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Estruturas Metálicas
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS............................................................................................. 11
CAPÍTULO 1
HISTÓRICO, VANTAGENS E DESVANTAGENS.............................................................................. 12
CAPÍTULO 2
TIPOS DE AÇO, SIDERÚRGICA E PERFIS.................................................................................... 15
CAPÍTULO 3
PROPRIEDADES MECÂNICAS DO AÇO ESTRUTURAL.................................................................. 36
CAPÍTULO 4
REPRESENTAÇÃO EM PROJETO................................................................................................ 41
CAPÍTULO 5
VERIFICAÇÃO DE AÇÕES E CONDIÇÕES DE SEGURANÇA....................................................... 46
UNIDADE II
OBSERVAÇÕES SOBRE SISTEMAS ESTRUTURAIS....................................................................................... 51
CAPÍTULO 1
ESTABILIDADE E DESLOCABILIDADE DOS PÓRTICOS.................................................................. 53
CAPÍTULO 2
TRAVAMENTOS........................................................................................................................ 57
CAPÍTULO 3
CONCEPÇÃO DE ESTRUTURAS SIMPLES.................................................................................... 61
UNIDADE III
DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS................................................................................. 65
CAPÍTULO 1
BARRAS TRACIONADAS........................................................................................................... 66
CAPÍTULO 2
BARRAS COMPRIMIDAS........................................................................................................... 72
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
Introdução
O projeto de detalhamento e execução de estruturas metálicas envolve o planejamento
da estrutura para fins específicos, a proporção de membros para transportar cargas
da maneira mais econômica e as considerações para a montagem no local. Primeiro, a
estrutura deve servir ao propósito a que se destina e isso é alcançado pelo planejamento
funcional adequado. Em segundo lugar, ela deve ter força suficiente para suportar
forças diretas e induzidas às quais possa ser submetida durante sua vida útil. Uma
avaliação inadequada das forças e de seus efeitos na estrutura pode levar a deformações
excessivas e sua falha, portanto, o projeto de estruturas inclui planejamento funcional,
conhecimento das várias forças, resistência dos materiais e métodos de projeto. Além
disso, a estrutura deve ser econômica e fácil de montar.
Uma estrutura econômica requer um uso eficiente do aço e da mão de obra qualificada
e não qualificada. Embora esse objetivo geralmente possa ser alcançado por um
projeto que exija uma quantidade mínima de aço, as economias geralmente podem ser
obtidas com o uso de mais aço se resultar em uma forma estrutural mais simples e com
pouca fabricação. De fato, até hoje, os materiais representam um terço, ou menos, do
custo de uma estrutura de aço típica, enquanto os custos com mão de obra podem ser
responsáveis por 60% ou mais.
O aço, como material de construção, tem sido amplamente utilizado em vários tipos
de estruturas. Alguns exemplos de obras de engenharia civil em aço são esqueletos de
arranha-céus, torres de transmissão, pontes ferroviárias e torres.
Este material pretende ser um guia para que você compreenda as diretrizes práticas
para o projeto de estruturas de aço de acordo com a norma brasileira ABNT NBR
8800:2008.
8
como seus perfis, fundamentos do projeto de aço e condições de segurança estrutural.
A unidade II apresenta os sistemas estruturais. O projeto de membros individuais é
discutido na unidade III para barras sujeitas à tração, compressão e flexão. A unidade
IV trata de ligações parafusadas e soldadas, bem como da relação destas quando sujeitas
ao momento fletor e esforço cortante, essa unidade também mostrará um projeto de
cobertura e galpão metálico.
Bons estudos!
Objetivos
» Aprender o que é o aço estrutural, porque ele é o elemento mais utilizado
em projetos de estruturas metálicas, bem como suas propriedades
mecânicas.
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CAPÍTULO 3
BARRAS EM FLEXÃO SIMPLES................................................................................................... 76
CAPÍTULO 4
BARRAS EM FLEXÃO COMPOSTA............................................................................................. 78
UNIDADE IV
LIGAÇÕES E PROJETOS........................................................................................................................ 79
CAPÍTULO 1
LIGAÇÕES PARAFUSADAS POR ATRITO E CONTATO................................................................... 80
CAPÍTULO 2
LIGAÇÕES SOLDADAS............................................................................................................. 83
CAPÍTULO 3
LIGAÇÕES PARAFUSADAS E SOLDADAS SUJEITAS AO MOMENTO FLETOR E ESFORÇO CORTANTE...
89
CAPÍTULO 4
PROJETO DE COBERTURA E GALPÃO METÁLICO...................................................................... 94
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 97
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INTRODUÇÃO
ÀS ESTRUTURAS UNIDADE I
METÁLICAS
A estrutura de aço é uma estrutura metálica feita de aço estrutural em que os componentes
se conectam para transportar cargas e fornecer rigidez total. Devido ao alto grau de
resistência do aço, essa estrutura é confiável e requer menos matérias-primas do que
outros tipos de estruturas, como estruturas de concreto e madeira. O aço estrutural é
um dos materiais mais utilizados para qualquer tipo de construção em aço.
Na construção moderna, as estruturas de aço são usadas para quase todos os tipos
de construções, incluindo edifícios industriais, arranha-céus, sistema de suporte a
equipamentos, pontes, torres etc.
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CAPÍTULO 1
Histórico, vantagens e desvantagens
Histórico
O aço possui um teor de carbono que varia de 0,2 a 2%, carbono suficiente para torná-lo
mais duro que o ferro forjado, mas não o suficiente para torná-lo quebradiço, quando
comparado ao ferro fundido. Sua dureza, combinada à sua flexibilidade e resistência à
tração, torna o aço muito mais útil do que qualquer outro tipo de ferro. No entanto, até
meados do século XIX, seu processo de fabricação era difícil e bastante caro.
Durante o período de 1780 a 1820, diversas pontes de ferro fundido foram construídas.
Novos meios de transporte surgiram durante o século XIX e houve a necessidade de
construção de pontes mais seguras e resistentes.
O ferro forjado começou a substituir o ferro fundido logo depois de 1840, um exemplo
a ser citado é a famosa Ponte Britannia (figura 1), projetada por Robert Stephenson,
sobre o estreito de Menai, no país de Gales, construída entre 1846-1850.
Fonte: https://structurae.net/en/structures/britannia-bridge-1972.
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INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS │ UNIDADE I
ao processo Bessemer. A experiência rapidamente provou que o aço tinha muito mais
força e durabilidade e podia lidar com motores e carros cada vez mais pesados e mais
rápidos.
O método Bessemer, criado por Sir Henry Bessemer, na Inglaterra, em 1855, tornou a
produção de aço mais eficiente e permitiu a criação de um aço com boa resistência à
tração, no entanto o ferro forjado continuou sendo a principal escolha para construções
à base de ferro naquele período.
Até 1860, o aço era um produto caro, feito em pequenas quantidades e usado
principalmente na fabricação de espadas, ferramentas, talheres e relógios; todas as
grandes estruturas metálicas eram ainda feitas de ferro forjado ou fundido. Nessa
época, a produção de aço estava centrada na Grã-Bretanha, principal fornecedora de
aço dos mercados europeu e americano.
Vantagens
1. O aço possui alta resistência e alto módulo de elasticidade. Comparado
ao concreto e à madeira, a relação entre densidade e força de escoamento
é relativamente baixa, portanto, sob as mesmas condições de tensão, os
componentes estruturais de aço têm uma seção transversal menor, mais
leve, fácil de transportar e instalar.
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UNIDADE I │INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS
Desvantagens
1. Custo. Estruturas de aço podem ser mais caras do que outros tipos de
estruturas.
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CAPÍTULO 2
Tipos de aço, siderúrgica e perfis
Tipos de aço
Segundo a World Steel Association, existem mais de 3.500 tipos diferentes de aço.
Microestruturas
Propriedades
Aplicação
De acordo com o Instituto Americano de Ferro e Aço (AISI), o aço pode ser amplamente
classificado em quatro grupos com base em suas composições químicas:
1. Aço-carbono.
2. Aço ligado.
3. Aço inoxidável.
4. Aço ferramenta.
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UNIDADE I │INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS
Abaixo, veremos como é feita a classificação dos aços segundo a norma SAE, que é
a mais popular e a mais aplicada ao mercado brasileiro para classificação de aços.
O sistema de classificação AISI é frequentemente adotado pela SAE, logo pode ser
referido abreviadamente por AISI-SAE. Essa designação normativa estabelece uma
chave alfanumérica para identificação dos aços, como segue:
yyAxxB
Onde:
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INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS │ UNIDADE I
1020
Aço carbono 0,20% de carbono
Aços-carbono
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UNIDADE I │INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS
Limite usual de
Classe Características Principais aplicações
resistência (Mpa)
Pontes, edifícios, navios, caldeiras,
Boa tenacidade, conformidade e tubos, estruturas mecânicas, chapas
BAIXO CARBONO < 440
soldabilidade. para estampagem, fios de arame
liso ou farpado etc., tubo.
Estruturas parafusadas de navios e
Médias conformabilidade e
MÉDIO CARBONO 440 a 590 vagões, tubos, estruturas mecânicas
soldabilidade.
etc.
Más conformabilidade e
Peças mecânicas, implementos
ALTO CARBONO 590 a 780 soldabilidade, alta resistência ao
agrícolas, trilhos e rodas ferroviárias.
desgaste.
Aços-liga
Os elementos de liga adicionados nesses tipos de aços têm por finalidade produzir uma
determinada característica ou propriedade, como aumento da resistência à corrosão,
força, soldabilidade ou temperabilidade. Alguns exemplos de elementos de liga
adicionados são cobre, cromo, silício, titânio, cada um em proporções específicas.
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INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS │ UNIDADE I
Aços inoxidáveis
Os aços inoxidáveis contêm entre 10 a 20% de cromo como o principal elemento de liga
e são reconhecidos por sua alta resistência à corrosão. Elementos como níquel, cobre,
molibdênio, titânio e alumínio podem ser adicionados para obtenção de propriedades
mecânicas particulares.
Aços ferramentas
Siderúrgica
1. Processos de aglomeração:
› sinterização;
› pelotização;
› briquetagem.
2. Coqueria
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UNIDADE I │INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS
› Alto-forno;
› Redução direta;
5. Refino:
› Lingotamento contínuo.
6. Conformação mecânica:
› Acabamento.
A produção de aço é um processo em lotes. As duas rotas mais comuns são um alto-
forno em combinação com um basic oxygen furnace (BOF), comumente chamado de
fabricação de aço “integrada”, e um electric arc furnace (EAF) baseado principalmente
em sucata, conhecido como “mini-mill”. As etapas do processo associadas a esses dois
métodos de produção de aço são ilustradas na figura 3.
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INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS │ UNIDADE I
Fabricação de aço por forno elétrico a arco (EAF): Acabamento: o aço é moldado em
Ferro fundido e sucata são convertidos em aço por formas para diversas aplicações
arcos elétricos de alta potência. industriais. O processo de conformação
O aço fundido do BOF ou EAF é refinado pela mecânica pode incluir tratamento térmico
adição de ligas e fundido em formas sólidas para o em fornos, tratamentos químicos e
processo de acabamento. laminadores.
Minério de ferro
Injeção de carvão
Gás natural
Lingotamento contínuo
Redução direta
Produz ferro metálico
sólido a partir de
Carvão minério de ferro Placas Chapas
Aço reciclado
Calcário
Alto-forno Fundição de
Produz ferro-gusa a partir de ferro gusa
minério de ferro
Coqueria: o carvão é Produção de ferro: o minério de Fabricação de Aço por forno básico
transformado em coque, ferro é reduzido a ferro em um de oxigênio (BOF): o ferro fundido
para ser usado no alto alto-forno ou em um forno de e a sucata são convertidos em aço
forno. redução direta. pela injeção de oxigênio.
1 Aglomeração
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UNIDADE I │INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS
Sinterização
SINTERIZAÇÃO
Materia-prima: Produto:
Minério de ferro,
fundentes e finos Sinter
de coque
Pelotização
Fonte: https://www.metso.com/br/produtos/sistemas-de-piroprocessamento/pelotizacao-de-minerio-de-ferro/.
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INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS │ UNIDADE I
Briquetagem
Coqueria
COQUERIA
Materia-prima: Produto:
Carvão mineral
Coque
Figura 7. Coqueria.
Fonte: https://www.diariodoaco.com.br/noticia/0029594-coqueria-3-da-usiminas-em-operacao.
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UNIDADE I │INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS
Fonte: http://www.paulwurth.com/pt/NOSSAS-ATIVIDADES/Produ%C3%A7%C3%A3o-de-Coque/Introdu%C3%A7%C3%A3o.
Fabricação do ferro
Existem vários outros métodos de produção de ferro, que coletivamente são chamados
de “fabricação direta de ferro”, e são baseados na conveniência de usar carvão sem
coque, evitando a necessidade de aglomerar o minério.
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INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS │ UNIDADE I
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/quimica/producao-ferro-gusa.htm.
Alto-forno
Minério de ferro,
calcário e coque
Alto-forno
Ar quente
Ferro fundido
Escória
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UNIDADE I │INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS
Redução direta
O processo de redução direta é uma alternativa ao uso do alto forno. Este primeiro
processo requer um gás redutor para remover o oxigênio do material que contém ferro
no estado sólido. O gás redutor está na forma de CO e/ou H2. A principal diferença
entre a redução direta e o processo convencional no alto-forno é que, no primeiro caso,
o material produzido é o ferro no estado sólido, enquanto que, no alto-forno, se produz
o ferro-gusa (ferro no estado líquido). A maior parte do processo de redução direta no
mundo é produzida em fornos de cuba com gás natural como matéria-prima para o
agente redutor.
Nas versões em cuba, que operam em contracorrente como os altos-fornos, o gás deve
passar livremente pelo leito. Assim como nos altos-fornos, os materiais de alimentação
passam pelo forno na direção oposta aos gases de redução e, à medida que o material
se move para baixo, o teor de oxigênio do material de alimentação de minério de ferro é
progressivamente removido pelos gases redutores que passam pelo leito.
Os gases redutores preaquecidos são introduzidos pelo centro da cuba. Esses gases são
formados pelo lado externo, preaquecendo os produtos de redução vindos do topo da
cuba, usando gás natural e/ou carvão. O ferro sólido pré-reduzido é resfriado e removido
pela parte inferior da cuba. Um exemplo de um processo baseado nesse tipo de forno é
mostrado na Figura 12.
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INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS │ UNIDADE I
Gás de
combustão Óxido de
ferro
Gás natural Compressor de Lavador de
gás de processo gás de topo
Forno de
Reformado Cuba
Soprador de Gás redutor
Lavador de gás
ar principal de resfriamento
Gás
natural + O2
Compressor
Gás de Gás
alimentação de gás de
Gás natural natural
Chaminé Ar de combustão resfriamento
+
ejetora Gás de
Recuperação de calor alimentação (DRI)
Ferro reduzido direto
Fabricação do aço
A fabricação do aço pode ser realizada usando um forno de oxigênio básico (BOF) ou
um forno a arco elétrico (EAF). No processo básico de oxigênio, o ferro fundido com
um teor de carbono de aproximadamente 4,5% em peso é refinado em aço com um
teor de carbono entre 0,02% e 2% em peso. No processo EAF, uma combinação de
sucata, processo de redução direta e ferro-gusa pode ser processada para produzir aço
de composição semelhante.
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UNIDADE I │INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS
O forno de oxigênio básico (BOF) é carregado com ferro fundido e sucata. O termo
“básico” refere-se ao revestimento refratário de óxido de magnésio (MgO) do forno.
O oxigênio é injetado através de uma lança resfriada à água, resultando em uma grande
liberação de calor pela oxidação de carbono no ferro fundido, com o CO fornecendo
uma mistura vigorosa da carga à medida que sai do vaso. Além do oxigênio, não há
fonte de combustível necessária para fornecer energia térmica adicional. No entanto,
para manter o processo autotérmico, a quantidade de sucata que pode ser carregada
é limitada a 30%. O aço é formado quando o conteúdo de carbono da carga de ferro é
reduzido de aproximadamente 4% para menos de 2% (geralmente <1%).
Lança de oxigênio
Gás-Escória-
Emulsão metálica
Escória
Metal
A produção de aço no forno a arco elétrico (EAF) utiliza o calor fornecido pela interação
de um arco elétrico entre os eletrodos de grafite e a carga metálica no forno para
derreter os materiais de alimentação de ferro sólido. Embora a eletricidade forneça a
maior parte da energia para a produção de aço EAF, é usado aquecimento suplementar
a partir de oxicombustível e injeção de oxigênio.
A principal vantagem da siderurgia EAF é que ela não requer fornecimento de ferro
fundido. Ao eliminar a necessidade de altos-fornos e processos de plantas associados,
como baterias de coqueria, a tecnologia EAF facilitou a proliferação de mini-mills,
que podem operar economicamente em menor escala do que a siderurgia integrada. A
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INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS │ UNIDADE I
siderurgia EAF pode usar uma ampla variedade de tipos de sucata, além de ferro com
redução direta (DRI) e ferro fundido (até 30%).
Refino
O refino ajuda as siderúrgicas a atender as especificações dos aços exigidas por seus
clientes. Os processos de refino incluem: amostragem química; ajustes de carbono,
enxofre, fósforo e ligas; desgaseificação a vácuo para remover gases dissolvidos;
aquecimento/resfriamento a temperaturas específicas; e injeção de gás inerte para
“agitar” o aço fundido.
Lingotamento contínuo
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UNIDADE I │INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS
a assumir sua forma final. O fio de aço passa pela zona de resfriamento primário, onde
forma um invólucro externo solidificado suficientemente forte para manter a forma do
fio. O fio continua a ser modelado e resfriado à medida que se curva em uma orientação
horizontal. Após um resfriamento adicional, o fio é cortado em seções longas (lingotes)
com uma tocha de corte ou tesouras mecânicas.
Figura 15. Placas ao final do lingotamento Figura 16. Placas sendo cortadas
Conformação mecânica
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INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS │ UNIDADE I
passadas entre vários conjuntos de rolos. A alta pressão reduz a espessura da placa de
aço e aumenta sua largura e comprimento. Após a laminação a quente, o aço pode ser
laminado a frio à temperatura ambiente para reduzir ainda mais a espessura, aumentar
a resistência (por meio do trabalho a frio) e melhorar o acabamento da superfície. Na
formação, placas, bloco e tarugos são produzidos passando o aço aquecido pelos rolos
de formato especial para produzir a forma final desejada. No forjamento, o aço fundido
é compactado com martelos ou prensas na forma desejada, com um aumento resultante
em sua força e resistência.
Fonte: http://www.acoplano.com.br/blog/como-se-da-a-fabricacao-do-aco-estrutural/.
Acabamento
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UNIDADE I │INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS
Perfis
Os perfis mais comumente empregados nas construções são: vigas “I”, “U”, “H”, “T”,
cantoneiras ou “L”, barras redondas e retangulares e chapas.
(a) Perfil “I” (b) Perfil “H” (c) Perfil “T” (d) Perfil “U” (e) Cantoneira
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INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS │ UNIDADE I
Perfil “I”
Aba
Alma
nominal
Altura
Espessura da
alma
O Perfil “I” é um elemento de grande importância nas construções, consta de duas abas
e uma alma. Também pode ser chamado de série Standard Shape, ou formato S. Este
perfil pode ser obtido por laminação ou por soldagem de três chapas. Na especificação
em projetos, um exemplo de designação de uma forma “I” é I 200 x 22,5 Kg/m, com o
“I” indicando o tipo de perfil, 200 a altura nominal, em milímetros ou polegadas, e 22,
5 é o peso em quilos por metro linear ou libra por pé.
Perfil “H”
O perfil “H” é similar ao perfil “I”, a diferença está nas proporções. As abas ou mesas do
perfil “H” são mais largas em relação à alma do que as abas do perfil “I”. Possui largura
de aba igual à altura da alma, e as faces externa e interna das abas do formato H são
paralelas.
A identificação das especificações do perfil “H” segue o mesmo critério do perfil “I”.
Perfil “T”
O perfil “T” é feito cortando vigas de abas largas ou vigas “I” ao meio e é comumente
empregado em vigas para laje, na serralheria em geral, além de outras aplicações.
Perfil “U”
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UNIDADE I │INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS
Aba
Alma
nominal
Altura
Espessura da
alma
Borda
Costas
Cantoneira
Figura 18 (h). Cantoneira de abas iguais Figura 18 (i). Cantoneiras abas
Figura 18 (h). Cantoneira de Figura 18 (i). Cantoneiras
abas iguais abas desiguais
desiguais
4”
6”
As cantoneiras estão disponíveis nas versões de abas iguais (Figura 18h) e abas desiguais
(Figura 18i). Uma designação típica para cantoneiras de abas iguais seria “L6 x 6 x
3/4”, onde a letra “L” é sucedida das dimensões correspondentes à largura das abas e à
espessura. E para cantoneiras de abas desiguais, temos o exemplo “L6 x 4 x 5/8”. Nesse
caso, a dimensão da aba mais maior é sempre dada primeiro.
Barras
34
INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS │ UNIDADE I
Chapas
As chapas podem ser grossas ou finas. Podem ser galvanizadas, onduladas ou com
estrias na sua parte superior. As primeiras têm sua aplicação principal em coberturas
e fechamentos, e as segundas são próprias para pisos. A largura das chapas varia
conforme as condições de fabricação.
35
CAPÍTULO 3
Propriedades mecânicas do aço
estrutural
Este capítulo apresenta e discute as propriedades mecânicas dos aços estruturais que
são essenciais para projetos e construções. Os projetistas devem estar familiarizados
com essas propriedades para selecionar a combinação mais adequada e econômica de
aços para cada aplicação, além de usar os materiais de maneira eficiente e segura.
Diagrama tensão-deformação
O primeiro ponto a ser analisado deve ser o diagrama tensão-deformação. Talvez o teste
mais importante da resposta mecânica de um material seja o de tração. A relação entre
a tensão aplicada e a deformação resultante pode ser observada no diagrama tensão-
deformação. O material submetido ao ensaio de tração tem sua deformação medida
com o auxílio de um aparelho chamado extensômetro, acoplado à máquina de ensaio.
36
INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS │ UNIDADE I
𝑃𝑃 𝛿𝛿
𝜎𝜎 = , 𝜖𝜖 = (1)
𝐴𝐴0 𝐿𝐿0
Na parte inicial (baixa tensão) da curva, muitos materiais obedecem à lei de Hooke
a uma aproximação razoável, de modo que a tensão é proporcional ao esforço, com a
constante de proporcionalidade sendo o módulo de elasticidade ou o módulo de Young
(E):
37
UNIDADE I │INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS
LIMITE DE
LR
LIMITE DE
LE
LIMITE DE
DEFORMAÇÃO
LINEAR ESPECÍFICA
(ϵ)
“FASE” “FASE” “FASE”
ELÁSTICA PLÁSTICA DE RUPTURA
Quando uma peça é tracionada dentro de certos limites (fase elástica), sua
deformação será proporcional ao esforço aplicado, ou seja, segue a Lei de Hooke.
Essa proporcionalidade pode ser observada no trecho linear do diagrama tensão-
deformação, e a constante de proporcionalidade é denominada módulo de elasticidade
ou módulo de deformação longitudinal.
38
INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS │ UNIDADE I
O limite de resistência deve ser calculado em relação à área inicial, A0, o que é
particularmente importante para os materiais dúcteis, já que quando solicitados pela
carga máxima sofrem uma redução de área.
39
UNIDADE I │INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS
Tabela 4. Principais aços estruturais com seus respectivos valores de limite de escoamento e
40
CAPÍTULO 4
Representação em projeto
Projeto é um processo pelo qual é obtida uma solução ótima. Neste capítulo, nossa
atenção é com o projeto de estruturas, em particular, estruturas de aço. Em qualquer
projeto, certos critérios devem ser estabelecidos para avaliar se um ótimo foi ou não
alcançado. Para uma estrutura, os critérios típicos podem ser:
1. custo mínimo;
2. peso mínimo;
A fase de planejamento envolve uma consideração dos vários requisitos e fatores que
afetam o layout e as dimensões gerais da estrutura e leva à escolha de um ou talvez
vários tipos alternativos de estruturas que oferecem a melhor solução geral. Muitas
considerações secundárias também estão envolvidas, incluindo fatores críticos,
sociológicos, legais, financeiros, econômicos, ambientais ou de conservação de recursos.
Além disso, existem requisitos e limitações estruturais e de construção que também
podem afetar o tipo de estrutura selecionado.
41
UNIDADE I │INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS
reais do campo. Durante essa fase, é claro, pode ser necessário algum reprojeto, se, por
exemplo, materiais especificados não puderem ser adquiridos.
Requisitos de projeto
O projeto estrutural, embora científico, também é um processo criativo. O objetivo de
um projetista estrutural é construir uma estrutura que cumpra o objetivo pretendido
durante a vida útil projetada, que seja adequadamente seguro (em termos de resistência,
estabilidade e integridade estrutural) e tenha manutenção adequada (em termos de
rigidez, durabilidade etc.). Além disso, a estrutura deve ser economicamente viável (em
termos de custo de construção e manutenção), esteticamente agradável e favorável ao
meio ambiente.
42
INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS │ UNIDADE I
43
UNIDADE I │INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS
A partir dessas etapas, fica claro que cálculos precisos por si só podem não produzir
estruturas seguras, reparáveis e duráveis. Materiais adequados, controle de qualidade,
detalhamento adequado, boa supervisão e manutenção também são igualmente
importantes.
Intuição
Softwares
Cargas mais exatas
Análises mais exatas Comportamento da estrutura e elementos
Comportamento das conexões
Normas
Avaliação e projeto final Construção e montagem
44
INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS │ UNIDADE I
Para a maioria das estruturas, o projetista deve especificar um tipo de aço estrutural que
esteja prontamente disponível, manter o layout e os detalhes estruturais (por exemplo,
conexões) o mais simples possível e utilizar seções disponíveis no mercado.
45
CAPÍTULO 5
Verificação de ações e condições de
segurança
» detalhamento.
Para cada tipo de estrutura, existem regras e especificações a serem seguidas, essas
regras são chamadas de normas. Elas estabelecem bases comuns que serão utilizadas
pelo engenheiro na elaboração de projetos.
Até meados de 1980, as normas para projeto de estruturas metálicas utilizavam como
critérios de segurança o método das tensões admissíveis, logo depois, começaram a
adotar gradativamente o método dos coeficientes parciais, conhecido no Brasil como
método dos estados limites. Nos Estados Unidos, esse método é chamado de load and
resistance factor design (LRDF), que significa projeto com fatores aplicados às cargas
e às resistências.
46
INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS │ UNIDADE I
No método das tensões admissíveis (ou tensão de trabalho), as tensões dos membros
computadas sob a ação de cargas de serviço (ou de trabalho) são comparadas a algumas
tensões pré-designadas chamadas tensões admissíveis. As tensões admissíveis são
geralmente expressas em função da tensão de escoamento (Fy) ou tensão de tração
(Fu) do material. Para o método das tensões admissíveis, a verificação da segurança da
estrutura é feita por meio de:
𝑚𝑚
𝑅𝑅𝑛𝑛
≥ ∑ 𝑄𝑄𝑛𝑛𝑛𝑛 (3)
𝐹𝐹. 𝑆𝑆
𝑖𝑖=1
Onde:
Qni: é o esforço, ou tensões de trabalho, resultantes das diversas ações sobre a estrutura;
i: é o tipo de carga;
47
UNIDADE I │INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS
Estados limites
De acordo com a Norma Brasileira ABNT NBR 8681:2004 – Ações e segurança nas
estruturas, estados limites são estados a partir dos quais a estrutura apresenta
desempenho inadequado às finalidades da construção.
Os estados limites últimos referem-se às condições nas quais uma estrutura perde sua
capacidade de sustentação, o que acarreta colapso. Segundo a NBR 8681:2004, os
estados limites em estruturas de aço podem ser originados por:
Segundo a NBR 8681:2004, os estados limites de serviço (ELS) são os estados que, por
sua ocorrência, repetição ou duração, causam efeitos estruturais que não respeitam
as condições especificadas para o uso normal da construção ou que são indícios de
comprometimento da durabilidade da estrutura. E podem ser originados por:
48
INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS │ UNIDADE I
𝑓𝑓𝑘𝑘
𝑆𝑆𝑑𝑑 = 𝑆𝑆 (∑ 𝛾𝛾𝑓𝑓𝑓𝑓 𝐹𝐹𝑖𝑖 ) < 𝑅𝑅𝑑𝑑 = 𝑅𝑅( ) (4)
𝑦𝑦𝑚𝑚
Onde:
Sd: Solicitação de projeto (o índice d vem de design, que em inglês significa projeto).
A partir de uma combinação de ações Fi, pode-se obter a solicitação de projeto Sd, cada
uma dessas ações podem ser elevadas pelo coeficiente γfi. Já a resistência de projeto é
uma função de fk (resistência característica do material), atenuada pelo coeficiente de
redução da resistência interna γm.
O método dos estados limites representa uma abordagem mais racional do que o método
das tensões admissíveis, pela qual as incertezas mais significativas, como resistência à
carga e ao material, podem ser incorporadas quantitativamente no processo de projeto.
Nesse método, as reservas de resistência, depois do início da plastificação, também são
consideradas. A verificação de segurança nesse método tem caráter semiprobabilístico.
49
UNIDADE I │INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS
Ações
As ações a serem analisadas no projeto das estruturas são as cargas que provocam
esforço ou deformações na estrutura. Segundo a NBR 8681, essas ações são classificadas
em três categorias:
Para que seja feita a verificação da segurança, faz-se necessário realizar a combinação
dos esforços atuantes. Essas combinações devem ser feitas de diferentes formas, de
modo que os efeitos mais desfavoráveis para a estrutura possam ser determinados. Um
número limite de combinações de ações não é estabelecido, devem ser feitas quantas
forem necessárias, até que seja verificada a segurança em relação a todos os estados
limites da estrutura.
As Normas Brasileiras NBR 6120, NBR 6123 e NBR 7188 estabelecem as ações a serem
adotadas no projeto das estruturas e seus componentes.
50
OBSERVAÇÕES
SOBRE SISTEMAS UNIDADE II
ESTRUTURAIS
Toda estrutura formada por barras vinculadas entre si é denominada pórtico espacial.
Na prática, é possível desmembrá-lo em subconjuntos e analisá-lo como se fosse
estruturas independentes ligadas umas às outras por vínculos.
» Pórtico plano.
» Treliça plana.
» Treliça espacial.
» Grelha.
51
UNIDADE II │ OBSERVAÇÕES SOBRE SISTEMAS ESTRUTURAIS
52
CAPÍTULO 1
Estabilidade e deslocabilidade dos
pórticos
Treliça plana: é um caso particular de pórtico plano. Essa estrutura é composta por
barras coplanares articuladas entre si e sujeitas a carregamentos nodais.
53
UNIDADE II │ OBSERVAÇÕES SOBRE SISTEMAS ESTRUTURAIS
Treliça espacial: estrutura formada por barras não coplanares entre si. A treliça espacial
é submetida ao mesmo tipo de carregamento da treliça plana.
Deformações
As barras dessas subestruturas podem ser diferenciadas pelo tipo de deformação a que
estão sujeitas. Deformação é a mudança de forma de uma peça, efeito resultante da
aplicação de carregamento.
Fonte: A autora.
54
OBSERVAÇÕES SOBRE SISTEMAS ESTRUTURAIS │ UNIDADE II
A rigidez das barras que sofrem deformação axial é muito maior do que as que sofrem
deformação por deflexão, ou seja, os pontos que se deslocam devido à deformação
axial são muito menores do que o deslocamento dos pontos que são sujeitos a uma
deformação por flexão.
Deslocamento Deslocamento
horizontal do nó A horizontal do nó B
Deslocamento
vertical dos
A B nós A e B
A B
55
UNIDADE II │ OBSERVAÇÕES SOBRE SISTEMAS ESTRUTURAIS
56
CAPÍTULO 2
Travamentos
Quando não for possível apoiar diretamente o pórtico, uma solução mais viável
economicamente para tornar um pórtico plano indeslocável é o travamento em forma
de “X”. Esse tipo de travamento transforma a estrutura em isostática (mais simples de
ser calculada, fabricada e montada).
Do ponto de vista estático, adicionar uma barra diagonal seria suficiente para resolver
o problema estático, essa barra poderia ser solicitada tanto à tração (Figura 29) como à
compressão (Figura 30), isso ocorre porque os carregamentos horizontais causados pelo
vento conseguem alternar o sentido de aplicação da força. Sendo assim, considerando o
fenômeno da instabilidade, a barra teria que ser dimensionada à compressão. Contudo
aplicando o travamento em forma de “X,” e considerando que as duas barras resistam
apenas à tração (Figura 31 e 32), resultará em um menor consumo de material. Para
melhor compreensão do comportamento da estrutura travada, podemos considerar
que ambas as diagonais são fios que resistem apenas à tração.
VENTO
c
c
t
57
UNIDADE II │ OBSERVAÇÕES SOBRE SISTEMAS ESTRUTURAIS
VENTO
t c
VENTO
c
t
c
VENTO
c
Mesmo sendo a forma de travamento em “X” a mais utilizada, por ser a mais econômica,
outras formas também podem ser adotadas, isso vai depender do tipo de necessidade
de uso da edificação.
58
OBSERVAÇÕES SOBRE SISTEMAS ESTRUTURAIS │ UNIDADE II
59
UNIDADE II │ OBSERVAÇÕES SOBRE SISTEMAS ESTRUTURAIS
Força externa
transferida ao nó
Força externa
transferida ao nó
60
CAPÍTULO 3
Concepção de estruturas simples
As lajes devem absorver as cargas verticais dos edifícios metálicos, esses esforços
absorvidos pela laje são transmitidos às vigas, que, por sua vez, transmitem a outras
vigas ou pilares. A transmissão dessas cargas é finalizada nas bases dos pilares e nas
fundações do edifício.
As cargas horizontais, oriundas da ação do vento nas estruturas, devem ser transferidas
ao sistema principal de contraventamento pelas lajes, que, nesses casos, atuam como
um exemplo de diafragma horizontal.
Para que as estruturas metálicas possam suportar os efeitos horizontais das ações do
vento, esta poderá ser projetada de diversas maneiras a fim de estabelecer o sistema
de contravetamento vertical: sistema contraventado, sistema rígido, sistema misto e
sistema com núcleo rígido.
No sistema contraventado, são considerados nas duas direções do edifício pórticos que
sejam capazes de absorver as cargas horizontais, a exemplo das treliças verticais, que
são formadas por vigas e pilares do sistema principal, juntamente com peças diagonais
distribuídas de tal maneira que também são capazes de absorver os efeitos das cargas
horizontais.
No sistema rígido, são consideradas nas duas direções do edifício peças estruturais
capazes de absorver os esforços horizontais por meio da rigidez de um pórtico. Esse
sistema tende a ter um custo superior em relação ao sistema contraventado, devido à
complexidade das ligações entre suas várias peças estruturais.
No sistema misto, como o próprio nome diz, as estruturas podem ter um sistema
contraventado em uma direção e, na outra, um sistema rígido.
61
UNIDADE II │ OBSERVAÇÕES SOBRE SISTEMAS ESTRUTURAIS
Por fim, no sistema de núcleo rígido, é adotada a execução de uma área central ao prédio
capaz de absorver os esforços das ações horizontais, a exemplo de uma haste engastada
na base e livre no topo, cuja rigidez ou inércia possam absorver todos os esforços, e cuja
deformação mantenha-se nos padrões adequados.
PLANTA
CONTRAVENTAMENTO CONTRAVENTAMENTO
CONTRAVENTAMENTO
CONTRAVENTAMENTO
CONTRAVENTAMENTO CONTRAVENTAMENTO
62
OBSERVAÇÕES SOBRE SISTEMAS ESTRUTURAIS │ UNIDADE II
CONTRAVENTAMENTO CONTRAVENTAMENTO
63
UNIDADE II │ OBSERVAÇÕES SOBRE SISTEMAS ESTRUTURAIS
64
DIMENSIONAMENTO
DE ELEMENTOS UNIDADE III
ESTRUTURAIS
65
CAPÍTULO 1
Barras tracionadas
Barras tracionadas são muito comuns em estruturas de aço. Elas são empregadas
nas estruturas em diversas formas: barras tracionadas de treliça, pontes, linhas de
transmissão e torres de comunicação, sistemas de contraventamentos de torres,
entre outras aplicações. Qualquer configuração em seção transversal pode ser usada,
pois, para qualquer material fornecido, o único determinante da força de uma barra
tracionada é a área da seção transversal. Barras redondas e cantoneiras laminadas são
frequentemente usadas. As formas construídas a partir de chapas, formas laminadas
ou uma combinação das duas, às vezes, são usadas quando grandes cargas precisam ser
resistidas.
As ligações das extremidades das peças tracionadas com outras partes da estrutura
podem ser feitas por soldagem, por conectores aplicados em furos ou feitas por meio de
roscas e porcas.
𝑃𝑃
𝑓𝑓 = 𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸çã𝑜𝑜 (5)
𝐴𝐴
Em que:
P é a magnitude da carga.
A é a área da seção.
A tensão fornecida por essa equação é exata, desde que a seção transversal em
consideração não seja adjacente ao ponto de aplicação da carga, onde a distribuição
da tensão não é uniforme. Se a área da seção transversal de uma barra tracionada
variar ao longo de seu comprimento, a tensão será uma função da seção específica em
consideração.
66
DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS │ UNIDADE III
Seção caixão
Perfil “I”
O uso de perfis simples é geralmente mais econômico do que seções compostas. Porém,
em algumas situações, as barras de seção compostas podem ser necessárias, por
exemplo, por razões estéticas ou quando o efeito de flexão combinada com a tração
exige maior rigidez lateral ou quando a capacidade à tração de um perfil simples não é
suficiente.
Resistência nominal
A resistência de uma barra tracionada pode falhar ao atingir um dos dois estados
limites: deformação excessiva ou fratura. Para evitar deformação excessiva, iniciada
pelo escoamento, a carga na seção bruta ao longo da barra deve ser pequena o suficiente
para que a tensão nessa seção seja menor que a tensão de escoamento Fy.
67
UNIDADE III │ DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS
Em que:
Fy = tensão de escoamento.
Em que:
Fu = tensão de ruptura.
An = área líquida.
Ct = fator de eficiência.
Área líquida
68
DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS │ UNIDADE III
O terceiro método é o mais caro de todos, o furo é feito para o diâmetro do parafuso
somando mais 1mm, o furo é feito com uma broca rotativa. É comumente utilizado na
união de peças espessas.
O exemplo 1 ilustra os cálculos necessários para determinar a área líquida de uma barra
tracionada:
Exemplo 1
Determinar a área líquida da barra tracionada abaixo na seção enfraquecida pelo furo:
Furo 16 mm
Chapa 100x8
69
UNIDADE III │ DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS
Sempre que houver mais de um furo e estes não estiverem alinhados transversalmente
em relação à direção do carregamento, uma ou mais de uma linha de ruptura poderão
existir.
A Figura 42 mostra uma barra na qual é possível uma falha diferente da transversal.
Os furos são em ziguezague, e a falha ao longo da seção pode passar ao longo do furo
(AB) ou pode seguir a diagonal (AC). Entretanto, na seção AB, apenas um furo seria
deduzido; já por AC, dois furos seriam deduzidos.
Para definir qual seção é a mais crítica, as duas deveriam ser investigadas. O cálculo
da resistência pela seção AC é muito complexo, mas um método simplificado tem sido
bastante utilizado, ele leva em conta a diferença entre AC e BC
𝑠𝑠 2
(8)
4𝑔𝑔
C B
70
DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS │ UNIDADE III
das abas. Levando em consideração essa não uniformidade, a área líquida efetiva Ae é
calculada multiplicando Ct.An, onde Ct é um coeficiente de redução.
Onde
An = área líquida.
Ct = fator de resistência.
Essa equação pode ser usada também para ligações soldadas, trocando a área líquida
Ae pela área bruta Ag.
71
CAPÍTULO 2
Barras comprimidas
Os membros (barras) de compressão podem ser referidos por diferentes termos, como
coluna, pilares e escoras. O tipo mais comum de barras comprimidas em edifícios e
pontes é a coluna, uma peça vertical sujeita à compressão centrada.
Flambagem de colunas
72
DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS │ UNIDADE III
Se a barra for mais robusta, como mostra a Figura 43b, será necessária uma carga maior
para levar a barra ao ponto de instabilidade. Para membros extremamente atarracados,
a falha pode ocorrer por escoamento compressível, em vez da flambagem.
Antes da falha, a tensão de compressão P/A será uniforme sobre a seção transversal
em qualquer ponto ao longo do comprimento, seja a falha por escoamento ou por
flambagem.
A carga na qual a flambagem ocorre é uma função da esbeltez, e para barras muito esbeltas
essa carga pode ser bem pequena. Se a barra é tão esbelta que a tensão imediatamente
antes da flambagem está abaixo do limite proporcional – ou seja, o membro ainda é
elástico –, a carga crítica da flambagem é fornecida por:
𝜋𝜋 2 𝐸𝐸𝐸𝐸
𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐 = (10)
𝐿𝐿2
P P
(a) (b)
Para que a Equação 11 seja válida, a barra deve ser elástica e suas extremidades
devem estar livres para girar, mas não transladar lateralmente. Essa relação notável
foi formulada pela primeira vez pelo matemático suíço Leonhard Euler e publicada
em 1759. A carga crítica é algumas vezes referida como carga de Euler ou carga de
flambagem de Euler.
73
UNIDADE III │ DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS
Dividindo-se a carga de Euler pela área A da seção reta da haste, obtemos a tensão
crítica:
𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐 𝜋𝜋 2 𝐸𝐸𝐸𝐸 𝜋𝜋 2 𝐸𝐸
𝑓𝑓𝑐𝑐𝑐𝑐 = = = 𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸çã𝑜𝑜 (11)
𝐴𝐴 𝐴𝐴𝐿𝐿2 (𝐿𝐿/𝑖𝑖)2
Onde
Tensões residuais
Tensões residuais são aquelas que permanecem em uma peça mesmo depois de
transformada em um produto acabado. Tais tensões resultam de deformações plásticas,
que no aço estrutural podem resultar de várias fontes: (1) resfriamento desigual, que
ocorre depois da laminação a quente de formas estruturais; (2) formação a frio ou
curvatura durante a fabricação; (3) perfuração de furos e cortes durante a fabricação;
e (4) soldagem. Em condições normais, essas tensões residuais, resultantes do
resfriamento e soldagem irregulares, são as mais importantes. Na verdade, as tensões
residuais, devido à soldagem, são realmente o resultado de um resfriamento desigual.
Embora várias seções possam ser selecionadas para resistir com segurança a uma carga
compressiva em uma determinada estrutura, de um ponto de vista prático, as soluções
possíveis são limitadas principalmente devido às considerações de disponibilidade de
seções, problemas de conexão e o tipo de estrutura na qual elas serão usadas.
A Figura 44 mostra as configurações possíveis que podem ser usadas como barras de
compressão. A partir dessa figura, pode-se observar que as seções usadas como barras
de compressão são semelhantes às barras tracionadas, com algumas exceções. Essas
exceções são causadas pelo fato de que a resistência das barras de compressão varia
inversamente à taxa de esbelteza (Equação 1.1). Assim, hastes, barras e placas são muito
finas para serem usadas como membros de compressão.
74
DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS │ UNIDADE III
Cantoneira Cantoneira Viga “T” Viga “U” Viga “W” Tubo Tubo
simples dupla redondo quadrado
(a) (b) (c) (d) (e) (f) (g)
Tubo Seção caixão em quatro Seção caixão Seção caixão Seção caixão
retangular cantoneira
(h) (i) (j) (k) (l)
75
CAPÍTULO 3
Barras em flexão simples
Cy
Cy Cx
y y
x x x x
𝐼𝐼𝑦𝑦 𝐼𝐼𝑥𝑥
𝐼𝐼𝑥𝑥 𝑆𝑆𝑦𝑦 = 𝑆𝑆𝑥𝑥 =
𝑆𝑆𝑥𝑥 = 𝐶𝐶𝑥𝑥 𝐶𝐶𝑦𝑦
𝐶𝐶𝑦𝑦
Fonte: Salmon, 2002.
𝑀𝑀𝑥𝑥𝑥𝑥 𝑀𝑀𝑦𝑦𝑦𝑦
𝜎𝜎 = + (13)
𝑆𝑆𝑥𝑥 𝑆𝑆𝑦𝑦
A flexão de uma barra pode ser classificada em flexão pura, simples e composta. Na
flexão pura, os corpos flexionados estão solicitados apenas pelo momento fletor, ou
76
DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS │ UNIDADE III
seja, o esforço cortante e o esforço normal na seção de uma barra são nulos. A flexão
composta será estudada no capítulo 4 desta unidade.
A flexão será chamada de flexão simples quando ocorrer devido à própria carga da viga
e à carga externa. O esforço de flexão simples geralmente é uma consequência da ação
de carregamentos transversais, que tendem a curvar a barra (viga) e que distribuem, de
forma aproximadamente linear, tensões em seu interior. Essa distribuição de tensão,
na mesma seção transversal, se alterna entre tensões de tração e de compressão. Para
que isso ocorra, a seção transversal da barra deve ser simétrica em relação ao plano de
solicitação.
M’
M
A
A
C
B
B
(a) (b)
Fonte: http://www.estruturas.ufpr.br/wp-content/uploads/resistencia/Apostila/Capitulo4.pdf
No caso de barras, a fibra média terá um grande raio de curvatura, devido ao seu
longo comprimento em relação às dimensões da seção transversal e, dessa forma,
será considerada localmente como reta. Em relação à convenção de sinais adotada, o
momento será considerado positivo quando a concavidade da barra flexionada estiver
voltada para cima, caso contrário, é considerado negativo (Figura 46a).
77
CAPÍTULO 4
Barras em flexão composta
78
LIGAÇÕES E UNIDADE IV
PROJETOS
Ligações que são extremamente complexas com fixadores podem se tornar muito
simples quando soldas são usadas.
79
CAPÍTULO 1
Ligações parafusadas por atrito e
contato
Ligações parafusadas
As partes que compõem um parafuso são: cabeça, fuste e rosca. O parafuso é identificado
pelo diâmetro do fuste (diâmetro nominal), no entanto, sua resistência à tração é
função do diâmetro do fundo de rosca (diâmetro efetivo). A área efetiva equivale a
aproximadamente 75% da área nominal.
Tipos de parafusos
Parafusos comuns possuem baixa resistência mecânica, sendo mais comum o tipo
fabricado conforme a especificação americana ASTM A307. São fabricados em aços-
carbono com características de tensão-deformação muito semelhantes às do aço A36.
A instalação de parafusos comuns é feita com chave manual e sem controle de torque.
Dessa forma, não se pode considerar a resistência por atrito entre as chapas, permitindo,
assim, a movimentação dos elementos conectados.
80
LIGAÇÕES E PROJETOS │ UNIDADE IV
Quanto à forma que os esforços são transmitidos aos parafusos, as conexões parafusadas
podem ser classificadas em: ligação à tração, ligação à força cortante e ligação sujeita
aos esforços combinados (tração e força cortante). Podemos ainda dividir as ligações à
força cortante em ligações por contato e ligações por atrito.
81
UNIDADE IV │ LIGAÇÕES E PROJETOS
F/2
F/2
F/2
F/2
82
CAPÍTULO 2
Ligações soldadas
83
UNIDADE IV │ LIGAÇÕES E PROJETOS
Uma discussão semelhante pode ser feita para aviões e motores aeronáuticos. A
adoção mais lenta da soldagem estrutural foi para pontes ferroviárias. Essas pontes
estão, sem dúvida, sujeitas a cargas vivas mais pesadas, vibrações maiores e mais
inversões de tensão do que as pontes rodoviárias.
Vantagens da soldagem
Atualmente, é possível fazer uso das muitas vantagens que a soldagem oferece, uma
vez que o medo em relação à fadiga e a necessidade de inspeção foram amplamente
eliminados.
84
LIGAÇÕES E PROJETOS │ UNIDADE IV
Tipos de soldas
Os quatro tipos de soldas são: soldas de filete, entalhe de penetração total, entalhe de
penetração parcial e solda de tampão. A solda filete é a mais simples e, portanto, a mais
utilizada.
Filete
Filete
Entalhe Entalhe
85
UNIDADE IV │ LIGAÇÕES E PROJETOS
3 Processos de soldagem
Na soldagem a arco elétrico, a haste metálica, usada como eletrodo, derrete na junta
à medida que é fabricada. Quando a soldagem a gás é usada, é necessário introduzir
uma haste de metal conhecida como enchimento ou haste de solda. Na soldagem a
gás, uma mistura de oxigênio e algum tipo adequado de gás é queimada na ponta
de uma tocha ou zarabatana, realizada na mão do soldador ou pela máquina. O gás
usado na soldagem estrutural geralmente é acetileno, e o processo é chamado de solda
oxiacetileno. A chama produzida pode ser usada para corte de metais por chama bem
como para soldagem. A soldagem a gás é bastante fácil de aprender, e o equipamento
usado é bastante barato. É um processo lento, no entanto, comparado com outros meios
de soldagem, é normalmente usado para trabalhos de reparo e manutenção e não para
a fabricação e montagem de grandes estruturas de aço. Na soldagem a arco, é formado
um arco elétrico entre as peças soldadas e o eletrodo mantido na mão do operador com
algum tipo de suporte ou por uma máquina automática. O arco é uma faísca contínua
que, após contato, leva o eletrodo e as peças soldadas até o ponto de fusão. A resistência
do ar ou gás entre o eletrodo e as peças soldadas transforma a energia elétrica em calor.
À medida que o final do eletrodo derrete, pequenas gotículas (ou glóbulos) do metal
fundido são formadas e, na verdade, são forçadas pelo arco até as peças conectadas,
que penetram no metal fundido para se tornar uma parte da solda. A quantidade de
penetração pode ser controlada pela quantidade de corrente consumida. Como as
gotículas fundidas dos eletrodos são realmente impulsionadas para a solda, a soldagem
a arco pode ser usada com sucesso para trabalhos aéreos.
Após o resfriamento, a escória pode ser facilmente removida por meio um martelo de
solda (essa remoção é absolutamente necessária antes da pintura ou aplicação de outra
camada de solda).
86
LIGAÇÕES E PROJETOS │ UNIDADE IV
Eletrodo revestido
Nesse processo, o calor é gerado por um arco elétrico entre a peça a ser soldada e um
eletrodo (arame/vareta) de aço consumível. Nesse processo, o movimento do eletrodo
é controlado manualmente, razão pela qual esse processo também é conhecido por
soldagem manual a arco elétrico. O arame fundido é o metal de solda que preenche
os espaços vazios entre as partes. Depois da fusão, o revestimento é transformado
em escória que protege a região soldada contra corrosão atmosférica, o que garante a
qualidade final da peça soldada.
O eletrodo pode ser especificado conforme a Norma Americana AWS, identificado pela
letra “E” acompanhada de quatro algarismos, os dois primeiros números indicam o
limite de resistência do material soldado, os dois últimos números indicam a posição
de soldagem, composição química do material e tipo de corrente.
Revestimento
Vareta
Gases de proteção
Escória sólida
Poça de fusão
Metal
Peça metálica de solda
Fonte: https://welding.org.au/articles/flux-core-arc-welding/.
Arco submerso
87
UNIDADE III │ DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS
fundente. As soldas a arco submerso são feitas de maneira rápida e eficiente e são de
alta qualidade, exibindo alta resistência ao impacto e à corrosão, e boa ductilidade.
Uma desvantagem é que o trabalho deve ser posicionado para soldagem quase plana ou
horizontal.
Tubo
Recuperação envolvente
do fluxo
Arame consumível
(sem revestimento) Fluxo granular
(fundente)
Escória
88
CAPÍTULO 3
Ligações parafusadas e soldadas
sujeitas ao momento fletor e esforço
cortante
Uma ligação é rígida quando não ocorre rotação relativa das peças conectadas,
já na ligação flexível essa rotação é permitida. É claro que na prática não
existem ligações totalmente rígidas ou totalmente flexíveis. Porém, para análise
experimental, o grau de rigidez de cada tipo de ligação pode ser determinado e
agrupado em ligações “mais rígidas” e “menos rígidas”. Para efeitos de projetos,
estas serão determinadas como ligações rígidas e flexíveis, respectivamente
(figura 54). As ligações podem ser tanto soldadas quanto parafusadas. Os
parafusos devem resistir a esforços de tração e/ou cisalhamento (figura 55), e
as soldas devem resistir a tensões de compressão e/ou cisalhamento e tração
(figura 56).
Momento
Ligação rígida
Ligação flexível
Rotação
Fonte: Dias, 2002.
89
UNIDADE IV │ LIGAÇÕES E PROJETOS
Conexões flexíveis
As conexões flexíveis devem ser projetadas de forma que possam garantir (1) que as
reações de apoio sem transmitidas à viga ou ao pilar; (2) que não ocorra rotação em
90
LIGAÇÕES E PROJETOS │ UNIDADE IV
torno do eixo longitudinal; e (3) a rotação de uma barra em relação à outra no plano de
flexão.
91
UNIDADE IV │ LIGAÇÕES E PROJETOS
a cantoneira superior e o pilar, para que a rotação da viga no plano de flexão não
seja prejudicada.
Conexões rígidas
Mfl
92
Exemplos de conexões rígidas
Figura 60. Ligação rígida entre viga e pilar com chapa de extremidade na direção de maior inércia.
93
CAPÍTULO 4
Projeto de cobertura e galpão metálico
O revestimento das faces laterais dos galpões geralmente é feito com chapas
corrugadas de aço, apoiadas nas vigas de tapamento lateral. Essas vigas são
responsáveis também por transferir as cargas oriundas do vento das fachadas até
as estruturas principais por meio do apoio dessas vigas diretamente nas colunas
dos pórticos principais. Tirantes de tapamento são instalados com o objetivo de
reduzir o vão das vigas de tapamento, esses tirantes servem para mobilizar a viga
longitudinal superior e o contraventamento longitudinal no plano do telhado
para que as cargas de vento sejam transferidas às colunas principais.
94
LIGAÇÕES E PROJETOS │ UNIDADE IV
Contraventamento
entre pilares
Vigas de suporte do
tapamento lateral
Pórtico transversal
Coluna (ou tirante)
de tapamento
Chapas de cobertura
Sucção de vento
Chapas de tapamento
(fechamento)
Viga de suporte
de tapamento
Vento
Treliça de cobertura
Coluna
95
UNIDADE I │INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS METÁLICAS
Colunas
Terças
Treliças de
cobertura
Modo de
flambagem
Modo de
do banzo
flambagem do
superior
banzo superior
comprimido
comprimido, sem
contenção lateral
A A
Contraventamento
do plano de
cobertura
(a) Planta de cobertura com e sem contraventamento
96
Referências
DUGGAL, S. K. Design of Steel Structures. 3a. ed. New York: Tata McGraw-Hill,
2008.
McCORMAC, Jack C.; CSERNAK, Stephen F. Structural Steel Design. 5a. ed. New
Jersey: Prentice Hall, 2011.
SALMON, Charles G.; JOHNSON, John E.; MALHAS, Farias. A. Steel structures:
Desing and Beahavior. 5a. ed. New York: Pearson Prentice-Hall, 2009.
97
REFERÊNCIAS
SEGUI, William, T. Steel Design. 4a. ed. Massachusetts: Cengage Learning, 2006.
SUBRAMANIAN, N. Steel Structures. 1a ed. Design and Practice: New York: Oxford
University Press, 2010.
Sites
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acoplano.com.br/blog/como-se-da-a-fabricacao-do-aco-estrutural/. Acesso em: 3 mar.
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AUSTRALIAN WELDING INSTITUTE. Flux Core Arc Welding. Disponível em: https://
welding.org.au/articles/flux-core-arc-welding/. Acesso em: 24 mar. 2020.
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REFERÊNCIAS
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fao.org/3/i2433e/i2433e04.pdf. Acesso em: 02 mar. 2020.
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Fabrication. Disponível em: https://www.academia.edu/11997441/PROPERTIES_
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OPSC – Odisha Public Service Comission. Design of Steel Structures. 2019. Disponível
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mar. 2020
99
REFERÊNCIAS
100