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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
Apresentação.................................................................................................................................. 5
Introdução.................................................................................................................................... 8
Unidade I
INTRODUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES............................................................................................. 11
Capítulo 1
História das telecomunicações....................................................................................... 13
Capítulo 2
União Internacional das Telecomunicações – ITU......................................................... 15
Capítulo 3
Gerência do espectro eletromagnético........................................................................ 18
Capítulo 4
Sinais analógicos e digitais............................................................................................... 21
Capítulo 5
Modulações analógicas e digitais.................................................................................. 28
Capítulo 6
Conceitos dos sistemas de transmissões........................................................................ 40
Unidade iI
SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS........................................................................... 44
Capítulo 1
Sinais HD, SD e one-seg........................................................................................................ 46
Capítulo 2
Compressão de vídeo e áudio........................................................................................... 50
Capítulo 3
Multiplexação dos sinais de vídeo e áudio...................................................................... 58
Capítulo 4
Transmissão e recepção de televisão.............................................................................. 80
Unidade iii
REDES DE TELECOMUNICAÇÕES.......................................................................................................... 85
Capítulo 1
Conceitos de redes cabeadas com protocolos IP....................................................... 89
Capítulo 2
Introdução aos sistemas de VoIP, IPTV e OTT..................................................................... 93
Unidade iv
SISTEMAS DE TELEFONIA....................................................................................................................... 99
Capítulo 1
Comunicações de telefonia fixa e móvel..................................................................... 100
Referências................................................................................................................................. 102
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
Introdução
Telecomunicação significa o ato de se comunicar à distância. Assim, qualquer forma de
se estabelecer uma comunicação entre um ou mais receptores pode ser denominado de
um sistema de telecomunicações. Estes sistemas de telecomunicações estão presentes
em várias ações do nosso dia a dia. Por exemplo, no simples ato de assistirmos um
programa de televisão ou nos comunicar com um amigo por meio de uma chamada
telefônica, ou ainda o ato de conferimos uma transação bancária. Em uma época em
que o acesso à informação é tido como um dos bens mais valiosos do ser humano,
as telecomunicações exercem um papel fundamental nos aspectos sociais, econômicos
e políticos. Até o final dos anos 1970 as telecomunicações se resumiam em falar em
chamadas telefônicas ou sinais de rádio e televisão. E a partir deste ponto o processo
evolutivo das telecomunicações se tornou muito mais amplo. Por exemplo, revolução
causada pela chegada da internet, revolução esta somente se comparada com a revolução
industrial. As chamadas telefônicas atualmente podem conter sinais de vídeo entre as
pessoas que estão conversando. Os sinais de televisão estão com altas definições de
imagem e áudio. E outro exemplo, são as aulas como estas da Unyleya que possibilitam
o aluno e o professor se interagirem a quilômetros de distância.
Diante deste fato de extrema importância para o ser humano, até mesmo sendo
considerado como uma das necessidades básicas de sobrevivência, esta disciplina irá
de forma introdutória mostrar os principais sistemas de telecomunicações que são
envolvidos no dia a dia.
8
Objetivos
»» Promover ao aluno a oportunidade de adquirir senso crítico da importância
dos sistemas de telecomunicações e a sua utilização aplicada no dia a dia.
9
10
INTRODUÇÃO DAS Unidade I
TELECOMUNICAÇÕES
A palavra telecomunicações tem seu significado em duas outras palavras raízes, uma
originada do grego “tele” que significa distância e outra do latim “communicatio” que
quer dizer comunicação. Dessa forma, telecomunicações é o termo com o significado
de comunicação à distância, ou seja, transferência de informações entre dois ou
mais pontos distantes entre si. Nos dias atuais a palavra telecomunicações é o termo
utilizado na transferência de informações sobre um meio cabeado ou por radiodifusão
no ar (wireless), e isso inclui os hardwares e softwares necessários para transmissão e
recepção destes sinais.
É de difícil se imaginar hoje alguma área de trabalho que não dependa de um serviço
efetivo de telecomunicações. Na aviação, por exemplo, depende fortemente das
telecomunicações e dos sistemas de radar (RAdio Detection And Ranging) nos controles
e seguranças dos tráfegos aéreos. Os controles de processos de processos industriais
automatizados muitas vezes necessitam da transmissão de informações para o
funcionamento de toda a cadeia de produção. Nas previsões meteorológicas, que fazem
uso de imagens de satélites, telemetrias e monitoramentos remotos nas prevenções de
11
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES
12
Capítulo 1
História das telecomunicações
Tabela 1.
Ano/inventor Descrição
1745 - Georg Von Kleist Desenvolvimento dos dispositivos para armazenamento de carga elétrica, conhecido como Leyden Jar.
Demonstrou com sucesso entre as cidades de Paris e Lille a operação de comunicação óptica por
1794 – Claude Chappe
meio de persianas que liberavam ou não pulsos de luz.
1800 – Alessandro Volta Demonstrou a existência da corrente elétrica e inventou a bateria.
Descobre o elemento químico selênio (conversor natural de energia luminosa em energia elétrica), fator
1817 – Jakob Berzelius
importante para transmissão nas imagens.
1820 – Hans Orested Demonstrou que o campo elétrico e o campo magnético estão relacionados.
Cria o telégrafo com transmissão de fios. O Código Morse utilizado nas comunicações de telégrafo foi
1830 – Samuel Finley Breese Morse
somente criado em 1839.
1831 – Michael Faraday Explorou os conceitos da indução eletromagnética.
1864 – James Maxwell Descreveu as equações das ondas eletromagnéticas.
1874 – Willoughby Smith Realiza transmissões de sinais de telégrafos por meios de cabos subaquáticos na cidade de Londres.
1876 – Alexandre Grahm Bell Invenção do telefone, entre as cidades de Boston e Cambridge.
1877 – Dom Pedro II Instala as primeiras linhas telefônicas no Brasil, no palácio da Quinta da Boa Vista (Rio de Janeiro).
Descrevem rápido esquadrinhamento, método utilizado até hoje para a geração e transmissões do sinal
1880 – Maurice Leblanc e W. E. Sawyer.
de vídeo.
1884 – Paul Nipkow Invenção da primeira televisão mecânica.
1887 – Heinrich Hertz Demonstrou um sistema básico de transmissão comum par de antenas de dipolo.
1888 – Almon Brown Strowger Inventou a chave comutadora para as centrais telefônicas.
1893 – Padre Roberto Landell de Moura Invenção do rádio (Brasil).
1894 – Oliver Joseph Lodge Inventa o detector sensitivo, ou seja, sintonizador de ondas eletromagnéticas “tunner”.
1896 – Guglielmo Marconi Realiza as primeiras transmissões por radiodifusão com sucesso na cidade de Bologna (Itália).
1901 – Karl Ferdinand Brun Invenção da válvula, dispositivo capaz de amplificar sinais elétricos alternados.
Realiza a primeira transmissão por radiodifusão transoceânica, Ilha da Cornualha (Inglaterra) a Nova York
1901 – Guglielmo Marconi
(Estados Unidos).
1914 – Edwin Howard Armstrong Desenvolve o receptor regenerativo de alta sensibilidade.
13
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES
Ano/inventor Descrição
1918 – Edwin Howard Armstrong e
Inventam o receptor super heterodino.
Walter Schottky
Invenção da televisão eletrônica (Estados Unidos). Fato contestado por Vladimir Kosma Zworykin (Rússia)
1919 – Philo Taylor Farnsworth
que descreveu a televisão eletrônica em 1906, porém conseguiu o êxito somente em 1923/24.
1920 Iniciam-se os primeiros serviços por radiodifusão comercial na Inglaterra e Alemanha.
1924 A policia de Nova York implementa com sucesso a comunicação radiodifusão no ar.
Realiza as primeiras transmissões de radiodifusão televisiva (antes dessa data eram realizadas por par
1925 – John Logie Baird
de fios de telegrafo).
1926 – Julius Lilienfeld Patente do dispositivo transistor, que substituíra mais tarde a válvula com uma melhor eficiência energética.
1938 – Walter Schottky Investigações para a produção dos primeiros dispositivos semicondutores (Diodo de Schottky).
Introdução da comercialização dos serviços de telefones “móveis” ainda utilizavam par de fios na
1946
transmissão.
1946 – Vladimir Kosma Zworykine David
Invenção da televisão em cores.
Sarnoff
1948 Ocorrem as primeiras transmissões de testes no Brasil com a televisão monocromática (Juiz de Fora - MG)
1948 – Claude Shannon Publica a teoria da capacidade de transmissão por um canal de comunicação.
Realiza a compra dos equipamentos para formar a primeira emissora de televisão no Brasil (em 1950)
1949 – Assis Chateubriand
sendo o quarto o mundo (Estados Unidos, Inglaterra e França).
Desenvolve o primeiro telefone móvel celular, com transmissão via por radiodifusão (com alcance
1955 – Leonid Kupriyanovich
máximo de 1,5 km).
1956 – John Barden, Walter Brattain,
Produzem o primeiro transistor.
Walter Shockley
1957 Lançamento do primeiro satélite (Sputnik)
1969 – Alec H. Reeves Publica a modulação PCM (Pulse Code Modulation) para as futuras transmissões digitais.
O Brasil realiza as primeiras transmissões de televisão analógicas a cores, padrão de transmissão
1972 definido em 1967, na cidade de Caxias do Sul - RS. Onde em 1970 foram realizados de transmissões
a cores para somente 30 famílias de São Paulo.
1980 No Japão ocorrem as primeiras transmissões em alta definição de áudio e vídeo (projeto MUSE).
1990 É inicializada a primeira rede celular no Brasil (Rio de Janeiro).
1991 Ocorrem as primeiras transmissões de telefones celulares digitais (voz e SMS)
O Brasil realiza as primeiras transmissões de televisão digital na cidade de São Paulo (padrão definido
2007
em 2006).
14
Capítulo 2
União Internacional das
Telecomunicações – ITU
Esta organização que hoje se encontra sediada na cidade de Genebra (Suíça), sofreu
uma importante reestruturação no ano de 1993, e passando a ser conhecida como
a União Internacional das Telecomunicações. Antes dessa data, as duas principais
organizações subsidiárias eram CCITT (International Consultive Committee on
Telephone and Telegraph) e o CCIR (International Consultive Committee on Radio).
Assim após o ano de 1993 o CCITT passou a ser o conhecido como ITU-T e o CCIR
passou a ser o ITU-R.
15
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES
Tabela 2.
Sigla Descrição
BO Distribuição por satélite.
BR Gravação para produção, arquivos e play-out, filme para televisão.
BS Serviço de radiodifusão sonora.
BT Serviço de radiodifusão televisiva.
F Serviços fixos.
M Serviços móveis de rádio determinação (rádio localização e rádio navegação) amadores e relacionados a serviços de satélites.
P Propagação de ondas de rádio.
RA Radio astronomia.
RS Sistemas de sensoriamento remoto.
S Serviço de satélite fixo.
SA Aplicações espaciais e meteorologia.
SF Compartilhamento de frequências e coordenação entre satélites fixos e sistemas de serviços fixos.
SM Gerenciamento de espectro.
SNG Coleta e distribuição de material com informação de natureza jornalística televisiva ou não, utilizando satélites.
TF Padrões de emissões de sinais no domínio da frequência e temporal.
V Vocabulário e assuntos relacionados.
Figura 1.
16
INTRODUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES │ UNIDADE I
de junho de 1997). Antes dessa data, o órgão que regulava as telecomunicações no Brasil
era Departamento Nacional de Telecomunicações (DENTEL). A responsabilidade da
ANATEL é de promover uma moderna e eficiente infraestrutura de telecomunicações,
capaz de oferecer à sociedade os serviços adequados, diversificados e ao custo justo em
todo o território nacional. A ANATEL é uma agência administrativamente independente,
financeiramente autônoma, não se subordina a nenhum órgão do governo. As decisões
tomadas só podem ser contestadas de forma judicial.
17
Capítulo 3
Gerência do espectro eletromagnético
A sociedade cada vez mais vem demandando por tecnologias que dependem diretamente
ou indiretamente da utilização de radiofrequências para se comunicarem. Para grande
parte dos usuários finais somente é percebido com limitações nas utilizações de telefones
celulares e sinais de televisão ou rádios. Entretanto, as utilizações vão muito além dessas
aplicações finais, tais como alguns poucos exemplos: conexões de chamadas telefônicas
entre grandes centrais telefônicas, interligações entre os provedores de internet,
comunicação entre os continentes via satélites. Ou seja, para o desenvolvimento social
e tecnológico da sociedade destaca-se a enorme importância de se gerenciar o espectro
eletromagnético nos processos nacionais e internacionais de comunicação em todos
os âmbitos e sentidos. E assim com a finalidade de acomodar todos os usuários que
buscam a utilização do espectro de radiofrequências.
Figura 2.
18
INTRODUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES │ UNIDADE I
Tabela 3.
Tabela 4.
19
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES
Figura 3.
20
Capítulo 4
Sinais analógicos e digitais
Um sinal analógico pode ser caracterizado em sua forma de onda, por apresentar infinitos
valores entre dois pontos quaisquer no sinal. Já um sinal digital é caracterizado por
apresentar valores definidos entre dois quaisquer no sinal. Ou seja, irá apresentar valores
nos pontos específicos da amostragem do sinal (o conceito de amostragem do sinal, nós
iremos estudar melhor nos parágrafos seguintes). A Figura 4 ilustra um sinal analógico
e outro digital por meio da forma de onda mais elementar, ou seja, forma de onda
senoidal. No sinal digital apresentado na Figura 4 irá possuir valores bem definidos entre
dois pontos no sinal, entretanto ao visualizar esta forma de onda em um equipamento
poderemos perceber o aspecto de uma “escada” devido ao conversor ser do tipo retentivo,
que é o mais comum de se encontrar, mas poderíamos não observar esta escada e ter
somente pontos nos valores amostrados para um conversor do tipo não retentivo.
Figura 4.
21
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES
Figura 5.
Sendo assim, conforme foi mencionado acima o sinal analógico será enormemente
dependente das condições de linearidade e dos ruídos do canal de comunicação. E essas
variáveis serão irreversíveis no sinal analógico. Entretanto, os ruídos e as distorções
devem estar no controle do operador; processo este que é feito na etapa de codificação.
22
INTRODUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES │ UNIDADE I
O sistema digital parte da discretização do sinal analógico da fonte, ou seja, para cada
tempo de amostragem é gerado um sinal analógico discreto no tempo. E para cada
amplitude desse sinal analógico discreto é atribuída uma amplitude equivalente ao
sinal de analógico de entrada do conversor. O sinal discretizado é quantizado, ou seja,
a cada amplitude discreta é atribuído um valor de nível de quantização, que por sua vez
são valores binários que correspondem a cada um dos níveis de quantização. A estes
valores binários que são transmitidos ou entregues a próximo bloco que é a codificação.
A Figura 6 ilustra todo processo básico de digitalização de um sinal.
Figura 6.
A frequência a qual o sinal é amostrado deve ser respeitar uma importante regra do
teorema de Nyquist, onde a frequência de amostragem deve ser duas vezes maior ou
igual a maior componente de frequência do sinal amostrado, ou seja:
fs = 2 × fm
23
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES
Figura 7.
Figura 8.
Para entender melhor o porquê do sinal de voz inteligível, que se iniciou devido
aos sistemas telefônicos fixos, acesse: <http://www.teleco.com.br/tutoriais/
tutorialtelip/pagina_1.asp>
24
INTRODUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES │ UNIDADE I
O sinal reconstruído irá gerar uma nova forma de onda correspondente a cada um dos
valores binários transmitidos. Dessa forma esta nova forma de onda gerada não irá
corresponder com a forma de onda original, e sim irá se assemelhar a original. Portanto,
um erro entre as duas formas de ondas é observado. Este erro é introduzido na etapa de
quantização. Quanto maior for a quantidade de bits para representar uma amplitude
discretizada menor será o erro provocado (na Figura 6 foi representado com 3 bits
cada valor de amplitude discreta), entretanto isso pode comprometer a taxa de bits de
transmissão. A Figura 9 mostra este erro de quantização. Dessa forma se faz necessário
realizar uma relação de compromisso entre a quantidade de bits de quantização de seu
sistema digital pela máxima taxa de transmissão suportada no sistema.
Figura 9.
A fim de minimizar ainda mais o erro de quantização, cada nível pode receber
quantidades de bits diferentes para representar os seus respectivos valores. Na Figura
9 os níveis de quantização foram representados em uma escala linear, como também
pode ser observado na Figura 10. Entretanto, é comum que a maioria dos sistemas opere
com quantizações não lineares diminuindo o erro de quantização e consequentemente
diminui significativamente as distorções provocadas no sinal. Por outro lado, estas
quantizações não lineares podem exigir um pouco mais de complexidade dos hardwares
que envolvem o sistema de comunicação os tornando com um custo relativamente um
pouco maior se comparado os hardwares desenvolvidos com quantizações lineares.
Figura 10.
25
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES
As leis A e µ foram utilizadas pela primeira vez no ano de 1972, nos sistemas de telefonia.
E ratificada mais tarde pela ITU-T na norma G.711. No início da década de 1980 foram
utilizadas pelo ITU para a codificação dos sinais de áudio digital. A lei µ teve maior
aceitação nos países como Japão e Estados Unidos e a lei A teve maiores penetrações
nos países europeus e da América do Sul, para compatibilizar com seus sistemas de
telefonia já implantados. Ambas as leis de quantizações são semelhantes em seus
processos. A Figura 11 mostra como qual deve ser o valor de quantização de um sinal
com uma determinada amplitude. O primeiro bit indica qual é a polaridade do sinal
(positivo (valor 0) ou negativo (valor 1)), os três próximos bits indicam qual o segmento
o sinal se encontra, e os quatro últimos bits indicam o código de quantização que o sinal
deva sofrer, ou seja, são 24 = 16 novos subníveis dentro para cada um dos segmentos.
Figura 11.
Por exemplo: um sinal discreto cuja amplitude equivaleu exatamente no ponto indicado
na Figura 12. O primeiro bit será 0 (zero). Os três bits próximos representarão o valor
26
INTRODUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES │ UNIDADE I
de segmento que se encontra a amplitude do sinal, neste caso será 101. Para os quatro
últimos bits, se deve identificar qual é o subnível de quantização se encontra a amplitude.
Como no exemplo da Figura 12 não foi indicado o subnível (entre 0 a 15-16 subníveis
totais), para fins de exemplificação considere que a amplitude do sinal seja identificada
no subnível 9 (em valor binário corresponde a 1001). Temos então, a representação da
amplitude da Figura 12 como o valor quantizado de 0 101 1001, ou seja, 01011001 para
ser transmitida ou enviada ao codificador.
Figura 12.
27
Capítulo 5
Modulações analógicas e digitais
Onde A(t) é a amplitude do sinal senoidal que pode variar com tempo, w0(t) é a frequência
angular dada em rad/s e calculada pela seguinte expressão w0 = 2pf sendo f a frequência
do sinal em Hz, e θ(t) é a fase do sinal que também pode ser em função a variável tempo.
As informações do sinal (i(t)), que denominamos sinal modulante, podem possuir as
características digitais se forem provenientes de codificadores ou multiplexadores.
Ou analógicas forem provenientes de um processador de sinal.
As características que são alteradas no sinal da portadora podem ser a sua amplitude
A(t) onde se obtém uma modulação na amplitude do sinal, na frequência w0 onde
se irá originar uma modulação em frequência. E também pode ocorrer na fase da
portadora θ(t), sendo esta última característica não muito comum de ocorrer se o sinal
de entrada for um sinal analógico. Pois, as alterações abruptas na fase podem impactar
em alterações na frequência do sinal, o qual irá se assemelhar com a modulação em
frequência. E também essas alterações muito abruptas na fase do sinal podem gerar
maiores quantidades de emissões espúrias no espectro eletromagnético devido o
sinal exceder a linearidade dos componentes de amplificação. A Figura 13 ilustra um
modulador na sua forma mais genérica possível.
Figura 13.
28
INTRODUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES │ UNIDADE I
Com o advento dos avanços tecnológicos, poucas tecnologias ainda persistem no formato
analógico tais como as transmissões de rádios em amplitude e frequência moduladas
sendo respectivamente transmitidas em 550 – 1.550 kHz e 88 – 108 MHz, a última
milha (ou quilômetro) das linhas de telefonia fixa e ainda algumas comunicações entre
aeronaves. Sendo, todos estes serviços se tornarem inevitáveis as suas transmissões
futuras no formato digitais ou serem substituídos por outras tecnologias disseminadas.
E devido a este fato, serão abordadas com maiores ênfases as modulações digitais, que
estão presente em quase todos os sistemas de comunicações existentes.
29
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES
�� 3�� � ��
=
��� ���
Já a largura de faixa mínima teórica ocupada por uma modulação M-ASK, pode ser
calculada por:
��
�� �
log � �
Figura 14.
30
INTRODUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES │ UNIDADE I
Figura 15.
Para entender melhor o código Gray, muito utilizado em sistemas digitais acesse:
<https://www.youtube.com/watch?v=bcmD_nGWSQg>
A modulação PSK (Phase Shift Keying) o sinal de informações digitais, ou seja, os bits irão
alterar a fase do sinal da portadora. Em uma modulação 2-PSK ou BPSK, por exemplo, a fase
poderá assumir 0° ou 180° em relação a uma referência, dependendo do bit transmitido,
pois, cada símbolo irá transportar somente um bit (21 = 2). Em uma sequência extensa de
31
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES
bits zeros ou de bits uns, a fase da portadora não será alterada. Entretanto, se a sequência
for alternada entre os bits zero e um, a portadora irá sofrer variações bruscas em sua fase, o
que irá poderá gerar distorções harmônicas no sinal transmitido.
1 ��
�� = ���� �� �
2 ��
Figura 16.
32
INTRODUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES │ UNIDADE I
�� �
�� � ���� �� log � ��� sen � ��
�� �
A largura de faixa mínima da modulação M-PSK, também pode ser determinada por:
��
�� �
log � �
Figura 17.
33
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES
A modulação DQPSK (Differential - Phase Shift Keying) também conhecida por π/4-
DQPSK é um tipo de modulação coerente que admite que o receptor possua como
referência a portadora. Contudo, na prática, o receptor não irá possuir o conhecimento
da fase da portadora. Isso devido aos erros de fase introduzidos pelo ruído do canal de
comunicação e outro pela ambiguidade de fase da portadora recuperada. Para evitar
esses problemas pode-se transmitir informações pela codificação da mudança de fase
da portadora. E o resultado será uma modulação por deslocamento de fase codificada
diferencialmente. A Figura 18 apresenta a constelação para esta modulação, donde
então as informações são transmitidas entre as diferenças de fases do símbolo atual e o
símbolo anterior. Como a constelação da modulação DQPSK possui como característica
oito símbolos, pode-se afirmar que cada símbolo transporta três bits de informações cada
(23 = 8). A sua probabilidade de erro de símbolo aproximada é dada por (com M > 4):
�� �
�� � ���� �� log � ��� sen � ��
��� �
Figura 18.
Figura 19.
Figura 20.
35
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES
Onde Rb é a taxa de bits que se deseja transmitir. A probabilidade de erro de bit é dado por:
1 ��
�� = ���� �� �
2 2��
1 ��
�� = �� � 1����� �� log � ����
2 2��
Figura 21.
36
INTRODUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES │ UNIDADE I
Figura 23.
37
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES
A probabilidade de erro de bit da modulação M-QAM com mapeamento Gray pode ser
obtida de forma aproximada por:
1 3 log � ��� ��
�� = 2 �1 − � ���� �� �
√� 2�� − 1� ��
1 ��
�� = 2 �1 − � ���� �� �
√2� ��
Figura 24.
��
�� �
log � �
Figura 25.
Figura 26.
39
Capítulo 6
Conceitos dos sistemas de transmissões
Com isso, as transmissões que utilizam a atmosfera como meio de transmissão, o sinal
gerado pelo transmissor é enviado por meio de uma onda eletromagnética irradiada
por uma antena. As antenas podem ser omnidirecionais, que irradiam igualmente
em todas as direções, como a usualmente utilizada nos telefones móveis celulares, ou
serem caracterizadas por antenas direcionais, que concentram a irradiação em uma
determinada direção, como as antenas parabólicas. E em ambas as situações ponto a
ponto (com antenas direcionais) ou ponto área (antenas omnidirecionais) podem ser
realizados estudos de transmissão das ondas eletromagnéticas.
40
INTRODUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES │ UNIDADE I
�� �� �� ��
�� =
����� � � �
Ͷߨܣ
ܩൌ
ߣଶ
Que por vez esta área efetiva da antena é em função do comprimento de onda do sinal
transmitido.
Um irradiador isotrópico é uma antena que irradia por todas as direções de forma
uniforme, característica esta somente conseguida por um modelo matemático, mas que
é muito utilizado para referenciar ganhos de antenas em sistemas de comunicações.
Sendo assim a potência irradiada isotrópica efetiva pode ser determinada por:
EIRP = PT GT
Na prática a potência irradiada efetiva ERP é usada no lugar da EIRP para indicar a
potência máxima irradiada comparada com uma antena do tipo dipolo de meia onda.
Como a relação entre as antenas isotrópica e a dipolo é de 2,15 a potência ERP será 2,15
dB menor que o valor da potência EIRP para um mesmo sistema de transmissão. Na
prática os ganhos são encontrados em dBi (ganho em relação a antena isotrópica) ou
dBd (ganho em relação a antena dipolo de meia onda).
��
������ = 10 log � �
��
��
������ = 10 log � �
1 × 10��
41
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES
Uma fórmula derivada da equação da fórmula de Friis, muito utilizada para calcular a
potência de recepção é dada por:
Onde esta potência de recepção deve ser maior que a sensibilidade mínima do receptor
dada por manual para que haja comunicação entre os dois pontos. Caso, esta condição
não seja satisfeita uma opção prática mais usual é elevar os ganhos das antenas,
principalmente a antena de recepção. Já que o ganho da antena de transmissão ou a
frequência utilizada são parâmetros mais difíceis de serem alterados devidos a questões
regulatórias por parte das operadoras ou emissoras.
Figura 27.
42
INTRODUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES │ UNIDADE I
Existe um ótimo software livre, utilizado por muito profissionais para os cálculos
e projetos de rádio enlaces terrestre ponto a ponto, chamado Radio Mobile que
pode ser acessado e feito o seu download em: <http://www.cplus.org/rmw/
rmonline.html ou http://radiomobile.pe1mew.nl/?Installation:Download>
43
SISTEMAS DE
RADIODIFUSÃO DE Unidade iI
TELEVISÃO E RÁDIOS
A indústria de radiodifusão televisiva e de rádios no Brasil tem como base o uso de
um bem público, ou seja, o uso espectro eletromagnético. Devendo por consequência,
ser submetidas às regras das agências reguladoras tais como ANATEL por questões
técnicas e Agência Nacional do Cinema (ANCINE) com as questões de programação.
Na atualidade as emissoras de televisão passaram e ainda estão passando por uma
enorme transformação que é o advento da transmissão digital de seus respectivos sinais.
Transição essa, de passagem de uma transmissão que ocorria no formato analógico
e agora para esta no digital se comparada somente com transição da transmissão
monocromática (com imagens em escalas de cinza preto e branco) para a tricromática
(imagens a cores) ocorrida em 1972.
Quando ocorrer as digitalizações das rádios um fato importante a ser indicado é com
relação às transmissões das rádios com frequências modulada em amplitudes, ou seja,
as rádios AM, elas irão migrar todas para as faixa de frequência de transmissão das
rádios com frequências moduladas, rádios FM, liberando o uso dessa atual faixa para
outro tipo de serviço ainda não definido. A nova faixa de frequências das rádios FM de
76 MHz a 108 MHz é conhecida como a faixa de frequências estendidas das rádios FM.
44
SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS │ UNIDADE II
televisão irão se concentrar na faixa de frequências de 470 MHz a 698 MHz (canais 14
ao 51). A faixa de frequência de 174 MHz a 216 MHz, conhecida como faixa do VHF alto de
televisão, irão comportar sinais de transmissão digitais de televisão somente em caráter
especial em lugares considerados já com utilizações e com espectro eletromagnético já
congestionado. Essa faixa possibilitará também a utilização compartilhada com outros
serviços. A Figura 28 ilustra essa transição espectral das faixas de frequências onde estão
concentradas as transmissões de televisão e rádio no Brasil.
Figura 28.
N. A. N. A. e TV-D TV-D 14 ao 51 4G e 5G
... N. A. 2 ao 4 Rádios FM ... ... ...
550 kHz 1550 kHz 54 MHz 76 MHz 108 MHz 174 MHz 216 MHz 470 MHz 698 MHz 806 MHz
45
Capítulo 1
Sinais HD, SD e one-seg
O menor elemento de formação de uma imagem é o pixel, também conhecido como pel.
Estes elementos possuem uma estrutura interna capaz de gerar as três cores primárias, e
ao serem excitadas de forma distintas e controladas combinam estas cores e geram todas
as outras cores visíveis ao olho humano. Assim, o processo de geração de uma imagem é
iniciado pela excitação do primeiro pixel no canto superior esquerdo da tela e terminando
no último pixel no canto superior direito, e esta etapa do processo de geração da imagem
46
SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS │ UNIDADE II
Tabela 5.
Tecnologia Resolução
Ultra-HD 7680 x 4320 (8k)
Cinema digital 2048 x 1080 (2k); 4096 x 2160 (4k)
1080 HD 1920 x 1080 (16:9)
720 ED 1280 x 720 (16:9)
625 SD 720 x 576 (4:3)
525 SD 720 x 576 (4:3)
CIF 352 x 240; 352 x 180
Wide QVGA 368 x 208
QVGA 320 x 240; 320 x 180
QCIF 176 x 120; 176 x 144
SQVGA 160 x 120; 160 x 90
47
UNIDADE II │ SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS
É importante também perceber que o advento da TV Digital o formato da tela ficou mais
largo se comparado com sistema analógico de televisão. No sistema analógico a relação
48
SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS │ UNIDADE II
entre a altura pela sua base da tela é de 4:3, e no sistema digital esta relação passou a ser
de 16:9. Isso se deve ao fato que dentro do globo ocular do ser humano existe um ponto
onde se é concentrado quase todo o feixe luminoso das imagens que nós enxergamos
diariamente, ou seja, ponto este responsável por nossa visão principal. Este ponto
que possui um aspecto elipse é chamado de fóvea e possui também uma relação de
aspecto próxima de 16:9. Que consequentemente segue o mesmo padrão de relação de
aspecto para as formações das imagens, e nos leva a observamos uma imagem também
mais ampla, ou seja, mais no sentido vertical do que horizontal. A Figura 31 ilustra
esta relação denominada relação de aspecto da televisão. A sua respectiva medida na
diagonal é o valor comercial que define o tamanho da tela de seu aparelho televisor,
com unidade em polegadas (1 inch = 2,54 cm).
Figura 31.
das
ega
Pol
Em colorimetria existem dois conceitos distintos para cores primárias que irão
originar todas as demais cores vistas pelo ser humano. O primeiro é o conceito
de cores primárias subtrativas, o qual se trata do conceito de subtração entre
as cores primárias (magenta, cian e amarelo) para originar as demais cores, por
exemplo, sistema de tinta de uma impressora. O segundo conceito é de cores
primária aditivas, que é o caso de se somar a cores primárias (vermelho, verde,
vermelho) para gerar uma terceira cor, por exemplo, as luzes dos pixels que ao
serem excitados de forma distinta geram uma terceira cor somada.
49
Capítulo 2
Compressão de vídeo e áudio
Um fator crucial para a viabilização das transmissões do sinal de vídeo e áudio digitais
é a transmissão eficiente pelo canal de comunicação. Partindo deste princípio, nos
sinais correspondentes ao áudio e ao vídeo é verificada uma grande quantidade de
informações que se repetem, ou seja, são informações redundantes. Essas informações
redundantes, se transmitidas irão ocupar um espaço de transmissão que poderiam ser
melhor aproveitadas com outras informações que acrescentariam valor na informação
principal que é o vídeo e áudio, por exemplo, em televisão digital este espaço é ocupado
por guia de programação (EPG) ou dados de interatividade.
Figura 32.
50
SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS │ UNIDADE II
Figura 33.
51
UNIDADE II │ SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS
Figura 34.
Ao realizar a leitura somente dos coeficientes da DCT que levam informações não
redundantes. Os mesmos irão sofrer uma nova codificação com a finalidade de reduzir
ainda mais a taxa de bits de transmissão. Essa segunda codificação é chamada de
codificação entrópica. E no sistema de televisão digital existem dois tipos que podem
ser utilizadas, a primeira é a CABAC (Context Adaptative Binary Arithmetic Coding)
aplicada nos sinais de resoluções HD e SD e a segunda é a codificação CAVLC (Context
Adaptative Variable Length Coding), aplicada no sinal LD.
Figura 35.
Figura 36.
53
UNIDADE II │ SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS
Desta forma, conclui-se que, para formar o quadro B, são necessárias as informações
passadas (quadro I de referência) e futuras (quadro P). Neste tipo de quadro também
são utilizados os vetores de movimento para indicar os valores estimados das novas
posições dos objetos da cena. Para garantir uma qualidade de vídeo satisfatória e manter
a taxa de compressão otimizada, é comum o sistema operar com dois quadros do tipo B
entre os quadros I e P. A Figura 37 ilustra a formação do GOP, é comum encontrar a sua
extensão com valores típicos de 12 ou 15 quadros, na configuração dos equipamentos o
GOP pode receber uma nomenclatura popular de relação M/N. Ainda na Figura 37, é
apresentado logo abaixo do esquema de formação dos quadros, a proporção da taxa de
bits que cada tipo de quadro é gerado no codificador.
Figura 37.
54
SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS │ UNIDADE II
Figura 38.
�
������� = 20 log � �
��
55
UNIDADE II │ SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS
Este modelo de áudio digital é idêntico ao encontrado nos estúdios das rádios FM e
AM, entretanto, como no Brasil as transmissões ainda são analógicas este processo é
limitado ao tratamento interno do áudio, e não para a sua transmissão por radiodifusão.
56
SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS │ UNIDADE II
Figura 39.
57
Capítulo 3
Multiplexação dos sinais de vídeo e áudio
O sistema de televisão digital adotado pelo Brasil o ISDB-Tb (Integrated Services Digital
Broadcasting Terrestrial-brazilian) teve pequenas alterações em seu sistema, com
relação ao sistema original proposto pelos japoneses, o ISDB-T (Integrated Services
Digital Broadcasting Terrestrial). Pois, as soluções tecnológicas desenvolvidas para
o Japão, todavia não são as mais adequadas para a situação no Brasil. Uma destas
alterações propostas se refere diretamente ao sistema de multiplexação dos sinais de
áudio, vídeo e dados, que são provenientes dos codificadores, para transformá-los
em um único fluxo ordenado de informações, para uma dada transmissão. Este fluxo
ordenado, de informações, na saída do multiplexador denominou-se BTS (Broadcasting
Transport Stream).
58
SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS │ UNIDADE II
Figura 40.
As saídas dos codificadores fornecem uma sequência elementar de bits (ES), que são
informações na qual foram eliminadas todas as redundâncias existentes no sinal de vídeo
e áudio, de acordo com as normas MPEG-4. A esta sequência elementar é “empacotada”
originando os pacotes PES com comprimentos variáveis de no máximo até 64 kbps.
Os pacotes PES recebem um cabeçalho do qual irá conter as informações referentes à
sincronização, identificação e caracterização dos sinais de áudio, vídeo e dados.
Aos pacotes de PES irão originar os pacotes de transport stream (TS) com comprimentos
fixos de 188 bytes, e serão acrescidos novamente um outro cabeçalho que irá conter as
informações de referentes ao sistema de transmissão.
59
UNIDADE II │ SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS
Os cabeçalhos dos pacotes PES são responsáveis por conter as informações essenciais
de codificação e decodificação dos sinais de áudio, vídeo e dados. É iniciado por 32
bits denominados de start_code_prefix, dos quais os 24 primeiros bits identificam o
código prefixo e os próximos 8 bits identificam os dados transportados pelo pacote
PES. Logo após os campos do prefixo e identificação da carga do pacote, tem-se outro
campo de 16 bits, na qual identificará o comprimento do pacote PES. Resultando em 48
bits obrigatórios para todos os pacotes PES independentes da informação transportada
ou do meio na qual se originou. A Figura 41 ilustra um pacote PES, com os campos do
cabeçalho e a carga das informações transportadas (PES_packet_data_byte).
Figura 41.
60
SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS │ UNIDADE II
Tabela 7.
Stream_ID
Nota Stream Coding
Hex Bin
BC 1011 1100 1 Mapeador de stream de programa (program_stream_map)
BD 1011 1101 2 Stream privado 1 (private_stream_1)
BE 1011 1110 - Stream de preenchimento (padding_stream)
BF 1011 1111 3 Stream privado 2 (private_stream_2)
Número do stream de áudio ‘X XXXX’de acordo com a ISO/IEC 13818-3 ou 11172-3 ou
-- 110X XXXX 4
13818-7 ou 14496-3 ou ainda ABNT NBR 15602-2.
EX 1110 XXXX 5 Número do stream de vídeo ‘XXXX’ de acordo com a ISO/IEC 13818-3 ou 11172-2 ou 14496-2.
F0 1111 0000 3 Stream ECM (ECM_stream)
F1 1111 0001 3 Stream EMM (EMM_stream)
F2 1111 0010 6 Stream DSM-CC (DSMCC_stream)
F3 1111 0011 2 Stream ISO/IEC 13522 (ISO/IEC_13522_stream)
F4 1111 0100 7 Stream de acordo com o tipo A descrito na Recomendação H.222-1:1996.
F5 1111 0101 7 Stream de acordo com o tipo B descrito na Recomendação H.222-1:1996.
F6 1111 0110 7 Stream de acordo com o tipo C descrito na Recomendação H.222-1:1996.
F7 1111 0111 7 Stream de acordo com o tipo D descrito na Recomendação H.222-1:1996.
F8 1111 1000 7 Stream de acordo com o tipo E descrito na Recomendação H.222-1:1996.
F9 1111 1001 8 Stream auxiliar (anciliary_stream)
FA 1111 1010 9 Stream SL (SL_packet)
FB 1111 1011 10 Stream FlexMux (FlexMux_packet)
1111 1100 ...
FC ... FE -- Reservado para streams de dados.
1111 1110
FF 1111 1111 11 Diretório de stream de programa (program_stream_directory)
Notas:
Pacotes PES do tipo program_stream_map possuem uma sintaxe única especificada no item 2.5.4.1 da norma H.222-0 (Tabela 2.35 resumida do
pacote PES da referida norma).
Pacotes PES com stream privado tipo 1 e o stream ISO/IEC 13522, seguem a sintaxe da Recomendação ITU-T H.262; ISO/IEC 13818-2 (vídeo) e
ISO/IEC 13818-3 (áudio). Somente é utilizado para uma transmissão de informações privadas, que estejam sincronizadas com outros pacotes.
Pacotes PES com os streams: privado tipo 2, ECM e EMM são similares ao stream privado tipo 1, porém imediatamente após a especificação do
comprimento do pacote nenhum outro campo é preenchido.
O stream privado 2, somente é utilizado para uma transmissão de informações privadas, que não estejam sincronizadas com outros pacotes. E os
streams tipo ECM (Entitlement Control Message) e EMM (Entitlement Management Message) contêm as informações de criptografia do sinal transmitido.
Valores numéricos entre 0xC0 à 0xDF, que identificam o tipo do áudio.
XXXX = 1111 código utilizado para a gravação em DVD.
O stream do tipo DSM-CC (Digital Storage Media – Command and Control) seguem o Anexo A da Recomendação H.222-0:2006 ou ISO/IEC 13818-6.
Estes streams estão associados com o stream_type 0x09, que segue a Recomendação ITU-T H.222-1.
Este somente é usado nos pacotes PES, que transportam dados de um PS (Program Stream) ou que estejam no padrão ISO/IEC 11172-1.
Os streams do tipo SL (Sync Layer) especifica uma sintaxe para o empacotamento dos elementary stream, na qual é utilizada como unidade básica
de sincronização, de acordo com a ISO/IEC 14496-1.
Os streams do tipo FlexMux (Multiplexer Flexível), é um multiplexador flexível o qual irá fornecer a identificação dos pacotes do tipo SL, de acordo
com a ISO/IEC 14496-1.
Os streams do tipo program_stream_directory são requeridos pelos quadros do tipo I (intracodificado “referência”) para serem transportados
conforme a recomendação ITU-T H.262; ISO/IEC 13818-2 e 11172-2.
61
UNIDADE II │ SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS
Tabela 8.
Bin Função
00 Indica que o embaralhamento da carga útil do pacote PES, não está presente.
01 Reservado.
10 O embaralhamento utiliza a criptografia do tipo even key.
11 O embaralhamento utiliza a criptografia do tipo odd key.
PES_priority – quando o campo PES_priority está em nível lógico alto, indica que
o pacote PES tem prioridade sobre os demais pacotes PES. Este campo é utilizado
quando se julgar que a informação contida no pacote PES é necessária e essencial
na decodificação das informações audiovisuais. Entretanto este campo não deve ser
utilizado para definir como, por exemplo, a prioridade dos pacotes que contêm as
informações de vídeo em alta definição sobre o vídeo de baixa definição, isto será
definido nos pacotes de transport stream.
Também vale informar que em alguns sistemas de televisão digital este campo pode
ser ignorado pelo decodificador, desta forma não surge nenhum efeito esperado de
prioridade. Como por exemplo, o sistema de televisão digital europeu, o DVB, que
ignora este campo na recepção.
62
SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS │ UNIDADE II
Os descritores são implementações técnicas opcionais nas formações das tabelas sobre
o sistema de transmissão, que serão melhores detalhados nos próximos capítulos.
Desta forma este campo no cabeçalho PES somente será definido quando os pacotes
PES transportar áudio ou vídeo, no padrão MPEG utilizado no ISDB-TB. No padrão
americano de televisão digital, o ATSC, este campo é definido como nível lógico baixo,
ou seja, definido como zero, independente se o transporte é áudio ou vídeo.
Copyright – o campo de copyright com nível lógico alto indica que a informação
transportada pelo pacote PES está protegida por direitos autorais. As leis e regras de
direitos autorais de conteúdos audiovisuais seguem os acordos firmados nas convenções
mundiais do comércio. Dessa forma, os órgãos governamentais dos países criaram
mecanismos ou leis para que estes direitos sejam preservados e assim não sofram as
sanções previstas.
Tabela 9.
Bin Função
00 Indica que o PTS e o DTS não estão presentes no cabeçalho do pacote PES.
01 Não utilizado.
63
UNIDADE II │ SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS
presente no cabeçalho do pacote PES. Caso contrário, a bandeira em nível lógico baixo
indica que o ESCR não está presente.
ES_rate_flag – a bandeira ES_rate_flag quando está em nível lógico alto indica que
o campo ES_rate está presente no cabeçalho do pacote PES.
Caso o stream_id do pacote PES não for identificado pelo stream de preenchimento
(padding_stream), deve-se existir um campo que delimitará o cabeçalho do pacote PES
e sua respectiva carga útil. Este campo é chamado de PES_packet_data, e seus bytes
não são informados pelo PES_header_data_length. Este campo PES_header_data_
length é composto por 8 bits, que poderá expressar até 28 = 256 bytes.
PTS – o campo PTS (Presentation Time Stamps), é formado por 33 bits, que é
utilizado como referência pelo campo PCR (Program Clock Reference) presente no
cabeçalho do pacote de Transport Stream, para a decodificação. Na qual irão gerar o
sincronismo entre as informações de áudio, vídeo e dados na saída do decodificador.
Esta sincronização na saída do decodificador é essencial para manter o chamado
sincronismo labial das cenas.
São geradas e transmitidas, a uma frequência a cada 700ms uma nova palavra binária,
para o campo PTS, que é referenciada pelo STC (System Time Clock), a cada estampa
64
SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS │ UNIDADE II
Figura 42.
300
DTS – de forma semelhante ao PTS, o DTS (Decoding Time Stamps) também é formado
por 33 bits, gerados a partir da mesma base de clock do PTS, ou seja, providos do STC.
Devido à ordem de formação dos diferentes tipos de quadros de vídeo MPEG não ser a
mesma da apresentação, o campo DTS possibilita ao decodificador identificar quais são
os quadros armazenados no buffer de sua entrada, sejam decodificados na sequência da
ordem de apresentação correta.
Ressalta-se o fato de que os pacotes de áudio nunca são transmitidos fora de sua
sequência de formação, dessa forma não existe DTS nos pacotes que carregam as
informações de áudio.
65
UNIDADE II │ SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS
deste campo o ultimo valor recebido que é considerado, ou seja, a taxa no decodificador
permanece inalterada até que um novo valor seja identificado.
Figura 43.
300
Tabela 10.
Valor Função
000 Fast forward
001 Slow motion
010 Freeze frame
011 Fast reverse
100 Slow reverse
101 a 111 Reservados
66
SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS │ UNIDADE II
A aplicação do código CRC, é feita somente na carga útil das informações do pacote PES,
devido ao fato de que as informações contidas no cabeçalho sejam sujeitas alterações,
durante o processo de transmissão.
O código CRC também é conhecido como código polinomial, pois as suas strings de
bits de saída, são tratadas como representações de polinômios com coeficientes 0 e 1.
O polinômio gerador do código CRC para os pacotes PES é dado pela expressão:
x16 + x12 + x5 + 1
PES_private_data – este campo possui 128 bits de dados privados. A estes dados
privados, e uma combinação com seus respectivos campos anterior e posterior, não
deve coincidir com o valor contido no campo start_code_prefix, do início do cabeçalho
do pacote PES.
A contagem irá retornar ao valor inicial (zero), após o contador atingir a sua contagem
máxima. Mesmo que uma sequência de pacotes PES não tenha chegado ao fim.
68
SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS │ UNIDADE II
padding_byte – o campo padding_byte é formado por 8 bits de valor 0xFF, que serão
descartados pelo decodificador.
Para a formatação do pacote de TS o sistema MPEG-2 define dois tipos de streams para o
transporte (transmissão) das informações de áudio, vídeo e dados, contidos nos pacotes
PES. A estes streams são chamados de Transport Streams e Program Streams.
69
UNIDADE II │ SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS
Figura 44.
Este campo indica se pacote contém erro ou não, porém o mesmo não realiza a correção.
A correção é feita através de outros blocos subsequentes ao sistema de recepção,
70
SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS │ UNIDADE II
específicos para tal, entretanto dentro dos limites de correção. Pode deparar-se também
com alguns algoritmos de implementados nos decoders que podem descartar tais
pacotes que possuem este campo com nível lógico alto.
Este campo possui 13 bits, onde todos são utilizados para a identificação, na qual é
de particularidade de cada operador definir o valor mais adequado as suas estratégias
de aplicações. Porém alguns valores não podem ser utilizados, pois são reservados na
identificação de algumas tabelas do sistema de transmissão, conforme alguns exemplos
descritos na Tabela 11. Também não se deve utilizar o valor 0x47 por indicar o início do
pacote de transport stream.
Tabela 11.
Valor Tabela
0x 0000 Pacote que transporta a tabela PAT (Program Association Table)
0x 0001 Pacote que transporta a tabela CAT (Conditional Association Table)
0x 0002 Pacote que transporta a tabela TSDT (Transport Stream Description Table)
0x 0010 Pacote que transporta a tabela NIT (Transport Stream Description Table)
0x 0011 Pacote que transporta a tabela BAT (Bouquet Association Table) Table_id = 0x4A
0x 0011 Pacote que transporta a tabela SDT (Service Description Table) Table_id = 0x42 ou 0x 46
0x 0012, 0x 0026 e 0x 0027 Pacote que transporta a tabela EIT (Event Information Table)
71
UNIDADE II │ SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS
Valor Tabela
0x 0013 Pacote que transporta a tabela RST (Running Status Table)
0x 0014 Pacote que transporta a tabela TDT (Time and Date Table) Table_id = 0x70
0x 0014 Pacote que transporta a tabela TOT (Time Offset Table) Table_id = 0x73
0x 0003 a 0x 000F Valores de PIDs reservados.
0x 1FFF Identificação do pacote nulo.
A lista completa dos valores dos PIDs, cujos são reservados, é encontrada na Norma
ABNT NBR 15603-1. Os pacotes cujas identificações são 0x0000, 0x0001, 0x0010 e
0x1FFF também podem transportar o valor do PCR (Program Clock Reference), em
casos específicos, conforme a Norma ISO/IEC 13818-1.
Tabela 12.
Valor Função
00 Indica que o embaralhamento da carga útil do pacote PES, não está presente.
01 Reservado
10 A criptografia utiliza chave do tipo even key.
11 A criptografia utiliza chave do tipo odd key.
72
SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS │ UNIDADE II
Tabela 13.
Valor Função
00 Reservado
O codificador pode transmitir até duas vezes o mesmo pacote de informações dentro
de uma mesma fila (contagem), porém o decodificador não deve incrementar sua
contagem. Dessa forma quando ocorrer a necessidade de uma transmissão de informação
duplicada, o campo adaptation_field_control do pacote de transport stream duplicado
estará configurado para os valores “01” ou “11”.
Caso do payload do pacote de transport stream possuir valores nulos, o valor do campo
do continuity_counter é indefinido, podendo assumir qualquer valor dentro das
possibilidades de combinações dos quatro bits.
73
UNIDADE II │ SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS
Para o sinal de vídeo, sempre irá apresentar nível lógico alto neste campo, quando o
payload do pacote de transport stream em questão conter as informações de um slice
intracodificado.
PCR_flag – o campo PCR_flag é de apenas 1 bit, que definido em nível lógico alto irá
indicar a presença do campo PCR (Program Clock Reference).
74
SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS │ UNIDADE II
PCR – com o advento da transmissão digital para televisão, podem-se ter vários
programas inseridos em um mesmo transport stream. Dessa forma se faz necessário
a sincronização dos receptores na mesma base de tempo, ou seja, o valor numérico
transportado pelo campo PCR é utilizado na reconstrução do STC dos receptores.
Com isto, a Norma ISO/IEC 13818-1 indica o máximo espaçamento de tempo entre
PCRs transmitidos (time interval) seja de 40ms e que os erros ocasionados por
imprecisão não ultrapasse os ±500 ns. Estas imprecisões podem ser ocasionadas no
sistema, por exemplo, nas modificações dos valores durante a re-multiplexagem ou até
mesmo imperfeições nos valores gerados pelo codificador. Por outro lado, o sistema de
transmissão de televisão digital no padrão ISDB-TB admite um espaçamento de entre
PCRs maiores do que 60 ms, mas já presenciado com medidas em campo um valor de
100 ms.
O campo PCR (Program Clock Reference) é composto por 42 bits, divididos em duas
partes: o program_clock_reference_base (PCR_base) com 33 bits e o program_
clock_reference_extension (PCR_ext) com 9 bits. O valor atribuído ao PCR_base é
o quociente da divisão do valor contido no STC (System Time Clock) pela constante
300 e o valor atribuído ao PCR_ext é o restante desta divisão (valor correspondente
entre 1 a 299). A divisão pela constante 300 se faz necessária para a compatibilização
entre as versões MPEG. A Figura 45 ilustra a formação do valor que irá compor os 42
bits do PCR.
75
UNIDADE II │ SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS
Figura 45.
300
CR_base 0x0000013B3
CR_ext 0x110
76
SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS │ UNIDADE II
Então o campo OPCR também é composto por 42 bits, e de forma análoga ao campo
PCR é dividido em duas partes: o original_program_clock_reference_base (OPCR_
base) com 33 bits e o original_program_clock_reference_extension (OPCR_ext)
com 9 bits, e a atribuição dos valores que irão compor estas duas áreas também
são idênticas.
De forma semelhante o que ocorre no campo PCR, no campo OPCR também pode ser
inseridos mais 6 bits para a separação das partes OPCR_base e OPCR_ext. Mas vale
ressaltar uma fez configurado o campo PCR com 48 bits o campo OPCR deve também
ser configurado com a mesma quantidade de bits, ou vice-versa. E isto implica também
ainda que não necessariamente os sistemas de comunicações devam ser compatíveis de
42bits para 48bits, ou vice-versa.
O campo splice_countdown que contém 8 bits, que irá representar um valor numérico
de uma contagem, de pacotes de TS que possuam a mesma identificação (PID). E estes
pacotes devem estar compreendidos entre dois splicing point. Com isto, é gerada
uma contagem de pacotes entre dois pontos especificados, e ao identificar o segundo
splicing point à contagem é inicializada novamente. Porém não serão incrementados
nesta contagem, os pacotes cuja carga seja de stuffing ou possuam suas identificações
duplicadas.
A Norma ISO/IEC 13818-1, específica dois tipos de splicing point: ordinary splicing
point e seamless splicing point, para a utilização no sistema MPEG. Porém as definições
das semânticas são encontradas na Norma SMPTE 312M.
Vale ressaltar que entre quadros de mesmo áudio também são utilizados splicing point.
77
UNIDADE II │ SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS
adaptation_field_extension_length – o adaptation_field_extension_length é
um campo de 8 bits utilizados para informar o comprimento em bytes dos campos
imediatamente após a este campo, incluindo as bandeiras.
ltw_flag – o campo ltw_flag é um campo de apenas 1 bit, que ao ser definido em nível
lógico alto irá indicar a presença do campo ltw_offset.
ltw_offset – o campo ltw_offset é um campo composto por 15 bits, que irá transportar
um valor numérico cuja unidade será expressa em (300 / fs) segundos, fs onde é a
frequência de clock do sistema que gerou o pacote de transport stream. O valor contido
neste campo será utilizado pelo re-multiplexador na necessidade de reconstruir o
estado do MB (Multiplexing Buffer). A perda da configuração do estado do buffer
poderá acarretar em perdas de pacotes, por outro lado o super dimensionamento
poderá impactar em baixas taxas de transmissão.
2 bits – os dois bits que estão entre os campos ltw_offset e piecewise_rate cujas suas
combinações são indiferentes, e suas utilizações não são especificadas pela Norma
ISO/IEC 13818-1.
78
SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS │ UNIDADE II
de tempo legal (ltw – Legal Time Window) no Multiplexing Buffer no seu processo
de reconstrução. Com isso, esta é uma informação que deve ser utilizada em conjunto
com o campo ltw_offset. E implica que este campo somente irá estar presente se as
bandeiras ltw_flag e a bandeira ltw_valid_flag também estiverem configuradas para
nível lógico alto.
Apesar da contagem deste campo não ter correlação com a contagem realizada no
campo splice_countdown, o final das duas contagens devem ser coincidentes.
79
Capítulo 4
Transmissão e recepção de televisão
O sistema ISDB-Tb que foi uma evolução do sistema DVB-T, usando o mesmo sistema
de transmissão com multiportadoras e inserção de intervalo de guarda. O padrão
ISDB possui três modos de multiportadoras: 2K, 4K e 8K em sua operação, que irão
auxiliar na proteção do sinal transmitido com os efeitos que o canal pode provocar.
Uma inovação deste sistema é a segmentação de banda que divide a largura de 6 MHz
do canal em 13 segmentos e, conforme o tipo de transmissão escolhida, utiliza um ou
mais segmentos para cada camada, com a possibilidade de transmitir até três feixes
de dados simultâneos com modulações diferentes entre si. A figura a seguir ilustra a
segmentação do canal de RF em 13 segmentos de banda. O segmento central é sempre
utilizado para a transmissão do sinal móvel, e por este motivo o encoder LD responsável
por gerar o sinal que será recebido pelo receptor móvel é chamado encoder one-seg
(um segmento).
Figura 46.
O modulador recebe três sequências de pacotes de Transport Stream (TS) que contém
informação multiplexada e comprimida de vídeo, áudio e dados em sua entrada e
direciona para uma das camadas A, B e C, conforme apresentado na Figura 47. Na
transmissão hierárquica, essas camadas são utilizadas realizando-se atribuições aos
13 segmentos de RF para cada feixe de dados das camadas. O estágio de codificação
é dividido por um bloco de codificação externa e interna. O estágio de codificação
externa é fixo, formado por um aleatorizador de dados e um codificador Reed Solomon
com entrelaçador de bytes. O estágio de codificação interna é flexível, formado pelo
codificador convolucional de taxa-mãe 1/2 com ajuste de puncionamento para 1/2, 2/3,
80
SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS │ UNIDADE II
3/4, 5/6, 7/8 com entrelaçamento de bits e símbolos. O primeiro estágio de modulação
é formado por uma modulação primária que pode ser escolhida entre QPSK, 16-QAM
ou 64-QAM. As camadas A, B e C são combinadas e entrelaçadas no tempo (100, 200 ou
400 ms) e em frequência por um algoritmo aleatorizador. Uma estrutura de sincronismo
é adicionada com a inserção de pilotos de referência, sinalização e controle.
Figura 47.
O segundo estágio de modulação é formado por um modulador OFDM que opera com
IFFT de tamanho 2k, 4k ou 8k. Na saída do modulador OFDM é adicionado um prefixo
cíclico que garante a robustez do sistema contra interferência intersimbólica. A taxa
útil de transmissão considerada o tipo de modulação, codificação interna, e a razão do
intervalo de guarda é apresentada na tabela a seguir. A Figura 48 mostra a relação de
desempenho taxa de erro de bit e a relação sinal ruído, entre as possíveis configurações.
Tabela 14.
81
UNIDADE II │ SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS
Figura 48.
Com relação aos resultados apresentados pelo instituto CPqD aqui no Brasil, partiu
de um convênio entre CPqD e a ANATEL com o objetivo de fornecer considerações
técnicas para um plano básico de distribuição de canais de televisão digital, conhecido
pela sigla PBTVD (Plano Básico de Distribuição de Canais de Televisão Digital).
Estes resultados encontrados também foram obtidos em campo, ou seja, de forma
empírica. Contudo os critérios para a estimativa da área de cobertura seguiu a
Recomendação ITU-R P.1546. E o plano de canalização e os critérios técnicos seguirão
a Resolução 398 e 583 da ANATEL. Sendo dos canais 7 ao 13 pertencente a faixa do
VHF alto, e 14 ao 51 na faixa de UHF, conforme mostra a Tabela 15.
Tabela 15.
83
UNIDADE II │ SISTEMAS DE RADIODIFUSÃO DE TELEVISÃO E RÁDIOS
O rádio digital ou DAB (Digital Audio Broadcasting) irá substituir as rádios de frequência
e amplitude moduladas no Brasil, de forma análoga ao ocorrido com o sistema de
televisão digital substituiu o analógico. Entretanto, é esperado que esta transição ocorra
de maneira muito mais ainda suave e gradativa se comparado com sistema de televisão.
Isso deve principalmente por razões econômicas. Atualmente existem no mundo quatro
principais padrões de rádios,
Existem outros padrões também, como Chinês (China Digital), mas, menos expressivo
na adoção nos demais países.
O sistema americano IBOC também conhecido por HD Radio opera com uma largura de
faixa de 400 kHz e uma capacidade de transmissão de 96-124 kbps e até 4 canis de voz.
Opera com uma transmissão em múltiplas portadoras, o que garante robustez do sinal
frente aos múltiplos percursos do canal, e moduladas em 4-QAM. Possui compatibilidade
de transmissões nas faixas de frequências de 55-1705 MHz e 87,5-108 MHz.
O sistema europeu DRM (Digital Radial Mondiale) suas transmissões permite também
até quatro canais de voz em uma largura de banda de 96 kHz e taxa de transmissão de
96 kbps. As transmissões são múltiplas portadoras moduladas em 4-QAM ou 16-QAM.
As faixas de frequências operações são de 47- 68 MHz, 87,5-108 MHz, 174-230 MHz.
84
REDES DE Unidade iii
TELECOMUNICAÇÕES
As redes de telecomunicações devem prover um serviço de qualidade e confiável dessa
forma os meios de transmissão, ou seja, o canal de comunicação, os principais meios
utilizados nas comunicações são: por cabos (por exemplo: coaxial ou par trançado), o
ar (transmissões terrestres, enlaces ponto a ponto ou por satélites), ou as fibras ópticas.
O sistema de transmissão por cabo por par trançado consiste em par de fios metálicos
trançados (ou entrelaçados) entre si, cada trança são distanciadas de nλ onde λ é o
comprimento de onda na frequência de operação e n é múltiplo inteiro do comprimento
de onda com a finalidade de anular interferências eletromagnéticas. Tem como
principal aplicação em redes com pequenos comprimentos devido à capacidade de taxa
de transmissão ser baixa, ou seja, existirá uma redução na taxa de transmissão e da
largura de banda com o aumento da distância do transmissor e receptor utilizando o
par trançado. A Figura 49 ilustra um cabo par trançado.
Figura 49.
O cabo coaxial consiste em um fio cujo núcleo é de cobre isolado, revestido em sua volta
por uma malha metálica que irá também servir de blindagem contra as interferências
eletromagnéticas, conforme apresentado na figura a seguir. Suas utilizações são
principalmente encontradas em redes telefônicas de longas distâncias, e distribuições
de sinais de circuito fechado de televisão. Suas principais características são de possuir
uma grande capacidade de transmissão se comparado com o par trançado e não ser
susceptível ao ruído. Considerado de fácil manuseio, mas, em contra partida tem um
custo mais elevado de que o par trançado.
85
UNIDADE III │ REDES DE TELECOMUNICAÇÕES
Figura 50.
A fibra óptica pode ser considerada como um guia de onda sob a forma de luz, devido a
este fato sua frequência de operação ser alta na ordem de Terahertz (luz infravermelho).
E isso leva a uma enorme capacidade de transmissão. Suas aplicações e envolvem longas
distâncias por apresentarem baixas perdas. A fibra óptica também tem uma vantagem ter
possuir um baixo peso, o que facilita a sua instalação em rede suspensas. A desvantagem
relacionada à fibra óptica é o alto custo para transmissões de baixa capacidade e de difícil
manutenção. Suas aplicações são encontradas normalmente entre centrais telefônicas
de longas distâncias e metropolitanos, também vem destacando a suas utilizações redes
de acesso de dados locais (GPON – internet para clientes residenciais atendidos via
fibra óptica). A Figura 51 mostra a formação de uma fibra óptica.
Figura 51.
A Tabela 16 resume uma comparação entre os meios mais utilizados nas redes de
telecomunicações.
Tabela 16.
As principais topologias das redes de acesso conhecidas são do tipo barramento, anel,
estrela, malha completa e incompleta, e hierárquica. A topologia em barramento é uma
topologia das redes de acesso na qual cada equipamento fica conectado em um único
barramento de tráfego de informação. Devido ao fato de ser um único barramento
para o tráfego dos sinais elétricos de informações tem-se um conflito gerado entre os
diversos sinais presentes, ou seja, uma degradação dos sinais elétricos pelo tráfego em
um mesmo meio denominado de domínio de colisão. Dessa forma, esta topologia esta
limitada ao número de equipamentos conectados ao barramento.
A topologia em anel das redes de acesso tem seus dois extremos conectados. Possui a
vantagem de transmitir em ambos os sentidos e em um eventual rompimento de um
dos sentidos de tráfego de sinais a rede se comporta como uma rede de barramento.
Existem dois tipos de domínio nesta topologia de rede domínio de difusão e o domínio
de colisão. Domínio de difusão ocorre entre transmissor e receptor retransmitindo os
sinais para os demais componentes da rede, devido a este fato cada pacote de informação
tem de esperar a sua vez de ser enviado, e ainda para haver comunicação entre os
equipamentos deve existir uma reserva de canal para a comunicação. O domínio de
colisão também existente neste tipo de topologia é idêntico ao encontrado na topologia
de barramento.
87
UNIDADE III │ REDES DE TELECOMUNICAÇÕES
consideradas prioritárias são consideradas. Dessa forma, o domínio de colisão não irá
existir neste tipo de topologia.
Figura 52.
88
Capítulo 1
Conceitos de redes cabeadas com
protocolos IP
Durante a década de 1970 até 1983, a ARPANET era baseada em IMPs (Interface
Message Processors), rodando diversos protocolos, sendo o principal o NCP (Network
89
UNIDADE III │ REDES DE TELECOMUNICAÇÕES
Control Protocol). O TCP/IP ainda estava sendo projetado e a Internet era formada por
máquinas de grande porte e minicomputadores ligados aos IMPs. O roteamento fora
dos IMPs não existia, impedindo a conexão de máquinas em rede local que surgiam. Ou
seja, para se ligar à ARPANET era necessária a ligação direta a um IMP.
O protocolo TCP/IP começou a ser projetado em 1977 com o objetivo de ser o único
protocolo de comunicação da ARPANET. Em 1/1/1983, todas as máquinas da
ARPANET passaram a utilizar o TCP/IP como protocolo de comunicação. Isto permitiu
o crescimento ordenado da rede, eliminando as restrições dos protocolos anteriores.
Em 1986, a NSF (Network Science Foundation) passou a operar o backbone (espinha
dorsal) de comunicações com o nome de NSFNet e iniciou a formação de redes
regionais interligando os institutos acadêmicos e de pesquisa. Desde 1983 começaram
a surgir diversas redes paralelas nos Estados Unidos financiadas por órgãos de fomento
à pesquisa como a CSNET (Computer Science Net), HEPNet (High Energy Physics
Net), SPAN (Nasa Space Physics Network) e outras. Estas redes foram integradas ao
NSFNet e adicionadas a redes de outros países, caracterizando o início de uso do termo
Internet em 1988.
Em 1993, foram criados os protocolos HTTP e o browser Mosaic, dando início ao World
Wide Web (WWW). O World Wide Web foi o grande responsável pelo crescimento
exponencial da Internet, pois permitiu o acesso a informações com conteúdo rico em
gráficos e imagens e de forma estruturada. O WWW foi também o grande motivador do
uso comercial da Internet, permitindo às empresas disponibilizar informações e vender
produtos via Internet.
90
REDES DE TELECOMUNICAÇÕES │ UNIDADE III
Figura 53.
Camada de Rede: é responsável pelo roteamento dos dados através da rede. Existem
duas filosofias quanto ao serviço oferecido por esta camada: Datagrama (serviço não
orientado à conexão) e Circuito Virtual (serviço orientado à conexão).
92
Capítulo 2
Introdução aos sistemas de VoIP,
IPTV e OTT
O serviço de IPTV é definido como entrega dos serviços de multimídia tais como:
televisão, vídeo, áudio, textos, jogos etc. sobre uma rede IP gerenciada para prover um
nível requerido de qualidade de serviço, segurança, interatividade e confiabilidade.
No Brasil, o artigo 3o da Resolução n o 614, de 28 de maio de 2013 o serviço de IPTV
é considerado como um serviço de SCM (Serviço de Comunicação Multimídia), ou
seja, um serviço fixo de telecomunicações de interesse coletivo, prestado em âmbito
nacional e internacional, no regime privado, que possibilita a oferta de capacidade de
transmissão, emissão e recepção de informações multimídia, permitindo inclusive o
provimento de conexão à internet, utilizando quaisquer meios, a assinantes dentro de
uma Área de Prestação de Serviço. Embora já possua algumas empresas que estejam
prontas para ofertar a tecnologia de IPTV, ainda não disponibilizam o serviço em toda
a sua totalidade, conforme apresentado na Tabela 17.
Tabela 17.
93
UNIDADE III │ REDES DE TELECOMUNICAÇÕES
Redes ópticas
A tecnologia em comunicações ópticas tem crescido rapidamente nos últimos anos.
Conseguiram-se avanços significativos no tipo de guias de ondas para as frequências do
infravermelho identificado como fibra óptica. Os modelos mais aperfeiçoados apresentam
baixa atenuação, baixa dispersão e pequenos efeitos não lineares. A aplicação dessas fibras
nos diversos setores da tecnologia da informação é muito difundida. Nas últimas
décadas, os sistemas ópticos têm passado por grande evolução, elevando sua capacidade
a taxas de cerca de 100 vezes por década, superando muito os sistemas eletrônicos com
circuitos integrados. Atingiram-se transmissões de dezenas de gigabits por segundo,
sendo o limite determinado pelos circuitos eletrônicos de processamento do sinal de
modulação. Com o advento da tecnologia de multiplexagem por comprimentos de
onda (WDM), ampliou-se ainda mais a largura de faixa, mesmo com as limitações dos
circuitos eletrônicos, possibilitando a transmissão de taxas de terabits por segundo em
uma única fibra.
Pequena atenuação: a fibra óptica apresenta uma perda de potência por quilômetro,
muito menor do que os sistemas que utilizam cabos coaxiais, guias de ondas ou
94
REDES DE TELECOMUNICAÇÕES │ UNIDADE III
transmissão pelo espaço livre. Um cabo coaxial operando em 5GHz pode apresentar
perda superior a 100dB/km, enquanto as modernas fibras ópticas podem apresentar
atenuações na ordem de 0,2 dB/km, operando no comprimento de onda de 1,55
micrometros. Nos sistemas radioelétricos operando na faixa de micro-ondas , com
antenas parabólicas de alto ganho, a perda por quilômetro é menor do que nos sistemas
a cabos coaxiais ou a guias de onda, mas ainda assim, muito maiores do que nos
sistemas de fibras ópticas. Isto significa que será necessário uma quantidade menor de
repetidores para a cobertura total do enlace. Além disto, podemos aumentar ainda mais
o enlace óptico com a utilização de amplificadores ópticos, se for necessário.
Sigilo na transmissão: da mesma forma que o sinal óptico guiado não sofre
interferências externas, não poderá também perturbar um sinal próximo, a não ser
que haja um contato físico ou que a fibra tenha sofrido algum tipo de deformação.
Em condições normais de propagação, a luz não é irradiada pela fibra óptica, não
podendo ser captada por um equipamento externo. Uma das principais consequências
desta vantagem é a garantia de um sigilo quase absoluto para a informação transmitida.
O sistema fica particularmente interessante para comunicações militares, transmissão
de dados entre bancos e quaisquer outras aplicações onde o sigilo seja de importância
fundamental para a eficiência da comunicação.
96
REDES DE TELECOMUNICAÇÕES │ UNIDADE III
97
UNIDADE III │ REDES DE TELECOMUNICAÇÕES
98
SISTEMAS DE TELEFONIA Unidade iv
Figura 54.
99
Capítulo 1
Comunicações de telefonia fixa e móvel
100
SISTEMAS DE TELEFONIA │ UNIDADE IV
utilizações com todos os serviços integrados de voz, dados, imagens e vídeo. O sistema
proposto pela Europa é o UMTS (Universal Mobile Telecommunications System), mas,
como se sabe, a entrada deste sistema no mercado tem deparado com dificuldades.
Neste período de transição para o UMTS têm surgido novos serviços suportados no
GSM, por exemplo, o MMS (Multimedia Messaging Service), que podem ser vistos
como uma forma de motivar o mercado para a 3G. A 4a geração continuou provendo
maiores taxas de dados aos usuários, e com destaque de integrar sistemas de rádio e
televisão. A 5a geração de comunicações móveis, prevista para o ano 2022, tem como
objetivo atender a crescente demanda de usuários por altas velocidades nas conexões
de dados. A Figura 55 apresenta a evolução das comunicações móveis.
Figura 55.
1G - AMPS
2G – GSM / GPRS / EDGE
5G
Fonte: Autor, 2017.
101
Referências
ALENCAR, Marcelo Sampaio de. Telefonia digital. 5. ed. São Paulo: Érica, 2011.
RIBEIRO, José Antonio Justino. Comunicações ópticas. 4. ed. São Paulo: Érica, 2009.
RICHARDSON, Iain E. G. H.264 and MPEG-4 video compression: video coding for
next-generation multimedia. England: John Wiley & Sons Ltd, 2003.
Sites
<http://www.hardware.com.br/livros/redes/categorias-cabos.html>
102
Referências
<http://radiocomunicacaopxvhf.blogspot.com.br/2011/04/cabo-coaxial.html>
<https://www.oficinadanet.com.br/artigo/redes/o-que-e-fibra-otica-e-como-
funciona>
103