incêndios de classe C:
Extintor com gás carbônico » equipamento elétrico energizado, por não ser condutor de eletricidade.
› Também pode ser usado em incêndios de classes A e B;
Incêndio de classe B:
» líquidos inflamáveis.
Extintor com pó químico seco:
› Age por abafamento.
› Também pode ser usado em incêndios de classes A e C;
Incêndios de classe D:
Extintor com pó químico
» metais inflamáveis.
especial
› Age por abafamento.

Fonte: da autora, com base nas informações disponível no link: <http://engefast.com.br/e-book_engenharia.pdf>.

85
UNIDADE II │ INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS

Número de extintores e sua distribuição

A quantidade de extintores a ser instalada na edificação deverá obedecer à NR 23. Veja,


a seguir, um quadro da norma com “Recomendações para cada unidade extintor”, que
leva em consideração somente o risco de incêndio e estabelece a distância máxima a ser
percorrida pelo usuário da edificação em caso de incêndio, desde o local de permanência
do extintor até qualquer a área que precisa ser protegida.

Quadro 27. Recomendações para cada unidade extintora.

Classe de ocupação
Área coberta para unidade de Distância máxima a ser
Risco de fogo *segundo Tarifa de Seguro Incêndio do
extintores percorrida
Brasil – IRB(*)
500m² pequeno “A” - 01 e 02 20 metros
250m² médio “B” - 02, 04, 05 e 06 10 metros
150m² grande “C” - 07, 08, 09, 10, 11, 12 e 13 10 metros

Fonte: NR 23, com adaptação da autora.

O dimensionamento do número de extintores utilizando a NBR 12693/2013 ou


a IT 21/2011 terá como critérios principais a carga de incêndio da edificação e
a capacidade extintora. A capacidade extintora é o poder do agente extintor de
extinguir o fogo, obtido em ensaio prático e normatizado, e a maneira mais correta de
conseguir esse dado é consultando as informações dadas pelo fabricante do extintor
de incêndio escolhido.

Sistema de proteção por sprinklers


O sistema de proteção por sprinklers geralmente é usado para edificações dos tipos:

» industriais;

» depósitos;

» edifícios comerciais;

» hotéis;

» hospitais;

» centro comerciais; e

» convenções.

O sistema de extinção automática por chuveiros de água ou também conhecido por


sistema de extinção por sprinklers é uma rede de tubulação de metal pressurizada,
86
INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS │ UNIDADE II

podendo ser cobre, aço e/ou ferro, ligada a pequenos “aspersores” (sprinklers e/ou
chuveiros). O sistema é acionado pelo calor, ou seja, quando aumenta a temperatura do
sprinkler até seu ponto de operação, o bulbo e/ou ampola que acomoda um líquido com
alto coeficiente de expansão eclode, possibilitando a descarga de água.

Vale observar que, mesmo sendo uma rede ser interligada, os sprinklers funcionam
de forma independente; eles ficam ativados conforme a área que protegem atinja a
temperatura de acionamento.

Sistema de hidrantes e mangotinho


O sistema de hidrantes e de mangotinhos é considerado um sistema fixo de combate
a incêndio. Funciona sob comando e libera um jato de água sobre o foco de incêndio.
Essa água possui uma vazão calculada e compatível ao risco do local com a intenção de
proteger, controlar ou extinguir o foco de incêndio na sua fase inicial. Desse modo, o
sistema viabiliza o início do combate ao incêndio pelos usuários da edificação antes da
chegada do Corpo de Bombeiros. Segundo Gomes (2014):

O objetivo do sistema é dar condições de combater, com recursos


próprios, focos de incêndio em todos os pontos da edificação, bem como
oferecer uma opção de auxílio, no caso de necessidade, para o Corpo
de Bombeiros. A principal norma utilizada para dimensionamento
do sistema é a NBR 13714/2000.

Os hidrantes urbanos são diferentes dos que estão presentes nas edificações em relação
à forma de abastecimento de água, pois os sistemas urbanos mostram pontos providos
de registros e uniões de engate rápido, conectado à rede pública de abastecimento
(podendo ser de coluna ou subterrâneo). Já os sistemas prediais apresentam pontos de
tomada com registros e uniões de engate rápido, esguichos, mangueiras e chave storz, e
não estão ligados à rede pública, mas ao reservatório de água da edificação.

Aplicação da rede de hidrantes segundo a NBR


13714/ 2000

Vale salientar que edificações que têm área construída com mais de 750 m² e/ou altura
acima de 12 metros, de acordo com a NBR 13714 – 2000, são obrigadas a ter sistemas
hidráulicos preventivos de combate a incêndio.

87
UNIDADE II │ INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS

Por causa dos requisitos normativos, os sistemas de hidrantes são separados em três
categorias que definem o tipo de esguicho, diâmetro e comprimento da mangueira, saída e
vazão. Cada uma dessas categorias será aplicada com base no tipo de edificações.

Vale salientar que a norma prevê que o tempo de funcionamento do sistema deve ser de
60 minutos para os tipos 1 e 2, e 30 minutos para o tipo 3.

Quadro 28. Tipos de sistemas.

Mangueira Vazão
Tipo Esguicho Saída
Diâmetro (mm) Comprimento máximo (m) (L/min)
1 Regulável 25 ou 32 30 1 80/100
2 Jato compacto Ø 16mm ou regulável 40 30 2 300
3 Jato compacto Ø 25mm ou regulável 65 30 2 900

Fonte: NBR 13714/2000, Tabela 1, p. 6, com adaptação da autora.

Quadro 29. Componentes para cada hidrante simples ou mangotinho.

Tipos de sistemas
Materiais
1 2 3

Abrigos Sim Sim Sim


Mangueiras(s) de incêndio Não Sim Sim
Chaves para hidrantes, engate rápido Não Sim Sim
Esguicho(s) Sim Sim Sim
Mangueira semirrígida Sim Sim 1
Sim
1
Somente nos casos especificados.

Fonte: NBR 13714/2000, Tabela 2, p. 6, com adaptação da autora.

Para que as mangueiras ou os mangotinhos tenham a pressão adequada, é preciso


que o profissional considere a perda de carga e a relação entre vazão e pressão,
em que entra a aplicação do Fator K.

Sistema de detecção e alarme de incêndio


O Sistema de detecção e alarme de incêndio é composto por detectores de fumaça e/
ou de temperatura, estrategicamente arranjados nas áreas protegidas, que fazem a
supervisão automática do ambiente e reconhecem a presença de fumaça e calor.

Os equipamentos de detecção e alarme de incêndio são ligados à central de detecção, que


receberá as sinalizações vindas dos detectores, acionando os alarmes visuais, sonoros e
outros equipamentos periféricos.

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INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS │ UNIDADE II

Por mais segurança contra incêndio


A questão da segurança contra incêndio mobiliza especialistas na Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) há algumas décadas. Diversos programas
de certificação destinados à proteção contra incêndio foram desenvolvidos pela
ABNT Certificadora, tendo como foco, entre outros: portas corta-fogo; sprinklers;
extintores de incêndio; esguichos de jato regulável para combate a incêndio; pó
para extinção de incêndio; mangueiras de incêndio; barras antipânico; líquido
gerador de espuma; sistemas de extinção; hidrantes; e proteção passiva.

Cerca de 70 normas são disponibilizadas à sociedade, elaboradas no âmbito do


Comitê Brasileiro de Segurança contra Incêndio (ABNT/CB-024), cuja Secretaria
Técnica é exercida pelo Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo. No caso
de edifícios e áreas de risco, uma norma de grande relevância é a ABNT NBR
14432:2001 – Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de
edificações.

Essa norma técnica estabelece as condições a serem atendidas pelos elementos


estruturais e de compartimentação que integram os edifícios para que, em
situação de incêndio, seja evitado o colapso estrutural. Para os elementos de
compartimentação devem ser atendidos os requisitos de estanqueidade e
isolamento por um tempo suficiente para possibilitar: fuga dos ocupantes da
edificação em condição de segurança; segurança das operações de combate
a incêndio; e minimização de danos a edificações adjacentes e à infraestrutura
pública.

O âmbito de atuação do Comitê é o seguinte: normalização no campo


de segurança contra incêndio  compreendendo fabricação de produtos e
equipamentos, bem como projetos e  instalação de prevenção e combate a
incêndio e serviços correlatos; análise e avaliação de desempenho ao fogo de
materiais, produtos e sistemas dentro dos ambientes a eles pertinentes; medição
e descrição da resposta dos materiais, produtos e sistemas, quando submetidos
a fontes de calor e chama, sob condições  controladas de laboratório, no que
concerne a terminologia, requisitos, métodos de ensaio e generalidades.

Resultado de consenso das partes interessadas, normas técnicas novas ou


revisadas são publicadas sistematicamente para disseminar as melhores práticas
destinadas a proteger as pessoas e o patrimônio. Em 2018, foram publicadas as
seguintes normas do ABNT/CB-024:

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UNIDADE II │ INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS

ABNT NBR 11785:2018 - Barra antipânico - Requisitos.

ABNT NBR 16640:2018 - Segurança contra incêndio para sistemas de transporte


sobre trilhos - Cálculo de escape de estações metroferroviárias em situação de
emergência.

ABNT NBR 11742:2018 - Porta corta-fogo para saída de emergência.

ABNT NBR 16400:2018  - Chuveiros automáticos para controle e supressão de


incêndios - Especificações e métodos de ensaio.

ABNT NBR 13434-3:2018 - Sinalização de segurança contra incêndio e pânico -


Parte 3: Requisitos e métodos de ensaio.

O conjunto de normas técnicas destinadas à proteção contra incêndio


compreende, entre outros itens, sistemas de detecção e alarme, extintores de
diferentes tipos, saídas de emergência e escadas de segurança, hidrantes, portas
corta-fogo e veículos para atendimento a emergências médicas e resgate.

Fonte: ABNT. Disponível em: <http://www.abnt.org.br/imprensa/releases/6213-seguranca>,


adaptado pela autora.

Classificação segundo a NBR 9077


A norma que trata de “Saídas de Emergência em Edifícios” é NBR 9077/2001, sendo
a principal que aborda o assunto relacionado à prevenção de incêndios. Essa norma
serve como base tanto para as Leis Complementares quanto para todas as Legislações
de Prevenção de Incêndio pelo país.

Para elaboração do projeto de uma edificação, é necessário considerar as atividades


que serão realizadas naquele espaço e o tipo de material da estrutura e o material de
acabamento de obras já existentes ou definidos em projeto. Para a classificação da
“Classe de Ocupação”, temos as classes A (1 a 3), B (1 e 2), C (1 a 3), D (1 a 3), E (1 a 6),
F (1 a 8), G (1 a 5), H (1 a 5), I (1 a 3) e J. Cada uma representa um tipo de ocupação,
conforme mostra o quadro a seguir. Vale salientar que a tabela possui uma grande
extensão de classificação em função de “Classe de Ocupação”. Neste capítulo, abordará
apenas algumas partes.

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INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS │ UNIDADE II

Quadro 30. Classificação das edificações quanto à sua ocupação.

Grupo Ocupação/uso Divisão Descrição Exemplos


A-1
Habitações unifamiliares Casas térreas ou assobradadas, isoladas ou não

A Residencial A-2 Habitações multifamiliares Edifícios de apartamentos em geral


Pensionatos, internatos, mosteiros, conventos, residenciais
A-3 Habitações coletivas
geriátricos
Hotéis, motéis, pensões, hospedarias, albergues, casas de
B-1 Hotéis e assemelhados
cômodos
B Serviços de hospedagem
Hotéis e assemelhados com cozinha própria nos apartamentos
B-2 Hotéis residenciais
(incluem-se apart-hotéis, hotéis residenciais)
Comércio em geral, de
C-1 Armarinhos, tabacarias, mercearias, fruteiras, butiques e outros
pequeno porte
C Comercial varejista Comércio de grande e médio Edifícios de lojas, lojas de departamentos, magazines, galerias
C-2
portes comerciais, supermercados em geral, mercados e outros
C-3 Centros comerciais Centros de compras em geral (shoppings)
Escritórios administrativos ou técnicos, consultórios, serviços
Locais para prestação de profissionais ou instituições financeiras (não incluídas em D-2),
D-1
condução de negócios repartições públicas, cabeleireiros, laboratórios de análises
Serviços profissionais, clínicas sem internação, centros profissionais e outros
D
pessoais e técnicos D-2 Agências bancárias Agências bancárias e assemelhados
Serviços de reparação Lavanderias, assistência técnica, reparação e manutenção de
D-3 (exceto os classificados em aparelhos eletrodomésticos, chaveiros, pintura de letreiros e
G e I) outros

Fonte: NBR 9077/2001, Anexo, Tabela 1, p. 25, com adapatação da autora.

Conforme será mostrado a seguir, a norma também possui tabelas de classificação em


função de altura e das dimensões em planta:

Quadro 31. Classificação das edificações quanto à altura.

Tipo de edificação Alturas contadas da soleira de entrada ao piso do último pavimento, não
Código consideradas edículas no ático destinadas a casas de máquinas e terraços
Denominação descobertos (H)
K Edificações térreas Altura contada entre o terreno circundante e o piso da entrada igual ou inferior a 1,00 m
L Edificações baixas H ≤ 6,00 m
M Edificações de média altura 6,00 m < H ≤ 12,00 m
Edificações medianamente
N 12,00 m < H - 30,00 m
altas
0-1 H > 30,00 m ou

O Edificações altas Edificações dotadas de pavimentos recuados em relação aos pavimentos inferiores, de tal forma que as
0-2 escadas dos bombeiros não possam atingi-las, ou situadas em locais onde é impossível o acesso de
viaturas de bombeiros, desde que sua altura seja H > 12,00 m

Fonte: NBR 9077/2001, anexo, Tabela 2, p. 27, com adaptação da autora.

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UNIDADE II │ INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS

Quadro 32. Classificação das edificações quanto às suas dimensões em planta.

Natureza do enfoque Código Classe da edificação Parâmetros de área


P De pequeno pavimento sp < 750 m2
α Quanto à área do maior pavimento (sp)
Q De grande pavimento sp ≥ 750 m2
Quanto à área dos pavimentos atuados abaixo da soleira de entrada R Com pequeno subsolo ss < 500 m2
β
(ss) S Com grande subsolo ss ¯ 500 m2
T Edificações pequenas St < 750 m2
Quanto à área total St (soma das áreas de todos os pavimentos da U Edificações médias 750 m ≤ St < 1500 m2
γ
edificação) V Edificações grandes 1500 m2 ≤ St < 5000 m2
W Edificações muito grandes At > 5000 m2

Fonte: NBR 9077/2001, Anexo, Tabela 3, p.28, com adaptação da autora.

Vale salientar que a tabela que será apresentada a seguir é uma das mais importantes da
norma, pois é a classificação conforme as características construtivas, sendo resultado
de uma análise tanto da segurança estrutural da edificação quanto dos acabamentos
(materiais de utilizados).

Quadro 33. Classificação das edificações quanto às suas características construtivas.

Código Tipo Especificação Exemplos


Edificações em que a Edificações com estrutura e entrepisos Prédios estruturados em madeira, prédios com entrepisos de ferro e
X propagação do fogo combustíveis madeira, pavilhões em arcos de madeira laminada e outros
é fácil
Edificações com Edificações com estrutura resistente Edificações com paredes-cortinas de vidro (“cristaleiras”); edificações
mediana resistência ao fogo, mas com fácil propagação de com janelas sem peitoris (distância entre vergas e peitoris das
Y
ao fogo fogo entre pavimentos aberturas do andar seguinte menor que 1,00 m); lojas com galerias
elevadas e vãos abertos e outros
Edificações em que a Prédios com estrutura resistente ao Prédios com concreto armado calculado para resistir ao fogo, com
propagação do é difícil fogo e isolamento entre pavimentos divisórias incombustíveis, sem divisórias leves, com parapeitos de
Z
alvenaria sob as janelas ou com abas prolongando os entrepisos e
outros
Nota: Os
prédios devem,
preferencialmente,
ser sempre
projetados e
executados dentro
do tipo “Z”.

Fonte: NBR 9077/2001, Anexo, Tabela 4, p. 28, adaptado pela autora.

Saídas de emergência
As saídas de emergência consistem em portas, escadas, corredores, rampas ou
combinações desses componentes com o intuito de que os usuários façam uma saída
segura da edificação em caso de incêndio e facilitar o acesso do Corpo de Bombeiros
para o combate ao fogo e ações de resgate. A NBR 9077/2001 mostra os parâmetros

92
INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS │ UNIDADE II

de dimensionamento de saídas de emergência utilizadas pelas legislações estaduais e


municipais por todo o país.

A NBR 9077/2001 define os seguintes itens de segurança:

» larguras das saídas de emergência;

» distâncias máximas a serem percorridas em caso de incêndios (rotas de


fuga);

» número de saídas e de escadas e definição do tipo de escadas que uma


edificação requer;

» exigência de alarme de incêndio.

Número de saídas e tipos de escadas

Segundo a NBR 9077/2001, seguem os tipos de escadas que uma edificação pode vir
a requerer para garantir a segurança da saída dos ocupantes em caso de incêndio,
conforme apresenta o quadro a seguir:

Quadro 34. Tipos de escadas.

Escada à prova de fumaça É escada à prova de fumaça cuja condição de estanqueidade à fumaça é obtida por método de pressurização;
pressurizada (PFP)
Escada enclausurada à prova de É escada cuja caixa é envolvida por paredes corta-fogo e dotada de portas corta-fogo, cujo acesso é por
fumaça (PF) antecâmara igualmente enclausurada ou local aberto, de modo a evitar fogo e fumaça em caso de incêndio;
Escada enclausurada protegida (EP) É escada devidamente ventilada situada em ambiente envolvido por paredes corta-fogo e dotada de portas
resistentes ao fogo;
Escada não enclausurada ou escada É escada que, embora possa fazer parte de uma rota de saída, comunica-se diretamente com os demais
comum (NE) ambientes, como corredores, halls e outros, em cada pavimento, não possuindo portas corta-fogo.

Fonte: da autora, com base na NBR 9077/2001, p. 3.

Segundo Gomes (2014, p. 63):

Também é necessário esclarecer as diferenças entre portas e paredes


corta-fogo, e portas e paredes resistentes ao fogo. Paredes e portas
resistentes ao fogo são quaisquer capazes de resistir estruturalmente
aos efeitos de qualquer fogo ao qual possam vir a ficar expostas, durante
um tempo determinado, sendo que esse tempo depende do material
empregado. Já a parede corta-fogo é um tipo de separação corta-fogo
que, sob a ação do fogo, conserva suas características de resistência
mecânica, é estanque à propagação da chama e proporciona um
isolamento térmico tal que a temperatura medida sobre a superfície

93
UNIDADE II │ INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS

não exposta não ultrapasse 140°C. E a porta corta-fogo é um conjunto


de folha de porta, marco e acessórios que tem sua própria norma
específica, a NBR 11742/2003.

Segue a tabela da norma que especifica o tipo de escada e o número de saídas


obrigatórias, levando em consideração a área da edificação e a “Classe de
Ocupação”.

Quadro 35. Número de saídas e tipos de escadas.

Dimensão P (área de pavimento ≤ 750 m2 Q (área de pavimento > 750 m2)


Altura K L M N O K L M N O
Ocupação Tipo Tipo Tipo Tipo Tipo Tipo Tipo Tipo
No No No No No No No No No
Esc. Esc. Esc. Esc. N
o
Esc Esc Esc Esc

1 1 NE 1 NE - - - - 1 1 NE 1 NE - - - -
A-1 A-2
A 1 1 NE 1 NE 1 EP 1 PF 1 1 NE 2 NE 2 EP 2 PF
A-3
1 1 NE 1 NE 1 EP 2 PF 1 1 NE 3 NE 2 EP 2 PF
2
3

B-1 1 1 NE 1 EP 2 PF 2 PF 2 2 NE 2 EP 2 PF 2 PF
B
B-2 1 1 EP 1 EP 2 PF 2 PF 2 2 EP 2 EP 2 PF 3 PF

C-1 1 1 NE 1 NE 2 PF 2 PF 2 2 NE 2 EP 2 PF 2 PF
C
C-2 1 1 NE 1 NE 2 PF 2 PF 2 2 NE 2 EP 2 PF 3 PF

Fonte: NBR 9077/2001, Anexo, tabela 7, p. 30, com adaptação da autora.

Distâncias máximas a serem percorridas

A definição da distância leva em consideração características construtivas, “Classe


de Ocupação”, quantidade de saídas da edificação e presença ou não de sistema de
chuveiros automáticos, conforme pode-se constatar no quadro abaixo.

Quadro 36. Distâncias máximas a serem percorridas.

Sem chuveiros automáticos Com chuveiros automáticos


Tipo de edificação Grupo e divisão de ocupação
Saída única Mais de uma saída Saída única Mais de uma saída
X Qualquer 10,00m 20,00m 25,00m 35,00m
Y Qualquer 20,00m 30,00m 35,00m 35,00m
C,D,E,F,G-3,G-4, G5,H,I 30,00m 40,00m 45,00m 55,00m
Z
A,B,,G-1.G-2,J 40,00m 50,00m 55,00m 65,00m

Fonte: NBR 9077/2001, Anexo, Tabela 6, p. 30, com adaptação da autora.

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INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS │ UNIDADE II

Vale salientar que as distâncias máximas a serem percorridas pelos usuários no momento
do incêndio são as distâncias máximas que precisam ter as rotas de fuga traçadas, em
qualquer ponto da edificação até um local protegido e/ou para a parte externa.

Largura das saídas de emergência

Em qualquer caso, as larguras mínimas das saídas de emergência precisam ser de 1,10m.
A largura das saídas deve ser calculada de acordo com número de pessoas que por elas
transitar. Para isso, é necessário consultar a Tabela 5 – “Dados para o dimensionamento
das saídas”, da norma NBR 9077/2001. Segundo Gomes (2014, p. 65):

Observados os critérios “Classe de Ocupação” e número de pessoas


por área, consegue-se obter um valor “Capacidade U de passagem”.
Uma unidade “U” equivale a 0,55m. Basta multiplicar o valor retirado
da tabela por 0,55m e tem-se a largura mínima requerida da saída de
emergência.

Sinalização de emergência

A sinalização é por placas de fácil visualização e entendimento. Deve-se levar em conta


que precisa orientar pessoas em pânico, ou seja, tem que ter uma linguagem que não
gere dúvida quanto ao que fazer ou a rota a seguir. As sinalizações precisam atender
aos requisitos de desempenho estabelecidos, para que seja garantida sua legibilidade e
integridade em conformidade com as normas. As duas partes da NBR 13434 abordam
o projeto e instalação da sinalização de emergência nas edificações. Vale observar que
a NBR 13434-1/2004 fala de princípios de projeto, e a NBR 13434-2/2004 trata de
símbolos e suas formas, cores e dimensões.

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UNIDADE II │ INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS

Figura 26. Sinalização de emergência.

Fonte: http://www.sinartlux.com.br/sinalizacao-emergencia.php.

Eusebio (2011), citado por Gomes (2014 p. 65), faz as seguintes observações:

» deve ser fotoluminescente;

» deve sinalizar os equipamentos de prevenção de incêndio, as portas, as


rotas de fuga e escadas, indicando as saídas, bem como balizando todos
os obstáculos, mudanças de direção, indicando pavimentos em caixas de
escada etc.;

» deve sinalizar locais de riscos pontuais (Central de GLP, produtos


tóxicos e inflamáveis, quadro de comando de energia elétrica,
subestação, transformadores, depósito de GLP, caldeiras, entre
outros);

» deve proibir fumo em locais onde a lei determina ou em que haja risco de
incêndio ou explosão;

» as dimensões devem ser de fácil visualização, e devem ser colocadas a


uma altura adequada com a altura das pessoas;

» não podem ser instaladas em meio à poluição visual, prejudicando sua


função;

» no caso de boates e casa de shows, é importante também colocar a


sinalização a meia altura, em torno de 0,50m do piso.

96
INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS │ UNIDADE II

A sinalização de emergência usa símbolos, mensagens e cores que precisam ser


alocados no interior da edificação e áreas de risco.

Sinalização básica da Sinalização de emergência:

» alerta;

» proibição;

» orientação e salvamento;

» equipamentos;

» sinalização complementar.

Figura 27. Placas fotoluminescentes.

Composição das Placas Fotoluminescentes Rota de Fuga

Cola indicada para superfície


lisa e plana

Chapa em PS (Poliestirenos),
plástico branco resistente.

Impressão com tinta verde


Alta Durabilidade

Impressão com tinta fotoluminescente

Fonte: http://www.afixgraf.com.br/placas-sinalizacao-emergencia/.
Fonte: http://www.afixgraf.com.br/placas-sinalizacao-emergencia/.

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UNIDADE II │ INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS

Figura 28. Sinalização combate a incêndio.

Figura 28. Sinalização combate a incêndio.


Medidas em mm:

E4 E6 E7 E8 E9
E1 E5

E10 E11 E12 E13 E14 E15 E16

Medidas em mm:

E23 E24 E25 E26 E36

Fonte: http://www.sinartlux.com.br/placas-incendio-fotoluminescente.php.
Fonte: http://www.sinartlux.com.br/placas-incendio-fotoluminescente.php.

Sistema de iluminação de emergência


É importante saber que, para a elaboração de projeto de iluminação de emergência,
instalação, manutenção do sistema e demais orientações, precisa ser utilizada a
NBR 10898/2013. As edificações possuem características diferentes que exigem a
adequação dos tipos de iluminação de emergência específicos para atender
a cada necessidade. O objetivo dos sistemas de iluminação de emergência é
promover iluminação adequada, permitindo a saída fácil e segura dos usuários da
edificação em caso de interrupção da alimentação normal e também proporcionar
a intervenção de equipes de socorro. Segundo Gomes (2014, p. 65):

O sistema pode ser classificado basicamente quanto às fontes de energia


a serem utilizadas:

• Sistema centralizado de acumuladores: composto por central de


comando (painel de controle), acumuladores de energia (baterias), rede
de alimentação (instalação elétrica), e luminárias.

• Grupo moto-gerador: composto por um grupo moto-gerador


automatizado, painel de controle, rede de alimentação e luminárias.

98
INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS │ UNIDADE II

• Conjunto de blocos autônomos: são aparelhos com lâmpadas


incandescentes ou fluorescentes, contendo pequenas baterias e os
dispositivos necessários para colocá-lo em funcionamento. É o sistema
mais comumente usado em edificações.

Figura 29. Iluminação de emergência.

Fonte: https://ramfej.com.br/servicos/tipos-de-sistemas-de-iluminacao-de-emergencia/.

99
Referências

ABNT. NBR 5626. Instalação predial de água fria. Rio de Janeiro, 1998.

_____. NBR 8160. Sistemas prediais de esgoto sanitário – Projeto e execução. Rio de
Janeiro, 1999.

_____. NBR 15704-1. Registro – Requisitos e métodos de ensaio – Parte 1: Registros


de pressão. Rio de Janeiro, 2011.

_____. NBR 6135: chuveiros automáticos para extinção de incêndio – especificação.


Rio de Janeiro, 1992.

_____. NBR 13792: proteção contra incêndio, por sistema de chuveiros automáticos,
para áreas de armazenamento em geral - procedimento. Rio de Janeiro, 1997.

_____. NBR 13714: sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio.


Rio de Janeiro, 2000.

_____. NBR 14432: exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de


edificações – procedimento. Rio de Janeiro, 2001.

_____. NBR 9077: saídas de emergência em edifícios. Rio de Janeiro, 2001.

_____. NBR 11742: porta corta-fogo para saída de emergência. Rio de Janeiro, 2003.

_____. NBR 13434: sinalização de segurança contra incêndio e pânico - parte 1:


princípios de projeto. Rio de Janeiro, 2004.

_____. NBR 13434: sinalização de segurança contra incêndio e pânico - parte 2:


símbolos e suas formas, dimensões e cores. Rio de Janeiro, 2004.

_____. NBR 5419: proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Rio de


Janeiro, 2005.

_____. NBR 14276: brigada de incêndio - requisitos. Rio de Janeiro, 2006.

_____. NBR 17240: sistemas de detecção e alarme de incêndio – projeto, instalação,


comissionamento e manutenção de sistemas de detecção e alarme de incêndio. Rio de
Janeiro, 2010.

100
REFERÊNCIAS

_____. NBR 8660: ensaio de reação ao fogo em pisos - determinação do


comportamento com relação à queima utilizando uma fonte radiante de calor. Rio de
Janeiro, 2013.

_____. NBR 12693: sistemas de proteção por extintor de incêndio. Rio de Janeiro, 2013.

_____. NBR 10898: sistema de iluminação de emergência. Rio de Janeiro, 2013.

_____. NBR 10897: Sistemas de proteção contra incêndio por chuveiros automáticos
- requisitos. Rio de Janeiro, 2014.

_____. NR 23: Proteção Contra Incêndios. Rio de Janeiro 1978. Disponível em: <https://
www.normaslegais.com.br/legislacao/trabalhista/nr/nr23.htm>. Acesso em: 1 jan. 2020.

BENVINDO, L.; ADAM, T. R. Projetos de engenharia e qual a sua importância.


Disponível em: <http://engefast.com.br/e-book_engenharia.pdf, acesso 20 jan 2020>.

BRASIL. Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978. Aprova as normas regulamentadoras


que consolidam as leis do trabalho, relativas à segurança e medicina do trabalho. NR - 23.
Proteção contra Incêndios. In: SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO. 29. ed.
São Paulo: Atlas, 1995. 489 p. (Manuais de legislação, 16).

BRENTANO, Telmo. Instalações hidráulicas de combate a incêndios nas


edificações. 4. ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2011.

CASTILHO, Henrique. A importância das normas na construção civil.


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DAS-NORMAS-NA-CONSTRUCAO-CIVIL/>. ACESSO EM: 30 JAN. 2020.

CUNHA, João. Capacidade de condução de corrente dos condutores elétricos.


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FLANDOLI, Fabio. Previsão de Cargas de Iluminação e Tomadas em Locais


Não Destinados à Habitação. Disponível em: <http://www.eletricistaconsciente.
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tomadas-em-locais-nao-destinados-habitacao/>. Acesso em: 10 jan. 2020.

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br/flavio_gomes/files/2011/03/Material_Curso_Instalacoes_I.pdf>. Acesso em: 27 nov.
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101
REFERÊNCIAS

GOMES, Taís. Projeto de prevenção e combate a incêndio. Disponível em: <http://


www.ct.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2014/TCC_TAIS%20GOMES.pdf>. Acesso
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LARA, Luiz Alcides Mesquita. Instalações Elétricas. Ouro Preto – MG: IFB, 2012.
Disponível em: <http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_infra/tec_
edific/inst_eletr/161012_inst_eletr.pdf>. Acesso em: 05 jan. 2020.

MATOS, Dodora. Projeto de Instalações Elétricas em Design de Interiores?


Isto é sério! Disponível em: <http://www.dodoramatos.com/2018/03/23/projeto-
de-instalacoes-eletricas-em-design-de-interiores-isto-e-serio/>. Acesso em: 14 jan.
2020.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Inspeção Sanitária em Abastecimento de Água.


Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inspecao_sanitaria_
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MOREIRA, L. C.; PAULA, R. F. Diretrizes para auxílio e controle de


instalações hidrossanitárias. Disponível em: <https://files.cercomp.ufg.br/weby/
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Acesso em: 20 jan. 2020.

PEREIRA, Caio. Instalações Hidráulicas. Escola Engenharia, 2017. Disponível em:


https://www.escolaengenharia.com.br/instalacoes-hidraulicas/. Acesso em: 2 mar.
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RINALD, Alexandra. Norma NHO 11 de 2018 reforça a importância de


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www.fundacentro.gov.br/noticias/detalhe-da-noticia/2018/10/norma-nho-11-de-
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aplicadas nos projetos. Disponível em: <https://maisengenharia.altoqi.com.br/

102
REFERÊNCIAS

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em: 14 jan. 2020.

______. Sistemas de combate a incêndio: o que preciso saber para


começar meu projeto? Disponível em: <https://maisengenharia.altoqi.com.br/
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SILVA, Raphael Alvim da. Dimensionamento das instalações hidráulicas de


água fria e esgoto de uma edificação. Disponível em: <https://repositorio.ufu.
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SIMIANO, L. F.; BAUMEL, L. F. S. Manual de prevenção e combate a princípios


de incêndio. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/
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SOUZA; R. C. Avaliação de Iluminância na Ergonomia – Qual Norma Utilizar?


Disponível em: <https://www.ergotriade.com.br/single-post/2016/07/29/Avaliação-
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VIVADECORA. Como fazer instalação elétrica? Confira o passo a passo


completo! Disponível em: <https://www.vivadecora.com.br/pro/iluminacao/
instalacao-eletrica/>. Acesso em: 20 jan. 2020.

Lista de figuras
Figura 01 – Redes de alta tensão, de baixa tensão e o transformador. Fonte: Lara, (2012,
p. 45).

Figura 02 – Alturas mínimas do ramal de ligação ao solo. Fonte: CTISM, adaptada pela
autora.

Figura 03 – Ramal. Fonte: https://www.ufjf.br/flavio_gomes/files/2011/03/Material_


Curso_Instalacoes_I.pdf.

Figura 04 – Fluxograma de Elaboração de um Projeto de Instalações Elétricas. Fonte:


Gomes (2011, p. 17), adaptada pela autora.

Figura 05 – Método dos lumens. Fonte: https://webcache.googleusercontent.com/


search?q=cache:eS3Wtbcx9BoJ:https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.
php%3Fid%3D1802436+&cd=3&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br, com adaptação da autora.

103
REFERÊNCIAS

Figura 06 – Espaçamento das luminárias entre si com relação às alturas de montagem.


Fonte: https://www.guiadaengenharia.com/luminotecnica/, com adaptação da autora.

Figura 07 – Distribuição das luminárias. Fonte: https://www.guiadaengenharia.com/


luminotecnica/, com adaptação da autora.

Figura 08 – Critérios para iluminação interna. Fonte: Gomes (2011, p. 18), com
adaptação da autora.

Figura 09 – Condições para se estabelecer a quantidade mínima de tomadas de uso


geral, as TUGs. Fonte: Gomes (2011, p. 20), com adaptação da autora.

Figura 10 – Aparelhos móveis e aparelhos portáteis. Fonte: Gomes (2011, p. 20), com
adaptação da autora.

Figura 11 – Condições para se estabelecer a potência mínima de tomadas de uso geral


(TUGs). Fonte: Gomes (2011, p. 21), com adaptação da autora.

Figura 12 – Condições para se estabelecer a potência de tomadas de uso específico.


Fonte: Gomes (2011, p. 22), com adaptação da autora.

Figura 13 – Circuitos de alimentação, de distribuição e circuitos terminais. Fonte: Lara


(2013, p. 67).

Figura 14 – Relação entre fiação e sua potência em relação à tensão na rede. Fonte: Lara
(2012, p. 69).

Figura 15 – Circuitos de alimentação, circuitos de distribuição e circuitos terminais.


Fonte: Lara (2012), adaptada pela autora.

Figura 16 – Lâmpada fluorescente ligada a interruptor de uma seção. Fonte: Lara


(2012), adaptada pela autora.

Figura 17 – Projeto de lâmpada fluorescente ligada a interruptor de uma seção. Fonte:


Lara (2012), adaptada pela autora.

Figura 18 – (A) Lâmpada fluorescente ligada a interruptores three-way e (B) esquema


de projeto de uma lâmpada fluorescente ligada a interruptores three-way. Fonte: Lara
(2012), adaptada pela autora.

Figura 19 – Dispositivos diferenciais residuais. Fonte: Fonte: https://athoselectronics.


com/dispositivo-dr-como-funciona/.

104
REFERÊNCIAS

Figura 20 – Interruptor Diferencial Residual (IDR). Fonte: https://www.


mundodaeletrica.com.br/como-funciona-idr/.

Figura 21 – Eletroduto e condutores. Fonte: http://redeetec.mec.gov.br/images/


stories/pdf/eixo_infra/tec_edific/inst_eletr/161012_inst_eletr.pdf.

Figura 22 – Eletrodutos aparentes. Fonte: https://casa.abril.com.br/construcao/


instalacao-eletrica-vale-a-pena-deixar-aparente/.

Figura 23 – Elementos do sistema predial de água fria. Fonte: http://image.


slidesharecdn.com/pcc-465-aguafria-dimensionamento-130322183345-
phpapp02/95/pcc-465-agua-fria-dimensionamento-2-638.jpg?cb=1363977228.

Figura 24 – Rede de ventilação. Fonte: https://maisengenharia.altoqi.com.br/


hidrossanitario/instalacoes-hidrossanitarias-dicas-sobre-declividades/.

Figura 25 – Rede de ventilação. Fonte: https://maisengenharia.altoqi.com.br/


hidrossanitario/instalacoes-hidrossanitarias-dicas-sobre-declividades/.

Figura 26 – Sinalização de emergência. Fonte: http://www.sinartlux.com.br/


sinalizacao-emergencia.php.

Figura 27 – Placas fotoluminescentes. Fonte: http://www.afixgraf.com.br/placas-


sinalizacao-emergencia/.

Figura 28 – Sinalização combate a incêndio. Fonte: http://www.sinartlux.com.br/


placas-incendio-fotoluminescente.php.

Figura 29 – Iluminação de emergência. Fonte: https://ramfej.com.br/servicos/tipos-


de-sistemas-de-iluminacao-de-emergencia/.

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